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O Vampiro de Ella

Trilogia Underwood Livro - 2

Mih Franklim
Santa Lobinha
Prólogo

Um recomeço para mim.


Um recomeço para você.
Um recomeço para nós!

Mih franklim

20 anos atrás.

Impaciente, apreensivo, nervoso e com o humor muito alterado.


Bom, é assim que me encontro hoje, e olhe que acabei
definitivamente de abrir os olhos. Se meu dia já começou assim, não
quero nem pensar no resto dele. Essa semana havia sido péssima já
que não consegui dormir.
Quanta incoerência.
— Conde, a sociedade das empresas Russell ligaram. Querem marcar
uma reunião, para saber quem irá assumir como presidente chefe. —
interrompo minha secretária Samantha com um gesto, enquanto
andávamos pelo vazio corredor.
— Ligue, e marque para semana que vem, diga que logo irei indicar
alguém para assumir. Você mais do que ninguém sabe que não gosto,
e não tenho tempo para lidar com humanos! — suspirei
pesadamente passando pelas portas do meu escritório, dando de
cara com Willians. Ótimo! Meu humor fica cada vez melhor!
— Willians, é uma lástima ter que ver sua cara a essa hora do dia. —
digo com uma certa ironia, que o faz revirar os olhos.
— Fico feliz em saber que sentiu saudades, Estevan. — Willians se
sentou de forma folgada na cadeira em frente à minha mesa, o
ignorei pegando alguns papéis. Acabando de organizar metade da
papelada, volto minha atenção para a criatura desocupada à minha
frente.
— E como foi a viagem? — perguntei o olhando.
— Impecável! Existem belas moças em Berlim. —sorriu em
concordância.
— E qual é o motivo da sua visita?
— Como combinado, passei na casa do pulguento, digo do Supremo.
— um sorriso largo nasceu em meu rosto notando sua ironia ao falar
sobre o digníssimo Supremo.
Francis Underwood, quem diria que irritá-lo se tornou minha
artimanha predileta em séculos!
— Então? — ansiava por sua resposta. Necessitava na verdade.
— A Luna ainda se encontra grávida, parece que tudo está ocorrendo
bem com a criança. — afirmou levantando-se da cadeira.
— Ótimo! Obrigada pela informação, qualquer acontecimento, o
mínimo que seja, me avise. — fiz um gesto para que ele se retira-se,
mas antes, tinha mais um assunto. — Willians? O que me diz sobre
cuidar das empresas Russell?
— Como? — falou parecendo um pouco espantado com a proposta,
sorrio balançando uma pasta em mãos.
— Você sabe que não gosto de lidar com humanos, e como não
quero me desfazer da empresa dos meus pais, vou arrumar um
representante. Tem chances de ser você, Willians. — afirmei
voltando a organizar os papéis. — Agora se me der licença, retire-se.
— Claro, com sua licença. — ainda disperso, meu caro amigo fez uma
breve reverência e saiu me deixando sozinho.
O dia se passou lentamente, cada segundo a mais, me deixa mais
nervoso. O sangue gelado que corre pelas minhas veias parece
aquecer-se de uma forma inexplicável. Não sei a razão, mas meu
coração acelerado, tentar me dizer algo que poderia mudar minha
vida para sempre. Ironicamente ele nem bate!
Me levantei da cadeira suspirando, parei em frente à grande janela
que havia no meu escritório. Condizente com o clima frio, as gotas de
chuva caíam fortemente do lado de fora.
Um forte raio me deixou desconcertado, fazendo que o copo de
uísque caísse das minhas mãos. Ao praguejar, me abaixei para
recolher os cacos de vidro e olhei novamente para o céu vendo que
outro raio, um pouco mais forte havia se formado me deixando
hipnotizado. No momento ao qual olhei para o céu, a lua apareceu de
forma rápida. Estando magnífica, em milésimos de segundos uma
nuvem a cobriu, em seguida um estalo muito alto preencheu o
ambiente me fazendo piscar repetitivamente me deixando alucinado.
Sentindo meu coração bater de forma alucinada.
Coloquei minhas mãos sobre meu peito me apoiando na mesa na
tentativa falha de recuperar meu fôlego. Fechei os olhos para sentir
cada parte do meu corpo vibrar em antecipação, por alguns segundos
meus olhos se mantiveram inteiramente vermelhos.
— Ela nasceu.
Capítulo Um

Legal seria se não houvesse hipocrisia.


Se seu sorriso, fosse a minha única melodia,
Passada nessa imensa noite, à espera de um novo dia!

Mih Franklim

Atualmente

Penteava meus longos cabelos negros, enquanto me olhava em


frente ao espelho do meu quarto, totalmente focada em
desembaraçar. Finalmente hoje é o dia que irei receber o e-mail
confirmando se fui ou não aceita para estagiar em uma empresa de
Nova York. É nítido a minha felicidade, trabalhei duramente para
conseguir esse estágio, tenho fé que vai dar certo! Que Selene esteja
ao meu favor!
Já deu certo, Ella! Pensamentos positivos. Agora é só acreditar
nesse meu mantra.
Mal posso esperar para conhecer o mundo dos humanos, e enfim
ser independente. Não que esteja reclamando, mas tenho 20 anos e
meus pais ainda me veem como uma criança desprotegida. —Fala
sério— sou apenas alguns minutos mais nova que minhas irmãs.
Minutos! E todos me tratam como um bebê. Até as minhas irmãs!
Meu pai ultimamente está fazendo um baita de um drama. Mas
para a infelicidade dele, sinto que não vou ficar nessa alcateia por
muito tempo. O mundo parece me chama pedindo para ser
explorado! Já a reação da minha mãe está sendo até
compreensível. Talvez eu tivesse uma até pior.
Sou Ella Johnson Underwood, tenho 20 anos, e duas irmãs: Lizzie
e Chloe! Sou uma loba negra, e atualmente estou morando —por
pouco tempo, se tudo der certo, Nova York, aí vou eu— na alcateia
em que nasci. Gosto de ajudar com trabalhos extras! Meus pais são
os Supremos do mundo sobrenatural, sim, sou um pouquinho
diferente das minhas irmãs que são lobas brancas. Mas isso não vem
ao caso, eu sei que puxei mais meu pai no quesito termos físico!
Afinal, sou a mais diferente de aparência das trigêmeas
Underwood's. Claro, se levarmos em consideração que Lizzie e Chloe
são ruivas, e eu não! Mas tenho orgulho de ser parecida com Francis
Underwood, até porque meu pai é um pedaço de mal caminho, e não
digo isso por ser meu pai.
Minha transformação e as das minhas irmãs ocorreu no nosso
décimo oitavo aniversário como a da nossa mãe. Embora tenhamos
sido criadas na cultura sobrenatural, minha mãe sempre me falou dos
humanos! Contando suas histórias divertidas, e isso me
encantou. Aparentemente, os humanos são seres que esbanjam
hipocrisia. Seres soberbos que pensam em si mesmo antes do seu
próprio sangue. Contudo, minha mãe também me dizia que são
amorosos, e mesmo com todos os lados negativos nessa espécie, eles
nunca desistem dos seus sonhos por mais impossíveis que sejam.
Sem contar que ela mencionou que o amor é algo muito vivido na
humanidade, mesmo que eles não percebam isso. Ou se negam a
enxergar.
Ainda não achei meu companheiro, mas também não tenho
pressa alguma. Estou apenas começando minha vida! E realmente
não quero me tornar dependente de alguém como esses famosos
laços que nossa deusa Selene proporciona. Não que eu esteja
reclamando, acho que é realmente algo bonito, mas, sendo sincera, é
desnecessário! Digo, qual é a graça em se amarrar dessa forma a
alguém pelo resto de nossas vidas e ser dependente? Não viver as
aventuras que o mundo nos proporciona? Eu realmente não quero
isso, se for para ter um romance que seja igual ao dos meus pais. Não
querendo desdenhar dos outros laços de companheiros, mas são 95%
de certeza que é impossível encontrar outro amor tão grandioso
assim.
Atualmente acabei a faculdade, e estou esperando o e-mail de
confirmação para um estágio em uma empresa de joias em Nova
York. Minha alcateia fica perto da cidade, então não entendo todo o
drama que meu pai está fazendo somente porque vou morar sozinha.
Não é como se eu fosse me mudar para o outro lado do mundo.
Mesmo não querendo trabalhar com contabilidade pelo resto da
minha vida, é um bom começo. Um ótimo começo na verdade!
Fazer parte das trigêmeas filhas do Supremo tem suas vantagens.
Sei que é extremamente clichê falar que não tenho nenhuma
desavença com minhas irmãs, mas, incrivelmente essa é a realidade.
Somos diferentes tanto fisicamente, como em nossas
personalidades. É como se uma completasse a outra.
Chloe é a mais velha, a mais alta, e tem cabelos ruivos e curtos.
Isso a deixa mais séria! Sem dúvidas há muita pressão sobre seus
ombros já que ela irá se tornar a Suprema, e será uma Suprema
maravilhosa na tutela do meu pai. Seus olhos são iguais ao do meu
pai quando ele está raivoso, imagino que herda os poderes do papai
não seja algo fácil, sem contar que ela é destinada ao Conde dos
vampiros. Não querendo ser hipócrita agradeço a Selene por não ser
eu que irei assumir essa responsabilidade, não imagino a carga que
ela irá carregar. Já Lizzie é a irmã do meio. A mais engraçada e é o
oposto da Chloe! Embora fisicamente falando ela se parece mais com
a primogênita. Seus cabelos ruivos são enormes, e seus olhos verdes
transparecem doçura. Liz é vibrante, sempre estar sorrindo, ou
fazendo alguém sorrir. Já eu sou a filha mais nova. A mais baixa, mais
tímida, a mais neutra, e diria que também a mais passiva.
Fisicamente sou a mais diferente das minhas irmãs mesmo tendo o
mesmo rosto que elas. Meus cabelos são negros, e meus olhos
azuis. E para ser sincera, amo o quão azul profundo eles são.
— Ella? Se eu fosse você descia logo para o café! Papai está
levantando de novo aquele argumento sem sentido dele: "Ella não
pode morar sozinha, é um bebê que nem acorda no horário certo de
tomar café". — Chloe entrou de uma vez no meus quarto, o que me
fez olhá-la e rir. Francis sendo Francis!
— Ele está falando isso de novo? É a terceira vez que ele usa esse
argumento com a mamãe para que ela barre minha mudança, e nem
sei se fui aprovada ainda. — falei negando com a cabeça ao me
levantar, começando a caminhar juntamente com minha irmã.
— Eu sei, papai é meio possessivo às vezes, mas todos sabemos que
você foi aprovada, e no fundo você também sabe. — Chloe falou
dando de ombros, assim que paramos no término da escada vendo
Lizzie aos beijos com Izaac.
Lizzie descobriu que Izaac é seu companheiro não tem muito
tempo, já que o tio Mateus e a tia Mia haviam se mudado para a
alcateia do norte da Colômbia quando tínhamos 10 anos. E só agora
eles voltaram com Izaac e Milly, a filha deles mais nova de 12 anos.
Assim que Izaac bateu os olhos em Lizzie, eles já demonstraram
através do olhar que se pertenciam um ao outro. —O laço de Selene
falou mais alto como sempre— está aí uma coisa que me
assusta! Fugirei o quanto puder disso.
— Papai está pegando no seu pé porque Lizzie achou o companheiro
dela não tem nem um mês, acho que ele pensa que está perdendo
duas filhas de uma vez. — Chloe afirmou, assim que continuamos a
andar para dar privacidade a Lizzie e seu companheiro.
— Duas? Não acho que ele esteja perdendo, todos crescem, e papai
tem que aceitar isso. — a olhei. — E também, sabemos que quando o
Conde Estevan vir reivindicar você, ele terá que aceitar a lei natural
da vida.
— Espero que ele não venha nunca. — Chloe disse com drama me
fazendo rir. — Não sei, às vezes acho que isso não está certo! Eu vi
uma foto dele uma vez e não senti nadinha, nem o mínimo arrepio no
corpo. Acho que deveria sentir! — falou dando de ombros quando a
olhei. — Talvez você seja a destinada dele, e não eu.
— Vira essa boca pra lá! — a olhei espantada, vendo a sorrir da
minha reação.
— Qual é, teria lógica, e eu me livraria de um vampiro. — era nítido
que minha irmã estava querendo me perturbar.
— Quando você o ver, seus olhos vão ficar vermelhos e você vai falar
"meu" e ele vai falar "minha" aí você vai e mete um beijão na boca
dele. — Chloe revirou os olhos-de-cabra-miúdos, pela minha falha
tentativa de narração. Okay, essa foi ruim mesmo.
Foi péssima Ella. Péssima!
— Pare com isso! — falou rindo me dando um empurrão amigável ao
me ver imitar um falso beijo dos dois.
— Eu sei que você vai gostar de beijar aquela boca com 'presinhas' .
— me sentei na mesa, tendo um extenso e provocador sorriso em
meus lábios.
— Beijar o que? — meu pai chegou por trás, me fazendo colocar uma
mão no coração pelo susto que levei.
— Bom Dia também, pai. — falei recebendo um beijo na testa, logo
em seguida ele fez o mesmo com a Chloe.
— Estamos falando do companheiro da Chloe. — digo dando de
ombros começando a me servir.
— Sem assuntos desagradáveis no café da manhã, meninas! — era
visível que falarmos sobre o futuro companheiro de Chloe, o
incomodava.
Eles não têm um bom passado!
— Pare de bobeira Francis, não é segredo para ninguém que Estevan
será o companheiro da Chloe, eu odeio segredos! — mamãe disse
sorrindo. — Bom dia meus amores. — disse se sentando ao lado do
meu pai.
— Eu também falei isso com ela, mãe. — olhei para Chloe que deu de
ombros.
— Que seja, não é algo que eu precise pra viver! Não me faz falta sua
presença, ou ausência. — Chloe parecia fria ao falar nesse assunto.
Suspirei pesadamente pegando a sua mão. Eu sei como Chloe
sofreu quando completou seu décimo oitavo aniversário, e o Conde
Estevan não veio. Minha irmã era louca para o conhecer, mas ele
nunca veio. Não posso dizer que entendo sua dor, porém me coloco
no seu lugar. Se fosse eu, provavelmente ficaria muito chateada.
Magoada até.
— Onde está sua irmã? — minha mãe perguntou.
— Está na entrada de casa com Izaac. — Chloe disse sem dar
importância, logo meu pai parou de beber seu café rosnado baixo,
ameaçou-se a levantar, só que foi impedido pela minha mãe.
— Não, Francis! Eu acho bom você parar com isso, Lizzie encontrou o
companheiro dela e você não pode impedir os fatores naturais da
vida. Você deveria agradecer pelo Izaac ter pedido a mão dela
corretamente, e não fazer como você, que já foi me obrigando a
morar na sua casa. — meu pai se sentou novamente bufando.
Logo mamãe deu um rápido beijo em seus lábios. Como eu disse,
meus pais eram realmente no que eu me espelhava. Sei que essa
frase é completamente clichê, mas, eu amo minha família, daria
minha vida por cada um deles. Lizzie entrou na sala de jantar
atraindo a atenção de todos. Minha irmã me olhou sorrindo, e
ergueu um tablet me entregando empolgada.
— Porque todos estão me olhando como se eu fosse uma
celebridade? — convencida, minha irmã falou me fazendo revirar os
olhos. — Ella, vi que o e-mail que você espera, chegou. — afirmou,
apenas sinto meu estômago revirar.
Estou nervosa, tá bom, nervosa é pouco! Estou ficando
completamente louca. O frio na barriga é intenso.
— Santa Lobinha! — me levanto desesperadamente da cadeira, logo
abri o e-mail começando a ler atentamente, enquanto toda minha
família me olha com curiosidade.
— Então minha filha? — minha mãe me perguntou aflita.
— Eu passei...
— AAAAAEEEEE — de forma exagerada. Lizzie bateu palmas vindo na
minha direção me dando um abraço apertado.
— Parabéns, eu sabia que conseguiria Ella! — Chloe me abraçou com
carinho e beijou minha bochecha.
— Vocês querem me matar. — papai murmurou colocando uma mão
sobre seu coração.
— Parabéns meu amor! Sempre soube que você conseguiria. —
minha mãe dizia assim que me abraçava com carinho, limpei algumas
lágrimas que se formaram no meu rosto.
— Filha.— meu pai se levantou, vindo me abraçar com ternura, me
dando um beijo na testa. — Você sempre será a filhinha do papai, e
sabe que qualquer coisa é só falar comigo, que eu mato e... — minha
mãe o interrompeu.
— Ninguém vai matar, ninguém, Francis!
— Com licença... Supremo? — Derek, o segundo beta do meu pai
entrou na cozinha, ficando um pouco contrariado por interromper o
momento em família.
— Derek! — parando ao meu lado com sua mão por cima do meu
ombro, meu pai o olhou com um sorriso radiante no rosto.
— Desculpe interrompê-los, mas tenho uma notícia importante. —
pronunciou-se deixando visível seu desconforto.
— Mais uma? Tudo bem, diga. — papai suspirou.
— O Conde Estevan Russell entrou em contato.— por algum motivo,
assim que ele mencionou o nome do Conde, meu estômago
embrulhou fazendo com que minha pele congelasse. Olhei
rapidamente para Chloe.
— Realmente vocês querem me matar. — suspirando fundo, meu pai
trincou sua mandíbula de raiva.
Capítulo Dois

Sinto a imensidão do mundo me chamar!


Me gritar, me sacudir.
Sinto a imensidão, me levando para longe daqui.

Mih Franklim

— Ella, tem certeza que vai hoje? — Chloe choramingou, pela


primeira vez vejo ela dessa forma.
— Chloe, você sabe, tenho que arrumar tudo para começar o estágio
na segunda, mesmo ficando no apartamento que o papai me deu em
Nova York! Aquele lugar deve está uma bagunça. — disse subindo em
cima da minha mala em uma tentativa falha de fechá-la. Quantas
roupas tem aqui dentro?!
Isso parece impossível!
— Deixe para você ir depois que o Conde vir.... eu preciso de você
aqui! — falou fazendo um enorme drama.
— Realmente não dá, Chloe! Eu iria adorar dar um baita sermão
nesse vampiro idiota, mas ele só vem no jantar de domingo. Tenho
que está na empresa segunda bem cedo. Lizzie estará aqui com você.
— afirmei.
— Obrigada por lembrarem da minha mera existência! — Lizzie
comentou com drama, ao parar de ler um livro, se sentando
corretamente na poltrona do meu quarto.
— Lizzie? — Chloe bufou tacando uma almofada em Lizzie que a
olhou sem entendê-la. — Essa ingrata só fala do Izaac! Eu não
suporto mais escutar como o "Izaac tem o cabelo perfeito" ou “nossa,
como ele tem um beijo maravilhoso" — Chloe tentava imitar a voz
fina da Liz, mas falhou o que resultou em uma alta gargalhada.
Tenho vontade de socar esse vampiro idiota por ter feito minha
irmã esperar tanto. Estúpido!
— Eiii! Eu não falo só do Izaac, isso é uma tremenda calúnia. — Lizzie
fingiu que estava ofendida.
— Pior é quando ela fala "Nossa os olhos castanhos do Izaac são
tão"... — olhei para Chloe que sorriu assim que nós três falamos
juntas. — PERFEITOS!
Nós entreolhamos por cinco segundos, até começarmos a rir
descontroladamente. Me joguei de cima da mala caindo na cama ao
lado de Chloe que me abraçou. Sorrindo, Lizzie se jogou em cima de
nós, me fazendo praguejar assim que seu joelho machucou minha
coxa, isso doeu. Contudo, logo retribui ao abraço triplo que recebia!
Era difícil saber que ficaríamos separadas, a vida toda estávamos
juntas e unidas em absolutamente tudo o que fazíamos. E agora que
estamos criando nossos próprios destinos, chega a ser doloroso! As
trigêmeas iriam se separar, esse é um momento que com toda
certeza eu não vou esquecer. Nós três juntas, abraçadas como se o
mundo realmente fosse nosso. Ah Selene… Nos proteja nessa nova
fase.
— Promete ligar todo santo dia? — Lizzie murmurou.
— E sempre contar as novidades? — Chloe falou.
— E vir visitar a gente com frequência? Tipo, todo final de semana! —
Lizzie completou.
— Quero saber tudo sobre sua tão sonhada convivência com
humanos. — Chloe disse me fazendo sorrir.
Santa Lobinha, como eu amo minhas irmãs!
— Assim que gostar de alguém, ou encontrar seu companheiro.
Queremos ser as primeiras a saber. Aí de você se não me falar Ella. —
Lizzie me ameaçou me fazendo gargalhar, assim que o abraço é
desfeito.
— Deixem os sermões sobre garotos para o papai. — me pronunciei
assim que elas se sentaram sobre a cama.
— O que foi Chloe? — suspirei pegando em suas mãos.
Seus olhos estão transbordando tristeza e preocupação. Além de
que eu sentia isso, tanto quanto Lizzie! Isso era algo que tínhamos
em comum, uma forte ligação entre nós três. Saberia identificar se
algo estivesse errado com Chloe ou Lizzie mesmo estando do outro
lado do planeta.
— Não sei... só não tenho um bom pressentimento sobre esse jantar.
— falou suspirando, assim que a olhei desconcertada.
— Não tem o que temer, Chloe! O mínimo que poderá acontecer, é a
mamãe dá uma bronca no papai, assim que ele tentar matá-lo. —
Lizzie tentou criar uma piada, o que não deu muito certo.
— Não estou me referindo ao papai, embora sei que ele vai tentar
fazer algo contra o Conde. — Chloe suspirou de frustração.
— Então porque está tão preocupada dessa forma, Chloe? — Lizzie
tirou as palavras da minha boca.
— Eu já falei... não sinto que ele é o meu companheiro. — falou me
olhando, revirei os olhos tentando esconder minha frustração. — Eu
admito, o Conde Estevan é realmente muito bonito, mas, sinto que
não é ele! Sinto isso no fundo do meu ser.
— Pare de bobeira Chloe. — me levantei nervosa. — Você sabe que
ele é o seu companheiro. Afinal o que você está querendo insinuar
com isso? — com um nó formado em minha garganta, digo
começando a recolher alguns produtos meus que estavam na minha
penteadeira.
— Ella, Ella! Você sabe muito bem o que estou me referindo. — Chloe
disse tomando uma postura séria. Odeio quando ela faz isso, céus,
minha irmã ainda nem é a Suprema e já tem essa dominância.
— Espera, então o Conde é o companheiro da Ella, e não seu? —
Lizzie perguntou me olhando.
— Agora pronto! Minhas irmãs enlouqueceram. — limpei a garganta
com um barulho irritante.
— Caramba, aceita a verdade. Você sabe que quando a mamãe nos
mostrou a foto do Conde, não senti absolutamente nada, a não se
por concordar que realmente ele é bonito, já você.... — Chloe
apontou seu dedo acusatório na minha direção.
— Espera aí! ISSO, realmente faz muito sentido, eu lembro desse dia.
— Lizzie levantou-se da cama empolgada.
Estou cercada por loucas!
— Tínhamos dez anos. Não foi nada demais caramba, Estevan Russell
definitivamente não é meu companheiro! — negava de todas as
formas, mas parece que elas não entendem muito bem.
Isso tudo porque pedi para ficar com a foto? Céus, eu tinha 10
anos e só foi uma quedinha pelos olhos dele! Nada demais. Quem
nunca teve um crush mais velho né? Pelo amor, que seja só isso!
Selene, eu te imploro!
— Ahhh, então quer dizer que o Vampiro é da Ella? Caramba isso é
fantástico!!!! Já me imagino sendo irmã da Suprema, e minha outra
irmã sendo a mãe do primeiro HÍBRIDO, céus. Chloe, como sua beta,
você vai permitir que eu vá dá uma passada na casa da Ella com
frequência... — interrompida.
— Pare de viajar, Lizzie. Você vai ter um sobrinho híbrido sim! Mas,
isso vem da Chloe. — falei com convicção.
— Porque é tão difícil para você aceitar o que já sabe, Ella? — Chloe
começou a me seguir pelo quarto. — Do que você tem medo?
— Eu não tenho medo. — respondia olhando em seus olhos,
despertando calafrios por meu corpo.
Como eu disse, o olhar intimidador do papai! Parecia que ela
olhava cada canto da nossa alma. Eu realmente queria estar 100%
certa do que falava. Porém, algo sempre me deixou na dúvida
quando se tratava de quem seria a "companheira do Conde". Minha
mãe nunca escondeu isso de nós, assim como sempre dizia que
achava como uma 'suposição' que a companheira do Conde era a
Chloe. Ela sempre deixou claro que não se passava de uma suposição
ao seus olhos! Como Lizzie encontrou seu companheiro mês passado,
isso tira ela da jogada ficando só eu e Chloe.
Sem falar que realmente naquele dia, eu deixei um pouco
escancarado para minhas irmãs. Havia ficado completamente vidrada
nos olhos dele por uma fotografia apenas, e fiz uma baita pirraça
para fica com a foto já que papai não queria que tivéssemos nada
que envolvesse garotos por termos apenas 10 anos. Obviamente ele
perdeu, eu fiquei com a foto, hoje em dia não faço questão! Mesmo
que minha loba fique sempre eufórica quando falamos dele.
Nunca pedi tanto para que minha loba esteja errada na vida!
— Ain, não... — me puxando para um abraço apertado, Chloe
sussurrou. — Você tem medo de que ele acabe prejudicando seus
sonhos? — Lizzie chegou perto de nós sorrindo docilmente.
— Ella, mesmo que você queira ser independente, não pode correr
do amor para sempre. Domingo, quando o Conde vier ele vai saber
que não é a Chloe. — Liz limpou algumas lágrimas do meu rosto.
Chloe realmente estava certa, como sempre, eu sabia que Estevan
me pertencia, assim como eu pertencia a ele. Minha alma dizia isso,
assim como minha loba. Sorrio falsamente para minhas irmãs, que
me consolaram de forma gentil. E lá se vai a farsa! Estevan tinha que
aparecer justamente agora? Tudo estava tão bom sem ele.
Um barulho na porta do meu quarto, chamou nossa atenção me
deixando desconcertada.
— Meninas? — minha mãe bateu porta, me recompus olhando para
minhas irmãs.
— Fiquem caladas, ninguém precisa saber da grande "descoberta" de
vocês! — sussurrei para elas.
Se mamãe e papai descobrirem, adeus Nova York.
— Tadinha, Ella realmente acha que vai conseguir escapar do
Vampiro Tentação. Eu conto, ou você conta, Chloe? — minhas irmãs
gargalharam do meu nervosismo.
Vampiro tentação, puff, era só o que me faltava.
— Oi mãe! — abri a porta sorrindo.
— Oi meu amor. Pensei em passar um tempo com vocês, é difícil
aceitar que minhas meninas estão grandes. Francis e eu, estamos
ficando velhos e sozinhos novamente.
Que minhas irmãs não abram a boca! Por favor Selene, nunca te
pedi nadinha, tirando minutos atrás...
Capítulo Três

Sempre é bom ter alguém que nos mostre a hora de voltar.

