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Inovação e
Automação em
Hotelaria
Indaial – 2022
1a Edição
Elaboração:
Prof. Felipe Zaltron de Sá
S111m
ISBN 978-85-515-0484-0
CDD 647.94
Impresso por:
APRESENTAÇÃO
Caro acadêmico!
Tendo em vista que as relações que se estabelecem entre estes temas não
são tão simples e diretas, faz-se necessário refletir, analisar e identificar as possíveis
ligações voltando às atenções para a Hotelaria. Considerando que nesta disciplina
você irá estudar quais as relações possíveis entre a tríade Tecnologias da Informação,
Modelos de Inovação e a Automação quando aproximados da Hotelaria.
QR CODE
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a
você – e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, a UNIASSELVI disponibiliza materiais
que possuem o código QR Code, um código que permite que você acesse um conteúdo
interativo relacionado ao tema que está estudando. Para utilizar essa ferramenta, acesse
as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar essa facilidade
para aprimorar os seus estudos.
ENADE
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma
disciplina e com ela um novo conhecimento.
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 55
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 121
REFERÊNCIAS..................................................................................................................... 179
UNIDADE 1 -
TECNOLOGIA DA
INFORMAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
1
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 1!
Acesse o
QR Code abaixo:
2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 -
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO:
CONCEITOS E PRÁTICAS
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, neste tópico abordaremos as Tecnologia(s) da Informação como
parte de processos organizacionais, conceituais e práticos. Não focaremos esta unidade
apenas a Hotelaria, porém, utilizamos exemplos aplicados na área para que mais
adiante, nas Unidades 2 e 3, possamos retomar. Entendemos aqui a Hotelaria na sua
função empresarial e também como prestadora de serviços. Com esse entendimento,
existem duas relações possíveis: I- a empresa hoteleira (local, regional, nacional e/ou
transnacional) está impregnada de situações complexas que dependerá de qual você
analisar; II- os serviços que esta empresa estará oferecendo variarão, como por exemplo:
unidades habitacionais padronizadas, acessibilidade, atendimento diferenciado,
estrutura do prédio etc.
Neste contexto, tenha em mente ao ler esta unidade qual o tipo de empresa que
você estará analisando. Começamos com um exemplo: se você estiver analisando uma
empresa local, ecossustentável, em que a prioridade está em minimizar os impactos
ambientais e sociais, a Tecnologia da Informação terá um viés diferenciado. Outro
exemplo, se você estiver pensando em uma transnacional, focada no seu diferencial
de atendimento, na grande quantidade de unidades habitacional, a Tecnologia da
Informação em parte já está aplicada e sendo desenvolvida há anos.
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Para iniciarmos é importante fazermos uma breve viagem histórica-conceitual
da TI. Por mais que pareça uma palavra nova ou em alto uso na atualidade, ela deriva dos
anos 1950, logo após o período da Segunda Grande Guerra (Segunda Guerra Mundial),
que apesar da grande tragédia, trouxe significativos avanços para a tecnologia, em
especial para a informática, mas também pela inserção da mídia no cotidiano das
pessoas.
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DICA
Para saber mais sobre a história da Tecnologia da Informação e outros aspectos
equivalentes acesse:
QUEIROZ, D. G. C.; MOURA, A; M. M. Ciência da Informação: história, conceito e
características. Em Questão, Porto Alegre, v. 21, n. 3, p. 25-42, set/dez. 2015.
Disponível em: https://bit.ly/3urFsGf. Acesso em: 28 set. 2021.
Por outro lado, Fleury (1993, p. 45) traz um conceito mais amplo e estruturado
para entendermos a tecnologia:
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tecnologias digitais, mas que de forma geral está relacionada de como se pensa e
comunica o futuro das empresas, dos trabalhadores e da produção dos serviços, por
meio da tecnologia.
IMPORTANTE
Aqui lembre-se do que foi dito no início, o tipo de empresa hoteleira que está
analisando. As empresas líderes no setor hoteleiro já produzem qualidade e
diferenciação nos seus produtos e serviços.
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Albertin (2001) apresenta também uma abrangente definição da tecnologia
da informação, uma vez que a conceitua como tudo aquilo com que se pode obter,
armazenar, tratar, comunicar e disponibilizar a informação. Para o autor, investimentos
em TI são expressivos e as empresas esperam, através destes, ampliar a relação de
objetivos gerenciais que venham a influenciar o seu desempenho.
ESTUDOS FUTUROS
À frente falaremos sobre algumas mídias digitais e características físicas
utilizadas pela TI. E na Unidade 2 entenderemos sobre as mídias digitais da
TI na Hotelaria.
A primeira contribuição da TI é o:
Para a Hotelaria, esta é uma das mais importantes contribuições, pois estes
empreendimentos não sobrevivem sem a comunicação direta com seus usuários/
clientes, seja pessoalmente ou por meio de várias mídias digitais. A forma de utilizar
essas mídias é uma grande chave para a Hotelaria inovar nas questões de marketing
digital. Essa relação torna-se eficiente na melhora de comunicação com os usuários/
clientes, mas também nas vendas e na atratividade de novos usuários/clientes.
A segunda contribuição é a:
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Customização em massa: que oferece a oportunidade de o cliente tomar
parte do projeto do próprio produto ou serviço (ALBERTIN, 2001). A Hotelaria já emprega
há anos a personalização dos seus serviços, seja pela não padronização das unidades
habitacionais, seja por oferecer produtos e serviços diferenciados. Mas, a questão aqui
é pela rapidez e pela habilidade de produzir algo, porém mantendo-o em um preço
massificado. Ou seja, se este serviço/produto fosse custar mais caro individualmente,
agora ele custará menos.
A terceira contribuição é a:
NOTA
Bidirecional: que tem duas direções opostas. Em comunicação, é a interação
entre emissor e receptor.
Tridirecional: que tem três direções, normalmente opostas, podendo levar
para diferentes caminhos.
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A quinta contribuição é a:
Todas essas relações estarão intrinsecamente ligadas aos valores que veremos
no próximo subtópico.
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2.2 VALORES: ESTRATÉGICO, COMPETITIVO E OPERACIONAL
Albertin (2000) diz que a Tecnologia de Informação tem sido utilizada como
uma poderosa ferramenta, que altera as bases de estratégicas, a competitividade e
as operações das empresas. O desenvolvimento e a implementação de aplicações de
TI em uma organização apresentam suas próprias características as quais devem ser
estudadas e planejadas de acordo com o ambiente.
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FIGURA 2 – GRID ESTRATÉGICO: IMPACTO NAS TIs
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relação quando um empreendimento começa a utilizar a TI como valor estratégico, mas
não somente se torna a principal prática, ou seja, são diversas mudanças internas e
externas que colocam o empreendimento como totalmente digital.
IMPORTANTE
Retomemos agora o empreendimento hoteleiro que você tem em mente
desde o início desta unidade. Em qual quadrante ele se encontra? Como,
quando e em que momento ele pode evoluir para o próximo quadrante?
Existem condições para que isso ocorra?
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os empreendimentos ou apenas alguns? A exigência de se estar conectado a todo
momento, principalmente por quem viaja a trabalho, basta a existência de Internet na
estrutura do hotel? Esses e outros questionamentos podem ser soluções estratégicas
para serem pensadas num futuro planejamento hoteleiro.
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FIGURA 3 – MODELO DE ANÁLISE DAS TRÊS DIMENSÕES
IMPORTANTE
Podemos analisar esse modelo com aplicação na Hotelaria? Se o
empreendimento hoteleiro utiliza estas três bases citadas, qual a relação com
a TI no seu valor estratégico? A tecnologia disponível, o ambiente, o tamanho
da organização e a sociedade na qual a empresa está inserida está de acordo
com o seu valor organizacional?
Vianna, dos Anjos e dos Anjos (2016) colocam que o valor competitivo está na
capacidade das empresas em prover bens e serviços que satisfaçam as necessidades
dos consumidores, por um preço justo e que permitam à empresa sua manutenção no
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mercado, obtendo retornos financeiros compatíveis com os interesses dos acionistas
e investidores, além de contribuir para a preservação ambiental e para a melhoria da
qualidade de vida da população.
Essa relação demonstra que o valor competitivo não está numa ação final,
mas intermediária, em que o benefício não seja temporário, mas que venha a se
complementar durante o tempo todo. Ao priorizar qual área merece mais atenção ou
ainda qual setor está melhor preparado para receber mais investimentos, são algumas
questões necessárias para que o valor competitivo seja estruturado. Quando se analisa
essa relação na TI podemos refletir sobre sete questões:
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2.3 PROJETOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Para melhor entendimento dos projetos de TI, selecionamos uma forma de
assimilação e utilização da Tecnologia da Informação em empresas. As necessidades
das empresas apresentam características que englobam a existência de um objetivo
predeterminado, com qualidade, prazo, orçamento, condições ambientais e satisfação
dos envolvidos, incertezas, complexidades e urgências (ALBERTIN, 2001).
2.3.1 Cenário
É importante levar em consideração o cenário em que é proposto o projeto de TI,
no nosso caso aqui, pensemos nos empreendimentos hoteleiros. A seguir destacamos
algumas possíveis variáveis que devem ser levadas em consideração, com base em
Albertin (2001, p. 46):
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Conflitos: toda empresa tem seus conflitos, principalmente de ordem
operacional, mas é necessário para um melhor entendimento e continuação do projeto
de TI que eles sejam identificados e, se possível, eliminados.
2.3.2 Atores
Os atores são em geral as pessoas envolvidas no processo de implementação
do projeto de TI, eles podem variar de acordo com o tamanho do empreendimento
hoteleiro, pois as funções podem ser as mesmas. São eles (ALBERTIN, 2001, p. 46):
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projeto de TI. Os clientes são a segunda questão, como futuros utilizadores dos serviços
que para eles serão oferecidos. É possível que todos entendam como funciona o cartão
magnético na entrada do seu quarto?
Impactos sociais: qualquer projeto que seja aplicado, ele irá afetar o ambiente
social e comunicacional da empresa e, dependendo, o modo de trabalhar. Então, é
importante analisar, prever e estudar quais são os impactos que ele trará para a empresa
e a equipe como um todo, para evitar que sejam mal interpretados, tenham pouco
engajamento, surjam muitas dúvidas e/ou medos etc.
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Disseminação e desmitificação: nem todas as pessoas e trabalhadores
saberão o que é o projeto, assim como o que é a TI, portanto, deve-se levar em
consideração que durante o treinamento, reunião e afins são necessárias para
disseminação e a desmitificação do assunto, para garantir um bom entendimento e a
eliminação de possíveis resistências.
A seguir veremos quais os fatores críticos de sucesso para o projeto de TI, alguns
que podem impedir o seu funcionamento, outros para uma melhor implementação.
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Ainda existem outros fatores críticos de sucesso identificados e utilizados que
mesmo já citados anteriormente, rememoraremos:
• Missão do projeto: definição e clareza inicial dos objetivos, metas e direções gerais.
• Apoio da alta gerência: disposição da alta gerência em prover os recursos e
autoridade/poder necessários para o sucesso do projeto.
• Planos e cronogramas do projeto: uma especificação detalhada das etapas
individuais de ação requerida para a implementação do projeto.
• Consulta ao cliente: comunicação, consulta e consideração ativa de todas as
partes afetadas pelo projeto.
• Pessoal: recrutamento, seleção e treinamento do pessoal necessário para a equipe
do projeto.
• Tarefas técnicas: disponibilidade da tecnologia e especialização requeridas para
completar as etapas de ação técnicas.
• Aceitação do cliente: o ato de vender o projeto final para os usuários finais.
Monitoração e feedback.
• Comunicação: obtenção e disponibilização de uma rede apropriada e dos dados
necessários para todos os fatores-chave na implementação do projeto.
• Solução de problemas: habilidade de tratar crises inesperadas e desvios em
relação aos planos.
Com estes fatores, já é possível entender mais sobre o projeto de TI, assim como
de que maneira o planejamento, a implementação e o funcionamento do projeto será.
Porém, Albertin (2001) alerta para a importância dos fatores críticos de sucesso nos
projetos cooperativos e nos seus desafios adicionais estão interligados a todo o projeto
em si e não devem ser deixados de lado.
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Planos e cronogramas do
projeto
Consulta ao cliente
Aceitação do cliente
Tarefas técnicas
Monitoração e feedback
Solução de problemas
FONTE: O autor (2022)
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RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O valor estratégico deve ser definido em cada início de projeto, e para que funcione
deve estar interligado ao valor operacional (trabalhadores) e ao valor competitivo
(clientes/usuários).
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AUTOATIVIDADE
1 Uma das contribuições que a Tecnologia da Informação operante na hotelaria tem, é
o relacionamento com seus clientes, usuários e fornecedores. A forma de utilização
das ferramentas midiáticas pela hotelaria pode acarretar em uma melhora neste
relacionamento, além de impulsionar as vendas e a atratividade para usuários/
clientes. Qual nome se dá atividade relacionada com a prática citada e por quais
meios ela pode ser aplicada?
a) ( ) Gestão do Conhecimento.
b) ( ) Capacidade de Inovação.
c) ( ) Eficiência Organizacional.
d) ( ) Tecnologia da Informação.
e) ( ) Valor Estratégico.
3 Das diversas maneiras que se pode fazer uso da TI na gestão hoteleira, algumas que
se destacam e tem avançado, é a automação de serviços básicos dentro das redes
de hotelaria. Seja com os guichês inteligentes, aplicativos que possibilitam o hóspede
a fazer sua reserva antes de chegar ao hotel, ou até mesmo quando utiliza de meios
tecnológicos para fazer solicitações dentro do próprio estabelecimento. Com base no
que foi discutido, cite quais melhorias as características da TI podem gerar, quando
combinadas, na gestão hoteleira:
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a) ( ) Um meio de melhoria dos processos de prestação de serviço em todas as esferas
do consumo.
b) ( ) Um conjunto de recursos computacionais para manipulação e geração de
informações e conhecimentos.
c) ( ) Um conjunto de conhecimentos, especial e principalmente científicos, que se
aplicam a um determinado ramo de atividade.
d) ( ) É um pacote de informações organizadas, de diferentes tipos (científicas,
empíricas, entre outras), provenientes de várias fontes e obtidas de diferentes
métodos, que são utilizadas na cadeia de serviços.
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UNIDADE 1 TÓPICO 2 -
TIPOS E USOS DE
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Como visto anteriormente, a Tecnologia da Informação passa por diferentes
áreas do conhecimento e nas organizações por diferentes setores. Neste tópico,
descobriremos mais sobre os tipos e usos que a TI usufrui dentro das empresas, assim
como os seus desenvolvimentos. Por alguns momentos demonstraremos algumas
aplicações na Hotelaria.
Existem vários tipos e usos para cada TI, inclusive alguns deles usamos sem ao
menos nos dar conta de que estamos utilizando, como por exemplo o computador em
que você está lendo este texto, ou o celular que está próximo de você. Mas existem outros
tipos que são mais complexos e exigem de nós a presença de alguém especializado
para mantê-lo.
Veremos nos próximos subtópicos alguns destes tipos e seus usos na Hotelaria.
2.1 HARDWARE
A palavra hardware deriva do inglês e significa “mercadoria dura”, porém, ela já
foi incorporada ao dicionário brasileiro e com isso seu significado passou a ser qualquer
utensílio metálico, como ferramentas, fechaduras, dobradiças, talheres etc. Então,
hardware não é apenas uma palavra que tem aplicação as novas tecnologias, mas está
em todos materiais “duros” que derivam de algum tipo de tecnologia mecânica.
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Porém, na informática, hardware é o conjunto dos componentes físicos (material
eletrônico, placas, monitor, equipamentos periféricos etc.) de um computador. A figura
a seguir demonstra estes elementos.
