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Professores Vagner de Alencar Carreira, Yeso Osawa Ribeiro, Wellington Borges Costa
Virtudes e problemas neste exame são basicamente os mesmos que detectamos já há algum tempo:
interessante trazer a reflexão metalinguística na abertura e no encerramento da prova; salutar tocar o debate
político para além das questões meramente eleitorais e partidárias comumente degradadas em bate-bocas de
redes sociais, além de se manter ciência como pauta constante no modelo do exame.
Ao mérito da diversidade de gêneros, que tão bem a UFPR propõe aos alunos como forma de avaliação,
agrega-se o que, ao nosso entendimento, é um deslize contumaz do processo: a ausência de questão
envolvendo Literatura.
Duas das cinco propostas abordam o tema da palavra e da leitura. O processo seletivo, no todo, exige o
conhecimento de dez obras literárias, de variados gêneros, ao longo do tempo de preparação.
Pode parecer repetitivo, cansativo, mas sempre perguntamos o porquê dessa ausência, já que nas vezes
em que de alguma forma o conhecimento literário ilustrou questão de compreensão e produção de texto, isso
se revelou importante instrumento para o trabalho dos professores das duas áreas.
EXEMPLO 2
Sou de esquerda. Mas um verdadeiro revolucionário, Defendo a igualdade, como por exemplo o agora
falecido Fidel Castro.Entendo que na Economia o Estado deve ser forte e robusto. Cabe ao Estado regular a Economia
para que o lucro a todo custo não promova mais tragédias como a da Samarco em 2015, o que jamais ocorreu
quando a Vale do Rio Doce era estatal.
Creio ser insuficiente se apregoar apenas a revolução na Economia. Fidel era de esquerda? Apenas em parte.
Para mim, não bastam avanços sociais obtidos como os conquistados pela revolução cubana. Ok. Saúde e educação
são fundamentais, mas são básicos demais. Um país sem desdentados ou analfabetos é um ponto de partida, um
princípio, não uma finalidade.
Fidel e Guevara perseguiram homossexuais há mais de meio século. Ainda agora, candidatas à presidência
do Brasil identificadas com bandeiras de esquerda, como Heloísa Helena e Marina Silva, assumiram postura
conservadora em questões importantes como aborto e drogas.