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CAMPUS VIÇOSA
CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E
ARTES
DEPARTAMENTO DE LETRAS
LET 337 - Literatura Infanto-juvenil
Prof.ª Joelma Siqueira
31 de janeiro de 2022
Viçosa 2022
Introdução 2
Análise 3
Bibliografia 8
Anexos 9
Anexo 1: Chapeuzinho vermelho – Charles Perrault 9
Anexo 2: Chapeuzinho Vermelho – Jacob e Wilhelm Grimm 12
Anexo 3: Chapeuzinho Vermelho (Coleção Mamãe tranquila) – Leia Reis e Leo Reis 16
Anexo 4 : Chapeuzinho Vermelho em cordel – R. B. Covo 22
Introdução
MORAL
Vemos aqui que as meninas,
E sobretudo as mocinhas
Lindas, elegantes e finas,
Não devem a qualquer um escutar.
E se o fazem, não é surpresa
Que do lobo virem o jantar.
Falo “do” lobo, pois nem todos eles
São de fato equiparáveis.
Alguns são até muito amáveis,
Serenos, sem fel nem irritação.
Esses doces lobos, com toda educação,
Acompanham as jovens senhoritas
Pelos becos afora e além do portão.
Mas ai! Esses lobos gentis e prestimosos,
São, entre todos, os mais perigosos.
Tatar, Maria. Contos de fadas: edição bolso de luxo (Clássicos Zahar) (pp. 57-62).
Clássicos Zahar. Edição do Kindle.
Anexo 2: Chapeuzinho Vermelho – Jacob e Wilhelm Grimm
ERA UMA VEZ uma menininha encantadora. Todos que batiam os olhos nela a
adoravam. E, entre todos, quem mais a amava era sua avó, que estava sempre lhe
dando presentes. Certa ocasião ganhou dela um pequeno capuz de veludo
vermelho. Assentava-lhe tão bem que a menina queria usá-lo o tempo todo, e por
isso passou a ser chamada Chapeuzinho Vermelho.
Um dia, a mãe da menina lhe disse:
“Chapeuzinho Vermelho, aqui estão alguns bolinhos e uma garrafa de vinho.
Leve-os para sua avó. Ela está doente, sentindo-se fraquinha, e estas coisas vão
revigorá-la. Trate de sair agora mesmo, antes que o sol fique quente demais, e
quando estiver na floresta olhe para a frente como uma boa menina e não se desvie
do caminho. Senão, pode cair e quebrar a garrafa, e não sobrará nada para a avó. E
quando entrar, não se esqueça de dizer bom-dia e não fique bisbilhotando pelos
cantos da casa.”
“Farei tudo que está dizendo” Chapeuzinho Vermelho prometeu à mãe.
Sua avó morava lá no meio da mata, a ais ou menos uma hora de caminhada da
aldeia. Mal pisara na floresta, Chapeuzinho Vermelho topou com o lobo. Como não
tinha a menor ideia do animal malvado que ele eram não teve u pingo de medo.
“Bom dia, Chapeuzinho Vermelho”, disse o lobo.
“Bom dia, senhor Lobo”, ela respondeu.
“Aonde está indo tão cedo de manhã, Chapeuzinho Vermelho?”
“À casa da vovó.”
“O que é isso debaixo do seu avental?”
“Uns bolinhos e uma garrafa de vinho. Assamos ontem e a vovó, que está doente e
fraquinha, precisa de alguma coisa para animá-la”, ela respondeu.
“Onde fica a casa da sua vovó, Chapeuzinho?”
“Fica a um bom quarto de hora de caminhada mata adentro, bem debaixo dos três
carvalhos grandes. O senhor deve saber onde é pelas aveleiras que crescem em
volta”, disse Chapeuzinho Vermelho.
O lobo pensou com seus botões: “Esta coisinha nova e tenra vai dar um petisco e
tanto! Vai ser ainda mais suculenta que a velha. Se tu fores realmente matreiro, vais
papar as duas.”
