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Ano 12
Nº 58
Ago/Set 2015
ISSN 0100-1485

EntrEvista
Adilson Menegatte de
Mello Campos, tecnólogo do
Departamento de Qualificação
e Inspeção de Materiais e
Equipamentos da Sabesp

rEvEstimEntos mEtálicos

nascidos para
protEgEr E brilhar
Sumário58:Sumário/Expedient36 9/16/15 1:17 PM Page 1

Sumário

A Revista Corrosão & Proteção é uma publicação oficial


da ABRACO – Associação Brasileira de Corrosão, fundada
em17 de outubro de 1968. É editada em parceria com a
Aporte Editorial com o objetivo de difundir o estudo da
corrosão e seus métodos de proteção e de controle e con-
gregar toda a comunidade técnico-empresarial do setor.
Tem como foco editorial compartilhar os principais
avanços tecnológicos do setor, tendo como fonte entidades
acadêmicas, tecnológicas e de classe, doutores mestres e
profissionais renomados do Brasil e do exterior.

Av. Venezuela, 27, Cj. 412


Rio de Janeiro – RJ – CEP 20081-311
Fone: (21) 2516-1962/Fax: (21) 2233-2892
4
www.abraco.org.br Editorial
Diretoria Executiva – Biênio 2015/2016 A segunda melhor época
Presidente
Dra. Denise Souza de Freitas – INT

Vice-presidente
6
Eng. Laerce de Paula Nunes – IEC Entrevista
Diretores Nos subterrâneos da corrosão
Aécio Castelo Branco Teixeira – química união
Ana Paula Erthal Moreira – A&Z ANÁLISES QUÍMICAS
Fernando Loureiro Fragata – Consultor/Instrutor 8
M.Sc. Gutemberg de Souza Pimenta – PETROBRAS
Maria Carolina Rodrigues Silva – Eletronuclear ABRACO Informa
Eng. Pedro Paulo Barbosa Leite – Petrobras
Segehal Matsumoto – Consultor/Instrutor

Conselho Científico 9
M.Sc. Djalma Ribeiro da Silva – UFRN
M.Sc. Elaine Dalledone Kenny – LACTEC Cursos
M.Sc. Hélio Alves de Souza Júnior Calendário 2015 – De Julho a Dezembro
Dra. Idalina Vieira Aoki – USP
Dra. Iêda Nadja S. Montenegro – NUTEC
Eng. João Hipolito de Lima Oliver –
PETROBRÁS/TRANSPETRO 10
Dr. José Antonio da C. P. Gomes – COPPE
Dr. Luís Frederico P. Dick – UFRGS Revestimentos Metálicos
M.Sc. Neusvaldo Lira de Almeida – IPT Nascidos para proteger e brilhar
Dra. Olga Baptista Ferraz – INT
Dr. Pedro de Lima Neto – UFC
Dr. Ricardo Pereira Nogueira – Univ. Grenoble – França
Dra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQ 17
Conselho Editorial Notícias do Mercado
Eng. Aldo Cordeiro Dutra – INMETRO
Dra. Célia A. L. dos Santos – IPT
Dra. Denise Souza de Freitas – INT 34
Dr. Ladimir José de Carvalho – UFRJ
Eng. Laerce de Paula Nunes – IEC Opinião
Dra. Simone Louise D. C. Brasil – UFRJ/EQ
Dra. Zehbour Panossian – IPT Como voltar ao mercado de trabalho
José Ricardo Noronha
Revisão Técnica
Dra. Zehbour Panossian (Supervisão geral) – IPT
Dra. Célia A. L. dos Santos (Coordenadora) – IPT
M.Sc. Anna Ramus Moreira – IPT
M.Sc. Sérgio Eduardo Abud Filho – IPT
M.Sc. Sidney Oswaldo Pagotto Jr. – IPT
Artigos Técnicos
Redação e Publicidade
Aporte Editorial Ltda.
Rua Emboaçava, 93 18 30
São Paulo – SP – 03124-010 Simulação de sistemas de proteção Análise de falhas na fixação de
Fone/Fax: (11) 2028-0900 catódica aplicada à área externa do continodos de proteção catódica
aporte.editorial@uol.com.br
fundo de tanques de armazenamento no interior de tubulação de
Diretores e Editores
João Conte – Denise B. Ribeiro Conte atmosférico petróleo e água produzida
Por Juliana L. Cardoso, Neusvaldo L. de Por João P. K. Gervásio, Marcinei S. Silva,
Projeto Gráfico/Edição
Intacta Design – julio@intactadesign.com Almeida, Gutemberg de S. Pimenta, Andre Mariano, Alexandre G. Garmbis,
Gráfica Fabiano R. dos Santos e Eduardo W. Plinio H R Pecly e João L. S. Nogueira
Ar Fernandez Laurino
Edição nº 58 de Agosto/Setembro de 2015
ISSN 0100-1485 27
Circulação nacional – Distribuição gratuita Armazenamento de tintas
Esta edição será distribuída em outubro de 2015.
Por Celso Gnecco

As opiniões dos artigos assinados não refletem a posição da


revista. Fica proibida sob a pena da lei a reprodução total ou
parcial das matérias e imagens publicadas sem a prévia auto-
rização da editora responsável.

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Editorial58:Editorial36 9/16/15 1:29 PM Page 1

Carta ao leitor

A segunda melhor época

“ rrei mais de 9.000 arremessos em minha carreira. Perdi quase 300 jogos. Em 26 ocasiões,
fui escolhido para fazer o arremesso decisivo do jogo e a bola caiu fora. Falhei inúmeras vezes em
minha vida e, por isso, alcancei o sucesso”. Este testemunho contundente é de Michael Jordan, con-
siderado um dos melhores jogadores de basquete de todos os tempos.
Aqueles que sabem capitalizar seus erros são os que têm maior chance de sucesso em suas iniciativas. E,
em momentos de crise como o que vivemos atualmente no Brasil, as iniciativas privadas e coletivas podem
ser tábuas de salvação. Entretanto, como tudo na vida, é bom estar preparado para seus percalços.
Em geral, ter seu próprio negócio é um sonho acalentado por muitos. O problema surge quando, movi-
dos apenas pela ambição de ganhar muito dinheiro, as pessoas se atiram em determinados nichos de mer-
cado, simplesmente porque conhecem ou ouviram falar de alguém que se deu bem com um empreendi-
mento similar, ou mesmo porque, profissionalmente, elas se sentem seguras de seu potencial.
É óbvio que o sucesso de um empreendimento não é algo que se pode explicar cientificamente. Quem
parte para o empreendedorismo vai sempre ter de encarar o imponderável.
Em linhas gerais, define-se empreendedorismo como o processo
de iniciar um negócio, oferecendo um produto, um processo ou um

“ O sucesso de um empreendimento não é


algo que se pode explicar cientificamente.
Quem parte para o empreendedorismo vai
serviço inovador. A palavra-chave aqui é inovação, criatividade aliada
à ousadia de levantar, sacudir a poeira e dar a volta por cima, tantas
vezes quantas forem necessárias para alcançar o objetivo colimado.
Não se trata de uma perseverança cega, muito pelo contrário, ela
sempre ter de encarar o imponderável baseia-se em um apurado senso de observação e, muitas vezes, de

” uma árdua aprendizagem, pois, para o verdadeiro empreendedor, os


erros devem funcionar sempre como lanternas.
Com essas cartas na manga, chega a hora do ponta-pé inicial e uma pergunta paira no ar: como ter
certeza de que a época é oportuna para arriscar e investir?
Quem nos ensina o pulo do gato é Henry Ford, o fundador da Ford. Ele dizia o seguinte: “quando tudo
parece estar contra você, lembre-se de que o avião decola contra o vento e não a seu favor”. Diante disso, a
maioria de nós diria: falar é fácil. Sim! Poucos têm coragem, poucos se arriscam, poucos não têm medo do
fracasso. Poucos são realmente empreendedores…
Para aqueles que querem, mas ainda insistem em colocar um pé atrás em suas decisões, um antigo dita-
do chinês, que sintetiza bem como o empreendedor vê as oportunidades, pode ajudar:
“A melhor época para se plantar uma árvore foi há 20 anos. A segunda melhor é agora.”

Tratamentos Galvânicos – A matéria de capa relata a atual conjuntura do setor.


A seção Entrevista revela as experiências de Adilson Menegatte Mello Campos na prevenção da corrosão
no âmbito da Sabesp.
Simulação de sistemas de proteção catódica aplicada à área externa do fundo de tanques de armazena-
mento atmosférico é apresentada por Juliana L. Cardoso.
Armazenamento de tintas é o tema discorrido por Celso Gnecco.
Análise de falhas na fixação de continodos de proteção catódica no interior de tubulação de petróleo e
água produzida é detalhada por João P. K. Gervásio.

Boa leitura!

Os editores

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SEMINÁRIO DE O mundo moderno necessita
de energia para se manter e

PROTEÇÃO CATÓDICA desenvolver. É necessário prover à


população eletricidade, combustíveis,
água, transporte, através de
E MITIGAÇÃO DE linhas de transmissão, dutos, trens
eletrificados.

INTERFERÊNCIAS ELÉTRICAS Estes sistemas se interagem,


principalmente próximos de grandes
metrópoles, causando interferências
mútuas. É preciso controlar e mitigar
estas interferências elétricas.
É importante que concessionárias
e operadoras mantenham um bom
relacionamento.
Este Seminário será uma excelente
oportunidade para conhecer alguns
resultados práticos desta cooperação
em busca do controle e mitigação de
interferências elétricas.

REALIZAÇÃO APOIO
12 DE NOVEMBRO DE 2015 Local
IPT - Av. Prof. Almeida Prado, 532
www.abraco.org.br Butantã, São Paulo - SP, 05508-901

WORKSHOP DE

PINTURA ANTICORROSIVA
17 DE NOVEMBRO DE 2015 Local
INT - Av. Venezuela, 82

O Workshop de Pintura Anticorrosiva tem como


objetivo reunir especialistas e demais profissionais do
segmento de pintura anticorrosiva para apresentação Coordenação Técnica
e discussão de temas de grande relevância técnica para
Fernando de Loureiro Fragata
todas as empresas brasileiras que utilizam esta técnica
Fabio Krankel
na proteção de equipamentos e estruturas metálicas
em geral.
Dentre os temas a serem discutidos estão:
• Revestimentos para proteção passiva contra fogo; www.abraco.org.br
• Tintas poliaspárticas;
• Preparação de superfícies com ferramentas
mecânicas (grau de limpeza SSPC - SP 11);
• Revestimentos à base de poliuréia.
Entrevista58:Entrevista36 9/16/15 1:33 PM Page 1

Entrevista

Adilson Menegatte
de Mello Campos

Nos subterrâneos da corrosão


Como a Sabesp, Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo, lida com a constante
ameaça da deteriorização de seu complexo de tubulações por meio da corrosão

dilson Menegatte de Mello ocorram problemas de operação, a projeto e como a cidade vive em cons-
Campos é tecnólogo do área de Perícia Técnica é acionada tante construção, é óbvio que essas
Departamento de Qualifi- para apontar as responsabilidades transformações ao interagirem com os
cação e Inspeção de Materiais e de cada parte e verificar a eficácia tubos assentados os submetem a cor-
Equipamentos (CSQ) da Com- das ações corretivas adotadas. No rentes de fuga e ações de carga de solo
panhia de Saneamento Básico do final, a área de Atestados Técnicos para as quais eles não foram projetados.
Estado de São Paulo (Sabesp), emite a comprovação de que a em-
desde 1974, na área de projeto e presa cumpriu satisfatoriamente Quais as principais causas da
instalação de dutos e de sistemas seu contrato com a Sabesp. corrosão verificada pela Sabesp?
de proteção catódica. Desde Menegatte – Nossos equipamentos e
1988, é professor da Faculdade de Qual o impacto da corrosão dutos são sujeitos, principalmente ao
Tecnologia de São Paulo, nas dis- em estruturas, equipamentos e gás cloro (água) e sulfídrico (esgoto)
ciplinas Construções Soldadas II e componentes da Sabesp? que são muito agressivos com o aço
Construção de Máquinas I onde Menegatte – Na Sabesp, o hori- ou o ferro fundido (materiais co-
aplica os conceitos básicos de pre- zonte de projeto de toda e qualquer muns nas tubulações de grande por-
venção contra corrosão em estru- obra é de 50 anos, de forma que te). As tubulações metálicas enter-
turas e equipamentos metálicos. todos os cuidados devem ser tomados radas estão sempre sujeitas a corrosão
Para relatar como a Sabesp li- para que o material especificado por corrente de fuga das linhas fer-
da com a corrosão em seus equi- tenha condições de operar adequa- roviárias e de outras fontes de cor-
pamentos, Menegatte recebeu a damente pelo maior tempo possível. rente nem sempre claramente loca-
Revista Corrosão & Proteção. Todas as estruturas que podem ser lizadas. Tipos de solos, transições en-
prejudicadas pela corrosão recebem terrado/aéreo e diversos outros fatores
Qual o papel do CSQ na qua- atenção especial e redobrada. Assim também interferem na vida útil das
lificação e inspeção de equipa- tubos, válvulas, conexões e demais tubulações, assim como os processos
mentos? elementos metálicos recebem revesti- de tratamento de água ou esgoto,
Adilson Menegatte – O CSQ está mentos projetados para resistir aos utilizando produtos químicos que
estruturado para atuar em todos os agentes agressivos (cloro ou gás sulfí- reagem com o ferro, exigem que as
aspectos relacionados aos materiais drico, por exemplo) além dos cuida- especificações de todos os materiais e
e equipamentos da Sabesp. O De- dos adotados em projeto para mini- equipamentos (de bombas e motores
partamento possui cinco áreas, sen- mizar o risco de corrosão. até painéis elétricos e transfor-
do que uma delas estabelece as espe - madores) sejam elaboradas com
cificações técnicas dos materiais. O que está sendo feito para mi- critério para evitar a perda prema-
Outra área é responsável por ins - nimizar a perda de água trata- tura dessas instalações pela corrosão
taurar o processo de qualificação de da devido à corrosão? de suas partes.
fornecedores, buscando estabelecer Menegatte – Em São Paulo temos
padrões mínimos de qualidade a uma rede de tubulações com diâmetros Quais regiões e/ou tipo de eflu-
serem obtidos. Há também a área superiores a 600 mm com quase ente provocam mais problemas
que cuida da inspeção do material 90.000 km de extensão. Parte dessas de corrosão?
em fábrica, antes da entrega. Caso linhas já ultrapassou o horizonte de Menegatte – No estado de São

