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RESUMO
O Autor reexamina, neste artigo, à luz do novo Código Civil, os procedimentos de jurisdição
voluntárias, relativos ao na scituro; testamentos; herança jacente; descoberta; poder familiar;
busca e apreensão de incapaz; guarda, tutela e adoção; curatela; ausência; alienação,
arrendamento e oneração de imóveis de incapazes; emancipação; casamento de menores;
fundações; casamento em geral; alienação de imóveis de casados; extinção de usufruto e de
fideicomisso, separação e divórcio consensuais; separação de corpos; alienação de quinhão
em coisa comum; especialização de hipoteca legal.
INTRODUÇÃO
Não se trata, aqui, de comparar o antes com o depois, mas de descrevê -los, tais
como se apresentam no Direito agora vigente, segundo a classifi cação que adotamos no livro
“Jurisdição Voluntária”, Rio de Janeiro, Aide, 1992.
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1.1. Nascituro
O nascituro, embora não tenha personalidade, tem capacidade para adquirir por
testamento.
Vale a doação feita ao nascituro, sendo aceita pelo seu representante legal
(Código Civil, art. 542). "Não tendo o nascituro personalidade, a qual só será adquirida s e
nascer com vida, a doação a ele feita se resolverá, se nascer morto. Isso porque ficará
faltando, na relação contratual, a presença de um elemento básico, isto é, o donatário" [3].
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"Falecendo o pai, se a mulher estiver grávida, dar -se-à curador ao nascituro, no
caso de não ter ela o pátrio poder, o que somente ocorrerá sendo ela incapaz por alienação
mental ou lhe sendo retirada a pátr ia potestas por sentença" [4].
j
Os artigos 877 e 878 do Código de Processo Civil autorizam a mulher grávida
a requerer sentença que a declare investida na posse dos direitos que assistam ao nascituro.
Se a mãe é capaz, o juiz lhe defere a posse em nome do nascituro (CPC, art.
877). Se incapaz, o juiz nomeia curador ao nascituro (CPC, art. 878, parágrafo único). Se ela
se encontra interdita, seu curador será automaticamente o do nascituro (Código Civil, art.
1.779, segunda parte).
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812, impõe-se aplicar, complementarmente, o rito dos arts. 802 e 803, devendo os
interessados serem citados para contestar o pedido em cinco dias. (Sérgio Sahione Fadel
entende, também, que 'deve haver ciência dos interessados'). Aliás, o parágrafo 2° do art. 877
faz presumir que os interessados integram a relação processual, pois disp õe que 'será
dispensado o exame se os herdeiros do falecido aceitarem a declaração da requerente', o que,
como é óbvio, deve se dar no prazo de contestação" [5].
Também Ovídio Baptista da Silva exige a citação dos demais herdeiros: "Os
legitimados passivos hão de ser os demais herdeiros que concorram com o nascituro" [6].
Por que não há coisa julgada? Porque, ao investir a mãe na posse dos direitos
do nascituro, o que o juiz declara é a "aparência" de haver um nascituro, o que, no Direito
brasileiro, bem se evidencia pela colocação da medida entre as cautelares: não há periculum in
mora vinculado a posterior sentença, definitiva, mas o juiz assegura eventuais direitos do
nascituro, com base no fumus boni juris.
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Ovídio Baptista da Silva confirma: "Parece induvidosa a conclusão de que a
declaração a que se refere o art. 8 78 não tem qualquer semelhança com o efeito natural das
sentenças declaratórias, no sentido do art. 4° do CPC, de tal modo que o suposto
'reconhecimento dos direitos' do nascituro ficassem protegidos pela indiscutibilidade do que
fora judicialmente declara do. A demanda de que se trata, de resto, não põe em causa nenhuma
relação jurídica cujo reconhecimento se peça. As severas limitações das defesas permitidas ao
demandado, que tornam impossível a contestação da paternidade, ou outras exceções
similares, está a indicar que toda esta matéria não poderá ficar imune ao exame judicial em
processo subseqüente. Daí porque não nos parece coerente a conclusão a que o mesmo Pontes
de Miranda chega, de que a sentença contenha elemento declarativo bastante para a produç ão
de coisa julgada material, 'entre partes'." [8].
Com razão afirma Humberto Theodoro Júnior que "é possível à mulher pedir,
em outra oportunidade, a repetição do exame, alegando deficiência do primeiro" [9].
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claramente ainda, nele não há lide, nem substituição, nem produção de coisa julgada material.
A sentença é constitutiva, podendo -se mesmo dizer que corresponde ao exercício de um
direito formativo da mãe: direito de, por declaração de vontade expressa na petição inicial e
em conjugação com a sentença, investir -se na posse dos direitos que assistam ao nascituro.
