Você está na página 1de 90

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA

CENTRO DE TECNOLOGIA
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

ESTUDO COMPARATIVO DE UMA EDIFICAÇÃO EM


ESTRUTURA METALICA/CONCRETO ARMADO:
ESTUDO DE CASO

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO EM ENGENHARIA CIVIL

Bárbara Maier Rossatto

Santa Maria, RS, Brasil


Julho, 2015
ESTUDO COMPARATIVO DE UMA EDIFICAÇÃO EM
ESTRUTURA METALICA/CONCRETO ARMADO: ESTUDO
DE CASO

por

Bárbara Maier Rossatto

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao Curso de Engenharia Civil,


Centro de Tecnologia da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM, RS),
com requisito parcial para obtenção de grau de
Engenharia Civil

Orientador: Prof. Dr. Eduardo Rizzatti

Santa Maria, RS, Brasil


Julho, 2015
Universidade Federal de Santa Maria
Centro de Tecnologia
Curso de Engenharia Civil

A Comissão Examinadora, abaixo assinada, aprova o Trabalho de Conclusão de


Curso

ESTUDO COMPARATIVO DE UMA EDIFICAÇÃO EM ESTRUTURA


METÁLICA/CONCRETO ARMADO: ESTUDO DE CASO

elaborado por
Bárbara Maier Rossatto

como requisito parcial para obtenção do grau de


Engenheira Civil

Comissão Examinadora

Eduardo Rizzatti, Dr.


(Presidente/Orientador)

Larissa Kirchhof, Dr.

Horácio João Isaia, Pr.

Santa Maria, Julho 2015


AGRADECIMENTO

Expresso minha gratidão...


Aos meus pais, Elisane e Pedro, e meu irmão, Francisco, pelo apoio em todos os momentos
difíceis durante a realização do curso de graduação e deste trabalho.
Ao meu namorado Vinicius Lemos, por toda compreensão quando não pude estar presente e
pela alegria que me proporcionou nos momentos difíceis.
Ao meu orientador e professor Eduardo Rizzatti pela ajuda e conhecimentos transmitidos no
decorrer deste trabalho.
Aos engenheiros e amigos Andrigo Zanella e Maisson Tascapela oportunidade de obter
conhecimentos práticos na área da construção civil.
RESUMO

Trabalho de Conclusão de Curso


Curso de Graduação em Engenharia Civil
Universidade Federal de Santa Maria

ESTUDO COMPARATIVO DE UMA EDIFICAÇÃO EM ESTRUTURA


METÁLICA/CONCRETO ARMADO: ESTUDO DE CASO

AUTOR: BÁRBARA MAIER ROSSATTO


ORIENTADOR: EDUARDO RIZZATTI
Data e Local da Defesa: Santa Maria, 9 de julho de 2015.

O presente trabalho visa à elaboração do dimensionamento de um laboratório de


conforto pertencente à Universidade Franciscana (UNIFRA), localizado na cidade de Santa
Maria –RS, projetado em estrutura metálica e em concreto armado,a fim deverificar a situação
de custos do mercado atual para a viabilidade deambas asconstruções. A estrutura metálica foi
dimensionada através de um roteiro de cálculo considerando sugestões da NBR8800/86 e
NBR8800/08 e o dimensionamento da estrutura em concreto armado foi obtidoatravés do
software Eberick V8, o qual gera um resumo de materiais que possibilita determinar os custos
da estrutura.
As considerações de projeto para a estrutura metálica e a sua influencia no custo total
da estrutura foram avaliadas e, para este estudo de caso, o custo da estrutura resultou em
valores muito altos, de forma que, se alguns fatores iniciais fossem modificados, o custo,
teoricamente, poderia ser reduzido.
A economia de uma obra com estrutura metálica depende de diferentes fatores em
comparação a uma obra em concreto armado e, por este motivo, devem ser muito bem
analisadas, para que haja um melhor custo-benefício na escolha do sistema construtivo.
Ao fim do estudo, conclui-se que a estrutura de concreto émais viável
economicamente, apesar de ter acrescentado algumas modificações ao projeto arquitetônico.
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Fluxograma simplificado do processo siderúrgico (adaptado de Mourão, 2007)...................................13
Figura 2 – Diagrama de tensão e deformação de um aço (Luiz Andrade de Matos Dias,2006)............................14
Figura 3 - Perfis laminados padrão americano (Adaptado Luiz Andrade de Matos Dias,2006)...........................17
Figura 4 - Perfis soldados (Luiz Andrade de Matos Dias,2006).............................................................................17
Figura 5 – Perfis conformados a frio (Luiz Andrade de Matos Dias,2006)............................................................18
Figura 6 – Parafuso (Luiz Andrade de Matos Dias,2006).......................................................................................18
Figura 7 – Tipos de soldas (Luiz Andrade de Matos Dias,2006)............................................................................19
Figura 8 – Conexão soldada rígida da viga na aba do pilar (Adaptado de Luiz Andrade de Matos Dias,2006)...19
Figura 9– Conexão parafusada rígida da viga na alma do pilar (Adaptado de Luiz Andrade de Matos
Dias,2006)...............................................................................................................................................................20
Figura 10 – Conexões parafusadas flexíveis da viga na aba do pilar (Adaptado de Luiz Andrade de Matos
Dias,2006)...............................................................................................................................................................20
Figura 11 – Conexões parafusadas flexíveis pelas almas das vigas (Adaptado de Luiz Andrade de Matos
Dias,2006)...............................................................................................................................................................20
Figura 12- Pórtico deformável e indeformável.......................................................................................................22
Figura 13 – Coeficientes de ponderação (Fonte: NBR8800/86).............................................................................24
Figura 14 –Fatores de combinação (Fonte: NBR8800/86).....................................................................................24
Figura 15– Valores de K(Fonte:NBR8800/86)......................................................................................................26
Figura 16 – Diagramas para carga distribuída........................................................................................................29
Figura 17 – Diagramas para carga concentrada......................................................................................................30
Figura 18 – Interface do programa Eberick ...........................................................................................................31
Figura 19 – Planta baixa do pavimento subsolo.....................................................................................................32
Figura 20 - Planta baixa do pavimento térreo.........................................................................................................33
Figura 21 – Planta baixa do pavimento superior.....................................................................................................34
Figura 22 – Corte A-A............................................................................................................................................35
Figura 23 – Corte B-B.............................................................................................................................................35
Figura 24 – Perfil I padrão americano.....................................................................................................................37
Figura 25–Conexões flexíveis parafusadas (Adaptado de Luiz Andrade de Matos Dias,2006)..........................38
Figura 26 – Forma do pavimento subsolo...............................................................................................................38
Figura 27 –Forma do pavimento térre...................................................................................................................39
Figura 28 - Forma do pavimento superior e cobertura............................................................................................40
Figura 29 – Carregamento da viga V20..................................................................................................................41
Figura 30 – Laje simplesmente apoiada sobre viga metálica..................................................................................43
Figura 31 – Áreas de influencia das vigas V2 e V9................................................................................................44
Figura 32 – Carregamento da viga V2....................................................................................................................45
Figura 33 – Carregamento da viga V9....................................................................................................................46
Figura 34 – Forma do pavimento subsolo...............................................................................................................46
Figura 35 – Forma do pavimento térreo..................................................................................................................47
Figura 36 – Forma do pavimento superior e cobertura...........................................................................................48
Figura 37 – Carregamento da viga V9....................................................................................................................49
Figura 38 – Detalhamento do comprimento real L.................................................................................................60
Figura 39 – Curvas de flambagem..........................................................................................................................61
Figura 40 – Configuração dos materiais no Eberick...............................................................................................62
Figura 41– Forma do pavimento subsolo................................................................................................................63
Figura 42 – Forma do pavimento térreo..................................................................................................................64
Figura 43 – Forma do pavimento superior..............................................................................................................65
Figura 44 – Forma do pavimento cobertura............................................................................................................66
Figura 45 – Pórtico 3D ...........................................................................................................................................67

LISTA DE QUADROS

Quadro 1 – Relação das vigas metálicas................................................................................................................58


Quadro 2 - Comprimentos de vigas e pilares.........................................................................................................68
Quadro 3 – Custo das barras...................................................................................................................................69
Quadro 4 – Discriminação do custo das armaduras ............................................................................................70
Quadro 5 – Custo total da estrutura de concreto armado....................................................................................70
LISTA DE ANEXOS

Anexo 1 – Peso específico dos materiais de construção..........................................................73