NOTA
Mainframe são supercomputadores utilizados para processamento de
grandes volumes de informação.
Veja mais em: https://coopersystem.com.br/entenda-o-que-e-mainframe/
Para que os hardwares sejam usáveis por nós foram criados diferentes softwares
que permitem o nosso entendimento numa linguagem facilitada, em redes invisíveis
super conectadas e em cabos subterrâneos.
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No próximo subtópico, veremos os softwares e seus tipos.
2.2 SOFTWARE
A palavra software deriva do inglês, “programa”, é ele que permite a nossa
interação com os computadores, celulares etc. por meio de uma interface. Dentre
os diversos processos que fazem um software chegar até nós, ele passa por vários
profissionais e testes para saber do seu funcionamento, da sua aplicabilidade e
segurança.
FIGURA 5 – WINDOWS
FIGURA 6 – IOS
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FIGURA 7 – LINUX
FIGURA 8 – ANDROID
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Com isso, podemos entender que os softwares são de extrema necessidade
para a nossa atual comunicação globalizada, indo desde os editores de textos até o
entretenimento. Porém, estes programas não funcionam sem o armazenamento de
dados, sejam nossos ao aceitarmos os termos de usos e condições do aplicativo, seja
do tráfico que usamos para chegarmos a algum destino.
A fim de organizar e processar estes dados, a maior parte das empresas utiliza o
armazenamento destes dados na nuvem ou em mainframes, a depender da quantidade
de informação e dados coletados. O que popularmente chamamos de nuvem tem
um nome mais específico: computação em nuvem, em que se tornou um modelo
conveniente e onipresente de acesso à rede sob demanda para compartilhar vários
recursos computacionais configuráveis, como redes, servidores, armazenamento,
aplicações e serviços, os quais podem rapidamente fornecer e liberar um esforço
mínimo ou interação com o provedor de serviços (MELL; GRANCE, 2011).
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é possível construir recursos e sistemas sob demanda para os clientes (VAQUERO;
RODERO-MERINO; CACERES; LINDNER, 2009). Os usuários/clientes podem comprar a
infraestrutura computacional da sua preferência, podendo ser utilizado para backup,
armazenamento, recuperação e computação de dados (ANDRADE; DIAS; RAMOS; NETO,
2015).
NOTA
Existem algumas empresas que oferecem tais serviços, como a Amazon e a
Rackspace.
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Com estes serviços é possível vincular uma conexão entre os dados e a
computação em nuvem, além de ser mais acessível, também facilita a armazenagem de
grande quantidade de informação e dados. Existem diversas vantagens na adoção da
computação em nuvem, algumas são (BARDE, 2013):
• melhor desempenho dos computadores, visto que os programas e arquivos não são
armazenados neles;
• uso de computadores de baixo custo;
• baixo custo de softwares;
• redução do custo da infraestrutura de TI;
• menor custo de manutenção;
• capacidade de armazenamento ilimitada;
• maior segurança de dados, no sentido de que não é preciso se preocupar com falhas
no servidor ou acidentes com eles;
• acesso dos documentos em qualquer lugar, desde que haja acesso à Internet
disponível; e possibilidade de edição de documentos em grupo.
IMPORTANTE
Por fim, pensemos em outra questão: não estaria isso afastando a
hospitalidade de conhecer um pouco mais o cliente sem parecer que está
tudo guardado em um computador?
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No próximo subtópico, veremos um pouco mais sobre a gestão da informação,
afinal até aqui abastecemos o nosso sistema de dados, mas agora precisamos saber
como gesta-la e processá-lo.
NOTA
Podemos pensar em um exemplo comum, como o Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) em que a informação é armazenada em
computadores, possivelmente na nuvem e que são repassadas para outros
sistemas, além de estarem publicadas em uma plataforma digital.
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serviço especializado ou contar com um restaurante próximo que ofereça um menu
para tal. Essa gestão da informação, normalmente, é resolvida no próprio cotidiano da
empresa, mas que ao existir mais situações, ela se torna obrigatória.
IMPORTANTE
O mainframe falado anteriormente tende a conter diversas formas de
transmissão de dados
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3 OUTROS TIPOS DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
Trazemos aqui alguns tipos emergentes de TI que são pouco utilizados, pois
necessitam de maiores estruturas, grandes condições financeiras e/ou investimentos
que nem todas as empresas provêm. Vamos citar e brevemente explicar alguns deles:
Internet das Coisas: tradução de Internet of Things. São objetos que possam
ou incorporem à Internet, como: automóveis, eletrodomésticos, celulares, e até mesmo
casas inteiras. A ligação direta com estes objetivos pode permitir a conectividade remota
numa melhoria de qualidade de vida e dos serviços.
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Diversos tipos de TI que existem, mas que são poucos utilizados devido os seus
custos financeiros e grandes estruturas.
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AUTOATIVIDADE
1 No tópico 2, ao abordarmos os conceitos de hardware, também presente no dicionário
brasileiro, como língua estrangeira, discutimos que a palavra não é aplicada somente
à novas tecnologias, porém em qualquer material que derive de algum tipo de
tecnologia mecânica, tal qual impressoras, aparelhos de som, eletrodomésticos,
celulares e computadores. Porém, podemos entender que um hardware é composto
de outros hardwares. A partir disso, defina o que são hardwares internos e cite, ao
menos, três exemplos de componentes-hardwares:
a) ( ) Um conjunto de instruções que tem como fim possibilitar que o usuário controle
um hardware.
b) ( ) Sistemas operacionais que fazem com que a funcionalidade do hardware seja
garantida em plena automação, sem interferência de ações externas.
c) ( ) Um componente-hardware interno, que possibilita o usuário do hardware aplicar
todas as funcionalidades do aparelho eletrônico.
d) ( ) Um aplicativo próprio do google, que permite a pesquisa de informações diversas.
e) ( ) Uma licença que permite a distribuição e compartilhamento sobre um trabalho
patenteado.
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e sistemas levando em conta a demanda para os clientes; o PaaS, Plataforma
como Serviço, que funciona como um servidor de plataforma de distribuição,
onde os fabricantes fornecem os serviços aos usuários, desenvolvendo o
ambiente e fornecendo a plataforma de servidor e recursos hardware, em que os
usuários/clientes construam seus próprios aplicativos e serviços virtualmente;
e o SaaS, o software como serviço, onde o usuário assina um serviço a partir
do fabricante por meio da internet, dessa forma o provedor mantém, gerencia e
fornece as instalações aos usuários, que podem acessar o software em qualquer
lugar através da internet
c) ( ) O IaaS, Infraestrutura como Serviço, utilizado para gerenciar um pequeno
conjunto de recursos computacionais, como o armazenamento e capacidade
de processamento, onde por meio de virtualização é possível construir recursos
e sistemas levando em conta a demanda para os clientes; o PaaS, Plataforma
como Serviço, que funciona como um servidor de plataforma de distribuição,
onde os fabricantes fornecem os serviços aos usuários, em que os próprios
usuários atuam desenvolvendo o ambiente da plataforma de servidor e recursos
hardware, mas não são capazes de construir seus próprios aplicativos e serviços
virtualmente; e o SaaS, o software como serviço, onde o usuário assina um
serviço a partir do fabricante por meio da internet, dessa forma o provedor
mantém, gerencia e fornece as instalações aos usuários, que podem acessar o
software a partir de um determinado computador.
d) ( ) O IaaS, que é definido como a Infraestrutura de Serviços, utilizada para agrupar
informações de recursos computacionais; a PaaS, que é a Plataforma como
Serviço, que opera como uma plataforma sobre serviços que permite que os
clientes criem seus próprios aplicativos e serviços virtualmente; e a SaaS, que é
uma forma de assinatura de plataformas para utilização em diferentes redes de
internet.
e) ( ) A infraestrutura como serviços, que é utilizada para gerenciar um grande
conjunto de recursos computacionais, como o armazenamento e a capacidade de
processamento; a PaaS, plataforma como serviço, onde o usuário pode distribuir
a plataforma criada por ele após obter o domínio, gerando lucros a empresa e
possibilitando a edição da plataforma por seus clientes; e a SaaS, Software como
serviço, onde somente o aplicativo macro para a criação é disponibilizado para
uso comunitário, possibilitando o acesso de qualquer local, mesmo sem estar
conectado a uma rede de internet.
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I- Necessidade de conexão permanente.
II- Perda de documentos importantes, antes mantidos em arquivos sem risco de
extravio.
III- Lentidão em alguns programas, devido à conexão entre o usuário e a nuvem.
IV- Riscos com privacidade e segurança, pois o sistema de nuvem não é confiável e é
sujeito a ataques constantes de hackers.
V- A criação da nuvem gera custos financeiros significativos.
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UNIDADE 1 TÓPICO 3 -
INTERNET, INTRANET E EXTRANET
1 INTRODUÇÃO
Como visto anteriormente, existem diversos tipos e usos para a TI, porém poucos
deles estão fora da Internet. Com isso, falaremos agora um pouco sobre a Internet e suas
relações nos nosso dia a dia, assim como a Lei que previne diversas questões no Brasil.
Também descobriremos mais sobre a Intranet e a Extranet, dois sistemas tecnológicos
que estão em algumas empresas.
2 INTERNET
Desde a sua criação, a Internet se tornou uma forma de vender produtos e
prestar serviços a mercados muito mais amplos do que era possível anteriormente
(MALOFF, 1997). Nos dias atuais, a Internet está em praticamente todos os lugares a
todo o momento, usamos ela ao acordarmos, ao dormirmos, para trabalhar, estudar e
até como entretenimento. Porém, quais são os usos da Internet nos empreendimentos,
como já vimos anteriormente, praticamente todos os processos de usos da TI perpassam
pela Internet, mesmo os mais simples.
A introdução da Internet na vida das pessoas, seja pelo computador, seja pelo
celular, permite certa flexibilidade e adaptação de tarefas, tempo e serviços. O uso da
Internet como sistema de comunicação e forma de organização possibilitou a aceleração
das organizações para se comunicarem com o mundo globalizado, desde a comunicação
39
com outras pessoas, até com as informações de outras empresas. Ainda assim, todas
as atividades e práticas econômicas, sociais, políticas e culturais são estruturadas pela
Internet e em torno dela, como por outras redes de computadores (CASTELLS, 2003).
40
Facebook (62%), os apps de mensagem como WhatsApp e Telegram (54%) e serviços
de publicação mais focado em imagens, como Instagram e Snapchat (44%) (AGÊNCIA
BRASIL, 2020).
Esta é outra situação interessante, pois a grande maioria das empresas utiliza as
redes sociais e aplicativos de mensagem para se comunicar com seus clientes/usuários.
Isso significa uma enorme quantidade de informações que a empresa tem que coletar,
analisar, monitorar e disseminar. Uma base de armazenagem destas informações e um
projeto de TI que busque interligar a empresa e o cliente/usuário.
41
Veremos no próximo subtópico, o Marco Civil da Internet, importante referência
para o entendimento das leis virtuais. Mais adiante veremos sobre a Intranet e a Extranet.
Na figura que segue vemos algumas alterações, impactos e regras definidas por
esta Lei.
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3 INTRANET
Intranet, segundo Pinto e Carvalho (1997), é um termo surgido em 1995 que se
refere ao uso de tecnologias orientadas para a comunicação interna de organizações.
Sendo assim, é um sistema de uso interno de corporações, tendo como base uma rede
de computadores privada, que se utiliza da web como interface, e acaba se tornando um
aliado na comunicação interna entre os funcionários, propiciando um desenvolvimento
da própria empresa.
Um dos princípios da Intranet, é que sua utilização só pode ser feita pelo público
interno de uma empresa, sendo assim somente acessível no ambiente privativo. São
diversos os softwares de Intranet, e cada um conta com serviços diferenciados, como
a criação de grupos de conversa online, criação de pastas para compartilhamento de
materiais, entre outros (PINHO, 2003).
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Dentro de uma empresa, a Intranet é de uso comum de todos os setores,
cada um tendo como base o serviço que pode disponibilizar. É por ela que muitas
empresas fazem processos internos, que são alimentados no sistema pela área de RH;
as atualizações de cadastro de funcionários, pesquisas de satisfação, disponibilidade
de vale transporte, por exemplo, disponibilizado pelos setores de Relações Públicas;
indicadores de produtividade de cada setor também podem ser disponibilizadas na
Intranet corporativa, visando a melhoria dos processos.
IMPORTANTE
Kaizen deriva do japonês “mudança para melhor”, significando a melhoria
contínua de um fluxo completo de valor ou de um processo individual, a fim
de se agregar mais valor com menos desperdício (ARAÚJO; RENTES, 2006).
44
FIGURA 13 – SHAREPOINT
DICA
Para saber mais sobre o SharePoint acesse:
https://blog.memorycomp.com.br/share-point-sua-intranet-de-respeito/
https://bit.ly/3JmixjK
4 EXTRANET
A Extranet é muito utilizada por meios governamentais, pois pode conectar
diferentes municípios e estados em um só sistema. Assim, a Extranet tem como objetivo
criar uma rede, similar à Intranet, porém conectando mais de um sistema. Segundo
Soibelman e Caldas (2000), a Extranet é uma forma genérica de definir como uma rede
de computadores que utiliza a Internet com o propósito de conectar empresas com
seus parceiros que compartilham objetivos em comum.
45
• armazenamento de documentos e informações;
• visualização de diferentes tipos documentos;
• comunicação (grupo de mensagens, vídeo conferência etc.)
• automação dos processos e do fluxo de trabalho.
FONTE: <https://www.estrategiaconcursos.com.br/blog/intranet-extranet-e-internet-saiba-a-diferenca/>.
Acesso em: 18 fev. 2022.
46
LEITURA
COMPLEMENTAR
USO DA INTERNET NO SETOR DE HOTELARIA DE RECIFE-PE
INTRODUÇÃO
Para Porter (2001), a Internet tem sido consagrada como uma tecnologia
que provê oportunidades para as companhias estabelecerem posições estratégicas
diferenciadas. O autor destaca a Internet em relação às outras tecnologias anteriores
e aconselha que as organizações percebam como as tecnologias da Internet podem
complementar sua estratégia de obter a competitividade. Essas diferenças em relação
às redes locais convencionais conferem à Internet características singulares. Isto
inclui ferramentas para a conquista de clientes potenciais on-line, pesquisa na web,
atendimento e assistência a clientes por e- mail, gestão on-line. Para Torres e Cozer
(2000), a Internet é uma rede que possui praticamente os mais variados recursos para
todo tipo de comunicação e a cada dia novos recursos são desenvolvidos e incorporados
a ela.
47
METODOLOGIA DA PESQUISA
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Caracterização da amostra
Faixa etária N %
24 a 36 anos 16 30,7
37 a 49 anos 22 42,3
50 a 61 anos 14 27,0
Total 52 100,0
Nível educacional N %
Nível básico 22 42,3
Nível superior 21 40,4
Pós-graduação 9 17,3
Total 52 100,0
48
TABELA 2 - DADOS RELATIVOS ÀS CARACTERÍSTICAS INDIVIDUAIS DOS DONOS E GERENTES
O estudo permitiu obter algumas implicações quanto aos fatores que determinam
o uso da Internet na hotelaria no litoral da cidade do Recife, apresentados nos tópicos
seguintes, respondendo assim às duas questões centrais de pesquisa.
Padrão de Uso
49
A Tabela 3 apresenta a distribuição das tecnologias por índice de diversidade.
A pesquisa constatou que 73% da população utiliza a Internet e que o e-mail continua
sendo a tecnologia mais utilizada. Outro resultado mostra que dos 59% que utilizam
a Internet nos hotéis de pequeno porte 30% já possuem SI para agendamento de
reservas de quarto, indicando um bom nível de percepção quanto ao uso da informação,
comparado aos hotéis de médio porte que utilizam tais sistemas em 28,5%. Nos hotéis
de grande porte há um equilíbrio do uso da Internet com 83,3% utilizando SI e realizando
algum tipo de negócio eletrônico.