Mih franklim

Estevan

Decepcionado. Essa é a palavra que se enquadra perfeitamente


nessa situação! Estou esbanjando meu ódio. Simplesmente detesto
ser enganado, a única coisa que distância as minhas mãos do pescoço
do Supremo, é o fator primordial para evitar uma guerra. Como eles
podem fazer tal ato comigo? Do Francis, eu até esperava, mas da
Antonella não. Certo, talvez eu esteja sendo dramático!
— Estevan... eu realmente.... olha, eu juro que não foi premeditado!
— a Luna pronunciou-se, seu rosto demonstra que Antonella possa
está sendo sincera. Minha raiva é tremenda. De proporções
catastróficas.
— Então você está me dizendo que o seu companheiro não
premeditou tudo isso? Não seja ingênua, Antonella. Está óbvio que
Francis premeditou tudo para me manter longe da MINHA
predestinada! — falei me alterando, solto um longo suspirei
tentando me controlar.
— Já chegar! Minha mulher falou a verdade, cabe você aceitá-
la. Agora não aumente o tom de voz novamente, se não esqueço que
você tem um laço afetivo com uma das minhas filhas! — Francis
esbravejou rosnado, o que me fez revirar os olhos de forma discreta.
— Então você está me dizendo que não premeditou tudo isso?
Sejamos honestos! Você me odeia, Francis. — parei em sua frente,
Antonella ficou do lado do seu companheiro segurando sua mão para
o acalmar.
Sempre nervosinho, tão patético!
— Embora eu adorasse matá-lo, não tenho culpa desse imprevisto.
Sempre achamos que a Chloe fosse sua predestinada, já que ela
herdará meu cargo. Nunca se passou pela minha cabeça que a minha
caçula poderia ser sua escolhida!
— Ótimo, ótimo! Vou fingir que acredito. — suspirei de ódio e
frustração, voltei a olhar para a Luna. — Antonella, me perdoe por
ter me alterado com você. — digo sendo sincero. Nunca tive nada
contra Antonella, pelo contrário, sei que poderíamos nos tornar bons
amigos!
Acho que dá para ter noção do tamanho da minha raiva, ao me
deparar em uma casa que tinha o cheiro da minha escolhida por toda
parte. Porém, não tinha sua presença. Nada tira da minha cabeça que
Francis Underwood planejou isso para me manter longe da sua filha,
e assim protegê-la. Eu o entendo, até tentei ficar longe por quatros
anos sem reivindicá-la, mas cheguei no meu meu limite, eu quero o
que é meu! Estou ficando enfurecido, e o que eu menos quero agora,
é me transformar em um demônio e lutar contra o Supremo criando
uma guerra entre lobos e vampiros maior do que realmente já é.
Odiava assumir, mas meu foco nesse momento é encontrar Ella. Tê-la
perto de mim, se tornou algo primordial.
Com toda certeza o jantar foi um completo fiasco. Assim que me
dei conta que a minha Ella não estava no nosso meio, fiquei
enfurecido e posso ter sido um pouco arrogante com Chloe e Lizzie.
Mas, não tenho culpa, embora as duas tenham parecido achar graça
de tudo isso, e algo me diz que elas já sabiam juntamente com Ella
quem era realmente minha. Não consigo me controlar muito bem
quando algo grave me afeta. Embora Francis e Antonella tenham
insistido que Chloe era a filha predestinada a mim, sabia que não era
ela. De fato Ella esteve aqui, pois seu cheiro está muito forte! Logo
vendo o engano que cometeu, Antonella e Francis me chamaram
para 'conversamos' no escritório do Supremo.
O lado ruim de ser um filho da noite, era que todas as espécies
encontravam seus companheiros pelo cheiro. Já os filhos da luz pelo
olhar. Talvez nesse sentido ser filho do sol não seja tão ruim, assim
não ficaria tão dependente do "cheiro" de alguém. Efetivamente era
para eu ter a procurado no seu décimo oitavo aniversário. Mas quis
protegê-la do meu demônio interior! —Patético, eu sei— me dei
conta disso agora. Ella foi feita para mim, então ela saberia lidar com
meu lado mais sombrio.
— Então suponhamos que vocês estejam falando a verdade, onde
está Ella? — disse me virando para olhá-los.
— Ella conseguiu um estágio em uma empresa em Nova York. —
Antonella respondeu com calma, pegando um papel sobre a mesa, a
Luna veio na minha direção. — Minha filha vai começar na segunda.
— me entregando o papel.

"Ella Johnson Underwood, gostaríamos de informar que você foi


aceita para iniciar o estágio na área administrativa da empresa
Império"

Parei de ler na mesma hora que vejo a palavra "Império". Selene


só pode está querendo brincar conosco. Um sorriso malicioso surgiu
no meu rosto quase que aleatoriamente. Inacreditável que Ella tenha
sido aceita na minha empresa.
— Você está me dizendo que sua filha está trabalhando na empresa
"império" a empresa de jóias que fica em Nova York? — soltei uma
gargalhada um tanto irônica.
— Isso mesmo! — Antonella confirmou enquanto Francis se
aproximou parando ao lado da sua companheira, o Supremo me
olhou desconfiado.
— Selene realmente está jogando. — sorri negando com a cabeça,
voltando meu olhar para eles. — Bom, até mais. — digo fazendo uma
exagerada reverência, saí do escritório da sua casa suspirando.
Caminhava em passos rápidos e firmes pelos corredores da casa
do Supremo. Precisava sair desse lugar, primeiramente porque não
me sinto bem em território inimigo, e segundo, o cheiro da Ella está
tão forte nessa residência que já estava me sentindo como um dos
'lobos' idiotas do Francis. Só faltava me joga no chão e fechar os
olhos para sentir o doce aroma que minha predestinada tinha! Céus,
se apenas o seu cheiro é maravilhoso nesse nível, imagina quando eu
tocar sua pele? Quando beijá-la e sentir seus lábios. Opa! Parou
Estevan. Não quero ter uma ereção na casa do Supremo pensando na
filha dele! Seria pedir para morrer certamente. Bom nesse caso
parece a história do Lobo mal e da chapeuzinho vermelho com certas
modificações. Pode corre minha Lobinha, só não pode se esconder!
Capítulo Quatro

Um recomeço para mim.


Um recomeço para você.
Um recomeço para um 'possível' nós!

Mih franklim

Doce Nova York, aqui estou eu! Definitivamente eu amei esse


lugar. Depois de escutar a Chloe dizer que era para eu ficar para o
jantar. E Lizzie, reclamando falando que estou supostamente
correndo do Conde, escutei meu pai me passa um sermão de uma
hora sobre homens humanos, para só então, conseguir sair de casa.
Foram algumas horas de voo, e finalmente cheguei a tão sonhada
Nova York! Finalmente iria conhecer a cultura dos humanos, e
conviver com eles diariamente.
Sinceramente? Parecia que eu estava sonhando. Não que eu nunca
tenha tido contato com a humanidade, embora tenha sido criada na
alcateia, sempre saímos em família para pontos turísticos que
humanos criaram. De acordo com minha mãe, tínhamos que está
integradas na sociedade já que era a espécie mais populosa do
planeta. Aprendemos a lidar com eles sem que os mesmos
descobrissem que somos seres sobrenaturais. Já o meu pai, não
gostava nem um pouco de humanos, ele tentava evitar todo contato
possível. Embora não conseguisse, já que a minha mãe manda nele.
Ah aqueles dois...
Realmente não vejo a hora de começar o trabalho na segunda,
assim conheço pessoas novas e aprender mais sobre a humanidade.
Embora eu saiba que meu pai vai me monitorar, assim por dizer, em
Nova York. Já é um grande recomeço estar sozinha, sem a presença
da minha família 24 horas por dia. Sorrindo caminhei até uma 'placa'
que um homem jovem e de cabelos cacheados segurava:

"Bem-vinda, Ella Johnson Underwood"


Como eu disse, meu pai iria ser bem presente na minha nova vida
em Nova York, já que ele mandou um dos seus funcionários humanos
me buscar no aeroporto para me levar até meu novo apartamento.
Que por sinal, ganhei de presente de aniversário. Meu pai é dono de
uma empresa em Nova York Revendedora de afiliações, ou em um
modo mais explicativo ele comprar empresas falidas e erguer elas
revendendo como uma nova empresa, um 'negócio' que realmente
rende muito dinheiro! Já dá para imaginar como deve ter sido sua
reação assim que neguei trabalhar para ele. Embora não ligasse em
receber ajuda dos meus pais, não iria sair da casa deles para ser
sustentada por eles em outra cidade. Meu estágio iria se fácil, apenas
administrar o dinheiro que entra na empresa de joias, não seria igual
a empresa do meu pai que teria mais trabalho ao reavaliar
fundações, e ver se realmente valeria a pena investir em algumas
afiliações. O mundo dos negócios é cansativo, tive sono só de
pensar.
— Boa noite? Eu sou essa Ella Johnson Underwood que você procura.
— sem jeito, fiquei constrangida por ter me embolado nas minhas
palavras. — Digo, eu sou a Ella.
Olhando de perto, pude reparar firmemente com esse homem é
bonito. Sua pele é morena, e seu cabelos tem cachos. Já seus olhos
são castanhos caramelo, —e devo dizer que me sentir minúscula com
meu 1,65 de altura perto dele! Ele deve te o quê?! 1,80?— Um
sorriso perfeitamente alinhado, corpo musculoso, céus, acho que
tem um babinha no meu rosto.
— Ella Underwood? — o jovem humano perguntou, apenas
concordei. — É um prazer conhece-la senhorita. Me chamo Leonardo
Silva. Vim a mando do Sr. Underwood para levá-la até seu
apartamento, e ficar sempre à sua disposição. — completou fazendo
um gesto para que eu o siga.
— O prazer é todo meu, Leonardo. Eu agradeço à disposição, mas
não será necessário os seus serviços diariamente. Digamos que isso é
apenas uma carona! — sorrindo, passei na sua frente. Leonardo
colocou minha mala, no porta-mala do carro.
— Não recebi esse tipo de ordem. — disse sendo um funcionário fiel
ao meu pai, entrou no carro juntamente comigo.
— Agora recebeu. Conversei com meu pai, não se preocupe. Não será
necessário seus serviços como eu falei, uma carona. — Leonardo me
olhou pelo espelho retrovisor do carro. Sorrio de forma forçada para
o jovem moreno, e logo tratei de olhar para a vista da cidade
magnífica a noite.
Meu pai como sempre é exagerado, contratou um motorista
pessoal, o que não será aceito por mim! Ótima maneira de me vigiar.
Realmente tenho uma Grande liberdade! Óbvio que não falei com
meu pai, não quero prejudicar Leonardo que me parece ser uma boa
pessoa. Assim que possível vou entrar em contato com meu pai!
Balancei minha cabeça começando a prestar atenção na
movimentação noturna de Nova York.
Uma nova vida, para uma loba!
Era tudo tão diferente e movimentado. A agitação da cidade era
algo que me deixava fascinada, ao mesmo tempo que deixava minha
loba inquieta. Digamos que ela não gostou nada do fato que termos
que viajar três horas até a floresta mais próxima para me
transforma. Detalhes a parte, consigo viver com esse mero detalhe.
— Chegamos senhorita Underwood. — olhei para Leonardo que
estacionou o carro em frente ao meu prédio. E então abriu a porta do
carro para que eu saísse. Um cavalheiro com toda a certeza!
— Me chame de Ella, Leonardo, só Ella. — digo pegando minhas
malas. — Muito obrigada pela "carona". — falei com ternura, vendo
que Leonardo sorria pela primeira vez.
Que fofo ele tem covinhas. Devo admitir ele é bonito! Um moreno
lindo.
— Sendo assim, não tem de quer... Ella.
— Deveria sorrir mais vezes, seu sorriso é bonito! — disse vendo suas
bochechas ficarem rosadas. — A gente se vê por aí! — acenei para
ele começando a entrar dentro do prédio ao qual vou morar de agora
em diante.
— Ella?... — Leonardo me chamou, virei para olhá-lo. — Você
gostaria de uma carona para o primeiro dia de serviço? Sei que você
não tem um carro ainda e...
— Tudo bem, eu aceito a carona! — o interrompi sorrindo de forma
amigável. — Foi um prazer conhecê-lo. — olhei para frente e voltei a
andar.
O apartamento que ganhei, é longe do apartamento que meus
pais têm em Nova York, e ficava a uma distância razoável da 'Império'
a empresa que vou trabalhar. Devo parecer uma abóbada, pois não
paro de sorrir vendo a decoração rústica do térreo do local. Em
passos rápidos fui para o elevador e apertei no 116° o andar onde
ficava o meu apartamento. Assim que o elevador parou no meu
andar, caminhei em passos rápidos parando na porta abrindo-a de
forma desesperada.
— Lar, doce lar!— entrei em casa, levando um susto quando vi que
tudo estava arrumado no seu devido lugar.
Santa Lobinha! Havia mostrado como iria decorar meu
apartamento para minhas irmãs, juntamente com minha mãe, e
agora chego em casa e encontro tudo no seu devido lugar! Sorrindo,
neguei com a cabeça, —céus mãe, você me mima demais— vi um
bilhete que tinha ao lado de um abajur na sala, então o peguei
sorrindo quando o abri para ler:
"Considere seu presente de aniversário, já que seu pai te deu o
apartamento! Mamãe sabe como você não vai ter tempo para a
decoração da sua casa, te amo já estou com saudades minha
lobinha!"
Me joguei no sofá sorrindo, realmente tenho pais incríveis. O
engraçado é que meus pais nos dão apartamentos, mas quando nós
mudamos, papai faz um drama excessivo. Sorrindo peguei meu
celular que começou a tocar! —Falando neles— Atendi a chamada de
vídeo vendo toda minha família reunida através de uma tela tão
pequena, como a de um celular.
— Alô... nossa, realmente vocês não vivem sem mim. — convencida
digo rindo ao ver Lizzie e Chloe revirarem os olhos.
— Você sabe que não vivemos meu amor. — minha mãe fez uma
cara triste, assim que meu pai a abraçou pelo ombro.
—Também estou com saudades de vocês. — afirmei quando
segurava o celular me levantando do sofá, fui para a cozinha beber
água.
Nossa minha mãe encheu a geladeira também.Que maravilha, tem
muita comida aqui!!
— E como você está filha? O motorista que contratei te encontrou no
aeroporto? — papai falou me fazendo sorrir.
— Sim pai, Leonardo foi muito gentil. — afirmei colocando o copo de
água sobre o balcão, me sentei ali perto, e apoiei meu celular na
parede olhando para eles sorrindo quando bebia água devagar. —
Mas realmente não acho o serviço dele necessário. Não quero viver
agarrada com vocês me vigiando em outra cidade. — disse séria,
quando Chloe sorriu.
— Acho que pode ser tarde demais maninha. —Lizzie olhou para
Chloe como uma cúmplice. Minha mãe fechou a cara para minhas
irmãs, que não conseguiam segurar o riso.
— Minha filha, sobre isso, temos que conversar. — meu pai começou
a dizer.
— O que aconteceu? — olhei para eles arqueando uma sobrancelha.
— Então, Ella, quero que saiba que não é algo muito grave, nem o fim
do mundo. — a voz preocupada da minha mãe me fez ter medo.
Fim do mundo? Será que aconteceu algo com eles?
— Vocês estão me deixando preocupada... Mãe? Pai? — chamei eles
vendo-os ficar em silêncio, aparentemente analisando o que iriam
falar.
— Pelo amor de Selene. — Lizzie revirou os olhos. — Vocês
dramatizam demais uma simples notícia, é o seguinte Ella, aconteceu
o que já sabíamos! Você é a companheira do Conde Estevan Russell.
— minha irmã falou com toda naturalidade do mundo.
Assustada joguei toda água que bebia para fora. Ah não, Selene!
Isso só pode ser palhaçada!
— Nossa teoria estava certa maninha! — Chloe disse feliz.
— QUE? — indignada, limpava os vestígios da água que cuspir. —
Vocês só podem está de brincadeira com a minha cara. — exclamei
desaprovando as palavras de Lizzie. — Isso é um engano! Não posso
ser companheira daquele vampirinho de araque!
Um baita engano! Se isso for uma brincadeira, eu vou matar a
Chloe e a Liz. Me levantei da cadeira começando a andar de uma lado
para o outro —não, não, não, não definitivamente não— Isso não
pode está acontecendo comigo! Se esse realmente for o caso, Selene
mantenha esse vampiro longe do meu caminho por mais 20 anos.
Sério, que ele tinha que aparecer justamente agora? Por favorzinho
Selene, não faz isso comigo!
— Ella, se acalme. — minha mãe falou, vendo meu nervosismo.
— Como? Só pode ser sacanagem com a minha cara! Eu não sou
companheira do Conde Estevan, isso daí, é um engano. — repeti as
palavras torcendo mentalmente para que eles falassem que era uma
pegadinha.
Uma pegadinha de muito mal gosto!
— Minha filha, acho bom você se acalmar. Olha só, infelizmente não
é mentira. — meu pai suspirou quando Lizzie e Chloe se olhavam
assustadas pela minha reação.
Ah não, se meu pai confirmou, então é sério!
— Eu o rejeito então! — óbvio que falei da boca para fora.
— Ella Johnson Underwood! Se controle imediatamente. — minha
mãe rosnou — Acho bom você começa a se acalmar. Como você
mesmo falou, não é mais uma criança! Queria responsabilidades?
Pois agora você tem! Então você não vai agir com imaturidade com o
Conde.
— Mesmo que eu não goste do Conde, e que adoraria a ideia de vê
você o rejeitando... — meu pai foi interrompido por minha mãe.
— Francis. — mamãe o repreendeu com a voz baixa. Tenho certeza,
daqui alguns minutos, minha mãe irá fazê-lo pagar por essas
palavras.
— Como eu estava dizendo... Essa lei de rejeição não funciona com
Estevan! — meu pai afirmou me fazendo suspirar.
— O que? — coloquei meu rosto sobre minhas mãos! — Tem que ter
alguma maneira...
— Estevan Russell é um vampiro. As leis de um lobo não se
empregam a ele! Mesmo eu sendo o Supremo sobrenatural, nosso
acordo é bem claro. Eu não governo seu reino, assim ele fica longe de
encrencas. — papai tentava me explicar com calma. — Porém, se
você quiser, matamos ele! Ainda dá tempo, vocês não têm nenhum
tipo de laço afetivo...
— Francis, não acredito que está dando esse conselho para sua filha.
— suspirando, minha mãe se levantou. — Com esse assunto de matar
o companheiro da Ella, você não está ajudando nada. Venha, quem
não ajuda, só atrapalha! Vamos deixar as meninas conversarem. —
pegando a mão do meu pai, minha mãe me olhou novamente.
Ela vai me matar com o olhar, tenho certeza. Minha mãe
consegue ser assustadora quando quer!
— E você, não seja infantil. Dẽ uma chance ao menos de conversar
com Estevan, e cheguem a um acordo de uma forma sensata. Você
sempre foi bem madura, não aja como uma criança logo agora! —
minha mãe suspirou. — Te amamos e estamos com saudades.
Assim minha mãe saiu da frente da câmera arrastando meu pai
pelo braço. Suspirei frustrada por tudo isso que está acontecendo.
Sabe quando algo tem 99% de chance de não acontecer, e mesmo
assim ainda existe o 1%? Pois é! Eu fui a sortuda que caiu no 1%.
Parabéns Ella! Que sorte de merda você tem em... não quero um
companheiro agora!
— Ella? — Chloe me chamou. — Não é o fim do mundo, o Conde não
é tão monstruoso como papai descrevia! — minha irmã tentou me
animar.

— Você não entende? Eu não quero conhecer ele agora... talvez


nunca! — mordo o interior da minha boca segurando o choro.
— Ella, não fique assim. — Lizzie me olhou com ternura. — Pode não
parecer, mas assim que você ver ele, vai se tocar que vale a pena
viver ao lado dele. — completou quando balancei a cabeça de uma
forma negativa.
— Ele vai acabar com todos os meus planos, realmente eu desejava
que ele fosse seu companheiro, Chloe! Desejava que isso que sentia,
fosse uma droga de atração momentânea por causa de homônimos
de uma pré-adolescente entrando na puberdade! — fechei com força
meus olhos.
— Olha, em minha defesa, nós já sabíamos que você era a
companheira dele! Não entendo porque reagiu dessa forma. — Chloe
falou quando Lizzie concordou.
— Eu tinha esperanças. — dei de ombros ficando mais calma.
— Não quer saber como foi o jantar? — Lizzie falou empolgada
tentando me animar, o que me fez sorrir de sua empolgação.
— Tanto faz... — Liz me ignorou começando a falar.
— Foi hilário! — Chloe sorriu das expressões faciais que nossa irmã
fazia. — Assim que ele chegou, ficava se controlando para não
"farejar" o ar, acho que tem total relação como de honrar por se um
vampiro e não um lobo.
Um vampiro farejando como um lobo? Isso com toda certeza deve
ter sido cômico.
— Depois ele ficou irado quando descobriu que você não estava aqui.
Tinha que ver a cara do papai quando o Conde mostrou as presas
para ele! — minhas irmãs gargalharam como duas diabinhas.
— Ele mostrou às pressas para o papai? — perguntei chocada.
— Ele iria atacar o papai, mas a mamãe entrou na frente. — Lizzie
disse rindo parecendo se lembrar da cena.
— Como? Ninguém desafia o papai... — digo baixinho, quando Lizzie
me olhou de forma maliciosa.
— Estevan Russell desafia. — minha irmã afirmou sorrindo. — E tudo
isso por você!
— Aaa, não, merda. — completei levando minhas mãos até minha
cabeça.
— Que foi Ella? — Chloe perguntou.
— Não percebe? Se ele desafiou o papai isso quer dizer que ele não
vai me deixa em paz! — suspirei parecendo uma criança
decepcionada, ou talvez não tão decepcionada assim.
Capítulo Cinco

Sinta o fogo que arde sem se ver!


A ferida que vai doer, mas não é sentida.
Eu e você!
Consumidores da vasta escuridão sem saída.
Apenas mais um ser, que se tornou a vasta luz da minha vida!

Mih Franklim

As regras da empresa foram passadas quando recebi o e-mail


confirmando meu estágio de 9 meses. Roupas formais, cabelos com
um coque, maquiagem moderada, e nada que possa ser vulgar!
Chegar sempre no horário certo e cumpri com a base que a empresa
foi criada “uma jóia, leva felicidade para uma jóia maior” era isso
que estava escrito no e-mail. Tudo normal, até eu perceber que não
sei fazer a porcaria de um coque! Essa merda é coisa das trevas.
Selene criou o cabelo, Hélio com inveja, foi lá e criou o coque!
— Mas que merda. — soltei novamente meus cabelos em outra
tentativa falha de fazer um coque. Isso é uma coisa simples! E eu não
nem prender o meu cabelo direito.
Hoje é meu primeiro dia no emprego novo, fiquei o domingo todo
com um baita medo de um certo 'vampiro' bater na minha porta.
Mas mamãe me disse que ele não perguntou onde era meu
endereço. Ironia, não? Isso me deu uma possível esperança, ele
poderia ter concordado em me deixa em paz. Confesso que minha
loba ficou decepcionada pensando que ele desistiu de "nós". Já ficou
longe até hoje, não faz diferença mesmo! Quer saber?! Que ele vá
para o raio que o parta! Olha só, eu falando como se houvesse um
"nós!". Céus, tenho que parar com isso! É claro que foi a melhor
escolha ele ter decidido ficar por lá mesmo e não me atrapalhar.
— Ahhhhhh!!! Entre chegar atrasada e fazer um coque, desculpa
sociedade, mas eu não vou CHEGAR ATRASADA. — saí da frente do
espelho, ajeitando meus cabelos com a mão fazendo um rabo de
cavalo.
Estava vestida formalmente com uma calça social justa preta, uma
camisa social branca de mangas longas, já em meus pés ia um Scarpin
Ala salto nude. Estou formal e nada vulgar! Confesso que até eu me
estranhei vestida dessa forma, pareço ser mais velha, me sinto linda
e poderosa. Minha loba até se anima com esse pensamento. Só falta
uivar! Sai do meu apartamento rindo dos meus pensamentos idiotas,
esse tipo de coisa séria o que Lizzie falaria. Em passos rápidos entrei
no elevador e logo abri o meu melhor sorriso para uma mulher com
uma criança de colo, uma linda bebezinha! Faço algumas palhaçadas
e o bebê rir fazendo a mulher olha para trás, rapidamente fico séria
fingindo que não estava fazendo nada. Logo o elevador chega no
térreo, suspirei saindo do condomínio quando vejo o motorista que
meu pai contratou. Mas lembrando bem, é só uma carona.
— Bom dia, Leonardo! — o cumprimentei com um largo sorriso. —
Você não tem ideia de como vai me ajudar, com certeza eu iria me
atrasar se não fosse a sua carona.
— Bom dia, senhori... digo, Ella! — Leonardo se corrigiu, abrindo a
porta do carro em um gesto educado para que eu entrasse. —
Ansiosa para o primeiro dia?
— Está tão evidente assim? — perguntei mordendo meus lábios.
— Muito. — afirmou dando a partida no carro, suspirei nervosa. —
Tenho certeza que não tem com o que se preocupar Ella!
— Não sei, assim espero! Consegui o estágio na Império não foi fácil,
e quero realmente manter minha vida em Nova York. — admitir
fazendo menção de olhar os prédios pelo vidro do carro.
— Se conseguiu o emprego, é sinal que tem capacitada para isso! —
Leonardo falou me olhando pelo retrovisor.
— Obrigada. — sorrir para ele com sinceridade. — Você mora muito
tempo aqui? Me diga mais sobre você, aparenta ser bem jovem.
— Moro em Nova York já tem cinco anos! Venho do Brasil, Santa
Catarina. — Leonardo tinha um brilho no olhar ao mencionar seu
país. Isso me trouxe um momento nostálgico de quando visitei uma
alcateia do Brasil. — Tenho 28 anos.
— Brasileiro, nossa! — o olhei, Brasil é um país quente, né... olha o
assanhamento Ella, que isso, se controla. — Alguma dica? Aceito
qualquer uma...
— Sobre Nova York, ou sobre o emprego? — ele perguntou com um
pouco de ironia o que me fez rir.
— Os dois! — afirmei.
— Nova York é movimentada. Mas creio que você se acostumará
rápido. É uma cidade incrível, cheia de oportunidades, se não dê
certo, tente de novo! Já o emprego, seja você mesma, você tem
capacidade suficiente para está no cargo que vai exercer! —
Leonardo falou com confiança, de certo ele conseguiu fazer com que
meu coração se acalmasse.
Pelo menos o básico do que chamamos de calmo.
— Obrigada Leonardo!
O que é isso no meu estômago? Seria borboletas? Nervosismo
com toda a certeza!
— Chegamos! — Leonardo disse estacionando o carro, logo em
seguida ele me entregou o seu cartão. — Sempre que precisar, é só
ligar! É bom ter amigos em uma cidade grande.
— Sou muito exigente com minhas amizades, Leon. — Leonardo me
olhou sorrindo.
— Tudo bem, também sou com as minhas! — que sorriso.
Nesse momento minha "loba" queria tomar o controle e matar o
Lindo homem na minha frente! Isso tudo porque ele não é Estevan.
Céus, tem que haver um jeito para que eu pare de me sentir assim,
como se pertencesse a Estevan Russell. Não posso nem achar alguém
bonito que já me bate o arrependimento? Ah não Selene, nem
comece! Leonardo é bonito, e isso não significa que vou me casar
com ele e ter cinco filhos que vão estudar na França. Mas minha loba
parece não entende isso, e está furiosa comigo. Isso! Fica atrás de
um cara que nem te conhece, vai lá sua trouxa!
Tenho que parar de conversa comigo dessa maneira.
— A gente se ver. — sair do carro o mais rápido possível.
Não deu tempo para escutá-lo falar. Mas creio que ele disse um
'Boa sorte'