O lobo caminhou ao lado de Chapeuzinho Vermelho por algum tempo. Depois disse:
“Chapeuzinho, notou que há lindas flores por toda parte? Por que não para e olha
um pouco para elas? Acho que nem ouviu como os passarinhos estão cantando
lindamente. Está se comportando como se estivesse indo para a escola, quando é
tudo tão divertido aqui no bosque.”
Chapeuzinho Vermelho abriu bem os olhos e notou como os raios de sol dançavam
nas árvores. Viu flores bonitas por todos os cantos e pensou: “Se eu levar um buquê
fresquinho, a vovó ficará radiante. Ainda é cedo, tenho tempo de sobra para chegar
lá, com certeza.”
Chapeuzinho Vermelho deixou a trilha e correi para dentro do bosque à procura de
flores. Mal colhia uma aqui, avistava outra ainda mais bonita acolá, e ia atrás dela.
Assim, foi se embrenhando cada vez mais na mata.
O lobo correu direto para a casa da avó de Chapeuzinho e bateu à porta.
“Quem é?”
“Chapeuzinho Vermelho. Trouxe uns bolinhos e vinho. Abra a porta.”
“É só levantar o ferrolho”, gritou a avó. Estou fraca demais para sair da cama.”
O lobo levantou o ferrolho e a porta se escancarou. Sem dizer uma palavra, foi
direto até a cama da avó e a devorou inteirinha. Depois, vestiu as roupas dela,
enfiou sua touca na cabeça, deitou-se na cama e puxou as cortinas.
Enquanto isso Chapeuzinho Vermelho corria de um lado para outro à cara de flores.
Quando tinha tantas nos braços que não podia carregar mais, lembrou-se de
repente de sua avó e voltou para a trilha que levava à casa dela. Ficou surpresa ao
encontrar a porta aberta e, ao entrar na casa, teve uma sensação tão estranha que
pensou: “Puxa! Sempre me sinto tão alegre quando estou na casa da vovó, mas
hoje estou me sentindo muito aflita.”
Chapeuzinho Vermelho gritou um olá, mas não houve resposta. Foi até a cama e
abriu as cortinas. Lá estava sua avó, deitada, com a touca puxada para cima do
rosto. Parecia muito esquisita.
“Ó avó, que orelhas grandes você tem!”
“É para melhor te escutar!”
“Ó avó, que olhos grandes você tem!”
“É para melhor te enxergar!”
“Ó avó, que mãos grandes você tem!”
“É para melhor te agarrar!”
“Ó avó, que boca grande, assustadora, você tem!”
“É para melhor te comer!”
Assim que pronunciou estas últimas palavras, o lobo saltou fora da cama e devorou
a coitada da Chapeuzinho Vermelho.
Saciado a seu apetite, o lobo deitou-se de costas na cama, adormeceu e começou a
roncar muito alto. Um caçador que por acaso ia passando junto à casa pensou:
“Como essa velha está roncando alto! Melhor r ver se há algum problema.” Entrou
na casa e, ao chegar junto à cama, percebeu que havia um lobo deitado nela.
“Finalmente te encontrei, seu velhaco”, disse. “Faz muito tempo que ando à sua
procura.”
Sacou sua espingarda e já estava fazendo pontaria quando atinou que o lobo devia
ter comido a avó e que, assim, ele ainda poderia salvá-la, Em vez de atirar, pegou
uma tesoura e começou a abrir a barriga do lobo adormecido. Depois de algumas
tesouradas, avistou um gorro vermelho. Mais algumas, e a menina pulou fora,
gritando: “Ah, eu estava tão apavorada! Como estava escuro na barriga do lobo.”