50
CONCLUSÕES, LIMITAÇÕES E RECOMENDAÇÕES
Este estudo empírico descreveu o perfil do uso da Internet nos hotéis do litoral
do Recife, mediu a intensidade da adoção dessa TI e identificou seus determinantes.
Neste artigo, foi argumentado que o padrão de uso da Internet seria potencialmente
determinado pelas variáveis Idade, Nível Educacional, Experiência com Informática,
Estrutura Organizacional, Influência do Setor de Informática, Nível de Subordinação
do Setor de Informática, Porte do hotel, Nível de Investimento e Posição Perante
os Concorrentes. Destas variáveis, apenas duas não se confirmaram: Estrutura
Organizacional e Nível de Subordinação do Setor de Informática. As demais mantiveram-
se de acordo com os resultados encontrados na literatura. Os resultados obtidos
mostraram a necessidade de se observar certos fatores que afetam a adoção e uso
bem-sucedido da Internet na hotelaria. Algumas variáveis são bem mais significativas
que outras em influenciar o uso da Internet.
Fonte: https://www.scielo.br/j/raeel/a/s7yqFmMxDJqgG88CywVSwxG/?format=pdf&lang=pt
51
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O que é a Internet e seus aspectos formais no Brasil, pelo Marco Civil da Internet.
• O que é a Extranet e a mediação entre uma mesma empresa, que pode estar em
diferentes lugares.
52
AUTOATIVIDADE
1 Analise as informações a seguir e classifique-as:
a) ( ) Relações Humanas.
b) ( ) Relações Públicas.
c) ( ) Logística da Informação.
d) ( ) Aquisição.
e) ( ) Tecnologia da Informação.
53
4 No tópico atual, discutimos também sobre o Marco Civil da Internet (Lei nº 12.965/14),
criado em 2014. A internet, desde sua criação, se transformou em uma forma
de comunicação entre os usuários e criação de tribos a partir de redes sociais,
mas também se tornou uma ferramenta de venda de bens e serviços. A partir da
disseminação de seu uso, e tida por alguns como “terra sem lei”, o Marco Civil da
Internet entrou em discussão para diversos temas. Cite quais foram os temas que
foram incorporados no Marco Civil da Internet e qual seus objetivos:
5 A partir do que foi discutido sobre Extranet, aponte qual das opções abaixo melhor
representa seu significado:
54
REFERÊNCIAS
AGÊNCIA BRASIL. Empresas usam internet para vendas e relação com clientes.
Agência Brasil 28 abr. 2020. Disponível em: https://bit.ly/3v41rCd. Acesso em: 30 set.
2021.
AKSU, A. A.; TARCAN, E. The Internet and five-star hotels: a case study from the
Antalya region in Turkey. International Journal of Contemporary Hospitality
Management, v. 14, n. 2, p. 94-97, 2002.
55
COSTA, A. C.; ATHAYDES, A. S. A eficácia da intranet para a comunicação dos
colaboradores e os benefícios que trazem para o Hotel Holiday Inn Porto Alegre. Anais
do XI Congresso de Ciências da Comunicação na Região Sul, 17 a 19 maio 2010.
CRANE, D. B.; BODIE, Z. Form follows function: the transformation of banking. Harvard
Business Review, v. 74, n. 2, p. 109-117, 1996.
HUANG, K. E.; WU, J. H.; LU, S. Y.; LIN, Y. C. Innovation and technology creation effects
on organizational performance. Journal of Business Research, v. 69, n. 6, p. 2187-
2192, 2016.
KAMBALA, K.; KOLLI, G.; KUMAR, V.; GRAMA, A. Trends in big data analytics. Journal
of Parallel and Distributed Computing, v. 74, n. 7, p. 2561-2573. https://www.
sciencedirect.com/science/article/abs/pii/S0743731514000057
McFARLAN, W.E. Information Technology Changes The Way You Compete. Harvard
Business Review, v. 62, n. 3, p. 98-103, 1984.
MELL, P.; GRANCE, T. Draft NIST Working Definition of Cloud Computing. National
Institute of Standards and Technology, 2011.
56
NASCIMENTO, L. A. Proposta de um Sistema de recuperação de informação
para extranet de projeto. 2004. 130f. Dissertação (Mestrado em Engenharia) –
Universidade de São Paulo, Brasil, 2004.
PINTO, F. Q.; CARVALHO, P. As intranets como valor acrescentado para uma empresa.
Anais do Encontro Nacional de Engenharia e Gestão Industrial, v. 1, Lisboa, 1997.
SILVA, E. M.; GASPAR, M. A.; AIHARA, C. H.; MAGALHÃES, F. L. F.; COSTA, I. Influência da
tecnologia da informação na gestão do conhecimento e capacidade de inovação na
busca da eficácia organizacional. Revista Humanidades e Inovação, v. 8, n. 43, 2021.
57
TEFFÉ, C. S.; MORAES, M. C. B. Redes sociais virtuais: privacidade e responsabilidade
civil. Análise a partir do Marco Civil da Internet. Pensar – Revista de Ciências
Jurídicas, v. 22, n. 1, p. 108-146, 2017.
58
UNIDADE 2 —
MODELOS DE INOVAÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
59
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!
Acesse o
QR Code abaixo:
60
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
MODELO DE INOVAÇÃO: PRÁTICAS GERAIS
E CONCEITOS
1 INTRODUÇÃO
A Unidade 1 privilegiou a revisão de alguns conceitos e práticas sobre a
Tecnologia da Informação, associada à Gestão e à Comunicação dentro e fora dos
empreendimentos hoteleiros. Portanto, nesta unidade discutiremos os Modelos de
Inovação que estão aplicados na Hotelaria e envolvidos nos processos cotidianos.
NOTA
Lembre-se que os Modelos de Inovação estão entrelaçados com as Tecnologias
da Informação, avançaremos aqui conceitual e praticamente.
61
2.1 MODELOS DE INOVAÇÃO: BREVE CONTEXTUALIZAÇÃO
Inovação não é uma palavra nova, mas na atualidade, tem sido utilizada para
designar diversas ações mercadológicas que desenvolvam alguma atividade que
anteriormente pudesse parecer antiquada e/ou manufaturada. Desde que Schumpeter
(1934) definiu a inovação como a aplicação econômica e relevante da invenção,
distinguiu-se os dois conceitos, até Drucker (2015) que encara a inovação como uma
competência gerencial, cuja principal finalidade é a geração de riqueza, muito se discutiu
sobre o assunto (GUIMARÃES; MOREIRA; BEZERRA, 2021).
Nos anos 1960, surge uma concepção linear de inovação, associada as questões
mecanicistas e técnicas de Ciência, variando entre as teorias clássicas (internamente)
e neoclássicas (externamente). Nessa concepção linear, as políticas científicas e
tecnológicas estavam baseadas no investimento maciço na pesquisa científica com
a expectativa de resultados correspondentes aos investimentos ao final da cadeia,
as chamadas abordagens science push, apoiavam-se nessa concepção (CONDE;
ARAÚJO-JORGE, 2003). Da mesma forma, as políticas que emergiram nas duas décadas
seguintes, nos anos 1980, as abordagens demand pull, também se acomodavam naquele
modelo, porém novos elementos foram introduzidos no modelo, mas a concepção linear
da dinâmica da inovação permaneceu, invertendo apenas o sentido da cadeia linear
(CONDE; ARAÚJO-JORGE, 2003).
62
NOTA
Science Push (Empurrado pela Ciência) – As inovações estavam associadas às
pesquisas científicas, com o desenvolvimento orientado pelas universidades.
Demand Pull (Puxado pela Demanda) – Influenciado pela demanda de
determinado produto ou serviço se cria um fator indutor de inovação, em que
as necessidades do consumidor estarão no centro dos objetivos.
Grizendi (2000?) traz uma representação gráfica desse modelo linear, em que os
passos são seguidos em ordem crescente em sequência de ações e tempos definidos.
Na parte superior da figura, temos o passo a passo que é necessário para que uma
pesquisa seja feita e as instituições de pesquisa e laboratórios ofertam tais tecnologias
para o mercado. Ao mesmo tempo, as empresas podem demandar por tecnologias que
sejam inovadoras ou supram alguma necessidade. Todos estes passos podem ocorrer
em conjunto com as empresas ou não.
63
individuais e o sistema de ciência e tecnologia mais abrangente em que elas operam
(Chain-Linked Model ou Modelo Interativo) (CONDE; ARAÚJO-JORGE, 2003). Esse novo
modelo centraliza-se na empresa, combinando Tecnologia da Informação, Inovação,
Pesquisa & Desenvolvimento, incrementando a retroalimentação (feedback), em que
permite que novas ideias sejam incorporadas ao produto final.
Dentro deste modelo interativo, ainda existe um outro modelo, mais recente, e
que tem sido bastante utilizado, que é o da Tripla Hélice. Neste modelo, destaca-se a
Universidade e o Governo como atores relevantes para o projeto final. É representado
por uma espiral com três hélices que se entrelaçam por meio de múltiplas interações
entre as três esferas por elas representadas: a universidade, a indústria e o governo
(CONDE; ARAÚJO-JORGE, 2003).
64
FIGURA 3 – MODELO TRIPLA HÉLICE
ATENÇÃO
Multidisciplinar: significa que múltiplas disciplinas estão estudando tal assunto.
Interdisciplinar: mostra que estas disciplinas estão em conexão, ligadas em
algum aspecto ou conceito.
Por exemplo: a Hotelaria é uma disciplina que diversas áreas estudam, desde
o Turismo, área mais próxima, até a Saúde. Dessa maneira, alguns estudos da
Hotelaria podem ser classificados como inter e multi disciplinares.
65
a um desafio crescente, imerso em uma área interdisciplinar do conhecimento,
sendo explorada por meio de pesquisas sistemáticas, experimentações e relatos de
experiências em práticas de gestão.
66
Esta concepção da Inovação pode envolver diversas disciplinas do
conhecimento, desde Gestão do Conhecimento, Hospitalidade, Economia Criativa até
Antropólogos. Nesta concepção, existe a percepção de que nos diversos setores de
um empreendimento hoteleiro, cada um precise de um profissional e atores diferentes,
se formos analisar os clientes, alguém especializado na qualidade e satisfação dos
clientes, se formos analisar os setores administrativos, um profissional especializado
em administração de empresas, e assim por diante. Com isso, queremos dizer que uma
empresa e os Modelos de Inovação precisam entender o caráter multi e interdisciplinar
que cada setor, atividade ou tarefa exige.
Nesse contexto, podemos pensar que a Inovação, nas suas abordagens multi
e inter disciplinares, dependerá primordialmente de qual área do empreendimento
será utilizada, de qual setor precisará de tal inovação, ou ainda de qual o momento
que a inovação estará ocorrendo. Veremos ainda neste tópico, alguns exemplos de
inovação que modificam o contexto das empresas, e da Hotelaria, mas que também
determinaram algumas novas incorporações quanto a Tecnologia da Informação e os
Modelos de Inovação. No próximo subtópico analisaremos quais são os Modelos de
Inovação e como eles têm sido utilizados.
Godin (2015, p. 580) apresenta três papéis essenciais dos modelos voltados
para a compreensão da inovação:
67
Sobre os Modelos de Inovação, os autores Barbieri e Álvares (2016) desenvolveram
uma condensação dos estudos, em que:
O Innovative Milieu marcada o uso intensivo e flexível das redes, dos sistemas
integrados e pela ênfase da importância do ambiente no processo de inovação,
reforçam a importância das relações territoriais e das interações entre organizações,
sejam públicas ou privadas, para promover a inovação (MARINOVA; PHILLIMORE, 2003).
68
Essa ampliação vai retroalimentar as empresas e as universidades, em
que o conhecimento não depende somente de uma das partes, mas sim estará em
pleno movimento de relações. No nível das empresas, as atividades de Pesquisa &
Desenvolvimento passaram a ser consideradas fundamentais para ampliar a capacidade
de absorção e utilização de novos conhecimentos de todos os tipos, tornando as
empresas inovadoras mais produtivas e mais bem-sucedidas do que as que não
investem na geração de inovações (CONDE; ARAÚJO-JORGE, 2003).
Uma observação pertinente seria do uso da palavra rede, muito usual para
designar tais modelos, pois remete a uma abordagem em que todos os atores estejam
conectados. Para Conde e Araújo-Jorge (2003), a rede reflete as dinâmicas interativas
que envolvem as múltiplas e contínuas conexões, interações e intercâmbios entre os
diversos atores ou esferas e, em contraste com o modelo anterior, além das relações
de causalidade e conexões lineares, as retroativas (feedback) e recursivas também
interviriam intensamente.
69
Adaptabilidade
Flexível ou Inflexível: a habilidade de refinar, elaborar e modificar uma inovação
de acordo com as necessidades e os objetivos de quem a implementa. Pergunta: Qual a
necessidade/objetivo desta inovação?
Centralidade
Central ou Periférica: o grau em que a inovação se refere às tarefas diárias da
organização, envolvendo atividades críticas à performance organizacional. Pergunta:
Qual o lugar que essa inovação ocupará?
Compatibilidade
O grau em que uma inovação é consistente com valores existentes, com
experiências passadas e com necessidades para um novo adotante. Pergunta: A
inovação está em consonância com todos os departamentos?
Complexidade
Baixa ou Alta: a extensão em que a inovação é percebida como relativamente
difícil para ser entendida e utilizada. Pergunta: Qual a dificuldade de uso?
Custo:
Extensão dos investimentos financeiros iniciais e despesas de implementação.
Pergunta: Qual o custo?
Divisibilidade
O grau em que a inovação é um conjunto coeso de partes interligadas em
oposição a ser construto maleável de partes independentes que podem ser adotadas
separadamente. Pergunta: Todos os setores saberão manuseá-la ou se restringirá a
determinado grupo?
Duração
O período de tempo em que a mudança é aplicável e em que deve persistir.
Pergunta: Qual o tempo para aprender e qual o tempo de uso?
Foco organizacional
Técnico ou Administrativo O aspecto da organização em que a inovação é mais
relevante. Pergunta: Qual departamento/setor usará?
Forma
Material ou Social. Esta classificação diferencia a inovação em objetos materiais
ou físicos de inovações sociais, programáticas ou de procedimentos. Pergunta: Qual
o material da inovação? É uma inovação material ou dependerá do intelecto para
aprender?
70
Incerteza
Baixa ou Alta. Conhecimento acerca da ligação exequível entre os insumos, os
processos e os resultados da inovação. Pergunta: Qual o conhecimento possível para
executar a inovação?
Magnitude
O grau de desajuste no status organizacional que a inovação implica. Áreas
organizacionais que podem ser afetadas por uma inovação incluem arranjos estruturais,
recursos humanos e finanças. Pergunta: Como afetará a organização?
Penetração
Baixa ou Alta: a proporção em relação ao conjunto de comportamentos
que ocorrem na organização que devem ser afetados pela inovação, de modo que
corresponde a uma função de quantos indivíduos devem alterar seus comportamentos
devido à inovação. Pergunta: Como afetará o desenvolvimento do trabalho das pessoas?
Grau de novidade
Radical ou Incremental: a extensão em que uma inovação representa mudanças
e, portanto, implica em novos comportamentos para os membros e subsistemas
organizacionais. Pergunta: O quão nova é esta inovação?
Risco
Baixo ou Alto: nível de risco em termos de confiabilidade ao qual a organização
é submetida devido à inovação. Pergunta: Como refletirá no atendimento ao cliente?
Status
Baixo ou Alto: a extensão em que uma inovação é adotada na busca por prestígio
em vez de lucro ou efetividade organizacional. Pergunta: É uma inovação apenas pelo
lucro ou realmente modificará a percepção dos clientes?
