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INTRODUÇÃO À

TOXICOLOGIA
PARTE II

Prof. Dr. Samuel Botião Nerilo


INTOXICAÇÃO
FASES DA INTOXICAÇÃO:
I – Exposição

II – Toxicocinética

III – Toxicodinâmica

IV – Clínica
INTOXICAÇÃO HUMANA

Processos Agentes de
natureza química
fisiopatológicos → ou biológica

EXPOSIÇÃO

ORGANISMO BARREIRAS
(SÍTIO-ALVO)
CONCEITOS BÁSICOS EM
TOXICOLOGIA
 AGENTE TÓXICO ou TOXICANTE
Substância química capaz de causar dano a um sistema
biológico, alterando uma função ou levando-o à morte,
sob certas condições de exposição.
 TOXINA
Refere-se à substância tóxica produzida por um sistema
biológico (plantas, animais, fungos e bactérias).

• XENOBIÓTICO: Compostos exógenos.


CONCEITOS BÁSICOS EM TOXICOLOGIA

 VENENO

•Termo de uso popular utilizado para designar a


substância química, ou mistura de substâncias
químicas, que provoca a intoxicação ou a morte
com baixas doses.
*substâncias provenientes de animais e plantas →
funções de autodefesa.
Ex. animais: veneno de cobra
plantas: comigo-ninguém-pode, saia branca
CONCEITOS BÁSICOS EM
TOXICOLOGIA

TOXICIDADE
 Capacidade inerente a um agente tóxico (AT)
de produzir um efeito deletério no organismo.
Ou seja, é a medida relativa do potencial tóxico
da substância (DL50 e CL50);
CONCEITOS BÁSICOS EM TOXICOLOGIA

DOSE LETAL 50 (DL50)


 Dose, obtida estatisticamente, em mg/kg, de uma
determinada substância, necessária para matar 50% de uma
população de animais.
AGENTE DL50 (mg/kg)
Etanol 10.000
Cloreto de sódio 4.000
Sulfato ferroso 1.500
Morfina 900
Estricnina 2
Nicotina 1
Dioxina (TCDD) 0,001
Toxina botulínica 0,00001
 CONCENTRAÇÃO LETAL MÉDIA (CL50)
• Concentração presente no ar/ambiente de um
AT introduzido via respiratória, necessária
para matar 50% de uma população de animais.

 EFEITO TÓXICO ou EFEITO NOCIVO


• Alteração anormal, indesejável ou nociva,
decorrente da exposição a substâncias
potencialmente tóxicas.

 INTOXICAÇÃO:
• Conjunto de sinais e sintomas produzidos pela
interação entre o AT e o SB;
CONCEITOS BÁSICOS EM
TOXICOLOGIA
Risco = Toxicidade X Exposição

Contato do SB com um AT

Probabilidade de uma substância química


provocar efeitos nocivos em condições
definidas de exposição.

*Substância com alta toxicidade mas baixa exposição


 baixa probabilidade de causar intoxicações.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

 “Conjunto de ações que proporcionam o


conhecimento, detecção ou prevenção de
qualquer mudança nos fatores
determinantes e condicionantes de saúde
individual ou coletiva, com a finalidade de
recomendar e adotar medidas de
prevenção e controle das doenças ou
agravos”
OBJETIVOS DA VIGILÂNCIA
EPIDEMIOLÓGICA DAS INTOXICAÇÕES

• Prevenir casos;
• Diminuir a gravidade dos casos;
• Reduzir a mortalidade dos casos;
• Otimizar a distribuição e o estoque de
antídotos;
• Treinar profissionais para o tratamento
adequado;
•Avaliar métodos terapêuticos.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA

Fontes especiais de dados:


 Estudos epidemiológicos
 Sistemas Sentinela

Sistemas de Informação em Saúde e Vigilância


Epidemiológica

 Tríade: “informação – decisão – ação”


VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Sistemas de Informação e dados
Sistemas de Informação
 SINASC (Nascidos Vivos);
 SINAN (Agravos de Notificação);
 SIM (Mortalidade);
 PNI (Imunização);
 SIA (Ambulatorial);
 SIH (Internamento);
 SINITOX (Tóxico-farmacológica)... Tipos de dados
 Demográficos e ambientais;
 Morbidade;
 Mortalidade;
 Notificação de surtos e epidemias;
SINITOX
Sistema Nacional de Informações
Tóxico-Farmacológicas

 Criado em 1980 pelo Ministério da Saúde. Está


vinculado a Fundação Oswaldo Cruz através de seu
Centro de Informação Científica e Tecnológica – CICT.

 Disponibiliza Estatísticas Nacionais de Casos de


Intoxicação e Envenenamento desde 1985.

 A partir de 2002 passa a trabalhar em conjunto com a


ANVISA.
SINITOX – Sistema Nacional de
Informações Toxico-Farmacológicas
OBJETIVOS:
 proporcionar a implantação de centros regionais para
controle de intoxicações;

 fornecer subsídios epidemiológicos a órgãos


governamentais encarregados de ação
regulamentadora;

 desenvolver programas de educação continuada aos


profissionais e comunidade.
Rede SINITOX
 33 Centros de Informação e Assistência Toxicológica, localizados
em 18 estados brasileiros e no Distrito Federal

REGIÃO NORDESTE
CEATOX/CE - Fortaleza
CIT/RN - Natal
REGIÃO NORTE CEATOX/PB - J. Pessoa
CIT/AM - Manaus CEATOX/PB - C. Grande*
CIT/PA - Belém 7,8% CEATOX/PE - Recife
CIAVE/BA - Salvador
CIT/SE – Aracaju
27,9% CITOX/PI - Teresina