1.2. Testamentos
O testamento público é escrito por tabelião, ou por seu substituto legal, em seu
livro de notas, de acordo com as declarações do testador, e lido em voz alta pelo tabelião, ou
pelo testador, na presença de duas testemunhas (Cód. Civil, art. 1.864).
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aquele seu testamento e que quer que seja aprovado; o tabelião lavra o auto de aprovação, que
é lido, em seguida, ao testador e testemunhas, e assinado por todos (Có d. Civil, art. 1.868).
O testamento marítimo pode ser feito por quem estiver em viagem, a bordo de
navio nacional, perante o comandante, em presença de duas testemunhas, por forma que
corresponda ao testamento público ou ao cerrado (Cód. Civil, art. 1.888).
O testamento aeronáutico pode ser fei to por quem estiver em viagem, a bordo
de aeronave, perante pessoa designada pelo comandante (Cód. Civil, art. 1.889).
O testamento militar pode ser feito pelos militares e demais pessoas a serviço
das Forças Armadas em campanha, dentro do País ou fora dele, assim como em praça sitiada,
ou que esteja de comunicação interrompida (Cód. Civ il, art. 1.893). De regra caduca,
permanecendo, depois, o testador por noventa dias seguidos em lugar onde possa testar na
forma ordinária (Cód. Civil, art. 1.895).
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Codicilo é o documento escrito, datado e assinado por pessoa capaz de testar,
contendo disposições sobre o seu en terro, sobre esmolas de pouca monta ou legados de
móveis, roupas ou jóias, não muito valiosas, de seu uso pessoal (Cód. Civil, art. 1.881).
Mas, ainda que o testamento contenha o maior defeito, não poderá o juiz
dispensar o seu registro e arquivamento, pois seria absurdo que o mandasse jogar fora. Assim,
havendo defeito manifesto, o que cabe ao juiz é omitir o habitual “cumpra -se” (Castro Filho,
ibidem).
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Determinado o cumprimento, o escrivão intima o testamenteiro a assinar, no
prazo de cinco dias, o termo da testamentária.
Havendo fundado receio de que o dete ntor destrua o testamento, expede -se
desde logo mandado de busca e apreensão, de ofício ou a requerimento de qualquer
interessado. A providência compete ao juiz do inventário. “Se não existe o inventário, a
intimação há de ser requerida ao juízo do lugar e m que se encontra o detentor, ou ao juízo
competente para o inventário, cumprindo instruir o pedido com certidão de falecimento do
testador, bem como indicar as razões que possam levar a crer que existe o testamento e que
este se encontra em poder do indic ado” (Castro Filho [11]).
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Não constitui ato administrativo, mesmo quando decretada de ofício, porque
voltada à tutela de interesses privados. A atividade administrativa, pelo contrário, visa à tutela
de interesse público.
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Pode ocorrer que sobrevenha ação contenciosa, contra o testamenteiro, visando
à cobrança de alegado alcance. Competente para essa ação é o foro do domicílio do
testamenteiro, segundo a regra geral do artigo 94 do CPC. (Contra, afirmando a competência
do foro do inventário: Alcides de Mendonça Lima [14]).
O restante do dispositivo restou derrogado pelo novo Código Civil, que já não
confere hipoteca legal às pessoas que não tenham a administração de seus bens, sobre os
imóveis de seus tutores ou curadores, como dispunha o artigo 827, IV, do Código Civil de
1.916.
6º – Remoção de testamenteiro
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a observar critério de legalidade estrita, podendo adotar a solução que reputar mais
conveniente ou oportuna.
A herança jacente apresenta -se como um dos casos mais típicos de tutela de
interesses privados de pessoas incertas.
A herança jaz, enquanto não se apresentam herdeiros para reclamá -la, não se
sabendo se tais herdeiros existem ou não.
Decorrido um ano da data da publ icação do edital a que se refere o art. 1.152
do CPC, sem habilitação de herdeiro, a herança deixa de ser jacente. Torna -se vacante (CPC,
art. 1.157, Cód. Civil, art. 1.820). E, decorridos cinco anos da data da abertura da sucessão, os
bens incorporam-se ao domínio do Município ou do Distrito Federal, se localizados nas
respectivas circunscrições, e no da União, quando situados em território federal (Cód. Civil,
art. 1.822).
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Todavia, do decurso desse prazo de seis meses não decorre a perda do direito de habilitação.
Somente após o decurso do prazo de um ano é que a herança é declarada vacante (CPC, art.
1.157) e com o trânsito em julgado dessa sentença é que caduc a o direito de habilitação, como
deflui do art. 1.158 do Código de Processo Civil.
Depois, o herdeiro que não se habilitou pode ainda reclamar a herança, por
ação direta, como diz o art. 1.158 do CPC (ação de petição de herança), até que se complete o
qüinqüênio determinante da incorporação dos bens ao domínio público (Cód. Civil, art.
1.822).