Embora mal pudesse respirar, a idosa vovó também conseguiu sair da barriga. Mais
que depressa Chapeuzinho Vermelho catou umas pedras grandes e encheu a
barriga do lobo com elas. Quando acordou, o lobo tentou sair correndo, mas as
pedras eram tão pesadas que suas pernas bambearam e ele caiu morto.
Chapeuzinho Vermelho, sua avó e o caçador ficaram radiantes. O caçador esfolou o
lobo e levou a pele para casa. A avó comeu os bolinhos, tomou o vinho que a neta
lhe levara, e recuperou a saúde. Chapeuzinho Vermelho disse consigo: “Nunca se
desvie do caminho e nunca entre na mata quando a sua mãe proibir.”
HÁ UMA história sobre uma outra vez em que Chapeuzinho Vermelho encontrou um
lobo quando ia para a casa da avó, levando-lhe uns bolinhos. O lobo tentou fazê-la
desviar-se da trilha, mas Chapeuzinho Vermelho estava alerta e seguiu em frente.
Contou à avó que encontrara um lobo e que ele a cumprimentara. Mas tinha olhado
para ela de um jeito tão mau que “se não estivéssemos num descampado, teria me
devorado inteira”.
“Pois bem”, disse a avó. “Basta trancar a porta e ele não poderá entrar.”
Alguns instantes depois o lobo bateu à porta e gritou: “Abra a porta, vovó. É
Chapeuzinho Vermelho, vim lhe trazer uns bolinhos.”
As duas não abriram a boca e se recusaram a atender a porta. Então o espertalhão
rodeou a casa algumas vezes e pulou para cima do telhado. Estava planejando
esperar até que Chapeuzinho Vermelho fosse para casa. Pretendia rastejar atrás
dela e devorá-la na escuridão. Mas a avó descobriu suas interações. Havia um
grande cocho de pedra na frente da casa. A avó disse à menina: “Pegue este balde,
Chapeuzinho Vermelho. Ontem cozinhei umas salsichas. Jogue a água da fervura
no cocho.”
Chapeuzinho Vermelho levou vários baldes d’água ao cocho, até deixá-lo
completamente cheio. O cheiro daquelas salsichas chegou até as narinas do lobo.
Ele esticou tanto o pescoço para farejar e olhar em volta que perdeu o equilíbrio e
começou a escorregar telhado abaixo. Caiu bem dentro do cocho e se afogou.
Chapeuzinho Vermelho voltou para casa alegremente e ninguém lhe fez mal algum.
Grimm, Jacob; Grimm, Wilhelm. Chapeuzinho vermelho. Expresso Zahar. Edição do
Kindle.
Anexo 3: Chapeuzinho Vermelho (Coleção Mamãe tranquila) –
Leia Reis e Leo Reis
Era uma vez uma linda menina que vivia em um vilarejo que ficava às margens de
uma imensa floresta.
A menina era tão gentil e amável que era muito querida e adorada por todos que a
conheciam, além de ser também o xodó de sua vovozinha.
A senhorinha tinha tanto amor pela neta que, certa vez, decidiu que iria costurar
uma linda capa com um capuz para lhe dar de presente. Assim, sempre que a
netinha saísse para brincar, estaria protegida da friagem pela roupa feita com tanto
carinho por sua vovó.
A vovozinha mal podia esperar para ver o rostinho da neta ao receber o presente,
feito com um lindo tecido de veludo vermelho, que era a cor favorita da menina.
E a garotinha gostou tanto, mas tanto da capa com o capuz vermelho que começou
a andar com ela por todos os lugares, apenas tirando-a para lavar quando sua mãe
pedia.
Logo, os moradores do vilarejo em que ela morava passaram a chamá-la de
Chapeuzinho Vermelho, por conta do pequeno capuz que sempre recobria a sua
cabeça.
A menina achava graça e adorava quando a chamavam por esse apelido!
Outra coisa que Chapeuzinho Vermelho também gostava muito era de visitar a vovó
que fez sua capa, já que ela era sempre recebida com deliciosos biscoitinhos com
geleia, além de muito carinho.