***

A grande empresa Império, totalmente luxuosa que chegava a ser


exagerada. Catarina Vilela, fez questão de me apresentar toda a
empresa detalhe, por detalhe. Ela era a secretária do chefe, e como
ele não está, me parece que essa tarefa importantíssima de mostrar
a empresa para três novatos ficou com ela. Aparentemente, ela é
super profissional, e não nos tratou com falta de respeito momento
algum! Como eu disse, profissional, mas, suas roupas ao meu ver são
vulgares, e seu olhar de deboche demonstrava que ela com toda
certeza não queria está aqui. Não a julgo, deve se horrível fica
mostrando todo o prédio para três pessoas que parecem ser de outro
país! O prédio em si é grande demais, conhecemos todas as salas
menos a do chefe que ocupava quase todo um andar, eu sei, o cara
deve ser exibido. Enfim, conheci dois estagiários assim como eu, que
vão trabalhar juntamente comigo.
— E por fim, essa é a sala que vão exercer seus serviços! — a
senhorita Vilela disse abrindo a porta em uma sala no 10° andar.
— Ótimo... — sussurrei quando vi que era perfeita! Ao menos eu
acho.
Era uma sala grande, com paredes cinzas claras, três mesas
individuais uma em cada canto da sala que era enorme, cada mesa
em si, tinha poltronas de frente para elas. O clima era rústico e
confortável! Tem plantas reais, o que me fez sorrir. Não é impessoal,
mas também não tão aconchegante. Digamos que neutra, e isso faz
com que eu adore ainda mais ela!
— Voltarei para minha sala. O senhor Willians chegará em 10
minutos. — olhou no relógio do seu pulso. — Será distribuído todo o
material que vão utilizar pelo sistema do computador através do
email, por isso fiquem sempre de olho na caixa de mensagens. Essa
semana estamos muito movimentados. Indico que mantenham o
profissionalismo, no máximo. Qualquer dúvida que tenham, é só
perguntar a senhorita Elena Ritz, a secretária desse andar. Tenham
um bom dia!
— Nossa... — sussurrei assim que ela fechou a porta saindo, nos
deixando finalmente sozinhos.
— Oi, prazer me chamo Allan Lear. — o homem jovem de cabelos
pretos alinhados, falou quebrando o clima pesado que ficou quando
a senhorita Vilela saiu.
Santa seja Nova York! Só tem homem bonito nesse lugar.
— Prazer, Ella Johnson Underwood. — estendi minha mão para
cumprimentar-lo.
— Alice Lear. — a mulher que estava ao seu lado sorri de forma
contagiosa me olhando.
Os dois eram parecidos, pele branca, cabelos negros e olhos
verdes.
— Prazer... vocês são...
— Gêmeos? Infelizmente! — Alice me interrompeu, olhando a sala
ao nosso redor.
— Uma perturbação. — Allan completou com um lindo sorriso.
Os homens daqui tem que ter todos um sorriso magnífico?! É
exigido no padrão novaiorquino?!
— Eu entendo, vai por mim! — digo me lembrando das minhas irmãs.
— Vai me dizer que também, tem uma cópia sua por aí? — Allan
disse brincando.
— Na verdade tenho duas! — sorriu orgulhosa.
— Como? — Alice parecia surpresa.
— Faço parte de trigêmeas! — dei de ombros quando a olhava.
— O que? Está me dizendo que tem duas mulheres linda como você?
— Allan falava surpreso, sinto minhas bochechas ficarem coradas.
— Seu idiota, está deixando ela constrangida.—Alice deu um tapa no
ombro do irmão, o fazendo revirar os olhos.
— Na verdades não somos totalmente iguais, mas sim, temos o
mesmo rosto apesar de tudo.
— E como elas são? Solteiras? — ele perguntou me deixando
desconcertada.
— Perdoe meu irmão, ele ficou com o lado idiota da família. — Alice
falou me fazendo sorrir.
— Tudo bem! — o olhei de forma divertida. —Se você tive uma tara
por ruivas... — digo sorrindo.
— Elas são ruivas? Pai, eu morri e fui para o céu? É isso? — Allan
olhou para o alto e levantou as mãos para o céu fechando os olhos.
Gostei do jeito brincalhão dele!
— Pena que Lizzie tem namorado, mas a Chloe não! — olhei para
Allan de cima a baixo com uma certa malícia. Ele seria um ótimo
cunhado.
— Tem alguma foto...
— Chega Allan, pode, por favor, dar em cima das trigemeas
"gostosas" depois? — Alice o interrompeu suspirando. — Tem
preferência em qual mesa vai trabalhar ? — me perguntou sorrindo
de forma dócil.
Eu poderia dizer que sim. E que a mesa perto da porta não era um
bom lugar, já que sempre que alguém entrasse na sala iria atrair sua
atenção, da mesma maneira que a mesa perto da janela também não
era uma boa opção, o sol no fim da tarde iria pegar justamente nela,
e você teria que fecha as persianas, já a mesa que ficava no centro
era a que você teria menos privacidade.
— Não — respondi.
— Ótimo. — ela se sentou na mesa do centro o que me fez suspirar e
ir caminhando para a mesa perto da porta.
— Então Ella, devemos chamá-la de senhorita Johnson, ou
Underwood? — Allan perguntou se sentando em sua mesa.
— Nunca parei para pensar nisso. — digo ligando o notebook que
vou utilizar como ferramenta de trabalho nessa empresa.
— Underwood... já ouvi esse nome em algum lugar. — Alice dizia
com um olhar distante.
— Não teria algum parentesco com as Empresas "Underwood's"? —
Allan perguntou com dúvida.
— Me chame de Johnson! — não precisaria ficar conhecida pela
empresa do meu pai, e os Johnson, são menos conhecidos quanto se
trata de negócios.
Um longo dia, aí vou eu! É, hoje o dia vai ser ótimo!
Capítulo Seis

Talvez eu seja fraca.


Fraca por correr,
Fraca por saber,
Que meu corpo e alma,
Já pertence completamente a você!

Mih franklim

O universo claramente conspira contra minha pessoa. Era isso, ou


Selene queria realmente tirar uma com a minha cara. Tudo está uma
loucura hoje. Uma semana depois de começar a trabalhar na
empresa, já fui chamada três vezes na direção por não conseguir
fazer a porcaria de um coque de cabelo. —Espero não ser demitida
por isso, creio que vou aprender, tenho fé.
Allan e Alice se tornaram ótimos colegas de trabalho! Já a
senhorita Ritz é super gentil, almoçamos todos os dias juntas. Acho
que Lizzie e Chloe ficariam com um pouco de ciúmes dela, mas com
certeza se dariam bem, Elena Ritz é meio doida da cabeça. Apesar da
correria do trabalho, em momentos sozinha em casa, sinto falta das
minhas irmãs. Quando a saudade é demais, eu ligo para elas.
— Ella? Elllaaaa.... — Elena gritou, estalando os dedos na frente do
meu rosto.
— Ahhh???? Desculpa estou meio dispersa hoje.
— Eu percebi isso, porque está assim?
— Não faço ideia. — suspirei.
Mentira! Estou eufórica por dentro, por alguma razão, minha loba
está agitada, meus sentidos apurados, e borboletas estranhas estão
começando a fazer morada no meu pobre estômago. E porque? Eu
não sei. Bom, talvez eu saiba, mas quero descartar essa
hipótese. Ignorar...Ignorar. E esse vem se tornando o meu mantra
básico de todas as manhãs.
— Se for pelo fato que o senhor Willians foi dispensado e a empresa
será assumida pelo CEO. Não se preocupe, você é uma ótima
funcionária e tenho certeza que o CEO preza isso, acho que ele não
vai demitir os novatos. — Elena falou me confortando.
— Talvez seja isso... como o dono se chama mesmo? — com toda
certeza não estou eufórica pelo dono da empresa, isso me parece se
culpa de um certo laço de companheiro.
— Não faço ideia! Até agora ele nunca assumiu a empresa, sempre
era alguém que assumia por ele. Acho que é um senhor velhinho, que
gosta de fumar charutos! — gargalhamos juntas pelo seu
comentário.
Elena está se tornando uma ótima amiga em Nova York. Mesmo
ela tentando me animar, tudo o que eu consigo pensar é: Será que
Estevan Russell está em Nova York?
— Tive uma ideia. — Elena falou empolgada batendo palmas. — Que
tal sairmos hoje à noite?
— Sair? — a questionei. Isso seria deixar minha noite de pantufas no
sofá, comendo sorvete. O pensamento não me agradou muito.
— Qual é Johnson, você mora em Nova York já faz uma semana, e
não saiu nenhuma noite sequer para diversão. Só pensa em trabalho,
trabalho, e mais trabalho! — Elena revirou os olhos.
— Não sou acostumada com esse tipo de coisas. E tenho certeza que
minhas irmãs me matariam se soubessem que me divertir sem elas!
— digo dando de ombros, óbvio que estou arrumando uma desculpa
qualquer.
— Pois agora você é. — Elena falou sorrindo, apenas revirei os olhos.
— Suas irmãs querem te ver feliz, e quando elas vierem para cá,
sairemos todas juntas! Não aceito um não como resposta, passo no
seu apartamento às 20:00, se quiser chama aquele gato do seu amigo
Leonardo, eu deixo. — sorrindo nego com a cabeça, assim que o
olhar malicioso de Elena parou sobre mim.
— Safada. — digo me divertindo de sua reação.
— Safada, porém, com diploma meu amor! — Elena dizia de uma
forma provocativa.
— Tudo bem, aonde pretende me levar? — a perguntei.
— Segredo! Vista algo sexy. — a olhei com com uma sobrancelha
arqueada.
— Pelo amor, Elena. — disse vendo ela beber o resto do seu suco,
fingindo que não me escutou.
— Nem venha! Hoje é sexta. — falou se levantando. — Vamos? Já
deu nossa hora!
— Vamos!
Suspirei começando a caminhar para fora do pequeno
restaurante, que ficava a duas quadras perto da empresa. Sobre
minha rotina, não tem algo de muito importante! Acordo às seis, e
corro de manhã para deixar minha loba mais calma, logo depois
tomo meu café me arrumo e chego na empresa cinco minutos
adiantada. Meu horário de almoço sou eu que faço, mas sempre
espero Elena para almoçamos juntas.
Minhas tardes são animadas na presença de Allan e Alice, que se
tornaram ótimos amigos de trabalho! Assim que chego em casa, ligo
para meus pais, e fico horas colocando os assuntos pendentes com
Chloe e Lizzie! Que por sinal estão sobrecarregadas. Papai conversou
com Chloe e falou que vai passar o cargo de Suprema para ela!
Dentro alguns meses, Chloe Johnson Underwood, será a nova
Suprema do mundo sobrenatural, Lizzie vai se casar com seu
companheiro Izaac, para assumir o cargo de beta da Chloe, sem falar
que ela é a única que realmente quer assumir a empresa do papai.
Já imagino como papai deve está por causa desse casamento.
—Definitivamente desisto de conversar com você hoje. — Elena me
olhou, logo em seguida revirou os olhos assim que passamos pelas
grandes portas de entrada da Império.
— Desculpas... realmente estou distraída! — falei entrando no
elevador. — Talvez esteja com um pouco de saudades da minha
família.
— Você deve ser bastante apegada a eles. Digo, quando finalmente
sair da casa dos meus pais, fiquei três meses sem ir lá com medo da
minha mãe me sequestrar. — Elena falou baixinho assim que entrou
alguns executivos no elevador.
Quanto homem bonito junto em um único lugar!
— Minha família digamos que são... diferentes! — sorrir ao me
lembrar das nossas brigas matinais.
Quando tínhamos nossos 18 anos, Lizzie sempre implicava com
Chloe. Justamente para ficar exibindo sua loba! Sempre relutava com
as duas rolando no chão da sala transformadas, até mamãe ou papai
intervir.
No começo achava que pudesse ter algo de errado com minha
pelagem, afinal, nunca foi visto uma loba negra até então. Mas minha
família sempre me colocou para cima nesse sentido, dizendo que era
algo único, e que "diferenças são necessárias para mudanças na
sociedade!" Ninguém se atrevia a dizer algo julgando minha loba, eu
era filha do Supremo. E querendo ou não, uma loba preta exala
poder, o que mudou muito já que Chloe será a primeira mulher que
se tornará a Suprema. As mulheres estão ganhando voz nas alcateias!
Apesar de ser o Supremo e homem, papai nunca nos tratou como
inferiores, sempre de igual para igual, e minha mãe o tem enrolado
no seu dedo mindinho.
Sorrir voltando meu olhar para Elena. Me sentia mal por evitar ao
máximo pensar no Conde Estevan! Mesmo que não consiga parar um
minuto se quer. —Do que adianta fugir do assunto o dia todo, mas
quando deitar a cabeça no travesseiro, pensar nele— Mesmo que eu
nunca tenha o visto pessoalmente, seria julgada se dissesse que
ainda tenho a fotografia dele que ganhei da minha mãe?
— Minha irmã vai se casar. — digo assim que o elevador parou no
nosso andar, sairmos do meio da "sauna da alegria" dei esse nome
pelo calor excessivo, porém, ao lado de vários homens bonitos de
ternos.
— Sério? — Elena perguntou empolgada indo para trás do seu balcão
na recepção.
— Sim! — confirmei indo para minha sala.
— Ella. — Elena me chamou, merda!
— Oi senhorita Ritz? — me virei para olhá-la com uma certa ironia
correspondida.
— Não se esqueça, hoje à noite, senhorita Johnson! — falou
mexendo em alguns papéis. — E leve seu amigo, ele é legal. — Elena
disse por fim, me ignorando.
— Claro, o que poderia dar errado não é mesmo? — suspirei
voltando a caminhar para minha sala.
Capítulo sete

Meu destino já está preparado!


Me chamando para se vivenciado,
Parece que quanto mais corro para frente,
Mas consigo distância-lo!
Seria um aviso, dizendo que deve-se deixá-lo ser traçado?

Mih Franklim

Chloe

— Certo, certo, certo! — suspirei de frustração, quando meu pai me


olhou.
— Minha filha, se você quiser, posso esperar mais, já fui o S...—
sorrindo eu o abracei com força o interrompendo.
Sempre tão preocupado!
— Tudo bem pai! É o meu destino, eu posso enfrentá-lo. — digo
sentindo suas carícias em meus cabelos.
— Você e suas irmãs, sempre vão ser minhas garotinhas. — papai
falou beijando minha testa, o que me fez sorrir com seu ato de
carinho. — Sempre serão prioridades em minha vida!
Me chamo Chloe Johnson Underwood, sou a futura Suprema Alfa
do mundo sobrenatural. Nesse exato momento estou abraçada com
meu pai que é o cara mais "pavio curto" do mundo. Mas quando se
trata da família, é um homem exemplar. Nunca vi ele ser injusto com
uma pessoa, nunca vi ele negar amor para mim, e minhas irmãs! —
Sem falar que ele trata minha mãe com tanta paixão— o homem
perfeito, o pai perfeito! Agora, eu tenho a missão de tentar ser ao
menos uma boa Suprema como ele foi, tentando agir com o máximo
de justiça para todos e, me preparar fisicamente e psicologicamente
para as três etapas das transformações que terei que passar para me
tornar a Suprema.
Eu mesma só vi meu pai utilizar a sua forma Lupina, mas ele
sempre me diz que todas as transformações são perigosas ao ponto
de não conseguir ter o autocontrole perdendo o domínio sobre o seu
corpo. Mas com o tempo, eu aprenderei a controlar na medida do
possível, de acordo com ele. As três formas são liberadas assim que
eu atingir o domínio total sobre os poderes de Suprema, a minha
forma normal que é a Lupina, a segunda forma que é um Grinico e a
última forma, a mais perigosa, o Perino.
— Tudo bem! Chloe, vamos para o centro... — meu pai falou ao me
soltar, e ir para o local de treinamento da alcateia.
Embora tenha algumas mulheres para olhar meu pai, elas
disfarçam bem, afinal minha mãe é uma barraqueira ciumenta. O
centro de treinamento da alcateia fica aberto para o público ver as
lutas que acontece diariamente. E concordo, meu pai é um homem
bonito.
— Começaremos com a sua forma lupina. — sendo mandão, meu pai
estalou os dedos me desafiando através do olhar.
Sem pensar duas vezes ele se transformou no seu enorme Lobo
preto, o que me fez sorrir e me transformar em seguida na minha
loba branca que era um pouco menor que ele.

***

Morta, estou.
— Até que você foi bem. — meu pai sorri, assim que suspirei
pesadamente jogada no chão.
— Não fala comigo! Estou quebrada. — digo fechando os olhos.
Fui bem? Não fiquei mais de quinze segundos em pé, se contarmos
todo o tempo que consegui ficar realmente sem ser derrubada pelo
meu pai. Outra coisa sobre ele, meu pai não sabe ser fraco nem com
suas filhas, ele não deixa que ganhemos uma luta, nem se pedimos
com jeitinho.
— Igualzinha a sua mãe. — completou me entregando uma
garrafinha de água assim que me sentei.
— Não tem graça. — falei observando seu sorriso.
— Supremo? — Derek, o segundo beta do meu pai chegou por trás
de nós, me olhou, e acenou com um lindo sorriso. — Olá, Chloe!
Selene, esse sorriso acaba comigo! Okay, pode parece que sou
meio pervertida, mas sempre tive uma quedinha pelo feiticeiro amigo
da família. Seus olhos castanhos, cabelos lisos e desajeitados, sua
pele bronzeada e as diversas tatuagens por seus braços musculosos
deixa ele muito sexy visivelmente. Abençoado seja o dia que descobri
que ele tem o corpo todo tatuado! —E o seu sorriso?— Esse sorriso,
completamente pervertido de molhar calcinhas, tem mexido comigo
a séculos! Para ser específica, comecei a ter essa 'quedinha' com
meus 15 anos. Queda?! Isso tá mais para um tombo daqueles bem
grande. No mesmo tempo que descobri que possivelmente o Conde
poderia ser meu companheiro, de qualquer forma eu me transformei
com meus 18 anos, e para minha tristeza e decepção total! Derek não
tinha chances de ser meu companheiro, afinal se fosse o caso, já teria
acontecido alguma coisa.
— Oi Derek! — digo um pouco ofegante, e vá por mim, não é pelo
exercício que estava fazendo com meu pai.
Um sorriso pequeno, mas que esbanjava malícia! Foi assim que ele
me deixou quando começou a andar com meu pai se afastando para
conversar algo importante! Quando tinha 15 anos, meus pais me
chamaram e tivemos a conversa mais séria de toda minha vida. Eu
iria assumir o cargo de Suprema, e sempre teria que ser responsável.
Teria que "casar" com o Conde, seria a mãe de uma criança híbrida,
teria que fazer tanta coisa. Eu era uma jovem de 15 anos, que não
tinha um sonho concreto até toda minha vida ser passada como um
roteiro de um filme de Hollywood. Acho que é impossível
compreender o tamanho do alívio quando eu descobri que o Conde
não era meu companheiro. Nada contra. Estevan é bonito, e me
parece se uma pessoa do bem! Mesmo com seus demônios que o
cercam! —Como eu sei?— Todos têm seus demônios. Me sentia
horrível por ser comprometida tendo um leve assanhamento para
um amigo do meu pai, um feiticeiro poderoso, descomprometido, e
que é evidentemente das farras da vida. Se meu pai descobrir que
perdi minha virgindade com Derek Wallet no meu 16° aniversário,
com toda certeza ele o mataria. E as lembranças voltam a rondar a
minha mente.
O que sinto por Derek, que não quer nada sério comigo, é uma
completa e desconfortável atração sexual que ambos sentimos!
Como eu odeio sentir isso! Eu terminei tudo que tínhamos, ou seja,
um caso ridículo onde eu me entreguei a ele e em troca recebia nada.
A não ser por um belo e lindo pé na bunda, onde ele sempre encobria
nosso caso para meu pai não descobrir, e dizia com todas as palavras
que era apenas sexo. Não o julgo, eu era uma adolescente ridícula e
apaixonada o que fiz questão de mudar uma semana depois do meu
18° aniversário, quando me transformei e me toquei que Derek não
era meu companheiro. Um leve arrependimento me rodeou por te
me entregado de todas as formas a ele, então fiz questão de terminar
todo o caso que tínhamos onde eu era o 'brinquedo sexual
satisfatório.' Apenas minha mãe sabiam que eu não era mais virgem
para ser entregar ao meu companheiro, o que não é necessário já
que estamos em um século avançado!
Minha mãe me deu total apoio, e disse que era normal, enfim ela
me abraçou e não me julgou. E isso sem sombras de dúvidas foi
excepcional! Eu estava apaixonada, e iludida com o nível de decepção
extrema, não podendo conta para minhas irmãs que sempre me
viram como um exemplo. Uma queda dessas para uma pessoa
exemplar, seria sem sombra de dúvidas uma baita queda.
— Chloe? ACORDA! — balancei a cabeça levantando em um pulo,
com o susto que levei.
— Enlouqueceu? — esbravejei para minha irmã, assim que a vejo
parada na minha frente segurando a mão do seu companheiro Izaac.
— Estou a meia hora te chamando, e você tá aí jogada nesse chão.
— Estou descansando, não percebeu? — tentei me recompor. — Olá
Zacc! — sorrir acenando para Izaac, que logo sorriu de volta.
— Oi Chloe. — Izaac respondeu, fazendo Lizzie revirar os olhos.
— Papai está chamando a gente, vamos logo. — Liz falou arrastando
Izaac.
Revirei os olhos não conseguindo conter minha cara irônica. Sei
que Lizzie está se distanciando porque sabe que seu companheiro era
meu melhor amigo de infância, e já chegamos a trocar um selinho,
isso a deixa nervosa, o que é ridículo! Eu deveria te o que? Uns
quatros anos, talvez! Acho que fiquei com a fama da família de pegar
os companheiros das minhas irmãs. Primeiro foi um selinho inocente
em Izaac, depois achei que fosse me casar com o Estevan, que é
companheiro da Ella!
Pela Lua!
Apesar de tudo, eu amo minhas irmãs, mesmo que Lizzie esteja
passando mais tempo com Izaac do que esteja utilizando sua mente
para coisas úteis. Acho bom ela casar logo! Se papai descobrir que ela
se deitou com Izaac, ele o mataria certamente. Como eu sei que ela
dormiu com ele? A forma que eles agem quando estão juntos
entrega, ou como ela ficou diferente a duas semanas atrás! Ou talvez
porque eu tive que acobertar sua fuga na sexta-feira passada, onde
ela pulava a janela e quase acordou a casa toda, sem contar que tive
que fazer um malabarismo quando ela chegou atrasada de manhã.
Tenho certeza que mamãe percebeu, sorte a nossa que o papai
estava caçando a noite toda e só chegou na hora do almoço. Não
quero nem imaginar se algum dia meu pai descobrir que todas suas
filhas já se entregaram a algum homem. Bom, nem todas ainda tem a
Ella, ou será que ela já se resolveu com o Conde? Acho que mais
tarde vou ligar para minha irmã. Santa Ella para nós salvar.
— Aí está ela pai. — Lizzie falou apontando discretamente na minha
direção, assim que paramos na frente do Derek e do papai.
— Sim... mas antes, tira a patinha daí garoto! — meu pai disse
olhando mortalmente para Izaac que estava com a mão sobre os
ombros da sua companheira.
— Si-im. — Izaac respondeu, me fazendo revirar os olhos.
Às vezes meu pai esquece que temos 20 anos! Não acredito que
ele está usando sua dominação de Alfa nisso.
— Menos pai! — digo cruzando os braços como minha mãe, o que
fez meu pai suspirar.
— Eu mereço, três cópias da Antonella! Na próxima vez, quero três
meninos. — falou exasperado fazendo Derek rir, e Izaac reprimir um
sorriso colocando a mão na cintura de Lizzie. — Acho bom você parar
de sorrir! — falou olhando para Izaac.
— Pai, não entendo porque você tem essa rixa com o Izaac, deveria
gosta dele! Afinal ele é filho do seu melhor amigo. — minha irmã
dizia o óbvio.
Seu companheiro é uma boa pessoa, mas entendo o ciúmes do
meu pai.
— Não tenho filhos ainda, princesa. — Derek respondeu sendo para
frente o que me fez revirar os olhos.
— Ela está falando do tio Mateus, seu idiota. — digo olhando para
Derek, que parecia não entende o porque estou nervosa!
— Aconteceu algo, Chloe? — Derek perguntou atraindo a atenção de
todo.
Fora o seu lado cínico? Não, está tudo uma maravilha aqui! Talvez
porque eu esteja suada, cansada, tive que luta com o Supremo, e
para piorar ainda tenho que olhar para sua cara de pervertido seu
babaca. Poderia responder isso, contudo apenas sorri forçadamente.
— Porque? Algo deveria está errado? — devolvi a pergunta com
ironia, o ignorei olhando para o meu pai. — Então pai, o que queria
falar?
— Amanhã cedo eu e sua mãe, e seus pais. — meu pai disse olhando
para Izaac. — Vamos viajar para resolver um problema na alcateia da
França! Deixarei Chloe no comando, é bom que já vai aprendendo.
— Minha mãe também vai? — Izaac perguntou.
— Sim! Nos quatros só voltaremos dentro de duas semanas.
Passaremos em Nova York para ver como anda as coisas com sua
irmã, e de lá vamos diretamente para a França! Como Mateus é meu
beta, ele irá comigo, mas vou deixar meu outro beta aqui, pra ajudar
vocês. — papai dizia olhando confiante para Derek!
— Que? — meu pai só pode está de sacanagem.
Já tem cinco anos eu não fico muito tempo sozinha com Derek em
um ambiente estável. A mais de cinco anos eu não tenho uma
conversa civilizada com o Wallet. Claro, ele era meu caso amoroso,
meu amigo e sempre estávamos juntos no passado. Olhei para Derek,
que segurou o olhar sem desviar, por um momento vi saudades
transbordar dele juntamente com tristeza e paixão. Talvez eu esteja
louca! Foi coisa da minha cabeça com toda a certeza.
— O Alfa Thomas também ajudará. — meu pai completou, assim que
engolir em seco sentindo meu estômago revirar.
— Pai, está insinuando que vai deixar Derek no comando ? — Lizzie
perguntou quando meu pai negou.
— Estou insinuando que deixarei você como beta oficial, e Chloe
como a Suprema por duas semanas sendo direcionadas pelo Derek.
Capítulo Oito

O passado nos condena,


O presente nos persegue,
O futuro nos aguarda!