1.4 – Descoberta
No plano do direito material, impõe -se dever ao descobridor: “Quem quer que
ache coisa alheia perdida há de restituí-la ao dono ou legítimo possuidor. Parágrafo único.
Não o conhecendo, o descobridor fará por encontrá -lo, e, se não o encontrar, entregará a coisa
achada à autoridade competente (Cód. Civil, art. 1.233).
O Código Penal define como crime a apropriação de coisa alheia achada (art.
169, II).
Tudo isso, que está na lei, é pouco observado. A regra costumeira é outra:
"encontrei, é meu". A imprensa noticia com alarde raros casos em que o descobridor de coisa
valiosa a entrega à autoridade competente. Sei de caso de um trabalhador que não conseguiu
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emprego, por haver o empregador ficado sabendo que ele aparecera nos jornais, “envolvido
num caso de jóia perdida ou roubada”. De outro descobridor, sei que encontrou uma carteira
com dinheiro e documentos. Por telefone, combinou com o dono dia, hora e local para a
entrega. Apresentando-se, foi recebido por um policial (!) sendo liberado somente depois de
muitas explicações. São tão poucos os que cumprem a lei, que se desconfia dos honestos.
O descobridor que restitui a coisa achada tem direito a uma recompensa não
inferior a cinco por cento do seu valor, e à indenização pelas despesas que houver feito com a
conservação e transporte da coisa, se o dono não preferir abandoná -la (Cód. Civil, art. 1.234).
Responde por perdas e danos, se procedeu com dolo (Cód. Civil, ar t. 1.235).
Nos termos do art. 232, IV, do Código de Processo Civil, incumbe ao juiz
determinar o prazo para que se aperfeiçoe a citação, que variará entre vi nte (20) e sessenta
(60) dias, correndo da data da primeira publicação. Antes de decorrido esse prazo, não ocorre
a perda da propriedade. Tampouco ela ocorre pelo simples transcurso desse prazo. Mas,
decorridos sessenta dias da divulgação da notícia pela i mprensa, ou do edital, não se
apresentando quem comprove a propriedade sobre a coisa, será esta vendida em hasta pública
e, deduzidas do preço as despesas, mais a recompensa do descobridor, pertencerá o
remanescente ao Município em cuja circunscrição se de parou o objeto perdido (Cód. Civil,
art. 1.237). Sendo de diminuto valor, poderá o Município abandonar a coisa em favor de quem
a achou (Cód. Civil, art. 1.237, parágrafo único).
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adjudicada, e pode recusar -se a pagar as despesas e o prêmio do inventor, o que vale c omo
abandono, segundo Alcides de Mendonça Lima [15].
2. TUTELA DE INCAPAZES
Os filhos, enquanto menores, estão sujeitos ao poder familiar (Cód. Civil, art.
1.630).
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Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a
qualquer deles recorrer ao juiz para a solução do desacordo (Cód. Civil, art. 1.631, parágrafo
único). Tem-se, aí, caso típico de jurisdição voluntária, porquanto não se trata de assegurar
direito subjetivo de qualquer das partes, mas de tutelar interesse único, no caso, do menor, a
respeito do qual se estabeleceu a divergência entre os pais.
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Por iguais razões, são proce dimentos de jurisdição voluntária a ação de
suspensão ou destituição do pátrio poder, regulada pelos artigos 155 e seguintes do Estatuto
da Criança e do Adolescente.
Compete essa ação ao Ministério Público ou a algum parente (Cód. Civil, art.
1.637). A causa petendi deve inscrever -se entre uma das hipóteses previstas no artigo 1.638
do Código Civil: castigos imoderados, abandono material ou intelectual, prática de atos
contrários à moral ou aos bons costumes, abuso de autoridade, atos em geral que constitu am
faltas aos deveres inerentes ao poder familiar ou ruinosos aos bens dos filhos [17].
Citado, o requerido tem o prazo de dez dias para responder (art. 158), através
de advogado. Sendo-lhe concedido o benefício da assistência judiciári a, conta-se o prazo a
partir da intimação ao advogado do despacho de nomeação (art. 159).
A ausência de resposta não produz os efeitos da revelia, mas o juiz pode, não
obstante, proferir sentença independentemente de audiência (art. 161). Esta somente se realiza
quando necessária (art. 162, § 2º).
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exercício. O poder familiar perdido pode ser restabelecido, desaparecida a causa que a
determinou. A reintegração no exercício do múnus deve ser pleiteada judicialmente. (Orlando
Gomes [18]).
O poder familiar somente pode se r visualizado como direito subjetivo dos pais
em confronto com terceiros. Em face do menor, em vez de direitos, há deveres e, na relação
do pai com a mãe, o que importa é o interesse do menor e não eventual direito de um ou de
outro.
