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Acredito ser esta relação viva da qual ele justapõe com a destreza algo
que está sendo investigado seriamente nas aulas de Res como um dos
elementos principais de um artista. Talvez só partindo desta relação viva
possa se apreender o que é realmente estrangeiro e local – extrapolando
noções apenas geográficas – o que talvez seja o que Hölderlin chama aqui de
próprio e estranho, tendo em vista sua e paixão e tradução de Antígona, onde
a estranheza é colocada como a principal característica do homem:
Tendo chegado até aqui, está claro que as preocupações que nos rondam
não são aleatórias, mas sim sérias e herdadas historicamente – talvez sejam
elas parte de motores que movem um artista a continuar perguntando.
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Introdução à metafísica, Heidegger, Tempo Brasileiro, pág. 170
ser aquilo nomeado por arte em vez de sua possível resposta, que uma vez
existindo, seria traidora de si própria e passaria a não mais existir, ou pior, a
não mais ser objeto da procura do artista, pois estaria dentro do limite do
familiar – vejo, dentro dos limites que posso identificar entre os atos de ver e
não ver, este acontecimento na obra de Res – ela em si – e eu não sei dizer
aqui o que se resumiria a esta expressão – é um corpo que percebe trepidação
em toda e qualquer coisa que, por sua vez, logo que detectada, não se deixa
usar sem fremir também. Res, sendo o possibilitador destes acontecimentos
epilépticos, os têm como partes de seu próprio corpo – que, já sem partes,
come seu próprio fígado sem matar ninguém a não ser a si mesmo sem que
haja mesmo um enterro – submetendo toda estranheza à mais larga curva que
a palavra pátria consegue fazer. Indiferente ao seu conteúdo, diante de
perguntas feitas de lava, não há origem que não seja escassa; diante das
mesmas perguntas, não há, porém, escassez que atinja o zero.