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Estácio: a volatilidade é amiga de quem tem
paciência. LIGT3: dois gatilhos de 7 já caminham.
Caro leitor,
Para isso é que contamos com os preços-teto e nosso Daily PRO (disponível para todos os
assinantes antes de cada pregão). Notícias relevantes que possam mudar as perspectivas dos
papéis nas diferentes carteiras vão aparecendo lá.
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Nesse sentido, é chave manter o sangue frio, ter os quatro critérios em mente
(principalmente o mais importante: valuation) e ser capaz de agir, mesmo que seja contra o
“sentimento” ou consenso de mercado.
É isso o que fundamenta os nossos preços-teto. Gostamos das companhias na carteira, mas
nem por isso compraremos a qualquer preço. A ideia é ter um guia que nos permita uma
margem de segurança e tentarmos sempre comprar filé-mignon a preço de acém.
Com uma visão de construção de riqueza de longo prazo (que é o que inspira o Vacas), a
volatilidade do mercado, mais do que para sentir medo ou empolgação (diante de eventos
direcionais, por exemplo), sempre que tivermos alguns recursos disponíveis, é para tentar ver
se é possível aproveitá-la a nosso favor conseguindo aumentar a nossa posição em papéis de
que gostamos a bons preços.
Em caso de dúvidas no dia a dia, revisaremos a tabela no final e, se alguma das nossas ações
se afastarem muito mais (para abaixo!) do que as outras em relação ao preço-teto, sem ter
mudanças de fundamentos, então privilegiaremos montar ou aumentar posições nela, depois
de termos lido o relatório de abertura ou procurado algum outro que fale dele na nossa loja
on-line.
Haverá semanas em que existirão 10, 14 papéis abertos para compra, e talvez não saibamos
quanto comprar de cada um (como ponderar e distribuir o dinheiro), e outros em que
tenhamos dois papéis ou até nenhum (mas isso passa, graças à volatilidade ou a que aos
poucos vão se abrindo oportunidades de novas vacas).
Nossa convicção e estratégia vai bem além de também virarmos de cabeça para baixo, só
porque todo o mundo parece estar fazendo.
Com certeza, o primeiro é o melhor dos cenários para nós! Mas, lembre-se bem, que ele
ocorrerá quando o seu colega bem ao lado (que nunca investiu em ações) lhe aconselhar a
ficar bem longe e que vá para renda fixa… Segundo ele, e os especialistas do Jornal das Dez,
tudo no país (e/ou no mundo) será extremamente nebuloso.
No segundo cenário, já teremos ganhos na carteira, mas o seu colega ao lado estará zoando
de você, porque (sem nunca ter investido em ações) ele acha ótimo ir e comprar papéis que já
subiram 100%, 200%, 300% com balanços praticamente quebrados e múltiplos exorbitantes,
porque, de repente, tudo parece que é brilhante na frente: o déficit fiscal e a a inflação
sumirão e haverá recursos para rolar a dívida a custo zero para todos, e a demanda crescerá
em setores que só o faziam através de subsídios.
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1º: (ESTC3) – O que fazer quando a ação cai? O que está acontecendo
com o papel?
O papel continuou caindo esta semana, mostrando uma volatilidade muito alta. Por exemplo,
ontem, apesar de fechar em queda de 0,6% em relação a quarta-feira, chegou a cair até 4,4%.
Uma notícia que está acontecendo é que há uma mudança na gestão, que deveria se definir
nesta sexta-feira através da eleição de um novo presidente do conselho de administração,
que substituiria a Eduardo Alcalay, sócio da GP Investimentos (que ficou no cargo por três
períodos).
Segundo o Valor Econômico, o mais provável sucessor seria João Cox Neto, ex-presidente da
operadora Claro. Ele é, atualmente, o vice-presidente do conselho de Estácio, e conta com um
grande conhecimento do grupo depois de oito anos no colegiado.
Segundo o noticiado, outro candidato com possibilidades seria Chaim Zaher que, junto com
sua filha, detém quase 13% das ações. Eles receberam 12% de ESTC3, em 2013, como
pagamento pela venda de Uniseb, e aumentaram mais 1 ponto percentual com compras na
Bolsa durante abril, com o propósito de poder obter a presidência do conselho.