Autônoma, e não cautelar, é também a ação que um dos pais proponha contra o
outro, para definir a guarda do menor, sem que se suponha a existência de outra ação,
principal, já proposta ou a ser proposta. Diz Humberto Theodoro Júnior: “Ação ( ...) que sob o
nome de busca e apreensão, seja ajuizada para dirimir, em definitivo, o direito à posse ou
guarda de incapaz, deve ser processada como ação de cognição, sob rito ordinário, e não
como ação cautelar, de rito sumário” [19]. Da natureza voluntá ria da jurisdição exercida nessa
hipótese, decorre a inexistência de coisa julgada material.
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Terceira hipótese é a das ações de busca e apreensão com que se regula
provisoriamente a guarda, na previsão de outra principal. Essa ação pode ser de nulidade de
casamento, de separação judicial, de destituição do poder familiar ou simplesmente a ação de
busca e apreensão acima referida. O rito é o das ações cautelares. Contudo, ainda aí,
encontramo-nos no âmbito da jurisdição voluntária. Por isso, não se declara a ineficácia da
regulação provisória pelo simples fato de não haver sido proposta a ação principal, no prazo
previsto em lei, o que se demonstra com a consideração da hipótese de a busca e apreensão
haver sido concedida liminarmente, porque provados os mau s-tratos a que vinha sendo
submetida a criança.
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familiar, a tutela é exercida sob inspeção judicial, assim em relação à administração dos bens
do tutelado (Cód. Civil, art. 1. 741), quanto às medidas corretivas necessárias (Cód. Civil, art.
1.740, II).
Derrogou o novo Código Civil o disposto no artigo 1 .117 do CPC, que exigia
leilão para a alienação de móveis e imóveis de órfãos. Exige -se, porém, avaliação judicial e
autorização do juiz (Cód. Civil, art. 1.750). Compare -se, a propósito, o disposto no artigo 429
do Código Civil de 1.916 (“Os imóveis perte ncentes aos menores só podem ser vendidos
quando houver manifesta vantagem, e sempre em hasta pública”), com o disposto no artigo
1.750 do atual Código Civil (“Os imóveis pertencentes aos menores sob tutela somente
podem ser vendidos quando houver manifest a vantagem, mediante prévia avaliação judicial e
aprovação do juiz”). A norma do artigo 1.117, III, do Código de Processo Civil, já não se
afeiçoa ao direito material vigente.
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remoção. É que o tutor não tem direito subjetivo à tutela. Por isso, embora seja, em princípio,
motivo determinante da remoção a infringência, pelo tutor, de qualquer dos deveres que a lei
lhe impõe, o juiz não está “obrigado a observar o princípio da legalidade estrita, podendo
adotar em cada caso a solução que reputar mais conveniente ou oportuna” (CPC, art. 1.109).
Assim, nem sempre a pura e simples infringência do texto legal determinará a remoção do
tutor, ficando sempre ao prudente critério do juiz resolver sobre sua manutenção ou remoção
(Castro Filho [20]).
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Cônjuges ou companheiros podem adotar conjuntamente, desde que um deles
tenha completado dezoito anos de idade, comprovada a estabilida de da família (Cód. Civil,
art. 1.618).
Embora exigida a averbação da sentença no Registro Civil (Cód. Civil, art. 10,
III), os seus efeitos decorrem do trânsito em julgado da sentença (Cód. Civil, art . 1.628).
2.4 - Interdição
O Código Civil estabelece que estão sujeitos à curatela aqueles que, por
enfermidade ou deficiência mental, não tiverem o necessário discernimento para os atos da
vida civil; aqueles que, por outra causa duradoura, não puderem exprimir a sua vontade; os
deficientes mentais, os ébrios habituais e os viciados em tóxicos; os excepcionais sem
completo desenvolvimento mental; os pródigos (art. 1.767).
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Os destituídos do necessário discernimento para a prática de atos da vida civil,
assim como os que não podem exprimir sua vontade, são absolutamente incapazes (art. 3º). A
incapacidade dos demais pode ser absoluta ou relativa, conforme o decreto de interdição (art.
9º, III). O artigo 1.772 do Código Civil prescreve: “Pronunciada a inter dição das pessoas a
que se referem os incisos III e IV do art. 1.767, o juiz assinará, segundo o estado ou o
desenvolvimento mental do interdito, os limites da curatela, que poderão circunscrever -se às
restrições constantes do art. 1.782”.
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Conforme Carnelutti, o processo de interdição é de jurisdição voluntária,
porque nele não há lide. É preciso, porém, que se compreenda: não há lide em abstrato ,
porque se trata de processo instituído por lei unicamente para fins de tutela do interesse único
do incapaz. No plano concreto, o conflito de interesses é, com freqüência, uma realidade que
não se pode afastar com meras palavras. Em particular no caso de interdição por
prodigalidade, é manifesto o interesse do cônjuge, ascendente ou descendente (Código Civil,
art. 1.768) em impedir a dilapidação do patrimônio comum ou da futura herança, pelo
pródigo.
