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Direito processual penal especial 21/2

Princípios fundamentais das medidas de coação e de garantia patrimonial

1. Princípios fundamentais como parte do regime legal


2. Legalidade das medidas 191/1
3. Tipicidade das medidas 191/1
4. Adequação e necessidade 193, 212, 213
5. Proporcionalidade 193/1
6. Precariedade: a cláusula rebus sic stantibus 212/1 b), a vinculação as fases
processuaise a remissao obrigatória das medidas mais graves
7. Judicialidade: reserva de juiz e à excepção do TIR 194/1
8. Contraditório 194

1.Todo o regime das medidas de coação e de garantia patrimonial corresponde à


tentativa de resolver antecipadamente um dilema, mesmo que o processo ainda não
haja sido desenvolvido nalguma e, em alguns casos, sem acusação ainda. Geralmente
ocorrem na fase de inquérito- fase de investigação criminal. Quando deduzida medida
de coação o inquerito já se encerrado e os elementos já reunidos. A fase em que as
medidas de coação são mais necessárias são fases em que o processo não está
concluído. Considerar direitos do arguido e equilibrar com o resto do sistema,
permitindo que o sistema prossiga. Legislador tenta chegar a um equilíbrio (em vez de
sacrificar um interesse pelo outro).
A lei exige pormenorizadamente que se documentem factos, enquadramentos
jurídicos e que se cumpra o regime.

2. Legalidade significa que a medida, para poder ser aplicada, tem de estar prevista
numa lei e tem que de cumprir o fim que a lei reserva à aplicação dessa medida -lei
expressa - tem de estar prevista na lei a configuração da medida que vai ser aplicada.
Tem de existir aqui uma figura que corresponda a medida de coação. Lei formula a
medida de coação e organiza os pressupostos e conteúdo que tem de ser respeitado.
Geralmente a lei antecede o ato processual que a visa aplicar. Mas não tem
necessariamente de ser - aqui lei antecede o facto. Se o processo já estiver em curso e
se verificar mudança regime das medidas de coação ver 2007. Art 5 – ver se implica
agravamento da posição do arguido. Legislador tem evitado art. 5 que é norma geral
na falta de especial. Não é proibido aplicar medidas de coação novas ou reformuladas
ao processo em curso. É preferível que o legislador crie direito transitório geral que
determine a vigência da norma.

3. Quando o legislador configura uma medida de coação, está é uma decisão legislativa
precisa. A medida vigora no ordenamento jurídico português com a configuração que o
legislador lhe atribuiu. Não admite medidas atípicas nem medidas mistas. Temos
regime de cumulação de medidas de coação que visa resolver o problema. Tem que
aplicar medidas de acordo com os pressupostos de cada uma delas. Há casos em que a
cumulação não é permitida. Medidas atípicas são privações de liberdade sem lei. O
controlo da aplicação das medidas tem de ser feito de acordo com os pressupostos de
cada uma delas. Por exemplo,. Juiz proíbe arguido de falar a imprensa. É proibida
também a fusão de medidas porque apenas o legislador o pode fazer

4. A medida adoptada tem de ser uma medida idônea a prosseguir o fim legitimo. Se
não for implica sacrifícios sem prosseguir os fins visados. A necessidade é um juízo
sobre a seleção da medida. É necessária quando não exista alternativa para atingir
aqueles fins. Ver 213, 212 cpp. Regime geral no 212 que determina a revogação ou
sessão imediata da medida por força de ???. A medida temeu-se ser revogada ou
substituída sempre que se verifiquem situações do 213. Independentemente das
mudanças de circunstâncias as medidas mais graves tem regime de reexame
obrigatório.

5.A proporcionalidade em sentido estrito diz respeito à correspondência qualitativa


entre a gravidade da medida e a gravidade dos pressupostos. Tem de existir
correspondência entre a gravidade da medida de coação e a gravidade da situação.
Esta está prevista como princípio geral no 193 e tem correspondência no regime das
várias medidas em si mesmas.
Há proporcionalidade concreta e abstrata. A ultima resulta da decisão do legislador de
estabelecer requisitos mais exigentes para as medidas mais graves 196. 202 só se
aplica em função de certos pressupostos. (Diferença entre indícios e fortes indícios).
Crimes negligentes não admitem prisão preventiva – lógica de proporcionalidade. Por
outro lado há o juízo concreto, o dever de fundamentar a aplicação de medidas,
designadamente a proporcionalidade 18.

