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Escola estadual de ensino fundamental, médio e técnico. 1.

038 estudantes

Comentário: Os Centros Juvenis de Ciência e Cultura foram criados em 2011 pela Secretaria de Educação estadual.
Nos Centros, um conjunto de atividades é ofertado para livre escolha e matrícula dos estudantes. O currículo
organiza-se em torno de núcleos temáticos: artes, cultura e práticas corporais, linguagem e comunicação, vivências
da natureza, humanidades, matemática e expressão quantitativa. As atividades são estruturadas de acordo com sua
duração: 1. Curtas (abertas à comunidade) - até 4 h, como workshop, gameonato, circuito de workspaces, cineclube,
eventos musicais, ações ambientais e conferências; 2. Médias - entre 4 e 20h, como oficinas, torneios de games e
gincanas de conhecimentos; 3. Longas - entre 20 e 40h, como cursos, desenvolvimento de projetos e construção de
experimentos. Também podem ser estabelecidas parcerias com unidades de ensino da rede estadual para que
turmas frequentem o CJCC no horário da aula regular.

Colégio Estadual Antonio Sérgio Carneiro

Município: BA - Salvador

Endereço: Rua Gilberto Bastos s/n

Dados Gerais: Escola pública estadual de anos finais do ensino fundamental, ensino médio e EJA. 657 alunos

Comentário: Em 2015, a escola passou a ser de tempo integral e a promover aulas abertas em outros espaços, rodas
de conversa, trazendo a família para dentro da escola em um ambiente mais sustentável, por meio do projeto Com
Vida (Comissão de Vida e Meio Ambiente na escola). É a escola mais inovadora e comprometida com o
desenvolvimento integral entre as que integram o programa de educação integral da Secretaria Estadual de Educação
da Bahia. Tem se destacado no trabalho com questões da cultura negra.

Associação Avante Lençóis


Município: BA - Lençóis

Endereço: Rua Miguel de Julieta s/n

Dados Gerais: Associação da sociedade civil organizada. 25 estudantes.

Comentário: Sediada na periferia Alto do Tomba, a ONG Avante Lençóis oferece oficinas educativas, aulas
de dança afro-árabe e oficina de meta reciclagem, onde os jovens reciclam computadores da associação, aos
quais estudantes, jovens e membros da comunidade têm acesso. Mantém uma rádio comunitária e uma
brinquedoteca, um espaço educativo, criativo, alegre e dinâmico, em que a criança é a protagonista de sua
brincadeira. As crianças são convidadas e incentivadas a interagir com seus pares em brinquedos e jogos
compartilhados. Tem forte atuação nas áreas de saneamento básico, reciclagem de lixo e meio ambiente.

Centro Juvenil de Ciência e Cultura Senhor do Bonfim


Município: BA - Senhor do Bonfim

Endereço: Rua Cantídio Duarte, 87

Dados Gerais: Espaço estadual de educação complementar para ensino médio. 25 alunos

Comentário: Espaço dedicado à educação integral, funciona nos três turnos, durante a semana e também
aos sábados, com o objetivo de desafiar os estudantes para uma nova abordagem em relação aos processos
de ensino e aprendizagem. As atividades vão desde exposições e exibição de filmes até oficinas e cursos,
passando por games, gincanas de conhecimento e diversos outros formatos para a promoção da
aprendizagem. Não existe limite de formato e de quantidade para as atividades, que variam de acordo com a
capacidade de produção e criatividade dos centros produtores de conhecimento. Desta maneira, o aluno
vislumbra o conhecimento de forma interdisciplinar por meio de metodologias pouco convencionais, que
trazem em si a possibilidade de uma aprendizagem divertida, guiada pelo prazer da descoberta. Todas as
oficinas e cursos, em geral desenvolvidos por grupos de pesquisa de universidades, têm abordagem
interdisciplinar, conhecimento de ponta e temáticas contemporâneas, associadas à realidade dos alunos.

 Criar, ampliar e qualificar a demanda social por educação inovadora e criativa.


 Promover a formação de educadores abertos e qualificados para a inovação e criatividade.

 Promover a reorientação das políticas públicas de educação básica a partir do referencial da criatividade e
inovação.

A Iniciativa

27/8/2015

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Programa de Estímulo à Criatividade na Educação Básica

Objetivo: Criar as bases para uma política pública de fomento à inovação e criatividade na educação básica
Objetivos Específicos:

Estabelecer parâmetros e referenciais em inovação e criatividade na educação básica.

Conhecer a extensão, a distribuição geográfica e o perfil da inovação e criatividade na educação básica


brasileira.

Fortalecer as organizações educativas inovadoras e criativas.

Ampliar o impacto das experiências inovadoras relevantes para além de seu polo inicial.

Criar, ampliar e qualificar a demanda social por educação inovadora e criativa.

Promover a formação de educadores abertos e qualificados para a inovação e criatividade.

Promover a reorientação das políticas públicas de educação básica a partir do referencial da criatividade e
inovação.

Alguns processos sociais que se acentuaram nas últimas décadas implicam necessidade de mudanças
significativas no campo da educação.