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Paulo, algumas localidades possuem Menegatte – A Sabesp, desde 1980 fabricante dispusesse de estufa para
solos mais agressivos, e às vezes usa- tem elaborado um rol de normas cura acelerada, pois os prazos para
mos essa característica para instala- que orientam projetistas, fabrican - movimentação dos tubos em fábri-
ção de produtos em teste. Por outro tes e aplicadores. As normas foram ca, assim como o prazo para reater-
lado, algumas indústrias e lavande- elaboradas conforme as necessida- ro da vala (devido às juntas externas
rias industriais descartam crimino- des da Sabesp, assim, as primeiras de campo) atrasariam o projeto. A
samente produtos muito agressivos e (NTS 030) versam sobre a recu- proposta mais viável foi o uso de
a altas temperaturas, sem que se te - peração de redes com tubos de ferro poliuretano conforme AWWA C
nha uma informação prévia disso. fundido usando argamassa acrílica 222 que permite a movimentação
Com essa realidade, temos que bus- aplicada “in loco”. Depois, vieram dos tubos e o reaterro da vala com 3
car produtos que tenham desempe- as normas para ensaios de revesti- a 4 horas após a aplicação do reves-
nho superior, acarretando altos cus- mentos aplicados em fábrica ou no timento (dependendo da tempe-
tos no projeto de sistemas de inibição campo (NTS 039 – medição de ratura ambiente). Outro ponto po-
à corrosão, pois precisamos tra- espessura a NTS 042 – H.D.) É sitivo é que ele admite uma tolerân-
balhar com o menor risco possível à dessa época também a NTS 036 cia maior na ovalização dos tubos
integridade de nossas instalações. que é a norma adotada para a (fenômeno muito comum no caso
qualificação de produtos para re- do saneamento onde usamos tubos
Quais as medidas adotadas na vestimento ou identificação cromá- de grandes diâmetros com espessuras
prevenção/controle da corrosão? tica, que disciplina até hoje a auto- relativamente pequenas). Em reves-
Menegatte – Em princípio, todas as rização para uso de qualquer tipo timentos mais friáveis, o excesso de
nossas linhas e instalações são pro- de produtos para revestimento na ovalização no transporte, movimen-
jetadas com o cuidado de se preser- empresa. Em 2001, a Sabesp esta- tação ou reaterro da vala poderia
var os elementos sujeitos à corrosão, beleceu um contrato com o labo- comprometer a eficiência da prote-
buscando em fornecedores e univer- ratório de corrosão do Instituto de ção anticorrosiva. Como em todas as
sidades novos produtos que sejam Pesquisas Tecnológicas do Estado de obras, está prevista a instalação de
menos tóxicos, com menor prazo de São Paulo (IPT), o qual passou a sistema de proteção catódica por
cura e com máximo desempenho e elaborar um minucioso estudo dos corrente impressa, foram necessários
preço justo. Os estudos levam sem- tipos de corrosão existentes na Sa - vários estudos de formulação para
pre em consideração as facilidades besp e suas causas, gerando ao final atender a exigência de “descolamen-
de aplicação. Um dos maiores um elenco de normas com indi- to catódico” de nossas especificações.
problemas refere-se aos revestimen- cações específicas para uso em cada
tos, pois eles não podem desen- situação, por exemplo, a NTS 144 Há investimentos em estudos
cadear reações indesejáveis na pre- – Especificação de pintura para da corrosão na Sabesp?
sença de íon de cloro (formação de equipamentos em aço ou ferro fun- Menegatte – O estudo de materiais
cloramina), nem conter elementos dido novos e sujeitos à umidade para revestimento não se esgota
que impeçam seu contato com água frequente. nunca, pois a busca por produtos
potável. Nos dutos enterrados e in- que consigam postergar o inevitá-
ternos de tanques metálicos, é exi- Quais os principais aspectos vel sempre será um sonho e um de-
gido também um projeto e insta- considerados na construção da safio para os técnicos e cientistas
lação de sistema de proteção cató- adutora São Lourenço? que militam nesse ramo.
dica como complemento à proteção Menegatte – No projeto do Sistema
por barreira aplicado. Na recupera- São Lourenço, em São Paulo, vários Como melhorar a eficiência na
ção interna de dutos em ferro fun- aspectos tiveram que ser reestudados prevenção da corrosão?
dido, os cuidados com o material a para garantir a efetividade da pro- Menegatte – Na prática tenho visto
ser utilizado deve levar em conta teção anticorrosiva, ao mesmo tem- que a corrosão se inicia primordial-
também a possível alcalinidade do po que pudessem ser especificados mente no projeto das instalações.
produto, que pode vir a prejudicar materiais que viabilizassem a fabri- Geralmente o desenho na prancheta
a quantidade de cloro livre prescrito cação dos tubos e o revestimento das ou no CAD já traz todos os princí-
por lei na água de abastecimento. juntas de campo, interna e externa- pios para que a corrosão se inicie de
mente. Por se tratar de dutos com imediato, quer pela seleção errônea
Em relação à corrosão, quais 84” de diâmetro, o revestimento de materiais, quer pela displicência
são as principais normas técni- com tripla camada foi imediata- dos projetistas. Só um trabalho sério
cas para a qualificação de for- mente descartado. O uso de epóxi de e conjunto entre empresas e univer-
necedores, produtos e serviços? alta espessura só seria possível se o sidades pode mudar essa realidade.
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ABRACO Informa

Certificação garante a valorização do inspetor de pintura

De 27 de julho a 7 de agosto, realizou-se em


São Paulo o curso para formação de inspetores
de pintura industrial nível 1 (N1). Foram 88
horas de aula, dedicadas a fornecer conheci-
mentos teóricos e práticos, concernentes a essa
função. O quadro de instrutores das matérias
interdisciplinares foi formado por: Anna Ramus
Moreira, Celso Gnecco, Fernando Fernandes,
Marcelo Nobre, Marcio Bispo, Neusvaldo Lira
de Almeida e Roberto Mariano.
O inspetor de pintura N1 é um profissional
qualificado e certificado pelo Sistema Nacional Neusvaldo L. de Almeida, organizador dos cursos
de Qualificação e Certificação de Inspetores de
Pintura conforme a norma ABNT NBR 15218.
Sua função é atuar diretamente na obra ou em
fábrica, executando o controle e acompanha-
mento de todo o processo de pintura e fazendo
a medição e controle da qualidade.
O programa do curso, que abrangeu desde
informações sobre a composição de uma tinta
até a aplicação de esquemas de pintura, ocorreu
nas dependências do Instituto de Pesquisas Tec-
nológicas do Estado de São Paulo (IPT).
“Antigamente, este curso era ministrado ex - Luis Guilherme Borzani Manhani (esq.) e
clusivamente pela Petrobras, mas essa ideia evo - Gonçalo Siqueira (dir.), alunos do curso
luiu e ampliou sua abrangência, permitindo que
a ABRACO também participasse ativamente desse processo”, explicou Neusvaldo Lira de Almeida,
organizador dos cursos no IPT. Ele destacou também o fato de que muitos dos participantes têm
grande interesse não apenas no curso em si, mas na possibilidade de obter uma certificação oficial,
que o valorize no mercado, garantindo-lhe também uma vantagem em termos de remuneração.
“Um profissional que está alinhado com normas, procedimento e ética é capaz de desenvolver
um trabalho de qualidade superior. E, na minha opinião, este curso é um excelente exemplo de co -
mo o aluno pode realizar esse alinhamento em sua carreira”, destacou Gonçalo Siqueira, professor
da FATEC que participou do curso com grande entusiasmo.
Já para Luis Guilherme Borzani Manhani, engenheiro da Amsted-Maxion, “o interesse pelo
curso nasceu da necessidade de atualização e maior conhecimento técnico na área de corrosão e
tratamento de superfície para realizar melhorias dentro da empresa”.

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ABRACO participa da Marintec South America 2015


Com o objetivo de difundir as atividades prati-
cadas pela associação, a ABRACO esteve presente
na Marintec South America. Os visitantes tiveram
a oportunidade de conhecer todos os benefícios
dos associados, assim como seus eventos abertos ao
segmento do estudo e combate à corrosão.
A Marintec South America tornou-se o úni -
co evento do País a servir o setor com discussões
e debates sobre o cenário da indústria naval e
offshore, com o objetivo de gerar soluções para
aumento da produtividade, da operacionalida-
de, da qualificação profissional, do emprego da tecnologia, dos investimentos e da demanda e ofer-
ta para toda a cadeia do setor. O evento foi realizado de 11 a 13 de agosto, no Centro de Con-
venções SulAmérica, no Rio de Janeiro (RJ). Mais de 380 marcas expositoras de 17 países estive-
ram presentes em sete pavilhões internacionais.
Renan Joel, gerente da feira, explicou que o objetivo maior neste ano foi “encontrar soluções que
colaborassem com a retomada naval em frentes consideradas estratégicas para toda a cadeia, como
o aumento da produtividade, da operacionalidade, da qualificação profissional, do emprego, da tec-
nologia, dos investimentos e da demanda e oferta” e que o destaque dessa edição ficou por conta
da parceria firmada com a FIRJAN e a SINAVAL para a organização exclusiva do 1º Fórum de
Líderes da Construção Naval.

Saiba mais em www.marintecsa.com.br

Cursos

Calendário 2015 – de Julho a Dezembro


Cursos horas Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro

Pintura Industrial
Inspetor N1 – Rio de Janeiro / RJ 88 19 a 30
Inspetor N1 – Macaé / RJ 88 14 a 25 23/11 a 4/12
Inspetor N1 – São Paulo / SP 88 30/11 a 11/12
Inspetor N1 – Salvador / BA 88 28/9 a 9/10
Inspetor N1 – Rio de Janeiro / RJ 1 40 9 a 13

Pintor e Encarregado de Pintura Ind.