6. Dos mais importantes para o prof. Está relacionado com o facto de as medidas
serem aplicadas numa certa fase do processo e poderem ser mais necessárias numa
fase do que noutras. São aplicadas num certo estado de coisas que exige a sua
aplicação. Modificando-se o estado de coisas modifica-se a necessidade. Basicamente
enquanto o certo estado de coisas permanecer igual esta subsiste com ele;
modificando-se esse estado pode modificar-se o juízo sobre a necessidade e
adequação e proporcionalidade das medidas. 212 b). As medidas são dinâmicas,
podem aplicar.se numa momento e deixando de substituir as causas obriga ao
reexame da medida.
Medida das escutas - meio muito danoso, ver mais à frente. As medidas não são
aplicadas para vigorar da mesma forma naquele processo em todas as situações. A
medida na sua natureza é precária - qu se altera a realidade de facto.
214 medidas dependem de certo prazo de certa fase processual. Prisão preventiva é
admitida 4 anos pela soma máxima das parcelas em que pode ocorrer prisão
preventiva em casa fase processual. Quando se muda de fase processual há uma
extinção das medidas (com novo despacho fundamentado). Na generalidade dos casos
quando encerrado o inquérito são previstas as medidas. A precariedade manifesta-se
em várias dimensões do regime.

7. Na matéria da decisão vale o princípio da reserva jurídica - a decisão sobre aplicação


da medida e da como do juiz. (É diferente consoante a fase). Há 1 ex. 196 TIR este está
associado a um vasto espectro de competências pelo que não só o juiz que pode
aplicar a medida - não está assim sujeito ao principio da necessidade mas decorre da
lei. No caso do inquérito 262, e a titularidade do mp e não da titularidade do juiz de
instrução. O juiz de instrução tem capacidade específicas. Não é titular da fase
processual, não é juiz de investigação ou do inquérito que tem competência autónoma
para a sua aplicação. Tem competência para rever 213 por ex, mas não tem
competência autónoma. Num inquérito o 194 oferece competência para a promoção
da medida ao mp e competência sobre a decisão de aplicação ao juiz de instrução
criminal, não podendo decidir autonomamente sem promoção do mp. Tem
competência condicionada pela promoção da medida por parte do mp. Reparte
competência para a promoção e para a decisão.

8.fundamental num estado de direito. Está formulado 327crp mas tem diversas
dimensões ou componentes. Pode ser mais intenso ou menos ou mais completo ou
menos. A sua versão completa existe nas medidas de coação. Direito de ser ouvido
antes de tomada a decisão, direito à informação e direito de questionar a decisão
(recurso). Se existirem estes 3 componentes temos um contraditório completo. Em
audiência de julgamento o contraditório é completo. Possibilidade de influenciar a
decisão antes e questionar a decisão depois. Nas medidas de coação, em especial
depois da reforma de 2007, o 194 comporta todas as dimensões. Se for promovida
aplicação de medida de coação arguido tem de ser ouvido antes, tem de obter
informação sobre a aplicação da medida e tem possibilidade de questionar a medida e
impugna-la. Estas fases estão repartidas no 194. A aplicação de uma medida de coação
obriga a audição prévia.
Quanto à informação, desde apenas 2007, para cumprir o regime do processo
decisório e o regime legal das medidas de coação, é obrigatório que o titular do
processo forneça informação ao juiz e o juiz ao arguido sobre os factos e direito da
necessidade da medida. Este dever de informação limita as possibilidades de
fundamentação. Quanto ao segredo de justiça, desde 2007 juiz obrigado a informar
arguido. Este dever tem conteúdos que estão padronizados no número 6 do 194 e
implica que tem de ser identificado os factos, as provas e os elemento que estão em
cada uma medida de coação. Para fundamentar tem de ter conteúdo amplo e
considerar os pressupostos das medida. Não diz o artigo que tem que ser facto doloso
mas isso faz parte dos pressuposto de aplicação da medida. Importa a legalidade da
medida e os juízo de adequação e proporcionalidade.
Há possibilidade de o arguido questionar a medida em recurso. Tem a possibilidade de
persuadir o juiz quanto a suficiência ou adequação da medida, justificação táctica e
jurídica dessa medida, pedir ao tribunal que revogue a medida. Isto acontece em
qualquer fase processual inclusive no inquérito – ver segredo de justiça, presunção de
inocência, pode ainda nem haver acusação.
A fase processual pode ter certas características mas a decisão de aplicação tem
características diferentes. Esta obriga a quebras do segredo e à informação, implica
momentos de audição presencial e depois é uma fase de contraditório pleno. A
medida tem características opostas como meio de defesa naquela fase processual. O
processo penal tem uma certa concordância prática entre interesses conflituantes. O
arguido defende-se perante atos imputados a ele. A lei não obriga nesta fase de
inquérito que o despacho da medida de coação contenha todos os elementos do
inquérito. Se os elemento não forem suficientes o juiz recusa ou revoga a medida. A
adequação entre regime de inquérito e medida não obriga a que regime da medida
passe a ser regime do inquérito. O titular do inquérito e que decide que elemento
revelam tendo estes de ser necessários e suficientes pá aplicar medida de coação.

Regime legal 191 ss ler


Dr. Albuquerque outro 2 edição.?

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