Também no dia 22, o fundo Brandes avisou que conseguiu 5,03% da empresa partindo de
1,2% em 31 de março. Adicionalmente, no começo do mês, o fundo internacional Capital
Group, que no Brasil tem preferência por papéis de saúde e educação, adquiriu mais uma
fatia de 0,5% durante o mês, atingindo 8,1% da empresa.
O que significa isso no consolidado? É bom ou ruim? Consideramos que está em linha com a
nossa visão positiva sobre a empresa, pois, em relação ao fechamento do 1T16, três
investidores globais relevantes aumentaram a sua posição no papel.
O que se faz quando um papel da carteira que tem fundamentos de longo prazo cai? Ficar
lamentando não ter podido prever um ponto melhor de entrada ou aproveitar para comprar
mais? Mais do que chorar sobre o leite derramado, lamentando-nos pelos nossos escassos
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dons no campo da adivinhação, preferimos a opção de pacientemente ir aumentando
posições.
É esse o grande segredo de investidores como Warren Buffet (espero exemplificar melhor
isso, numericamente, num próximo relatório).
De fato, é possível pesquisar no YouTube suas palestras (ele adora ensinar sobre
investimentos) em que o fundador conta como a motivação para virar gestor surgiu depois de
conhecer pessoalmente o professor e guru dos mais bem-sucedidos e renomados
investidores do mundo da nossa época (entre eles Warren Buffet). Muito aconselhável.
Igual a nós, Brandes é muito estrito e reiterativo com o critério de valuation. Por exemplo,
recentemente começou a desinvestir de Sabesp (SBSP3), cujo valuation atingiu níveis de
prêmio exagerados (na casa de 40%-70% em relação às médias históricas de preço/lucro e
preço/valor patrimonial).
Depois da queda, de mais de 34%, na cotação nos últimos 12 meses, ESTC3 é, neste
momento, por muito, o papel mais descontado do setor educacional brasileiro. Ao negociar a
6,4x preço/lucro 2016 e 1,2 preço/valor patrimonial 2016, isso significa descontos de 58%-59%
em relação às médias históricas.
Isso parece injusto para uma empresa com baixíssima alavancagem (0,5x dívida líquida/
EBITDA), capaz de entregar ROEs na casa de 19% e dividend yield em torno de 5%.
Como referência, Kroton (KROT3) tem subido mais de 16% nos últimos 12 meses e negocia a
12x preço/lucro 2016 e 1,5x preço/valor patrimonial, um desconto de 36% em relação à média
do primeiro múltiplo, mas em linha versus o segundo (prêmio de 4%).
De fato, se fosse a grande chance de aquisições, a nossa bezerra pode até ser mais
interessante, pois pode se expandir em EAD (ensino a distância) e a base acionária atual se
mostra disponível para uma eventual mudança de controle ou uma aquisição que permita
incorporar um acionista que agregue valor e conte com uma posição razoável na empresa.
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2º: Light (LIGT3) – Evolução de ativos à venda e de reestruturação de
Enersis confirmam visão positiva para a bezerra. Conselho: ficar de
olho em possível ponto de entrada.
Adicionalmente, sobre a privatização de Celg-D, a novidade seria que uma revisão para abaixo
do preço guiada inicialmente por Eletrobras (ELET6). Os R$ 2,8 bi seriam considerados
inflados e deixariam fora os candidatos locais naturais a comprar: Equatorial (EQTL3) e CPFL
Energia (CPFE3).
Concordamos com essa visão; o preço de Celg-D nos parece muito alto para um ativo em
turnaround, ainda mais considerando-se que há disponíveis papéis conhecidos pelo mercado a
descontos interessantes, como Light (LIGT3) ou Coelce (COCE5), conforme é possível
constatar no nosso relatório de 15 de abril.
Dentre as filiais de Enersis listadas no Brasil (Coelce e Ampla), Coelce (COCE5) se destaca ao
negociar a 1,3x ev/ic (abaixo da média histórica de 1,6x), oferecendo ROIC de 14%.