Curso – Rio de Janeiro / RJ 40 19 a 23
Curso – Macaé / RJ 40 7 a 11

Corrosão
Biocorrosão – Rio de Janeiro / RJ 24 5a7
Corrosão de materiais na produção
de óleo e gás – Rio de Janeiro / RJ 40 3a7
Téc. de monitor. da corrosão interna em
dutos e equip. ind. – Rio de Janeiro / RJ 24 16 a 18

1 Curso Intensivo (para alunos não aprovados no curso Mais informações: cursos@abraco.org.br – eventos@abraco.org.br
regular ou como revisão para prova de qualificação)
Atenção: Calendário sujeito a alterações

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Revestimentos Metálicos

Nascidos para proteger e brilhar


As pesquisas científicas que buscam aprimorar os processos de revestimento metálico
têm mostrado resultados cada vez mais surpreendentes tanto no campo dos métodos
tradicionais como em novas vertentes que utilizam a nanotecnologia

tecnologia necessária para revestir um metal com outro me- ria proteger o ferro da corrosão.
tal existe há milênios. No Império Romano, peças de cobre Como o zinco é mais eletrone-
eram recobertas por ouro e prata fundidos. Em escavações gativo do que o elemento ferro
arqueológicas na Itália, foram encontrados vasos decorados com na série galvânica, ele acaba se
lâminas de chumbo, estatuetas recobertas por cobre e pontas de “sacrificando” e sendo corroído
lança douradas que evidenciam a utilização de revestimento por no lugar do ferro.
metais desde 1.000 a.C.1. Entre as vantagens desse mé-
Com a queda de Roma, esse conhecimento se perdeu e só veio todo em relação aos outros des-
a emergir novamente no século XVIII quando o químico francês tacam-se a uniformidade da es-
Paul Jacque Malouin descreveu um método de revestimento metáli- pessura da camada que se depo-
co em que se mergulhava o ferro em zinco fundido. sita em toda a peça, a rapidez do
Desde então, os revestimentos metálicos ou tratamentos gal- processo, sua baixa manutenção
vânicos, como são popularmente conhecidos hoje em dia, desen- e, portanto, a redução de custos
volveram de forma extraordinária e suas aplicações estão presentes aliados a essa operação.
na vida de todo ser humano. “Nas décadas de 1960 e
Esta edição da Revista Proteção & Corrosão descreve, em li- 1970, devido à necessidade de
nhas gerais, os principais métodos de revestimento metálico, seu se obter uma superfície mais li-
impacto ambiental e algumas das pesquisas que estão em desenvol- sa para que a pintura dos carros
vimento nesse setor. saísse perfeita, a indústria auto-
mobilística passou a adotar a ele-
Conceito trodeposição para a zincagem de
Os revestimentos metálicos são películas metálicas aplicadas so- suas chapas. O setor de imersão
bre uma superfície também metálica ou não, formando uma bar- a quente se viu, então, fora do
reira que tem como objetivos principais: dificultar o contato da mercado e teve que reagir para
superfície com o meio e protegê-la contra a corrosão, embelezá-la, retomar o fornecimento de cha-
melhorar suas propriedades, tais como resistência, espessura, con- pas tratadas. Isso resultou no de-
dutividade etc., e aumentar sua durabilidade. Entre os métodos de senvolvimento de revestimentos
aplicação de revestimento metálico comumente empregados pela de aproximadamente 5 µm de
indústria, destacam-se a deposição por imersão a quente, a eletrode- espessura com uma qualidade
posição e a deposição por aspersão térmica. tal que já não era possível visu-
almente distinguir se eram pro-
Deposição por imersão a quente cessadas por eletrodeposição ou
A imersão a quente é um processo em que o substrato é mergu- por imersão a quente de tão
lhado em um banho fundido do metal de revestimento. Para isso, a brilhante que era o acabamento
temperatura de fusão desse metal deve ser baixa e o substrato tem final. Além disso, providenci-
de ser capaz de suportá-la sem se deformar. Além disso, é ncessário ou-se o aumento da velocidade
que ocorra uma reação metalúrgica entre o substrato e o metal de de deslocamento da chapa, a
revestimento. Por isso, os candidatos a revestimento desse método aplicação de uma raspagem a ar
se resumem ao estanho, zinco e alumínio. O chumbo, apesar de ter na saída do processo e a altera-
um baixo ponto de fusão, não reage com o ferro, porém na presença ção da composição do banho,
de estanho é capaz de formar um revestimento de liga. adicionando alumínio ao mes-
Quando o substrato é removido do banho, ele sai molhado com mo” explica a Dra. Zehbour Pa-
uma camada do metal fundido cuja espessura depende da viscosidade nossian, Diretora de Inovação
do líquido e da rugosidade da superfície da peça tratada. do Instituto de Pesquisas Tec-
A história desse processo remonta ao século XVIII, quando o nológicas do Estado de São
químico francês Melouin descobriu que o recobrimento de zinco pode- Paulo (IPT).
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diferenciado, sendo, por isso, empregada para fins decorativos”,


destaca Zehbour.
Ainda segundo Zehbour, “o processo de eletrodeposição apresenta
algumas desvantagens como a falta de uniformidade da espessura da
camada depositada entre a extremidade e o meio da peça. Junte-se
a isso o fato de que sempre ocorre um desperdício de parte da ener-
gia elétrica utilizada no processo, pois a eletrodeposição sempre
utiliza-se de água que, por sua vez, transforma-se em gás hidrogê-
nio que será descartado. A produção desnecessária desse H2 pode
chegar a consumir até 40 % da energia elétrica”.
Além disso, parte desse hidrogênio é incorporado à peça trata-
Zehbour Panossian, Diretora de da, comprometendo a qualidade do revestimento e necessitando,
Inovação do IPT muitas vezes, um tratamento de desidrogenação.

Eletrodeposição Aspersão térmica


A eletrodeposição de metais A aspersão térmica ou metalização consiste em uma série de
fundamenta-se em reações ele- processos pelos quais depositam-se sobre um substrato, camadas de
troquímicas e consiste em de- materiais metálicos ou não metálicos. “A aspersão térmica pode ser
positar um revestimento metá- comparada a uma pintura em que, ao invés de um revólver que
lico sobre um substrato metáli- ejeta tinta, temos um dispositivo que liquefaz um metal e o asper-
co, por meio da aplicação de ge contra uma superfície”, explica Zehbour.
uma corrente elétrica externa. No processo de metalização por chama a gás ou flame spray, um
O processo em si ocorre den- metal em forma de arame ou pó se funde pelo calor da chama gerado
tro de um banho eletrolítico que, pela queima de gases combustíveis como acetileno, GLP ou propano,
em essência, é uma solução con- e o oxigênio. Através de um forte jato de ar, as partículas derretidas são
tendo sais metálicos. O substrato pulverizadas, chocando-se sobre a superfície da peça.
a ser revestido e o metal que o Já no processo de metalização por arco elétrico ou arc spray, o
revestirá são ligados a uma fon- arco é formado no bico de uma pistola aonde chegam dois arames
te de energia externa de modo do material de deposição. Provoca-se, então, uma diferença de po-
que o primeiro funciona como tencial, que abre o arco elétrico e funde os arames. Um sistema me-
o catodo (polo negativo) e o se- cânico ou elétrico puxa os arames continuamente, ao mesmo tempo
gundo, como o anodo (polo em que um forte jato de ar comprimido é dirigido na região, pul-
positivo) desse sistema. verizando o metal fundido contra a superfície da peça a ser reves-
Essa fonte de alimentação tida, preenchendo e aderindo às suas irregularidades.
faz-se necessária para que se es- O material fundido, depois de aspergido, solidifica-se sobre a
tabeleça um fluxo de corrente superfície da peça, formando uma camada densa que pode servir
entre os dois eletrodos e a ele- como proteção anticorrosiva e/ou conferir maior resistência a des-
trólise possa ocorrer. Os átomos gaste à peça.
do metal, funcionando como As peças revestidas por aspersão térmica têm a vantagem de fi-
anodo, são oxidados e se dis- carem disponíveis para uso imediatamente após a aplicação, pres-
solvem na solução. Os íons me - cindindo de tempo de espera para secagem ou endurecimento.
tálicos dissolvidos na solução se Além disso, os componentes assim tratados tendem a atingir um
deslocam em direção ao catodo alto grau de aderência.
e são reduzidos na interface en - Este conceito que acaba de ser descrito desenvolveu-se e deu
tre a solução e o catodo, de for- origem a outros métodos de revestimento como o de Deposição por
ma que eles se depositam na su- Vapor Químico (CVD) e o de Deposição Física de Vapor (PVD)
perfície da peça. que analisaremos a seguir neste artigo.
Às vezes, o processo de eletro -
deposição é mais conhecido pelo Deposição Física de Vapor (PVD)
nome do elemento usado no re - O revestimento por PVD consiste na deposição de filmes finos
vestimento. Assim, temos a dou - (metálicos ou cerâmicos) por meio de vaporização em câmaras de
ração, a prateação e a cobreação alto vácuo a temperaturas que variam de 150 °C a 500 °C.
como exemplos típicos. O material de revestimento sólido de alta pureza (metais como
“Uma das grandes vanta- titânio, cromo e alumínio) vaporiza-se por ação de calor ou bom-
gens do revestimento por ele - bardeamento com íons (deposição catódica).
trodeposição é seu acabamento Ao mesmo tempo, é introduzido um gás reativo (por exemplo,
12 C & P • Agosto/Setembro • 2015
MateriaCapa58:MateriaCapa37 9/18/15 2:16 PM Page 4

nitrogênio ou um gás que contenha carbono), formando um com- vácuo e são bastante versáteis,
posto com o vapor metálico que se deposita na peça em forma de permitindo que ocorra a mu-
um revestimento fino e altamente aderente. dança de composição durante a
Os revestimentos por PVD apresentam dureza e resistência à deposição e a codeposição de
corrosão superiores aos aplicados por eletrodeposição. A maioria elementos ou compostos.
tolera bem altas temperaturas e possui boa resistência a impactos e Um dos principais problemas
a desgaste. do processo por CVD é o fato de
Além de ser compatível com quase todos os tipos de revesti- que o coeficiente de expansão tér-
mentos inorgânicos (e alguns orgânicos), a PVD tem demonstrado mica do substrato metálico ter de
bons resultados com vários substratos e superfícies, possibilitando combinar com o do revestimen-
um amplo espectro de acabamentos. to6. Além disso, são necessárias
Além disso, a PVD revela-se menos agressiva ao meio ambiente altas temperaturas para promover
do que os processos tradicionais de revestimento por eletrodepo- o processo de modo eficiente, ra-
sição e pintura. zão pela qual, em muitos casos, a
superfície de deposição acaba sen-
Deposição por Vapor Químico (CVD) do destruída, devido à instabili -
Ao contrário da PVD que é realizada por um processo físico onde dade térmica dos substratos.
observa-se o mecanismo de adsorção dos átomos e moléculas na su- Para minimizar o impacto dos
perfície, na CVD ocorre a formação de um filme fino sólido pela de- processos em altas temperaturas
posição atômica ou molecular, em uma superfície aquecida, sendo o foram desenvolvidas novas tecno-
sólido proveniente de uma reação química onde os precursores estão logias de vaporização de precurso-
na fase de vapor. res e novos tipos de precursores
A técnica de CVD pode ser empregada para o revestimento de baseados na integração entre
superfícies em três dimensões com qualidade e boa taxa de de- CVD e PVD resultando, por
posição. Os equipamentos utilizados para CVD não requerem alto exemplo, no desenvolvimento

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João Carlos Dias, gerente técnico


da CentralSuper

dos processos de Plasma-CVD e Espectrômetro de absorção atômica do laboratório de análises da


de Oganometálico-CVD. Centralsuper

Difusão Termorreativa (TRD) processo, são alta dureza e resistência à abrasão, baixo coeficiente de
A Difusão Termorreativa é fricção, boa resistência à corrosão e oxidação, e uma ligação metalúrgi-
um processo de revestimento pa - ca com o substrato metálico, que o torna o muito eficiente para a
ra a produção de carbonetos me - obtenção de um produto com excelentes propriedades tribológicas2.
tálicos na superfície de um subs- Nesse processo, o carbono e o nitrogênio presentes no substra-
trato, contendo carbono. As to, em geral aço, são difundidos em uma camada depositada que
principais características dos re - contém vanádio, nióbio, cromo, molibdênio ou tungstênio. Esses
vestimentos, gerados por esse elementos reagem com o carbono e o nitrogênio difundidos e for-