Anexo 2 – Valores mínimos das cargas verticais.....................................................................74
Anexo 3 – Valores limites das relações largura/espessura......................................................75
Anexo 4 – Curvas de flambagem..............................................................................................77
Anexo 5 – Deslocamentos máximos........................................................................................79
Anexo 6 - Classes de agressividade ambiental.........................................................................80
Anexo 7- Correspondencia entre classes de agressividade e qualidade do concreto................81
Anexo 8 - Classes de agressividade ambiental ........................................................................82
Anexo 9 – Valores de K............................................................................................................83
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO.................................................................................................................11
1.1. Justificativa.................................................................................................................12
1.2. Objetivos....................................................................................................................12
1.2.1. Objetivos Gerais..............................................................................................12
1.2.2. Objetivos Específicos.......................................................................................12
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.........................................................................................13
2.1. Aço..............................................................................................................................13
2.1.1. Produção do Aço...............................................................................................13
2.1.2. Propriedades Mecânicas do Aço.......................................................................14
2.1.2.1. Limite de Escoamento ( e Limite de Resistência
( ......................14
2.1.2.2. Elasticidade............................................................................................15
2.1.2.3. Plasticidade............................................................................................15
2.1.2.4. Ductilidade.............................................................................................15
2.1.2.5. Tenacidade.............................................................................................15
2.1.3. Tipos de Aço Estrutural.....................................................................................15
2.1.3.1. Aço-carbono..........................................................................................16
2.1.3.2. Aço de baixa liga sem tratamento térmico............................................16
2.1.3.3. Aço de baixa liga com tratamento térmico............................................16
2.2. Perfis Metálicos.........................................................................................................16
2.3. Conexões Metálicas...................................................................................................18
2.3.1. Conexões parafusadas.......................................................................................18
2.3.2. Conexões soldadas.............................................................................................18
2.3.3. Conexões flexíveis e rígidas..............................................................................19
2.4. Sistemas Estruturais Metálicos................................................................................21
2.4.1. Pilares................................................................................................................21
3.2.1.1 Flambagem........................................................................................................21
2.4.2. Vigas..................................................................................................................21
2.4.3. Pórticos Deformáveis e Indeformáveis.............................................................22
2.5. Cargas Solicitantes em Edifícios..............................................................................22
2.5.1. Cargas Permanentes...........................................................................................23
2.5.2. Cargas acidentais ..............................................................................................23
2.5.3. Cargas devidas ao vento....................................................................................23
2.5.4. Combinação de Ações.......................................................................................23
2.6. Dimensionamento de Estruturas de Aço................................................................24
2.6.1. Verificação da Flambagem Local da Mesa e da Alma......................................25
2.6.2. Dimensionamento de Barras Comprimidas.......................................................25
2.6.3. Resistencia de cálculo de barras fletidas devido ao momento fletor.................27
2.6.3.1. Vigas com contenção lateral contínua e vigas cujas seções o estado
limite de flambagem lateral com torção não se aplica.................................27
2.6.3.2. Vigas com contenção lateral descontínua..............................................28
2.6.4. Resistência de cálculo de vigas fletidas à força cortante em relação ao eixo
perpendicular a alma devido.................................................................................29
2.6.5. Verificação para o estado limite de serviço....................................................29
2.7. Software para dimensionamento de estruturas de concreto armado...................30
3. METODOLOGIA............................................................................................................32
3.1. Cargas solicitantes na estrutura..............................................................................36
3.2. Dimensionamento da edificação em estrutura metálica........................................36
3.2.1. Considerações de projeto.................................................................................36
3.2.2. Dimensionamento das vigas dos pavimentos subsolo, térreo e superior........41
3.2.2.1. Dimensionamento das vigas que recebem a carga das paredes externas.......41
3.2.2.2. Dimensionamento das vigas que recebem a carga da laje.............................44
3.2.3. Dimensionamentos das vigas da cobertura......................................................52
3.2.3.1. Vigas que recebem a carga da parede
externa.................................................52
3.3 Dimensionamento dos pilares.................................................................................58
3.3.1 Cargas solicitantes...........................................................................................58
3.3.1.1 Pavimento térreo..............................................................................................58
3.3.1.2 Pavimento superior..........................................................................................58
3.1.1.1. Cobertura...................................................................................................
.......59
3.1.1.2. Total...........................................................................................................
.......59
3.1.2. Pré-dimensionamento.......................................................................................59
3.1.3. Verificações......................................................................................................61
3.2. Dimensionamento da estrutura de concreto
armado..............................................62
4. ANÁLISE DOS RESULTADOS.....................................................................................67
4.1. Orçamento da estrutura
metálica.............................................................................67
4.2. Orçamento da estrutura de concreto
armado..........................................................69
5. CONCLUSÃO...................................................................................................................71
6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA................................................................................72
7. ANEXOS............................................................................................................................73
12

1. INTRODUÇÃO

A utilização de estruturas metálicas no século XVIII revolucionou a engenharia civil


dando um grande passo para o desenvolvimento de métodos construtivos em aço. Segundo
Bellei, Pinho e Pinho (2008), a primeira obra importante foi a ponte sobre Severn em
Coalbrookdale, em 1779 na Inglaterra, projetada por Abraham Darby com vão de 30m, depois
foram construídos edifícios industriais e estações de trens, apesar disto o ferro ainda
continuava sendo mais restrito a pontes. Apenas na revolução Industrial o uso do aço
começou a ser generalizado.
Conforme Bellei, Pinho e Pinho (2008), o primeiro edifício metálico foi o Palácio de
Cristal, construído em Londres em 1851. Porém, no Brasil, somente no século XX a indústria
siderúrgica implantou-se com a Companhia Siderúrgica Belgo Mineira, e foi nos primeiros
anos da Segunda Guerra Mundial com a criação da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN),
em Volta Redonda no Rio de Janeiro, que começou a fabricação de perfis metálicos em maior
escala no país. Mas foi apenas em 1953, quando a CSN criou a Fábrica de Estruturas
Metálicas (FEM),que foi possível realizar prédios com uma mão de obra especializada e
então, em 1957 foi concluído o primeiro prédio em estruturas metálicas no Brasil: a Garagem
América, na cidade de São Paulo, com 16 andares.
Com a percepção das vantagens das estruturas de aço como maior resistência, menor
peso da estrutura, capacidade de suportar maiores vãos, perfis estruturais mais esbeltos e,
consequentemente, maior área útil, esse método construtivo foi tornando-se usual.
Atualmente o método construtivo em aço está sendo cada vez mais usado, por eliminar
as limitações que os outros métodos construtivos possuem possibilitando a elaboração de
projetos mais arrojados com liberdade total de criação. Apesar disto, o uso do concreto
armado é predominante no Brasil, pois a mão de obra é, em sua maioria, qualificada apenas
para os métodos construtivos tradicionais como concreto armado e alvenaria, e o custo da
estrutura de concreto armado é mais barata em relação à de aço.
Mas esse custo é apenas um dos parâmetros do orçamento total de uma obra, o prazo
também pode ser uma referência de custo dependendo da finalidade de cada obra. Sendo
assim, existem vários fatores a serem comparados para a decisão de qual método construtivo
escolher. Por isso, as empresas procuram cada vez mais um custo-benefício preciso que é
limitado por diversos fatores como custos de material, mão de obra e tempo de execução, que
são únicos de cada obra, e isso torna o estudoda escolha do tipo de estrutura e do método
construtivo essencial.
Portanto, este trabalho mostra um comparativo entre custos de uma edificação em
estrutura metálica e em concreto armado de uma forma prática, visando, principalmente, à
aprendizagem do dimensionamento de estruturas de aço que se mostram cada vez mais
necessárias na construção civil do mundo moderno.
13

1.2. Justificativa

Este estudo de caso justifica-se pela importância de um dimensionamento seguro


eeconômicopara obter-se um melhor custo-benefício na escolha da estruturaseja ela de
concreto armado ou metálica,tendo em vista o grande crescimento na utilização de estruturas
metálicas em edificações na engenharia civil.

1.3. Objetivos

1.3.1. Objetivos Gerais

Realizar um estudo sobre dimensionamento de estruturas de aço direcionado a um


prédio comercial de Santa Maria-RS, de acordo com as normas técnicas, assim como verificar
a situação de custos do mercado atual para construções em aço e em concreto armado a fim de
comparar esse parâmetro entre às estruturas.

1.3.2. Objetivos Específicos

• Dimensionar a estrutura de um prédio comercial em aço;


• Buscar soluções adequadas visando menores custos;
• Revisar e adquirir novos conhecimentos sobre estruturas de aço;
• Dimensionar a estrutura do prédio comercial em concreto armado através
do software de cálculo estrutural Eberick;
• Comparar economicamente e tecnicamente a estrutura do prédio
comercial em aço e a em concreto armado.
14

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Aço

2.1.1. Produção do Aço

O aço pode ser definido como uma liga metálica composta de ferro com pequenas
quantidades de carbono que possui propriedades de resistência e ductilidade, as quais são
mais requeridasna construção civil.
ConformeLuiz Andrade de Matos Dias,(2006) o aço líquido, antes de ser resfriado em
forma de placas ou perfis laminados, é produzido através de finos de minério de ferro,
chamados de sínter, que são aglutinadosno coque siderúrgicoque é um material carbonáceo
sólido obtido a partir da destilação do carvão mineral em forno. Essa aglutinação é feita no
alto forno onde uma injeção de ar causa uma reação exotérmica que funde esses materiais
produzindo o material metálico, a gusa líquida, e a escória de alto forno como subproduto
(usada na fabricação de cimento).
Nesta fase o líquido metálico possui excesso de carbono e impurezas, então, ele é
refinado na aciaria, unidade que possui equipamentos para a remoção desses elementos
através de uma injeção de oxigênio puro na gusa. Também, no refinamento,há a adição de
outros elementos como cobre, níquel, manganês, silício, titânio, vanádio, entre outros, para
desenvolver características desejadas de resistência, ductilidade, soldabilidade e resistência à
corrosão.
Após o processo completo da formação de aço líquido, este é resfriado no processo de
lingotamento para a formação de blocos e placas e então, são feitos os perfis metálicos
laminados, gerados no processo de laminação, os quais são perfis que saem da siderúrgica
com uma seção transversal definida. Já os perfis soldados são formados a frio sendo dobrados
ou cortados e soldados posteriormente por fabricas de perfis de aço soldados. A Figura 1
mostra um fluxograma simplificado da produção do aço.
15

Figura 1- Fluxograma simplificado do processo siderúrgico (adaptado de Mourão, 2007)

2.1.2. Propriedades Mecânicas do Aço

As propriedades mecânicas definem o comportamento do aço quando sujeito a


esforços e determinam sua capacidade de resistir e transmitir estes esforços sem que rompam
e sofram deformações excessivas. A seguir Luiz Andrade de Matos Dias (2006) define essas
propriedades.

2.1.2.1. Limite de Escoamento ( e Limite de Resistência


(

Para entender os limites de escoamento e resistência é preciso compreender o


diagrama de tensão-deformação do aço (Figura 2), que representa o material submetendo-se a
um ensaio de tração.

Figura 2 – Diagrama de tensão e deformação de um aço(Luiz Andrade de Matos Dias,2006)


16

No ensaio de tração como mostra o diagrama acima, a tensão solicitada e a


deformação do material aumentam proporcionalmente(fase elástica), seguindo a lei de Hook,
até quando o limite de proporcionalidade é ultrapassado e então ocorrem deformações
crescentes sem variação da tensão(fase plástica). Este limite, onde a tensão é constante, é
chamado de limite de escoamentoe é calculado dividindo-se a carga máxima suportada, antes
de escoar, pela área da seção transversal inicial. Para o aço A-36 esse valor é igual a 250 MPa.
Ainda na fase plástica, a estrutura interna do aço se rearranja causando o
endurecimento do aço, ou seja, ocorre o encruamento e então há novamente variação de
tensão e deformação, porém não linear, até o momento de rompimento do material. A tensão
máxima atingida até esse momento é usada para o cálculo do limite de resistênciaa tração que
é igual à carga de ruptura dividida pela área da seção transversal inicial.

2.1.2.2. Elasticidade

É a capacidade de um material voltar a sua forma original após sucessivos ciclos de


carga e descarga, ou seja, a deformação é reversível. Isso acontece quando há o deslocamento
dos átomos sem que alterem suas posições relativas na rede cristalina. A medida desta
propriedade é através do módulo de elasticidade (E) que relaciona a tensão e a deformação
linear específica e, para o aço, tem o valor de 200.000 MPa.

2.1.2.3. Plasticidade

É a deformação permanente causada pela tensão do limite de escoamento ou superior.