Desse jeito, seria razoável uma moderação do ritmo de investimentos ou que o financiamento
de eventuais aquisições fosse feito com aumento de capital/troca de ações, toda vez que
fosse o papel mais caro do setor a 2,5x preço/valor patrimonial.
Apesar do bom histórico de CPFE3 fazendo turnaround de operações, consideramos que uma
aquisição relevante (como a eventual compra de Light ou Celg-D) teria como grandes desafios:
o financiamento (emissão de mais dívida, entrada de um acionista-chave, aumento de capital,
troca de ações?); e a sabida intenção de desinvestimento por parte do bloco controlador
(Camargo Côrrea e fundos de pensão).
Portanto, com uma alavancagem baixa (1,5x dív. líq/EBITDA), estimamos que Equatorial
(EQTL3) seria o mais factível candidato local listado para qualquer ativo de distribuição.
Contudo, isso já estaria bem embutido no valuation: o papel negocia a 2,35x preço/valor
patrimonial vs. a média histórica de 1,7x.
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Desse jeito, consideramos que a evolução de notícias do setor só nos faz ficar convictos na
recomendação de compra em Light (LIGT3), negociando a 0,5x preço/valor patrimonial,
praticamente uns 50% de desconto em relação à média dos últimos 10 anos, exagerado para
uma companhia que conseguia entregar ROE acima de 15% até 2014 e que conta com uma
participação de mercado de 6% no país (cobre a área metropolitana do Rio).
Adicionalmente, revisando o balanço da chilena Enersis Américas (ENERSIAM CI), vemos que
praticamente conta com nula alavancagem e negocia a 0,8x preço/valor patrimonial.
Equatorial tem a vantagem de conhecer bem o ativo (ao ter sido parte do bloco controlador
antes da entrada de Cemig), mas se encontra bem mais alavancada. Então, quem teria mais
colchão financeiro para ficar com Light?
Um grande abraço,
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Ticker Yield Preço Preço Início da Variação Variação Variação Preço
de início* atual recomendação no do do
Teto
entrada período CDI Ano (%)
EZTC3 7.0% 12.71 16.99 04/09/15 33.67% 8.87% 33.15 15.00
Bezerras Leiteiras
Trades Abertos
Ticker Preço Preço Início da Variação Variação Variação Preço
início* atual recomendação no do CDI do Teto
período Ano (%)
LIGT3 8.90 10.36 13/04/16 16.40% 0.63% 4.65 10.00
ALUP11 12.11 13.72 18/03/16 13.29% 1.53% 11.12 13.50**
BBSE3 28.89 29.95 03/10/14 3.67% 21.31% 23.10 27.00
ESTC3 11.66 11.35 24/03/16 -‐2.66% 1.32% -‐18.64 13.00
Trades de Valuation
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Trades Concluídos
Ticker Início da Fim da Variação desde o Variação do CDI
(VACAS) recomendação recomendação início da no mesmo
recomendação* período
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+ Ticker: Códido da ação.
+ Variação no período: Para recomendações abertas: quanto a ação variou entre a data de
início e a data atual. Para recomendações fechadas: quanto a ação variou entre a data de
início e a data final da recomendação.
*Por que não há yield nas bezerras leiteiras?
Como se trata de uma ação com potencial de pagar bons dividendos no futuro, o yield atual
não reflete o potencial de dividendos da empresa.
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terceiro sem autorização expressa. O estudo é baseado em informações disponíveis ao
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julgamentos e estimativas, estão sujeitas a mudanças.
Os analistas responsáveis pela elaboração deste relatório declaram, nos termos do artigo 17º
da Instrução CVM nº 483/10, que as recomendações do relatório de análise refletem única e
exclusivamente as suas opiniões pessoais e foram elaboradas de forma independente.
* O
analista Carlos Herrera é o responsável principal pelo conteúdo do relatório e pelo
cumprimento do disposto no Art. 16, parágrafo único da Instrução ICVM 483/10.
(*) A reprodução indevida, não autorizada, deste relatório ou de qualquer parte dele sujeitará
o infrator a multa de até 3 mil vezes o valor do relatório, à apreensão das cópias ilegais, à
responsabilidade reparatória civil e persecução criminal, nos termos dos artigos 102 e
seguintes da Lei 9.610/98.
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