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O interrogatório a que se referem os artigos. 1.181 do Código de Processo Civil
e 1.771 do Código Civil, já é ato do processo, sujeito ao princípio do contraditório, impondo -
se, por isso, além da citação do interditando, a intimação do Ministério Público e, sendo este o
requerente, também a do curador à lide (Ver art. 1.182, § 1°).
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consoante ocorreria se se cuidasse de anulabilidade. A nulid ade do ato do incapaz é declarável
incidenter tantum, e, por conseguinte, argüível em defesa, sem que importe em nada sobrevir
ao ato a interdição, ou mesmo não haver sido jamais decretada. Não se exclui, obviamente, a
possibilidade de algum legitimado pro por ação para ver declarada a inexistência de relação
jurídica que nasceria do ato, baseando o pedido na nulidade deste e arcando com o ônus da
prova da incapacidade" (Id. Ibidem)
A sentença que declara a interdição produz efeitos desde logo, embora sujeita a
recurso (Cód. Civil, art. 1.773). A que levanta a interdição somente adquire eficácia após seu
trânsito em julgado.
2.5 - Ausência
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Há que se distinguir a ausência decretada (o ser ausente, a pessoa juridicamente
ausente) da simples ausência (o estar ausente, a pessoa faticamente ausente). A primeira
supõe, além do fato da ausência e da falta de notícias, como decorre do art. 1.163 do CPC
(“sem que se saiba do ausente”), a decretação da ausência, com a arrecadação de bens do
ausente e a nomeação de curador que os administre. Mesmo nas leis, quando se falta em
ausência, quase sempre é da segunda que se trata, ou seja, da ausência simples, decorrente do
fato de não se encontrar a pessoa em seu domicílio,
Na primeira fase, procede -se à arrecadação dos bens do ausente e se lhe nomeia
curador. A sentença, que se profere, é constitutiva da curatela. Decorrido um ano da
arrecadação dos bens do ausente, ou três anos, havendo ele deixado representante ou
procurador, podem os interessados requerer a abertura da sucessão provisória. Trânsita em
julgado a respectiva sentença, tem início a segunda fase. Procede -se à abertura do testamento,
se houver, e ao inventário e partilha dos bens do ausente, como se falecido, imitindo -se os
herdeiros em sua posse, mediante caução de os restituir, dela dispensados os ascendentes, os
descendentes e o cônjuge, provada a sua qualidade de herdeiros. Decorridos dez anos, ou
cinco anos sem notícia de ausente octogenário, tem início a fase da sucessão definitiva,
levantando-se as cauções prestadas. A sentença que se profere é constitutiva da sucessão
definitiva.
Declaração de morte presumida, sem decretação de ausênc ia. A morte pode ser
declarada, por presunção, sem decretação de ausência: I – se for extremamente provável a de
quem estava em perigo de vida; II – se alguém, desaparecido em campanha ou feito
prisioneiro, não for encontrado até dois anos após o termino d a guerra. A declaração da morte
presumida, nesses casos, somente pode ser requerida depois de esgotadas as buscas e
averiguações, devendo a sentença fixar a data provável do falecimento (Código Civil, art. 7º,
parágrafo único).
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A declaração de morte presu mida autoriza o cônjuge a contrair novo
casamento.
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sucessão provisória o cônjuge não separado judicialmente; os herdeiros presumidos, legítimos
ou testamentários; os que tiverem sobre os bens do ausente direito dependente de sua morte,
como o nu-proprietário e o fideicomissário de bens de que o ausente seja, respectivamente,
usufrutuário ou fiduciário; os credores de obrigações vencidas e não pag as.
A citação dos herdeiros faz-se para que ofereçam artigos de habilitação, isto é,
para que comprovem sua qualidade de sucessores do ausente. A habilitação obedece ao
processo do artigo 1.057 do Código de Processo Civil (CPC, art. 1.164).
Cumpre aos herdeiros, imi tidos na posse dos bens do ausente, prestar caução de
os restituir (CPC, art. 1.166). São, porém, dispensados de prestá -la os ascendentes, os
descendentes e o cônjuge, uma vez provada a sua qualidade de herdeiros (Cód. Civil, art. 30,
§ 2º).
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Se durante a posse provisória se provar a época exat a do falecimento do
ausente, considerar-se-á, nessa data, aberta a sucessão em favor dos herdeiros, que o eram
àquele tempo (Cód. Civil, art. 35).
Não podem os pais alienar, ou gravar de ônus real os imóvei s dos filhos, salvo
por necessidade ou evidente interesse da prole, mediante prévia autorização do juiz (Cód.
Civil, art. 1.691).
Não se exige hasta pública (Castro Filho [32]). No mesmo sentido, Alcides de
Mendonça Lima: “Se, porém, o incapaz for menor, sob pátrio poder, é dispensável o `leilão`
ou a `praça`, podendo a alienação ser autorizada por escritura pública, aplicando -se o
numerário obtido conforme as prescrições do juiz” [33].