Mih Franklim

Cabelos soltos com algumas ondas nas pontas, um vestido


dourado chamativo justo que tem um decote 'V' enorme, saltos
pretos e um batom vermelho para fechar com chave de outro. Se
meu pai me visse dessa forma, acho que ele infantaria! Acho não,
tenho certeza.
— Ella, você está pront... Nossa, uau! — Elena entro no meu quarto,
parando ao meu lado me olhou de cima a baixo, analisando meu
visual.
— Exagerada. — falei sentindo minhas bochechas corarem. Me olho
no espelho mais uma vez arrumando meus cabelos.
— Você está linda. — Elena sorrir. —Não está Leon? — perguntou ao
Leonardo, que até então, não tinha visto que estava parado na
porta.
— Ella, você está perfeita! — Leon falou com um lindo sorriso, ao
qual deixou minhas bochechas coradas. — Vocês duas, estão divinas!
Tenho que concordar descaradamente com ele. Elena está linda,
mas do que o habitual! Afinal ela e Alice são as únicas mulheres que
conheço que ficam bonitas de coques formais.
Seus cabelos loiros estavam soltos e vi que eles iam não muito a
cima do ombro, uma saia colada preta com detalhes brancos, e uma
mini-blusa que tiravam qualquer ar sério que ela poderia ter. Seus
saltos eram maiores que os meus, o que me fez suspirar sabendo que
continuaria baixa até de salto. Elena era um mulherão de 1,70 de
altura! Me pergunto porque não tentou se modelo. Alice e Allan
viriam conosco, mas tiveram que viajar para o sítio da família deles. O
que deixa eu, Leon, e Elena prontos e sozinhos para um longa noite
em Nova York!
— Vocês são exagerados! — digo jogando o meu celular na cama.
— Estou ansiosa para conhecer as irmãs da Ella, já imagino que se
Ella é bonita assim, imagina duas dela só que RUIVAS! — Elena falou
empolgada, coloquei minhas mãos sobre meu coração como se
estivesse ofendida.
— Em minha defesa, sou a diferente entre elas. — digo de forma
irônica, logo neguei com minha cabeça.
— Pois bem, eu gosto das morenas... — Leon me olhou
intensamente. — Vamos garotas? — parando na porta, passei minhas
mãos por seu braço, e Elena fez o mesmo do outro lado.
É só uma noite Ella, uma noite entre... amigos!

***

Uma boate! Era óbvio que Elena me arrastaria para uma


boate. Acabei de descobri que odeio boates, a música é alta quase
insuportável, as pessoas se esfregando uma nas outras suadas e
alegres, me sinto um peixinho fora d'água. Já estamos aqui dentro
fazia três horas, e não via a hora de ir para casa e me joga na minha
cama. Mas Elena? Elena parece que não vai nos deixar sair daqui tão
cedo! Ela está dançando na pista, enquanto eu e o Leon estamos
sentados no bar. Tanto tédio resultou em várias bebidas alcoólicas
digeridas, e diversos foras que dei em alguns humanos que se
aproximava tentando algo a mais.
— Elena parece ser a única que está se divertindo. — Leon suspirou.
Eu estava um pouco bêbada, se contarmos que meu organismo de
loba digere tudo rápido só ficaria alterada uns 15 minutos, e logo
essa tontura passaria e meu organismo voltará ao normal. Isso é
ótimo, não terei ressaca!
— Acho que deveríamos fazer justo nossa vinda até esse lugar. — me
levantei, um pouco tonta, mas logo Leon me ajudou a manter o
equilíbrio.
Que bonitinho.
— Ella, acho melhor você fica sentada, está bêbada. — Leon falou
apoiando suas mão na minha cintura, comecei a rir feito uma idiota.
— Ain, minha lobinha do céu.... Uouuuu — levantei minhas mãos
para cima.
— Minha o qu....
— Essa é minha MÚSICA! — agarrei seu braço o interrompendo,
começando arrastá-lo para a pista de dança.
— Ella!! — Leon estava relutante, mesmo assim parei ao seu lado no
meio da pista de dança para dançar.
— Se solta. — falei começando a dançar de forma desajeitada.
Até então, nunca tinha ouvido essa música na vida, só pelo fato do
ritmo ser agitado e contagiante, ela se tornou a minha música
preferida, pelo menos momentaneamente. Dançava liberando todo
vestígio de álcool que ainda tinha sobrado no meu corpo, já não
estava tão zonza, mas ainda sorria alegre. Olhei para Leon que sorriu
me vendo pular e dançar feito uma adolescente cheia de hormônios!
— Leonardo? — questionei assim que o clima ficou um pouco mais
pesado, exalando uma certa tensão. Ah não...
Assim que as mãos do Leon puxaram minha cintura com
delicadeza. Coloquei minhas mãos sobre seus ombros tentando
empurra-lo, mas Leon não me soltou um minuto se quer, e isso
estava me deixando desconfortável. Talvez o motivo do meu
desconforto seja o fato que eu descobrir que Estevan Russell era
meu, e desse dia então, minha loba não quer aceitar outro toque no
meu corpo que não possa ser o dele. Nem conheço Estevan, que
merda. Os lábios de Leon, estava quente, o cheiro de uísque
emanava da sua boca, sua língua havia pedido passagem na minha
boca de uma maneira delicada e passiva o que me fez mordê-la, e
recuar com raiva. Droga Ella, com a respiração ofegante, tudo o que
conseguir pensar assim que os lábios de Leonardo me roubou um
beijo foi na catástrofe que um simples beijo poderia gerar! O
empurrei me controlando o máximo para não deixar que minhas
pressas saíssem para fora. Leonardo havia confundido as coisas e me
beijou.
— Ella ... me perdoe, eu... — ele tentou se explicar vendo meu olhar
de fúria.
Contei até três mentalmente e suspirei fundo fechando os olhos,
acalmei minha loba para que ela não matasse Leonardo. Porque
essas coisas só acontecem comigo? Meu sangue havia se tornado
quente, e minha loba estava querendo tomar o controle.
— Tudo bem... eu vou embora. — afirmei, se ficasse aqui,
provavelmente mataria Leon.
— Que bicho mordeu ela? — Elena perguntou para Leonardo, assim
que comecei a me afastar deles.
Céus, sou capaz de matar meu amigo. Parei de pensar no beijo
que Leon me roubou, e farejei o ar discretamente! Uma leve
fragrância amadeirada estava se destacando no meio de todo esse
cheiro de suor e colônia baratas. Olhei ao meu redor tentando
identificar de onde estava vindo esse cheiro que fez minha loba se
agitar. Suspirei pesadamente procurando Leonardo com o olhar, mas
Elena parou na minha frente preocupada.
— O que aconteceu? Onde está Leon? Vocês brigaram? — Elena
disparou pergunta atrás de pergunta.
— Leon não está com você? — a olhei seriamente.
— Ele estava a um segundo atrás, e do nada, sumiu! MEU DEUS ELLA,
o que está acontecendo? — arregalei meus olhos pegando nas mãos
de Elena arrastando-a para o carro que viemos.
Não, não, não! Me diga que isso é paranoia minha. O cheiro, as
borboletas no meu estômago, a euforia da minha loba, o ódio pelo
beijo roubado e o sumiço do Leonardo do nada, só pode ter algo
relacionado com um vampiro. Minha Santa Selene, eu te peço, não
deixe que o Estevan tenha visto o beijo e dado um sumiço no meu
amigo.
Minha maior prioridade nesse exato momento é tirar Elena desse
lugar, geralmente minhas paranóias nunca estão certas, mas tentar
dizer isso para minha loba que está louca para sair. Me parece não se
uma boa opção fica nesse lugar que está me deixando eufórica! Meu
instinto diz que Estevan está por perto, e tudo o que eu quero é
proteger meus amigos, mesmo estando com um pouco de raiva do
Leon por me beijar, sei que um simples beijo não vale a morte dele.
E se Estevan estiver realmente aqui? O que eu vou fazer? Corre
me parece uma boa opção! A não ser que eu mate ele por ferir um
humano, isso tudo por um baita mal entendido. Selene o que está
acontecendo comigo? me manda uma resposta por favor!
E assim, a chuva começou a cair um pouco forte, o que me fez
suspirar um pouco satisfeita! Afinal, essa chuva encobriria um
pouquinho o cheiro que tentava identificar sem sucesso nenhum, o
cheiro que suponho que seja do Estevan!
— Não acha melhor procuramos o Leon lá dentro? Ele deve ter ido ao
banheiro, ou foi pega alguma bebida. — Elena falou com uma
inocência.
— Vamos dar uma volta pela rua em volta da boate, talvez ele esteja
por perto. — digo começando a dirigir, dando a volta no quarteirão
rodeando a boate.
Olhava as ruas atentamente para ver se via algum sinal de
Leonardo, tentava fareja o seu cheiro de humano mesmo que fosse
difícil, se contarmos as circunstâncias que estamos onde a muitos
humanos suados liberando toxinas do seus corpos a cada segundo. A
mistura de diversos cheiros me promovia uma dor de cabeça. Já
Elena, ela não entenderia porque estou tão apreensiva, já que não
sabe o que um filho da noite, é capaz de fazer por ciúmes! —Eu sei—
e digamos que não é algo bom. Sinto um leve cheiro de sangue
quando parei o carro na rua que ficava atrás da boate, Elena me
olhou com dúvida.
— A onde você v.. — deixei ela falando sozinha, saí do carro, e
comecei a andar entrando no beco em posição de ataque.
Olhei atentamente as ruas escuras e sujas, a chuva caía com muita
forçar, e diria que era uma típica cena de filme clichê onde a mocinha
indefesa entra em um beco e é possivelmente atacada. —Seria isso
se eu fosse uma garotinha indefesa!— Acontece que não sou nada
indefesa, suspirei vendo que Elena parou atrás de mim, andando da
mesma forma que eu. —Ela que morrer?— Céus, humanos são
idiotas, anotei isso na minha lista de pesquisa sobre humanos.
— Ella... — Elena começou a dizer sussurrando, apenas a interrompo
com um gesto levando meus dedos até meus lábios.
Rapidamente ela confirmou com a cabeça ficando em posição de
alerta, assim como eu. O cheiro de sangue ficou mais forte e ouvir
um leve praguejo de dor. Andei mais a dentro do beco, vendo Leon
no chão quase inconsciente, olhei em volta e não tinha ninguém,
corri na direção do meu amigo notando que ele estava com o braço
deslocado, e um corte não profundo no braço, graças a Selene!
— O que aconteceu? — disse me abaixando ao seu lado, vendo-o
tossir cuspindo sangue.
— O que aconteceu? Porque não me contou que tinha um noiv-o...
— Leon sussurrou cuspindo um pouco de sangue, o ajudei a levantar-
se apoiando seu corpo, no meu.
Acho que ele fraturou uma costela, Leonardo está mais
machucado do que realmente aparentava.
— Não tenho um noivo! — com a voz baixa e calma, digo vendo o
sorriso irônico nascer em seu rosto.
— Diz isso para o cara loiro que mandou dois "amiguinhos" dele, que
por ironia do destino são montanhas! — suas palavras expressava
uma certa raiva.
— Desculpa por isso. — não tenho noção do que ele está falando,
mesmo assim me desculpei, meu coração se contraiu com a certeza
de que: Estevan esteve aqui.
— Meu Deus, você está um caco! — Elena confirmou o que
sabíamos. Vindo em nossa direção, segurou Leon pelo outro lado, e
me ajudando a levá-lo até o carro.
— Porque será né Ella? — Leonardo dizia com ódio ao me olhar.
Suspirei de raiva, estou tentando ajudá-lo e ele fica me provocando?
— Cala a boca, você que me beijou! — digo entre dentes assim que
Elena abriu a porta traseira do carro, me ajudando a colocá-lo
sentado no carro.
— Você beijou a Ella? — Elena perguntou fechando a porta do carro
onde Leon estava, e logo entrou no banco passageiro da frente, dei
partida para longe desse lugar. Precisamos de um hospital.
— Isso não justifica você ter mandado o seu noivo, porra, era só
conversar comigo Ella. — Leonardo fechou a cara, com uma
expressão de dor.
— Desculpa por isso. — falei com a voz embargada. Não tenho noivo,
mas me toquei que explicar isso para Leonardo era impossível nesse
momento.
O que poderia dar errado em uma noite entre amigos não é
mesmo Ella? Idiota! Como é possível? Nem conhecia o Conde
pessoalmente e ele já estava controlando minha vida?
Agora minha prioridade é leva Leonardo para um hospital e volta
para casa o quanto antes, talvez se eu me afastar dele, Estevan o
deixe em paz! Nesse momento surgiu três certezas que rondavam
meu coração de uma forma incompreensível. A primeira é que o
conde está em Nova York, isso se tornou um grande fato. A segunda
é que Estevan vai vir ao meu encontro, isso sem sombra de dúvidas. E
a terceira, é que seu cheiro é tão embriagante, que não sei se vou
conseguir me controlar quando o encontra. Esse vampiro idiota, não
pode querer me controlar dessa forma.

***

— Como sabia que Leonardo estava caído no beco? — Elena me


perguntou me olhando andar de um lado para o outro.

Estou muito nervosa! O fator primordial, é que o Conde Estevan


Russell, estar na mesma cidade que eu, e isso não me deixa ficar
sossegada.
— Não sei, talvez seja instinto. — minto, bom, não completamente,
de uma certa forma era verdade, foi meu instinto.
— Ella acalma-se! — Elena suspirou. — Leon só fraturou o braço. —
completou me fazendo bufar, sentei novamente do seu lado.
— Eu sei. — digo colocando minha cabeça entre minhas mãos.
Elena não entenderia! Nem eu entendo o que está acontecendo
aqui. Estou um verdadeiro fiasco por dentro. Um humano quase
morreu por minha culpa. Ainda sinto a adrenalina no meu corpo me
lembrando a todo momento a quem eu realmente pertencia. Meu
coração acelerado, meu estômago tendo suas reviravoltas, sintomas
que entregavam a chegada do Conde. Minhas mãos estão suadas, e
sentia uma leve descarga elétrica pelo meu corpo, acho que não
preciso dizer o quanto minha loba está agitada, eufórica e
transtornada.
— Acho que você precisa conversa com Leon, eu entendo que você
queira nos contar que é noiva e... — a olhei interrompendo-a, já
perdi a conta de quantas vezes disse que não tenho noivo.
— Já disse, não tenho noivo! — revirei os olhos.
— Bom, não foi isso que o Leonardo falou. O médico já veio avisar
que ele está bem, vai lá, e converse com ele... quando você voltar, eu
vou está aqui! — Elena se levantou pegando em minhas mãos, me
puxando para que eu me levantasse.
— Elena.... — sussurrei reclamando ao me colocar de pé.
— Bom, não vou está necessariamente aqui, mas estarei na
lanchonete do hospital!
— Lanchonete? — perguntei vendo-a sorrir.
— Eles têm um sanduíche maravilhoso! — ela me abraçou. — Se
resolvam.
E assim ela se foi, evidentemente fui trocada por um sanduíche. Não
acredito que isso realmente está acontecendo, que dia mais horrível!
Caminhei em passos lentos até o quarto do Leonardo enrolando o
máximo de tempo. Não queria enfrentá-lo, só de imaginar que ele
está aqui agora por minha culpa, me deixa com o coração na mão,
nunca quis machucar ninguém! Me sinto a pior das criaturas, e olha
que eu não tive envolvimento direto no ataque!
— Leon? — abri a porta do quarto, vendo ele mexer no seu celular,
aparentemente sério.
— Não acha que já causou problemas demais? — Leonardo falou
com repulsa, o que me fez fechar a porta.
— Sério? Não seja infantil. — o olhei caminhando até sua frente,
parei ao lado da maca hospitalar que ele estava.
— Agora que falar de infantilidade? Ótimo! — Leonardo se sentou
ironicamente, suspirei caminhando para a poltrona ali perto.
— Você está sendo infantil. — digo o olhando seriamente, não tenho
paciência para conversar com um Leon cheio de ironia.
— Infantil? Não foi eu que saí correndo depois de um beijo. — disse
com drama, arqueei uma sobrancelha.
— Mas... — Leon me interrompeu com um gesto.
— Ella, era só conversar comigo e dizer que não queria nada demais,
eu iria respeitar sua decisão! Não precisava mandar seu noivo
juntamente com seus capangas! — Leon parecia sincero, suspirei
derrotada.
Não adiantaria nada! Ele vai continuar insistindo nessa história de
noivo. Poderia dizer mil vezes que não tenho noivo, ele sempre vai
repetir a mesma coisa. Então fiz o que era sensato, e apenas acenei
com a cabeça, do que adiantaria negar? Olhei no fundo dos seus
olhos e falei com toda sinceridade que havia dentro do meu coração.
Afinal, me sinto culpada! Leon se machucou por minha causa.
— Desculpas... eu não tive essa intenção. — abaixei minha cabeça,
assim que ele abriu um sorriso amigável.
— Tudo bem, eu não deveria ter beijado você. — Leonardo me olhou
de uma forma intensa, sinto minhas bochechas corarem, de
vergonha. — Me desculpe por isso!
Logo alguém bateu na porta, atraindo nossa atenção.
— Entra. — digo fazendo um barulho com a garganta, Elena entrou
sorrindo indo em direção ao Leon colocando sua bolsa no pé de sua
cama.
— Então, já se resolveram? — perguntou fazendo me sorrir,
juntamente com Leon.
— Sim. — Leon confirmou me olhando com cumplicidade.
— Ótimo, já temos nossa primeira história. — Elena deitou sua
cabeça no meu colo.
— História? — perguntei rindo, como ela poderia achar isso uma
história boa?
— Ella, uma história só é boa quando paramos no hospital! Dessa vez
o Leonardo foi o sortudo. — ela fechou os olhos para receber meus
cafunés nos seus fios loiros. — Quem sabe na próxima vez não seja
você! Ou até mesmo eu... só venho ao hospital se for por coma
alcoólico.
— Você tem um conceito diferente do meu no quesito diversão. —
Leon murmurou com uma carranca.
— Nem me venha com isso, paramos no hospital acabados e com
uma fratura. Vamos passar a noite aqui, não tem história melhor que
essa meu amigo! — Elena afirmou, o que me fez rir, e negar com a
cabeça. Olhei para a rua escura através da janelas do quarto.
Algo me diz que uma história vai começar Não sei, talvez não
tenha como fugir do destino Ella. O caso é saber o que o destino
reserva para nós.
Capítulo Nove

O bom do recomeço é que ele nunca vem na hora que necessitamos,


Nunca aparece na hora que realmente almejamos!
Mas afinal de contas se ele viesse da forma que realmente
esperássemos, não seria um verdadeiro recomeço, seria algo
planejado?

Mih franklim

A chuva que caía ao lado de fora do meu apartamento, é calma e


lenta, os pingos delicados e aparenta serem feitos na medida certa,
escorriam pelo vidro da janela como se fossem programados. Com
toda certeza, esse ato tinha um significado a mais.
Por trás de algo simples revelava pureza, cautela e uma
delicadeza absurda! Como era possível uma simples gota de água
exercer tanta perfeição? Seria realmente uma programação divina
para esse ato acontecer? Então todos seres viventes realmente
seriam programados? Teriam seus destinos traçados antes mesmo de
serem gerados? Tudo então não passaria de uma completa
manipulação como fantoches dos deuses?
Meu domingo se tornou pensativo, um dia cheio de reflexões feita
com uma certa destreza na intenção de entreter minha mente com
pensamentos ridículos do meu longo fim de semana. Mas,
simplesmente não consigo esquecer nada que aconteceu! Nem
mesmo meu delicioso café, e a maravilhosa vista de um dia chuvoso
tem feito minha cabeça descansar.
Sexta-feira assim que levei Leonardo no pronto socorro,
conversamos e eu pedi desculpas mesmo que não tenha
necessidade. Fiquei a noite no hospital e Elena me fez companhia,
Leon só teve alta no sábado depois do almoço, assim que deixei ele
em casa, levei Elena para a casa dela, e cheguei no meu apartamento
acabada.
Estou cansada, e meus pensamentos estão me matando! —Talvez
eu deva me render ao Conde— Fala sério, você nem viu ele
pessoalmente, Ella Johnson Underwood, se controle já. Ele nem vai
aparecer, afinal eu sei que ele está na cidade e se quisesse com toda
certeza já teria dado as caras.
Ele nunca vai aparece e você poderá viver normal correto?
Errado...
Errado nada, correto!!
Balancei a cabeça assim que me levantei do chão com a minha
xícara de café na mão, a vista da cidade era linda e confesso que
amava o tempo de chuva. Como eu disse, meu fim de semana foi
uma grande merda! Dormi sábado o dia todo e graças a Selene
Estevan não apareceu até agora, tenho a sensação de que ele nunca
aparecerá, certamente será o melhor!
Agora já é de tarde, e estou entediada na minha sala com o meu
pijama de corações é um belo par de pantufas de pandas nós pés.
Quem me vê assim nem diria que tenho 20 anos! Meu nariz está
ardendo, e tenho certeza que vou gripar pela chuva de ontem.
Vejamos, a filha do Supremo vai ficar doente por uma gripe? Até os
maiores heróis tem suas fraquezas.
— Atchim... — inspirei, assim que me sentei no sofá, coloquei uma de
minhas mãos em minha testa. — Sabia!
Me levantei sentindo um cheiro família, era meus pais? Caminho
em passos rápidos até a porta abrindo-a de uma vez, dando de cara
com um sorriso lindo da minha mãe.
— Ella... — mamãe se jogou em meus braços, o que me fez sorri,
fechei os olhos pelo conforto do seu abraço.
— Eu falei que ela não pode morar sozinha... olha o estado da nossa
filha. — meu pai murmurou me abraçando com força.
— Francis, nunca diga a uma mulher o quanto ela está acabada! —
mamãe o repreendeu.
— Mãe. — a olhei incrédula, recebendo um extenso sorriso seu.
— Você está linda minha filha. — minha mãe afirmou, assim que a tia
Mia me abraçou.
— Não ligue para eles, você está muito linda Ella. — minha tia disse
sorrindo, logo recebi um abraço do tio Mateus.
— Realmente, se tornou uma bela mulher. Ainda me lembro do
toquinho de gente que você era. — tio Mateus falou bagunçando
meus cabelos, sorrindo fechei a porta assim que todos entraram para
dentro do meu apartamento.
Eu já disse que me sinto uma criança perto dos meus pais? Esse
sentimento não é muito bom!
— Onde está Chloe e Lizzie? — perguntei sorrindo para eles que se
acomodaram no sofá. —Elas não vieram?
— Não foi uma visita casual meu amor! — minha mãe dizia com
calma, me sentei ao seu lado.
— Então o que vieram fazer em Nova York? —perguntei olhando
para eles.
— Direta, igual ao pai. — tio Mateus demonstrou um certo
divertimento na sua voz.
— Vamos passar duas semanas na alcateia da França, a princípio e
para resolver uns problemas. — papai disse se aconchegando ao meu
lado no sofá.
— E porque minha mãe está indo com você? —perguntei quando
minha mãe se fez de desentendida.
— Porque ela é minha Luna, e tem que está ao meu lado sempre. —
olhando com ternura para minha mãe, papai suspirou sorrindo.
Sério que estou segurando vela para meus pais?
— Isso, e também porque Amélia Schweitzer faz parte da alcateia da
França, digamos que ela já teve um caso com seu pai.— minha tia
tinha um olhar de cúmplice em direção a minha mãe.
— Isso já faz 21 anos! — papai se pronunciou revirando os olhos.
— Ela te agarrou dentro da nossa casa. — com a voz nervosa, minha
mãe cruzou seus braços, me fazendo rir.
— Com certeza, você fez o certo não é mesmo Luna? — com ironia
tio Mateus, sorria ao olhar para minha mãe.
— Um pouco exagerado, no meu ponto de vista. — meu pai disse
atraindo a atenção da minha mãe que o olhou mortalmente.
— Espero que não esteja defendendo aquela loba oferecida Francis
Underwood. — mamãe dizia esbanjando ciúmes.
— Não estou meu amor, você sabe que foi extremamente
recompensada por seu ato de coragem e bravura! — assim que meu
pai deu um sorriso malicioso para minha mãe, a mesma ficou
parecendo um tomate.
Ai gente, não quero ficar traumatizada aqui!
— Não fale essas coisas perto da nossa filha! — mamãe esbravejou
com vergonha.
— O que ela fez? — perguntei rindo da conversa deles.
— Antonella expulsou Amélia pelos cabelos. — minha tia ria,
parecendo reviver a cena.
Sorrir quando olhei para todos que parecem se lembrar da cena
nostálgicos, faltou apenas Chloe e Lizzie para fazerem meu dia se
tornar melhor!
Capítulo Dez

Viva o hoje com uma intensidade,


Descubra que a vida vai além da vaidade,
Seja completa,
Seja inteira,
Prove a doce reciprocidade!