Essa deformação altera a estrutura interna do aço aumentando sua dureza, esse processo
chama-se encruamento.

2.1.2.4. Ductilidade

É a capacidade do material se deformar plasticamente sem que haja ruptura, podendo


ser medida através da deformação. Quanto mais dúctil o aço maior é a redução área da seção
transversal ou o alongamento antes da ruptura, por isso é uma propriedade muito desejada, já
que constitui um aviso da presença de elevadas tensões.

2.1.2.5. Tenacidade

É a capacidade que o aço possui de absorver tanto energia elástica como plástica por
unidade de volume até a sua ruptura. Representa a área total do diagrama tensão-deformação.
17

As propriedades do aço são modificadas de acordo com os elementos de liga que


fazem parte da sua composição química. Por exemplo:
• Carbono (C): aumenta o limite de resistência de maneira mais econômica, mas
prejudica sensivelmente a ductilidade e a tenacidade, assim como elevados teores
comprometem a soldabilidade e a resistência à corrosão atmosférica;
• Cobre (Cu): aumenta a resistência à corrosão atmosférica e aumenta a resistência à
fadiga, mas diminui discretamente a ductilidade, a tenacidade e a soldabilidade;
• Cromo (Cr): aumenta a resistência mecânica, à abrasão e à resistência atmosférica,
mas diminui soldabilidade;
• Manganês (Mn): melhora o limite de escoamento e a resistência à fadiga, prejudica de
forma leve a ductilidade e a soldabilidade.

2.1.3. Tipos de Aço Estrutural

Os aços estruturais são classificados de acordo com a liga que lhes confere,
conforme Luiz Andrade de Matos Dias(2006).

2.1.3.1. Aço-carbono

Não possui elementos de liga e pode ter alto, médio ou baixo teor de carbono
(C≤0,3%), sendo este o mais adequado a construção civil.
Os aços-carbono mais usuais são o ASTM-A36, aço-carbono de média resistência
( =250MPa), e o ASTM A572/GR50, aço-carbono de alta resistência ( =350MPa) e baixa
liga, os quais são especificados pela American Society for Testing and Materials (ASTM). A
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) também especifica aços como o ASTM-
A570, mais utilizado na fabricação de perfis formados a frio, e NBR 7007/MR-250, aço para
fabricação de perfis laminados que mais se assemelha ao ASTM A-36.

2.1.3.2. Aço de baixa liga sem tratamento térmico

Recebe elementos de liga com teor inferior a 2% para aumentar a resistência mecânica
e/ou à corrosão. É adequado para a construção civil, mas é necessária uma análise econômica.

2.1.3.3. Aço de baixa liga com tratamento térmico

Também recebe elementos de liga com teor inferior a 2%, mas recebem um tratamento
térmico especial após a laminação para adquirir alta resistência mecânica (fy ≥ 300Mpa).
Usado em tanques, vasos de pressão, dutos forçados, ou onde os elevados esforços
justifiquem economicamente sua utilização.
18

2.2. Perfis Metálicos

Os perfis mais usados são aqueles de seção transversal em I, H, U, Z e as cantoneiras


em L. Os perfis podem ser obtidos diretamente por laminação (perfis laminados) ou através de
operações de conformação a frio (perfis formados a frio) ou soldagem (perfis soldados).
Os perfis laminados (Figura 3) são peças únicas, produzidos por meio de deformação a
quente, tendo como características principais as abas paralelas e a uniformidade estrutural por
não possuir soldas ou emendas, o que representa um baixo nível de tensões residuais
localizadas, segundo Luiz Andrade de Matos Dias(2006).

Figura 3- Perfis laminados padrão americano (Adaptado Luiz Andrade de Matos Dias,2006)

Os perfis soldados (Figura 4) são obtidos pelo corte composição e soldagem de chapas
planas de aço, o que permite variedade de formas e dimensões das seções, podendo ser
fabricados conforme a especificação, por exemplo, ASTM A36 ou ASTM A 572. São
classificados em séries de acordo com sua utilização:
• Série VS: perfis soldados para vigas em que 1,5< d/bf ≤4;
• Série CVS: perfis soldados para vigas e pilares em que 1< d/bf ≤ 1,5;
• Série CS: perfis soldados para pilares em que d/bf=1.

Figura 4 - Perfis soldados (Luiz Andrade de Matos Dias,2006)

Os perfis conformados a frio (Figura 5) são obtidos pelo processo de dobramento a


frio de chapas de aço e são recomendados para construções leves utilizados, por exemplo, em
barras de treliças.
19

Figura 5 – Perfis conformados a frio (Luiz Andrade de Matos Dias,2006)


2.3. Conexões Metálicas

Luiz Andrade de Matos Dias (2006) explica que as siderúrgicas fornecem as chapas e
perfis laminados aos fabricantes de estruturas metálicas em dimensões padronizadas, devido a
isso a fabricação da peça estrutural nas dimensões do projeto requer cortes e conexões do
material, estas são feitas por soldagem ou parafusamento.

2.3.1. Conexões parafusadas

Os parafusos são formados pela cabeça, pelo fuste e pela rosca. São identificados pelo
diâmetro nominal, mas a resistência à tração é função do diâmetro efetivo (Figura 6).

Figura 6 – Parafuso (Luiz Andrade de Matos Dias,2006)

As conexões parafusadas são classificadas pela forma de transmissão dos esforços aos
parafusos, como ligação à tração, à força cortante e aos esforços combinados de ambas.
20

2.3.2. Conexões soldadas

A soldagem é a técnica empregada na união de dois ou mais componentes de uma


peça estrutural conservando as propriedades físicas, químicas e a continuidade do material. As
vantagens da conexão soldada são: maior rigidez da ligação, redução de custos na fabricação
por eliminar furações e melhor acabamento final. Mas há dificuldade para desmontagem e
principalmente para controlar o controle de qualidade da soldagem.
Os tipos de soldagem mais comuns são: entalhe, onde o metal de solda é colocado
entre os elementos a serem conectados, e filete, onde o metal de solda é colocado
externamente aos elementos (Figura 7).

Figura 7 – Tipos de soldas (Luiz Andrade de Matos Dias,2006)

2.3.3. Conexões flexíveis e rígidas

As ligações rígidas são aquelas onde, teoricamente, não ocorre a rotação relativa das
peças conectadas, ao contrário das ligações flexíveis que permitem essa rotação. As Figuras 8
e 9 exemplificam ligações rígidas e as Figuras 10 e 11representam as ligações flexíveis.

Figura 8 – Conexão soldada rígida da viga na aba do pilar (Adaptado de Luiz Andrade de Matos Dias,2006)
21

Figura 9– Conexão parafusada rígida da viga na alma do pilar (Adaptado de Luiz Andrade de Matos Dias,2006)

Figura 10 – Conexões parafusadas flexíveis da viga na aba do pilar (Adaptado de Luiz Andrade de Matos
Dias,2006)

Figura 11 –Conexões parafusadas flexíveis pelas almas das vigas (Adaptado de Luiz Andrade de Matos
Dias,2006)

2.4. Sistemas Estruturais Metálicos

Luiz Andrade de Matos Dias (2006) explica, a seguir, a função de pilares e vigas assim como
algumas características desses elementos
22

2.4.1. Pilares

Os pilares são estruturas que transmitem todas as cargas para as fundações estando
sujeitos basicamente a esforços axiais de compressão. São conformados a partir de perfis “I”,
“H”, de alma cheia, tubulares, barras chatas ou redondas. Os pilares são formados por peças
esbeltas, podendo ocorrer o fenômeno da flambagem.

3.2.1.1 Flambagem

A flambagem por flexão é associada à característica que as peças esbeltas possuem de


se deslocar transversalmente à linha de ação da força solicitada, comum em pilares de
concreto e metálico submetidos a uma força de compressão. A carga necessária para que
ocorra a flambagem depende da dimensão da seção da barra, do tipo de vinculação e do
comprimento livre, então para prevenir a flambagem aumenta-se a seção da barra, altera a
vinculação ou usam-se travamentos.
A flambagem por torção ocorre em pilares metálicos com seção transversal cruciforme
quando as quatro chapas flambam na mesma direção. Na flambagem por flexotorção,
ocorremambos os deslocamentos, por torção e por flexão, em seções esbeltas metálicas L e U.
Além dos pilares, pode ocorrer flambagem lateral nas vigas metálicas com seção em
forma de I e não continuamente travadas. Com uma carga transversal distribuída ou
concentrada a viga flete causando compressão na mesa superior e tração na inferior, mas
como a alma é esbelta nas vigas ela tende a flambar por flexão, porém, a mesa inferior impede
o movimento livre da mesa superior resultando na torção da seção junto com a flexão lateral.

2.4.2. Vigas

As vigas são elementos estruturais sujeitos basicamente por esforços de flexão com
objetivo de vencer vãos horizontais e transferir forças verticais para os apoios. As vigas
metálicas podem ser de alma cheia, alveolares, em forma de treliças e Vierendeel.
• Vigas de alma cheia: são formadas por duas mesas interligadas por uma alma,
adequadas para resistir a flexão, compressão e tração. Os perfis mais utilizados são
I laminados, I soldados e U estruturais formados a frio.
• Vigas alveolares: são obtidas a partir dos perfis I por recorte longitudinal das almas
na forma de ameias com posterior deslocamento e soldagem. Elas terão maior
altura que o perfil original, mas consideravelmente mais leves.
23

• Vigas em forma de treliças: são constituídas por barras coplanares articuladas entre
si por ligação direta ou indireta e submetidas a cargas nodais. A ligação indireta é
feita por chapas Gousset, permitindo o giro nos nós fazendo com que as barras
resistam ao esforço normal e cortante. A ligação direta é efetuada por soldagem,
então essas treliças são, na verdade, pórticos com conexões rígidas cujas barras
resistem a esforços de flexão, mas são chamadas assim devido a sua forma.
• Vigas Vierendeel: são vigas compostas de barras em formas de quadro unidas por
ligações rígidas e resistem a forças normais, cortantes e fletoras. São usadas para
solucionar a necessidade de grandes vãos livres, o que resulta em uma altura de
viga igual a distancia entre os pavimentos da estrutura.

