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CENTRO UNIVERSITÁRIO DO LESTE DE MINAS GERAIS

LABORATÓRIO DE MECÂNICA DOS FLUIDOS

PRÁTICA 02 - MANOMETRIA

OBJETIVOS:
- Realizar medidas de pressão com manômetros e piezômetros por métodos diferentes e
analisar os resultados calculando os erros e incerteza de medição.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1. INTRODUÇÃO

Os manômetros são instrumentos de medida que permitem determinar uma diferença de

pressão entre dois pontos num escoamento de um determinado fluido. Como se sabe este

diferencial de pressão é medido pelo desnível de alturas do líquido existente no manômetro

(líquido manométrico) nos dois pontos do mesmo.

Manômetro em U: Este tipo de manômetro possui séculos de existência, ele é um

manômetro de coluna líquida. Este manômetro contém um tubo em forma de U, no qual se coloca

uma dada quantidade de líquido devido a diferença de pressão ( DP = P1 - P2 ).

Figura 1 - Esquema de um manômetro em U com líquido manométrico B instalado numa tubulação onde se escoa
um fluido A.

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Neste método a pressão a medir é aplicada a uma das aberturas do tubo, enquanto uma

pressão de referência é aplicada à outra abertura (geralmente a pressão atmosférica).

Equação fundamental da hidrostática: A diferença entre as pressões é proporcional à

diferença do nível do líquido, em que a constante de proporcionalidade é a massa volúmica do

fluido.

dP = -gdy Þ DP = -gDh (1)

DP = (g B - g A )Dh (2)

Onde:

DP = Diferença de pressão

Dh = Deslocamento da coluna de mercúrio

g A = Pressão do fluido que escoa no tubo


g B = Peso específico do fluido manométrico

Manômetro diferencial: Neste tipo de manômetro, existe um líquido “intermédiário” (figura

2) entre o líquido manométrico e o fluido que escoa no tubo.

Figura 2 - Esquema de um manômetro diferencial com líquido manométrico C e líquido diferencial B, instalado

numa tubulação onde se escoa um fluido A.

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Esse líquido designa-se por líquido diferencial. Este tipo de manômetro normalmente é

utilizado para determinar diferencial de pressão muito pequeno.

DP = (g C - g A )Dh (3)

Manômetro diferencial: Semelhante ao manômetro em U em termos de constituição, mas

em que um das extremidades está sujeito a uma inclinação em relação ao plano horizontal,

diferente da do outro.

DP = Rsena (g A - g B )Dh (4)

Figura 3 - Esquema de um manômetro inclinado com um ângulo α e com um líquido manométrico A, instalado

numa tubulação onde se escoa um fluido B.

Piezômetro: Também chamado de manômetro de coluna d’água e utilizado para medir

baixas pressões. É um simples tubo de vidro graduado, que é aberto nas extremidades, onde se

mede a carga de pressão ( h ) na tubulação.

P
h= (5)
g

P = g .h = r .g .h (6)

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ESCALAS DE PRESSÃO

Para o estudo básico de Mecânica dos Fluidos, tanto a escala absoluta como a escala

efetiva ou relativa, são igualmente importantes.

- Escala absoluta: É a escala de pressão que adota como zero o vácuo absoluto, o que

justifica a afirmação que nesta escala só existe pressões positivas, teoricamente

poderíamos ter a pressão igual a zero, que representaria a pressão do vácuo absoluto;

- Escala Efetiva ou Relativa: É a escala de pressão que adota como zero a pressão

atmosférica local, o que justifica a afirmação que nesta escala existe: pressões negativas

(depressões ou vácuos técnicos), nulas e positivas.

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Devemos salientar que a menor depressão possível é a atmosférica, que para a escala

absoluta, corresponderia ao vácuo absoluto.

Os aparelhos mais utilizados para a determinação da pressão efetiva são: o piezômetro e o

manômetro metálico. Nesta prática, estaremos falando do manômetro de mercúrio e do

piezômetro, que é simplesmente um tubo de vidro graduado aberto em suas extremidades.

As unidades da diferença de pressão ( DP ) do fluido dependem do sistema de unidades

utilizado. Por exemplo:

Sistema Internacional (SI):

DP = ML-1T -2 = kg.m -1 .s -2 = N .m -2 = Pa( Pascal )


Sistema Técnico (ST):

DP = kgf .m -2
Sistema Inglês (BG):

DP = lbf . ft -2

2. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL

2.1. 1ª Parte: Piezometria

Objetivos:

- Medir no módulo experimental de mecânica dos fluidos a pressão em seis pontos no


fundo da canaleta na posição horizontal ( a = 0 o ) usando os piezômetros;
- Repetir a mesma prática com a = 20 o e a = 30 o ;
- Registrar e analisar os resultados encontrados em tabelas e na forma de gráficos.