Mih Franklim

Um novo dia havia começado, e como uma boa cidadã americana,


apertei o botão de iniciar e foquei em esquecer tudo o que me
aconteceu no fim de semana. O que não foi fácil, acho que apertar
um reset em um computador é mais fácil do que esquecer o que
passei. Tentei apagar as possíveis suspeitas de que o Conde possa
está realmente na cidade, apaguei o beijo com Leon, apesar de tudo,
foi só um beijo. A visita dos meus pais a tarde foi ótima! Minha mãe e
minha tia conversaram a sós comigo, e contei para elas sobre o beijo.
Minha mãe como sempre me contou uma boa história do seu
passado, dessa vez ela disse que o tio Hugo e ela tiveram um caso
antes dela conhece o papai. Isso me fez me sentir menos culpada
possível! Então diria que sua história veio em um bom momento.
Uma segunda-feira nublada, e aconchegante, um tempo um
pouco frio, porém, como adoro frio isso é ótimo. Ainda não consigo
fazer um coque, evitei o máximo que a recepcionista do término me
visse. Tudo o que eu não preciso, é de uma reclamação por causa do
meu cabelo solto!
Pela manhã conversei com a Chloe, ela me contou como está
sendo difícil ser a Suprema em treinamento. Contudo, sei que tem
mais coisas envolvidas, ela acha que nunca notei a forma que ela olha
para o Derek. Lizzie sumiu, ela não me liga mais com frequência, deve
se porque está noiva, não desgruda do seu companheiro! Já o
Leonardo me pediu desculpas pelo beijo roubado, e eu desculpei por
tanto que não se repita de novo.
Estou na empresa e já tinha voltado do almoço, dando de cara
com a grande correria que está esse lugar! Me parece que o dono da
empresa chegou hoje, e já de cara teve que assumir as ações com
alguns acionistas da empresa. Ou seja, ele ficou até agora em
reunião, e isso faz com que todos os funcionários sofram por ter que
trabalhar muito mais.
— Ella? — olhei para Elena que entrou em nossa sala atraindo a
atenção de Alice e Allan quando parou em frente à minha mesa.
Ela parecia preocupada.
— Oi? — digo a olhando de cima a baixo.
— Você aprontou alguma coisa? — Elena perguntou.
— Não que eu saiba, porque? — me joguei para trás suspirando.
Eu havia feito algo de errado?
— A senhorita Vilela, a secretaria do CEO acabou de pedir sua
presença na sala do chefe. — Elena dizia demonstrando sua
preocupação.
— Santa Selene... — sussurrei sentindo meu coração disparar. — Eu
fiz algo de errado? Ahhhh FAZ UM COQUE NO MEU CABELO AGORA!
— entrei em desespero, Alice se levantou e parou atrás do meu
corpo tocando com calma meus ombros.
— Se acalma Ella! — disse pegando meus cabelos começando a fazer
um coque, prendendo com um lápis.
— Eu sabia... não acredito que vou ser demitida por causa de um
coque de cabelo! Espera tem como ser demitida por causa de um
coque? — perguntei desesperada para Elena que sorriu tentando me
confortar.
— Por causa de um coque não... — Elena disse, suspirei de alívio. —
Porém, por desobedecer uma norma da empresa sim! — completou.
— Ahhhhh. — coloquei minhas mãos sobre meu rosto.
— Você não está ajudando. — Allan se levantou e veio até nós, se
sentando na beirada da minha mesa. — Gatinha, não se preocupe,
tenho certeza que você não vai ser demitida! — ele falou segurando
minha mão.
— Já tem mais de nove dias que trabalho aqui e nunca vim de coque
Allan... — fechei os olhos apertando a mão do Allan. — Se eu for
demitida, gostaria de falar que você é muito legal, e ainda quero te
apresentar para minhas irmãs. — ele sorriu.
— Conhecer suas irmãs? Acho que já conheço a melhor das
trigêmeas. Você é demais Ella, não se preocupe, tudo vai dá certo. —
confortou-me, se levantando para me dar um beijo amigável na
bochecha.
— Prontinho... para quem só tem um lápis, ficou até bom. — Alice
me olhava analisando o coque que fez em meus cabelos apenas com
um lápis.
— Me desejem sorte! — caminhei até a porta com o coração
acelerado, não sei porque mais estou temendo algo.
— Estarei te esperando. — Elena saiu juntamente comigo, logo foi
para sua mesa na recepção. — Ella? — minha amiga me chamou
assim que apertei o botão do elevador. — Boa sorte!
Acenei ao entrar no elevador vazio. Por incrível que pareça, estou
completamente nervosa, ótimo, estou nervosa para se demitida.
Minhas mãos estão suadas e tenho um leve formigamento na
barriga, pode se igualar a borboletas, já que ultimamente as
borboletas não me abandonam, elas fazem morada em meu pobre
estômago. E isso de certa forma vem me incomodando muito.
O percurso foi feito de uma forma torturante a sala do CEO
parece ficar a quilômetros de distância de repente, tudo ficou mais
lento, tenho 99% de certeza que posso ser demitida! Isso seria
horrível, demoraria conseguir outro emprego, e não quero trabalha
na empresa do meu pai, assim como não quero ter que volta para a
alcateia.
Minha Santa lobinha rainha das transformações, a que brilha em
toda lua cheia, me ajude a não perder meu emprego!
O elevador chegou no andar atraindo minha atenção, saio das
portas de aços desnorteada, sentindo uma leve descarga de tremor
por meu corpo. Tentei fareja o ar de forma discreta para ver se tinha
algum ser sobrenatural por perto, e não tinha nenhum.
Menos mal!
— Senhorita Johnson? — a secretária que conheci no primeiro dia
atraiu minha atenção. Catarina Vilela, não estava tão vulgar como da
outra vez.
Seria um milagre divino?
— Pois não? A senhorita Ritz me comunicou que solicitaram minha
presença! — um nó parecia ter se formando em minha garganta,
tentei deixar minha voz o mais natural possível.
— O CEO está te esperando em sua sala. — ela me olhou, e sorriu. —
Já pode entrar!
Sua voz tinha uma ironia que me dava repulsa, comecei a
caminhar até a sala do CEO entrando na mesma sem bater na porta.
—Me mataria por isso!— Agora vou ser demitida por falta de
educação também, fechei a porta atrás de mim tentando não fazer
muito barulho. Pude analisar rapidamente todo o local, e diria que é
um belo e exagerado escritório, até meus olhos pararem na mesa a
minha frente, a cadeira estava virada para trás e o CEO estava
pegando alguns documento sentado em sua cadeira, o que me fez
engolir em seco.
— Com licença... — digo com a voz baixa tentando ser educada. —
Mandou me chamar?
A cadeira se virou lentamente, dei dois passos para trás
esquecendo da porta que havia logo atrás de mim, meu corpo se
chocou contra a porta assim que andei de costas desfazendo o coque
nos meus cabelos deixando que o lápis caísse no chão, fiquei
completamente sem ar.
Posso morrer agora! Aí está ele, impecavelmente sem nada em
seu corpo fisicamente ter mudado. Seus cabelos loiros e
desajeitados, sua pele era muito branca e seus lábios um pouco
ressecado, já seus olhos azuis estão mais escuros. O azul que me
hipnotizou quando vi sua fotografia pela primeira vez, um terno
preto que ficava completamente alinhado em seu corpo o deixava
sério e incrivelmente sexy. O sorriso que surgiu em seus lábios
poderia me derrubar no chão, agradeço mentalmente por estar
escorada na parede e não ter caído.
Poderia está babando agora, ou eu deveria está babando, Okay!
Tenho certeza que estou babando. A quem eu quero enganar!? Ele é
a criatura mais bela que já vi! Tentei o máximo me recompor, mas só
depois de olhar cada parte do seu corpo, cada detalhe que ele tinha
assim como o anel vermelho em seu dedo, com toda certeza eu estou
olhando demais. Sem conseguir assimilar uma frase concreta, minha
mente só consegue desenvolver a frase mais adequada para a
ocasião.
Puta merda.
Minhas mãos estão geladas e meu corpo está em estado de
choque! Eu devo admitir que ele é muito mais bonito pessoalmente.
Pelos deuses, estou vendo um portal para o paraíso na minha frente?
Alguém me ajude a fugir desse local? Por favor!
Estevan Russell tem uma beleza estupenda, um homem incomum
loiro, de pele bastante clara, é bastante alto, com toda certeza
pareço uma anã perto dele! Seus cabelos loiros estão bagunçados,
tenho uma tremenda vontade de tocar nos fios dos seus cabelos,
para ver se realmente são tão macios quanto aparenta ser.
Obviamente estou o encarando demais, porque não sinto o seu
cheiro? Merda, eu quero sentir seu cheiro, porque ele escondeu?
Que tipo de magia é essa? Será que não vou sentir seu cheiro? —
Nossa, Ella— dessa maneira você parece uma obcecada.
Logo alguém bateu na porta atraindo nossa atenção. Quem veio
me salvar? dessa tortura que meu coração está passando juntamente
com minha loba?
A porta logo se abriu, o que me fez ir um pouco para o lado
desconsertada, dando a passagem para a pessoa entrar. Eu preciso
recobrar a consciência o mais rápido possível com toda certeza
pareço uma abóbada que acabou de descobrir a fonte mais preciosa
da terra! Olhei novamente para Estevan que pareceu achar graça de
toda minha reação, o filho da puta sabia que eu trabalharia aqui?
Céus, que idiota. Voltei meu olhar para a secretária dele que parecia
não entendeu o que está acontecendo, já que ficou me olhando por
um tempo até começar a falar.
Está tão notório assim? Acho que estamos dando na cara demais
toda essa tensão que exala no ambiente.
— Sr. Russell, aqui estão os dados da senhorita Johnson. — a
senhorita Vilela falou lhe entregando uma pasta, creio que seja
minha documentação. Fiz menção de olhar cada gesto dos dois.
Minha Santa lobinha, que descarada! Essa mulher se abaixou
tanto, que fui capaz de ver o seu útero dizendo: olá Ella, da forma
que sua saia se levantou. Tenho certeza que a visão do Conde foi um
belo par de peitos do tamanho de duas melancias. Talvez eu esteja
adquirindo uma pequena raiva pelos humanos o que me
surpreendeu foi o rosnado que saiu dos meus lábios atraindo a
atenção dela e do Conde que me olhou, mostrando um certo
divertimento. Está achando graça do que? Vampiro idiota!
— Dor de garganta, desculpas. — digo a primeira coisa que vem em
minha mente, e logo fingi uma tosse falsa.
De imediato sinto minhas bochechas corarem, Estevan me
encarou profundamente fazendo menção de não desviar o olhar um
segundo sequer. Santa Selene, cadê o buraco para me enfiar nele, e
nunca mais sair? Estevan está me encarando com tanta intensidade,
que sinto minha pele se esquentar. Até a senhorita Catarina Vilela,
furar nossa bolha como se fosse um alfinete bem pontiagudo.
— Sr. Russell? — perguntou cortando o clima.
— Obrigada senhorita Vilela, pode retirar-se. — Estevan disse com
naturalidade, assim que sorriu para sua secretária.
Prefiro não descrever o que se passou na minha cabeça, ou o quê
se passou no meu corpo, assim que escutei sua voz. Deixei meu olhar
acompanhar a senhorita Vilela, que saiu desse ambiente com um
pouco de repulsa.
— Bom... — Estevan começou a dizer, assim que a senhorita Vilela
fechou a porta. — Sente-se senhorita, Johnson. — sua voz tinha uma
certa ironia, o que me fez revirar os olhos e suspirar.
Ele não está fazendo esse joguinho? É, ele realmente está fazendo
esse joguinho! Me encaminhei em passos lento, na tentativa de
transparecer não me importava com a sua presença, o que resultou
em um quase 'tombo' onde meu rostinho iria de cara no chão. O
olhei com uma certa ironia, colocando minhas mãos no meu colo
assim que me sentei de frente para ele, que pegou os papéis que sua
secretária deixou, e começou a ler como se fosse realmente algo
importante.
— Vai me demitir porque não cumpri a regra da empresa? — me
olhou arqueando uma sobrancelha como se não soubesse do que eu
estava falando. — Você sabe, sobre o coque no cabelo! — digo
revirando os olhos, assim que ele sorri.
— Não acha que está se pronunciando com muita ironia senhorita
Johnson? — Estevan perguntou retoricamente, arqueei uma
sobrancelha de forma duvidosa. — Isso tudo porque pertence ao
dono da empresa? Uma lástima! — falou esbanjando malícia.
Mesmo sentindo uma enorme euforia, tentei transparecer calma.
O que, de verdade, eu não tinha no momento.
— Não pertenço ao dono da empresa e muito menos sou um objeto
para ser taxado como de alguém. — tentei focar meu olhar em um
ponto fixo, atrás do seu rosto. — Então suponho que se não tenha
algo sério para me falar, eu devesse voltar ao meu trab...
— Na verdade. — o Conde me interrompeu pegando um papel
entregando nas minhas mãos. — Você errou a contabilidade dessa
semana, talvez seja porque está cansada, do seu fim de semana, não
é?
Peguei a folha vendo que foi um pequeno erro na contabilidade,
fiquei envergonhada por ter errado, mas logo o olhei nervosa por ter
mencionado, meu fim de semana.
— A propósito, como está seu amigo? — o vampiro idiota perguntou
sorrindo de lado, era notório sua ironia. Céus!
— Minha vida fora da empresa, não lhe diz respeito Sr Russell. —
falei com um voz ironia, que o fez me olhar de forma intensa.
— Ai que você se engana, a propósito! Peço perdão por minha
demora, sei que ficou a minha espera. — Estevan disse como se
soubesse de todos os sentimentos que rodearam meu coração neste
fim de semana.
O pior, é que sei, ele sabe como me sentir!
— Como você faz isso? — perguntei me aconchegando um pouco
mais, na poltrona assim que cruzei minhas pernas.
— Isso o que, lobinha? — respondeu me olhando atentamente, o que
me fez ignorar a forma que as palavras, saíram sensualmente dos
seus lábios.
Acho que já posso morrer.
— Como escondeu seu cheiro? — afirmei vendo ele se levantar e
andar calmamente, servindo-se um pouco de uísque.
Era inevitável não olhar cada detalhe das suas costas, cada passo
que ele dava, era como um mantimento para minha loba pular.
Estevan parou na minha frente, se apoiando na mesa do seu
escritório, me olhou seriamente e bebeu um pouco do seu uísque.
Olhava com atenção cada gesto calculado seu, me toquei que
estávamos perto demais. Um sorriso malicioso surgiu em seus lábios,
me olhando, Estevan respondeu com calma. Parece que ele está
empenhado em me provocar. Santa Selene, devo dizer, que se esse
Conde acha que consegue me provocar com essa voz extremamente
viciante e sexy ele está nitidamente certo, é assim mesmo que ele vai
me provocar.
— Já está com saudades de sentir meu cheiro? — o lindo sorriso que
nasceu em seus lábios, me fez querer tocá-lo, e bater nele ao mesmo
tempo.
Só queria entender porque minha loba não sossega. Loba
assanhada!
— Você não é isso tudo não! — nem eu tenho certeza das minhas
palavras, Selene sabe que ele é isso tudo, minha Santa loba de
guarda, olha essa boquinha.
— Tem uma babinha aqui... — Estevan disse tocando lentamente
meu rosto, o que me causou uma explosão de euforia com a
descarga elétrica do seu toque gelado sobre minha pele quente.
Mil borboletas parecem que se espalharam por todo meu corpo,
tinha borboletas até mesmo no meu cérebro, isso tudo quando ele
simplesmente tocou meu rosto, hipnotizado por um momento ele se
aproximou como se fosse me beijar fiquei completamente
desnorteada, mas logo me levantei desconcertada interrompendo
um quase beijo. Selene sabe como seria difícil resistir a ele se eu
beijasse aquela boca! Arrumei meus cabelos tirando eles do meu
rosto, assim que percebi que estou completamente quente, e com as
bochechas em chamas.
— Se não for me dizer, tudo bem, acho que vou voltar para meu
trabal... — me interrompendo, o Conde tentação caminhou até porta
assim que eu a abrir, para sair.
— Não precisa fica nervosa. — sussurrou assim que fechou a porta,
ele parou na minha frente me olhando sem quebrar o contato visual.
A intensidade ao qual ele me olhava, não deixou dúvidas que ele
estava no mesmo transe que o meu, meu coração estava acelerado e
disparou ainda mais quando ele parou em minha frente encurtando o
espaço que tinha entre nós. Estava encurralada, e a porta do meu
lado fechada! —Sem escapatória!— Seria a hora perfeita para fingir
um desmaio?
— Eu fui resolver isso... — falou me mostrando o anel que tinha uma
pedra vermelha em em seu dedo.
— Fez isso para esconder seu cheiro? Então isso é um sinal que não
quer nada comigo, certo? —perguntei não conseguindo quebrar o
contato visual.
Uma parte de mim queria que ele estivesse escondendo seu
cheiro, queria que ele não quisesse aprofundar a nossa ligação,
mesmo que isso fosse machucar minha loba, mesmo que isso me
deixasse por um bom tempo triste, era o que meu lado sensato
almejava. Já a outra parte em meu ser queria que Estevan tirasse a
porcaria desse anel para que eu pudesse enfim identificar seu
cheiro. Vai por mim, ficar euforia sem sentir o seu cheiro, sem deixar
que minha loba identifique o seu aroma é uma tremenda tortura. O
olhei assim que ele sorriu colocando uma mão por cima da outra, e
retirou lentamente o anel, não demorou nem um segundo para que
eu sentisse seu aroma completamente inebriante me invadir por
inteiro.
Minha loba ficou eufórica, no mesmo momento fechei os olhos,
não querendo encarar seus olhos azuis, sabia que assim que meu
olhar cruzar com o seu, meu corpo e minha alma iriam se entregar
para ele! O cheiro inebriante que exalava dele estava me sufocando
ao ponto de fazer meu estômago explodir. Pequenas descargas
elétricas de tremores passavam por cada fibra da minha pele, e tudo
se intensificou quando seus lábios gelados tocaram levemente meu
pescoço com uma leveza absurda! Ele estava me torturando, era
nítido que ele queria que eu abrisse os olhos, para que nossas almas
se reconhecem como destinadas.
— Estevan... — era para minha voz sai com um tom de repreensão,
era para eu empurrá-lo, e sair dessa sala, mas eu conseguir?
Não! Minha voz saiu como se fosse uma gemido ao qual
demonstrava a ele que o meu corpo estava entregue a cada gesto
que ele fazia, cada toque que sentia, minha loba gritava para sair de
dentro do meu ser, e reivindicar Estevan como meu, como se ele me
pertencesse. Tudo se tornou mais torturante quando ele me
encurralou mais na parede colocando uma mão na minha cintura, e
colando nossos corpos.
Novamente estou sem saída, com a parede em minhas costas, e
Estevan a minha frente, beijando meu pescoço e me segurando pela
cintura como se eu fosse rendida a ele. E de fato, isso que parece!
— Abra os olhos, Ella. — disse assim que seus lábios gélidos pararam
de beijar minha pele, sua voz é ofegante e autoritária, não havia
dúvidas que ele exalava um certo controle sobre mim.
Controle esse que não haveria forma de evitar!
— Meu. — um suspiro alto saiu dos meus lábios, assim que abrir os
olhos, e por longos segundos sinto minha loba sendo liberta ao se
perder, nos olhos azuis que ficaram brevemente vermelhos de
Estevan.
— Completamente seu, minha lobinha... — ainda me olhando, minha
respiração intensificou-se quando percebi que ele iria me beijar.
Nossas almas haviam se reconhecido como pertencentes uma da
outra, o primeiro passo da ligação já estava feito! Agora ficaria mais
difícil ainda correr de Estevan Russell.

Capítulo Onze

O que era para ser, será!


Não podemos prever, nem evitar!
O futuro nos pertence, só basta recomeçar.

Mih franklim

Chloe

— Se você não para de fica me olhando dessa maneira, eu juro que


vou tacar essa papelada toda na sua cara. — bufei olhando para
Derek.
— Está realmente nervosa hoje. — Derek falou se sentando no sofá
que tinha no escritório do meu pai.
— Estou, e você, já pode se retirar. — digo o olhando, me levantei
pegando alguns arquivos.
Nunca imaginei que se tornar a Suprema, seria algo irritante. Só
hoje já resolvi centenas de assuntos de alcateias que nem são desse
país. Isso é realmente cansativo. Coloquei Lizzie para fazer a ronda
matinal, e a mesma foi resolver os problemas na cidade, já que ela
está ficando conhecida por turistas, o que não é algo bom para nossa
alcateia escondida.
Precisaria achar um jeito de tirar a cidade do mapa de novo, isso
era necessário. Muitos turistas humanos estão vindo acampar, e não
queremos nenhuma morte por negligência nossa. E digamos, que
passar por tudo isso, e ter que olhar para a cara do Derek, não está
me ajudando nada.
— Chloe... — o feiticeiro perdição, se levantou e parou em minha
frente.
— Você está atrapalhando a passagem. — suspirei tentando o
empurrar, mas Derek não se moveu.
Essa aproximação não poderia resultar em algo bom. Seu leve
aroma, e o calor que emanava do seu corpo está me deixando
agitada e excitada. Selene tira esse canalha da minha frente!
— O que está acontecendo com você? Por que está me evitando? —
perguntou segurando meu rosto, arfei sentindo o toque das suas
mãos.
— Não seja idiota Derek! Tira a mão de mim. — desviei-me de suas
carícias, recobrando um pouco de fôlego que não tinha no
momento.
Parei em frente a uma prateleira de livros, e peguei uma pasta de
registros que está no alto tentei o máximo desviar minha atenção do
Derek que está me 'perturbando' a muito tempo. Eu diria assim que o
sol raiou, ele já veio para minha casa me encher a paciência, e olha
que estou sendo bastante paciente com ele! É fato que ele quer algo
a mais comigo, e é óbvio que sinto saudades do que tínhamos. Seu
corpo, seu calor, suas mãos e a forma que elas eram ágeis quando
exploravam minha pele. Mas, não! Não depois de ter superado essa
antiga relação tudo isso aconteceu a cinco anos atrás.
— Derek... — um suspiro saiu dos meus lábios quando suas mãos
envolveram minha cintura me trazendo para perto do seu corpo.
O calor do seu corpo, fez minha loba pular! Senti todo estresse
sumi de imediato, assim que sua pele se chocou contra a minha. Me
virei de frente para ele ainda um pouco relutante, não queria me
entregar assim de uma forma fácil. Porém, uma parte do meu ser
precisava sentir seus toques. Parte do meu corpo queria me acalmar,
e beijar seus lábios depois de tanto tempo. Então fiz o que essa parte
do meu corpo queria, me entreguei ao momento fechando os olhos
quando envolvi minha mãos por seu pescoço deixando que seu
aperto na minha cintura aumentasse.
Talvez eu me arrependa disso.
— Relaxe Chloe... — Derek sussurrou, assim que colou seus lábios
lentamente nos meus, iniciando um beijo lento e calmo. Céus, como
eu tinha sentido falta do seu beijo!
Meu corpo se contraiu, e a saudade que tinha por Derek Wallet
durante esses cincos anos, parece que foi embora em um segundo.
Somente agora me dei conta de como seus lábios são algo que eu
precisava para sobreviver. Derek tem um beijo lento, mais firme e
selvagem. Sem dúvidas sua pegada é capaz de me levar aos céus, e
tudo isso foi comprovado quando ele apertou minha bunda deixando
que minhas pernas enlaçassem na sua cintura.
— Estou com saudades... você não tem noção. — suas palavras foram
proferidas com uma voz rouca.

Somente Selene sabe como suas palavras me afetaram, se Derek


estava com saudades. O que sinto não tem uma palavra para se
qualificada, já passou do patamar saudades a tempos.
Derek me colocou no sofá do escritório, e voltou a me beijar com
volúpia, já me encontrava sem fôlego, minhas mãos desciam e
subiam por seus ombros o despindo, nesse momento sou capaz de
pegar fogo somente por tocar-lo. Derek é o tipo de homem que te
levaria a loucura somente com o olhar! Sua pele é bronzeada da cor
do pecado, e sem dúvidas estou me afundando nesse mar de
perversidade, cheio de pecado.
Tínhamos necessariamente pressa em ter um ao outro, são cinco
anos oras, meus toques tinham necessidades de sentir sua pele
quente e macia, o que resultava em gemidos cheios de tesão, em um
tom baixo ao serem proferidos dos meus lábios.
Derek começou com suas distribuição de beijos por meu pescoço,
de uma forma rápida e sensual, ele deixava chupões por minha pele o
que me fez fechar os olhos temporariamente, e deixar que minhas
mãos subissem por seu pescoço com o intuito de sentir sua pele, o
que deu errado, já que meus dedos acabam enrolando no seu
cordão. Sorrindo por te me atrapalhando puxei minhas mãos
tentando desembolar meus dedos, Derek não ligou, e acabou
descendo mais com o rosto, puxando a fina corrente do seu cordão o
quebrando em minhas mãos.
— O seu cordão... — o olhei hipnotizada, meu coração disparou, e
minha loba uivar dentro do meu ser, seus olhos finalmente se
encontraram com o meu ficando vermelhos como uma explosão. —
Meu...
— Chloe... — Derek sussurrou ofegante, estava em choque o olhando
assustada.
Ele era o meu companheiro? Ele estava ao meu lado todo esse
tempo, me matei todos esses anos por ter me entregue a ele,
pensando no que o meu companheiro sentiria. Matei todos os dias a
atração que sentia por ele, e esse idiota estava me escondendo isso
através de um cordão?
— SEU... SEU... FILHO DA MÃE! — o empurrei de cima do meu corpo,
fazendo com que ele caísse no chão.
— Eu posso explicar. — Derek se levantou, assim que eu o olhava
perdida.
— DESGRAÇADO!! ERA VOCÊ ESSE TEMPO TODO! COMO ME
ESCONDEU ISSO? — gritei ficando de pé, não fiz questão de arrumar
minhas roupas, meu foco agora era encarar esse traste.
A essa altura do campeonato, já estou devastada por dentro.
Havia me tornado a diversão sexual do meu companheiro?
— Chloe voc... — Derek tentou dizer desesperado, o interrompi com
um gesto.
— Some da minha frente. — esbravejei apontando para a porta, às
lágrimas começaram a se formar nos meus olhos de forma rápida, o
desgosto e a tristeza me tomavam.
— Deixe-me explicar. — suplicou tentando se aproximar.
— Você sabe disso a muito tempo não é mesmo? — minha voz tinha
repulsa, me abaixei pegando sua camisa, e joguei para ele vesti-la.
— Sim... — Derek abaixou a cabeça respondendo-me. Sentindo me
sufocada, ajeitei minhas roupas ainda com o seu colar em mãos.
— A quanto tempo você sabe Derek? — meu coração estava em
pedaços, não sei como ainda estava me mantendo de pé.
— Quando sua mãe engravidou e... — o interrompo sentindo meu
peito doer.
— Seu idiota!!!!! — gritei, não quero ouvir sua voz que me causava
dor, comecei a empurrá-lo para fora do escritório.
— Está me expulsando...
— Estou ordenando que você suma da minha frente, se quiser
permanecer vivo. — o interrompo, dizendo entre dentes.
— Chloe me deixe explicar, por favor! — abri a porta para que Derek
saísse. Não conseguirei ficar nenhum minuto a mais do seu lado.
— Suma logo da minha frente! — disse entregando o seu colar nas
suas mãos.
Fechei a porta me permitindo chorar. As lágrimas já estavam
acumuladas em meus olhos, o que facilitou todo o processo. É óbvio
que meu coração está quebrado e dilacerado. Me joguei na cadeira
do escritório do meu pai escutando os passos de Derek se afastando,
logo um barulho estridente de saltos me fizeram levantar da cadeira
e enxugar minhas lágrimas, assim que as portas se abriram de uma
única vez com força.
— Lizzie!! — a repreendo, mas logo vejo que minha irmã está
desesperada, chorando.
Olhei para minha irmã que estava chorando, Liz correu se jogando
em meus braços, o que me fez perder o equilíbrio, e logo abraçá-la
com força. Ela está tão nervosa que nem notou meus olhos
vermelhos pelas lágrimas.
— O que aconteceu? — perguntei com calma, não queria deixá-la
mais assustada.
— Papai vai me matar Chloe, papai vai me matar...— Liz começou a
chorar de forma compulsiva, apenas abracei minha irmã tentando
confortá-la
— Lizzie, o papai não vai te mata... — minha irmã me interrompeu,
dizendo de uma forma rápida e clara, fazendo meu coração se
apertar.
— Estou grávida Chloe!
Capítulo Doze

Um extraordinário jeito de recomeçar!


Talvez deva parar de sonhar, viajar, flutuar.
Minha mente para longe sempre vai me levar, talvez eu apenas
deveria, deixar que meu coração comece a verdadeiramente falar.