2.4.3. Pórticos Deformáveis e Indeformáveis

Toda estrutura formada por barras vinculadas entre si é denominada pórtico espacial e
ele pode ser deformável ou indeformáveldependendo do tipo de ligação entre as barras, como
se vê na Figura 12. Pórticos deformáveis possuem conexões rígidas, que fazem o
pórticodeformar-se por flexão das barras, já os pórticos indeformáveis possuem conexões
flexíveise o deslocamento dos nós, que decorre da deformação axial das barras, pode ser
desprezado. Quando a ação de vento é considerada devem ser travados em cruz, X, Y ou em
K.
A rigidez das barras à deformação axial é muito maior que a rigidez à deformação por
flexão, assim resultando em barras menores e mais leves para o sistema de pórtico
indeformável.

Figura 12- Pórtico deformável e indeformável

Para garantir a estabilidade do equilíbrio de um pórtico plano deve-se enrijecer uma


ligação, transformando-o em pórtico deslocável isostático, ou mais ligações, deixando o
pórtico deslocável hiperestático. Porém, o aumento das ligações rígidas, acarreta em um custo
maior devido ao aumento de material, como parafusos, soldas e chapas de ligação, e ao
aumento dos trabalhos de fabricação e montagem da conexão.
24

Outra forma de garantir a estabilidade é acrescentar elementos de travamento no


interior do pórtico transformando-o em um pórtico isostático indeformável. Apenas uma barra
diagonal é o suficiente, mas ela seria solicitada a tração e a compressão variando de acordo
com o sentido do vento. O modo mais usual e econômico é o travamento em X com duas
barras na diagonal, tornando o pórtico isostático e indeformável, assim a estrutura fica mais
simples de ser calculada, fabricada e montada, e ainda utilizando menor quantidade de
material. Nesse caso as barras diagonais no interior do pórtico terão de resistir somente à
tração solicitada pelo vento em ambos os sentidos.

2.5. Cargas Solicitantes em Edifícios

Devem ser consideradas todas as ações solicitadas na estrutura para o cálculo da


resistência da mesma, que deve superar esse conjunto de ações através da combinação mais
desfavorável.

2.5.1. Cargas Permanentes

As cargas permanentes são as cargas de todos os materiais que compõe o peso próprio
da estrutura, desde lajes, vigas e pilares até coberturas e acabamentos.Atabela 1 da NBR
6120(Anexo1) possui os pesos específicos aparentes dos materiais mais utilizados em
edifícios para o cálculo do peso próprio na estrutura destes materiais.

2.5.2. Cargas acidentais

São as sobrecargas variáveis na estrutura como o peso das pessoas, móveis, objetos
estocados. A NBR 6120 possui valores mínimos de cargas acidentais de acordo com o tipo de
edificação, como é mostrado no Anexo 2.

2.5.3. Cargas devidas ao vento


25

O vento não é um problema em construções baixas e pesadas com paredes grossas,


porém em estruturas esbeltas passa a ser uma das ações mais importantes a determinar no
projeto de estruturas. As considerações para determinação das forças devidas ao vento são
regidas e calculadas de acordo com a NBR 6123/1988 “Forças devidas ao vento em
edificações”.

2.5.4. Combinação de Ações

Conforme NBR 8800, para os estados limites últimos as combinações normais e


combinações aplicáveis a etapas construtivas são calculadas pela equação:

(1)

Onde:
Q = ação variável predominante para o efeito analisado
1
Q = demais ações variáveis
j
= coeficientes de ponderação das ações permanentes
g
= coeficientes de ponderação das ações variáveis
q
ψ = fatores de combinação

Os valores de e ψ são obtidos através das Figuras 13 e 14 abaixo, onde os valores


entre parênteses correspondem a valores para ações permanentes favoráveis:

Figura 13 –Coeficientes de ponderação (Fonte: NBR8800/86)


26

Figura 14 –Fatores de combinação (Fonte: NBR8800/86)

Para estruturas de até dois andares, as solicitações de cálculo podem ser determinadas
por análise plástica, ignorando-se os efeitos de segunda ordem.

2.6. Dimensionamentode Estruturas de Aço

Para realizar o projeto estrutural deve ser realizada uma análise do projeto
arquitetônico, fazendo a escolha dos tipos de perfis que serão utilizados e do tipo de ligação
que os elementos terão entre si. Deve-se ter muito cuidado com esta fase do projeto, pois
algum erro pode causar um prejuízo econômico.
Para aços em geral a NBR8800 adota os seguintes valores para as propriedades
mecânicas do aço na faixa normal de temperaturas atmosféricas:
• Módulo de elasticidade: E = 205,000 Mpa;
• Coeficiente de Poisson: νa= 0,3;
-6 0
• Coeficiente de dilatação térmica: β = 12 x 10 por C;
• Peso específico, γ = 77 kN/m³.
a
O dimensionamento deve considerar o estado limite último (ELU) e o estado limite de
serviço (ELS).Os estados limites últimos relacionam a segurança da estrutura sujeita as
combinações mais desfavoráveis previstas durante sua vida útil, e os estados limites de
serviço estão relacionados com o desempenho da estrutura sob condições normais de serviço,
ou seja, condições de aparência e conforto.
Para a verificação da estrutura, pelo estado limite último, a resistência de cálculo de
cada componente da estrutura deve ser igual ou superior asolicitação de cálculo.

2.6.1. Verificação da Flambagem Local da Mesa e da Alma

O valor da relação largura / espessura das almas e das mesas dos perfis metálicos
devem sempre ser menores que o valor encontrado no Anexo 3 -Valores limites das relações
largura/espessura, o qual apresenta valores conforme o caso e a classe especificados no anexo.
• Flambagem Local da Mesa:
27

(2)
Onde:
b = largura da mesa
em = espessura da mesa

• Flambagem Local da Alma:

(3)
Onde:
H= altura do perfil
H – 2em = altura da alma
ea = espessura da alma

2.6.2. Dimensionamento de Barras Comprimidas

A resistência de cálculo para barras prismáticas axialmente comprimidas sujeitas a


flambagem por flexãoé dada por , onde é o coeficiente de resistência, com valor
igual a 0,9 e é a resistência nominal. Essa resistência é obtida através da fórmula:

(4)

Parâmetrode redução obtido através das curvas de flambagem;


Igual a 1 para seções cujos elementos possuem relações b/t igual ou inferiores as
dadas no Anexo 2 para seções classe 3,solicitadas por esforço normal;
Área da seção bruta;
Coeficiente de escoamento do aço, para aço ASTM A-36 .

O valor da resistência de cálculo ( ) deve ser igual ou superior à carga de


compressão solicitada ( ) multiplicada pelo coeficiente de ponderação ( ) relativo à
combinação de ações usada.
Então, o dimensionamento de barras comprimidas deve atender a relação:

(5)

Para obter o parâmetro pelas curvas de flambagem, (Anexo 4), encontra-se o


parâmetro de esbeltez da barra através da equação:
28

(6)
: parâmetro de esbeltez;
: parâmetro de flambagem;
: raio de giração relativa a um dos eixos da secção transversal do perfil;
: módulo de elasticidade do aço.

O parâmetro de flambagem "K" de um pilar depende de suas condições de


extremidade e pode ser determinado pela tabela da NBR8800/86 ilustrada abaixo pela Figura
15.

Figura 15– Valores de K

Para barras o comprimidas, o índice de esbeltez limite ( ) não pode ultrapassar o


valor 200. Esse índice é definido como sendo a relação entre o comprimento efetivo de
flambagem e o raio de giração que for aplicável. O comprimento efetivo "KL", igual ao
comprimento real não contraventado da barra "L" multiplicado por um fator "K", pode ser
interpretado como sendo igual ao comprimento de uma barra comprimida com extremidades
rotuladas, cuja seção transversal e cuja resistência à flambagem sejam iguais à da barra real.
A análise plástica é permitida se o parâmetro de esbeltez ( ) não ultrapassar 1,4K.

2.6.3. Resistencia de cálculo de barras fletidas devido ao momento fletor


29

Aplicado para seções transversais “I”, “H” e caixão duplamente simétricas, tubulares
de seção circular, “U” simétrica em relação ao eixo perpendicular à alma, todas contendo
apenas elementos com relações “b/t” iguais ou inferiores às dadas no Anexo3para seções
classe 2. Também seções cheias, podendo ser redondas, quadradas ou retangulares. O
carregamento deve sempre estar em um plano de simetria, exceto no caso de perfis “U”
fletidos em relação ao eixo perpendicular a alma, quando o plano de carregamento deve
passar pelo centro de torção.
O valor da resistência de cálculo ( ) deve ser igual ou superior à carga de
compressão solicitada ( ) multiplicada pelo coeficiente de ponderação ( ) relativo à
combinação de ações usada. Então, o dimensionamento de barras fletidas deve atender a
relação:

(7)

Quando a determinação de esforços solicitantes, deslocamentos e flechas é feita com


base no comportamento elástico não pode ser usado resistência nominal ao momento fletor
maior do que 1,25 Wf , sendo “W” o módulo resistente elástico mínimo da seção.
Para uma primeira aproximação do perfil a dimensionar pode-se calcular o módulo de
resistência elástico necessário através da equação:

(8)

2.6.3.1. Vigas com contenção lateral contínua e vigas cujas


seções o estado limite de flambagem lateral com torção não se
aplica.

Neste caso, a resistência de cálculo ao momento fletor é dada por “ ”, onde φ =


b
0,90 e a resistência nominal “ ”.

(9)

= módulo resistente plástico relativo ao eixo de flexão;


= limite de escoamento do aço.

2.6.3.2. Vigas com contenção lateral descontínua


30

Nesse caso as vigas estão no estado limite de flambagem lateral com torção. Para
seções com I ≠ I , fletidas em relação ao eixo de maior inércia, a resistência de cálculo ao
x y
momento fletor é dada por “ ”, onde = 0,90 e “ ” é a resistência nominal calculada
conforme a relação do comprimento sem contenção lateral “Lb” com os comprimentos “Lp” e
“Lr”,para seções “I” e “H”, mostrados a seguir:

(10)

(11)

(12)

Para Lb < Lp: (13)

Para Lp < Lb < Lr: (14)


Para Lb > Lr : (15)

Onde:

(16)

(17)

(18) (19)

= módulo resistente elástico relativo ao eixo de flexão;


= raio de giração, relativo ao eixo de menor inércia, da seção formada pela mesa
comprimida mais 1/3 da região comprimida da alma;
d = distância entre faces externas das mesas (altura da seção);
= área da mesa comprimida;
= tensão residual, considerada igual a 115 MPa;
= raio de giração da seção transversal relativo ao eixo de menor inércia;

(20), onde “M ” é o menor e “M ” o maior dos dois


1 2
momentos fletores de cálculo nas extremidades do trecho não contido lateralmente. A relação
31

M1/M2 é positiva quando esses momentos provocarem curvatura reversa, e negativa em caso
de curvatura simples. Quando o momento fletor em alguma seção intermediária for superior,
em valor absoluto, a M1 e M2, Cbdeve ser tomado igual a 1,0, assim como, no caso de
balanços.