Mas em um certo dia nublado, algo chato aconteceu: um carpinteiro que cortava
lenha na floresta próxima à casa da vovó bateu na porta da casa de Chapeuzinho
Vermelho e avisou à mãe da menina que a velhinha não estava nada bem.
Quando soube que sua querida avozinha estava doente, Chapeuzinho Vermelho
ficou muito aflita e preocupada!
Então, ela pediu para que sua mamãe preparasse algumas guloseimas, para que
ela pudesse levar ao visitar a avó que tanto amava.
A mamãe logo correu até a cozinha e tratou de preparar um bolo bem gostoso, além
de alguns sucos e chás. Após organizar tudo em uma bela cesta de palha, ela disse
à filha:
- Chapeuzinho Vermelho, leve esta cesta para a sua avó! Como ela está fraquinha,
esses sucos e chás farão bem para a sua saúde, e o bolo também, ajudará a
animá-la!
Chapeuzinho respondeu com um sorriso no rosto:
- Pode deixar, mamãe! Estou indo agora mesmo!
A mãe entregou a cesta à menina, mas antes que ela saísse de casa, a mulher a
alertou:
- Tome cuidado, pois há muitos perigos na floresta! Não desvie do caminho certo e
nem converse com estranhos. Quero que você esteja aqui em casa antes do pôr do
sol, está bem? Comporte-se na casa da sua avó e não faça bagunças. Lembre-se
de que ela está doente e precisa descansar!
A menina deu um longo beijo na mãe, se despedindo:
- Sim, senhora! Tomarei bastante cuidado e me comportarei direitinho. Não se
preocupe!
A avó de Chapeuzinho Vermelho morava em uma charmosa e aconchegante
casinha no interior da floresta, a cerca de meia hora de distância do vilarejo onde a
menina morava com sua mãe.
Quando Chapeuzinho Vermelho adentrou a floresta, logo podia ouvir o alegra canto
dos passarinhos nas copas das árvores, o som tranquilo das águas dos riachos que
passavam por ali, o balançar dos galhos e folhas com o vento e, bem ao longe, o
ruído dos serrotes e machados dos lenhadores.
No entanto, ela mal podia imaginar que um enorme lobo de olhos brilhantes e pelos
escuros a observava por entre os troncos das árvores.
Aquele lobo era muito mau, e logo pensou em aparecer na frente da garotinha para
assustá-la, mas ficou com receio de que os lenhadores que já o conheciam
pudessem ouvir os gritos da menina.
Assim, após elaborar um outro plano, ele se aproximou de Chapeuzinho Vermelho
e, parecendo ser bastante gentil disse:
- Bom dia, menininha!
Sem saber que aquele lobo era uma criatura perversa, Chapeuzinho Vermelho
respondeu:
-Bom dia, senhor Lobo!
O Lobo Mau continuou:
- Qual é o seu nome, minha jovem?
Ela disse:
- Pode me chamar de Chapeuzinho Vermelho, que é a forma como meus amigos
me chamam!
O lobo Mau riu do jeito singelo da menina e, olhando para sua cesta, perguntou:
- Me diga então, senhorita Chapeuzinho Vermelho, para onde você vai sozinha
carregando esta cesta recheada de coisas aparentemente tão gostosas?
Ela explicou:
- Vou à casa da minha vovó, que está doente, Essa cesta é para ela!
O Lobo Mau, muito esperto, tentou oferecer ajuda, com a intenção de botar as mãos
naquela cesta:
- Deixe-me ajudá-la! Isto deve estar um tanto pesado para uma menina tão delicada
como você. Eu posso carregá-la até a casa da sua avó!
No mesmo instante, Chapeuzinho Vermelho se lembrou dos conselhos de sua mãe,
especialmente da parte em que ela não deveria conversar com estranhos.
