Aqueles que não participaram do trabalho realizado na sala de aula no dia 16/05
deverão responder às questões abaixo e me entregar no dia 30/05.
1. Qual a diferença entre furto e roubo?
Incorre no crime de furto aquele que subtrai, “para si ou para outrem, coisa alheia móvel”, pratica o crime de roubo aquele que subtrai “coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência a pessoa, ou depois de havê-lo, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência”. Observamos que a diferença entre os dois crimes reside no fato de que no roubo o agente inflige violência, grave ameaça ou reduz à impossibilidade de resistência da vítima, e no crime de furto nenhuma destas condutas ocorrem. No furto a coisa (“res furtiva”) é retirada do âmbito de vigilância e disponibilidade da vítima, de forma que esta não perceba. É necessário que o agente tenha a posse tranqüila da coisa, ainda que por pouco tempo. No roubo o bem (“res subtracta”) é retirado da vítima que, consciente da subtração, nada pode fazer em função do emprego da grave ameaça, da violência ou da impossibilidade de resistência perpetrados pelo agente (no que concerne ao roubo é importante saber também que, de acordo com o artigo 157, § 1º, do Código Penal, se a violência ocorre após a subtração e tem a finalidade de manter a posse da coisa, ocorre o denominado “roubo impróprio”).
2. Qual é o objeto jurídico do crime de roubo?
Roubo (próprio) – art. 157 - Objeto jurídico – o roubo é um crime complexo porque atinge mais de um bem jurídico, sendo eles o patrimônio, a incolumidade física e a liberdade individual.
3. Quais as características do crime de roubo impróprio?
Roubo impróprio – art. 157, §1º - Este é um crime em que o agente pretendia inicialmente cometer o crime de furto e já tinha inclusive se apoderado do bem da vítima, mas logo depois da subtração ele emprega violência ou grave ameaça a fim de garantir a impunidade ou a detenção do bem. - No roubo impróprio, portanto, a violência ou grave ameaça ocorre depois da subtração e esta é a sua principal diferença do roubo próprio em que a violência ou a grave ameaça ocorre antes de subtrair o bem. - Outra diferença entre esses delitos é que de acordo com o texto legal, o roubo próprio pode ser praticado mediante violência imprópria (meio que reduza a capacidade de resistência da vítima) enquanto o roubo impróprio não. - Para a configuração do roubo impróprio, a lei exige que a violência ou grave ameaça ocorra logo após a subtração, imediatamente após a posse, ou seja, ainda no mesmo desdobramento fático.
4. Há possibilidade de tentativa no crime de roubo impróprio?
Tentativa – majoritariamente não é admitida, uma vez que para a consumação é necessário o emprego da violência ou grave ameaça, sendo assim, não havendo estes meios para assegurar a impunidade do agente ou mantê-lo na posse do bem, mesmo que por motivos alheios à vontade dele, ocorrerá somente o furto. 5. Quais as características do latrocínio, art. 157, §3º? É preciso que se demonstre a vontade do agente (dolo) em matar a vítima para dela subtrair algo. No Brasil o evento morte (qualificadora) é admitida na modalidade culposa - ou seja, o agente não tinha a intenção de matar, mas a vítima veio a falecer. Sendo o roubo um delito em que a violência contra a vítima integra o próprio conceito jurídico deste crime, o homicídio surge aqui como um qualificador - ou seja - dá ao delito razões para ampliação de sua pena mínima e máxima prevista abstratamente. Imprescindível, portanto, para configurar o latrocínio a lesão a dois direitos: a vida e o patrimônio. 1. A morte de um dos co-autores não caracteriza o latrocínio. 2. A violência é empregada no mesmo contexto fático da subtração. 3. Deve haver nexo causal entre a violência empregada para a subtração e a morte. 4. A morte pode ser da vítima do patrimônio ou alguém inserido na situação.
6. Quando ocorre a consumação no crime de extorsão?
Consumação – o próprio texto legal indica que o crime de extorsão se consuma independentemente da efetiva obtenção de vantagem visada e existindo neste sentido a Súmula 96 do STJ. O texto legal também indica que a extorsão só se consuma no momento em que a vítima fez o que o agente mandou fazer, ou deixa de fazer o que ele mandou que ele não fizesse. Por isso, se o agente faz a ameaça, mas não atinge a ação da vítima, o crime estará tentado.
7. Quando ocorre a consumação no crime de latrocínio?
quando há tentativa de subtração e morte consumada, configura-se latrocínio consumado, pois o próprio código diz se da violência resulta morte, Súmula 610 do STJ. Ao contrário sensu, se a subtração for consumada e a morte tentada teremos latrocínio tentado.