Mih Franklim

Estevan
Um aroma adocicado mais ao mesmo tempo inebriante! O cheiro
que exalava dela estava me deixando alucinado e sem controle sobre
meus pensamentos pervertidos que surgia na minha mente. Ella sem
sombra de dúvidas é muito mais viciante do que aparentava ser, um
praguejo surgiu contra minha mente ao imaginar o gosto do seu doce
sangue em meus lábios. Estava a um milésimo de beijá-la, conseguia
identificar que ela queria tanto quanto eu, afinal seu corpo me dava
sinais constantes de me pertencia, sinais constantes de que chamava
por mim a cada segundo. Sim, minha! Totalmente e somente MINHA!
Sua pele quente, seus batimentos cardíacos acelerados e a forma
que escuto a 'melodia' drástica que seu coração proferia ao disparar
com um simples toque meu, só demonstra o quanto Ella me
pertence.
Isso é algo fascinante!
— Então... — Ella tinha uma voz ofegante, é nítido que ela tenta lutar
contra nossa ligação. — Usou o feitiço no anel para ser esconder? —
repetiu a pergunta com firmeza em sua voz demonstrando que o anel
a incomodava.
Um sorriso surgiu nos meus lábios ao imaginar o motivo desse
feitiço ter a incomodado. Sem dúvidas, minha doce lobinha quer
sentir meu cheiro, me identificar como pertencente dela! —Sou só
seu, assim como você é só minha— ahh, lobinha!
Não uma propriedade terrena, mas algo que vai além dessa terra.
Minha alma, meu corpo, e toda fibra vivente do meu ser pertence a
Ella Johnson Underwood, ao invés de me assustar essa forma
repugnante e sedenta que tenho por uma loba, isso só conseguiu me
levar mais para seus braços.
Divina!
Uma loba que conseguiu me dominar com uma facilidade absurda.
Não seria ousado se afirmasse que Ella não precisaria usar palavras
para conseguir me domar e me ter como um cachorrinho
ridiculamente caído ao seus pés.
— Lobinha... — coloquei meu rosto entre a curva do seu pescoço,
deixando que seu cheiro me embriaga-se. — Jamais correria de você!
O anel é necessário para esconder minha energia sobrenatural. —
afirmei apertando sua cintura.
Nossos corpos são como verdadeiros ímãs que gritam um pelo
outro.
— Esconder sua e-energia-a? — arfou destruindo suas estruturas,
quando meus lábios gelados beijaram a pele quente do seu pescoço.
— Nova York, é uma cidade com diversas criaturas sobrenaturais. —
com calma, sussurrei, começando um lento trajeto de beijos por seu
pescoço. Ella não ousaria me interromper. — Não é aconselhável que
todos saibam que estou na cidade. — disse o óbvio.
Ao longo dos meus anos de existência, adquiri muitos inimigos que
com toda certeza não gostariam de saber que tenho um laço de
sangue com alguém. Não sou tecnicamente um filho da lua, se
contarmos com meu lado demônio ativo, não sou merecedor de uma
companheira que me foi dada por Selene! E isso sem sombra de
dúvidas me deixou intrigado ao saber que teria uma companheira.
Selene daria um de seus filhos a mim, sabendo que poderia me
descontrolar? São perguntas que me rodearam por um longo tempo.
Mas então decidir me rende aos encantos da lobinha, e apenas me
permitir deixar acontecer, se Selene me deu uma companheira loba,
sem sombra de dúvidas isso faz parte de um plano! Somos todos
movidos por um plano maior. A carta de Elizabeth Johnson me veio à
memória, um bebê híbrido? Seria demais para o mundo não?
Um longo suspiro saiu dos meus lábios assim que Ella rompeu uma
barreira que ela mesma havia criado, colocando suas mãos sobre
meus ombros como se me abraça-se. Isso fez com que nossos corpos
se chocassem ficando colados. Sinto cada veia do meu corpo pulsar
pelos simples motivo de ter-lá em meus braços. Uma bela ereção
começou a surgir, e se não parasse com isso provavelmente não
conseguiria me controlar mais.
Minha respiração se encontra desregulada, afastei meu rosto da
pele quente do seu pescoço. Só agora que me dou conta, realmente
vai se um grande sacrifício me controlar para não beber o seu
sangue.
— Onde você conseguiu esse anel? — perguntou fechando seus os
olhos, deixando-se levar pelo momento. — Preciso de um. —
completou, suas mãos desciam por meus braços, com calma ela se
aproximou do meu pescoço inebriada pelo meu cheiro.
— Nem pensar! — disse fechando meus olhos, no momento que seus
lábios tocaram a pele fria do meu pescoço. — Você não vai esconder
o seu cheiro. — afirmei fazendo-a sorri com os lábios entre minha
pele.
Céus, quanta sensualidade!
Se o objetivo era me deixar louco, Ella está conseguindo com toda
certeza. Grande parte do seu corpo estava sendo controlada por sua
loba. Nunca achei que falaria isso, mais: os lobos não me irritar, tanto
assim. Seus olhos estão levemente vermelhos, e a forma com que ela
está rendida, me prova isso. Ella não irá se render tão facilmente a
nossa ligação, de acordo com suas irmãs, será algo difícil, mas não
impossível. Devo confessar que é completamente excitante tê-la em
meus braços dessa forma.
É como se fosse Ella, mas como se grande parte da sua consciência
estivesse drogada, —eu sou a droga— A algo mais excitante que
isso? Se existir, com toda certeza só descobrirei quando estiver com
ela ao meu lado na cama, o que não vai demorar muito assim
espero.
Séculos de vivência para ficar completamente rendido a uma loba?
Que repugnante! Mas ao mesmo tempo, alucinante.
— Se você pode, por que eu não posso? — sua voz saiu com
convicção, sorri a apertando mais pela cintura.
— Você não precisa, é filha do Francis, ninguém faria mal a você. —
digo suspirando, infelizmente ela parou de me beijar. — Mas se lhe
incomoda tanto... — toquei seu rosto com meu polegar. —Não usarei
mais o anel lobinha.
Vejo seus olhos voltarem ao normal, sorri no momento que sua
respiração se desregulou mais. Seus batimentos cardíacos estavam
acelerados. Ella já não conseguiria resistir a nossa famosa ligação,
algo dentro do meu peito, queria que Ella não resistisse a mim, não a
uma ligação nos dada por Selene. Meu demônio interior querendo
ser amado? Quando me tornei esse ser repugnante e patético?
Obviamente preciso de um novo senso do ridículo. Anos escondendo
minha verdadeira face, e agora tudo parece não fazer sentido. Como
todos reagiriam se soubessem que sou o grande culpado da nossa
maldição dada por Selene? Talvez uma grande revolução.
Óbvio que entendo o ódio do Supremo ao meu respeito. Digamos
que criei uma extensa guerra de época, os livros estão
completamente errados, não contam o que de fato aconteceu, não
na parte da maldição, isso realmente é a realidade, os vampiros são
amaldiçoados por minha culpa.
— Não fale dessa maneira. — Ella dizia ao me olhar intensamente.
Um sorriso se alargou no meus rosto. Sua voz foi completamente
sexy e sedutora, acho que sua tentativa de se autoritária falhou
grandemente.
Descobrir algo crucial assim que vi Ella, com toda certeza em
questão de segundos, ela conseguiria desmoronar meu mundo e
fazer ele girar apenas em torno dela. Selene me amaldiçoou de novo
sem sombras de dúvidas!
Deixando meus instintos selvagens falarem mais alto, deslizei
minhas mãos gélidas pelo seu pescoço, sentindo sua pele macia. Um
sorriso surgiu novamente nos meus lábios, no momento que a puxei
colando mais nossos corpos, a imprensei contra a parede. Seu
coração se disparou e sua respiração se encontra desregulada, meus
lábios começaram a aproxima dos seus, até a porta do escritório ser
aberta com brutalidade.
Se eu matar uma humana, sentiriam falta desse ser insolente? Eu
estarei fazendo um grande favor a humanidade!
— Sr. Russell... — a voz da senhorita Vilela demonstrava espanto pela
cena que viu. Minha Ella estava rendia aos meus braços, e o clima na
sala exalava tensão sexual ao extremo.
— Como tem coragem de entrar na minha sala sem bater, insolente.
— esbravejei assim que Ella tentou me afastar.
— Eu...u avisei, senhor! — olhei para o telefone com a luz vermelha
acionada, realmente esse ser repugnante havia me avisado.
— Onde estão os modos desses seres insignificantes. — a voz baixa
da Ella, me interrompeu me trazendo de volta à realidade.
— Me solta Estevan. — Ella sussurrou baixo com suas bochechas
coradas, me afastei mesmo relutante dando um espaço para que ela
arrumasse suas roupas.
— Eu... preciso da sua assinatura. — a voz da secretaria, ecoou
novamente me fazendo suspirar fundo. Indico com minha mão, para
que ela coloque a papelada sobre minha mesa.
Agora me recordo porque sempre evitei tomar conta da empresa.
— A propósito, senhorita Vilela. — chamei a olhando de forma séria,
envolvi minhas mãos na cintura da Ella novamente. — Está
despedida.
— Que? — Ella me olhou na mesma hora, parecendo não acreditar
no que havia falado.
— Mas, senhor... — a interrompi com um gesto, faço questão de me
manter firme ao lado de Ella.
— Eu prezo a educação! — falei com um pouco de ironia. — Ainda
mais quando não me interrompem em momentos como esse.
Se essa mulher não sumir da minha frente, vou quebrar o pescoço
dela!

Capítulo Treze

Deixe-me sentir,
Deixe-me dizer,
Que talvez o amanhã,
Seja além do que se ver.

Mih franklim
O jeito que meu coração está acelerado fora do ritmo do meu
corpo a forma a que minha cabeça parece que vai começar a girar, ou
a bambeza nas minhas pernas. Em que momento me tornei tarada
dessa maneira? Com toda certeza, foi quando vi Estevan, a forma que
ele exalava um alto controle sobre meu corpo, me deixou excitada.
Sou uma pervertida que se jogaria nos braços de um vampiro, que ao
mesmo tempo quer distância. Que tipo de louca, eu sou? Ai minha
deusa! Eu me tornei uma tarada!
É impossível resistir, a Estevan Russell. Seu olhar marcante, suas
mãos geladas e firmes, seus cabelos parecem ser tão macios, me
controlo o máximo para não bagunça-los. Já seus lábios entreabertos,
parecem implorar para serem beijados. Esse cheiro que exala dele,
está me deixando louca! Esse homem é perfeito até demais!
Obviamente Estevan tem um efeito grande em meu corpo, o qual
não quero que se estenda. Porém, confesso que me sentia rendida
nos seus braços, que me guardaram genuinamente com proteção,
me fazendo perder totalmente a noção do tempo, e almejar seus
toques com intensidade sobre minha pele. Almejar de uma forma
absurda que seus lábios tocassem os meus, tomando todo o controle
da minha alma vivente. Nosso desejo recíproco é evidente, e óbvio
que minha loba ficou furiosa assim que fomos interrompidos, mas
logo me recompus. Estou com uma descarga de adrenalina tão
enorme em meu corpo, que sou capaz de morrer se Estevan me
beijasse.
Olhava para Estevan um pouco perplexa, ele não está no seu
estado mental perfeito. Seu olhar é maligno, furioso, demonstrando
que não gostou da interrupção da senhorita Vilela. Retirei com força
suas mãos que seguravam minha cintura, assim que Estevan
ameaçou dá um passo na direção da sua secretária.
Santa lobinha, protetora das almas atribuladas, onde secretarias
são mortas por vampiros que são assassinos por causa de tesão
acumulado, nos proteja nesse momento! Sem pensar duas vezes,
segurei fortemente o braço do Conde, impedido ele de andar na
direção da senhorita Vilela. Estevan me olhou, via a leve vermelhidão
querendo surgir em seu olhar. Sei que ele quer matá-la, não deixarei
isso acontecer. Caminhei firmemente para o lado de sua secretária,
que parece assustada com o tanto de informações adquiridas em um
único momento.
— Não será necessária a demissão da senhorita Vilela, Sr. Russell. —
tentei tomar uma posição profissional, o que é difícil depois de tudo
o que aconteceu nesse local.
— Acho bom não se envolver nesse assunto, Ella. — de uma forma
nada profissional, Estevan deu novamente um passo para frente, me
coloquei em prontidão com uma mão erguida estando a frente da
senhorita Vilela.
Talvez, eu morra agora. Pelo menos estou protegendo alguém!
Ótimos pensamentos de heroísmo, Ella.
— Como falei, não será necessário a demissão da senhorita Vilela,
creio que foi apenas um mal entendido, não? — olhei para o Conde
de forma séria.
Com um suspiro alto, Estevan virou-se de costas passando suas
mãos em seus cabelos, um gesto sexy, e ao mesmo tempo macabro,
se contarmos sua feição nada boa. Sei bem que não será uma
demissão. Um lobo não se descontrola assim, mas já um vampiro,
sem dúvidas iria matá-la sem se preocupar com as consequências.
Mesmo que eu ache essa mulher um pouco atirada, não quero ver
sua morte. O deslize foi totalmente nosso, não era para estarmos
dessa forma, justamente em horário de serviço. Céus, não era para
estarmos dessa forma em horário nenhum!
—Tudo que vi... será como se não tivesse acontecido. — a senhorita
Vilela dizia por temer seu emprego. Ela deveria temer sua vida.
Esteva não ligava em ser piedoso nesse momento.
Sorrindo sem graça, suspirei no momento que Estevan se sentou
na sua poltrona soltando o ar que estava preso em seus pulmões.
Pegando uma caneta em mão, Estevan começou a falar com sua
secretária, fazendo menção de manter seu olhar fixo nos meus.
— Muito bem senhora Vilela, considere uma chance de vida. — é
impossível não notar o duplo sentido, em sua voz. — Não gosto desse
tipo de intromissão, que isso não se repita.
— Obrigada Sr. Russell. Prometo que isso não irá se repetir! — sua
secretária disse profissionalmente com a cabeça baixa, estando
constrangida.
— Realmente não vai. — Estevan a olhou com desdém, logo voltou a
me encarar. Novamente o duplo sentido foi proferido do seus lábios.
— Fiquei a vontade para se retirar.
— Com-m licença. — se embolando nas palavras, a senhorita Vilela se
virou para sair.
Olhei para ela e comecei a seguir seus passos, mas logo a voz do
Conde Estevan me fez parar, engolindo em seco e praguejei.
— Você não senhorita Johnson! Ainda temos muito o que conversar.
— Estevan falou assim que a senhorita Vilela fechou a porta, suspirei
e virei para olhá-lo, fui surpreendida com sua presença a pouco
centímetros de mim.
— Não tenho tempo para conversar agora! Se não percebeu, estou
no meu horário de serviço. — ele sorri.
—Tudo bem, eu também tenho uma reunião em cinco minutos. —
disse olhando no relógio do seu braço. — Realmente, temos que
conversar.
— Sim, concordo com isso... — suspirei o olhando.
— No fim do expediente, me espere, passarei na sua sala. — Estevan
falou se aproximando novamente, fui mais rápida, e me distanciei
dele. Esse homem é um perigo para minha sanidade mental!
Não iria se fácil resistir ao Estevan, então sim, vou manter uma
distância segura do vampiro tentação. Assim que sair da sua sala, um
suspiro foi proferido dos meu lábios demonstrando o alívio que
sentir. Não fiz questão de olhar para a recepção e ver a senhorita
Vilela, estou com tanta vergonha pela forma que ela me viu com o
dono da empresa, que por um golpe do destino é meu companheiro.
Acelerei meus passos fazendo o trajeto até o elevador quase que
correndo. Apertei compulsivamente o botão tentando sair logo desse
andar, mas antes das portas do elevador se fecharem, Catarina Vilela
me olhou de uma forma inexplicável o que me fez olhá-la sem graça.

— Merda, merda, merda... — coloquei minhas mãos sobre minha


cabeça, me encostando na parede do elevador.
Ainda estou eufórica. As borboletas no meu estômago, estão
fazendo uma guerra com todos os meu órgãos, nesse momento meu
pâncreas está ganhando. Fechei os olhos agradecendo, ao menos o
elevador está vazio, pelo menos nesse sentido tenho que ter algum
tipo de sorte. Sei que fiz o certo em concorda com a conversa que
terei com o Conde. Afinal, somos civilizados e nada de selvageria.
— Isso Ella Johnson Underwood. Você é uma loba civilidade, e não
um animal selvagem. — suspirei corrigindo minha postura, com
calma me virei para o espelho que tem no elevador.
— QUE VAMPIRO IDIOTA!!! — coloquei a mão no meu pescoço,
vendo o chupão que surgiu ficando bem visível.
Isso não vai prestar, Selene me ajude!
Assim que as portas do elevador foram abertas, saio pelos
corredores desnorteada. Todas as emoções sentidas por meu corpo,
ainda estão 100% ativa pela minha pele. Minhas veias foram
corrompidas pelo desejo. —Me tornei uma loba bipolar— passei por
Elena que estava na recepção sem ao menos olhar-lá, e entrei no
escritório. Alice e Allan me olharam com uma expressão curiosa, mas
apenas fechei a porta —não conseguia proferir nenhuma palavra—
fui na direção da minha mesa de trabalho e me joguei na poltrona,
colocando meu rosto sobre minhas mãos.
—Tudo bem, Ella? — Alice se levantou vindo em minha direção.
— Sim. — não.
— Você está pálida, vou pegar um copo de água. — Allan saiu do
escritório, logo Elena entrou na sala.
Por um curto período de tempo, eles se olharam intensamente.
arqueei a sobrancelha juntamente com Alice, logo Allan acenou para
Elena é saiu. Meio sem graça, Elena parece ter saído da sua bolha.
Allan e Elena? Seria um casal Supremo.
— Supremo — digo baixo para que somente eu escutasse.
Falando nisso, preciso ligar para meus pais, já se passou um longo
período de tempo, que não recebo informações de Lizzie e Chloe.
Tomara que elas não tenham colocado fogo na alcateia. —O que não
seria impossível— Chloe, está no lugar do papai como a Suprema.
— O que disse Ella? — Alice me perguntou, neguei com a cabeça
sorrindo contidamente.
— Não, nada. — afirmei, recebendo seu olhar desconfiado.
— O que aconteceu na sala do CEO? — Elena perguntou, curiosa, se
sentou na minha mesa.
— Nad... — Elena me interrompeu, com divertimento em sua voz.
— Até parece. — me analisou — Você saiu que nem uma louca pelo
corredor, parece que viu um fantasma, ou... o fantasma te viu, e
deixou um puta de um CHUPÃO no seu pescoço...
— Que... — comecei a falar, mais Elena tirou meus cabelos do meu
pescoço, minha loba, eu sabia que isso estava muito visível.
— Meu Deus, Ella, estava se pegando com o Carlos, do penúltimo
andar. O que gosta de você... Ohh, não me fale que isso foi o CEO
velhinho que fez? — Elena dizia exasperada.
— Não tem graça, Elena. — disse desesperada caçando um
espelhinho na minha bolsa.
Eu vou matar esse ser repugnante! Já imagino os boatos na
empresa, Santa Selene.
— Aqui está, sua água. — Allan entrou no escritório me entregando o
copo.
— Obrigada! — bebi a água rapidamente, na intenção de que isso
realmente pudesse me acalmar, mas eu sei que não vai.
— Nossa, realmente isso tá feio. — Alice tocou a pele do meu
pescoço, fazendo uma careta, logo voltou para sua mesa.
— Obrigada pela sinceridade. — suspirei fundo com ironia.
— Ella, que chupão é esse? — Allan me olhou com malícia, sinto
minhas bochechas corarem.
Eles são exagerados! Até parece que nunca viram um chupão,
céus, isso vai sair rápido. —assim espero— Estou ficando muito
nervosa.
— Aparentemente, o CEO e a Ella... — Elena me olhou empolgada.
— Isso não é um chupão...
— Vai me dizer que caiu, e bateu com o pescoço na quina do
elevador agora. — minha amiga exagerada, me interrompeu
sorrindo.
Elena Perdeu a noção?
— Ele já não é tão misterioso. — Allan falou com divertimento assim
que se sentou em sua mesa.
— Se chama Estevan Russell, diria que ele não é um velhinho. Na
verdade, ele é um pedaço de mal caminho. — Alice começou a dizer,
revirei os olhos me contendo para não rosnar.
Tá bom, tá bom, eles podem mudar de assunto agora?
Me olhando, Elena se levantou e foi para a mesa da Alice, as duas
começaram a procurar fotos do Conde pela internet, o que me fez
revirar os olhos pelos comentários repugnantes que elas faziam —ele
é tão jovem para ser um CEO— qual é. Ele é mais velho que meus
avós! Tentei o máximo ignorar cada palavra que saia da boca delas,
mas, não está sendo nada fácil. Minha vontade é de machucá-las,
para que parem de comentar coisas obscenas sobre Estevan. Que
merda, realmente vai ser um longo dia!

***

O dia se passou de forma lenta, não conseguia parar de pensar em


Estevan. Minha loba está como uma louca, uivando dentro do meu
ser. Já perdi a conta, das horas que estou agarrada com esse
relatório. Allan e Alice voltaram a fazer seu trabalho, Elena Ritz
também, —isso me deixou aliviada!— Não estava aguentando
escutar os comentários, já me via matando essas duas.
— Até mais, Ella. — Alice saiu pela porta.
— Até amanhã Alice... — olhei para o relógio no meu pulso, vendo
que já tinha acabado o meu expediente.
— Allan, os relatórios vão ficar com você? Só para ter certeza? —
perguntei para Allan, assim que ele se levantou arrumando suas
coisas para ir embora.
— Sim! Já encaminhei para a senhorita Vilela. — afirmou levantando-
se, indo até a porta. — Até amanhã Ella.
— Até, tenha uma boa noite Allan.
Comecei a arrumar minhas coisas. Mesmo que eu queira manter
uma distância absurda do Conde, sei que é necessário essa conversa
entre a gente. Minha mãe me aconselhou tenho que agir com
maturidade. Somos adultos, —é só esclarecemos tudo, né? Vou dizer
que não quero um relacionamento, mesmo que Estevan seja um
pedaço de mal caminho. O cheiro que ele tem, sem dúvidas é a 1ª
maravilha no mundo.
— Ella?
— AHHH — coloquei minhas mãos sobre meu coração pelo susto. —
Quer me matar do coração, Elena?
Praguejei vendo Elena entrar na sala. Estava tão distraída
pensando no Conde, que não vi ela chegar. Arqueando uma
sobrancelha, Elena me olhou com curiosidade, e se sentou sobre a
minha mesa. Elena adquiriu essa mania de se sentar, na minha mesa
de trabalho, o que eu ainda acho errado— mas, já parei de reclamar.
— Você estava demorando ir embora. — deu de ombros, quando me
via pegar a minha bolsa.
— Já estou de saída! — afirmei sorrindo sem graça.
— Vai sai hoje? Estava pensando que tal irmos no... — interrompi
Elena balançando minha cabeça em forma negativa.
Elena poderia ir embora logo. —Não quero que ela me veja com
Estevan— não quero que ninguém me veja saindo da empresa com
ele, afinal, ele ainda é o dono, e isso vai gerar assuntos
desnecessários. Eu lutei por esse emprego, e tudo o que eu menos
quero é levar nome de interesseira.
— Hoje não dá Elena, me desculpe. — comecei a andar até a porta,
mas Elena segurou meu pulso.
— Porque está dessa maneira? Aconteceu algo? — Elena parecia
preocupada.
— Não aconteceu nada! — forcei meu melhor sorriso.
As borboletas estão começando a aparecer no meu estômago.
— Já disse que você é uma péssima mentirosa? — afirmou com um
pouco de ironia, me fazendo suspirar.
— Não é nada demais... — tentei confortá-la assim que vejo a
preocupação em seu rosto.
Somos amigas, ela merece saber o fato que está me deixando
inquieta nesse momento. Estevan Russell, —o fato mais lindo e
inquietante— o cheiro do Conde Estevan Russell, está mais forte,
tenho certeza que ele está vindo para car. Os sintomas do meu corpo
não deixou dúvidas. Borboletas no estômago, acompanhadas por um
intenso frio na barriga, minhas mãos suadas, coração disparado,
minha loba agitada, e o seu maravilhoso e intenso cheiro. Não
precisa de mais sinais, para saber que ele está por perto!
— Sei que algo está te perturbando. Foi algo que eu fiz? Se sim, me
desculpa, mesmo que eu não saiba o que seja, tenho mania de falar
demais, e magoar as pessoas ao meu redor. — Elena estava
apavorada, a olhei negando repetidamente com a cabeça.
— Não é nada com você! Pare de paranóias. — digo abraçando-a.
— Eu realmente falo demais, e isso às vezes pode ser um problema,
mesmo que eu não perceba. — afirmou — E porque está assim? Eu
posso saber, ou não pode falar? — disse um pouco curiosa, mas
compreensiva.
— Na verdade é algo pessoal, o dono da empresa ele é... digamos....
que... Santa lobinha, isso é difícil de se falar. — disse colocando
minhas mãos na cintura.
Como falar para sua amiga humana, que o dono da empresa, é
um vampiro que é seu, e visse versa?
— 'Santo' o que? Você tem uma maneira engraçada de se pronunciar
sobre uma religião, gosto disso. — Elena sorri. Eu tento controlar,
mas é difícil. — Vai confirmar que esse chupão foi ele que fez? O Sr
Russell.
— Como estava dizendo! É complicado, digamos que eu o conh....—
fui interrompida.
— Já está pronta? — a porta da minha sala é aberta, e Estevan
entrou relaxado.
— Então... — olhei para minha amiga, tendo minhas bochechas
coradas.
— Senhor Russell! — Elena saiu de cima da mesa rapidamente,
estando muito sem graça.
— Senhorita Ritz, o que faz aqui? Presumo que seu horário de serviço
já tenha acabado. —Estevan olhou Elena de cima a baixo.
— Co-como sabe quem sou? — Elena falou com os olhos arregalados,
contudo, Estevan a interrompeu.
— Conheço meus funcionários.
Elena ficou com as bochechas coradas, ao ser pega em flagrante
sentada na mesa pelo chefe. E eu? Estou tendo um ataque do
coração e se o Estevan continua sorrindo dessa maneira, certamente
terei. —Fala sério!— Um puta de um sorriso, bonito. A euforia da
minha loba é tanta, que me deixou tonta! Minhas bochechas
levemente coradas entregaram que fui afetada por sua presença
predominante.
— J-já estou indo! — praguejei mentalmente por ter gaguejado.
Me sinto ridícula por agir dessa forma diante a sua presença, mas
afirmo que é inevitável. Não sabia que o laço de Selene pudesse ser
tão forte dessa maneira. No momento estou em um enorme
confronto interno, onde minha loba que se jogar nos braços do
Conde. Ele poderia colocar novamente esse anel, para bloquear seu
cheiro! Ao menos não ficaria parecendo uma viciada.
— Até amanhã. — a voz de Elena me tirou dos meus devaneios.
É visível a predominância que Estevan exalava em todos. Já sou
acostumada com isso! Meu pai age da mesma forma na alcateia.
Estevan é um vampiro, a dominação sobre humanos é normal nesse
sentido.
— Até... — minha voz mais baixa do que o costume, Estevan apenas
concordou assim que Elena veio e me abraçou.
Estranho, minha amiga é dessas pessoas que odeia muito contato
físico!
— Acho que você tem muita coisa para me contar! — sussurrou, me
abraçando com força.
Soltando do abraço, sorriu sem graça olhando para Elena que saiu
da sala. Minhas bochechas coraram de vergonha. Estevan havia
escutado o que ela falou, querendo ou não!
— Vamos logo! — afirmei, sem olhá-lo.
Dividir o mesmo espaço com Estevan sozinha por muito tempo,
não é algo muito bom. Tudo o que consigo pensar nesse momento, é
como o elevador, se tornou uma sauna? Uma caixa de metal
sufocante. Tudo porque o cheiro dele está impregnado por todo
lugar. Por sorte, minha digníssima amiga entrou no elevador
juntamente conosco, sendo uma distração que manterá o Conde
pervertido longe de mim.
Minha Lobinha, guardadora das almas assanhadas, o que vou fazer
na lua de sangue? Vou ter que sumir da cidade. Como não tinha
achado meu companheiro, antes a lua de sangue não era tão intensa
para lobos que não tinham feito o reconhecimento de seus
companheiros. O que não é mais meu caso! Merda.
— Estava pensando Ella, que tal sairmos amanhã à noite? — Elena
sussurrou baixo para que o Conde não escutasse, tenho certeza que
não adiantou nada, já que notei o olhar de Estevan sobre mim.
Agradeço a Elena por me tira dos meu pensamentos. Se não, ficaria
louca por pensar na lua de sangue, sendo que falta três meses ainda.
— Que tipo de lugar tem em mente? — sussurrei de volta, tentando
ignorar a presença de Estevan.
— Tem uma boate perto da minha casa, ela é nova. — falou sem
esconder sua empolgação, sorria discretamente da sua reação.
— Dessa vez não poderei ir, desculpas, acho que vou para a casa dos
meus pais! — digo suspirando.
— Suas irmãs ainda não entraram em contato? —Elena perguntou
preocupada, logo tentou me confortar. — Tenho certeza que elas
estão bem!
— Sei, mesmo assim, prefiro ter a certeza indo até lá pessoalmente.
— disse, as portas do elevador se abriram entrando mais dois deuses
gregos.
Olhei brevemente para os dois homens que aparentavam ser
jovens, dois morenos que pareciam estarem entediados. Já falei que
essa empresa deveria se chamar Olimpo, só tem deuses nesse lugar.
Tossi falsamente assim que notei o olhar de Estevan sobre mim.
Óbvio que ele iria perceber minha quebra de pescoço com a chegada
de dois dos seus funcionários nesse pequeno recinto. Logo Estevan,
cumprimentou os deuses, —digo, seus funcionários— Voltei a
conversar com Elena, parando de prestar atenção na movimentação
ao meu lado.
— Chamarei o Leon no seu lugar então, queria que você fosse, mas
entendo! Quando se trata da minha irmã, eu mato e morro. — Elena
sorri de forma compreensível. Olhei discretamente para Estevan, que
passou suas mãos em seus cabelos, deixando claro seu desconforto.
— Porque não deixa para ir na casa dos seus pais no fim de semana?
— Estou preocupada, posso dizer que a teoria que gêmeos sentem o
que o outro sente, funciona conosco! — coloquei uma mecha do meu
cabelo atrás da minha orelha. — Já sobre sua saidinha, tenho certeza
que vão se divertir bastante! — Elena concordou com um lindo
sorriso.
Elena tem uma beleza estupenda! Ainda não esqueci daquela
química toda com Allan, ele seria um homem de sorte, se ter minha
amiga loirinha.
— Não sei se ele ficará confortável. Leon está distante. — afirmou
dando de ombros, meu olhar cruzou com o do Estevan novamente.
— Leon é nosso amigo, tenho certeza que ele ficará à vontade em
sua presença! — mantive o contato visual com Estevan que sorriu
divertidamente.
Leonardo não está conversando comigo, acho que ele tem um
ótimo motivo. O beco resultou em uma costela quebrada, uma lesão
no braço e alguns hematomas. Tudo isso por culpa desse vampiro
idiota!
— Leon? — Estevan se pronunciou, atraindo a atenção de Elena.
— Você conhece o Leonardo? — Elena parecia curiosa.
— Sinto muito, por sábado. Meus seguranças entenderam errado. —
olhei para Estevan. Céus o que esse vampiro idiota está fazendo?
— Espera, você é o noivo, da Ella? — estando tão surpresa quanto
eu, Elena colocou as mãos sobre seus lábios.
— Claro que na... — Estevan me interrompeu, fiquei estática e sem
reação, no momento que ele passou entre os dois homens, e parou
do meu lado colocando sua mão sobre minha cintura.
Não, não, não, o que esse vampiro idiota, pensar que está
fazendo?
— Sim, prazer em conhecê-la! Receio que seja uma grande amiga da
minha noiva. — estou realmente sem reação. Olhei para Estevan
vendo o seu sorriso irônico.
— Sim, sou. — Elena me olhou com uma cara fechada, como se
falasse: Não me contou que é noiva do CEO! Acontece, que não sou
noiva dele. Santa lobinha!
— Ahh... — tentei falar algo, mas estou sem palavras. O elevador
parou, e as portas se abriram.
Elena saiu desesperada, parecendo estar sem graça, logo em
seguida os deuses do Olimpo saíram do elevador, no mesmo
momento que as mãos do Conde idiota, começaram a me guiar.
Minha garganta secou-se, e minhas pernas fraquejarem, não seria
uma boa ideia correr até Elena, afinal, já a perdi de vista. Juntei todas
as forças, que havia dentro do meu ser, e tentei me afastar de
Estevan. Os olhares tortos que estamos recebendo dos funcionários
da empresa, estão me deixando nitidamente desconfortável.
— Tira as patinhas... — sussurrei, sendo guiada por uma de suas
mãos na minha cintura.
Céus, a saída do prédio se tornou algo interminável.
— A loba aqui, é você! — sua voz baixa tendo a entonação sedutora,
fez minhas pernas bambearem.
Santa Selene nem estou na Lua de Sangue, e já me encontro
assim? Que tipo de feitiço me fizeram?
— Então tire suas presinhas, de perto de mim. — retirei suas mãos da
minha cintura.
Soltei um suspiro alto assim que utilizei todas minhas força, para
me afastar dele, e tentar me recompor. Fechando a cara, olhei uma
última vez para o Conde que sorria. Empinei o nariz começando a
andar na sua frente, mantendo uma distância segura do seu corpo.
— Selvagem, assim você me conquistar. — sua voz com malícia me
fez bufar, ele sabe que eu escutei.
Sair pela porta da empresa, dando um alto suspiro de alívio. As
pessoas ainda insistem em nós olhar, humanos são curiosos!
— Então lobinha, alguma preferência de um lugar para
conversarmos? — Estevan perguntou, começamos a andar para
frente da empresa, onde seu carro já estava a sua espera.
— Vamos para minha casa. — autoritária, passei por ele entrando no
seu carro, assim que o motorista sorriu abrindo a porta