2.6.4. Resistência de cálculo de vigas fletidasà força cortante em relação ao


eixo perpendicular a alma devido

A resistência de cálculo a força cortante ( de almas de perfis “I”, “H”, “U”,


pela NBR 8800:2008, é calculada conforme as relações abaixo:

Para , tem-se (21)

Para , tem-se (22)

Para , tem-se (23)

(24)

(25)

(26)
, para almas sem enrijecedores transversais, para a/h 3 ou para
a/h (29)

,para a/h < 1(27)

Onde:
(30);
:área efetiva de cisalhamento;
H: altura total da seção transversal;
a : distância entre linhas de centro de dois enrijecedores transversais adjacentes;
h :altura livre da alma entre mesas;
: espessura da alma.

2.6.5. Verificação para o estado limite de serviço.


32

As deformaçõesverticais das vigas, ou seja, as flechas podem ser calculadas através


das equações abaixo.
Para carga distribuída:

(31)

Figura 16 – Diagramas para carga distribuída

Para carga concentrada:

(32)

Figura 17 – Diagramas para carga concentrada

E não devem superar o deslocamento máximocalculado (ANEXO 5):

(33)

2.7. Software para dimensionamento de estruturas de concreto armado


33

O software de dimensionamento de estruturas em concreto armado Eberick V8, da


empresa AutoQI, usa as normas brasileiras vigentes para os cálculos como a NBR 6118:2007-
Projeto de estruturas de concreto eNBR 6123:1988- Forças devido aos ventos.
O programa realiza o dimensionamento de toda a estrutura baseado no lançamento dos
elementos (vigas, pilares, lajes, etc.) pelo projetista que executa esse lançamento através do
projeto arquitetônico importado para o programa. Após o lançamento da estrutura, o programa
executa um processamento, conferindo a resistência de cada elemento, calculando as flechas
das vigas e lajes, executando o cálculo das armaduras e gerando prantas de formas. Também é
gerado o detalhamento de cada elemento da estrutura, resumo de materiais e memoriais de
cálculo.AFigura 18 abaixo mostra a interface do programa.

Figura 18 – Interface do programa EberickV8

As estruturas de concreto armado devem apresentar requisitos de qualidade da


estrutura como: capacidade resistente, que consiste na segurança à ruptura; desempenho em
serviço, onde a estrutura deve manter-se em condições plenas de utilização durante sua vida
útil, e durabilidade, que é a capacidade da estrutura resistir às influências ambientais previstas
e definidas no projeto.
Nos projetos estruturais, a agressividade ambiental deve ser classificada de acordo
com a tabela 6.1 da NBR6118/2014 (Anexo6) e pode ser avaliada, simplificadamente,
segundo as condições de exposição da estrutura ou de suas partes.
As estruturas de concreto devem ser projetadas e construídas de modo que, sob as
condições ambientais previstas na época do projeto, conservem sua segurança, estabilidade e
aptidão em serviço durante o prazo correspondente à sua vida útil. Para isso adota-seas
relações expressas no Anexo7, pois há existência de uma forte correspondência entre a
relação água/cimento e a resistência à compressão do concreto e sua durabilidade.
34

O risco e a evolução da corrosão do aço na região das fissuras de flexão transversais à


armadura principal dependem essencialmente da qualidade e da espessura do concreto de
cobrimento da armadura.Para garantir o cobrimento mínimo (cmín), o projeto e a execução
devem considerar o cobrimento nominal (cnom), que é o cobrimento mínimo acrescido da
tolerância de execução (∆c). Assim, as dimensões das armaduras e os espaçadores devem
respeitar os cobrimentos nominais, estabelecidos na tabela 7.2 da NBR6118 (Anexo 8), para
∆c= 10 mm.

3. METODOLOGIA

Esta monografia será baseada no dimensionamento de uma edificação comercial em


estrutura metálica e em concreto armado, realizando um estudo comparativo direcionado aos
custos destas estruturas. Para a estrutura metálica será demonstrado um roteiro de cálculode
acordo com notas de aula e normas técnicas (NBR8800, NBR6118 e NBR6120). A estrutura
de concreto será dimensionada através do software de cálculo Eberick V8, para estruturas em
concreto armado, da empresa AutoQI.
A edificação comercial a ser dimensionada é um laboratório de conforto pertencente à
Universidade Franciscana (UNIFRA), na cidade de Santa Maria - RS.Trata-se de uma
edificação já existente, em estrutura metálica, porém o dimensionamento neste trabalho
descrito não corresponde ao já existente, e sim a um novo dimensionamento para fins de
estudo acadêmico.
NasFiguras 19, 20, 21, 22 e 23,pode-sever as plantas baixas dos pavimentos subsolo,
térreo, superior e também os cortes.
35

Figura 19 – Planta baixa do pavimento subsolo


36

Figura 20 - Planta baixa do pavimento térreo


37

Figura 21 – Planta baixa do pavimento superior


38

Figura 22 – Corte A-A

Figura 23 – Corte B-B


39

3.1. Cargas solicitantes na estrutura

Para as cargas permanentes em ambas as estruturas foram consideradas todas as


paredes externas de alvenaria, as paredes internas como divisórias leves e as lajes pré-
moldadas treliçadas (devido aos vãos). Então:
• Peso próprio da parede de alvenaria: 1300 kgf/m³ * 0,2 m* 3,1m= 806,00
kgf/m
• Peso próprio da laje + revestimento: 200 kgf/m² + 100 kgf/m² = 300 kgf/m²

As cargas variáveis serão calculadas através dos valores mínimos das cargas verticais
apresentadas noAnexo2.
Então, nos locais dos laboratórios a carga acidental é de 300 kgf/m² e nas salas de uso
geral e banheiros foi considerado 200 kgf/m² mais 100 kgf/m², que é o valor mínimo que a
norma recomenda para os locais com divisórias leves. Assim, tem-se uma carga acidental de
300 kgf/m² para toda a edificação.

3.2. Dimensionamento da edificação em estrutura metálica

3.2.1. Considerações de projeto

Para vigas e pilares, optou-se pelo perfil laminado I Padrão Americanoda


CSN(Companhia Siderúrgica Nacional) composto por aço ASTM A-36 (Figura 24).
40

Figura 24 – Perfil I padrão americano(Fonte:CSN)


41

As conexões serão flexíveis parafusadas através de cantoneiras (Figura 25).

Figura25- Conexões flexíveis parafusadas(Adaptado de Luiz Andrade de Matos Dias,2006)

NasFiguras 26, 27 e 28a seguir, tem-se a configuraçãoinicial dos pilares e vigas com a
direção das lajes, as quais são apoiadas apenas nas vigas que estão no sentido horizontal.

Figura 26 – Forma do pavimento subsolo


42

Figura 27 - Forma do pavimento térreo


43

Figura 28 - Forma do pavimento superior e cobertura


44

3.2.2. Dimensionamento das vigas dos pavimentos subsolo, térreo e superior

Como a laje pré-moldada é unidirecional, foi calculado dois perfis de viga para a
estrutura, um para o grupo de vigas na direção horizontal, que suportam a carga das lajes, e
outro para o grupo de vigas na direção vertical, que suportam apenas as cargas das paredes
externas.
Para obter perfis com resistências compatíveis a todas as vigas dentro de cada grupo,
foi escolhidapara o dimensionamento a viga mais solicitada de cada grupo, ou seja, foi
escolhida a viga mais solicitada das vigas que recebem a carga da laje e a viga com maior vão
das que apenas rebem a carga de parede externa.

3.2.2.1. Dimensionamento das vigas que recebem a carga das paredes externas.

Para o dimensionamento das vigas que não recebem a carga das lajes, mas apenas das
paredes externas da edificação, foi escolhida a viga V20 do pavimento térreo (ou V18 do
superior), para o cálculo, pois possui o maior vão dentre elas, totalizando 520 cm. A carga de
parede foi considerada com a altura do pé-direito, ou seja, não foram descontadas as
aberturas.

• Cargas Solicitantes:Peso próprio da parede de alvenaria: 1300 kgf/m³ * 0,2 m*


3,1m= 806,00 kgf/m

Figura 29 – Carregamento da viga V20

• Momento máximo:

(35)
45

• O pré-dimensionamento foi feito através do módulo de resistência elástico


necessário:

Primeiramente foi escolhido o perfil I-203x27,3 com ,que não passou


na verificação da resistência de cálculo ao momento fletor, então se tentou os perfis I-
203x30,5 e I-203x34,3, os quais também não passaram na verificação, tendo sido aprovado o
perfil I-203x38.Características do perfil I-203x38:
• Massa nominal: 38 kg/m
• Área: 48,3 cm²
• Altura: H=203,2 mm
• Largura: b=108,3 mm
• Espessura média: em=10,79 mm
• Espessura da Alma: ea=13,5 mm
• H/(b* em)=1,74 cm-1
• Inércia em relação ao eixo x: Ix= 2860 cm4
• Raio de giração em relação ao eixo y: 2,00 cm
• Raio de giração da seção T: rt=2,52cm
• Módulo de resistência elástico em relação ao eixo x: Wx=282 cm³

Em seguida foram feitas as verificações:

• Flambagem local da mesa: Essa verificação é feita através da tabela do Anexo 3 -


Valores limites das relações largura/espessura. Para seção I tem-se o caso 1, e para
a verificação à flexão, classe 2.

 OK!
• Flambagem local da alma: Essa verificação também é feita pelo ANEXO 3. Para
seção I tem-se o caso 5, e para a verificação à flexão, classe 2.
46

 OK!
• Resistencia de cálculo ao momento fletor: As vigas dimensionadas não possuem
contenção lateral contínua, pois as lajes são simplesmente apoiadas nelas (Figura
30), então, as vigas estão no estado limite de flambagem lateral com torção (Lb>0).

Figura 30 – Laje simplesmente apoiada sobre viga metálica

Lb= 520 cm > 0 = = 100,22 cm

Lb > Lp

Lb > LrMn= Mcr


47

OK!

• Deformação vertical (flecha):

OK!

Então, o perfil metálico I-203x38 foi aprovado.