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Também se exige autorização judicial, mas não hasta pública, para a a lienação
de imóveis pertencentes a menores sob tutela, os quais podem ser vendidos, havendo
manifesta vantagem, mediante prévia avaliação judicial (Cód. Civil, art. 1.750). Aplica -se
essa mesma regra para a alienação de bens de incapazes submetidos à curat ela (Cód. Civil,
art. 1.774).
Derrogou o novo Código Civil o disposto no artigo 1.117 do CPC, que exigia
leilão para a alienação de móveis e imóveis de órfãos. Exige -se, porém, avaliação judicial e
autorização do juiz (Cód. Civil, art. 1.750). Compare -se, a propósito, o disposto no artigo 429
do Código Civil de 1.916 (“Os imóveis pertencentes aos menores só podem ser vendidos
quando houver manifesta vantagem, e sempre em hasta pública”), com o disposto no artigo
1.750 do atual Código Civil (“Os imóveis per tencentes aos menores sob tutela somente
podem ser vendidos quando houver manifesta vantagem, mediante prévia avaliação judicial e
aprovação do juiz”). A norma do artigo 1.117, III, do Código de Processo Civil, já não se
afeiçoa ao direito material vigente .
2.7 – Emancipação
A emancipação dos menores sob pátrio poder pode ser concedida pelos pais,
conjuntamente, ou por um deles na falta do outro, por instrumento público,
independentemente de qualquer ato judicial.
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A competência é do foro do domicílio do tutor (Alcides de Mendonça Lima
[34]).
A emancipação, quer por instrumento público, quer por se ntença, deve ser
registrada no Registro Civil das Pessoas Naturais (Cód. Civil, art. 9º, II; Lei 6.015/73, art. 29).
Não podem casar os menores de 16 anos (Cód. Civil, art. 1.517). Contudo, a
mulher menor de 16 anos, vít ima de estupro ou sedução, pode casar com o ofensor, em caso
de gravidez, ou para evitar que se lhe imponha pena criminal (Cód. Civil, art. 1.520). Para
isso, será necessário obter-se o suprimento judicial de idade.
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tutela os intereses de incapaz, sem que haja, de sua parte, direito subjetivo ao consentimento
de seu pai, mãe, tutor ou curador. O exame do juiz situa -se no plano da conveniência.
Não há ação principal a ser proposta, o que evidencia que a medida não tem
natureza cautelar ou litisreguladora.
3.1. Fundações
Sob o ponto de vista de sua estrutura, as pessoas jurídicas podem classificar -se
em dois grupos: “a) as que têm como elemento subjacente o homem, isto é, as que se
compõem pela reunião de pessoas, tais como as as sociações e as sociedades – universitas
personarum; b) as que se constituem em torno de um patrimônio destinado a um fim, isto é, as
fundações – universitas bonorum” (Sílvio Rodrigues [35]).
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de regra, indeterminados, os beneficiários ou destinatários da dotação patrimonial
correspondente” [36].
A existência legal das fundações de dir eito privado começa com a inscrição do
ato constitutivo (escritura pública ou testamento) no registro das pessoas jurídicas (Cód. Civil,
arts. 45 e 62).
Denegada a aprovação pelo Ministério Público, pode supria -la o juiz (CPC, art.
1.201, §§ 1º e 2º), por ato de jurisdição voluntária. O mesmo ocorre na hipóte de alteração dos
estatutos da fundação (Cód. Civil, art. 67, III; CPC, art. 1.203).
A ação de extinção de fundação (Cód. Civil, art. 69; CPC, art. 1.204) constitui
procedimento de jurisdição contenciosa.
3.2 - Casamento
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interessados, por não se cogitar da existência de direito subjetivo do opoente, ainda que
fundada a oposição.
O casamento é ato dos nubentes (Cód. Civil, art. 1.514), presidido pelo Juiz de
Paz (Constituição, art. 98, II), que os declara casados.
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Nesse caso, a sentença do juiz, declarando celebrado o casamento e mandando
que se registre o ato, documenta, certifica e torna pública sua c elebração pelos contraentes.
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O fideicomisso caduca (Cód. Civil, art. 1958) se o fideicomissário morrer antes
do fiduciário, ou antes de realizar -se a condição resolutória do direito deste último; caso em
que a propriedade consolida -se no fiduciário, nos termos d o art. 1.955.
A extinção do usufruto por sentença processa -se na forma do art. 1.112, VI, do
Código de Processo Civil.
