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Bastou um único dia para que um protesto pacífico previsto para durar 6 semanas se
transformasse no conflito mais violento entre israelenses e palestinos em quase quatro
anos.
Desde então, pelo menos mais cinco pessoas morreram nos protestos que, se ocorrerem
dentro do planejado, devem durar mais cinco semanas. Autoridades em Gaza
informaram que uma pessoa morreu nesta sexta-feira, marcada por tensos confrontos.
Mas como e por que começou essa nova onda de protestos e violência na região?
A BBC Mundo examinou algumas questões para entender o que está acontecendo.
Cinco dos mortos eram membros da ala militar do Hamas, o grupo islâmico que
controla Gaza.
Israel disse que o Hamas estava usando os protestos para lançar ataques contra o país e
que teve de responder com firmeza para impedir que suas fronteiras e soberania fossem
violadas, assim como para proteger as comunidades próximas.
As forças armadas israelenses fizeram "o que tinha que ser feito", disse o ministro da
Defesa, Avigdor Lieberman. "Acho que todas as nossas tropas merecem uma medalha."
O protesto deve durar seis semanas, até 15 de maio, data que os palestinos chamam de
Nakba (catástrofe) e que marca o deslocamento de centenas de milhares de palestinos
durante o conflito que levou à criação de Israel em 1948.
Há décadas, os palestinos exigem o direito de retornar a aldeias e cidades que hoje são
território de Israel. Israel quer que estes se estabeleçam em um futuro Estado palestino
nos territórios da Faixa de Gaza e da Cisjordânia.
A situação em Gaza vem piorando nos últimos anos e os protestos também são vistos
como fruto do isolamento, do ressentimento e da crise econômica na área.
Autoridades das Nações Unidas alertaram que a faixa está prestes a entrar em colapso.
O desemprego está em torno de 44%, o acesso a água potável é mínimo e cortes de
energia de 12 horas por dia prejudicam o funcionamento dos hospitais.
Apenas 54% dos pedidos de autorização médica para buscar tratamento em Israel foram
aprovados no ano passado, informaram organizações de direitos humanos em fevereiro,
e a Organização Mundial de Saúde informou que 54 palestinos morreram em 2017 por
não conseguir autorização.
Fonte: BBC