Procedimento:

- Interligar aos piezômetros os pontos 1, 2, 3, 4, 5 e 7 localizados no fundo da canaleta


do módulo experimental de mecânica dos fluidos;
- Utilizando a manivela, nivelar o fundo da canaleta, ou seja, a = 0 o ;
- Ligar o conjunto motor-bomba;
- Sangrar os piezômetros para a retirada do ar, para que minimize os erros cometidos;

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- Medir no módulo experimental de mecânica dos fluidos a pressão nos seis pontos no
fundo da canaleta na posição horizontal ( a = 0 o );
- Inclinar a canaleta com a = 20 o e a = 30 o e repetir a coleta de dados medindo o ângulo
por trigonometria ou usando um goniômetro;
- Registrar os dados coletados na tabela 1;

2.2. 2ª Parte: Manometria

Objetivos:

- Medir a diferença de pressão entre dois pontos, no tubo de PVC rugoso por dois
métodos:
A. Duas ligações simples
B. Uma ligação diferencial
- Repetição da medição aumentando a vazão na tubulação;
- Realizar cálculos e analisar os resultados obtidos, registrando os erros e as incertezas
de medição.

Procedimento:

- Para ligação simples, conectar a dois manômetros em U (L = 400 mm), uma tomada de
pressão partindo das placas de orifício localizadas nos pontos P1 e P2 ;
- Ligar o conjunto motor-bomba do módulo experimental e coletar os dados;
- Sangrar os manômetros para a retirada do ar, para que minimize os erros cometidos;
- Desligar o conjunto motor-bomba do módulo experimental;
- Repetir o procedimento anterior utilizando três vazões diferentes ( Q1 , Q2 e Q3 ), para
isso, basta abrir a válvula de alimentação do tubo rugoso em três posições diferentes;
- Para ligação diferencial, partindo dos pontos P1 e P2 , ligar uma tomada de pressão a
um manômetro em U (L = 1000 mm), de modo que cada mangueira seja conectada a
uma das extremidades do mesmo;
- Ligar o conjunto motor-bomba do módulo experimental e coletar os dados;
- Repetir o procedimento anterior utilizando três vazões diferentes ( Q1 , Q2 e Q3 ).

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3. RESULTADOS

3.1. Dados do Piezômetro


Preencher a tabela 1 de dados coletados para o ensaio com os piezômetros utilizados
neste ensaio, e logo após, calcular e preencher a tabela 2 das pressões encontradas.

TABELA 1 – Altura de líquido medida nos piezômetros para três inclinações diferentes.

ALTURA DE LÍQUIDO ( h ) - [ m ]
PIEZÔMETRO
a = 0o a = 20 o a = 30 o
P1
P2
P3
P4
P5
P7

TABELA 2 – Pressões encontradas nos piezômetros para três inclinações diferentes.

PRESSÃO - [ Pa = N m 2 ]
PIEZÔMETRO
a = 0o a = 20 o a = 30 o
P1
P2
P3
P4
P5
P7
Dado: r H 2O (4°C ) = 1000 kg m 3

EXERCÍCIOS 01

1. Apresentar os resultados obtidos na tabela 2 em forma de gráfico e utilizando papel


milimetrado: Pressão ( P ) versus Altura de líquido ( h );
2. Analisar e discutir os resultados obtidos no exercício 1, nas tabelas 1 e 2.
3. Converter para o ST ( kgf m 2 ) e para o BG ( lbf ft 2 ) as pressões encontradas em todos os
pontos com as medidas realizadas com o auxílio do piezômetro. Mostrar manualmente toda a
memória de cálculo realizada para a conversão.

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3.2. Dados do Manômetro

Preencher a tabela 3 de dados coletados para o ensaio com os manômetros utilizados


neste ensaio, e logo após, calcular e preencher a tabela 4 das pressões encontradas.

TABELA 3 – Altura de líquido medida nos manômetros em U com ligação simples para três vazões diferentes.

ALTURA DE LÍQUIDO ( h ) - [ m ]
MANÔMETRO
Q1 Q2 Q3
h1
h2
DhLS

TABELA 4 – Altura de líquido medida nos manômetros em U com ligação diferencial para três vazões diferentes.

ALTURA DE LÍQUIDO ( h ) - [ m ]
MANÔMETRO
Q1 Q2 Q3
DhLD
DR (%)
Dados: g H 2O (4°C ) = 9810 N m 3
g Hg = 133100 N m 3

EXERCÍCIOS 02

1. Analisar e discutir os dados coletados e escritos na tabela 3.


2. Calcular a Diferença Relativa (DR) percentual entre DhLS e DhLD , escrever na tabela 4 e
analisá-los.
3. Converter para o ST ( kgf m 2 ) e para o BG ( lbf ft 2 ) as pressões encontradas com a ligação
diferencial.

Observações:
- Os exercícios deverão ser feitos pela equipe para discussão dos resultados junto ao
professor (todos os alunos deverão efetuar os cálculos);

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- Logo após efetuar os cálculos, cada grupo deverá entregar apenas um portfólio com o
roteiro da prática colado no caderno juntamente com a memória de cálculo (entregar na
próxima prática);
- Todos devem assinar o portfólio concordando com o que foi realizado e obtido pelo
grupo.

4. BIBLIOGRAFIA

BASTOS, Francisco de Assis A. Problemas de Mecânica dos Fluidos. Rio de Janeiro: Guanabara
Dois, 1983. 483p.
FOX, R.W; MC DONALD, A.T. Introdução à Mecânica dos Fluidos. Tradução: R.N.N.Koury, G.A.
Campolina França. 5. ed. Editora Livros Técnicos e Científicos-LTC: Rio de Janeiro, 2001.
VENNARD, J.K. Elementos de Mecânica dos Fluidos. Editora Guanabara Dois, Rio de Janeiro/RJ,
1978.

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