“Nos casos mais freqüentes (extinção por morte do usufrutuário), instruir -se-á
o pedido com certidão de óbito e o ato constitutivo do jus in re aliena. Deferindo -o, mandará o
juiz cancelar o usufruto na circunscrição imobiliária competente, se se tratar de bens imóveis;
se se tratar de apólices da dívida pública, determinará que o cancelamento se processo n a
repartição fiscal competente; se se tratar de ações, averbar -se-á o cancelamento no Registro de
Ações Nominativas da sociedade anônima” (Washington de Barros Monteiro [39]).
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3.5 – Separação e divórcio consensuais
A separação judicial pode converter -se em divórcio (Cód. Civil, art. 1.580).
A petição inicial deve ser assinada por ambos os cônju ges (CPC, art. 1.120).
Nos termos do artigo 1.576 do Código Civil, no caso de incapacidade, o cônjuge será
representado pelo curador, ascendente ou irmão, mas essa representação restringe -se, penso, à
defesa em ação contenciosa de separação judicial, propo sta pelo outro cônjuge, porque o
consentimento exigido é pessoal, e não prestado por curador, ascendente ou irmão.
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postergada para posterior processo de inventário (parágrafo único); o acordo relativo à guarda
dos filhos menores; o valor da cont ribuição para a criação e educação dos filhos; a pensão
devida ao cônjuge que não possua bens suficientes para se manter. A homologação pode ser
recusada se a convenção não preserva suficientemente os interesses dos filhos ou de um dos
cônjuges (Cód. Civil, art. 1.574, parágrafo único).
Para o efeito da comunicação ou não dos bens adquiridos por um dos cônjuges,
o que importa é a data do trânsito em julgada sentença, porque é el a que põe termo ao regime
de bens (Cód. Civil, art. 1.576).
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registro civil, mas, havendo imóveis, também na circunscrição onde se acham registrados. No
caso de empresário, necessária também a averbação no Registro Público de Empresas
Mercantis (Cód. Civil, art. 980).
O divórcio não modifica os direitos e deveres dos pais em relação aos filhos
(Cód. Civil, art. 1.579), senão quanto à sua guarda (Cód. Civil, arts. 1.632, 1.583 -4). “Salvo,
portanto, com relação ao efetivo exercí cio do direito de guarda, as relações jurídicas entre pais
e filhos permanecem íntegras, após o divórcio, que assim não altera: o dever que têm os pais
de sustentar os filhos menores e dirigir -lhes a educação; a prerrogativa de conceder -lhes ou
negar-lhes consentimento para contrair matrimônio; o direito de nomear -lhes tutor em
testamento; representá-los ou assisti-los e reclamá-los de quem ilegalmente os detenha e
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administrar-lhes os bens, subsistindo, em contraposição, a cargo dos filhos em relação aos
pais os deveres de obediência e respeito e de prestação de serviços próprios de sua idade e
condição” (Áurea Pimentel Pereira [41]).
A sentença de divórcio deve ser averbada no registro público (Cód. Civil, art.
10, I). É exigida prova dessa averbação, na h abilitação para novo casamento (Cód. Civil, art.
1.525, V).
Sem dúvida, a conversão em divórcio pode ser requerida por ambos os cônjuges. A
ausência de lide não dispensa o processo, porque indispensável sentença (Cód . Civil, art.
1.580, § 1º). O requerimento instaura procedimento de jurisdição voluntária, dado o acordo
dos cônjuges.
Os cônjuges podem obter desde logo o divórcio, sem a exigência de prévia separação
judicial, no caso de separa ção de fato superior a dois anos (Cód. Civil, art. 1.580, § 2º). O
divórcio direito pode ser requerido por um só dos cônjuges (divórcio direto contencioso) ou
por ambos (divórcio direto consensual).
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3.4 – Divórcio direto consensual.
Essa concepção é também a do Código Civil, em cujo artigo 1.5 85 se lê: “Em
sede de medida cautelar de separação de corpos, aplica -se à guarda dos filhos as disposições
do artigo antecedente”. Como cautelar preparatória de ação de nulidade ou anulação do
casamento, de separação judicial, de divórcio direto ou de diss olução de união estável, está
prevista em seu artigo 1.562.
Seja como for, em qualquer dos casos seria exigível a existência de ação
principal, já proposta, sendo proposta ou a ser proposta no prazo de 30 dias (CPC, art. 806).
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Essa súmula foi aprovada na Unifo rmização de Jurisprudência n. 587028978,
julgada em 11.12.87, pelas Câmaras Cíveis Reunidas do citado Tribunal. A esse resultado
chegaram as Câmaras em três passos suscessivos.
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conveniência e de oportunidade. Nenhum deles tem, isoladamente, o direito de ocupar a
morada comum, com exclusão do outro. Na hipótese de desavença, cabe ao juiz decidir,
segundo o que melhor convenha, ainda que o cônjuge expulso seja o titular do direito de
propriedade da moradia. Entramos, assim, no âmbito da proteção judicial de interesses
privados que não constituem direito. Entramos, em suma, no âmbito da jurisdição voluntária.