Vantagem relativa
A extensão com que uma inovação é percebida como melhor do que a ideia que
ela substitui. Pergunta: A curto prazo, como funcionará essa inovação? E a médio prazo?
Visibilidade
Baixa ou Alta: a extensão em que os resultados da inovação são visíveis aos
outros. Pergunta: Do trabalhador ao cliente, todos sentirão o impacto dessa inovação?
71
ATENÇÃO
Pense essas perguntas e outras mais em algum empreendimento que você
trabalha ou que você tenha proximidade. Para um melhor entendimento
destas variáveis fizemos o Quadro que segue, em que você pode preencher
com a resposta (alta ou baixa, flexível ou inflexível etc.) e justificar os motivos,
causas e/ou consequências.
72
Vantagem A curto prazo, como funcionará
relativa essa inovação? E a médio prazo?
Do trabalhador ao cliente,
Visibilidade
todos sentirão o impacto dessa
inovação?
Essas variáveis ajudam a pensar algum Modelo de Inovação, não basta que
tenhamos o produto, temos que entender a sua inserção no mercado, qual a sua demanda
e porquê ele será utilizado. O estudo da Inovação foi por muito tempo entendido como
um processo estático, pensando somente no mercado e no consumidor, mesmo que
como visto, ele necessite de diversas etapas, atores e tempo.
A complexidade destes estudos é tanta que hoje ele perpassa diversas áreas
do conhecimento, abrange diversos conceitos, desde a Hotelaria até a Saúde, e o mais
importante é que tem sido compreendido como um processo que precisa de movimentos
internos e externos a organização, que depende de diversos atores, institucionais ou
não, e que as mudanças técnicas e organizacionais são grandes.
Para a Hotelaria tais situações são, às vezes, mais relevantes do que altas
tecnologias. Essa segmentação pelo perfil ou estilo de vida do cliente é muito comum
em diversas áreas do consumo, mas na Hotelaria existem destaques, em especial hotéis
fazenda, hotéis de charme, ecossustentáveis etc. Seguir esses perfis ou estilos de vida,
normalmente, significa dizer que são também destinados a classes mais ricas.
Alves (2011, p. 3) faz uma análise das estratégias de inovação para os segmentos
hoteleiros e, destaca que no segmento de serviços de hospitalidade observa-se a
adoção de fatores como: o desempenho superior (best-in-class), um estilo e design
superiores, produtos e serviços multipropósitos, uma inovações de fronteira (on-the-
73
edge), utilização de produtos e serviços de luxo, com marcas populares para o mercado
de massa, serviço excepcional, maiores confiabilidade e durabilidade, conveniência,
canais de distribuição únicos e preço diferencial (lower price).
GRUPOS de
INOVAÇÃO para Fator de Zona de Tipo de
Contexto
DIFERENCIAÇÃO em Diferenciação Inovação Inovação
HOSPITALIDADE
HOTEIS BOUTIQUE, Design & Estilo Intimidade
Design e Extensão de
DESIGN & superiores: bens e com o
Estilo linha
EXCLUSIVOS serviços de luxo Consumidor
Design & Estilo Renovação
superiores: bens de categoria Renovação
HOTÉIS FASHION
e serviços de Alto-luxo (categoria por
(OU FASHIONISTAS)
luxo; serviços de luxo aquisição
excepcionais tradicional)
Desempenho
superior (best-in-
HOTÉIS FEMININOS Oferta
-class) p/ hos- Intimidade
(ou com especializada
pedes mulheres com o Experiencial
exclusividade para para
desacompanha- Consumidor
mulheres) mulheres
das, com crianças
e/ou executivas
Responsa-
Desempenho
bilidade/
superior (best- Intimidade
conscienti-
HOTÉIS VERDES in-class) para com o de Realce
zação com
hospedes Consumidor
o Meio-Am-
"verdes"
biente
Desempenho
up-to-dated
superior (best- Intimidade
gadgets
HOTÉIS TECHIES in-class) para com o Experiencial
para uso do
hóspedes Consumidor
hóspede
"techies"
Integração
Na opção
(bem-estar
específica
e Beleza) e
HOTÉIS DE de Fronteira do Mix (i.e., Excelência
Migração de
MERCADO-MISTO (produto) Saúde e Operacional
Valor (saúde
Estética,
e Estética e
etc.)
imobiliário)
74
Esse quadro colabora para o entendimento de como as inovações também
podem incluir nichos e segmentações de mercado, como é o caso dos Hotéis Verdes,
em que as Inovações não estão relacionadas com a tecnologia. Essas diferenciações
ou fatores de diferenciações podem, ou não, estar intrínsecos aos lucros e retornos
econômicos para o empreendimento. O foco em Inovações por estilo de vida (Fashion
ou Boutique) pode também colaborar com inúmeras alternativas na formulação de
estratégias criativas em busca de vantagens competitivas sustentáveis e torna-se mais
competitivo no mercado.
75
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A história dos Modelos de Inovação e seus contextos, em que cada Modelo esteve
associado ao modo de produção do conhecimento.
76
AUTOATIVIDADE
1 Inovação não é uma palavra nova, mas na atualidade, tem sido utilizada para designar
diversas ações mercadológicas que desenvolvam alguma atividade que anteriormente
pudesse parecer antiquada e/ou manufaturada. Surgem a partir da década de 1960
duas concepções lineares de Modelos de Inovação, a primeira é a Science Push e a
segunda a Demand Pull. Tais modelos se opõem ao Modelo Interativo de Inovação. No
que segue, assinale qual a alternativa incorreta:
77
produto ou de um serviço. Levando em conta estes movimentos e os papéis citados
por Godin (teórico, prático e estatístico), crie uma relação entre cada papel e estes
movimentos.
4 Sobre os Modelos de Inovação, discutimos que a partir das abordagens multi e inter
disciplinar e os modelos existentes, são denominados alguns atributos da inovação,
o que tem sido chamado de variáveis. Das 17 variáveis existentes explique como elas
se relacionam com os Modelos de Inovação.
a) ( ) Nicho de mercado.
b) ( ) Desenvolvimento sociocultural.
c) ( ) Treinamento de funcionários.
d) ( ) Segregação de mercado.
e) ( ) Caracterização de hóspedes comuns.
78
UNIDADE 2 TÓPICO 2 -
SISTEMA GLOBAL DE DISTRIBUIÇÃO (GDS) E O
FRONT OFFICE
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, veremos alguns aspectos relacionados ao Sistema Global de
Distribuição, principalmente relacionando à área da Hotelaria, pois tais sistemas estão
muito mais ligados ao Turismo de maneira geral, mesmo sendo vistos na Hotelaria.
79
Operadoras de Turismo
São as empresas como CVC Viagens, FlyTour etc. que trabalham na venda de
pacotes de viagens, normalmente consolidadoras em que atendem diversos públicos.
80
FIGURA 4 – EVOLUÇÃO DAS GDSs
2.1.1 Sabre
A ideia do Sabre é despertada em 1953, mas somente em 1964 que ela é
colocada no mercado, derivando da fusão de duas empresas: a American Airlines e a
IBM (International Business Machines Corporation). A sua criação é devido à dificuldade
em manter as reservas e os inventários entre os passageiros e a empresa área. Foi
criado, então, o sistema de reserva de assentos.
81
Em 1964, a IBM cria seu próprio sistema o PARS (Programmed Airline Reservations
System). Com isso, começa o desenvolvimento do primeiro GDS, pois anteriormente só
funcionava para a empresa American Airlines. Diversas inovações e tecnologias foram
adicionadas no sistema, como por exemplo, a escolha da passagem mais barato e do
itinerário mais rápido (BargainFinder).
82
FIGURA 6 – SISTEMA SABRE GERAL
GIO
Neste link, você pode ver como funciona a Sabre e seus detalhes (aviso: não
tem áudio descritivo).
Sabre training complete Sabre basic training - Part 1
https://www.youtube.com/watch?v=zTOWY8PQHVI
2.1.2 Amadeus
O Amadeus é criado oficialmente em 1987 em uma aliança das companhias
Air France, Lufthansa, Iberia e Scandinavian Airlines System. Porém, em 1991, a
Scandinavian Airlines vende suas ações, deixando apenas as demais dividindo
igualmente. O Amadeus entra no mercado em contraposição ao modelo imposto pela
Sabre, até então dominante, uma das principais contribuições, em termos geográficos,
é a sua expansão rápida para outros continentes, além do europeu.
83
Nos dias atuais, o Amadeus atua na maioria dos países e é uma das maiores
empresas do mundo, ocupando 195 locais. Seu sistema operacional permite a tradução
para diversos idiomas, o que facilita a compreensão para quem não conhece o idioma
inglês. Para a Hotelaria, o seu site oficial destaca algumas soluções e serviços, sendo:
GIO
Neste link, você pode ver como funciona o Amadeus e seus detalhes (aviso:
está em inglês).
Amadeus Training Scenario: Book flight itinerary, create PNR, price
fare.
https://www.youtube.com/watch?v=1PHJkm_nNL8
2.1.3 TravelPort
A TravelPort não estava presente na construção do gráfico de Karcher (1996),
pois somente entra no mercado no ano de 2001, com a aquisição da Galileo (2001) e da
Worldspan (2007). Em 2006 também adquiriu a empresa Orbitz Worldwide, empresa on-
line de venda de pacotes, passagens áreas, reserva de hotéis e afins. Nos dias atuais, a
empresa atua em 145 países.
CHAMADA
Neste link, você pode ver como funciona o TravelPort e seus detalhes (aviso:
está em inglês).
Smartpoint Training 1 - Travelport Bulgaria
https://bit.ly/3rdViSA
84
3 FRONT OFFICE
Os principais setores do empreendimento hoteleiro são: a recepção e a central
de reservas. E também serão os setores que estarão em contato com o Sistema Global
de Distribuição, assim como com os hóspedes, fornecedores e demais pessoas que
circularem pelo lugar. Aqui entenderemos um pouco mais sobre cada um deles e suas
funções.
Dessa maneira, um bom profissional deve estar capacitado, bem treinado e ter
pleno conhecimento de todo o empreendimento a fim de atender e acolher o hóspede/
cliente. Castelli (2000) também destaca que para a execução de todas as atividades
que são fundamentais para o andamento do hotel, o atendente da recepção deverá ter
em mente que seu trabalho prima por pontos vitais para uma excelente qualificação do
mesmo, citando:
Estas são algumas etiquetas com relação à recepção, que podem variar e
estar presentes em diferentes contextos. Em hotéis de grande porte, normalmente,
o recepcionista efetua apenas esta tarefa, porém, em outros hotéis ele pode ser o
responsável por diversas ações, desde a reserva das unidades habitacionais até carregar
a bagagem do hóspede.
85
A Central de Reservas é outro setor do hotel que tem contato direto com o
cliente. Para Castelli (2000), a reserva resulta do acordo que entre si realizam, de
uma parte, o estabelecimento hoteleiro, que se compromete a oferecer acomodação
e serviços complementares por um determinado período, e, de outra, o hospede, que
se compromete a efetuar um pagamento por usufruir dos serviços prestados pelo
estabelecimento no período acordado.
4 GDS E A HOTELARIA
Como dito anteriormente, os GDSs normalmente estão presentes na área do
Turismo, utilizados principalmente por agências de Turismo e seus agentes. Os GDSs
permitem reservas rápidas e precisas para acomodações e transportes, e ainda simplifica
estes passos para o agente de turismo ao criar os pacotes de viagem. Na Hotelaria
existem algumas questões que serão interessantes de explorarmos.
Com o passar dos anos e, por meio destes sistemas, houve um aumento no
número de empreendimentos hoteleiros, principalmente por que estes sistemas
facilitavam e popularizavam o preço das passagens, das reservas de hotéis, os aluguéis
de carro etc. A evolução dos GDSs fez com que os hotéis tivessem uma área específica
dentro de suas estruturas, a Central de Reservas, o que antes pertencia a Recepção,
agora passa a conter diversas outras atribuições, como o serviço de reservas gratuitas,
o próprio serviço de GDS, e outros serviços de marketing (EMMER et al., 1993).
86
1) Criação de dados: com o aumento de operações computadorizáveis e da
automatização de processos, o uso das informações internas e externas se tornam
essenciais para a promoção de marketing e, posteriormente, construção de perfis de
clientes.
Para a Hotelaria isso significou que quanto maior a rede integrada mais profunda
é a penetração e o aumento de participação no mercado. Dentro deste valor competitivo,
também está a funcionalidade da GDS e sua conexão com outros sistemas externos
e sua adaptabilidade em um ambiente comercial em constante mudança, como é a
Hotelaria. A GDS, em particular para a Hotelaria, traz possibilidades de controlar o
inventário e as tarifas (incluindo regras de reserva, restrições, estratégias de vendas
etc.), divulgar estas informações de maneira relevante e em tempo real para múltiplas
fontes (para a OTA, as Operadoras de Turismo, as GDSs de companhias aéreas, e outras
cadeias hoteleiras etc.).
Outra questão da GDS para a Hotelaria está no seu valor operacional, ou seja,
na facilidade de manipulação, nos processos de reservas, em poder analisar e avaliar
os custos e as receitas geradas durante determinado período, no tempo de estadia etc.
Por exemplo, se determinado hotel decide criar preços mais baratos para 50 UH, este
sistema colabora para que as agências de turismo recebam esta informação e a divulgue
com maior agilidade, ainda nisso, o hotel terá acesso a quantas pessoas reservaram as
UHs, o dia de chegada, o tempo de estadia, entre outras questões.
87
Ainda temos o valor estratégico que se encaixa na flexibilização do
empreendimento hoteleiro em estar em movimento as tendências do mercado do
Turismo e da Hospitalidade. Devido à natureza sistemática que o GDS permite, qualquer
modificação funcional ou técnica em seu sistema pode provocar um desencadeamento
de mudanças. Por exemplo, se um determinado hotel decide excluir do seu planejamento
(via valor estratégico e competitivo) o horário para check-in e check-out na intenção
de proporcionar maior conforto e conveniência a seus hóspedes/clientes, levando em
consideração somente o período de 24 horas.
Os GDSs ainda permitem um certo “rastreio” dos movimentos dos seus clientes/
hóspedes, com certa precisão de informações úteis para conhecimento sobre o perfil de
determinada pessoa. A capacidade de desenvolver um banco de dados para armazenar
informações sobre todas as reservas é uma nova fonte de obter uma vantagem
valiosa em relação a outros concorrentes, principalmente na atenção aos desejos dos
hóspedes e na qualidade do serviço. Alguns exemplos estão em: satisfazer ao máximo as
expectativas dos hóspedes, proporcionar o quarto ideal e de ter um maior desempenho
nos serviços oferecidos etc.
Existe um “porém” com relação aos GDSs, assim como eles obtiveram nos
últimos anos grandes melhorias derivadas dos processos computáveis e da Internet,
começaram a surgir diversas OTAs. Estas empresas não necessitam de GDSs para seu
funcionamento, pois dentro dos seus sistemas eles têm suas próprias funcionalidades,
retirando dos empreendimentos hoteleiros a necessidade de estar conectado a algum
GDS. Estas OTAs ainda permitem o empreendimento hoteleiro de ter um contato maior
com o cliente/hóspede, além de facilitar o manuseio dos gestores para praticar suas
políticas de preços e custos.
88
2022). Outras duas invenções atuais estão: nos sistemas de pagamento on-line
seguros, proporcionando processamento rápido ou até transações com moedas
criptográficas e o escaneamento de código de barras, via smartphones (LABUNSKA;
ZYMA; SUSHCHENKO, 2022).