REGIÃO SUDESTE
ST/MG - B. Horizonte
CCI/ES - Vitória
REGIÃO CENTRO-OESTE CCI/RJ - Rio de Janeiro
CIVITOX/MS - C. Grande* CCI/RJ - Niterói
CIAVE/MT - Cuiabá 7,0%
CCI/SP - S. Paulo
CIT/GO – Goiânia CEATOX/SP - S. Paulo
CIAT/DF - Brasília 42,6%
HVB/SP – S. Paulo
CCI/SP - Campinas
REGIÃO SUL CCI/SP - R. Preto
Centros CIT/PR - Curitiba CEATOX/SP - Botucatu
Participantes: 35 CCI/PR - Londrina CCI/SP - S.J. Campos
CIT/PR – Maringá CEATOX/SP - S.J. R. Preto
Habitantes CAT/PR - Cascavel CCI/SP - Taubaté
CIT/SC - Florianópolis CEATOX/SP - Marília
CIT/RS - P. Alegre 14,7% CEATOX/SP - P. Prudente
População Total:
176.876.251 CCI/SP - Santos

Fonte:MS/FIOCRUZ/SINITOX
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O que é um Centro de Informação
Toxicológica (CIT)?

 São serviços altamente


especializados que
fornecem informações a
toda comunidade, em
matéria de Intoxicações.
Porque a necessidade dos CITs?

• Surgem anualmente de 1000 a


2000 substâncias químicas;
• Países industrializados → cerca
de um milhão de produtos
químicos comercializáveis;
• São produzidos anualmente 8
milhões de resíduos perigosos.
SUBSTÂNCIAS QUÍMICAS
100.000 são de uso comum
DINÂMICA DE FUNCIONAMENTO DOS CENTROS

 Horário de funcionamento

 Registro de cada
atendimento e
seguimento a cada
caso.
Centro de Controle de Intoxicações
Hospital Universitário de Maringá
HUM/CCI

Av. Mandacaru, 1590 Zona 07


Telefone: (044) 2101-9127
(044) 2101-9100

DISQUE INTOXICAÇÃO
0800 722 6001
PRINCIPAIS ATRIBUIÇÕES DOS CIATS
 Servir como fonte de informação
confiável sobre composição de produtos
comercializados;
 Informar sobre primeiros socorros e
medidas de prevenção;
 Orientar cuidadores e profissionais da
saúde na condução de casos;
 Coletar, notificar e divulgar dados de
interesse clínico e epidemiológico das
ocorrências atendidas;
 Educar a população e profissionais da
saúde com relação às exposições aos
agentes tóxicos.
RESULTADOS
 Redução de encaminhamentos a unidades
de saúde e internações hospitalares
desnecessárias;

 Economia de recursos públicos;

 Aumento do conhecimento do estado de


saúde da população em relação as substâncias
químicas;

 Melhora na educação em saúde em relação


ao uso seguro e descarte responsável de
substâncias químicas;

 Redução da morbimortalidade das


intoxicações.
TOXICOVIGILÂNCIA
A toxicovigilância representa o conjunto de
ações que buscam eliminar ou minimizar as situações
capazes de afetar a integridade física, mental e social
dos indivíduos pela exposição às substâncias químicas.
(Dias, EPF, 2002. Um serviço ao alcance de todos, 33- 34. In: EPF Dias, IF
Moreira, ILD Basílio & MFL Marques (orgs.). Informação Toxicológica: agentes
tóxicos, antídotos e animais peçonhentos. Editora Universitária, João
Pessoa).

**Deve reconhecer possíveis efeitos nocivos de


substâncias químicas após sua entrada no mercado ou
liberação no meio-ambiente, visando oferecer medidas
de prevenção e gerenciamento de riscos.
Toxicovigilância
 Vigiar a toxicidade de produtos comerciais
 Informar as autoridades de saúde
 Vigiar a eficácia de medidas preventivas

Identificação de circunstâncias
Populações expostas (grupos de risco)

Detecção de um problema

Alerta às autoridades

Adoção de medidas preventivas


e regulamentares
Toxicovigilância
Como podem os CITs realizar a
função de Toxicovigilância?

CITs buscam, armazenam e


analisam a informação INFORMATIZAÇÃO

SINITOX
TOXICOVIGILÂNCIA

 Toda substancia química tem um potencial intrínseco de


produzir intoxicações. O atendimento adequado permite
identificar com rapidez eventuais problemas com a
composição, com a embalagem, dificuldade de
entendimento dos dizeres de rotulagem, utilização
inadequada, etc.

A coleta, análise e o gerenciamento adequado


destas informações, permite atuar em todas as áreas da
prevenção e gerenciamento de crises.
http://www.toxiclin.com.br/toxicovig.htm
BIBLIOGRAFIA
 OGA, S. Fundamentos de toxicologia. Atheneu Editora Ltda, São
Paulo, 4ª edição, 2014.

 LARINI, L. Toxicologia. Editora Manole Ltda, São Paulo, 2ª ed, 1987.

 KLAASSEN, C.D.; WATKINS, J.B. Fundamentos em Toxicologia de


Casarett e Doull. AMGH Editora, Porto Alegre, 2 edição, 2012.

 Guia de Vigilância Epidemiológica – Vol I, Funasa/MS, Agosto, 2002.

 Sites:
◦ www.anvisa.gov.br
◦ www.fiocruz.br/sinitox
◦ www.funasa.gov.br
◦ www.portal.saude.gov.br/saude

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