Capítulo Quatorze

Um sorriso eminente,
Trás a paz que a alma precisa!
Um sorriso eminente,
Faz o renascimento se algo mágico, único,
flamejante e revigorante!

Mih Franklim

— Vai mesmo ficar com essa cara? — Estevan perguntou, suspirei


olhando para ele com os braços cruzados.
— É a única que tenho. — de forma arrogante, disse passando pela
porta da recepção no meu prédio.
— Senhorita, Ella. — o porteiro me saudou alegremente.
— Olá! — sorriu simpaticamente caminhando na direção do
elevador.
— Para ele, tem essa simpatia toda. — Estevan murmurou parando
ao meu lado no elevador. Revirei os olhos, apertando o botão do
meu andar.
— Ele não me fez raiva! — falei sem encará-lo.
Estevan Russell, e eu não daríamos certo. Ambos somos
explosivos. Ficar 15 minutos ao seu lado dentro de um carro, não foi
nada fácil, já que estou com raiva por suas atitudes dentro do
elevador da empresa. —O que ele fez, terá consequências que serão
ruins em um futuro próximo— isso irá se espalhar pela empresa,
mais rápido que o ar. Parece que minha vida, está indo embora por
entre minhas mãos.
— Certo, então o que eu fiz para ganhar a sua raiva? — ele me olhava
friamente, suspirei.
Você simplesmente surgiu com o poder de acabar com todo meu
autocontrole, seu vampiro idiota! Meu, vampiro idiota?
— Você... — assim que ia respondê-lo, meu celular tocou.
Sorri aliviada vendo o nome 'Lizzie' na tela. Me encostei nas
paredes de metal do elevador para dar mais espaço para um homem
que entrou no mesmo. Atendi o telefone sentindo um alívio.
Realmente estava preocupada com minhas irmãs.
— Liz! O que aconteceu? Não recebo nenhuma notícia su... — fui
interrompida, com uma risada suave da minha irmã.
— Calma, Ella, tudo está bem. Desse jeito parece a mamãe! Desculpa
o sumiço, tudo está uma baita correria. — Lizzie afirmou, suspirei
aliviada.
— Estou com saudades! — digo, fechando os olhos.
— Também estamos. — minha irmã suspirou pesadamente de forma
aflita, o que fez meu coração se apertar.
Lizzie e Chloe estão tristes, sinto isso! As diversas emoções vividas
hoje, encobriram os sentimentos que temos entre nós três.
— Porque você, e Chloe, não atenderam às minhas diversas ligações?
— tracei meus braços sobre meus seios. Tenho que para de
conversar fazendo gestos!
— Desculpas! Chloe quebrou o celular dela em uma crise de raiva. Já
eu, não queria colocar o meu no carregador! — suspirou.
— Amanhã chego aí, sinto que precisamos conversar pessoalmente...
— Liz me interrompeu.
— Não venha amanhã! Sábado Chloe fará um jantar, ela tem uma
notícia importante para contar, assim como eu. Sei que você deve
está cansada com o serviço, e tudo mais... — arquei uma
sobrancelha.
— Notícia importante? O que é? — perguntei curiosa.
— Não faço ideia do que Chloe irá dizer, mas a minha notícia, é um
pouco inesperada. — Liz tem um tom preocupado em sua voz.
— Sério? É o que? — olhei para Estevan, sinto me, desconfortável
com seu olhar sobre o humano ao nosso lado.
O Conde mantinha um olhar demoníaco para o homem que estava
ao nosso lado. Suspirei fundo no momento que sentir o clima ficar
macabro.
— Bom estou... — Liz dizia algo, contudo, a interrompo, gritando.
— Ahhhhhhhh, depois te ligo. — meu coração se acelerou.
— SOCORROOO! — o homem gritou, no momento que Estevan parou
por trás do seu corpo, e o segurou seu pescoço.
Tudo aconteceu muito rápido. Em um momento Estevan estava do
meu lado, no outro, ele tinha os olhos vermelhos, e suas presas
saltavam para fora.
Estevan segurou o humano pelo pescoço, esbanjando sua raiva.
Sinto meu coração em uma colisão tremenda com o medo. Não havia
motivos para atacar este simples homem, sempre soube que
vampiros são impulsivos, mas nesse caso, já é irresponsabilidade.
— Então deixou sua imaginação, fluir com a minha mulher? —
Estevan tinha uma voz macabra.
Sem pensar duas vezes, o Conde, mordeu o pescoço do humano
que gritou de dor, fiquei sem reação. Nunca tinha visto algo agressivo
nesse nível.
— PARA, ESTEVAN!! — gritei conseguindo finalmente falar alguma
coisa. — PARE. — repetir, segurei o ombro de Estevan o puxando
para trás, o homem caiu no chão.
— MEU DEUS!! ISSO É UM VAM-M-PIRO — o homem estava
desesperado, segurando seu pescoço. Apertei o botão de
emergência, parando o elevador.
— Você, é LOUCO. — rosnei para o Conde entrando em sua frente,
para que ele não machuque o homem no chão.
— Esse inseto estava... — o interrompi, apontando um dedo em seu
peito, era visível meu ódio.
— Não me interessa! Não pode fazer isso. PARE DE AGIR, POR
IMPULSO CARAMBA!! — dizia exasperada colocando minhas mãos
sobre minha cabeça.
— MEU DEUS, SOCORROOOO! — o homem voltou a gritar, o olhei
nervosa, mas logo suspirei tentando me acalmar. Ele não tinha culpa,
apenas se assustou ao me escutar rosnar!
Minha respiração se encontra desregulada, meu peito subia, e
descia rapidamente, sinto minhas pernas ficarem bambas. Ainda na
frente do homem, olhei para Estevan que me segurou pelos ombros,
tendo um olhar frio. O vampiro idiota me empurrou para o lado, me
deixando longe do humano que estava caído no chão.
— Fique longe desse verme. — Estevan disse entre dentes, me
fazendo suspirar. — E você! — Estevan se virou para o homem, o
segurei pelo blazer.
— Estevan, não. — olhei em seus olhos, a adrenalina me
proporcionou uma descarga elétrica enorme por meu corpo.
Passando as mãos sobre seus cabelos, Estevan Russell suspirou
parando na minha frente. De forma lenta, seus olhos voltaram ao
normal, seu rosto voltou a ser angelical. Estevan se virou para o
homem, que mesmo assustado, havia para de gritar.
— É a segunda vez, hoje. — sussurrou para si, se virando para o
homem assustado. — Teve sorte dessa vez. Mas, se pensar
novamente, te levo pessoalmente para o inferno! — disse olhando,
no fundo dos olhos do homem.
Pensar? Como?
— E agora, ele viu que você é um ser sobrenatural! — suspirei
colocando minhas mãos sobre a minha cintura.
— Matamos ele. — falou com se fosse a coisa mais normal do
mundo, olhei para ele espantada.
— Você, nos colocou nessa enrascada.Tinha mesmo que atacar um
humano? — esbravejei nervosa.
— Tenho meus motivos. Estou dando a solução! Matamos ele. —
repetiu com tranquilidade, suspirei vendo-o se apoiar na parede do
elevador.
— Não seja irresponsável. Falando dessa forma, nem parece que
deveria está no museu. — era nítido minha ironia, Estevan soltou
uma espécie de rosnado, colocando uma mão ao lado do meu rosto,
me mantendo contra a parede gélida do elevador.
— Não brinca com a sorte lobinha! Estou sem paciência. — falou
fazendo meu coração se acelerar, no momento que sua respiração se
misturou com a minha.
Suas mãos estavam em volta do meu rosto servindo de apoiando
para o seu corpo. Meu coração subia, e descia, rapidamente. Estevan
conseguia me proporcionar diversos sentimentos de uma vez.
— Sair de perto, seu sangue suga irresponsável. — tentei empurrá-lo,
para quebrar toda essa aproximação, não funcionou muito.
Estevan percebeu que foi uma tentativa de afastá-lo, sua risada
irônica, não deixou dúvidas disso. Afinal, ele não havia se movido do
lugar.
— Seu, sangue suga. — seu tom de voz era sério, e isso fez minhas
bochechas corarem, conseguir sair, por debaixo dos seus braços.
— Estou falando sério! — desviei o olhar, para o humano, que nos
olhava atento.
Acho que ele se tocou, que não adiantaria gritar.
— Já disse, matamos ele. — de novo essa história, Santa lobinha.
— Não vamos matar-lo. Use sua hipnose. — afirmei.
— Hipnose? — Estevan parecia pensativo.
— Sim! Você é um vampiro. — falei o óbvio, apontando o dedo, para
o homem caído no chão.
— Não é tão fácil! Hipnose não é algo que eu faça muito bem. —
falou me fazendo suspirar. Esse elevador parado, já está ficando uma
verdadeira sauna.
— Tenta! — falei. — Você consegue, não é da linhagem pura, isso
deve ser fácil!
— Como sabe dessas coisas? — Estevan me olhou, como se tivesse
receio.
— Isso, é o tipo de coisa que se aprende pesquisando. Ficaria
surpreso com a quantidade de informação que temos sobre sua
espécie. — bufei o olhando.
— Então, você pesquisou sobre minha espécie. —a entonação de
malícia em sua voz, me fez revirar os olhos, com as bochechas
coradas.
— Trabalho do colegial. — dei de ombros, fingindo uma indiferença.
Mentira! Pesquisei tudo quando tinha 10 anos, logo quando fiz
drama, para ficar com a foto dele.
— Não achei que lobos pudessem se dessa forma. — Estevan falou,
se abaixando na frente do homem.
— Dessa forma como? Usar o cérebro? — perguntei. — Não se
preocupe, também acho que vampiros são impulsivos, e não pensam
da forma correta. — disse ironicamente, ele me olhou.
— Lobo.... — o humano sussurrou, atraindo nossa atenção.
— Tem certeza, que não quer matá-lo? — Estevan voltou a perguntar
segurando o braço do humano.
— Estou aqu-i-i — o homem falava com a voz falha de medo.
— Faça logo, Estevan. — suspirei me abaixando ao seu lado.
Com um suspiro de insatisfação, Estevan segurou o humano pelo
ombro, e olhou no fundo dos seus olhos. De imediato, o homem
ficou calmo, assim que os olhos do Conde ficaram vermelhos. O
suspiro de alívio deixou meu corpo como um sopro de vida. Se
estivesse em pé, teria caído, pois minhas pernas estavam bambas
demais.

Capítulo Quinze

Solenemente um amor para agradar?


Um começo para sonhar?
Um passado para recomeçar!

Mih Franklim

Estevan

— Não seja repugnante. — olhei para Ella, assim que passamos pela
porta do seu apartamento.
Ella está com um olhar severo, querendo, ou não. Me lembra o
seu pai, até aqui Francis Underwood parece me perseguir. É, parece
que eu mereço que a filha dele seja minha companheira. Que eu
consiga ter paciência, me parece que essa conversa não vai ser útil.
Depois que saímos da empresa, —o que foi desconfortável para Ella
— já que a lobinha ficou nervosa quando todos da empresa nos viram
juntos. Desnecessário, aos meus olhos, ela é minha de qualquer
forma. Não tem motivos para sentir-se mal, só porque alguns
humanos saberá. Quero que muitos humanos saibam desse fator,
assim como vampiros, e até mesmo os pulguentos. Isso evitará a
morte de algumas pessoas. Mas me parece que Ella não pensa dessa
forma. Como eu disse, essa conversa não vai ser do meu agrado!
— Talvez se você fosse menos impulsivo. —praguejou fechando a
porta, passando feito um foguete por mim.
— Ainda está falando daquele homem humano insignificante? —
revirei os olhos, começando a andar por sua sala.
O apartamento ao qual Ella mora, é espaçoso. Diria ser sua cara, se
a conhecesse melhor. As fotos em família espalhadas pela sala não
deixava dúvidas de que ela seja próxima a seus familiares. De um
certo, modo me agrada! É bom saber que Ella é uma loba calma, e
não igual sua mãe.
Não que eu tenha algo contra Antonella, mas digamos que me
divertia muito vendo Francis sofrer em suas mãos. Se isso acontecer
comigo, não terei calma para lidar com a situação. Mas, parece que
não devo comemorar, afinal ela está defendendo um humano que
deveria está morto nesse exato momento.
— Ele é um humano inocente, você não deve atacar humanos. —
disse alterada.
— Um humano inocente? Ele estava tendo pensamentos perversos
que envolvia você, correntes e uma cama. — falei de forma severa,
vendo-a arquear uma sobrancelha.
Já estou ficando irritado por ver esse altruísmo todo por causa de
um simples humano. Estávamos no elevador do seu prédio, quando
um homem começou a pensar coisas sujas sobre Ella, então eu o
ataquei. Até ela intervir me impedindo de matar-lo. — Vai me dizer,
que lê mentes? — Ella parecia não acreditar, pois possuía ironia em
sua voz, o que ativou meu lado irônico.
Me sentei no seu sofá sendo para frente. Estamos perdendo
tempo demais nesse lugar, deveríamos continuar de onde havíamos
sido, interrompidos!
— Um dom, embora não precise ler a mente daquele verme, para
saber que ele queria transar com você. — a olhei, suas bochechas
coraram pela forma que falei sendo objetivo. — Deveria está feliz,
não o matei, ainda!
Suspirando, Ella colocou sua bolsa sobre o sofá, e me olhou. Logo
em seguida retirou seus saltos começando a caminhar até outro
cômodo da casa, me levantei do sofá, e fui atrás dela vendo que ela
está na cozinha bebendo água.
— Até lhe ofereceria água, mas algo me diz que não vai querer. Já
que ler mentes, sabe o que posso fazer com uma jarra de água e seu
lindo rosto. — um sorriso travesso se formou nos lábios da minha
lobinha.
Pobre loba, se soubesse o quanto isso me excita, não me atiçava
dessa maneira.
— Na verdade aceito o copo de água. Essa foi a refeição mais ruim
que tive em séculos. E não se preocupe, não funciona com você,
aparentemente a ligação de Selene tem dedo nisso! Uma lástima,
estava curioso para saber sobre seus pensamentos pervertidos. —
suas bochechas coraram. Ella me olhou com raiva.
— Você fica melhor de boca fechada. — falou me entregando um
copo com água.
Água! Pra que eu vou querer a merda da água?! Eu quero ela.
— Compartilhamos o mesmo pensamento então, lobinha. — sem
desviar do seu olhar, bebi a água de forma rápida.
— Vamos acabar logo com isso! — falou por fim, começando a voltar
para a sala.
Assim que voltamos para a sala, me sentei no sofá. Ella logo se
sentou em outro sofá de frente para mim. O clima estava ficando
pesado, sua respiração, bochechas ruborizadas, e a forma que está
agindo, diria que está nervosa demais para uma simples
conversa. Me sinto um idiota por achar esses simples gestos,
sensuais e excitante. Me toquei que nossa relação, não será fácil, Ella
tem o temperamento forte. Diria que é um loba selvagem, esperando
para se domada.
— Bom... — começou a dizer, focando seu olhar para o chão.
— Bom? — repetir sua palavra com um certo desconforto, esses
sentimentos diferentes que Ella despertar em meu peito, são
estranho.
— Vou ser sincera, e bastante direta. — afirmou finalmente me
olhando nos olhos. — Não quero aprofundar nosso laço de ligação!
Não foi possível conter uma gargalhada quando a mesma proferiu
as palavras com um certo receio.Ela está está louca! Seria impossível
quebrar nosso laço de ligação. Na realidade, não é impossível, porém
não permitirei tal barbaridade. Me levantei no momento que a olhei,
vendo que ela estar falando sério.
— Você está falando sério? — ainda fiz questão de perguntar, mesmo
sabendo sua resposta.
— Não quero se ligada à ninguém! — disse levantando-se do sofá.
Sua voz parecia falha, mas não demonstrava confiança.
— Não sei se você sabe, mas não sou um lobo! A rejeição não
funciona comigo. — digo a olhando de cima, a baixo.
Mesmo que não funcione, isso de fato mexeu com meu ego!
— Eu sei... — Ella torceu-lhe os dedos, uns nos outros, sua voz ficou
falhada, e sua respiração desregulada.
Nitidamente, não quero desfazer nossa ligação, que ao certo nem
foi iniciada.
— Não aceito! — a interrompo, querendo dar esse assunto por
encerrado.
— Você não pode tomar essa decisão sozinho! E algo que os dois têm
que decidir. — ela disse cruzando os braços sobre seus seios.
— Exatamente, essa é a questão! Não querer cancelar nosso laço de
ligação é a minha decisão. — me sentei novamente mexendo nos
meus cabelos nervoso.
— Olha, ao menos me escute. — Ella parou na minha frente, me
olhando, me implorando.
— Tudo bem, diga! — suspirou se sentando na minha frente.
Não estou gostando do ritmo que essa conversa está tomando!
Preciso de muita paciência, algo que não tenho.
— Bom! — com a voz calma, Ella começou a falar me olhando. — Não
quero me relacionar com ninguém agora. Acabei de me mudar,
entenda, a minha vida toda, achei que você iria ser meu cunhado! Já
até sonhava com meus sobrinhos, isso tudo é muito estranho para
minha mente assimilar agora sabe?
— Sim. — me lembrei do jantar na casa dos seus pais. A insistência
que eles tiveram, achando que a sua irmã era minha companheira,
me causou raiva.
— Quero viver sozinha agora. Você aparecer foi um grande
imprevisto, não vou mudar meus planos! — afirmou suspirando. —
Sei que é diferente, que não vai funcionar a rejeição, mas também sei
que deve haver alguma forma de quebrarmos o nosso laço...
Como ela pode realmente acha que vou quebrar o nosso laço?
Foram séculos esperando sua chegada.
— Entendo seu lado, lobinha. — me levantei do sofá andando até
uma janela que tem em sua sala.
Não demonstro me importar, mas as explosões sentimentalistas
do meu interior estão me deixando levemente tonto!
— Então vai quebra o nosso laço? — perguntou surpresa, sorriu de
forma maliciosa, negando com a cabeça.
— Eu disse que lhe entendo, não que vou ceder as suas vontades. —
afirmei, abrindo um botão do meu blazer.
Tudo bem, entendo seus caprichos. Querer viver sozinha, e toda
essa ladainha de jovens dessa século. Mas, não vai ser fácil se livrar
de mim, minha lobinha.
Minha!
— Não vou forçar uma relação com você. — falei suspirando. Mas se
você me disser não, já é outra história...
— Otim... — a interrompi.
— Porém, não quero que mantenha nenhuma relação com outro
homem. Qualquer um que se aproxima de você, estará com os
minutos contados, mesmo que não a terei agora, isso não mudar o
fato, de que você é minha. Então, se você não quer que seus
queridos humanos se machuquem, fique longe deles.
— Isso é injusto! — Ella esbravejou rosnado, me aproximei dela a
intimidando.
— Já estou sendo bom, ao ceder para os seus caprichos! — a olhei de
forma severa.
— E se eu me apaixon... — a interrompo lhe mostrando minhas
presas com um alto ranger de dentes.
Meus olhos transpareciam fúria, e a raiva que sentia é capaz de
acender o inferno. Não! Isso é totalmente inadmissível. Meu lado
sombrio queria se libertar, fechei meus olhos, em uma tentativa falha
de me controla. Mesmo achando atraente seu lado desafiador, suas
palavras me deixaram irado. Como Ella tem coragem, de dizer que se
apaixonará por outro alguém? Nem em mil anos, isso irá acontecer, e
afirmo, que nem em minha morte, permitirei isso.
Usei minha velocidade sobrenatural, e a derrubei sobre o sofá,
caindo por cima do seu corpo. Sua respiração se desregulou, e seus
batimentos se aceleraram, a forma que seu rosto ficou corado, não
deixou dúvidas de que ela está excitada e apavorada. Com força, sem
machucar-la, segurei suas mãos, por cima da sua cabeça, em um
gesto de dominação. Me aproximei colocando meu rosto entre a pele
do seu pescoço para aspirar seu cheiro doce, na intenção de que ele
me acalmasse vagamente.
— Não diga coisas insolentes. — seu cheiro adentrou em minhas
narinas, como o esperado me acalmando. Toquei com meus lábios, a
pele quente do seu pescoço.
Suas veias estão totalmente pulsantes, e a sua respiração
desregulada. Me segurei o máximo, para não prova o gosto do seu
sangue. Sei que seu corpo me pertence, Ella é completamente minha.
Ela só está lutando contra suas emoções.
— Seu corpo, já me pertence. — digo, Ella tentou se soltar, mas o
suspiro de tesão proferido por seus lábios, não deixou dúvidas de ela
está sendo afetada por minha presença.
— Não sou um objeto! Posso me apaixonar por outro alguém.
Mesmo que o laço de Selene seja forte, isso não significa que seja
inquebrável. — me provocando, Ella parou de tentar se soltar.
— Não irei permitir que seu coração seja de outro alguém. — minha
voz tem uma entonação severa. Soltei suas mãos, que foram para
meu pescoço. — Irei fazer com que cada parte do seu corpo, seja
entregue a mim. Isso poderá levar séculos. — sussurrei vendo seus
olhos ficando avermelhados. — E você minha lobinha, vai se
completamente minha!
Afirmei mordendo lentamente seus lábios, iniciei um beijo, ao qual
não deixava espaço para uma possível dominância de sua parte. Se
entregando ao nosso beijo, suas mãos bagunçavam meus cabelos.
Ella arfou entre meus lábios, assim que suas pernas se entrelaçou na
minha cintura. Em compensação, meu quadril criou vida própria e
começou a empurrar-me em direção ao encaixe perfeito de nossos
corpos.
Ela conseguia acender meu lado mais obscuro, sem ter um efeito
ruim, sobre a humanidade. A forma que meu corpo reage aos toques
de suas mãos macias, não me deixa dúvida, tenho que manter-la por
perto até meu último suspiro de vida.
— Para... — disse ofegante, assim que paramos o beijo para
recuperarmos o fôlego.
Suspirei ao escutar sua voz, suas pernas se contraíram em volta da
minha cintura, assim que comecei a beijar seu pescoço, deixando
alguns chupões em sua pele. Se ela apertasse mais um pouco suas
pernas ao meu redor, eu iria perder qualquer tipo de sanidade que
ainda me restava.
Todos esses séculos achando ridículo o jeito dominador de um
lobo, para fazer isso agora. Um vampiro não age assim, com seus
laços de sangue! Creio que tem relação com o fato dela ser uma loba.
Selene causou uma grande mistura.
— Estevan... — Ella sussurrou, fechando seus olhos.
Uma de minhas mãos, subiram lentamente por sua coxa, sentindo
a textura da sua pele. Voltei a beijar seus lábios entreabertos, assim
que ela arfou fechando seus olhos. Tudo está quente! O clima parece
que ficou abafado, e os lábios de Ella se tornaram a única coisa que
poderia saciar meu desejo.
Tenho a certeza, que Ella será minha perdição.
Tudo estava indo perfeitamente bem, até meu telefone tocar pela
primeira vez. Logo em seguida tocou pela segunda vez, depois uma
terceira, uma quarta, até chegar na 16ª o que fez minha lobinha
rosnar entre meus lábios.
— Merda! — digo entre dentes, ao encerrar nosso beijo ofegante.
— Atende logo! — falou fechando os seus olhos para recobrar lhe o
fôlego. Me levantei do sofá, com a respiração desregulada.
— Serei rápido! — peguei meu celular, vendo o nome Willians.
Atendi o telefone, vendo Ella se levantar indo em direção a
cozinha. Afrouxei minha gravata pensando em uma forma dolorosa,
para matar Willians, por me interromper.
— Espero que seja algo importante, se não, considere sua cova
pronta. — falei sendo direto.
— Creio que interrompi um momento valioso? Perdão por isso!
Willians é meu amigo, braço direito para ser claro. Ele convive a
um longo tempo comigo, saber quando estou furioso!
— É algo sério sobre o Clã! — afirmou, tomando uma postura
profissional.
— Prossiga! — disse.
Não ligo para o Clã agora. Meu corpo ainda se encontra
energizado, por causa de Ella!
— O grupo de mulheres que atacaram os galpões, fizeram uma
proclamação para todo o Clã, aproveitando sua ausência. — Willians
suspirou.
— O quê? — perguntei arqueando uma sobrancelha.
— Elas se proclamaram livres, e de acordo com a líder delas Louise,
preferem ser chamadas de "asas da liberdade." — Willians soltou um
suspiro.
Esse pequeno grupo de mulheres, têm me dado dores de cabeça,
confesso.
— Prossiga! — cruzei meus braços, vendo Ella voltar para a sala.
— São contra nossas leis, e querem mudanças. — sorrio
ironicamente escutando a voz preocupada de Willians.
— Willians! Não acho que isso seja sério.
— Conde Estevan, o grupo teve um aumento de 50% no período em
que você esteve fora do Clã!