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mam uma camada de carboneto ou de nitreto, densa e metalurgi- ele continua sendo muito utiliza-
camente ligada à superfície do substrato. do nas soluções galvânicas, na for -
As camadas produzidas por meio do tratamento por TRD apre- ma de cianeto cúprico, cianeto de
sentam espessura da ordem de 5 µm a 15 µm e encontram as mes- potássio e cianeto de sódio.
mas aplicações industriais dos revestimentos TiC, TiN e TiCN, Como o tratamento de eflu-
obtidos pelos métodos CVD e PVD, com a vantagem de ser um entes industriais implica elevados
processo mais simples e ter um custo inferior. custos para uma empresa, dificil-
Enquanto os processos PVD e CVD utilizam câmaras de vácuo, mente consegue-se atingir índices
atmosferas controladas e o manuseio de gases, o tratamento por TRD ideais de tratamento5.
pode ser realizado em fornos comuns de tratamentos térmicos, uti- Em geral, os efluentes gera-
lizando cadinhos ou caixas metálicas em atmosfera ambiente3. Por dos em operações de galvano-
outro lado, como o depósito de camadas depende da difusão do car- plastia consistem em descartes
bono, o processo requer temperaturas relativamente altas, entre periódicos dos diversos banhos
800 ºC e 1250 ºC, para manter taxas de revestimento adequadas. concentrados (desengraxantes,
decapantes, fosfatizantes, cro-
Impacto ambiental matizantes, banhos de eletrode-
O atual momento histórico aponta, sem dúvida, para a importância posição etc.) e em águas menos
da reflexão a respeito das sociedades industriais contemporâneas e seus contaminadas, provenientes das
impactos sobre a saúde e o meio ambiente nos diversos círculos sociais. etapas de lavagem após as ope-
É necessário abordar, dentro desta temática, a relação entre trabalho, rações nos banhos. Estes eflu-
saúde e meio ambiente em sua dupla dimensão: dentro e fora das plan- entes são compostos por água e
tas industriais4. reativos.
As indústrias galvânicas que se dedicam ao tratamento de superfície Após o tratamento destes e-
de peças metálicas usam soluções químicas, contendo cianetos. O ciane- fluentes, obtem-se, como resul-
to é altamente tóxico ao ser humano e ao meio ambiente. Mesmo assim, tado, a geração de resíduos com
MateriaCapa58:MateriaCapa37 9/18/15 2:16 PM Page 7

altos teores de metais e outros O futuro dos revestimentos metálicos


componentes tóxicos. Uma for- Muitas pesquisas continuam a ser feitas neste setor, tanto para
ma de diminuir o volume destes minimizar a toxicidade dos resíduos provenientes desses processos
resíduos é através da redução das como também para aprimorar as técnicas de proteção contra os
perdas de reativos químicos6. efeitos deletérios que a corrosão provoca em todas as obras cons-
A maioria dos processos de truídas pelo homem.
revestimento metálico libera
também metais pesados como o As superligas estão chegando…
cádmio, cromo, cobre, ferro, Parece ficção científica, mas não é. Um novo processo muito bara-
manganês, níquel, chumbo e to pode fazer com que metais como o aço, por exemplo, se tornem dez
zinco, muito comuns do pro- vezes mais resistentes à corrosão. As peças feitas com a nova tecnolo-
cesso galvânico. O cádmio e o gia estão sendo testadas em campos de petróleo nas costas da Austrália
cromo são os grandes vilões des- e da África. Alguns tipos de petróleo contêm compostos químicos
ses processos, pois são conta - altamente corrosivos, tais como o sulfeto de hidrogênio que danifica
minantes muito perigosos para a rapidamente os equipamentos de produção.
saúde humana. O cádmio, por Ao implementar um método que “cria” metais de altíssima per-
ser um poluente cumulativo e formance de forma barata e eficiente, a empresa americana Modumetal
extremamente tóxico, ao ser ina- dá um passo importante para o desenvolvimento das indústrias de cons -
lado, causa sérios danos aos pul- trução civil, automotiva e de petróleo, visto que a nova tecnologia pro-
mões. Por via oral, pode acumu- mete fazer com que as peças tratadas durem muito mais e, assim, re-
lar-se nos rins e nos ossos. duzam o custo de prospecção de fontes não convencionais de petróleo.
O cromo, em sua forma oxi- Esta pode ser apenas a primeira de um amplo espectro de aplicações.
dada trivalente é a mais estável e O avanço baseia-se no fato de que é possível controlar, em escala
pode ser encontrada no meio nanométrica, a estrutura de metais de modo a impregnar esses mate-
ambiente. Já sua versão hexava- riais com novas propriedades. Embora isso não seja novidade, na práti-
lente é, em geral, produzida por ca, tem sido muito difícil realizar esse processo em grandes peças de
processos industriais, principal- forma confiável e econômica.
mente na fabricação de ligas me- A Modumetal desenvolveu um processo que fornece um controle
tálicas, sendo muito tóxica para o preciso da estrutura dos metais e permite produzir peças de vários me-
sistema respiratório. tros de comprimento. A CEO da empresa Christina Lomasney diz
que os custos do processo são equivalentes a de tratamentos metálicos
Resíduos sólidos convencionais tais como os de eletrodeposição.
Criada em 1995 com uma A empresa usa um banho que contém vários tipos de íons me-
proposta ambiental para controle tálicos e controla a forma como os íons são depositados, mediante a
de efluentes, a Centralsuper fun- variação da corrente elétrica em momentos precisos. Assim, uma
ciona como entreposto entre a estrutura com várias camadas de composição diferente pode ser cria-
empresa geradora do resíduo sóli- da, fazendo com que cada camada tenha uma espessura de alguns
do e seu envio para forno de ci- nanômetros. Como a última camada pode ter até um centímetro de
mento para eliminação completa espessura, ela pode alterar bastante as propriedades do material origi-
de sua toxicidade. nal. O revestimento em nanocamadas pode fazer com que um mate-
Segundo João Carlos Dias, rial se torne mais forte, interrompendo o desenvolvimento de fissuras.
gerente técnico da Centralsuper,
a maior dificuldade com que eles Referências bibliográficas
se deparam é o acondicionamen- 1. Manual de Segurança e Saúde no Trabalho – Indústria Galvânica – SESI.
to dos resíduos, pois a separação 2. Arai, T., Harper, S. Thermoreactive deposition/diffusion process, ASM
deste material nem sempre é feita Handbook, ASM Intl., Material Park, Ohio, Vol. 4.
na empresa de origem. O resíduo 3. Avaliação de camadas de carbonetos e de boretos produzidas nos aços AISI H13
vai para filtro prensa e depois é e D2 por meio d tratamentos termorrativos – Carlos Kleber Nascimento de
colocado em tambores. Oliveira – Instituto de Química de São Carlos – USP.
“Os elementos mais tóxicos 4. Franco, T.; Druck, G.. Padrões de Industrialização, Riscos e Meio Ambiente.
verificados são o cromo e o cia - Ciência & Saúde Coletiva
neto. O cianeto tem um perigo 5. Minimização de impactos ambientais da indústria galvânica através do uso de
imediato. Já o cromo é latente, soluções livres de cianeto – Delci Fátima Meneghetti Casagrande – Centro
primeiro ele contamina, impreg - Universitário Feevale
na e depois começa a fazer efei - 6. Tratamento de efluentes líquidos de galvanoplastia – Prof. Dr. Haroldo de
to”, sentencia Dias. Araújo Ponte – Universidade Federal do Paraná.

16 C & P • Agosto/Setembro • 2015


Mercado58:Mercado36 9/16/15 1:36 PM Page 1

Notícias do Mercado

Sherwin-Williams na Marintec South America – Navalshore


A Sherwin-Williams participou mais uma vez
da Marintec South America – Navalshore apresen-
tando seus produtos inovadores. O evento do setor
de construção e manutenção naval da América do
Sul foi realizado de 11 e 13 de agosto, no Rio de
Janeiro (RJ).
Entre as tintas e revestimentos expostos pela
Sherwin-Williams destacou-se a Seavoyage SPC,
linha de revestimentos antifouling que protege em-
barcações e outras superfícies expostas aos efeitos
nocivos causados pela incrustação de microorga-
nismos no ambiente marítimo.
A Seavoyage SPC proporciona o controle da
rugosidade causada pela incrustação, mantendo os
cascos mais lisos, melhorando a performance da til Estanho), fungicida e algicida altamente nocivo
embarcação e, com isso, gerando redução no con- para a vida marinha.
sumo de combustível. A linha possui tecnologia
Nippon e seus produtos são livres de TBT (Tribu- Mais informações: www.oespecialistasw.com.br

Reparo no local e a frio de galvanização em grandes estruturas


A galvanização é essencial para proteger da
corrosão grandes estruturas metálicas presentes
em indústrias dos mais diversos segmentos.
Para este trabalho, a Quimatic Tapmatic de-
senvolveu o CRZ, um produto de galvanização
a frio que protege o metal da corrosão.
Ideal para todas as estruturas de ferro e aço
que requerem extrema proteção anticorrosiva
por estarem ao ar livre, enterradas ou submersas,
o produto adere firmemente ao metal, penetra a
porosidade e confere proteção galvânica,
impedindo o alastramento da ferrugem por bai - Mais informações:
xo do revestimento. www.quimatic.com.br/produtos/anticorrosivos/crz

Nova linha de equipamentos PROTEC 2K


Com foco no mercado de por ser inteiramente mecânico, é
anticorrosão, a marca alemã tão simples para operar como
Wagner, em parceria no Brasil um equipamento monocom-
com a Embraser, está lançando ponente. Com o Protec 2K, os
a nova linha de equipamentos pintores em obra, não precisam
Protec 2K para dosagem, mis- se preocupar com eletrônica so-
tura e aplicação de material de fisticada e ajustes por display e
dois componentes. Além de tecla táctil.
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de e alto desempenho dos seus Mais informações:
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C & P • Agosto/Setembro • 2015 17


Juliana58:Cristiane43 9/16/15 1:28 PM Page 1

Artigo Técnico

Simulação de sistemas de proteção


catódica aplicada à área externa do
fundo de tanques de armazenamento
atmosférico
Modeling of cathodic protection systems applied to the external atmospheric storage tank bottoms

Resumo reliable publications in literature. simulação5,7.


Nos últimos anos, um eleva- However, cathodic protection sys- Uma vez que o fenômeno de
do número de trabalhos publica- tems for the external area of atmos- corrosão verificado nas chapas de
dos explora o uso de ferramentas pheric storage tanks bottom, which fundo do tanque é um processo
de simulação numérica visando includes different types of soil, dependente da presença de água,
Por Juliana L. projetar sistemas de proteção sand and concrete, are diverse and assume-se que as curvas de pola -
Cardoso catódica para a região externa do the polarization curves should be rização utilizadas na simulação
fundo de tanques de armazena- measured, considering specific con- do sistema de proteção catódica
mento atmosférico. Entretanto, ditions such as variation of the em meio aquoso são representa-
a qualidade dos resultados obti- resistivity of the soil layers, degree tivas do processo que ocorre nas
Co-autores: dos está ligada à quantidade e of aeration, etc. In this work, it superfícies metálicas envolvidas.
Neusvaldo L. de precisão dos parâmetros de en- will be presented results of simula- Além disso, se o meio de ensaio
Almeida, trada inseridos no simulador. tions of a cathodic protection sys- reproduzir as condições de con-
Gutemberg de S. Trabalhos de simulação encon- tem to an external tank bottom dutividade da base de assenta-
Pimenta, Fabiano trados na literatura, em geral, using the Beasy program, in com- mento, então a curva de polari -
R. dos Santos e trazem poucos detalhes sobre a parison with physical scale model- zação irá corresponder à con-
Eduardo W. obtenção desses parâmetros. Por ing data. dição de polarização por resistên-
Laurino outro lado, esse levantamento cia que ocorre na interface da
implica em domínio tanto da Introdução chapa ou do anodo com a base
instalação do tanque e do sis- O uso de simulação com- de assentamento8. Considerou-
tema de proteção catódica en- putacional para o projeto de sis- se, também, que o solo da base
volvido, quanto do uso da ferra- temas de proteção catódica foi de assentamento da chapa de
menta de simulação e da me- bastante aplicado em estruturas e fundo estava naturalmente aera-
todologia adequada para a ob- equipamentos marinhos1,3. En- do, o que implica a participação
tenção dos parâmetros sufici- contra-se reportado na literatura4 do oxigênio na oxidação da cha-
entes para garantir a precisão um conjunto de curvas de pola - pa de fundo.
dos resultados. Neste trabalho, rização de materiais navais em Cabe observar que muitos
serão apresentados levantamen- meio de água do mar, que ser- trabalhos têm sido realizados na
tos criteriosos dos parâmetros vem de referência para a realiza- área de simulação de sistemas de
de entrada para simular um sis- ção de simulações. Porém, um proteção catódica para fundo de
tema de proteção catódica para atlas semelhante não é possível tanque7,9,11. Porém, poucos9 for -
a região externa de um fundo de para aplicações de simulação de necem detalhes em relação à ob-
tanque, utilizando o programa sistemas de proteção catódica pa- tenção das curvas de polarização
Beasy e exemplos de simulações ra a área externa do fundo de da chapa de fundo, incluindo
de modelos computacionais ba - tanques de armazenamento at- comparações com modelos físi-
seados em um modelo físico em mosférico, uma vez que o meio é cos em escala reduzida na análise
escala reduzida, confrontando bastante variado e inclui solos, dos resultados obtidos.
os resultados experimentais com areias e concretos. Além da curva Neste trabalho, utilizando o
as simulações. de polarização, medidas de con- programa Beasy, foram realizadas
dutividade do material que com- simulações de sistemas de pro-
Abstract põe a base de assentamento e da teção catódica com curvas de po-
Polarization curves necessary resistência do cabeamento utili- larização levantadas de acordo
to the modeling of cathodic protec- zado na instalação do sistema de com as características dos materi-
tion systems applied to structures proteção catódica também são ais utilizados em um modelo físi-
or equipment installed in marine necessárias para garantir a preci- co em escala reduzida de fundo
environments are available on são dos resultados obtidos na de tanque. Os dados obtidos
18 C & P • Agosto/Setembro • 2015
Juliana58:Cristiane43 9/16/15 1:28 PM Page 2