Na atualidade, tem existido cada vez mais pessoas que preferem organizar a sua
viagem de forma independente e utilizam as OTAs como meio de informação e compra
dos seus produtos. Por outro lado, existem pessoas que, na prática de viagens mais
baratas e por segurança, buscam empresas de viagens que garantam suas estadias,
que as passagens não sejam overbooking ou pela simples comodidade da facilidade de
compra.
89
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
90
AUTOATIVIDADE
1 Com base no tópico sobre GDSs, vimos que eles se caracterizaram como redes
on-line que conectam as agências de viagem, as companhias áreas, os hotéis, os
aluguéis de carro etc. Nos dias atuais, existem diversos sistemas que fazem tais
funções, para além do que foi citado neste tópico. Estes sistemas exigiram que a TI
fosse entendida, não só como uma forma de ser inovadora, mas nas tarefas práticas
do cotidiano empresarial. Cite e explique quais são estas tarefas.
5 Com relação aos GDSs elenque quais os valores estão intrínsecos ao seu funcionamento,
e quais são as suas características e como elas se aplicam na Hotelaria. Cite exemplos.
91
92
UNIDADE 2 TÓPICO 3 -
MODELOS DE SOFTWARE E INOVAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, retomaremos alguns conceitos ditos na Unidade 1 sobre os
softwares, em que existem sistemas operacionais “maleáveis” que operam no nosso
dia a dia. Estes sistemas estão interligados a outros softwares, hardwares e inovações
permitidas pelas novas tecnologias. Aqui aprofundaremos no estudo sobre as redes
sociais, Facebook, Instagram, Twitter etc. que são importantes ferramentas de inovação.
Esses Modelos de Software serão analisados num primeiro momento para que
seja possível compreendermos os seus usos com relação à Inovação, principalmente
em todos os processos que estes softwares passam até chegar em nós. A seguir,
discutiremos algumas ferramentas muito utilizadas na Hotelaria, como o Channel
Manager, e de outras nem tanto utilizadas como os ChatBots.
2 MODELOS DE SOFTWARE
Cada modelo de software utiliza diferentes abordagens para sua criação. Estes
modelos de processo podem ser definidos como Modelo em Cascata (SOUZA, 2021), o
Modelo em Espiral (NAKAGAWA, 2016) e o Modelo Incremental.
DICA
Não nos deteremos a falar sobre todos Modelos de Software, mas sim
destacamos os mais utilizados pelas empresas nos dias atuais. Para saber
mais sobre os tipos de modelos existentes consulte o breve resumo de
Caldas (2010), capítulo 3, no link:
http://periodicos.unesc.net/iniciacaocientifica/article/view/1576/1488#
93
• A dificuldade do cliente em estabelecer todos os requisitos necessários logo no
início do projeto, como é exigido por este modelo.
Por exemplo, podemos pensar na utilização de algum software que seja novo
no mercado, quando inserido no mercado, ele passou por todas estas etapas de
atualizações, de remodelamentos ou de recusa de certas ações. Pensemos também
que tal software precisa de atualizações constantes e, portanto, o contato direto com
o usuário permite melhorias diretas. Na Hotelaria temos o GDS, que apesar de ser de
grande porte, as suas atualizações são constantes, em parte devido à instabilidade do
mercado e mantém contato com os usuários.
94
2.1 CHANNEL MANAGER
O Channel Manager, como apontado pelo blog Omnibees (2018), é um software
mais voltado à gestão de reservas realizadas on-line, telefone ou presencialmente. A
partir dele é possível centralizar a operação e gestão de diferentes canais de vendas
em apenas um lugar, facilitando o controle das reservas e evitando o overbooking e
a perda de venda por falta de atualização de um dos diferentes canais utilizados pelo
empreendimento.
95
É importante que o Gestor de Canais (Channel Manager) que será utilizado na
rede, possibilita a integração com os demais softwares que a rede apresente, além de
verificar, antes da contratação, se o programa escolhido dispõe de uma ampla gama de
canais de distribuição on-line, o que faz com que ele se conecte com um maior número
de canais de demanda hoteleira.
FIGURA 8 – PMS
O PMS possibilita:
96
existem diversos fornecedores do software, inclusive marcas brasileiras, possibilitando
que hotéis, pousadas e redes menores disputem em mesmo nível a gestão de seus
negócios com empreendimentos hoteleiros grandiosos. Um dos fornecedores no
Brasil do PMS é a TOTVS, que criou uma gama de produtos, o TOTVS Hospitalidade que
falaremos mais adiante.
Hoje em dia, com o PMS sendo uma estrutura na nuvem e não manual, como
no seu início, sua estrutura simplificada possibilita o controle e acesso por aparelhos
móveis, economizando tempo e gastos com TI na hotelaria. Entre outros benefícios do
PMS, na gestão hoteleira, podem ser listados:
97
As soluções para o Backoffice dizem respeito aos processos administrativos e
financeiros do setor hoteleiro, e propõe melhorias no controle e gestão de informações
contábeis. A partir disso, as melhorias podem ser aplicadas na base orçamentária
do empreendimento – produzindo relatórios de análise de despesas e comparativos
entre os valores orçados e realizados – bem como contábeis, que também possibilita
a integração com outros sistemas, buscando anular a repetição de dados. Nas suas
soluções de Frontoffice está principalmente as soluções de mobilidade do próprio
sistema (TOTVS, 2019), em que:
• Pode ser acessado em qualquer sistema operacional, de qualquer lugar com acesso
à internet.
• Possui layout responsivo, podendo ser utilizado em notebooks, tablets e desktops.
• Não necessita de instalação, após criar sua conta, basta logar e utilizar o sistema.
No setor hoteleiro, esse uso pode ser observado a partir da razão da necessidade
de analisar variáveis buscando prever nível de ocupação em diferentes épocas do ano,
por exemplo, para as mais diversas regiões, climas, tipos de atividades e atrativos
turísticos. Além disso, a ferramenta auxilia na melhoria do serviço ao cliente, identificando
processos necessários e desnecessários que compõe a cadeia da gestão hoteleira.
• Antever problemas.
• Identificar problemas que precisam de correção.
• Antecipar a identificação de problemas, até mesmo administrativos e financeiros.
• Ganhos pontuais (divulgação, compras etc.).
• Retorno de investimentos (capital, imobiliário e equipamentos).
98
Importante salientar que, comumente, o início do processo de implementação e
utilização do BI é visando os anhos monetários, proporcionando mais lucro e benefícios
ao empreendimento, por ser mais fácil e ter sido previamente identificados em outras
implementações do processo. Porém, os casos devem ser analisados separadamente.
FIGURA 9 – POWER BI
A partir dos sistemas se faz possível abrir janelas, ligar luzes, abrir portas, ligar
eletrônicos e desligá-los e, até mesmo, consultar o que tem disponível no frigobar através
de um smartphone. Além disso, o sistema pode detectar a temperatura do ambiente
e ajustar de acordo com o que é mais confortável para o hóspede, que previamente
programa o sistema de acordo com as suas preferências.
99
um televisor de 40 polegadas, além de aparelhos de leitura de DVD e CD. A depender
do contexto social do hóspede, essas tecnologias já são esperadas e necessárias para a
decisão pela utilização do serviço.
• Estratégias
• Ações
• Políticas
• Gestão
• Análise
100
Criação de um banco de dados: sendo uma das maiores vantagens, é dentro
dele que estão as informações sobre as pessoas que entraram em contato com o
empreendimento e demonstraram interesse no serviço oferecido.
Todos esses pontos que levantados, geram dados para os gestores de quem está
trabalhando no que, e do que está acontecendo em cada um dos leads apresentados e
cadastrados no sistema.
Esses registros podem estar ligados desde preferência à andares do local, horário
de pico da utilização de restaurantes e café da manhã, a preferência por bebidas no
frigobar, quantidade de hospedes que preferem o serviço de café da manhã no quarto,
entre outros. De modo geral, o CRM para a hotelaria é onde estará registrado e compilado
todo o conhecimento sobre o público, conhecimento esse que, posteriormente, será
usado para a tomada de decisão e ações para a melhoria do serviço.
101
Essa integração possibilitará afunilar o tipo de cliente e direcionar as campanhas
de marketing do hotel, tanto para o e-mail ou pelas campanhas direcionadas em redes
sociais. A partir disso será possível ver todo o histórico de interação deste possível
cliente com a marca, entendendo o que falta e se é o momento certo para se fazer o
contato direto.
102
• Tenha funcionalidades pertinentes para seu negócio.
• Interface amigável.
• Integração com marketing, ERP, redes sociais, entre outros.
• Possibilite a criação de múltiplos funis (marketing, pré-venda, vendas, success etc.).
• Tenha ações automáticas para dar mais agilidade e produtividade aos processos.
• Permita relatórios completos e personalizados.
• Tenha suporte e cobrança em língua portuguesa e em moeda nativa, respectivamente
e em inglês, se o empreendimento esteja visando a internacionalização e a captação
de hóspedes estrangeiros.
Desta forma, o Marketing digital pode ser definido como um conjunto de ações
que serão feitas por um prestador de serviços hoteleiro ou outro estabelecimento deste
setor, tendo como objetivo estreitar laços com quem já usuário, captar novos clientes,
criar um relacionamento e, também, desenvolver uma identidade para a marca. Dentro
do marketing social, seus canais principais de relacionamento serão o web site da
empresa, os sites de busca, as mídias sociais, o e-mail e tantos outros canais.
O web site tem que ser visto e aplicado como o principal meio de relacionamento
e impulsão da marca, pois é por ele que será possibilitado que o hóspede faça a reserva
diretamente com o hotel, caso ele prefira, além disso é nele que as pessoas buscarão
informações sobre o estabelecimento, vendo fotos, vídeos, promoções, entre outros.
Outros pontos que podem ser citados como benefício para a criação e manutenção de
um web site são:
• Maior visibilidade, visto que os sites de busca, como o Google, por exemplo, priorizam
resultados que estão relacionados com web sites e suas palavras chaves. Importante
salientar, aqui, a importância de se ter um web site moderno, bem estruturado e
com versão para tablets e smartphones.
103
• Serve como canal de venda, e a partir dele pode ser colocado promoções mais
baratas, devido à não necessidade de se pagar comissões dentro para outros
buscadores.
104
Podemos perceber que os serviços da Google trabalham de maneira conjunta,
correto? Como visto, um mapa com a localização do hotel é mostrado. Portanto, é
importante que o endereço do local seja cadastrado corretamente, para que durante
a pesquisa o hóspede em potencial possa visualizar a estrutura do local, bem como
planejar seu itinerário de acordo com o endereço, podendo visualizar o mapa da cidade
a partir do endereço do hotel. De uma maneira bem elaborada, ele pode visualizar o local
pelo Street View, com uma visão panorâmica permitindo tenha uma visão mais real do
empreendimento bem como seu entorno.
Além disso, pelo Street View também é possível cadastrar fotos 360º do interior
do local.
105
É importante que os comentários e avaliações deixados pelos hóspedes sejam
respondidos, dessa maneira, o hotel acaba sendo mostrado na barra de resultados em
uma melhor posição. Outro ponto é o auxílio na tomada de decisão de novos hóspedes,
pois é a partir das avaliações e comentários, bem como a posição do hotel em frete aos
pontos levantados por outros usuários que o novo cliente vai estabelecer sua tomada
de decisão, visto que estes comentários representam uma experiência real e vivida
naquele local pela ótica de outro visitante.
O Google AdWords são anúncios pagos da empresa, que também permite que
os estabelecimentos fiquem melhor ranqueados nos resultados do buscador. Nele é
possível especificar o público que receberá esse anúncio, por público, região, palavras-
chaves, interesse e comportamento. Desta maneira, o gestor do estabelecimento, a
partir da plataforma, poderá selecionar:
• Público
• Horário e datas
• Sites
• Remarketing
IMPORTANTE
O Remarketing é um contato direto com quem já visitou o hotel
anteriormente, a partir dessa ação é possível enviar promoções e divulgá-las,
convencendo-os a retornar e reutilizar os serviços oferecidos
O Google Hotel Ads foi criado para auxiliar hotéis menores e pousadas. Nele o
link para reserva direta no web site do hotel aparece em primeiro lugar, muitas vezes o
valor da reserva direta é menor que o valor em outros canais de reserva pagos. A única
exigência para a utilização do Google Ads é que o hotel tenha um cadastro em algum
motor de reservas, para não acabar gerando overbooking e outros problemas que já
citamos anteriormente.
106
• Quantidade de acomodações disponíveis
• Preço das acomodações disponíveis
• Página para reserva
Cada uma das redes sociais citadas tem um público diferente e uma disposição
diferente sobre seu uso. O Instagram, por exemplo, é um dos que mais crescem como
utilizados por esse segmento, nele é uma facilidade maior de segmentar e se relacionar
com o cliente. O Facebook tem-se segmentado cada vez mais com o público de meia
idade e terceira-idade. O uso de vídeos do YouTube, além de estar em alta, pode ser
utilizado no web site da empresa, ou nas outras redes sociais.
107
O LinkedIn pode ser utilizado se o público alvo, ou o público que já faz o uso,
é coorporativo, além de ser possível através dele fazer contratações. O Twitter, por
sua vez, deve ser usado como uma rede de interação em tempo real, além de possuir
um público mais jovem e variado em questão de cultura, sexualidade, gênero e poder
aquisitivo, o Twitter tem a possibilidade de engajamento com um público internacional.
Por mais dinâmico que seja, porém a rede social deve ter engajamento constante para
gerar resultados satisfatórios. Algumas postagens e publicações que podem ser usadas
nesses canais são:
2.6 CHATBOT
Chatbots são assistentes virtuais, softwares e programas que permitem simular
a conversa com humanos. A partir deles, na hotelaria, é possível que o cliente tire
dúvidas, solicite algo, realize cadastros, compre pacotes, entre outras funcionalidades.
Esses softwares são ferramentas interessantes para o relacionamento com o cliente,
considerando que hoje se tem a necessidade de respostas rápidas e assertivas a partir
da solicitação. Porém, alguns clientes/hospedes podem se incomodar por não estarem
falando com uma pessoa.
108
FIGURA 14 – EXEMPLO DE CHATBOT
109
LEITURA
COMPLEMENTAR
ESTRATÉGIAS DE INOVAÇÃO EM MERCADOS MADUROS: UM OLHAR A PARTIR DO
SEGMENTO DE SERVIÇOS DE HOTELARIA
Simone Alves
INTRODUÇÃO
O presente artigo busca contribuir para evolução a destas discussões e para tal
discute a aplicação ao segmento de serviços de hotelaria, do modelo de tipos de inovação
(Innovation Type Model) de Moore (2005) que é baseado no ciclo de vida categoria-
maturidade (category-maturity life cycle), procurando-se classificar casos reais recentes
observados no mercado mundial. De forma geral, o mercado mundial de hospitalidade
encontra-se na fase de maturidade e talvez até em declínio (OTTENBACHER, 2007) e
os casos discutidos – selecionados a partir de pesquisa bibliográfica em publicações
nacionais e internacionais especializadas em turismo, sobretudo aquelas voltadas ao
segmento de hospitalidade – restringem-se aos estágios de maturidade ou do início
da fase posterior de declínio – ainda que se espere que o modelo retratado seja uma
ferramenta igualmente útil para estudos de empresas posicionadas nas demais fases
do ciclo de vida.
REFERENCIAL TEÓRICO
110
(MOORE, 2005; WALKER JR. et al., 1996). A maturidade do setor de hotelaria pode ser
verificada por algumas das características marcantes de mercados nesta fase do ciclo
de vida e sem dúvida inerentes ao segmento no mercado atual, tais como: grande
número de concorrentes, market share repartido e alto grau de rivalidade (WALKER JR.
et al., 1996).
