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A simplicidade voluntária : uma alternativa ao consumismo

Enviado por Marie Eve em Sex, 2007-04-27 18:56. Meio ambiente e


natureza | Politica e visão internacional | Sociedade, ideais e artes
| Artigo de atualidade
Diante da situação ambiental atualmente crítica, os homens têm a
responsabilidade de reduzir o impacto sobre o meio ambiente, cujo
compromisso passa pela redução do consumo. Simplificar a sua vida é
uma maneira acessível de fazê-lo.

No mundo inteiro, ONGs, movimentos sociais, organizações, empresas e


indivíduos estão conscientes da condição crítica do planeta e, dessa
forma, planejam ações e lutas, propõem alternativas ao consumismo e
promovem modos de vida mais sustentáveis para a sobrevivência do homem
na terra. Entre outras iniciativas, “simplificar a vida” é uma opção
acessível a todos.

A Simplicidade Voluntária
Para Serge Mongeau, autor do livro “La simplicité volontaire: plus que
jamais”(“A simplicidade voluntária: mais que nunca”, Quebec-Canada),
viver simplesmente significa se aproximar de um modo de vida mais fiel
a nossa própia vontade e menos ditado por padrões propostos pela
sociedade de consumo. Isto significa se apropriar dos diferentes
aspectos da nossa vida escolhendo conscientemente priorizar os que nos
fazem mais feliz.
O autor sugere que por vários fatores, como a onipresença da
publicidade no nosso quotidiano, nossa visão da felicidade vai se
distorcendo e as nossas vidas se tornam mais pesadas enquanto
acumulamos novas “necessidades” para satisfazer. Quanto mais
complicada fica a vida, mais é dificultado o alcance da felicidade.
Para reverter esse processo, cabe então se libertar dos elementos que
ocultam as nossas prioridades e, assim, simplificar nossa existência
para ver mais claramente o nosso caminho.

O autor demostra como a simplicidade é acessível para todos,


independentemente das condições financeiras, da situação geográfica,
política, social e cultural, pois é antes de tudo um processo
individual. Segundo ele, não existe um padrão de vida simples. Cada
pessoa vai mudando ou adaptando a sua vida segundo seus valores,
ritmo, prioridades e situação. Tal modo de viver, segundo Serge
Mongeau, é também uma maneira de contribuir à eqüidade entre os
indivíduos e os povos da terra, com respeito à natureza. Incentiva o
uso mínimo de recursos, reduzindo assim o prejuízo ao meio ambiente e
compartilhando a terra de maneira mais justa com os outros seres do
planeta.

A simplicidade através do mundo


Diversas iniciativas de vida simples tomaram raiz em diferentes
regiões do mundo, ganhando forma de movimentos sociais e logo se
difundiram fora desses países. Por exemplo, os movimentos “Slow food”
na Itália, “Décroissance” (descrescimento) na França e Simplicidade
Voluntária na América do Norte, hoje em dia são compartilhados por
cidadãos do mundo inteiro.

Enquanto em países desenvolvidos certas iniciativas de vida simples se


constituem em movimentos sociais, nos países em desenvolvimento se
experimentam várias iniciativas de resistência ou alternativas ao
consumismo indo nessa direção, sem serem formados de movimentos
sociais propiamente dito. No Brasil, o grande interesse por movimentos
como agroecologia, bioarquitetura, vida comunitária em ecovilas,
economia solidária, ecojornalismo, etc., são exemplos dessas
iniciativas.

A este propósito, o recente constituído Instituto Brasil Simples tem


como objetivo reunir estes movimentos sob a bandeira da simplicidade.
Por meio de um site, da participação e do incentivo a atividades
contribuindo para tornar a existência humana mais plena de sentido,
este Instituto visa centralizar as diversas e numerosas iniciativas e
atuar como divulgador e incentivador do movimento da Simplicidade
Voluntária no Brasil.

Para saber mais:


Instituto Brasil Simples: www.simplicidade.net

“Simplicidade voluntária” Duane Elgin, Editora Cultrix.


“O negócio é ser pequeno” E.F. Schumacher, Editora Círculo do Livro.
O Lama e o Economista, Lama Padma Samten e Vitor Caruso Jr, Editora
RiMa.

Marie-Eve Beaupré
Estudante de Animação cultural da Universidade do Quebec em Montreal,
Canadá.
Aluna visitante da UFRGS e estagiária da Association L'Être Terre.

O presente artigo foi publicado na revista OCA, revista semestrial


produzida como projeto final da disciplina de Jornalismo ambiental da
Faculdade de Comunicação social da UFRGS (Universidade Federal do Rio
Grande do Sul).

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