a b

Figura 1 – Montagem do modelo físico de fundo de tanque: (a) posicionamento do anodo sobre o solo com-
pactado e (b) distribuição de pontos para posicionamento de eletrodo de referência de medição de potencial

com as simulações são, então, norma API 650-201212. Uma chapa de aço-carbono
confrontados com os dados O anel de concreto foi pre- ASTM A36 foi posicionada
experimentais do modelo físico, enchido com solo argiloso (com sobre o solo compactado do anel
seguidos de uma breve discussão. condutividade de 141 µS cm‑1 e de concreto. Essa chapa possui
umidade 14,4 %) e compactado formato circular com 2 m de
Modelo físico em escala até a altura de 0,45 m, para o diâmetro e 6,35 mm de espes-
reduzida de fundo de tanque posicionamento do anodo. Por sura. Peças de aço‑carbono
Um modelo físico de fundo fim, completou-se o anel com ASTM A36, com 40 mm de
de tanque (Figura 1) foi monta- 50 mm de solo sobre o anodo, diâmetro e 6,35 mm de espes-
do a partir de um anel de con- alcançando a borda superior do sura foram instaladas com o uso
creto pré‑fabricado, com altura anel de concreto. de suportes de PEAD (Polieti -
de 0,5 m e diâmetro externo de O anodo é composto de leno de Alta Densidade), com
2,0 m. Na região interna do anel duas partes de chapa expandida contato elétrico com a chapa, pa-
foi instalada uma geomembrana de Ti com revestimento de ra permitir instalação de eletro-
comercial de PVC, com 1 mm MMO (Mixed Metal Oxide), dos de referência de medição de
de espessura. A instalação da em formato de grade, com bar- potencial em diversas posições.
geomembrana em fundo de tan- ras distribuidoras de corrente O sistema de proteção cató-
que segue a recomendação da em Ti soldadas às grades. dica instalado no modelo físico é

a b

Figura 2 – (a) Descrição geométrica do modelo computacional de fundo de tanque e (b) detalhe da grade de
MMO com a barra de condução de Ti
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a b

Figura 3 – (a) Número de divisões da malha em cada estrutura do modelo e (b) representação da malha

composto por fonte de corrente as propriedades físicas e geomé- O programa Beasy utiliza
contínua estabilizada com carac- tricas do eletrólito, a geometria equações de Kirchhoff para
terísticas nominais de 32 V e do anodo e do catodo (tamanho resolver as equações de circuito
5 A. As medições de potencial e e localização), a característica de elétrico, que fornecem a distri-
corrente foram realizadas com polarização dos materiais envol- buição da tensão nos anodos. O
multímetro modelo 287 da vidos como eletrodos ativos e a modelo matemático de queda de
marca Fluke. O eletrodo de re- ligação elétrica entre cada uma potencial no eletrólito, descrito
ferência utilizado nas medições das partes6,7. por uma equação de Laplace, é
de potencial foi o eletrodo de A simulação, portanto, en- resolvido utilizando Métodos de
Cu/CuSO4 (E = 300 mV, volve a solução de dois proble- Elementos de Contorno. Final-
ENH – eletrodo normal de hi- mas interligados: o eletrólito e o mente, a relação entre a densi-
drogênio). As medições de po- circuito externo. O primeiro en- dade de corrente e a diferença de
tencial ON e OFF foram feitas volve o eletrólito e todas as estru- potencial, por ser não linear, é
manualmente, usando o padrão turas ao seu redor, incluindo os obtida de forma iterativa7.
de temporização de 12 s ON e eletrodos ativos (anodos e cato-
4 s OFF. dos) e as superfícies isolantes Modelo Computacional de
limitando o eletrólito (geomem- Fundo de Tanque com
Modelo computacional e brana), enquanto que o segundo Anodo em Grade
parâmetros de simulação incorpora a resistência do cir- Na Figura 2a, é apresentada
Os parâmetros de entrada de cuito de componentes discretos a descrição geométrica do mo-
um modelo computacional de como retificadores, cabos e delo computacional, seguindo
sistema de proteção catódica são shunts, quando houver7. as características da montagem

a b

Figura 4 – Curva de polarização da amostra de aço A36 (catodo) (a) em log da corrente e (b) ajustada para o
simulador
20 C & P • Agosto/Setembro • 2015
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a b

Figura 5 – Curvas de polarização da grade de MMO (a) em log da corrente e (b) ajustada para o simulador

do modelo físico em escala re - Utilizando essa função para Ti Bar0, Ti Bar1 e Ti Bar2.
duzida. o modelamento do anodo, cal- A chapa de fundo de tanque
O anodo real é formado por culou-se o raio equivalente à foi representada pela superfície
duas chapas expandidas de Ti área da seção transversal do fila- de um círculo com raio de 1 m
recobertas por MMO, com área mento, igualando a área retan- e a geomembrana foi represen-
transversal de cada filamento de gular do anodo para a área de tada pela superfície lateral de
1 mm2. Essas chapas são unidas um círculo. Com o raio equiva- um cilindro de raio igual a 1 m.
pela barra condutora central, lente e o desenho das linhas, foi Essas superfícies foram colo-
soldada unindo as duas partes feita a representação geométrica cadas nos grupos Tank e Mem-
do anodo. A área da seção da grade de MMO, conforme brane, respectivamente.
transversal das barras conduto- apresentado na Figura 2b. Co - A etapa seguinte à represen-
ras é de 12,7 mm2. mo o anodo é formado por du- tação geométrica para a simu-
O programa Beasy possui as metades separadas de grade, lação do fundo de tanque é a
uma funcionalidade que per- as linhas que representam as definição da malha de cálculo
mite a descrição de uma estru- duas partes foram colocadas em do modelo, que está indicada
tura cilíndrica por uma linha e grupos distintos, chamados de na Figura 3. Quanto mais densa
pelo raio do cilindro que aque- Anodo 1 e Anodo 2. a malha de cálculo, maior a pre-
la linha representa. Esse recurso As três barras de Ti que for- cisão do resultado e mais tempo
diminui a complexidade do mam as barras condutoras do é consumido na realização dos
modelo e o seu tempo de res- anodo também foram represen- cálculos. Procurou-se gerar uma
olução pelo simulador. Outra tadas por linhas, com raio cal- malha com duas divisões para
característica do Beasy é con- culado a partir da área da seção cada linha que compõe o ano-
siderar que as linhas de desenho transversal da barra, conforme do, uma vez que essa estrutura
inseridas dentro de um mesmo mostrado na Figura 2b. As li- já possui um alto detalhamento
grupo são conectadas, mesmo nhas que representam as barras geométrico. Para as estruturas
que no desenho haja um espa- de Ti foram colocadas em gru- com menos detalhes, como as
çamento entre elas. pos individuais, chamados de barras de Ti, a chapa de fundo e

a b

Figura 6 – Curvas de polarização das barras condutoras de Ti (a) em log da corrente e (b) ajustada para o
simulador
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dor, foi necessário diminuir o


número de pontos que des-
crevem cada curva para 50 pon-
tos, valor máximo aceito pelo
simulador, resultando na curva
representada como “Curva re-
duzida”, nas figuras 4a, 5a e 6a.
A curva de polarização do
catodo (Figura 4) foi obtida
Figura 7 – Circuito elétrico que corresponde à instalação do sistema de com eletrodo de trabalho cons-
proteção catódica do modelo físico truído com uma amostra da
chapa utilizada no modelo físi-
a geomembrana, foram geradas locidade de varredura de co, de área de 1 cm2 e embuti-
malhas com número maior de 0,166 mV s‑1, conforme norma da em resina epóxi de cura fria.
divisões, conforme apresentado ASTM G5913. O meio utiliza- Previamente à obtenção da cur -
na Figura 3a. O resultado é a do na obtenção da curva pro- va, o eletrodo teve sua super-
malha de cálculo apresentada curou mimetizar a resistividade fície polida com alumina em
na Figura 3b, composta por do solo empregado na monta- grãos com diâmetro de 3 µm e
134 593 elementos. gem do modelo físico. Para desengraxada em etanol.
Criado o modelo, a próxima tanto, foi preparada uma solu- A curva de polarização do
etapa consiste fornecer ao simu- ção com 0,098 g L‑1 de anodo (Figura 5) foi obtida
lador as características dos ma- Na2SO4, em que se mediu com eletrodo de trabalho cons-
teriais, conforme empregados no pH 6,6 e condutividade de truído com uma amostra do
modelo físico. Curvas de polari- 140,6 µS cm‑1. Visando uni- anodo utilizado no modelo físi-
zação dos materiais utilizados na formizar a presença de oxigênio co, de área de 1 cm2 e embuti-
chapa de fundo de tanque (cato- dissolvido no meio de ensaio, a da em resina epóxi de cura fria.
do), das barras de Ti e da grade solução foi agitada ao ar com Previamente à obtenção da cur -
de MMO (anodo) estão indi- barra magnética durante 1 h va, o eletrodo teve sua superfí-
cadas nas figuras de 4 a 6. antes de se obter as curvas de cie desengraxada com etanol.
As curvas de polarização fo- polarização. Não foi possível considerar
ram obtidas utilizando o poten- Para que o simulador pu- na simulação a resistência ao
ciostato modelo VMP3 Multi- desse calcular os valores de longo do comprimento do
channel da Bio Logic, a 23,5 °C, potencial em relação ao eletro- material que compõe o anodo,
com eletrodo de referência de do de referência de Cu|CuSO4 uma vez que as linhas que o
Hg|Hg2SO4 em solução satura- (E = 300 mV, ENH), os valores descrevem geometricamente fo -
da de K2SO4 (E = 643 mV, de potencial da curva de pola- ram colocadas em apenas dois
ENH) com capilar de Luggin e rização foram previamente con- grupos e o simulador não per-
um eletrodo auxiliar de Pt em vertidos, conforme mostrado mite atribuir resistência ao
tela, com área de aproximada- nas figuras 4b, 5b e 6b. Antes longo do comprimento dife-
mente 45 cm2. Utilizou-se ve- de inserir os dados no simula- rente de zero em grupos que

a b

Figura 8 – (a) Descrição geométrica de um fundo de tanque com anodos verticais ao longo da periferia e
(b) número de divisões da malha em cada estrutura do modelo
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contenham mais de uma linha. TABELA 1 – MEDIDAS DE POTENCIAL ON E OFF REALIZADAS


A resistência ao longo do com- NO MODELO FÍSICO EM ESCALA REDUZIDA, COM POTENCIAL APLICADO
primento da grade de MMO é PELA FONTE DE CORRENTE CONTÍNUA DE 3,44 V
de 0,080 Ω m-1 conforme catál- Dias de Potencial (V, Cu|CuSO4)
ogo do fabricante. ensaio ON OFF
A curva de polarização das 1 -1,619 -1,620 -1,625 -0,864 -0,870 -0,878
barras condutoras de Ti (Figu - 2 -1,852 -1,853 -1,856 -0,846 -0,846 -0,854
ra 6) foi obtida com eletrodo de Média -1,738 -0,860
trabalho construído com uma
amostra do anodo utilizado no
modelo físico, de área de
2,5 cm2 e embutida em resina
epóxi. Foi utilizado na simu-
lação o valor da resistência ao
longo do comprimento da bar-
ra de 0,052 Ω m-1, conforme
catálogo do fabricante.
Isso foi possível uma vez que
as linhas que representam as
barras foram inseridas em gru-
pos separadamente. Potencial OFF
Na Figura 7 é apresentado o (mV, Cu|CuSO4)
circuito elétrico de simulação
que corresponde ao modelo fí-
sico. As resistências entre os ter-
minais da fonte de tensão cor-
respondem aos fios de ligação
entre este, o anodo e a chapa.
As ligações entre as barras de
distribuição e os anodos foram Figura 9 – Resultado da simulação do protótipo de fundo de tanque
consideradas com resistência com anodo em grade, com aplicação de 3,44 V
nula por serem partes soldadas
diretamente uma as outras. Fundo de Tanque com lação mais comum de sistema de
As simulações foram realiza- Anodos Verticais ao Longo proteção catódica, principal-
das com tolerância de desvio de da Periferia mente quando o sistema de pro-
tensão dos valores das curvas de Como comparação e de for- teção é instalado após a cons-
polarização de até 0,5 mV. A ma hipotética, foi feita a simu- trução do tanque14. É impor-
tolerância da porcentagem de lação de um fundo de tanque tante ressaltar que existem outras
erro de corrente é de até 1 % e com a mesma dimensão do mo- configurações de anodo possíveis
o tipo de elemento utilizado na delo físico, diferenciando apenas de serem utilizadas em fundo de
resolução foi constante. A po- em anodos verticais distribuídos tanques, como anodos inclina-
sição de referência de tensão foi ao longo da periferia. Essa con- dos, anodos em leito profundo,
a própria chapa de tanque. figuração de anodos é a insta- ou anodos posicionados em