Para definir esta tipologia o autor parte também do conceito das três disciplinas
de valor definidas por Treacy e Wiersema (1993) – liderança em produto, intimidade com
o consumidor e excelência operacional – que representam forças direcionadoras de
inovação necessárias para criação de valor. Moore inclui ao modelo uma quarta disciplina
111
que denomina “renovação de categoria” e é específica para os estágios finais de declínio
e término nos quais as organizações perderam a capacidade de sustentar criação de
valor futuro (MOORE, 2005, p. 63).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
112
Broadway pelo designer francês Philipe Stark. O empreendimento deu origem ao Hotel
Paramount que rapidamente tornou-se referência na cidade e no mundo (NORMANDIE,
2004 apud MOTTA et al., 2007).
113
da imagem e da marca das empresas, sobretudo em termos de responsabilidade
sócioambiental. Observam-se no segmento de hotelaria exemplos de todos os quatro
tipos da “matriz estratégica de marketing verde” proposta por Ginsberg e Bloom (2004),
quer sejam, incluindo empresas que os autores classificam como representantes do
grupo “verde apagado” (boas cidadãs, mas que não associam sua marca ao marketing
verde) até as do grupo “verde extremo” (com o conceito de marketing verde plenamente
integrado à estratégia da empresa).
114
Grupo 6: Hotéis de Mercado-misto
Este tipo de inovação é de certa forma uma extensão da estratégia adotada por
alguns hotéis incluídos nos dois primeiros grupos de inovação discutidos que costumam
também oferecer aos hóspedes serviços adicionais de spa e beleza em parceria com
marcas ícones de luxo do segmento de produtos de beleza e estética (como Dior e
Lâncome, por exemplo). Nos casos incluídos neste subgrupo tal estratégia é ampliada
através da mudança do modelo de negócios em si e do escopo do serviço do novo mix,
em geral bem maior do que no caso dos dois primeiros grupos. Uma alternativa é a
empresa optar por alternar seu modelo de negócio conforme a sazonalidade e o nível de
retorno financeiro correspondente, atuando ora como clínica de spa (para relaxamento
ou emagrecimento, por exemplo), ora ofertando apenas serviços de hospitalidade.
115
Mix Imobiliário (flats, condo-hotéis e condo-resorts)
Assim como ocorre no caso do subgrupo do mix “Bem-estar & Beleza” (que
pode ser interpretado como uma extensão ou ampliação), pode-se argumentar que o
mix imobiliário guarda a mesma relação com os hotéis fashionistas, uma vez que várias
das parcerias com as grifes de luxo requerem a competência central do segmento
imobiliário.
FONTE: https://www.anptur.org.br/anais/anais/files/8/64.pdf
116
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Os tipos e usos de software para o uso na Hotelaria são em grande maioria digitais
e utilizam de competências necessárias para o seu manuseio, bem como os
apartamentos high-tech que buscam a sofisticação e automação.
117
AUTOATIVIDADE
1 Vimos no subtópico 2 os Modelos de Software que são mais utilizados nas empresas.
Estes modelos pretendem dar conta de como os softwares serão inseridos no
cotidiano empresarial, seja pelo trabalhador, seja pelo cliente. Com base nisso, cada
modelo tem suas características, etapas e desenvolvimento. No tópico 1 discutimos os
Modelos de Inovação e suas aplicações. Relacione a primeira coluna com a segunda,
baseando-se nestes modelos e explique a sua resposta.
1 Modelo Linear
2 Modelo Interativo
3 Modelo Tripla Hélice
1 Modelo em Espiral
2 Modelo Incremental
3 Modelo em Cascata
3 Marketing digital pode ser definido como um conjunto de ações que serão feitas
por um prestador de serviços hoteleiro ou outro estabelecimento deste setor, tendo
como objetivo estreitar laços com quem já usuário, captar novos clientes, criar
um relacionamento e, também, desenvolver uma identidade para a marca. Dentro
do marketing social, seus canais principais de relacionamento serão o web site da
empresa, os sites de busca, as mídias sociais, o e-mail e tantos outros canais. São
canais de Marketing Digital:
118
c) ( ) As opções II e III estão corretas.
d) ( ) As opções I, II e IV estão corretas.
e) ( ) Nenhuma das opções está correta.
4 O web site tem que ser visto e aplicado como o principal meio de relacionamento e
impulsão da marca, pois é por ele que será possibilitado que o hóspede faça a reserva
diretamente com o hotel, caso ele prefira, além disso é nele que as pessoas buscarão
informações sobre o estabelecimento, vendo fotos, vídeos, promoções, entre outros.
Outros pontos que podem ser citados como benefício para a criação e manutenção
de um web site são:
5 Essa é outra utilização do CRM para a hotelaria e pode ser utilizada até mesmo
para antever a solicitação do usuário, podendo oferecer o serviço antes mesmo do
pedido. Esses registros podem estar ligados desde preferência à andares do local,
horário de pico da utilização de restaurantes e café da manhã, a preferência por
bebidas no frigobar, quantidade de hospedes que preferem o serviço de café da
manhã no quarto, entre outros. De modo geral, o CRM para a hotelaria é onde estará
registrado e compilado todo o conhecimento sobre o público, conhecimento esse
que, posteriormente, será usado para a tomada de decisão e ações para a melhoria
do serviço. Essa possibilidade que beneficia o serviço hoteleiro através do CRM é:
119
120
REFERÊNCIAS
ACAR, A. Z.; OZSAHIN, M. The relationship among strategic orientations,
organizational innovativeness, and business performance. International
Journal of Innovation Management, v. 22, n.1, p. 1-27, 2018.
BLOGOMNIBEES. Channel Manager: O que é, para que serve e por que investor,
2018. Disponível em: https://omnibees.com/blog/2018/05/por-que-investir-
em-um-channel-manager-para-meu-hotel-descubra/. Acesso em 11 nov.
2021.
121
COZZENS, S.; HEALEY, P.; RIP, A.; ZIMAN, J. The research system in
transition NATO ASI Series. Dordrecht-Boston-Londres: Kluwer Academic
Publisher, 1990.
EMMER, R. M., et. al. Using Global Distribution Systems. The Cornell Hotel and
Restaurant Administration Quarterly, v. 44, n. 5-6, p. 94-104, 1993.
KARCHER, K. The four global distribution systems in the travel and tourism
industry. Eletronic Markets, v. 6, n. 2, p. 20-24, 1996. Disponível em: http://
www.electronicmarkets.org/fileadmin/user_upload/doc/Issues/Volume_06/
Issue_02/The_Four_Global_Distribution.pdf . Acesso em: 10 nov. 2021.
122
MIRANDA, P. PMS para hotéis: o software que não pode faltar na gestão
hoteleira. Asksuite, 2019. Disponível em: https://asksuite.com/br/blog/pms-
para-hoteis/. Acesso em 11 nov. 2021.
RIP, A.; VAN DER MEULEN, B. J. R. The post-modern research system. Science
and Public Policy, v. 23, n. 6, p. 343-352, 1996.
TIDD, J.; BESSANT, J.; PAVITT, K. Gestão da Inovação. 3. ed. Porto Alegre:
Bookman, 2008.
123
124
UNIDADE 3 —
AUTOMAÇÃO E INOVAÇÃO
HOTELEIRA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
• identificar que a automação chega aos serviços com funções diferentes da industrial;
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
125
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 3!
Acesse o
QR Code abaixo:
126
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
AUTOMAÇÃO NA SOCIEDADE INDUSTRIAL
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, abordaremos no tópico um o processo histórico e conceitual
da automação. Veremos que a sua relação inicial esteve conectada às indústrias de
produção de automóveis, em especial o Fordismo. Os conceitos que este período
trouxe para a sociedade e para o modo como vemos os serviços. Também veremos que
automação será responsável pela questão da atualização da Indústria 4.0.
Vamos analisar essa definição, a primeira parte até a vírgula, vemos que a
automação está vinculada à evolução tecnológica que torna alguma atividade de manual
para automática. Logo em seguida, temos a questão da substituição dessa atividade
a fim de evitar o desgaste físico e psíquico, seja trabalhador ou não. E, por fim, para
que haja automação é necessário algum elemento eletromecânico computável, o que
significa dizer que o produto tenha movimento mecanizado, combinando eletricidade e
mecânica.
Porém, esta definição pode ser incorporada para diversas relações, desde as
indústrias até o cotidiano, como, por exemplo, a máquina para o operário ou o fogão para
o cozinheiro. Podemos começar pensando que a automatização é uma substituição de
trabalho para algum elemento eletromecânico que facilite tal processo e, mesmo assim,
essa substituição ocorre em diversos momentos históricos, como iremos ver a seguir.
127
CHAMADA
Antes de iniciarmos, temos que esclarecer aqui algumas diferenciações entre alguns
termos:
• automatização: processo pelo qual se automatiza alguma atividade, podendo
estar ligado a diversas atividades empresariais e cotidianos, por exemplo a
utilização de máquinas para facilitar o trabalho humano.
• industrialização: processo de modernização dos meios de produção,
acompanhando os desenvolvimentos tecnológicos, quanto maior o número de
processos automatizados, maior a industrialização de determinada empresa.
• mecanização: uso de ferramentas, sistemas mecânicos e eletrônicos para a
ampliação dos processos antes apenas realizados por humanos.
• informatização: aplicação da informática às atividades e práticas empresariais,
e ainda, pode ser entendido como a organização de que determinada empresa
utiliza, trata, coleta e qualifica seus dados e informações.
CHAMADA
Não nos deteremos a falar sobre toda a história da automação, mas
realçaremos alguns pontos específicos que levaram aos dias atuais. Para
saber mais sobre uma breve contextualização, acesse o livro Automação
Industrial e Sistemas de Manufatura, de Mikell Groover, 2010, nas páginas 20-
22 e nas páginas 57-58, disponível na biblioteca virtual.
128
FIGURA 1 – LEONARDO DA VINCI, MÁQUINAS
Todas estas ideias deram o ponto de partida para que outras criações fossem
possíveis. Mesmo que ele não as tenha tirado do papel, Da Vinci projetou, pesquisou e
transformou a forma de perceber a engenharia e a mecânica. Pode-se pensar que suas
criações intercalavam entre o humano e a máquina, talvez em substituir ou incorporar o
que o humano não tinha, como asas. O protótipo do que hoje conhecemos por avião, só
foi possível de ser realizado quase 400 anos depois, o zeppelin, o balão e os dirigíveis só
se tornaram possíveis por dois motivos: 1 - os desenhos e aprofundamentos mecânicos
de Da Vinci; e 2 - pelo avanço tecnológico da pesquisa e da indústria neste período.
129
Para a História, existiram três Revoluções Industriais, veremos alguns detalhes
de cada:
Na figura que segue, vemos como tal produto é e também como ele se apresenta
nos dias de hoje. É importante destacar que existem diversos tipos de relés atualmente,
como os numéricos, digitais e eletrônicos.
130
FIGURA 2 – RELÉ ANTES E HOJE
monitorar o tempo
especialização de gasto para a realização
tarefas, ou seja, de tarefas e premiação
dinamizar o o trabalhador àqueles que tivessem
Taylorismo trabalho desenvolvia uma um grande rendimento
Controle de tempo. única atividade em seu trabalho.
Trabalho alienado. Fases finais da
produção.
trabalho
Fordismo linha de montagem. última fase da produção.
especializado.
131
just in time
eliminação de
estoques;
eliminação de
desperdícios;
manufatura de trabalho todas as etapas da
Toyotismo fluxo contínuo, flexibilizado. produção.
esforço contínuo
na resolução de
problemas;
melhoria contínua
dos processos.
2.2 FORDISMO
Vamos analisar um pouco mais do Fordismo e entender as suas automações
industriais. Henry Ford chegou a possuir 88 usinas e empregou 150 mil trabalhadores
que produziam 2 milhões de carros por ano, além de aumentar o salário para 5 dólares
por dia com oito horas de jornada, defendendo que seus trabalhadores deveriam ter a
possibilidade de adquirir um de seus carros (MARTINS, 2017).
Antes mesmo da linha de produção, existente até os dias atuais, essa diminuição
do tempo da produção faz parte de um processo de automação muito sofisticado e com
máquinas e pessoas que definiam cada tarefa a ser realizada. Mesmo que considerados
rústicos se em comparação aos dias atuais, para aquele momento, os moldes das
atividades industriais ainda eram pouco conhecidos.
132
Ford cria um método de como construir o automóvel em uma linha de montagem
que tenha lógica e que cada máquina e pessoa montassem uma peça por vez, facilitando
a sua produção em massa, mas também a própria operação. Porém, tal situação levava
a falta de flexibilização, já que o trabalhador executava apenas uma única tarefa (alta
especialização), e também não havia perspectiva de carreira hierárquica (WOOD, 1992).
Esta alta especialização acarretava a que muitos trabalhadores desenvolvessem
problemas laborais de saúde.
Dentro disso, Ford ainda cria uma centralização dos insumos e matérias-primas
que necessitava para a produção dos automóveis, fazendo com que os prazos de entrega
se tornassem mais rígidos, do que seus fornecedores (WOOD, 1992). Ao entender que a
produção de insumos e matérias-primas poderia estar centralizada na mesma indústria
faz com que os processos de automação se tornem mais complexos, necessitando de
mais pessoas e máquinas para a produção, assim como de maior entendimento de cada
tarefa.
133
e o consumo. Essa relação está marcada pelo entendimento do pensamento do período,
em que a produção só era possível se existissem aumento de consumo, o que Ford
cria é o contrário, ele aumenta a produção e barateia custos para que o consumo seja
aumentado.
É também interessante notar que Ford teve seu crescimento mesmo durante os
períodos de guerra europeia, em que a destruição de cidades e países foi severa. Com
o fim da Segunda Grande Guerra, os modos de consumo e de produção necessitavam
de mudanças. Diversas delas derivadas da ascensão japonesa, em que os modos de
produção estavam associados a produção neoliberal, minimizando a trabalho humano e
maximizando a automatização dos processos, principalmente pensando na oferta maior
dos produtos. E com isso, a partir de 1955, o Fordismo começa a perder fôlego e ser
substituído pelo Toyotismo.
• o aumento do número de venda de automóveis para a classe média fez com que
mais estradas fossem criadas para suprir tal demanda, assim como a popularização
do Guia Michelin e do Touring Club (mesmo que ambos tenham surgido anterior a
este período).
134
Ou seja, tanto o Toyotismo, como o Pós-Fordismo incorporam relações das
novas tecnologias aplicadas a automação dos processos industriais, ainda que
prejudicassem outras questões, como o trabalho e os trabalhadores e o ambiente em
que as indústrias se situassem (devido ao transporte e a descentralização dos meios de
produção). Quando Ford decide centralizar os insumos e matérias-primas ele localiza
num único lugar a produção de seus automóveis, porém quando a indústria decide
importar estes materiais existe o transporte até o local, os preços de importação, o dano
ao meio ambiente etc.
135
Para Tripathi (2018), a palavra automação deriva do grego autos e motos
significando mover-se a si mesmo, ou seja, quando se emprega alguma tecnologia
(rústica ou avançada) para mover algo que antes estivesse estático ou necessitasse
de movimentos manuais. Porém existe outra formulação associando autos e matos
significando pensar por vontade própria (ORIGEM DA PALAVRA, 2021), está por sua
vez, estaria associada ao poder empregado em alguém ou algo que age de vontade
individual.
Rosário (2009) diz que a palavra automação vai ter relevância com o surgimento
do sistema de comando numérico em 1949/1950, conhecido pela sigla CNC (Comando
Numérico Computadorizado), que pode ser definido pelo uso computável para operar
alguma máquina de alta precisão e repetidas vezes chegando ao produto final. Este
sistema só foi possível as primeiras máquinas automáticas em que os sistemas de
comandos eram circuitos com válvulas eletrônicas a vácuo, relés e outros componentes,
ligados por fios elétricos.