3.2.2.2. Dimensionamento das vigas que recebem a carga da laje.

Para este caso, foi calculada a carga solicitante da viga V2 e da viga V9 do pavimento
térreo para selecionar qual delas possui o maior momento, pois a V2 tem carga
extra,proveniente da parte da escada que a viga V15 sustenta, mas a viga V9 possui maior
área de influência, como mostra a Figura 31.
48

Figura 31 – Áreas de influencia das vigas V2 e V9

• Viga V2:
o Laje pré-moldada treliçada: 200 kgf
o Revestimento: 100 kgf
o Carga Acidental: 300 kgf/m²
o Área de Influencia: 23,04 m² + 13,09 m² = 36,13 m²
o Carga Distribuída: (36,13*(200+100+300)) / 9,6 = 2258,12 kgf/m
o Carga Concentrada:
Peso próprio da escada apoiada na V15:
(500kgf*1,33m²) /2,4m=277,08 kgf/m
Peso próprio da V12 e V15 = 38,00 kgf/m
Carga concentrada na viga V2:
(277,08*1,2m)+(38*(1,2+2,4m))=469,3 kgf
49

Figura 32– Carregamento da viga V2

o Momento máximo:
R1 + R2 = 469,3 + 2218,12 * 9,6 = 21763,2 kgf
M1= 0  R2 = ((2218,12 * 9,6 * 4,8) + (469,3 * 6,05))/9,6 = 10942,7 kgf
R1 = 21763,2 - 10942,7 = 10820,5 kgf
Mmáx= (10820,5 * 4,8)-(2218,12 * 4,8 * 2,4) = 26385,7 kgf

• Viga V9:
o Laje pré-moldada treliçada: 200 kgf
o Revestimento: 100 kgf
o Carga Acidental: 300 kgf/m²
o Área de Influencia: 23,04 m² + 22,32 m² = 45,36 m²
o Carga Distribuída: (45,36*(200+100+300)) / 9,6 = 2835,00 kgf/m
o Carga Concentrada:
Peso próprio da V24 e V28 = 38,00 kgf/m
Carga aplicada na V9: 38*(2,325+2,4))= 179,55kgf

Figura 33 – Carregamento da viga V9

o Momento máximo:
50

R1 + R2 = 179,55+ 2835,00 * 9,6 = 27395,55kgf


M1 = 0  R2 = ((2835,00 * 9,6 * 4,8) + (179,55* 6,05))/9,6 = 13721,15kgf
R1 = 27395,55 - 13721,15 =13644,4 kgf
Mmáx= (13644,4 * 4,8)-(2835,00 * 4,8 * 2,4) = 32833,92kgf

Escolheu-se, então, a viga V9 para o dimensionamento, pois possui o maior momento


solicitante.
O dimensionamento da viga V9 não teve êxito, pois mesmo usando o perfil I padrão
americano mais resistente da tabela da CSN, este não passou na verificação da resistência de
cálculo ao momento fletor. Dessa maneira, foi usada outra configuração de vigasa fim de
diminuir o vão das vigas V2 e V9 com a inserção de uma viga secundária na metade do maior
vão, como mostram asFiguras 34, 35 e 36 abaixo.

Figura 26 – Forma do pavimento subsolo


51

Figura 27 - Forma do pavimento térreo


52

Figura 28 - Forma do pavimento superior e cobertura


53

As vigas foram renomeadas, então a viga V20 calculada anteriormente passa a ser a viga V21.

• Viga V9: Recalculou-se as novas cargas concentradas e o novo momento fletor.


o Carga Concentrada:
Peso próprio da V25, V28 e V29 = 38,00 kgf/m
Carga aplicada na V9: 38*(2,325+2,4))= 179,55kgf
38*2,4= 91,2 kgf

Figura 37– Carregamento da viga V9

o Momento máximo:
R1 + R2 = 179,55+91,2+ 2835,00 * 9,6 = 28916,19 kgf
M1 = 0  R2 = ((2835,00 * 9,6 * 4,8) + (179,55* 6,05)) + (91,2*3,025)/ 9,6 = 14464,6kgf
R1 =14451,58 kgf
Mmáx= (14451,58 * 4,8) - (2835,00 * 4,8 * 2,4) - (91,2*1,775) = 34831,17 kgf

• Pré-dimensionamento:

A escolhamais aproximada foi o perfil I-508X121,2 com Wx = 2430 cm³.


Características do perfil I-508x121,2:
o Massa nominal: 121,2 kg/m
o Área: 161,3 cm²
o Altura: H = 508,0 mm
o Largura: b = 177,8 mm
54

o Espessura média: em= 23,3 mm


o Espessura da Alma: ea= 15,2 mm
o H/(b* em) = 1,23 cm-1
o Inércia em relação ao eixo x: Ix= 616400,0 cm4
o Raio de giração em relação ao eixo y: ry = 3,48 cm
o Raio de giração da seção T: rt= 4,29cm
o Módulo de resistência elástico em relação ao eixo x: Wx= 2430,0 cm³
o Módulo de resistência plástico: Z= 2547,0 cm

Verificações:
• Flambagem local da mesa: Para seção I tem-se o caso 1, e para a verificação à
flexão, classe 2.

 OK!

• Flambagem local da alma: Para seção I tem-se o caso 5, e para a verificação à


flexão, classe 2.

OK!

• Resistencia de cálculo ao momento fletor: As vigas dimensionadas não possuem


contenção lateral contínua, pois as lajes são simplesmente apoiadas nelas, então,
as vigas estão no estado limite de flambagem lateral com torção (Lb>0).

Lb = 302,5 cm > 0  =

Lb > Lp

OBS:  
55

Lp <Lb <Lr

O momento máximo foi recalculado para considerar o peso próprio do perfil metálico.

Carga distribuída: 2835 kgf/m + 121,2 kgf/m = 2956,2 kgf/m


R1 + R2 = 179,55+91,2+ 2956,2 * 9,6 = 28916,19 kgf
M1 = 0  R2 = ((2956,2 * 9,6 * 4,8) + (179,55* 6,05)) + (91,2*3,025) / 9,6 = 14332,0 kgf
R1 =14318,6kgf
M= (14318,6 * 4,8) - (2956,2 * 4,8 * 2,4) - (91,2*1,775) =34512,07 kgfm
M=34512,07 kgfm

OK!

Então, o perfil I-508x121,2 resistiu à solicitação de momento fletor.

• Resistência de cálculo a força cortante: A resistência de cálculo a força cortante


da alma de perfis “I”( ) é obtida através das relações abaixo.Pelas
características do perfil I-508x121,1 sabe-se que:
Altura da seção transversal: H= 508 mm
Altura livre da alma: h = 508- 2*23,3 = 461,4 mm
Espessura da alma: tw= 15,2 mm
K= 5, pois as almas não possuem enrijecedores transversais
56

Como , tem-se

= R2 =14332,0 kgf

>

Então o perfil I-508x121,2 foi aprovado.

• Deformação vertical (flecha):

OK!

Então, o perfil I 508x121,2 foi aprovado.

3.2.3. Dimensionamento das vigas da cobertura

Como a sobrecarga diminuiu consideravelmenteno pavimento cobertura, foi feito um


novo dimensionamento para as vigas deste pavimento, a fim de evitar um
superdimensionamento.

3.2.3.1. Vigas que recebem a carga da parede externa

• Cargas Solicitantes:
57

Peso próprio da parede de alvenaria: 1300 kgf/m³ * 0,2 m* 1,5m= 390 kgf/m

• Momento máximo:

• O pré-dimensionamento foi feito através do módulo de resistência elástico:

Primeiramente foi escolhido o perfil I- 52X18,5 com , mas apenas na


tentativa com o perfil I-152x25,7, com , a verificaçãoda resistência de cálculo
ao momento fletor teve êxito.Características do perfil I-152x25,7:
o Massa nominal: 25,7kg/m
o Área: 32,7 cm²
o Altura: H=152,4 mm
o Largura: b=90,6 mm
o Espessura média: em=9,11mm
o Espessura da Alma: ea=11,8 mm
o H/(b* em)=1,85 cm-1
o Inércia em relação ao eixo x: Ix= 1095 cm4
o Raio de giração em relação ao eixo y: 1,72 cm
o Raio de giração da seção T: rt=2,14cm
o Módulo de resistência elástico em relação ao eixo x: Wx= 144 cm³

Verificações:
• Flambagem Local da Mesa: Para seção I tem-se o caso 1, e para a verificação à
flexão, classe 2.

 OK!
58

• Flambagem Local da Alma: Para seção I tem-se o caso 5, e para a verificação à


flexão, classe 2.

 OK!

• Resistencia de Cálculo ao Momento Fletor: As vigas dimensionadas não


possuem contenção lateral contínua, pois as lajes são simplesmente apoiadas
nelas, então, as vigas estão no estado limite de flambagem lateral com torção
(Lb>0).

Lb = 520 cm > 0  =

Lb > Lp

Lb > Lr Mn= Mcr

Novo momento com o peso próprio da viga:

q= 309+25,7 = 334,7 kgf/m


59

OK!

• Deformação vertical (flecha):

OK!

Então, o perfil metálico I-152x25,7 foi aprovado.

3.2.3.2. Vigas que recebem a carga da laje.

• Viga V9 da cobertura:
o Laje pré-moldada treliçada: 200 kgf
o Revestimento: 0 kgf
o Carga Acidental: 50 kgf/m²
o Área de Influencia: 23,04 m² + 13,09 m² = 36,13 m²
o Carga Distribuída: (36,13*(200+50)) / 9,6 = 940,88 kgf/m
o Carga Concentrada:
Peso próprio da V14 =25,70 kgf/m
Carga concentrada na viga V2:
25,7*(1,2+2,4m))= 92,52 kgf
25,7*(2,4m))= 61,68 kgf

• Momento máximo:
R1 + R2 = 92,52 +61,68+ 940,88 * 9,6 = 9186,65 kgf

M1 = 0  R2 = ((940,88 * 9,6 * 4,8) + (92,52 *


6,05)+(61,68*3,025))/9,6 = 4593,97 kgf
R1 = 9186,65 - 4593,97 = 4592,68 kgf
Mmáx= (4592,68 * 4,8)-(940,88 * 4,8 * 2,4) = 11205,93 kgf
60

Mmáx=11205,93 kgf
• Pré-dimensionamento:

Primeiramente escolheu-se o perfil I-305x67 com Wx = 785 cm³, mas apenas com o
perfil I-305x81,9 (Wx = 881 cm³) obteve-se êxito na verificação da resistência ao momento
fletor. Características do perfil:
• Massa nominal: 81,9 kg/m
• Área: 104,3 cm²
• Altura: H = 304,8 mm
• Largura: b = 142,2mm
• Espessura média: em = 16,74mm
• Espessura da Alma: ea = 20,6 mm
• H/(b* em) = 1,28cm-1
• Inércia em relação ao eixo x: Jx= 13430 cm4
• Raio de giração da seção T: rt= 3,34 cm
• Módulo de resistência elástico em relação ao eixo x: Wx = 881 cm³
• Módulo de resistência plástico: Z = 938 cm

Verificações:

• Flambagem Local da Mesa: Para seção I tem-se o caso 1, e para a verificação à


flexão, classe 2.