Chapa Barra de Ti Grade de MMO

Figura 10 – Representação da região das curvas de polarização utilizadas para calcular o resultado do modelo
com anodo em grade com polarização de 3,44 V
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Na Figura 9 é apresentado o
resultado da simulação do mo-
delo de fundo de tanque, uti-
lizando anodo em grade e com
aplicação de potencial externo
de 3,44 V.
O mapa de potencial da re-
presentação da chapa de fundo
indica que houve pouca variação
do potencial ao longo da chapa
(DE = 64,6 mV, Cu|CuSO4). O
potencial menos negativo foi
verificado em regiões esparsas ao
longo da extremidade do tanque,
regiões essas em que a densidade
da malha de anodos é menor
devido à curvatura do corte do
anodo. Verifica-se, ainda, que as
Figura 11 – Resultado da simulação de fundo de tanque com anodos regiões ao longo das barras de
verticais ao longo da periferia, com aplicação de 3,44 V condução Ti apresentaram o
potencial mais negativo, por ser
a menor resistência a ser percor-
rida pela corrente no anodo.
O valor médio de potencial
OFF apresentado pelo simula-
dor (E = ‑1046,4 mV,
Cu|CuSO4) é superior ao valor
de potencial OFF médio medido
no modelo físico (E = ‑860 mV).
Essa diferença pode ter sido cau-
Figura 12 – Representação da região das curvas de polarização uti- sada pela impossibilidade de
lizadas para calcular o resultado do modelo com anodos verticais com considerar no simulador a perda
polarização de 3,44 V de energia decorrente da resis -
tência da grade de MMO. O
furos direcionais paralelos ao dos anodos empregados. simulador não permitiu inserir
fundo do tanque15. As curvas de polarização do essa informação, uma vez que o
Foram posicionados ao lon- anodo e do catodo empregados anodo foi descrito como conjun-
go da periferia do tanque 16 nesse modelo são as mesmas em- tos de linhas. O simulador per-
anodos a 0,25 m de profundi- pregadas no modelo com anodo mite que seja indicada a resistên-
dade em relação à chapa de fun- em grade. Não foi considerada a cia das linhas individualmente,
do, com comprimento de resistência ao longo do compri- quando em grupos contando
0,5 m cada um e diâmetro de mento desse anodo para manter apenas uma linha, porém, como
25 mm, conforme mostrado na a semelhança com as condições nesse modelo foi necessário uti-
Figura 8a. Anodos com as di- adotadas para o anodo em grade. lizar 5 516 linhas na descrição
mensões indicadas, fabricados dos anodos, a montagem do cir-
em MMO, são comerciais. Resultados e discussão cuito elétrico nos moldes exigi-
A malha de cálculo utilizada Na Tabela 1 estão registradas dos pelo Beasy se torna inviável.
nesse modelo é apresentada na as medidas de potencial no mo - Nessa simulação, a porcen -
Figura 8b, em que todas as estru- delo físico em escala reduzida de tagem de erro de corrente foi de
turas foram definidas com 20 um fundo de tanque, nos dois 0,056 % e as regiões das curvas
divisões. O resultado é a malha primeiros dias de ensaio. de polarização utilizadas para
de cálculo composta por 3 104 Nota-se que foi possível fornecer o resultado são apresen-
elementos. A quantidade de ele- atingir o potencial de proteção tadas na Figura 10. Os pontos
mentos desse modelo é conside - de -0,860 V (Cu|CuSO4) com vermelhos indicam a região da
ravelmente menor devido à me - o potencial aplicado pela fonte curva utilizada para o cálculo do
nor complexidade do formato de 3,44 V. resultado final, bem como que a
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curva foi seguida corretamente


pelo simulador na busca pela
convergência dos resultados.
Na Figura 11 é apresentado o
resultado da simulação do mo-
delo de fundo de tanque, utili-
zando anodos verticais distribuí-
dos ao longo da periferia do tan-
que e com aplicação de potencial
externo de 3,44 V.
O mapa de potencial da re -
presentação da chapa de fundo
indica que houve maior variação
do potencial ao longo da chapa
(DE = 75,4 mV, Cu|CuSO4). Ao
contrário do modelo anterior, o
potencial mais negativo foi veri-
ficado ao longo de toda a extre-
midade do tanque. Verifica-se, Figura 13 – Resultado da simulação de fundo de tanque com anodos
ainda, que a região central é a re- verticais ao longo da periferia, com aplicação de 10,0 V
gião com o potencial menos ne-
gativo, indicando que há uma
dificuldade maior da corrente do
sistema em atingir essa região.
O valor médio de potencial
OFF apresentado nesse modelo
(E = ‑693,1 mV, Cu|CuSO4) é
inferior ao valor de potencial
OFF médio medido no modelo
com anodo em grade
(E = ‑1046,4 mV). Essa dife - Figura 14 – Representação da região das curvas de polarização uti-
rença pode ter sido causada pela lizadas para calcular o resultado do modelo com anodos verticais com
maior distância a ser percorrida polarização de 10,0 V
pela corrente dentro do eletrólito
até atingir o catodo. Por esse per- tencial externo de 10,0 V. com anodo em grade
curso ser maior, ocorre maior Nessa simulação, a porcen- (E = ‑1046,4 mV). As simu-
perda de energia por queda tagem de erro de corrente foi de lações indicam que um sistema
ôhmica ao longo do eletrólito 0,033 % e as regiões das curvas de proteção catódica eficiente
(solo). Sendo assim, é mais difícil de polarização utilizadas para pode ser mais facilmente con-
proteger a região central do fun- fornecer o resultado são apresen- seguido com a instalação de
do do tanque do que as bordas, tadas na Figura 14. anodos em grade paralelo ao
que estão mais próximas dos O mapa de potencial da re - fundo do tanque.
anodos, conforme verificado no presentação da chapa de fundo
resultado da simulação. (Figura 13) indica que houve Conclusão
Nessa simulação, a porcen - maior variação do potencial ao Foram apresentados levanta-
tagem de erro de corrente foi de longo da chapa (DE = 492,7 mV, mentos criteriosos dos parâ-
0,035 % e as regiões das curvas Cu|CuSO4). O gradiente de po- metros de entrada para simular
de polarização utilizadas para tencial foi ampliado com o au - um sistema de proteção catódica
fornecer o resultado são apresen- mento do potencial aplicado, para a região externa de um
tadas na Figura 12. porém, o centro do tanque não fundo de tanque, utilizando o
Na Figura 13 é apresentado o atingiu o potencial de proteção. programa Beasy e exemplos de
resultado da simulação do mo- O valor médio de potencial simulações de modelos compu-
delo de fundo de tanque, utili- OFF apresentado nesse modelo tacionais baseados em um mode -
zando anodos verticais distribuí- (E = ‑939,4 mV, Cu|CuSO4) é lo físico em escala reduzida, con-
dos ao longo da periferia do inferior ao valor de potencial frontando os resultados experi-
tanque e com aplicação de po- OFF médio medido no modelo mentais com as simulações.
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As simulações indicam que 9. SCHULTZ, M. et al. Proteção catódi-


um sistema de proteção catódica ca de fundo de tanques de armazena-
eficiente pode ser mais facil- mento: resultados experimentais e Juliana L. Cardoso
mente conseguido com a insta- numéricos. Proceedings of 24° CON- Doutora em Ciências e Mestre em
lação de anodos em grade parale- BRASCORR, Rio de Janeiro, Brasil, Engenharia Elétrica pela Escola
lo ao fundo do tanque, uma vez 2004. Politécnica da USP. Fundação de apoio ao
que um anodo em formato de 10. VITTONATO, J.; BAYNHAM, J. Instituto de Pesquisas Tecnológicas (FIPT)
grade instalado paralelamente ao General Consideration about Current
fundo de tanque apresentou de Distribution and Potential Atten- Neusvaldo L. de Almeida
- 860 mV, conforme modelo físi- uation Based on Storage Tank Bottom Mestre em Metalurgia, Responsável pelo
co, e, como resultado da simu- Modeling Study. Proceedings of Laboratório de Corrosão e Proteção,
lação, potencial OFF médio de NACE Corrosion, Salt Lake City, Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT)
- 1046 mV e distribuição de po- USA, 2012.
tencial uniforme. 11. ADEY, R.; BAYNHAM, J.; PER- Gutemberg de S. Pimenta
RATA, C. Modeling of Impressed Mestre em Engenharia Metalúrgica e
Referências bibliográficas Current Cathodic Protection Anode Ciência dos Materiais pela Universidade
1. ADEY, R.; BAYNHAM, J.; JACOB, Arrangements for Storage Tank Federal do Rio de Janeiro. Consultor
R. Prediction of Interactions between Bottoms. Proceedings of IDETC, Sênior, Petrobras/CENPES
FPSO and Subsea Cathodic Protection Washington DC, USA, 2011.
Systems. Proceedings of NACE 12. API standard 650, 2007 (2012), Fabiano R. dos Santos
Corrosion, New Orleans, USA, Welded Tanks for Oil Storage, Tecnólogo em Processos Metalúrgicos.
2008. American Petroleum Institute, API, Fundação de apoio ao Instituto de
2. ADEY, R.; BAYNHAM, J.; Washington, DC, 2012, Pesquisas Tecnológicas (FIPT)
CURTIN, T. Predicting the www.api.org.
Performance of Cathodic Protection 13. ASTM standard G59, 1997 (2014), Eduardo W. Laurino
Systems with Large Scale Interference. Standard Test Method for Conducting Consultor Técnico, Petrobras Transporte
Proceedings of WIT Press ELEC- Potentiodynamic Polarization S.A.
TROCOR, Myrtle Beach, USA, Resistance Measurements, ASTM
2007. International, ASTM, West Contato com a autora: jcardoso@ipt.br
3. SANTANA-DIAZ, E.; ADEY, R.A. Conshohocken, PA, 2014,
Predicting the Coating Condition on www.astm.org.
Ships Using ICCP System Data. 14. CHATTERJEE, B. Prevention of Trabalho apresentado durante a
Proceedings of Tri-Service Corrosion External (Soil Side) Corrosion on 13ª Conferência sobre Tecnologia de
Conference, Las Vegas, USA, 2003. Storage Tank Bottom Plates by Equipamentos.
4. HACK, H. P. Atlas of Polarization Cathodic Protection System. Pro-
Diagrams for Naval Materials in ceedings of NACE Corrosion, New
Seawater. CARDIVNSWC-TR-61, Orleans, USA, 2008.
1995. 15. GARRITY, K. C.; URBAS, M.
5. RIEMER, D.P.; ORAZEM, M.E. A Cathodic protection of external tank
mathematical model for the cathodic bottoms. Materials Performance,
protection of tank bottoms. Corrosion April, p. 32, 1988.
Science, v. 47, p. 849-868, 2005.
6. HOGAN, E.A. et al. Validation plan
for boundary element method modeling
of impressed current cathodic protection
system design and control response.
WIT Transactions on Engineering
Sciences, v. 54, p.113-122, 2007.
7. ADEY, R.A.; BAYNHAM, J.M.W.
Simulation Assisted Design of Storage
Tank Base ICCP. Proceedings of
NACE Corrosion, San Antonio,
USA, 2010.
8. WOLYNEC, S. Técnicas Eletro -
químicas em Corrosão. São Paulo:
EdUSP, 2003.