Sem perder a educação, ela tentou encerrar a conversa:
- Não se preocupe, senhor Lobo. A cesta está leve e a casa da minha vovó não fica
muito longe daqui. De qualquer forma, obrigada pela sua gentileza!
O Lobo Mau se despediu de Chapeuzinho Vermelho e, sem perder tempo, disparou
por entre as árvores da floresta.
Como ele conhecia muito bem os atalhos daquela mata, foi capaz de chegar à casa
da vovó bem antes da menina.
Aproximando-se da residência da senhora, o Lobo Mau respirou fundo e, com suas
enormes patas, bateu na madeira da porta a mais delicadamente possível.
A vovó enferma estava deitada e, vendo que não teria condições de chegar
rapidamente à porta, gritou do quarto, perguntando:
- Quem veio me visitar?
O Lobo mau fez uma voz doce para responder, fingindo ser a Chapeuzinho
Vermelho:
- Sou eu, a sua netinha! Vim trazer para a senhora uma cesta cheia de quitutes!
A vovó acreditou e respondeu, muito feliz:
- Ó, minha netinha querida! Que bom que você veio! A porta está destrancada e eu
estou aqui no quarto. Pode entrar!
Então, o Lobo Mau logo entrou na casa da vovó e, indo até o quarto, a trancou em
um pesado guarda-roupas de madeira maciça antes que ela pudesse gritar por
socorro.
Antes de fechar a porta do armário com a velhinha doente lá dentro, o Lobo Mau
ainda escolheu uma camisola e uma touca daquela senhora.
Assim, com o plano de se passar pela avó para enganar a verdadeira Chapeuzinho
Vermelho, o Lobo Mau vestiu a camisola e colocou a touca na cabeça, e logo se
enfiou debaixo das cobertas, ficando à espera da chegada da garota com a cesta.
Enquanto isso, sem imaginar o que estava acontecendo na casa de sua querida
vovó, Chapeuzinho Vermelho seguia alegre e sorridente caminhando sozinha pela
estrada afora, cantarolando com os pássaros e desfrutando do ar fresco.
A garota também ficava fascinada com as borboletas azuis, amarelas e
multicoloridas, e tentava correr mais rápido que os esquilos que surgiam em sua
frente.
Ela simplesmente adorava ver o brilho cintilante dos raios de sol ao tocar as águas
dos pequenos córregos que por ali passavam e, sempre que via uma árvore
carregada de frutas, logo se esticava para pegá-las, escolhendo as que acreditava
que sua vovó gostaria mais.
Finalmente, depois de mais alguns minutos de caminhada, ela chegou à casa de
sua avó, e deu uma leve batida na porta.
O Lobo Mau estava tão ansioso que foi logo perguntando, esquecendo-se de
disfarçar a sua voz:
- Quem está batendo aí?
Chapeuzinho Vermelho espantou-se com o tom da voz, mas logo relevou,
imaginando que a voz de sua avó deveria estar mais grossa por causa daquele
resfriado. Ela respondeu:
━ Sou eu, vovó, a Chapeuzinho Vermelho!
O Lobo Mau, lembrando-se de disfarçar melhor a voz, disse:
━ Finalmente! Por que você demorou tanto? Entre logo, que a porta está aberta.
Enquanto ia em direção ao quarto, Chapeuzinho Vermelho pensou que a avó,
sempre tão doce e festiva, deveria estar de mau humor para lhe dar uma resposta
tão seca. No entanto, ela se lembrou que também ficava mal humorada quando
estava doente, e assim, pensou que essa era a razão por trás da resposta curta e
grossa da senhorinha.
Assim que entrou no quarto, Chapeuzinho Vermelho colocou a pesada cesta sobre
a mesa e foi se aproximando da avó para lhe pedir a bênção, dizendo:
━ Vovó querida, eu lhe trouxe um delicioso bolo que mamãe preparou para
animá-la, além de alguns sucos e chás que farão muito bem para a sua saúde!