O primeiro destes processos é o desenvolvimento de novas tecnologias de comunicação que facilitam o


autoaprendizado, a formação de comunidades de aprendizagem e de redes e a produção de conhecimento em
diversos suportes a custos muito baixos. As pessoas de todas as idades, inclusive as crianças, têm hoje
condições de realizar pesquisas sobre assuntos de seu interesse, discuti-los com outros mais velhos, mais
jovens ou da mesma idade, pessoas que vivem próximas ou do outro lado do planeta. As pessoas também
podem – e frequentemente o fazem - produzir artigos, revistas, sites, vídeos, fotografias, filmes, programas
de rádio com bastante facilidade e atingir um público relativamente amplo. A forma do aluno passivo,
sentado, durante horas por dia, em uma carteira, apenas recebendo aulas não dialoga com esta nova
realidade do campo da comunicação.

A segunda transformação importante dos tempos atuais acontece no mundo do trabalho. Cada vez mais, as
relações de trabalho são menos regulamentadas, as carreiras mais imprevisíveis e os caminhos profissionais
multiplicam-se. Com expectativa de vida mais longa, a probabilidade é que as pessoas possam desenvolver
mais de uma carreira; também a dinâmica da economia tem reduzido o tempo que as pessoas permanecem
nas mesmas organizações. Além disso, as fronteiras entre as áreas de atuação estão cada vez mais fluídas.
Especialistas precisam também ter conhecimento de trabalho em equipe e estratégias de comunicação,
engenharias se confundem com campos da administração, pesquisas científicas precisam dialogar cada vez
mais com a ética, novos campos de atuação são criados conectando saberes e competências diversas. A
estrutura curricular baseada em disciplinas não dialoga com esta nova configuração do mundo do trabalho.

Por fim, crescem também as exigências de atitudes éticas, mais prudentes e criativas em relação ao planeta.
O risco da ausência de futuro se tornou realidade e, diante disso, as novas gerações precisarão criar soluções
novas para problemas que hoje ainda parecem insolúveis. Torna-se necessário que estas pessoas, para além
de memorizar conteúdos, aprendam a pesquisar, criar e valorizar novas atitudes e comportamentos. Daí a
importância da experimentação, do engajamento e da capacidade de desenvolver projetos.

Estes processos exigem uma transformação no atual modelo de educação que se centra basicamente na
escola, instituição cuja forma se consolidou já há alguns séculos. A escola é o centro do processo educativo
na nossa sociedade porque assim a compreendemos, tratando-se, muitas vezes, da única instituição referida
quando se debate a educação.

No entanto, a educação não se reduz à escola, o processo educativo não é sinônimo de escolarização. As
pessoas aprendem e se desenvolvem ao longo da vida toda, com as outras pessoas com quem convivem, nos
lugares que frequentam, nas organizações de que participam.

Sendo, porém, a escola a instituição depositária do ideário educativo da sociedade, as mudanças no campo
da educação devem necessariamente passar por ela. O modelo baseado na organização dos grupos seriados
por idade, do tempo em aulas, do espaço em salas, corredores e pátios, e do conhecimento em disciplinas
tem se mostrado insuficiente para os desafios do século XXI. Os recentes avanços da pesquisa no campo da
cognição confirmam a hipótese de educadores segundo as quais, para aprender, o indivíduo precisa estar
motivado, sensibilizado, interessado na informação que se lhe apresenta, e o modelo escolar não é voltado
para motivar este interesse.

O reconhecimento da necessidade de criação de novas estratégias, metodologias e estruturas já consta da


legislação brasileira: a Lei de Diretrizes e Bases para a Educação (LDB) de 1996 é bastante flexível e abre
várias possibilidades para formas novas de organização da vida escolar. As Diretrizes Curriculares Nacionais
(2013) preconizam que o percurso formativo de cada estudante deve ser aberto e contextualizado. O Plano
Nacional da Educação (2014) propõe práticas pedagógicas inovadoras sempre que trata da qualidade da
educação.

Apesar dessas novas possibilidades criadas pela legislação e da reconhecida insatisfação de professores,
estudantes e pais, o modelo permanece, incorporando eventualmente modificações parciais. Além da
resistência a mudanças, previsível em uma instituição tão consolidada, o conservadorismo predomina
também pelo desconhecimento de alternativas.

As organizações não escolares que atuam com a infância e a adolescência, por vezes, têm tido mais espaço
para a inovação, adotando princípios organizacionais que estimulam a autonomia, flexibilidade,
participação, integração com a comunidade e o uso inteligente das novas tecnologias. No entanto, por serem
identificadas como instituições de assistência social ou de lazer, não como instituições educativas, têm pouca
influência sobre as redes de ensino, as escolas e a formulação de políticas públicas na área.
Mas há exceções importantes, com intervenções inovadoras que ocorrem em nível local, por iniciativa de
escolas, comunidades ou outras organizações educativas. Estas inovações, se confluírem com políticas de
governo, podem produzir a efetiva mudança necessária no campo da educação.

Por tudo isso, é preciso apoiar estas experiências para que superem seu isolamento, fragmentação,
descontinuidade no tempo, baixa visibilidade e estrutura fortemente voluntarista. O caminho para isso é
demonstrar a relevância destas experiências no que se refere à confiabilidade de seus métodos e aos
resultados alcançados. Também é preciso possibilitar que estas inovações tenham impacto, criando pontes
entre as comunidades envolvidas com a inovação e redes públicas de ensino bem como entre a produção
acadêmica e a prática.

Frentes de atuação

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