 OK!
• Flambagem Local da Alma: Para seção I tem-se o caso 5, e para a verificação à
flexão, classe 2.

OK!
• Resistencia de Cálculo ao Momento Fletor:
61

Lb = 355 cm > 0  =

Lb > Lp

OBS:  

Lp < Lb < Lr

O momento máximo foi recalculado para considerar o peso próprio do perfil metálico.

Carga distribuída: 940,88 kgf/m + 81,9 kgf/m = 1022,78 kgf/m


R1 + R2 = 92,52 +61,68+ 1022,78 * 9,6 = 9972,89 kgf

M1 = 0  R2 = ((1022,78 * 9,6 * 4,8) + (92,52 * 6,05)+(61,68*3,025))/9,6 = 4987,09 kgf


R1 = 9972,89 - 4987,09 = 4985,80 kgf
Mmáx= (4985,80 * 4,8) - (1022,78 * 4,8 * 2,4) = 12039,94 kgf
M=12039,94 kgf

OK!
62

Então, o perfil resistiu à solicitação de momento fletor.

• Resistência de cálculo a força cortante: A resistência de cálculo a força cortante


da alma de perfis “I”( ) é obtida através das relações abaixo.Pelas
características do perfil I-305x81,9 sabe-se que:
Altura da seção transversal: H= 304,8 mm
Altura livre da alma: h = 304,8- 2*16,74 = 271,32 mm
Espessura da alma: tw= 20,6 mm
K= 5, pois as almas não possuem enrijecedores transversais

Como , tem-se

= R2 =4987,09 kgf

>

Então o perfil I-305x81,9 foi aprovado.

• Deformação vertical (flecha): Para vigas da cobertura a flecha máxima pode


ser considerada L/250 conforme Anexo 5.

OK!
63

Assim sendo, todas as vigas encontram-se dimensionadas e os seus respectivos perfis


estão relacionados no Quadro 1 abaixo.

Pavimentos Vigas Perfil Metálico


V1, V2, V3, V4, V5 I- 508 x 121,2
Subsolo
V6,V8,V9,V10,V11,V12 I - 203 x38
V1, V2, V3, V4, V5,V6,V7,V8,V9,V10 I- 508 x 121,2
Térreo V11, V12, V13, V14, V15, V16, V17, V18,V19, V20, V21,
I - 203 x38
V22, V23, V24, V25, V26, V27, V28, V29, V30
V1, V2, V3, V4, V5,V6,V7,V8,V9 I- 508 x 121,2
Superior V10, V11, V12, V13, V14, V15, V16, V17, V18,V19, V20,
I - 203 x38
V21, V22, V23, V24, V25, V26, V27, V28
V1, V2, V3, V4, V5,V6,V7,V8,V9 I-305x81,9
Cobertura V10, V11, V12, V13, V14, V15, V16, V17, V18,V19, V20,
I - 152 x 25,7
V21, V22, V23, V24, V25, V26
Quadro 1 – Relação das vigas metálicas

3.3. Dimensionamento dos pilares

Foi considerado, para o cálculo de dimensionamento do perfil, o pilar mais solicitado,


ou seja, o pilar P3. O perfil metálico dimensionado para o pilar mais solicitado será usado
para todos os outros pilares.

3.3.1. Cargas solicitantes

A carga solicitante normal do pilar foi determinada através da soma das reações das
vigas referentes ao apoio do pilar P3.

3.3.1.1. Pavimento térreo:

• Viga V2: R1= 10820,5 + (4,8*121,2) = 11402,26 kgf


• Viga V11 + V15: R1 = (2,4+2,2) (806+38)= 3882,4 kgf

3.3.1.2. Pavimento superior:


64

• Viga V2:
o Peso próprio: 121,2 kgf
o Área de Influencia: 23,04 m² + 21,12 m² = 44,16 m²
o Carga Distribuída: (44,16 *(200+100+300) + 121,2) / 9,6 = 2760,0
kgf/m
o Carga Concentrada:
Peso próprio da V12 e V13 = 38,00 kgf/m
Carga concentrada da V12 = 38*(2,4) = 91,2 kgf
Carga concentrada da V13 = 38*(2,2 + 2,4) = 174,8 kgf

R1 + R2 = 174,8 + 91,2 + 2760,0 * 9,6 = 26762,0 kgf


M1 = 0  R2 = ((2760,0* 9,6 * 4,8) + (174,8 * 6,05) + (91,2*3,025))/9,6 = 13386,9 kgf
R1 = 26762,0 - 13386, 9 = 13375,1 kgf
R1 = 13375,1 kgf

• Viga V15 + V11:


R1 = (2,4+2,2) (806+38)= 3882,4 kgf
R1 = 3882,4 kgf

3.3.1.3. Cobertura

• Viga V2: Foi usada a reação da viga V9, pois as cargas solicitantes
possuem diferenças muito pequenas.
R1= 4985,80 kgf

• Viga V10 + V13: R1 = (2,4+2,2) (309+ 25,7)=1539,62 kgf

3.3.1.4. Total:

O somatório das cargas dos pavimentos resultou em aproximadamente 40000 kgf.

11402,26 + 3882,4 + 13375,1 + 3882,4 + 4985,80 + 1539,62 = 39067,6 Kgf

Para fins práticos e em virtude da segurança, foi considerada uma carga de 40000,00
kgf para o dimensionamento dos pilares.
65

3.3.2. Pré-dimensionamento

O pré-dimensionamento foi realizado pelo índice de esbeltez limite, o qual não pode
ser superior a 200.

O valor de k é encontrado no Anexo 9, e como foi considerado o pilar bi rotulado,


tem-se k=1.
O pé-direito dos pavimentos é de 310 cm e a laje possui 15cm, como se pode ver na
Figura 38, então, o comprimento real de eixo a eixo da laje é 325 cm.

Figura 38 – Detalhamento do comprimento real L

Como o r mínimo necessário possui o valor de 1,625, as verificações foram iniciadas


com o perfil I-152x18,5 que possui ry = 1,79. Mas com esse perfil obteve-se um valor
resistente muito menor que o solicitante na verificação da resistência de cálculo, então apenas
com o perfil I-305x60,6 a condição da resistência de cálculo foi satisfeita. Características do
perfil I-305x60,6:
66

• Massa nominal: 60,6kg/m


• Área: 77,3 cm²
• Altura: H =304,8 mm
• Largura: b = 133,4 mm
• Espessura média: em =16,14 mm
• Espessura da Alma: ea = 11,7 mm
• Raio de giração em relação ao eixo y: ry = 2,26cm
• Raio de giração em relação ao eixo y: ry = 9,35 cm
• Módulo de resistência elástico em relação ao eixo x: Wx = 522 cm³

3.3.3. Verificações

• Flambagem local da mesa: Para seção I tem-se o caso 1, e para a verificação à


compressão, classe 3.

 OK!

• Flambagem local da alma: Para seção I tem-se o caso 5, e para a verificação à


compressão, classe 3.

OK!

• Resistencia de cálculo:

Onde:

Q=1

O parâmetro é encontrado através das curvas de flambagem pelo parâmetro de


esbeltez:

A curva de flambagem a ser observada foi definida de acordo com a tabela 3 da


NBR8800(ANEXO 4).
67

Como o perfil metálico escolhido foio perfil padrão americano I (laminado) possuindo
t 40mm e d/b= 304,8/133,4 = 2,28>1,2, então,a curva “a” foi encontrada para o eixo x-x e
a curva“b” para o eixo y-y, conforme a Figura 39 abaixo.

Figura 39 – Curvas de flambagem

Após, os valores de e foram encontrados nas tabelas dos valores das curvas de
flambagem, através do e calculados abaixo.

Curva a 
Curva b 

É utilizado o menor dos valores de para o cálculo da resistência do perfil,


favorecendo a segurança.

 OK!

Assim, será usado o perfil I-305x60,6 para todos os pilares da edificação.

3.2. Dimensionamento da estrutura de concreto armado

O dimensionamento da estrutura de concreto armado foi realizado através do software


Eberick V6 da empresa AutoQI.Antes do lançamento da estrutura, foram definidas a classe de
68

agressividade ambiental como classe II (moderada) e a resistência do concreto de 30 MPa,


como mostra a Figura 40.

Figura 40 – Configuração dos materiais no Eberick


Durante o lançamento da estrutura foram incluídos os esforços: cargas de parede nas
vigas, carga acidental e de revestimento nas lajes, conforme o item 3.1.
As considerações para o modelo estrutural de concreto armado tiveram de ser
diferentes das considerações para o modelo em aço, pois as flechas das vigas de concreto
armado com vão de 9,6 m ultrapassavam a flecha máxima recomendada pela NBR 6118. Por
isso, como se pode ver nas Figuras 41, 42, 43 e 44foram acrescentados pilares para diminuir o
vão das vigas e na Figura 45 tem-se o pórtico 3D da estrutura.
69

Figura 41– Forma do pavimento subsolo


70

Figura 42 – Forma do pavimento térreo


71

Figura 43 – Forma do pavimento superior


72

Figura 44 – Forma do pavimento cobertura


73

Figura 45 – Pórtico 3D

Os pilares P2, P5, P10, P16, P19, P22, P26 foram acrescentados a fim de diminuir o
vão das vigas V1, V2, V4, V6, V7 e V8 que antes não satisfaziam o estado limite de serviço,
mesmo com seções robustas como 25x70cm.

