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ESCOLA BÁSICA E SECUNDÁRIA DE VILA NOVA DE CERVEIRA

Professora: Amália Ferreira Português-7.º ano

FICHA INFORMATIVA - PATRIMÓNIO ORAL


CONTO TRADICIONAL

O conto tradicional (ou popular) é uma narrativa breve, concentrada numa só


situação e com um reduzido número de personagens. O tempo e o espaço são
indeterminados.
Relativamente às personagens, encontra-se uma imensa galeria de
personagens maliciosas, engenhosas e irreverentes que se servem de ardis bem
imaginados, de manhas e de espertezas para atingirem os seus objetivos.
Os temas são variados: a mulher (teimosa, desmazelada, gulosa, etc.); a
infidelidade; a fidelidade; o engano; o homem dominado pela mulher; a superstição; a
feitiçaria, a magia, a crença no destino, entre outros.
É de tradição oral e tem a sua origem no povo anónimo, pertencendo a um
património universal e intemporal. Existe nos diferentes povos e culturas, desde os
tempos primitivos. O conto tradicional tem uma função lúdica e transmite uma
moralidade.

LENDA
A lenda é uma narrativa que assenta em factos reais, modificados pelo
imaginário coletivo, transmitida oralmente, de geração em geração, localizáveis no
tempo e no espaço, ou apenas no espaço ou no tempo.
Deste modo, os factos reais transformam-se graças à imaginação fértil do
Povo.
Porque ao fundo real é acrescentada a participação de seres benéficos ou
maléficos, a lenda resulta numa mistura de realidade e fantasia.
A lenda tem, geralmente, fundamento histórico, mas isso nem sempre se
verifica; por vezes, as lendas são narrativas que explicam um facto geográfico,
fenómenos físicos ou aspetos da natureza (vegetal, animal ou mineral).

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ROMANCETRADICIONAL
Poema narrativo de origem medieval, memorizado e
transmitido oralmente, destinando-se a ser cantados, e existem,
normalmente, diferentes versões. Este tipo de composição canta, em
verso, pequenas histórias. Geralmente, está presente o discurso
direto e os versos são heptassílabos (sete sílabas métricas).

FÁBULA

Narrativa pouco extensa, podendo ser escrita em prosa ou em verso, cujos


personagens são animais irracionais, inanimados. Sem perderem as suas
características próprias, os animais que a protagonizam agem e falam como se
fossem pessoas. Daí que a fábula contenha, muitas vezes, ensinamentos ou críticas
mais ou menos indiretas ao comportamento humano. Pode-se, por isso, dizer que
encerra uma mora, para além de ter uma finalidade lúdica.
Os fabulistas mais célebres foram, sem dúvida, Esopo, Fedro e La Fontaine.
Em Portugal, escritores como D. Francisco Manuel de Melo, Bocage, João de Deus e
Armando Côrtes Rodrigues consagraram algum do seu tempo à produção deste tipo
de texto narrativo. Apresenta-se tanto em prosa como em verso.

PARÁBOLA

Narrativa curta protagonizada por seres humanos, encerra


uma moral implícita ou explícita e apresenta, tal como a fábula e o apólogo,
uma estrutura dramática. O recurso a este tipo de narrativa é frequente na
Bíblia: «o Filho Pródigo»; «O Bom Samaritano»...

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ESCOLA BÁSICA E SECUNDÁRIA DE VILA NOVA DE CERVEIRA
Professora: Amália Ferreira Português-7.º ano

FICHA DE TRABALHO

Parábola dos sete vimes, Trindade Coelho

Era uma vez um pai que tinha sete filhos. Quando estava para morrer, chamou-os todos sete e disse-
lhes assim:
 Filhos, já sei que não posso durar muito; mas, antes de morrer, quero que cada um de vós me vá
buscar um vime seco e mo traga aqui.
 Eu também?  perguntou o mais pequeno, que só tinha 4 anos. O mais velho tinha 25, e era um
rapaz muito reforçado e o mais valente da freguesia.
 Tu também  respondeu o pai ao mais pequeno.
Saíram os sete filhos; e daí a pouco tornaram a voltar, trazendo cada um o seu vime seco.
O pai pegou no vime que trouxe o filho mais velho, e entregou-o ao mais novinho, dizendo-lhe:
 Parte esse vime.
O pequeno partiu o vime, e não lhe custou nada a partir. Depois o pai entregou outro ao filho mais
novo, e disse-lhe:
 Agora, parte também esse.
O pequeno partiu-o; e partiu, um a um, todos os outros, que o pai lhe foi entregando, e não lhe
custou nada a parti-los todos. Partindo o último, o pai disse outra vez aos filhos:
 Agora ide por outro vime e trazei-mo.
Os filhos tornaram a sair, e dali a pouco estavam outra vez ao pé do pai, cada um com o seu vime.
 Agora dai-mos cá  disse o pai.
E dos vimes todos fez um feixe, atando-os com um vincelho. E voltando-se para o filho mais velho, disse-lhe
assim:
 Toma este feixe! Parte-o!
O filho empregou quanta força tinha, mas não foi capaz de partir o feixe.
 Não podes?  perguntou ele ao filho.
 Não, meu pai, não posso.
 E algum de vós é capaz de o partir? Experimentai.
Não foi nenhum capaz de o partir, nem dois juntos, nem três, nem todos juntos.
O pai disse-lhes então:
 Meus filhos, o mais pequenino de vós partiu sem lhe custar nada todos os vimes, enquanto os partiu um a
um; e o mais velho de vós não pôde parti-los todos juntos; nem vós, todos juntos, fostes capazes de partir o
feixe. Pois bem, lembrai-vos disto e do que vos vou dizer: enquanto vós todos estiverdes unidos, como

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irmãos que sois, ninguém zombará de vós, nem vos fará mal, ou vencerá. Mas logo que vos separeis, ou
reine entre vós a desunião, facilmente sereis vencidos.
Acabou de dizer isto e morreu  e os filhos foram muito felizes, porque viveram sempre em boa irmandade
ajudando-se sempre uns aos outros; e como não houve forças que os desunissem, também nunca houve
forças que os vencessem.
Trindade Coelho, Os Meus Amores

«PARÁBOLA DOS SETE VIMES»


1.Identifica a personagem principal do conto e justifica a tua resposta.

2. Que membros desta família são destacados no conto.

2.1. Explica o destaque dado pelo texto a tais personagens.

3.Traça o retrato do filho mais velho.

3.1. Indica o processo de caracterização utilizado para traçar o perfil desta


personagem. Justifica a tua resposta.

4.Classifica o narrador quanto à presença e à posição. Justifica, apresentando um


exemplo que ilustre a resposta dada.

5. Consegues localizar, especificamente, a ação no espaço e no tempo? Porquê?

5.1. Retira passagens do texto que comprovem essa indefinição do tempo e do


espaço.

6. Identifica os modos de apresentação da narrativa presentes e dá um exemplo para


cada um deles.

7. Faz a divisão do conto de acordo com a sua estrutura.

8. A parábola é uma narrativa que encerra um preceito moral ou uma verdade


importante.

8.1. Enuncia a verdade que o narrador pretende transmitir.

8.2. Segundo o conto, o que representa cada vime? E o feixe?

8.3. Dos provérbios a seguir apresentados, seleciona os que se relacionam com o


ensinamento moral da «Parábola dos sete vimes».

a) A pressa é a inimiga da perfeição; b) A união faz a força; c) Batendo ferro é que se


fica ferreiro, d) Falar sem pensar é atirar sem apontar; e) Errar é humano.

Bom Trabalho! A Professora, Amália Ferreira

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