26 C & P • Agosto/Setembro • 2015


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Orientação Técnica

Armazenamento de tintas
Storage of paints

Resumo para o exterior, além de porta pa- Circulação em torno das


Com exceção das tintas a base ra acesso do Corpo de Bombeiros prateleiras
de água e das sem solventes, a se houver necessidade. Possuir Deve ser deixado espaço su-
maioria das tintas utilizadas na saída de emergência bem locali- ficiente em torno das prateleiras
indústria e na proteção anticorro- zada e sinalizada. Aberturas ou para facilitar a colocação e reti-
siva contém solventes orgânicos passagens para outras salas devem rada das embalagens. As vias de
inflamáveis. Defeitos na emba - ser providas de soleira ou rampas circulação devem permanecer Por Celso
lagem, danificações sofridas du- a prova de passagem de líquidos, livres para evitar que a movi- Gnecco
rante o transporte, manuseio in- feitas de material não combustí- mentação cause danos às em-
correto na estocagem ou ainda, vel com no mínimo 15 cm de al- balagens e que latas possam cair
aquecimento excessivo, podem tura. No lugar das soleiras podem no vão formado entre as prate-
causar vazamentos de tintas e ser utilizadas valetas cobertas leiras e a parede.
consequentemente de solventes e com grades de ferro com escoa-
acúmulo de seus vapores no am- mento para local seguro. As por- Acesso
biente. Se houver uma faísca elé- tas devem ser do tipo corta-fogo O local de armazenamento
trica ou uma chama aberta po- de maneira a oferecer estanquei- deve, de preferencia, ser situado
derá ocorrer um acidente. dade ou serem providas de con- em andar térreo, de fácil acesso
tenção. O ideal seria que o local e com as vias mantidas sempre
Abstract de armazenamento ficasse em livres e desimpedidas. O local
With exception of water base prédio separado, a pelo menos 15 deve se comunicar com o exte-
paints and solvent free paints, the metros de distância dos prédios rior por meio de uma porta de
majority of the coatings used in the principais*. emergência, que possibilite a
industry and in the anticorrosive fuga em caso de incêndio.
protection, contains inflammable Piso
organic solvents. Defects in the O piso deve ser capaz de su - Vizinhança com salas
containers, damages suffered dur- portar a carga sobre ele deposita- aquecidas
ing the transport, incorrect han- da e oferecer adequada resistência O local de armazenamento
dling in the storage or yet, excessive aos equipamentos de movi- de tintas e diluentes não deve ter
heat, can cause leakages of paints mentação. Deve ser preferenci- paredes comuns com áreas aque-
and consequently accumulation of almente de concreto, de cerâmica cidas, como salas de fornos ou
its vapors in the environment. If ou revestidos com epóxi para que estufas, a menos que haja perfei-
an electric spark or an open flame não haja saturação do ambiente to isolamento térmico.
occur, it is possible that an acci- por umidade emanada do solo. A
dent may to take place. umidade provoca o enferruja- Local apropriado
mento das embalagens metálicas Tintas e diluentes não devem
Local de armazenamento e com o tempo podem apresentar ser armazenados sob escadas ou
perfurações. Deve-se evitar pisos nas proximidades de áreas usadas
Características construtivas de madeira no local de armazena- para a saída ou passagem de pes-
Almoxarifados, depósito, ou mento de tintas e diluentes. soas, para evitar confinamento
salas de armazenamento situados em caso de incêndio.
dentro de prédios devem ser Prateleiras Nestes locais, devem ser evi-
construídos com paredes, pisos e As prateleiras e estantes de- tados aparelhos ou equipamen-
tetos de material não combustí - vem ser firmes e construídas tos com escovas ou carvões que
vel. A sala deve ter pelo menos preferivelmente em aço e devem produzam faíscas ao funciona-
uma parede externa com porta. suportar o peso das latas ou em - rem. Além disso, devem ser evi-
Possuir janelas na parede voltada balagens armazenadas. tados também os locais que tra-
balham aquecidos, a fim de que
* Obs.: Para maiores detalhes sobre Armazenamento de líquidos inflamáveis e a temperatura do ambiente não
combustíveis consultar ABNT NBR 17505 – Parte 4. se eleve.
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Treinamento da brigada de
incêndio
O pessoal da brigada de in-
cêndio que é treinado para o
primeiro combate ao foco de
incêndio deve receber noções
sobre o que é tinta, diluente e
como combater incêndios neste
material.

Sistema elétrico
As tomadas e interruptores
devem ser blindados e a prova de
explosão. Os fios devem ser ins -
Figura 1 – Identificação do tipo de Incêndio CLASSE B talados dentro de conduítes
apropriados e dimensionados
TABELA 1 – EMPILHAMENTO MÁXIMO DE EMBALAGENS corretamente. As instalações
elétricas devem atender ao dis-
Tipo de embalagem Capacidade Empilhamento máximo
posto na NR 10.
Galão (lata nº 1) 3,6 L 20 (vinte)
Balde (5 galões) 18 L 5 (cinco)
Iluminação
Tambor 200 L 3 (três)
O local deve ser provido de
boa iluminação, se possível natu-
Local exclusivo A área deverá ser sinalizada ral, através de janelas com vidros
As tintas e diluentes não de- de acordo com a NR 23, com aramados. No caso de ilumina-
vem ser armazenados juntos com cartazes ou sinais bem visíveis de: ção artificial, as luminárias de-
outros tipos de materiais, princi- É PROIBIDO FUMAR, vem ser blindadas ou lâmpadas à
palmente os sólidos inflamáveis. PERIGO, MATERIAL prova de explosão pois o "estou-
As caixas de papelão devem INFLAMÁVEL (ver Figura 2). ro" de uma lâmpada pode incen-
ser retiradas, ficando estocadas diar os vapores de solventes se
somente as latas. Estopas, caixas Hidrantes estes estiverem acumulados no
de madeira, papéis ou roupas O combate a incêndios em ambiente.
devem ser removidos do local tintas e diluentes por meio de
de armazenamento. jatos de água não é aconselhável Ventilação
por causa do transbordamento e O local deve ser coberto, po-
Extintores de incêndio espalhamento do líquido infla- rém bem ventilado, sendo ne-
O fogo em tintas e diluentes mado. No início de incêndios, é cessário que as paredes sejam
é classificado como CLASSE B recomendável a utilização de ex- construídas em parte ou total-
(ver Figura 1). Este tipo de in- tintores portáteis de pó químico mente com elementos vazados,
cêndio pode ser combatido com seco, porém se o fogo já está ou com telas ou com grades. É
extintores de pó químico seco avançado, é necessário ter dis- preferível ventilação natural. No
BC ou ABC e com extintores de ponível hidrantes nas imedia- caso de ventilação forçada ou
gás carbônico CO2. O extintor ções, pois a água é indispensável mecânica, os motores utilizados
do tipo espuma também pode para o resfriamento do local nos exaustores devem ser blinda-
ser usado em incêndio Classe B. para permitir o acesso do pes- dos e a prova de explosão.
O extintor mais apropriado é soal de combate ao incêndio. A
o de pó químico seco, que é efi- água deve ser aspergida na for- Sistema de Exaustão
ciente tanto em locais fechados ma de neblina sobre o material O local deve possuir um sis-
quanto em locais abertos. Já o incendiado, evitando-se jatos tema de exaustão, ao nível do
extintor de CO2 é eficiente ape- que poderiam espalhar o fogo. teto para retirada de vapores
nas em locais fechados. Os sistemas de hidrantes devem leves e ao nível do solo para reti-
É importante que existam possuir reservatórios apropria- rada dos vapores mais pesados.
extintores também do lado de fo- dos e bem dimensionados,
ra do local, para que no caso de bombas de recalque potentes e Pára-raios
incêndio no estoque, possam ser mangueira permanentemente O local de armazenamento
utilizados os extintores externos. revisadas e conservadas. deve estar protegido por pára-
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Figura 2 – Sinais e Cartazes apropriados para a área de armazenamento de Tintas e Diluentes

raios do tipo Franklin ou gaiola na superfície da tinta. Não adi- almoxarifado, as embalagens de-
de Faraday. As ligações e o isola- anta bater vigorosamente a tin- vem ser retiradas das caixas de
mento do cabo de aterramento ta, pois não há possibilidade de- papelão e unidas com uma fita
devem ser verificados periodica- la ser redissolvida e pedaços po- adesiva ou com arame, o que
mente e estar em ordem. derão entupir pistolas e preju- evita erros de mistura de compo-
dicar a pintura. nentes. Os mais comuns são a
Temperatura do local de utilização da base de uma tinta
armazenamento Rotatividade na prateleira com ”catalisador” de outra, ou
O local de armazenamento O armazenamento deve ser esquecimento de que a tinta é
deve ter refrigeração ambiental feito de tal forma que possibilite bicomponente e aplicação so -
caso a temperatura ambiente a retirada em primeiro lugar das mente da base. De um jeito ou
ultrapasse a 38 ºC. Nos rótulos latas de lotes mais antigos. Este de outro, a tinta não irá curar
das embalagens e nas Fichas procedimento evita que tintas satisfatoriamente e poderá causar
Técnicas a temperatura máxima recebidas mais recentemente se- prejuízos e aborrecimentos.
é 40 °C. jam colocadas na frente e as mais
antigas permaneçam no fundo Referencias Bibliográficas
Cuidados no armazenamento da prateleira, ultrapassando o Artigo de autoria de Celso
prazo de validade do lote. Gnecco, publicado no Informa-
Recipientes fechados tivo CRQ-IV em 1999, Norma
As embalagens de tintas e Empilhamento Máximo Petrobrás N-13 K – Requisitos
diluentes devem ficar bem fe- Empilhamento de embala- técnicos para serviços de pintu-
chadas enquanto não forem uti- gens em número superior ao re- ra, NR 10 – Segurança em ins-
lizadas. comendado poderá danificar as talações e serviços em eletrici-
Ao abrir uma lata de tinta, embalagens de baixo. Com o dade, NR 23 – Proteção contra
deve-se tomar cuidado para não amassamento das embalagens incêndios e Guia Técnico Am-
danificar e não derramar tinta poderão ocorrer vazamentos. O biental Tintas e Vernizes – Série
nas suas bordas, que poderá im- empilhamento máximo das P + L da CETESB.
pedir uma perfeita vedação da embalagens no local de arma-
tampa. zenamento deve, segundo a
É conveniente que se colo- norma N-13 K, ser o seguinte,
que, na medida do possível, o Tabela 1.
conteúdo de embalagens de tin-
tas consumidas parcialmente Tintas Bicomponentes
em outras embalagens menores, O armazenamento de tintas
de maneira que elas fiquem ar- bicomponentes deve ser feito aos
mazenadas cheias (com o míni- pares, ou seja, juntando lado a Celso Gnecco
mo de espaço-vapor). A presen- lado, ou um sobre o outro, os Engenheiro, Gerente Treinamento Técnico
ça de ar e umidade no interior componentes A e B de uma da Sherwin-Williams do Brasil –
das embalagens prejudica espe- determinada tinta. Esta provi - Unidade Sumaré
cialmente os primers e esmaltes dência simples evita desperdícios
sintéticos (alquídicos) por causa de material e prejuízos. Logo Contato com o autor:
da formação de nata irreversível após a chegada dos materiais ao celso@sherwin.com.br

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JoaoPaulo58:Cristiane43 9/16/15 1:20 PM Page 1

Artigo Técnico

Análise de falhas na fixação de


continodos de proteção catódica
no interior de tubulação de
petróleo e água produzida
Failure analysis of internal linear galvanic anodes inside oil and water pipes

Resumo quências do amadurecimento epóxi reforçado com fibra de vi -


O volume de água produzida de poços produtores de petró- dro, também foram introduzi-
associada ao petróleo aumenta leo é o aumento da produção dos, quando as condições ope-
com o amadurecimento de po- de água de formação. As carac- racionais permitiam.
ços produtores de petróleo. Esta terísticas desta água variam de Tubulações de aço-carbono
Por João P. K. água produzida gera inúmeros acordo com sua origem, porém, soldadas são particularmente
Gervásio inconvenientes. Enormes recur- de um modo geral, possuem críticas do ponto de vista de
sos são destinados em seu trata- grande quantidade de contami- aplicação de medidas mitigado-
mento e descarte na natureza, nantes e sais, sendo muito cor- ras, uma vez que o revestimen-
com um agravante: sua carac- rosivas ao aço-carbono. to interno não pode ser aplica-
Co-autores: terística corrosiva. Tubulações de Grande parte deste volume do em sua totalidade, em fun -
Marcinei S. transporte de petróleo locali- de água é separada e injetada ção das soldas circunferenciais,
Silva, zadas em píeres de terminais ma- novamente no próprio poço que danificam a pintura inter-
Andre Mariano, rítimos são estruturas duramente produtor, porém uma parcela na. Portanto, cada tubo é fabri-
Alexandre G. afetadas pela corrosão decorrente considerável alcança os Termi- cado com um colarinho (região
Garmbis, deste volume d’água. A utiliza- nais Aquaviários da PETRO- sem revestimento), geralmente
Plinio H. R. ção de continodos de proteção BRAS, que, nos últimos anos, de 300 mm de comprimento,
Pecly e catódica no interior da tubulação passaram a receber volumes ca - em ambas as extremidades.
João L. S. está entre as possíveis medidas da vez maiores de água. Dentro Uma forma de reduzir este
Nogueira mitigadoras desta corrosão. No destas Unidades Operacionais, problema é utilizar flanges, pin-
entanto, casos de desprendimen- a água é decantada e drenada tando manualmente as bordas,
to destes continodos colocaram nos tanques e, em seguida, pro- embora existam problemas rela-
em discussão esta técnica. cessada em uma Estação de Tra- cionados aos flanges (vedação,
tamento de Efluentes para o seu velocidade de construção).
Abstract posterior descarte de acordo com Além disso, não existe um re -
The amount of produced rígidos critérios ambientais. vestimento 100 % eficiente,
water associated to oil increases A grande preocupação é que portanto sempre existirão falhas
with the maturation of producing tubulações e tanques de petró- por onde poderá iniciar um
oil wells. This produced water cre- leo de 20, 30 anos atrás não processo corrosivo.
ates numerous drawbacks. Huge foram projetados e construídos Algumas alternativas foram
resources are devoted in their treat- para transportar e armazenar es- estudadas e testadas para veri-
ment and disposal, with an aggra- te tipo de água corrosiva. Estas ficar qual melhor se adapta às
vating factor: its corrosive nature. estruturas começaram a apresen- condições específicas das tubu-
Oil transportation pipes located on tar sérios problemas de cor- lações. Entre elas, o uso de con-
marine terminal structures are rosão, sempre na geratriz inferi- tinodos (anodos delgados e lon-
severely affected by corrosion or da tubulação, tendo em vista gos, da extensão da tubulação)
resulting from this volume of a maior densidade da água em instalados na geratriz inferior,
water. The use of linear galvanic relação à do óleo. O resultado exatamente na região mais sus -
anodes inside the pipes is among pode ser visto na Figura 1. cetível à corrosão. Um exemplo
the possible mitigating measures of Foram adotadas medidas da aplicação do continodo po-
such corrosion. However, cases of para minimizar este problema: de ser visto na Figura 2.
anodes detachments have put novas instalações de aço-carbo- A ideia do uso do continodo
under discussion this technique. no passaram a receber a apli- não é nova e foi provada por
cação de revestimentos internos meio de inúmeras inspeções
Introdução e proteção catódica. Linhas de que o seu resultado na mitiga-
Uma das principais conse- materiais não metálicos, como ção da corrosão é positivo. O
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Análise de falhas na fixação