O condômino que quiser vende r a sua parte na coisa indivisível pedirá a citação
dos demais para, no prazo comum de dez (10) dias, deduzirem a sua preferência. Findo o
prazo e produzidas, se necessárias, as provas, o juiz estabelece, por sentença, a gradação entre
os concorrentes ou, se iguais os quinhões, determina que a parte se adjudique aos condôminos
que a quiserem. A sentença deve indicar o prazo dentro do qual deverá o condômino vencedor
depositar o preço e pagar as custas, sob pena de perder a preferência.
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Não se trata de procedimento necessário. Na maioria dos casos, basta que o
condômino dê conhecimento de sua intenção aos demais condôminos, por qualquer meio que
lhe assegure a prova de que lhes ofereceu o quinhão, antes de vendê -lo a estranho (Alcides de
Mendonça Lima [43]).
Para valer contra terceiros, ou seja, para ter a eficácia de direito real, a hipoteca
legal exige especialização e registro (Cód. Civil, art. 1.497).
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tenham necessidade de agir ante a inércia daqueles (...). Quando isso possa acontecer, o
interessado, que será beneficiário com a garantia imposta por lei, deverá promover ação
cominatória na forma do art. 287 deste Código, contra o respectivo obrigado [44].
Não se trata de ação fundada em direito real, motivo por que não incide o
artigo 95 do Código de Processo Civil. Trata -se, porém, de ação para constituir direito real,
motivo por que o pedido deve ser formulado com a anuência do cônjuge do requerente
casado, exceto se o regime de bens for o da separação absoluta (Cód. Civil, art. 1.647).
[1] Direito Civil. Parte Geral, 18. ed. São Paulo, Saraiva, 1988, pp. 37 -8.
[2] Sílvio Rodrigues. Direito das Sucessões. 15a ed. São Paulo, Saraiva, 1988, p. 192.
[3] Id. Dos contratos e das declarações unilaterais de vontade. 16. ed. São Paulo, Saraiva,
1987, p. 207.
[4] Caio Mário da Silva Pereira. Direito de Família. 3. ed., Rio de Janeiro, Forense, 1979, p.
313-4
[5] Processo Cautelar, 5a ed.. São Paulo, Universitária de Direito, 1983, pp. 364 -5.
[6] Ovídio A. Baptista da Silva. Comentários ao Código de Processo Civil. Porto Alegre, Le
Jur, 1985, p. 605.
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[7] Instituições. 1/208.
[11] Comentários ao Código de Processo Civil, Rio de Janeiro, Forense, 1976, v. X, p. 163).
[13] Comentários ao Código de Processo Civil, São Paulo, Revista dos Tribunais, 1982, v.
XII, p. 270).
[16] Comentários ao Código de Processo Civil, Forense, 1976, pp. 254 -5.
[17] Prescinde de ação a suspensão do poder familiar decorrente de conde nação, por sentença
irrecorrível, por crime cuja pena exceda a dois anos de prisão (Cód. Civil, art. 1.637,
parágrafo único). Trata-se, aí, de efeito anexo da sentença penal.
[19] Processo cautelar. 12. ed., São Paulo, Universitária de Direito, 1990. p. 279.
[20] Comentários ao Código de Processo Civil. Rio de Janeiro, Forense, 1976. v. X, p. 294 -5.
[21] Instituições de Direito Civil. 3. ed. Rio de Janeiro, Forense, 1979. v. V, p. 3 08.
[23] Comentários ao Código de Processo Civil. São Paulo, RT, 1982. p. 433).
[24] José Olympio de Castro Filho. Comentários ao Código de Processo Civil. Rio de Janeiro,
Forense, 1976. v. X, p. 258-9.
[27] Do curador provisório em processo de interdição. Revista dos Tribunais, (503): 252 -3,
set. 1977.
[28] Eficácia da sentença de interdição por alienação mental. Ajuris. Porto Alegre, (37): 2 38-
44, jul. 1986.
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[29] Sentença e coisa julgada. 2a ed., Porto Alegre, Fabris, 1988, p. 118.
[31] Alcides de Mendonça Lima, Comentários ao Código de Processo Civil, Revista dos
Tribunais, 1982, p. 379-80).
[32] José Olympio de Castro Filho. Comentários ao Código de Processo Civil, Rio de Janeiro,
Forense, 1976. v. X, p. 87, nota 78).
[33] Comentários ao Código de Processo Civil, São Paulo, RT, 1982, v. XII, p. 141.
[35] Direito Civil. Parte Geral. 18. ed., São Paulo, Saraiva, 1988. v. I, p. 70.
[39] Curso de Direito Civil. Direito das Coisas. 4. ed. São Paulo, ^ Saraiva, 1961. p. 303.
[42] Curso de Direito Civil Brasileiro. Introdução e Parte Geral. 5. ed. São Paulo, RT, 1987.
p. 100.
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