No entanto, à medida em que chegava mais perto da cama, Chapeuzinho Vermelho
reparou que sua avozinha definitivamente estava muito estranha. E foi notando:
━ Puxa, vovó! Mas que orelhas grandes a senhora tem!
O Lobo Mau, vestido como a avó, respondeu:
━ São para ouvir melhor...
A menina continuou:
━ E que olhos grandes a senhora tem!
O Lobo Mau explicou:
━ São para ver melhor...
Chapeuzinho Vermelho ia ficando ainda mais impressionada:
━ E que braços enormes e peludos a senhora tem!
O Lobo Mau começou a perder a paciência:
━ São para abraçar melhor...
Chapeuzinho Vermelho reparou no último detalhe:
━ E que boca imensa a senhora tem!
O Lobo Mau então perdeu a paciência, se revelando:
━ É para comer tudo o que você trouxe nessa cesta! Agora, passe logo ela já para
cá!
Em pânico, Chapeuzinho Vermelho começou a gritar, e o Lobo Mau logo a prendeu
dentro do pesado armário onde sua avó havia sido trancada anteriormente, para
que os gritos da menina não chamassem a atenção da vizinhança
O Lobo Mau era esperto e sabia que, como a madeira daquele armário era muito
grossa, por mais que Chapeuzinho Vermelho e sua avó gritassem, ninguém seria
capaz de escutar seus pedidos de socorro dali de dentro.
Livrando-se da menina e da senhora, o Lobo Mau se sentou à mesa e comeu todo o
bolo que estava na cesta até a última migalha e bebeu todos os sucos até a última
gota. Por fim, tomou os chás para ajudar na digestão.
Como estava com a barriga completamente cheia, ele achou que seria uma boa
ideia se deitar na cama da avó para descansar um pouco.
No entanto, o Lobo Mau acabou pegando em um sono profundo.
Ele roncava tão alto, mas tão alto que acabou chamando a atenção de todos os
lenhadores da floresta que moravam perto dali e que já voltavam para casa após um
longo dia de trabalho.
Os lenhadores estranharam aquele barulho e foram até a casa para perguntar à
senhorinha se estava tudo bem.
Como ela não respondeu aos chamados na porta, acharam por bem entrar na casa
e logo, logo, se depararam com a visão do Lobo Mau, com a barriga estufada,
dormindo que nem uma pedra naquela cama.
Um dos lenhadores não pensou duas vezes e, para assustar o Lobo Mau, lançou
com toda a força o seu machado contra a porta do armário.
O Lobo Mau acordou na mesma hora e, antes que pudesse fugir, foi capturado
pelos demais lenhadores, que o levaram preso para bem longe dali.
O primeiro lenhador, então, foi em direção ao armário com o objetivo de recuperar o
seu machado, que estava fincado na porta.
Assim que ele puxou o machado para tirá-lo, a pesada porta se abriu, e lá dentro o
lenhador encontrou Chapeuzinho Vermelho e sua avozinha, que ficaram muito
felizes e aliviadas em vê-lo!
Chapeuzinho Vermelho voltou para sua casa na companhia da avó e do lenhador,
que fez questão de protegê-las durante o caminho de volta.
Quando os três ali chegaram, Chapeuzinho Vermelho contou à sua mamãe tudo o
que tinha acontecido naquele dia movimentado.
A mãe preparou um novo bolo ainda mais gostoso para um lanche como forma de
agradecer ao lenhador por salvar Chapeuzinho Vermelho e sua avó, e a menina
aprendeu a lição de que nunca deve dar muita atenção a quem não conhece.
Leo Reis, Lia Reis e. Chapeuzinho Vermelho (Coleção Mamãe Tranquila - Livre de
Conteúdos Apelativos ou Inadequados. Mamãe Tranquila. Edição do Kindle.
Anexo 4 : Chapeuzinho Vermelho em cordel – R. B. Covo