de continodos
É importante ressaltar, antes
de tudo, que a grande maioria
dos continodos instalados em
Terminais está cumprindo bem
o seu papel de proteger tubu-
lações de petróleo que possuem
água em sua composição.
Entretanto, existiram tubu-
lações onde a fixação destes con-
tinodos falhou, causando
transtornos em tubulações, afe-
tando principalmente válvulas
localizadas à jusante de tais
anodos. A Figura 5 ilustra dois
Figura 1 – Corrosão na geratriz inferior de uma tubulação casos distintos de desprendimen-
to destas peças.
grande inconveniente desta so- vários anodos de um metro de Em decorrência do último
lução é que este anodo especial comprimento, cujas almas de evento de desprendimento de
tem se desprendido em deter- aço-carbono são soldadas entre continodos foram realizadas
minadas condições. si e, posteriormente, revestidas ações para investigar a falha,
com massa epóxi. Um espaça- objetivando evitar falhas semel-
Fabricação dos continodos dor é colocado em cada junção hantes no futuro. As medidas
Os continodos podem ser para evitar que seu peso o faça foram:
fabricados em alumínio ou zinco envergar. Sua fabricação é nor- 1. Inspeção por boroscopia;
e o seu comprimento é variável, malizada e está prevista nas 2. Análise metalúrgica, de escoa-
pois depende do tamanho da NBR 9358 e NBR 10387. Por mento e tensões;
tubulação onde será instalado. A fim, as extremidades das almas 3. Vierificação do projeto de
Figura 3 ilustra em um exemplo de aço são soldadas à tubulação, proteção catódica.
de como o comprimento do con- na sua geratriz inferior. O es-
tinodo pode variar. quema da Figura 4 ilustra bem Inspeção por boroscopia
O continodo é formado por como a peça é fabricada. A boroscopia (inserção de
uma câmara adaptada dentro da
tubulação para realização de ins-
peção visual) se fez necessária pa-
ra verificar a extensão dos danos
internos, objetivando identificar
a presença dos continodos fixos e
soltos de forma qualitativa e
quantitativa no interior de todas
as tubulações inspecionadas.
A inspeção aplicada foi mui-
to útil, sendo possível determi-
nar trechos com ausência total e
parcial de continodos e trechos
onde eles ainda estavam pre-
sentes. De um modo geral, cons-
tatou-se que as falhas (como na
figura 6) ocorreram nos contino-
dos de maior comprimento.

Análise metalúrgica de escoa-


mento e tensões
A análise metalúrgica realiza-
Figura 2 – Instalação de continodo em tubulação de petróleo da indicou que a falha se iniciou
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JoaoPaulo58:Cristiane43 9/16/15 1:20 PM Page 3

do na Figura 7.
O maior problema do proje-
to de proteção catódica foi não
considerar os esforços mecânicos
a que os continodos estariam su-
jeitos. Já o ponto positivo é que a
massa anódica total instalada é
superior à mínima necessária.
Desse modo, os cotinodos rema-
nescentes protegem tubos onde
ocorreram desprendimentos.

Conclusões e recomendações
O estudo desta ocorrência
levou à conclusão que o uso de
continodos não é necessário,
quando é utilizado tubos com
Figura 3 – Continodos fabricados sob medida para cada tubo revestimentos protetores de alto
desempenho. Um sistema apri-
devido à fadiga junto à ligação jeto de futuros estudos. morado com anodos concentra-
soldada entre os extremos dos dos nos pontos sem pintura seri-
continodos e a tubulação. A cau- Verificação do projeto de am suficientes. Projetos futuros
sa possível seria um carregamen- proteção catódica de dutos e tubulações não devem
to cíclico no componente, oca- O sistema anticorrosivo in- utilizar esta solução.
sionando a nucleação de trincas terno das tubulações é compos- Foram levantadas adicional-
de fadiga e ruptura da seção re- to por revestimento associado a mente medidas que garantiram à
manescente nos continodos de um conjunto de anodos e con- integridade da tubulação onde
maior comprimento. Nenhuma tinodos de zinco, para proteção ocorreu o desprendimento, me-
falha foi observada em anodos catódica. didas estas que podem ser apli-
sem ligação (curtos). O colarinho (região da extre- cadas a outros casos semelhantes:
O histórico das falhas obser- midade dos tubos sem revesti- 1. Instalação de filtros para evi-
vadas permitiu ainda inferir que mento) foi pintado manual- tar danos em válvulas ou ou-
o comportamento dinâmico do mente após a soldagem, aonde tros equipamentos causados
continodo pode ter sido influen- foi possível. O sistema de prote- por eventuais desprendimen-
ciado pela velocidade do fluído, ção catódica complementa a pro- tos futuros;
uma vez que nenhuma falha foi teção anticorrosiva proporciona- 2. Implantação de uma meto-
observada em tubulações de da pelo revestimento no colari- dologia de acompanhamento
maior diâmetro (menor veloci- nho dos tubos não pintados e em da taxa de corrosão do sis-
dade do fluído). eventuais falhas. tema, através da medição pe-
Não foram encontrados indí- No entanto, técnicas mais riódica da espessura da tubu-
cios de defeitos de fabricação dos modernas de proteção catódica lação em locais definidos co-
anodos. já vêm sendo utilizadas em situ- mo de maior criticidade;
Devido à complexidade nas ações similares. Anodos tipo “tar- 3. Constatou-se que não houve
análises de escoamento e tensões taruga” ou tipo “linguado” atu- necessidade, no entanto, de
compreendendo os efeitos dinâ - am na região específica do cola- repor anodos desprendidos ou
micos de vibração e ressonância rinho sem influenciar ou sofrer reparar a pintura interna, em
neste trabalho, essas análises influencia significativa do escoa- função da massa total de ano-
complementares poderão ser ob - mento, como pode ser observa- dos instalada, superior à míni-
ma necessária.

João P. K. Gervásio
Graduado em Engenharia Industrial
Elétrica pelo CEFET-MG com
Figura 4 – Montagem do continodo pós-graduação Latu Sensu em Engenharia

32 C & P • Agosto/Setembro • 2015


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Figura 5 – Continodos desprendidos em dois locais distintos

de Dutos pela PUC-RJ. Consultor em


Proteção Catódica na Petrobras. Professor
na Universidade Petrobras e entidades
externas na cadeira de proteção catódica.

Marcinei S Silva
Mestre, Engenheiro Metalúrgico e de
Materiais – Petrobras

Andre Mariano
Engenheiro metalúrgico – Petrobras

Alexandre G. Garmbis
Mestre, Engenheiro Mecânico e Naval –
Petrobras

Figura 6 – Ausência de continodos em trecho de tubulação Plinio H R Pecly


Engenheiro Metalúrgico – Petrobras

João L. S. Nogueira
Engenheiro Eletricista – Petrobras

Contato com o autor:


joaoklausing@petrobras.com.br

Trabalho apresentado durante a 13ª


Conferência sobre Tecnologia de
Equipamentos.

Figura 7 – Anodos tipo “linguado” em tubulação


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Opinião58:Opinião40 9/16/15 1:40 PM Page 1

Opinião

José Ricardo Noronha

Como voltar ao mercado de trabalho


Lembre-se sempre do precioso ensinamento de Benjamin Franklin:
“A falha na preparação é a preparação para a falha”

Brasil vive mais um mo- princípios e missão das empresas em que deseja trabalhar.
mento bastante desafiador,
não é mesmo? Inflação em 2. Cuide bem da sua marca pessoal. Especialmente em tempos de
alta, confiança em queda e vendas economia desaquecida, é fundamental trabalhar bem o seu posi-
em baixa… Tudo isso provoca as cionamento social. Revisite ainda hoje os seus perfis nas principais
tão indesejáveis demissões, que redes sociais e faça todas as modificações necessárias, inclusive apa-
têm afligido os mais diversos seto- gando aquelas fotos e postagens que em nada ajudam a criar uma boa
res da economia e causado enor- imagem profissional. Dê especial ênfase ao seu perfil na mais impor-
mes dores de cabeça a tantos tante rede profissional do mundo, o LinkedIn.
profissionais e suas famílias. Por
isso, é preciso reconhecer que 3. Liste as empresas em que gostaria de trabalhar. É bem possível que
profissionais das mais variadas in- você esteja aí pensando: a situação já está difícil, e aí vem o José
dústrias encontram muito mais Ricardo me dizer que preciso listar as empresas em que sonho traba-
dificuldade no seu processo de re- lhar? Sim, é isso mesmo. Depois de selecionar as companhias preferi-
colocação. Isso ocorre principal- das, estude tudo o que puder sobre elas, seus principais líderes e
mente pela falta de domínio de busque conectar-se com pessoas que possam te ajudar a chegar aos
algumas das principais técnicas líderes de RH e Recrutamento. As melhores empresas e os melhores
para se “vender” melhor ao mer- líderes continuam em busca de profissionais que se identifiquem com
cado. Se você encontra-se nesta a missão, visão, valores e propósito. Seja proativo(a)!
incômoda posição, tenho quatro
dicas preciosas para lhe ajudar a se 4. Venda-se com maestria! Enxergue-se (como verdadeiramente o é)
“vender” mais e melhor: como o seu melhor e mais valioso produto! E para vender este super
produto chamado “Você”, tenha convicção ao se comunicar e co-
1. Crie um supercurrículo. Um nhecimento pleno dos seus grandes pontos fortes. Busque sempre
bom currículo tem no máximo conectá-los aos desafios que são apresentados para o cargo que você
duas páginas e precisa se desta - busca no mercado. Foque o quanto puder nos benefícios que a
car imediatamente dos outros empresa que te contratar irá obter, para, assim, fugir da tão famige-
milhares que chegam às mãos rada briga pelos mais baixos salários que as empresas estão tão
dos recrutadores. Para fazer is- focadas. Vá para as entrevistas tendo conhecimento amplo de tudo o
so, invista em um bom e limpo que cerca aquela empresa específica: vendas, desafios, concorrentes,
design. Liste todos os seus gran - sonhos, missão, valores, propósito, principais concorrentes etc.
des feitos profissionais e experi -
ências passadas, com o maior Lembre-se sempre do precioso ensinamento de Benjamin Franklin:
número de dados que puder “A falha na preparação é a preparação para a falha”. Perder o emprego é
disponibilizar (crescimento de duríssimo! Mas pode estar aí o começo de um novo caminho profis-
vendas, redução de despesas sional, marcado pela proatividade e pelo casamento perfeito de suas
etc.). Se estiver em busca de di - competências, habilidades e pontos fortes com os princípios, missão,
ferentes vagas em uma mesma visão e propósito de grandes empresas. E posso lhe assegurar: essas orga-
área, crie currículos distintos nizações continuam sempre em busca de grandes profissionais!
para cada setor e lembre-se que
customização e personalização
neste momento são ainda mais José Ricardo Noronha
cruciais. Enumere suas princi- Vendedor, palestrante, professor, escritor e consultor. Formado em Direito pela PUC/SP
pais habilidades, interesses e com MBA Executivo Internacional pela FIA/USP.
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34 C & P • Agosto/Setembro • 2015


Associadas58:Associados35 9/18/15 2:09 PM Page 1

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