4. ANÁLISE DOS RESULTADOS

4.1. Orçamento da estrutura metálica

O Quadro 2 relaciona as vigas com seus comprimentos para facilitar o entendimento


do orçamento.
74

Pavimentos Vigas Comprimento(m)


V1, V2 9,6
V5 7,1
V6, V7, V8 4,8
V9, V11 4,4
Subsolo
V3 3,45
V10 2,4
V4 2,3
V12 1,82
V1, V2, V9, V10 9,6
V5 7,1
V8 5,88
V20,V21 5,2
V11, V12, V13, V14, V27, V28, V29, V30 4,8
V24, V25, V26 4,65
V15, V17 4,4
Térreo
V6, V7 3,52
V3 3,45
V19 2,3
V16 2,4
V22, V23 2,72
V4 2,24
V18 1,8
V1, V2, V8, V9 9,6
V4 7,1
V7 5,88
V18,V19 5,2
V10, V11, V12, V13, V25, V26, V27, V28 4,8
Superior V22, V23,V24 4,65
V14, V15, V16 4,4
V5,V6 3,52
V20, V21 2 ,72
V3 2,3
V17 2,28
V1, V2, V8, V9 9,6
V4 7,1
V7 5,88
V17,V18 5,2
Cobertura V13, V14, V15, 4,4
V5,V6 3,52
V19, V20 2 ,72
V3 2,3
V16 2,28
Pilares Comprimento (m)
P1, P2, P3, P4, P6, P7, P8 9,9
P5,P9, P10, P12, P13, P14, P15, P16, P17 6,65
TOTAL DE BARRAS
Quadro 2 - Comprimentos de vigas e pilares

Com a relação dos perfis metálicos das vigas e pilares, a estrutura foi orçada através
do valor do quilo do perfil laminado I, obtido na tabela SINAPI2015 (Sistema Nacional de
Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil) de Porto Alegre, RS, cujo valor é 3,61
R$/kg. Então, foi calculado o custo de cada viga e pilar em relação ao seu comprimento,
através da multiplicação da massa nominal (kg/m) pelo comprimento de projeto da barra e
75

pelo preço do quilo (3,61). O Quadro 3 discrimina a quantidade de barras de cada perfil com
os custos, assim como o custo total da estrutura metálica.

Perfil Comprimento(m) Massa Nominal (kg/m) Custo(R$/unid) Quantidade Custo Total(R$)


I- 508 x 121,2 9,6 121,2 4200,3072 10 42003,072
I- 508 x 121,2 7,1 121,2 3106,4772 3 9319,4316
I- 508 x 121,2 5,88 121,2 2572,68816 2 5145,37632
I- 508 x 121,2 3,52 121,2 1540,11264 4 6160,45056
I- 508 x 121,2 3,45 121,2 1509,4854 2 3018,9708
I- 508 x 121,2 2,3 121,2 1006,3236 3 3018,9708
I - 305 x 81,9 9,6 81,9 2838,3264 4 11353,3056
I - 305 x 81,9 7,1 81,9 2099,1789 1 2099,1789
I - 305 x 81,9 5,88 81,9 1738,47492 1 1738,47492
I - 305 x 81,9 2,3 81,9 680,0157 1 680,0157
I - 305 x 81,9 3,52 81,9 1040,71968 2 2081,43936
I - 305 x 60,6 9,9 60,6 2165,7834 7 15160,4838
I - 305 x 60,6 6,65 60,6 1454,7939 10 14547,939
I - 203 x38 5,2 38 713,336 4 2853,344
I - 203 x38 4,8 38 658,464 20 13169,28
I - 203 x38 4,65 38 637,887 6 3827,322
I - 203 x38 4,4 38 603,592 7 4225,144
I - 203 x38 2,72 38 373,1296 4 1492,5184
I - 203 x38 2,4 38 329,232 2 658,464
I - 203 x38 2,28 38 312,7704 2 625,5408
I - 203 x38 1,8 38 246,924 2 493,848
I - 152 x 25,7 5,2 25,7 482,4404 2 964,8808
I - 152 x 25,7 4,8 25,7 445,3296 8 3562,6368
I - 152 x 25,7 4,65 25,7 431,41305 3 1294,23915
I - 152 x 25,7 4,4 25,7 408,2188 3 1224,6564
I - 152 x 25,7 2,72 25,7 252,35344 2 504,70688
I - 152 x 25,7 2,28 25,7 211,53156 1 211,53156
Custo Total 151435,2222
Quadro 3 – Custo das barras

As ligações entre os perfis, como parafusos e cantoneiras não foram considerados no


orçamento.

4.2. Orçamento da estrutura de concreto armado

Foi gerado pelo programa todas as armaduras e a quantidade de concreto necessária,


sendo utilizado para o orçamento da estrutura apenas o resumo de material das vigas e pilares,
a fim de comparar de forma mais adequada com a estrutura metálica que também apresenta o
orçamento apenas dos pilares e vigas.
O Quadro4 apresentaa quantidade de barras de ferro para cada bitola com os custos
discriminados. Os preços das barras de ferro foram obtidos com base na cidade de Santa
Maria (RS).
76

Custo
Peso + 10% (kg) Peso da Número de Custo por
Diâmetro Número de Unitário da
Aço barra de Barras Diâmetro
(mm) Barras Barra de
12m Aproximado (R$)
12m
Vigas Pilares Total

CA50 6.3 23 23 2,94 7,8 8 12,08 96,64


CA50 8.0 317,2 317,2 4,74 66,9 67 19,49 1305,83
CA50 10.0 256,5 825,5 1082 7,404 146,1 147 29,07 4273,29
CA50 12.5 434,6 149,9 584,5 11,556 50,6 51 43,21 2203,71
CA50 16.0 395 205,5 600,5 18,936 31,7 32 70,79 2265,28
CA50 20.0 213,7 213,7 29,59 7,2 8 110,51 884,08
CA60 5.0 526,5 383,4 909,9 1,848 492,4 493 7,08 3490,44
Custo Total (R$) 14519,27
Quadro 4 – Discriminação do custo das armaduras

Para determinar o restante do custo da estrutura obteve-se o preço do concreto usinado


C30, considerado o custo do bombeamento, e o preço das formaspela tabela SINAPI 2015. As
formas foram consideradas como chapas de madeira compensada resinada com espessura de
17 mm. O Quadro 5 a seguir apresenta a quantidade de concreto e de formaspara vigas e
pilares, juntamente com o custo final da estrutura.

Custo
Vigas Pilares Total Custo
Total(R$)
Volume concreto
30,6 16,5 47,1 344,7 R$/m³ 16235,37
C30(m³)

Área de forma(m²) 427,4 267,3 694,7 21,73 R$/m² 15095,831

Aço 14519,27

Custo Total (R$): 45850,471


Quadro 5 – Custo total da estrutura de concreto armado
77

5. CONCLUSÃO

O presente estudo, tendo como base uma edificação comercial, o Laboratório


de Conforto da UNIFRA, anteriormente qualificado, através do dimensionamento em
estrutura metálica e dimensionamento em estrutura de concreto armado e, de acordo
com os cálculos de custos efetuados e descritos nos itens 4.1 e 4.2, demonstrou em
termos financeiros, que a utilização de estrutura metálica apresenta custo mais
elevado, em um percentual de 330%, aproximadamente, em relação à estrutura de
concreto armado, representando uma economia deR$105.585,00 (cento e cinco
quinhentos e oitenta e cinco reais), se a edificação fosse projetada em concreto
armado, valores estes calculados com base na Tabela SINAPI/2015 (POA) e média de
mercado de Santa Maria/RS, vigentes em junho de 2015.
Sabe-se que a edificação escolhida para este trabalho já existe em estrutura
metálica e este sistema foi escolhido devido à agilidade de execução necessitada na
época, pois, além do custo de materiais a ser considerado na escolha do sistema
construtivo, foi considerado o capital de giro que poderia estar sendo faturado na
diferença de tempo de execução entre a estrutura metálica e a de outro sistema.
Quanto à determinação da estrutura que apresenta melhor custo-benefício,
verificou-se a necessidade de novos estudos que envolvam fatores variáveis, como o
tempo de execução de obra, retorno do capital investido, custo de materiais, custo da
execução (mão de obra, equipamentos), custo de fundações, limitações arquitetônicas
e finalidade da edificação.
Frente à diferença significativa de valores entre os orçamentos das estruturas
do caso estudado, considerações de projeto como a configuração das vigas, a escolha
do tipo de seção transversal ou o tipo da vinculação da laje com as vigas podem ter
influenciado o custo da estrutura metálica.
Portanto, a economia de uma obra com estrutura metálica depende de
diferentes fatores em comparação a uma obra em concreto armado, e por isso devem
ser muito bem analisadas para que haja um melhor custo benefício na escolha do
sistema construtivo. Como exemplo, estruturas metálicas geram cargas menores para a
fundação, menor tempo de construção, menor consumo de revestimento, maior área
útil e maior velocidade de giro do capital investido. Em contrapartida, sistemas de
concreto armado exigem uma mão de obra menos especializada, o que é mais barato e
acessível, sendo o concreto um material, economicamente, mais viável que o aço, mas,
como possuem baixa resistência e rigidez do material, necessitam de grandes seções
transversais para resistir aos esforços atuantes, dando origem a conjuntos robustos,
fator limitante ao projeto arquitetônico.
Sugestiona-se, para estudos futuros, uma análise mais ampla considerando a
comparação entre o tempo de execução da estrutura metálica e de concreto armado, a
fim de obter mais um parâmetro para avaliar o custo-benefício entre estas estruturas.
Outra sugestão seria uma comparação entre a NBR 8800/1986 e a NBR8800/2008
78

para avaliar as mudanças ocorridas nesta norma de dimensionamento de estruturas


metálicas.

6. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (RJ). Projeto de Estruturas de


Concreto – Procedimento: NBR 6118/2014.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (RJ). Cargas para o Cálculo de


Estruturasde Edificações – Procedimento: NBR 6120/1980.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (RJ). Projeto e Execução de


Estruturas de Aço em Edifícios – Procedimento: NBR 8800/1986.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (RJ). Projeto e Execução de


Estruturas de Aço em Edifícios – Procedimento: NBR 8800/2008.

BELLEI, ILDONY H. Edifícios de MúltiplosAndares em Aço. 2ª edição. São Paulo. Pini,


2008

DIAS, LUÍS ANDRADE DE MATTOS. Estruturas de Aço: Conceitos, Técnicas e


Linguagem. 5ª edição. São Paulo. Zigurate,2006

PORTAL METÁLICA – Portal metálica construção civil. Disponível em:


<http://wwwo.metalica.com.br>. Acesso em: 20 abr. 2015.
79

7. ANEXOS

ANEXO 1 – Peso específico dos materiais de construção


80

ANEXO 2 – Valores mínimos das cargas verticais


81

ANEXO 3 – Valores limites das relações largura/espessura


82

ANEXO 4 – Curvas de flambagem


83

ANEXO 4 – Curvas de flambagem


84
85

ANEXO 5 – Deslocamentos máximos


86

ANEXO 6- Classes de agressividade ambiental


87

ANEXO 7- Correspondencia entre classes de agressividade e qualidade do concreto


88

ANEXO 8- Classes de agressividade ambiental


89

ANEXO 9 – Valores de K
90

Você também pode gostar