Neste conceito vemos uma ampliação, ainda que restrita ao industrial, mas
demonstra que a automação não é somente para evitar o esforço humano, mas sim
em incorporar medidas altamente sofisticadas que prevejam as vantagens econômicas
e técnicas citadas. Temos uma situação interessante neste conceito que é o “por meio
do acréscimo de algum tipo de inteligência”, o que exclui que os processos sejam
necessariamente tecnológicos, digitalizados e/ou computacional.
O que diferencia o conceito de Groover (2010, p. 56) que define automação “como
a tecnologia por meio da qual um processo ou procedimento é alcançado sem assistência
humana.”. Ou seja, este autor coloca a automação como um processo totalmente
digitalizado e computacional sem a colaboração humana para seu funcionamento,
mesmo que humanos o tenham fabricado. Groover ainda nos dá detalhes de como essa
tecnologia funciona, “É realizada utilizando-se um programa de instruções combinado
a um sistema de controle que executa as instruções.”.
136
Este conceito é mais atualizado em questão tecnológica, em que a automação
é um processo que funciona sem que um humano precise impulsioná-lo. Neste sentido,
ignora-se qualquer outro fator e minimiza-se a automação a apenas algum processo
ou procedimento tecnológico que não necessite de humanos. Porém, ao não necessitar
do ser humano, é quase como se não existisse trabalhador, somente máquinas. Este
diferencial do conceito destaca que o autor incorpora apenas máquinas, desde as mais
“simples” até os sistemas de marketing, gerência etc.
Groover (2010) ainda coloca que existem cinco níveis de automação, sendo:
137
3 INDÚSTRIA 4.0
A Indústria 4.0 tem sido um assunto recorrente neste livro. Na Unidade 1 e 2
ao falarmos dos Modelos de Inovação, das Tecnologias da Inovação, os softwares e
sistemas de marketing digital, entre outros, estávamos discutindo sobre a Indústria 4.0.
Essa indústria representa a automação industrial no seu máximo, desde os processos
básicos até o gerenciamento de empresas, por meio das diferentes tecnologias de
inteligência artificial, robótica, internet das coisas e computação em nuvem.
Integração horizontal por meio de redes: utiliza-se das redes para gerir e
trocar informações que podem intervim no processo em tempo real, desde o momento
que o pedido é feito até a logística de saída, permitindo a colaboração estreita entre
clientes, fornecedores e parceiros.
Porém, existem alguns desafios importantes para a Indústria 4.0 que afetam
diretamente toda a sua produção, sendo eles (SMIT et. al, 2016):
138
Padronização das interfaces de comunicação: por serem em grande parte
virtuais, os sistemas necessitam de certa padronização para facilitar a comunicação, e
principalmente entre os próprios sistemas.
139
NOTA
Existe um movimento que tem sido denominado de Indústria 5.0 que tem se mostrado como
a adaptação da automação nos meios de produção reintroduzindo os seres humanos. Para
entender mais veja este trecho:
A automação só pode ser incorporada na produção com utilização de todo o seu potencial
a partir da centelha de criatividade humana influenciando os processos. Quando se trata de
robôs industriais convencionais, a tarefa só é feita a partir de longos e extenuantes esforços
de programação. No entanto, quando se trata da robótica colaborativa, é possível que
tecnologia e trabalhadores humanos trabalhem em sincronia.
Essas duas forças se complementam e prosperam juntas, pois o humano pode adicionar o
chamado "algo especial", enquanto o robô processa o produto e o prepara para a atenção
humana. Dessa maneira, o funcionário é capacitado e usa o cobot como uma ferramenta
multifuncional: como uma chave de fenda, dispositivo de embalagem, paletizador etc. Ou
seja, no contexto da indústria 5.0, o robô não se destina a substituir a força de trabalho
humana, mas a assumir tarefas árduas ou até perigosas.
Assim, os profissionais humanos podem usar sua criatividade para se dedicar a projetos
mais complexos. Obviamente, isso significa que os robôs colaborativos precisam ter certas
características: eles precisam ser flexíveis, facilmente programáveis e seguros. Somente se
essas pré-condições forem atendidas, uma verdadeira colaboração entre humanos e robôs
poderá ocorrer e prosperar.
No Japão foi cunhado o termo Indústria 5.0 e lá concentram-se os esforços pioneiros nesse
sentido da implantação desse novo modelo de trabalho. Em linhas gerais, seu objetivo é que
humanos e robôs trabalhem juntos em prol de uma sociedade mais saudável, inclusiva e
igualitária. É importante destacar que esse novo modelo de trabalho pretende aproveitar o
que há de melhor do emprego da mão de obra humana e robótica, dando espaço e criando
novas condições de trabalho para profissionais em todas as idades e níveis educacionais.
A grande defensora dessa ideia, Yoko Ishikura, consultora do Fórum Econômico Mundial,
membro executivo do conselho de Ciência, Tecnologia e Inovação do Governo Japonês,
destaca que a Indústria 5.0 tem os seguintes objetivos: a tecnologia centrada na humanidade
para nos ajudar a aproveitar a vida da melhor maneira possível. Defendendo-se três principais
pilares: a sustentabilidade, a abertura e a inclusão.
Fonte: https://bit.ly/3KsRjJK
140
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
141
AUTOATIVIDADE
1 A automação, segundo Silveira e Lima (2003, p. 1), pode ser definida como “um
conjunto de técnicas destinadas a tornar automáticas a realização de tarefas,
substituindo o gasto de bio-energia humana, com esforço muscular e mental, por
elementos eletromecânicos comutáveis”. A automação aparece na sociedade por
alguns motivos em especial, além disso cria e desenvolve dispositivos que são
utilizados até hoje para a mesma finalidade. Analise as sentenças se verdadeiras ou
falsas a seguir:
142
3 O funcionamento de uma Indústria 4.0, por mais que seja a automação em seu
máximo, está exposta à riscos e desafios diretamente ligados à todas as produções.
Analise o excerto a seguir:
O período da primeira revolução Industrial foi marcado por uma alteração nas cidades,
em que:
a) ( ) A produção agrícola perde força para a indústria, o que acaba por gerar um êxodo
rural.
b) ( ) A criação de um estatuto do trabalho, que garantia direitos aos trabalhadores de
todos os setores da sociedade.
c) ( ) Uma maior produção sem demanda, gerando crises por toda a Europa e que,
posteriormente, assolou os Estados Unidos.
d) ( ) A queda de postos de trabalho devido à automação gerada pelo setor industrial pós
1ª Revolução.
143
144
UNIDADE 3 TÓPICO 2 -
AUTOMAÇÃO, SERVIÇOS E HOTELARIA
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, neste tópico veremos a automação pelo viés dos serviços e da
Hotelaria, buscando principalmente exemplos práticos e relacionados ao cotidiano
empresarial hoteleiro. Entende-se que a automação passou pelos processos históricos
e chegou aos serviços por meio das inovações tecnológicas e digitais. A Hotelaria vai
utilizar desta questão para buscar suas inovações e retirada de padrões ainda derivadas
da industrialização.
2 AUTOMAÇÃO E SERVIÇOS
Pelo tópico anterior notamos que a automação está conectada aos processos
industriais e como as empresas transformaram a energia em consumo, a matéria-prima
em mercadoria. Porém, não chegamos a comentar sobre o terceiro setor, dos serviços,
em que a automação ainda aparece lentamente. Os processos dos serviços são menos
mecanizados, fazendo que a automação não ocorra da mesma forma.
2.1 SERVIÇOS
Durante o decorrer deste livro discutimos a Hotelaria pelo viés dos serviços e
neste tópico focaremos no que são os serviços, seus conceitos e práticas. A indústria
passou por muito tempo sendo o principal meio econômico dos países, porém com o
aumento do consumo e produção de mercadorias, os serviços se tornaram grandes
concorrentes econômicos das indústrias.
145
autora, na atualidade, “serviço é fundamentalmente diferente de um bem ou de um
produto. Serviço é trabalho em processo, e não o resultado da ação do trabalho; por esta
razão elementar, não se produz um serviço, e sim se presta um serviço.”.
NOTA
Para saber mais sobre esta última pesquisa feita pelo IBGE acesse o link:
https://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/periodicos/150/pas_2019_v21_
informativo.pdf
146
• Um serviço não pode ser produzido, inspecionado e estocado – geralmente é
prestado onde está o consumidor, por pessoas que não estão sob o controle
imediato da administração.
• Um serviço não pode ser demonstrado e tampouco é possível enviar uma amostra
grátis ao cliente para que ele prove esse serviço antes de adquiri-lo.
• Um cliente, ao receber o serviço, geralmente não tem nada de tangível até que o
serviço tenha sido prestado.
• A prestação de um serviço geralmente requer certo grau de contato humano.
• Diferentemente de um mau produto, um mau serviço não pode ser substituído.
• Há limites para a padronização de um serviço: quanto mais autêntico, personalizado,
espontâneo e adequado ao cliente o serviço for mais valor ele terá para o ciente.
147
Na figura vemos a relação destes determinantes, no centro temos a “satisfação
do consumidor”, conectada às expectativas, aos desejos pessoais e às emoções
vivenciadas, esta satisfação também altera a imagem corporativa e o valor do serviço.
A satisfação tem dupla conexão e dependência com a qualidade percebida e a
desconfirmação de expectativas. A qualidade percebida conecta o valor e o preço do
serviço e também à imagem corporativa.
Vemos com esta pesquisa que existem diversos fatores determinantes e variáveis
de atributos que estão relacionados com a satisfação e a qualidade dos serviços em
hotelaria, principalmente que alguns deles estão relacionados com a automação dos
serviços ofertados, mas que passam desapercebidos pelos clientes, como a exatidão
das acomodações reservadas, disponibilidade de facilidades (TV, TV a cabo...), soluções
a problemas, segurança do hotel e tempo de check-in/check-out.
IMPORTANTE
O impacto da pandemia da Covid-19 no setor de Lazer, Turismo e Hotelaria alterou
drasticamente o setor, principalmente economicamente. O isolamento social afetou os
setores de serviços de forma geral, porém os que tinham alto fluxo de pessoas sofreram
maior impacto. O Governo Federal elaborou, com base na variação de faturamento do setor
e via Receita Federal, uma lista das atividades econômicas mais impactadas pela pandemia
(BRASIL, 2020).
148
8 - Fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias.
9 - Fabricação de calçados e de artefatos de couro.
10 - Comércio de veículos, peças e motocicletas.
Fonte: https://bit.ly/38H3TXK.
Durante este período, um dos serviços que teve sua automatização mais
acelerada foram os bancos, iremos analisar alguns pontos. Em 2004, Diniz colocava que
os bancos passaram por cinco décadas de transformação pela automação no Brasil, e
não somente pela evolução tecnológica, mas principalmente, uma série de mudanças
na forma de concepção da natureza do próprio serviço bancário, e o desenvolvimento
de tecnologias próprias.
Vemos na Figura que segue algumas destas relações, partindo de Diniz (2004).
149
FIGURA 5 – EVOLUÇÃO DAS AUTOMAÇÕES BANCÁRIAS
150
Em 1980, “a automação bancária já se tornara sinônimo de automação das
atividades de atendimento ao cliente e processamento on-line” (DINIZ, 2004, p. 4). Os
sistemas de automação e de tecnologias da informação eram usados principalmente
para o apoio à decisão no atendimento aos clientes de grande porte. Neste sentido,
crescendo o número de agências, de automação para o atendimento e uma maior
integração aos sistemas centrais dos bancos possibilitou que o sistema bancário como
um todo impulsionasse o conceito de banco eletrônico. Quanto mais automatizado e
eletrônico o banco se auto intitulava, mais clientes ele conseguiria. Silva e Uehara (2019)
classificam os anos 1980 como a terceira onda dos terminais de autoatendimento.
Nessa década ainda foi lançado o Plano Cruzado juntamente com uns projetos
de combate à inflação. Esta mudança radical fez com que os bancos reestruturassem
suas estratégias e metas, utilizando de valores estratégicos, operacionais e competitivos.
Essa reestruturação modificou os projetos de automação para que tivessem maior
eficiência operacional e redução de custos no processamento das transações. Neste
período, com a evolução das tecnologias, os serviços oferecidos pelos bancos se
ampliam, como a utilização de cartões magnéticos, as redes de caixas eletrônicos, o
pagamento automático de contas, a cobrança eletrônica, os sistemas de aplicação e
resgate automáticos, e os serviços de atendimento por telefone.
151
aceitação do meio de transações entre pessoas e bancos, sendo prático e gerando
valor operacional para as empresas que o aceitarem. Para as empresas, o custo é de 1
centavo a cada 10 transações.
Você deve estar se perguntando o motivo pelo qual focamos neste subtópico
nos bancos como exemplo dos processos históricos de automação nos serviços. O
motivo é que entre todos os serviços ofertados na sociedade, os bancos foram um dos
pioneiros em automação e também por terem sido impactados por diferentes evoluções,
em concordância com normas jurídicas e sociais. Veremos no próximo subtópico como
a Hotelaria perpassou pela automação e seus processos tecnológicos.
152
3 AUTOMAÇÃO E HOTELARIA
Como tem sido analisado neste tópico, os serviços e a automação como
síncronos e intrínsecos, desvencilhando do industrial e de sistemas mecanizados.
Falaremos neste subtópico de como a Hotelaria tem historicamente e conceitualmente
tratado a automação.
NOTA
Para saber mais sobre a História da Hotelaria, veja o livro Breve História da
Hotelaria e do Turismo, 2005.
Disponível em: https://docente.ifrn.edu.br/anavelasque/disciplinas/breve-
historico-do-turismo-e-da-hotelaria-cnc
A partir de 1870, o Hotel Ritz em Paris, modela a Hotelaria como vemos nos
dias atuais, ou pelo menos, nos seus termos técnicos e automatizados. Nasce também
no período da Segunda Revolução Industrial, incluindo alguns dos padrões industriais
da época. Devido ao aumento das viagens e o crescimento do capitalismo, os hotéis
começam a ser atividades de cunho econômico e comercial (PEREIRA; COUTINHO,
2007).
153
O Hotel Ritz e o César Ritz serão responsáveis pelo início da automação na
Hotelaria, ainda focados em processos mais simples, mas que se tornaram padrões
em quase todos os hotéis, tanto contemporâneo, quanto atual. César Ritz inaugura o
conceito de cadeia hoteleira por meio da Ritz Development Company Ltd, com sede
em Londres, porém a real contribuição está no fator da padronização que permite ao
público reconhecer seus hotéis nos lugares que estiverem (VALENTE; PERRONE, 2017).
Foi nesse período que a Hotelaria começou a entender que a inovação precisava
existir, principalmente em termos de serviços e de arquitetura. Eles se apropriam do
conceito dos hotéis menores e boutiques, gerando o que denominaram Lifestyle Hotels,
categoria de hotéis de luxo que ofereciam experiências por meio do design, porém com
quantidades de apartamentos (VALENTE; PERRONE, 2017). Na questão dos serviços,
temos a personalização dos quartos, criando temáticas, em especial regionais, que
seriam incorporados ao estilo do hotel, assim como a segmentação de hotéis em nichos
específicos.
Com isso, nota-se que a automação na Hotelaria tem permeado duas questões:
os serviços, a forma e como são ofertados, bem como o que os trabalhadores do setor
estão envolvidos; e a arquitetura, como maneira de modificar a percepção do cliente/
hóspede em experienciar o ambiente que está.
154
A maioria destes exemplos de automação são fixos e alguns são feitos por pessoas
com o auxílio de máquinas e outros apenas por máquinas e robôs. Uma automação
melhora a qualidade e pontualidade do serviço, minimiza o custo operacional, aumenta
a capacidade de uso dos aposentos e reduz o número de funcionários necessários para
fornecer o serviço.
A automação na Hoteleira, além de seu período histórico, nos dias atuais está
incorporando novas tecnologias dentro de seus empreendimentos. Para a Hoteleira, as
mudanças e a automação foram graduais e não foram generalizadas. Muito do setor
está espalhado em diferentes formas de gestão, existem cadeias hoteleiras, existem
proprietários independentes etc., esse fator cria uma complexidade, e às vezes
impedindo o processo de automação em hotéis.
155
NOTA
Temos dois exemplos sobre o atendimento por robôs. O primeiro não é
necessariamente relacionado a Hotelaria, em que algumas cidades brasileiras
já existe o robô que vende sorvete. A máquina Robot Innovations – Ice Cream
é um braço mecanizado que prepara o produto.
No link você pode ver como ela funciona: https://bit.ly/3Kwwxsr
156
• Tecnologias de realidade aumentada.
• Uso de assistentes de voz (Echo Dot).
• Terceirização de serviços de informação.
Tricárico et al. (2013) discutem que a Hotelaria deve entrelaçar três conceitos: a
emoção, a sustentabilidade e a automação. Para estes autores, os quais usaremos de
base para a análise, o espaço em que o hotel se encontra adquiriu modos de projetar
e edificar, pela automação e pela domótica (conjunto de equipamentos digitais em
um só espaço), a ponto de os prédios serem tecnológicos na sua construção. Com o
157
investimento científico e tecnológico a automação da arquitetura ampliou a interação
tanto com os equipamentos eletromecânicos quanto com a sustentabilidade e a
emoção.
Os quartos são tematizados com alguma relação regional, ou até mesmo global,
para que hóspedes tenham interesse em passar a noite nas estadias. O interior do hotel
é projeto para que as emoções, os desejos e sentimentos sejam percebidos pela sua
automatização, afinal, estes móveis não existem na atualidade, mas são projetos para
compor uma representação do que já existiu, como o caso da Suíte Imperial – Noir.
158
FIGURA 7 – QUARTO SUÍTE IMPERIAL – NOIR DO HOTEL COLLINE DE FRANCE
Com isso, podemos notar que a tecnologia não precisa estar somente nos
novos equipamentos eletroeletrônicos ou digitalizados, mas de que é parte dos anseios
e desejos dos hóspedes. Tricárico et al. (2013, p. 17, grifo dos autores) ainda dizem
que “o que muitos chamam por high tech and high touch na hotelaria; o touch neste
caso é o “toque pessoal”.” Ou seja, a automação dentro da Hotelaria também está na
comunicação de transmitir emoção e buscar a sustentabilidade.
159
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A automação na Hotelaria não está somente nos processos tecnológicos, mas sim
incorpora elementos mecânicos, arquitetônicos e tecnológicos nas suas atividades.
Bem como, elas possam ainda não estar em sua completa utilização pelo setor de
Hotelaria e Turismo, a tarefa do profissional da área é conhecê-las e procurar formas
de passar a implementá-las.
160
AUTOATIVIDADE
1 No tópico 2 foi discutido sobre os serviços. O setor de serviços tem um crescimento
significativo com a globalização e o crescimento populacional, gerando um número
bem significativo de empregos. Classifique as sentenças abaixo como verdadeiras ou
falsas:
a) ( ) O setor de serviço não está ligado com a produção de um algo, mas sim com a
prestação de um trabalho.
b) ( ) A atividade feita pelo setor de serviços somente pode ser oferecida para
empresas, seja ela de grande ou médio porte, mas estando presente, também,
nas empresas classificadas como pequenas.
c) ( ) Os serviços, como atividade, podem estar relacionados à empresas, mas também
podem estar presentes e serem contratados por famílias.
d) ( ) Os serviços são diferentes do comércio. Enquanto o serviço é caracterizado
como um produto intangível, o comércio se especializa e se denomina a partir da
produção de bens e produtos fabricados em empresas, desconsiderando o que
é gerado pela agricultura, pois o produto, neste caso, é o commodity.
e) ( ) Alguns exemplos de prestadoras de serviço que estão presentes na hotelaria
são: internet, telefone, escritórios de contabilidade terceirizados, serviços de
limpeza terceirizados e restaurantes.
a) ( ) V - F - V - F - V
b) ( ) V - V - V - F - F
c) ( ) F - V - V - F - V
d) ( ) V - F - V - V - F
e) ( ) V - F - F - V - V
161
Assinale como correta ou incorreta o excerto:
a) ( ) Correto
b) ( ) Incorreto
3 A automação é muito ligada à produção de bens, pois ela está mais intrínseca ao
processo produtivo de uma indústria, na padronização da construção de um algo e
na virtualização dos processos. Na década de 1960, o capitalismo contemporâneo
expande as oportunidades, fazendo com que a automação chegue, também, para os
serviços. A partir disso, o setor de Serviços acaba crescendo, principalmente a partir
do uso de tecnologias, a organização do trabalho e as políticas de gestão. Assinale a
alternativa correta:
5 Com base no subtópico sobre a automação hoteleira, cite quais são os processos
automatizados que existem no setor hoteleiro, tanto em questão de serviços, quanto na
arquitetura.
162
UNIDADE 3 TÓPICO 3 -
RETOMANDO OS MODELOS DE INOVAÇÃO
E A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 3 retomaremos às Tecnologias da Informação e os Modelos
de Inovação para podermos entrelaçar com a automação, principalmente voltados à
Hotelaria. Buscamos retomar estes conceitos para que possamos entender como a TI e
os Modelos de Inovação estão no entendimento da automação.
Começaremos com a TI, que parece estar já intrínseca no seu nome com a
automação, mas que na prática é como realmente funciona. E, após, iremos retomar os
Modelos de Inovação e como a inovação pode ser tanto tecnológica, quanto no próprio
serviço.
Gallouj (1997 apud Klement, 2007) propõe a existência de uma classificação para
as inovações tecnológicas e nos serviços, buscando o entrelaçamento com a Hotelaria,
são elas:
163
O serviço como difusor de tecnologia inovadora: em algumas áreas o serviço
contribui para determinar a direção da mudança técnica. O Hotel Ritz ao padronizar
certas questões, como banheiro, organização e estética dos quartos.
1) Os tipos de modelos existentes, e que podem ser incluídos na Hotelaria, como por
exemplo o Modelo Interativo, em que a inovação está nos estágios sequenciais que
ocorrem a atividade. Os processos da automação estão presentes nestes estágios,
seja na Central de Reserva ao realizar o contato com o cliente/hóspede, seja na
limpeza e organização dos quartos. A Inovação não é precisamente a tecnologia
utilizada, mas sim a prática e o processo de como será usado.
164
Temos o exemplo do Modelo Linear, o qual deriva do próprio mercado e/ou da
demanda de clientes. Pensemos nos Sistemas Globais de Distribuição que se tornaram
comuns a Hotelaria, mas que devido à força de utilização deles no mercado fez com a
grande maioria dos hotéis tivesse e quisessem o seu acesso. Ou ainda, dos marketings
digitais, que é um dos principais canais e meios de divulgação do empreendimento, bem
como um meio de medir a satisfação e a qualidade dos serviços prestados. A automação
estará presente na sua forma digitalizada e eletrônica.
165
Férias e Feriados: que cada trabalhador tenha em seu calendário um sistema
de férias e feriados organizados a fim de não transformar em exaustivas semanas de
trabalho.
Por outro viés, temos o aumento do uso das tecnologias e marketing digitais, e
também de Inteligência Artificial e robôs (Machine Learning, Robotic Process Automation
(RPA) e Intelligent Business Process Management (iBPM)). Esta hiper automatização
tem sido entendida como uma tendência para os próximos anos, não só na Hotelaria,
mas na sociedade como um todo. Claro que seus custos são altos e dependendo de
suas configurações pouco usados para o atendimento ao público, porém simplifica os
processos humanos em higiene e limpeza.
Com isso, entende-se que a automação pode servir para que a Hotelaria busque
novas formas de inovação, e principalmente de remodelar padrões que não agregam ao
trabalho e, às vezes, para o cliente/hóspede. Ainda, podendo redefinir novos meios de
como atender, qualificar e satisfazer as necessidades dos clientes.
166
LEITURA
COMPLEMENTAR
A UTILIZAÇÃO ESTRATÉGICA DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÕES GERENCIAIS NO
RAMO HOTELEIRO DA CIDADE DE PONTA GROSSA - PARANÁ
1 INTRODUÇÃO
167
Este artigo também apresenta os principais resultados de uma pesquisa de
campo realizada no ramo hoteleiro no ano de 2008, pesquisa essa que teve como
objetivo realizar um levantamento das informações sobre a utilização de Sistemas
de Informação Gerencial nas redes de hotéis de Ponta Grossa. Foi uma pesquisa do
tipo exploratória e de campo, na qual se aplicou um questionário, onde os respectivos
gerentes descreveram sobre o Sistema de Informação Gerencial do qual o hotel se
utilizava. Pesquisaram-se os quatro hotéis mais famosos da cidade de Ponta Grossa-
PR, sendo eles denominados: Hotel A, Hotel B, Hotel C, Hotel D.
2 SISTEMA
Baseado nas colocações deste autor verifica-se que a junção destes sistemas
gera informações que visam minimizar as falhas e melhorar a administração das
empresas, ou seja, um depende do outro para gerar uma informação condizente com
168
as necessidades do momento. Indo mais adiante no assunto Norton (1996, p. 439)
assinala que sistema de informação é um conjunto de regras e procedimentos para
o fornecimento de informações precisas e oportunas ás pessoas de uma organização,
particularmente os gerentes. Estes sistemas de informações gerenciais formalizam o
processo de capturar, classificar, resumir e relatar informações.
169
3 O USO DOS SISTEMAS DE INFORMAÇÃO GERENCIAL NO RAMO HOTELEIRO EM
PONTA GROSSA – PR
3.1 HOTEL A
170
3.2 HOTEL B
O gestor ainda informou que o hotel B, assim como qualquer outra empresa,
necessita de “pessoas”, que são o grande diferencial no momento de receber os hóspedes.
A gestão administrativa do RH é tratada com toda à atenção. O programa citado permite
uma boa gestão neste quesito, pois o gestor pode acompanhar e administrar as horas
trabalhadas pelos colaboradores conforme a legislação e o estatuto interno.
3.3 HOTEL C
Segundo a gerência deste hotel os relatórios extraídos não têm muita importância
para as tomadas de decisões, pois é o dia-a-dia do hotel que direciona as decisões a
serem realizadas, afirma que a diretoria é atuante e apóia as decisões tomadas pela
171
administração, sem necessitar de relatórios de sistemas. No entanto neste hotel não
há uma visão correta da aplicação dos sistemas informatizados, pois de acordo com
Grönroos(2003) quando se informatiza uma organização não é apenas para controlar
dados de produção, entrada e saída de produtos, ou cálculos e estatísticas, hoje há
novos conceitos em sistema de gestão que vêm auxiliar na tomada de decisão.
HOTEL D
172
utilizado para gerenciar vários hotéis e/ou empresas relacionadas dentro do mesmo
banco de dados. Seu objetivo é facilitar o dia-a- dia de um hotel, possibilitando melhor
atendimento ao cliente.
Tendo o cliente como foco, o CRM busca e cria um banco de dados para
compreender todas as prioridades que eles procuram ao realizarem suas compras, ou
seja, preço, marcas de produtos ou produtos não encontrados, ambiente agradável e
173
rapidez no atendimento, pois, o cliente mudou sua visão quanto à qualidade, buscam
por quantidade, preço, novidades. Com a implantação desse sistema torna-se mais
acessível o contato das empresas com um grande numero de clientes, podendo analisar
as necessidades do cliente e agregando valor a seu produto.
5 CONCLUSÃO
174
tinham um controle eficaz nas hospedagens, como freqüência, despesas, custos altos
e organizações mal administradas. Nota-se que os gerentes utilizam as informações
para um controle efetivo de finanças, marketing, estoque entre outras informações
procurando destaque no mercado.
Fonte: https://revistas2.uepg.br/index.php/ret/article/view/11290/209209212379.
175
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
176
AUTOATIVIDADE
1 Representada a partir da aplicação de tecnologias avançadas, como Inteligência
Artificial (IA), Machine Learning, Robotic Process Automation (RPA) e Intelligent
Business Process Management (iBPM), este processo de automação é considerado
mais sofisticado, sendo um dos pilares da transformação digital e a principal tendência
para os próximos anos. Isto diz respeito a:
a) ( ) Automação 2.0.
b) ( ) Indústria 4.0.
c) ( ) Hiperautomatização.
d) ( ) Ultrautomatização.
e) ( ) Hiperautomação.
a) ( ) V - F - V - F
b) ( ) V - V - F - F
c) ( ) V - V - F - V
d) ( ) V - V - V - V
e) ( ) F - F - F - F
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I- Chatbots
II- URA
III- RPA
IV- Scripts
V- Hiperautomação
1 Fundamental nos processos de rotina, que são repetitivos. Eles são utilizados, por
exemplo, para preenchimento de dados de um sistema a partir de dados coletados
em sites, podendo serem utilizados para o preenchimento de documentos, por
exemplo.
2 A partir dele é possível ser atendido por gravações. Ele é muito utilizado no
telemarketing de empresas. Atualmente, essa automatização, está sendo aprimorada
para reconhecer palavras chaves na fala do cliente, sem a necessidade de o mesmo
digitar, tornando a interação mais rápida e menos “robótica”.
3 É um processo automatizado, onde o atendimento de chats é feito por um robô. Ele
está presente em muitos sites de prestadora de serviços, mas também no comércio.
4 São ferramentas combinadas criadas com o potencial de conduzir questões mais
complexas. Se a premissa desse tipo de automação é de que ferramentas isoladas
não substituem as capacidades humanas, ela mostra a partir da combinação e
integração de diversas ferramentas, a capacidade humana pode ser substituída.
5 É um conjunto de instruções que irão conduzir determinada atividade, ou seja, é
a criação do caminho que será feito pela ferramenta para efetuar uma tarefa. Ele
é bastante usado, também, no processo de preenchimento de campos em sites,
retirada de informações de uma base para outra, entre outros.
a) ( ) I – 3, II – 2; III – 1, IV – 5 e V – 4.
b) ( ) I – 3, II – 2; III – 5, IV – 4 e V – 1.
c) ( ) I – 1, II – 3; III – 2, IV – 5 e V – 4.
d) ( ) I – 3, II – 2; III – 1, IV – 4 e V – 5.
e) ( ) I – 5, II – 2; III – 3, IV – 2 e V – 4.
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REFERÊNCIAS
AUTOR, D. et al. Inteligência Artificial e Trabalho - O trabalho do futuro:
moldando a tecnologia e as instituições. Panorama Setorial da Internet, n.
4, p. 1-28, 2020.
ENZ, C.; SIGUAW, J. Revisiting the best of the best: innovations in hotel
practice. Cornell Hotel and Restaurant Administration Quarterly, v. 44, p.
115-123, 2003.
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IBGE. Pesquisa anual de serviços – PAS 2019. Coordenação de Serviços
e Comércio. Rio de Janeiro: IBGE, 2019. Disponível em: https://bit.ly/370TZzT.
Acesso em: 20 jan. 2022.
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TRICÁRIO, L. T. et al. Inovações em Hotéis: emoção, sustentabilidade e
automação como signo da arquitetura contemporânea. Anais (...) ANPTUR, 9
a 11 novembro de 2013. Disponível em: https://www.anptur.org.br/anais/anais/
files/10/(65)x_anptur_2013.pdf. Acesso em: 20 jan. 2022.
VEJA. ‘iPhone City’: Cidade da China trabalha 24 horas para fabricar novo
modelo. Veja – Mundo, 2020. Disponível em: https://veja.abril.com.br/mundo/
iphone-city-cidade-da-china-trabalha-24-horas-para-fabricar-novo-modelo/
Acesso em: 20 jan. 2022.
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