Capítulo Dezesseis

Vejamos algo maior!


Algo revigorante.
Mih Franklim

Se ainda não morri, é um sinal direto dos céus de que eu não vou
morrer por causa de problemas cardíacos. Meu peito está subindo e
descendo tão rapidamente, que sinto meus órgãos fazerem um
carnaval no meu interior, tendo como rainha da bateria, as
borboletas. Juro por Selene, meu corpo não vai aguentar outra onda
de Adrenalina dessas!
Ella, o que você pensa que está fazendo? Cadê a loba forte, e
destemida, que não vai efetuar o laço de companheirismo com o
Conde? Acho que ela foi embora. Santa lobinha, que calor, é esse?
Corpo traidor!
— Se acalme, Ella. — disse baixo, abrindo a geladeira, para pegar
água.
— Aaaa, congelou meu cérebro! — coloquei minhas mãos sobre
minha cabeça, suspirando.
Deveria ter congelado outra coisa, não o cérebro! Pronto, cá
estou eu novamente, com esses pensamentos pervertidos. Acho que
nem se eu congelasse todo meu corpo, conseguiria apagar todo o
fogo que estou sentindo! Esse assanhamento todo por causa de um
Vampiro irônico? Pelo amor Selene, o que eu fiz para merecer isso?
— Okay, okay, Okay! Se acalme, Ella Johnson Underwood. — comecei
a arrumar minha roupa amarrotada, ajeitei meus cabelos criando
coragem para encarar Estevan.
As coisas saíram do controle, de uma forma absurda. Não
esperava ser beijada pelo vampiro tentação. Foi impossível resistir.
Uma euforia, está nitidamente me consumindo por inteiro me
deixando muito quente. —Minha loba está tão feliz que chega ser
difícil respirar. Lobinha do céu! Preciso me controlar!
Devo praguejar pelo telefonema, ou agradecer? Respirei fundo,
tomei uma postura séria, mesmo que meu interior grite para que eu
saia uivando, como uma louca para me jogar nos braços do vampiro
tentação!
Voltei para sala, vendo que Estevan ainda estava no telefone. Seu
terno amarrotado, sua gravata frouxa e os três primeiros botões de
sua camisa social desabotoados, deixava ele completamente sexy.
Estevan percebeu, que estou o olhando demais.
Vamos se controle Ella, com um suspiro, caminhei firmemente para
o sofá e me sentei. Aparentemente estou recomposta, mas por
dentro estou nitidamente derretida! Tossindo mantive uma postura,
começando a prestar atenção no que Estevan falava por telefone.
Parecia se algo, muito sério. Meu corpo, apesar de ter se afastado de
forma brusca dele, e ter se passado alguns minutos, ainda me sinto
ofegante.
— Estou a caminho — Estevan mantinha uma expressão séria,
esbanjando autoridade. — Certo, peça para Alonso manter tudo em
ordem, até a minha chegada. — por fim, falou desligando o telefone,
logo voltou seu olhar para mim.
Seus olhos ainda esbanjava o desejo que nos consumia, minutos
atrás, contudo, não passava despercebido a preocupação que eles
me transmitiam. Então, caminhando até minha frente, Estevan me
olhou sem quebrar o contato visual.
— Estou com problemas no Clã! — começou a dizer com um voz
calma e compreensiva.
— Certo! — me levantei do sofá, e fui caminhando confiante para a
porta.
Ainda estou sobre o efeito colateral, Estevan.
— Irei para o Clã hoje, voltarei somente na sexta. — me olhou
parando na minha frente.
— Sem problema...— ele me interrompeu com um gesto feito por
suas mãos, que seguraram meus ombros.
A intensidade no seu olhar, é sufocante!
— Assim que eu voltar, iremos resolver corretamente isso. Já está
tarde, você precisa descansar!
Realmente, já deve passar das vintes duas horas.
— Sim. — concordei abaixando minha cabeça.
É nítido que estou sem graça. Como reagir perto dele, depois do
que aconteceu? Eu havia pedido para não termos nada, e o beijei.
Geralmente, não sou bipolar dessa forma, então tenho certeza que
isso é um efeito colateral do que "Estevan" causa no meu corpo.
Ainda sinto seus toques, suas mãos gélidas e firmes sobre minha
pele, seus lábios, Santa Selene, Ella, o que você se tornou?
— Um beijo por seus pensamentos. — a voz de Estevan, ecoou na
minha sala, fazendo com que eu sinta minhas bochechas corarem.
— Ahh? — o olhei meio abobada, assim que sua mão, tocou meu
rosto.
Devo agradecer a Selene, por Estevan não conseguir ler, minha
mente.
— É algo realmente intrigante, o fato de não conseguir ler seus
pensamentos. — Estevan afirmou. — Daria tudo para saber o que
está pensando, agora.
— Não podemos ter tudo o almejamos. — sorrio divertidamente.
— Está certa! — vejo as pupilas de Estevan, dilatarem calmamente.
— Me desculpe, mas não posso...
— Não pode o que... — o olhei assustada, em um momento muito
rápido, Estevan usou sua velocidade sobrenatural, e me colocou
contra a porta.
Meu coração estava acelerado novamente com toda essa
aproximação, o contato com o corpo do Conde Estevan Russell, me
deixava eufórica internamente e externamente. Sem conseguir me
controlar muito, minha loba tomou o controle deixando meus olhos
vermelhos, assim que soltou um rosnado baixo e calmo em sinônimo
de satisfação. Passei minhas mãos por seu pescoço, tocando
novamente os cabelos macios da sua nuca.Tanto Estevan, quanto eu,
estamos sendo guiados por nossos instintos selvagem.
Perdi a noção da razão. Fechei os olhos, assim que os lábios
gélidos do Conde tocaram minha bochecha, começando uma trilha
de beijos até meu pescoço, onde ele deixou que sua respiração me
provocar-se, arrepios.
— Você continuará sendo minha... — Estevan começou a dizer
roçando seus lábios sobre a pele do meu pescoço, sinto um frio na
minha barriga.
Minha Santa Lobinha, o que Estevan está fazendo? Não, não, é
isso que estou pensando.
— Até mesmo, quando não estiver aqui. — ele disse, me apertando
firmemente em seus braços.
— Es-estevan... — sussurrei seu nome, fechando os olhos, assim que
sentia a dor das suas presas, perfurarem meu pescoço.
Meu coração estava disparado, aleatoriamente, meu corpo ficou
mole em seus braços, como se pertencesse a ele. Sinto seu peito
subir e descer, no mesmo ritmo frenético que o meu. Não estou
acredito que deixei ele me morde, não acredito que Estevan Russell,
está me marcando nesse momento.
Tudo ao meu redor parecia que estava sendo quebrado, e
rapidamente sendo reconstruído em um poder super eficiente. As
ondas de tremores, as descargas de energia, a euforia e a explosão
de sentimentos que se passava no meu ser me deixou paralisada. Eu
não conseguia ter um raciocínio lógico e concreto sobre nada!
Estevan acabou de roubar todo vestígio de razão que tenho. Minhas
emoções foram pegadas e emboladas formando uma bola de
sentimentos.
Suas mãos me seguravam com uma força tremenda, não deixando
que eu escapasse dos seus braços, a forma que nossos corpos
estavam ligados nesse momento, me fez ter um pequeno colapso de
tremores com ondas de prazer por toda minha pele.
O que estou fazendo? Ou melhor, o que ele estava fazendo
comigo?
A dor que sentia no meu pescoço, se tornou algo prazeroso e me
fez suspirar no mesmo momento que me remexo deixando minha
pele mais exposta. Suas mãos me seguraram com mais destreza, me
apertando contra o seu corpo de uma forma mais firme, sinto meu
sangue escorrer por minha pele. O sentimento de euforia que
deixava minha loba agitada, parecia triplicar assim que o cheiro do
Conde Estevan ficou mais intenso, tudo parecia ter se intensificado,
em uma velocidade extrema.
Estou sem chão! A adrenalina parece correr por todo meu corpo, o
sentimento de que pertenço ao Conde, me atingiu profundamente.
—Qualquer resquício que tinha de que não pertencia a ele, sumiu—
Evaporou como todo, e qualquer pensamento que pudesse atingir
minha cabeça.
Se não estivesse sendo segurada por ele, já estaria esparramada
no chão.
— E-e-estevan... — tentei dizer algo, mas minha voz saiu muito baixa,
tive a certeza de que ele escutou.
Minha loba está tão eufórica e agitada, que quer marcá-lo
também. Acho que me meti em uma bela enrascada!
Um rosnado um pouco alto saiu dos meus lábios, assim que sinto
suas presas saindo de dentro da minha pele. Estevan lambeu o
sangue que escorria por meu pescoço, até chegar no vale dos meus
seios. —É incrível como tudo o que ele faz se tornar algo sensual—
Sentindo-me tomada pela minha loba, e pelos sentimentos que os
lábios do Conde despertava em mim. Subi lentamente com minhas
mãos por seus braços, até chegar no seu pescoço, onde puxei
levemente os cabelos da sua nuca, fazendo o mesmo me olhar, antes
de voltar a me beijar com volúpia.
Beijar-lo, é algo que não me importaria de fazer até o último dia
da minha vida. O Conde Estevan Russell, é completamente
envolvente, seu beijo é feroz e com toda certeza, ele conseguiria
dominar até o último ser vivente de minha pobre alma.
Suas mãos apertaram minhas coxas subindo lentamente até
chegar na minha bunda, suspirei assim que ele apertou a mesma,
com força. Já seus lábios, reivindicavam os meus em um beijo
sedento, não me deixando dúvidas de que ele está marcando
território.
— Assim que eu voltar... — Estevan começou a dizer, recuperando o
fôlego que nos faltava.
Nossos batimentos cardíacos, estavam acelerados em apenas
uma melodia, suas mãos tinham tanta firmeza sobre meu corpo, que
me deixou mais submissa a ele. Não conseguiria questionar-lo nem se
quisesse, —estou me sentindo pertencente a ele— esse sentimento
parece não ser tão ruim.
— Eu quero você. — completou, sendo firme em suas palavras.
Arregalei os olhos, suspirando pesadamente!
—Me-me quer? — disse piscando diversas vezes, tentei o máximo
encontrar forças para puxar um pouco de ar, para os meus pulmões.
Acho que posso morrer agora.
— Você é minha, Ella. Totalmente e irrevogavelmente minha. —
sendo possessivo, Estevan falou, fiquei sem palavras. — Tome
bastante cuidado, estarei de olho em você durante esses dias. — dito
isso, ele beijou novamente meus lábios de uma forma lenta.
Sem dizer mais nada, Estevan se afastou na sua velocidade
sobrenatural, sumindo do meu apartamento em um piscar de olhos.
Com a respiração ofegante, coloquei a mão sobre meu pescoço
sentindo os pequenos furos de suas presas. Meu coração está a mil,
minha loba está eufórica e com certeza, poderia morrer nesse exato
momento.
— Que merda! — esbravejei assim que minhas pernas fraquejaram,
sinto o cheiro de Estevan impregnado por todo meu apartamento.
Eu não conseguia pensar em absolutamente nada! Só sei que
preciso achar uma floresta, sinto que vou explodir. Sem pensar duas
vezes, saio do meu apartamento fechando a porta, comecei a correr
indo na direção das escadas. Minha loba vai se libertar, preciso sair
desse lugar logo. Ou simplesmente vou enlouquecer!

Capítulo Dezessete
Correr de algo que está predestinado a acontecer, não se parece o
certo quando nos damos conta que isso é algo que possa nos fazer
bem!

Mih Franklim

O vento parecia me abraçar. Um abraço caloroso e afetuoso da


mãe natureza! Corria disparadamente pela floresta, que já conhecia
muito bem. Minhas patas pisavam fortemente mostrando atitude,
autoridade e agilidade como nunca fizeram antes. Mostrando que era
filha do Supremo e companheira do Conde apesar de que essa última
parte ainda esteja em um conflito dentro do meu ser. Minha loba se
sentia, enfim livre.
Em todos esses anos, minhas loba nunca mostrou autoridade e
auto controle como está mostrando nesse momento. E isso é algo
realmente inovador, Ela está liberta, como se estivesse sendo
abraçada pela escuridão da floresta, que me envolvia com toda sua
imensidão. Apressei os passos correndo mais rápido em uma
tentativa estúpida de me libertar de uma forma diferente. Não sabia
explicar ao certo, mas meu coração estava acelerado, juntamente
pelas sensações que Estevan Russell me promoveu ainda estarem no
meu organismo.
Minha mente está em uma constante tortura, me lembrando a
todo momento que eu tinha sido marcada. Tenho o sentimento
crucial, de que sou dele nesse momento, e o essencial, de que ele é
meu.
Meus pelos balançavam com uma suavidade me causando paz,
uma paz que não tinha a uns 15 minutos atrás. Assim que cheguei na
floresta, quase fui pega por um grupo de campistas que estavam na
beira da estrada! Isso sim, seria algo ruim. Mas conseguir me
esquivar deles, e enfim estou longe dos humanos. Andando entre as
árvores, uivei como se algo em meu ser, estivesse sendo tomado por
uma energia magnética e contagiante.

***
— Santa Selene! — fechei a porta do meu apartamento correndo.
Estou novamente atrasada, atrasadíssima! — Culpa daquele vampiro
idiota!
Ele atiçou tanto minha loba, que tive que correr como uma louca
para sair da cidade. Precisei me transformar, e por muito pouco, não
fui pegar por alguns humanos que estavam pelas redondezas.
Viver na cidade grande não é tão fácil quando se é uma loba.
Preciso me controlar para me transformar apenas uma vez por
semana, por isso sempre corro de manhã, assim minha loba fica
calma e tranquila durante todo o dia! Algo que não vem adiantando
desde quando o Conde Estevan chegou na cidade. Sem dizer que a
floresta mais próxima daqui, fica em torno de uma hora. Só voltei ao
normal, às seis da manhã, chegando no meu apartamento faltando
pouco tempo para ter que ir trabalhar.
Então logo tomei um banho, um café reforçado e cá estou eu,
meia hora atrasada. Já prevejo o sermão que vou levar, ainda mais
porque não estou com roupas formais. Calças jeans pode se tornar
formal né? Acontece que não deu tempo de me arrumar da forma
correta! Céus, o que importa é que vou lá trabalha. Santa lobinha,
que dia!
— Da próxima vez, vou me trancar no banheiro e me transforma lá
mesmo. — disse, discutindo com o meu interior.
Corri para o elevador que por sorte, estava aberto no meu andar.
Eu estou atordoada, e tudo o que menos quero é ter que olhar para
essa multidão de pessoas, dentro dessa caixinha de metal. Ainda tem
os boatos que vou ter que enfrentar, porque saí com o Conde
ontem.
O pior, é que minha loba parece está ganhando essa guerra interna
que estou enfrentando, com os argumentos de que: fui marcada, e
isso a deixa muito feliz. Eu havia me esquecido desse fator, o fator
crucial em que Estevan agora é meu, legalmente falando pela lei de
Selene.
Minha mente sempre acaba me levando para a noite de ontem,
onde suas mãos firmemente me seguravam demonstrando a
dominância que ele tem sobre meu corpo. Era como se toda fibra
vivente do meu ser pertencesse a ele. Suas mãos geladas, seus lábios
e a forma que ele me beijava, me causou borboletas no estômago só
de lembrar.
— Bom dia!
— Bom dia — sorrir para o senhor Tallber, que me cumprimentou
alegremente como sempre.
Caminhei para fora do prédio, assim que vejo um táxi, corri
acenando para que ele parasse. Uma sorte grande para variar!
Entrando no carro cumprimentei o motorista já falando o endereço
que ele deveria seguir.

***

— Senhorita Johnson, essa é a décima vez que chamo sua atenção


pela vestimenta, a cada dia que passa piora. Antes era só um coque
de cabelo, agora suas roupas estão inadequadas, e ainda chegou uma
hora atrasada.
— Eu sei, me perdoe senhorita Smiller. Isso não vai se repetir.
— Exatamente, não vai se repetir senhorita Johnson! Entenda, você
está apenas como uma estagiária, esse tipo de coisa não pode
acontecer com tanta frequência.Vou advertir-la, mas se acontecer de
novo, irei dispensar-la, agora se me der licença.
— Sim, com licença senhorita Smiller. — saí da sua sala, o mais rápido
possível.
Mil vezes merda!
Como eu havia previsto, levei uma baita bronca, graças a Joyce
Callvens, da recepção principal. Essa mulher me odeia, e o pior é que
eu não fiz nada para ela! Mas é evidentemente o seu olhar de ódio
com a minha pessoa, vou manter o máximo de distância antes que eu
cometa uma tragédia. Definitivamente hoje não é meu dia, então fiz
o que era de mais sentando, fui para o elevador em direção a minha
sala.
O clima frio do elevador me lembrava Estevan, não gosto de
assumir, mas depois dessa maldita mordida me sinto ligada a ele, o
sentimento de saudade é inevitável. Suas mãos, seu cheiro, sua pele
fria, seus lábios, sinto falta até mesmo da sua ironia diária, estou
perdida! Só o conheço a um dia, e estou assim? Que tipo de feitiço
me lançaram? Como fui capaz de me deixar levar pelo Conde metido,
só o conheço tem um dia.
Assim que as portas do elevador se abriram no andar onde
trabalhava, comecei a andar pelo corredor da recepção, onde se
encontrava minha sala. Vejo Elena, caminhei até ela já que a mesma
fez questão de não olhar na minha cara! Ela estava com raiva? Por
quê?
— Elena? — me aproximei com cautela. — Não me diga que vai ser
infantil? — esbravejei com as mãos, apoiadas no balcão.
A raiva em meu ser aumentou, ela me olhou com indiferença! Isso
tudo somente pelo simples fato de que ela descobriu que Estevan era
meu noivo? Esse vampiro não vai parar de me causar problemas?
— Não seja exagerada! Está assim por qual razão? — voltei a
perguntar.
— Deseja algo senhorita Johnson? — sua voz irônica, me fez suspirar,
e revirar os olhos.
— Sim! Desejo saber por qual motivo está desse jeito senhorita Ritz.
— disse cruzando minhas mãos, sobre meus seios.
— Não há motivo para responder esse tipo de pergunta! Agora se
não tem nenhuma dúvida com sua profissão, com sua licença, estou
trabalhando. — Elena se virou de costas, ficando de frente para
alguns documentos.
— Elena. — suspirei aflita! — Me desculpe por não ter contado sobre
Estevan. — falei, assim que ela se virou me olhando.
— Então agora, você falará sobre isso? — sua voz demonstrava que
Elena está nervosa — Desculpe, eu realmente achei que fossemos
amigas.
— Somos amigas! — Afirmei, Elena me olhou, e logo começou a
digitar algo no seu computador.
— Amigas não tem segredos! — ela disse baixo, mas escutei devido
minha audição de loba.
— Elena, sei que não foi legal esconder isso de você. — comecei a me
explicar, mesmo não devendo explicações para Elena. Estevan que
havia sido impulsivo, foi ele que me marcou.
Suspirei indo para trás do balcão, foi inevitável o seu olhar por
todo meu corpo, Elena estava reparando em minhas vestimentas
inadequadas. Eu sei que não estou errada, mas Elena era uma pessoa
importante na minha vida, e já confiava nela tremendamente. Uma
bela amiga, na qual parece que tivemos uma junção de almas. É raro
encontrar alguém que seja compatível com nossa alma, que nos traga
o conforto de uma amizade verdadeira, que vai além do tempo. Elena
era o tipo de pessoa que se tornou minha amiga muito rápido,
confiava nela, e visse versa! Então, obviamente iria pedir desculpas,
por ter ferido seus sentimentos.
— Elena, todos têm segredos. Ninguém é aberto com todo mundo,
você tem seus segredos, eu tenho os meus! Cada ser tem seus
momentos individuais. — sorri com sinceridade a olhando. — O que
nós tornar amigos, é sabermos respeita o tempo de cada um.
— Eu sei! — ela bufou, se apoiando no balcão. — Me desculpe, estou
em um momento difícil com meus pais. Acho que descontei em
você!
— Tudo bem, eu te entendo! — digo sorrindo, Elena me abraçou, me
sinto aliviada.
— Reprisando agora! — soltou o abraço, já voltando a ser a louca que
conheço.
— Ain — sorri passando minha mãos sobre meus ombros,
massageando pelo impacto do seu empurrão.
— Você está acabada! O que aconteceu? Não me diga que passou a
noite em claro fazendo coisas inapropriadas, e acabou perdendo o
horário? — se tem algo que aprendi, é que Elena não tem filtro.
— Elenaa! — falei a repreendendo, comecei a seguir meu rumo
novamente, para minha sala.
Elena me fez lembrar das cenas de ontem, cenas quentes que não
são agradáveis de serem relembradas no meu local de trabalho,
estou ficando mais vermelha ainda!
— O que foi? Opa, você ficou vermelha, então é verdade? Qual é Ella,
seu noivo é... digamos muito atraente! COM TODO RESPEITO.
Gritou pelo corredor, comecei a me afastar dela rapidamente,
entrei na minha sala, fechando a porta com força atraindo a atenção
dos meus colegas de trabalho. Era óbvio que estou correndo de
alguém, para ser sincera das perguntas de Elena Ritz.
— Não perguntem! — suspirei, Allan e Alice me olharam de cima a
baixo.
— Certo... mas... você está bem? — Alice me perguntou, lhe forcei
um sorriso ao olhar-lá.
— Melhor impossível! — digo me sentando.
Como já havia notado que hoje realmente não era o meu dia, fiz o
que me restava, me afoguei no trabalho.

***
Já era o fim do expediente, o dia se passou em uma lentidão
absurda. Decidir não tira minha hora para o almoço, já havia chegado
atrasada e levado um belo sermão da senhorita Smiller. Algo que eu
não quero levar de novo! Céus, foi vergonhoso, me senti na escola
novamente.
— Até amanhã Ella! — Allan deu um beijo na minha bochecha, como
sempre fazia.
— Até.
— Não esqueça da festinha na minha casa, você ficou responsável
pelos bolinhos Ella! — Alice atraiu minha atenção.
— Estarei lá.
— Isso aí garota! — assim, Alice Lear saiu arrastando seu irmão,
dando uma discreta piscadinha para mim.
Suspirei de cansaço, ficando sozinha no escritório. Logo meu
celular começou a tocar, vejo que o número era desconhecido,
mesmo relutante, atendo a chamada.
— Como está lobinha?
Capítulo Dezoito

Que o acaso possa se tornar amor.


Que a tristeza se transforme em alegria.
Que eu possa ver esse seu sorriso todos os dias!

Mih Franklim

Estevan

— Como-o conseguiu meu número? — Ella falou gaguejando, me


sentei sobre a poltrona do meu escritório sorrindo por sua reação.
Estava com saudades da voz da minha lobinha, do seu cheiro, e de
ver seus olhos por mais vagos que eles fossem quando me olhavam.
De alguma forma, uma simples ligação por telefone me acalmo. Ella
tem um grande controle sobre mim. Quem diria! O Vampiro
extremamente apaixonado pela loba.
— Um, 'estou com saudades' seria mais adequado. — disse com
ironia, sabendo que ela reviraria os olhos se estivesse na minha
frente.
Provocá-la é algo, que realmente me cativa. Minha fantasia com
ela nesse momento é vê sua cara de teimosa, e a colocar sobre a
mesa do meu escritório, a tendo de todas as formas. Sorte a dela que
não está aqui em minha frente! Sorte a dela, é azar meu. Droga!
Agora estou mais do que excitado!
— Vampiro idiota! — sua voz foi bem baixa ao proferir tais palavras,
contudo, escutei perfeitamente.
Ella é a única que eu permitiria me desafiar dessa forma.
— Tenho minhas fontes lobinha. — suspirei de exaustão. — Enfim,
não respondeu minha pergunta, como está?
Estou muito cansado. Minha mente parece que vai explodir, já que
se encontrar com um turbilhão de pensamentos. O Clã está muito
movimentado.
— Bem! Aconteceu algo? — Ella perguntou curiosa.
Essa ligação de Selene está começando a me preocupar, não era
tão dependente de um ser assim, e agora estou caído aos pés de uma
loba. De qualquer forma, farei o possível para me manter ao seu lado
recuperando os anos perdidos, Ella era para ser minha assim que se
transformou, mas problemas de família, e a minha insegurança com
meu lado demônio me levaram a tomar uma distância dela. Hoje vejo
que isso não adiantou em nada. Ahh, como eu queria ter estado lá
quando ela se transformou...
O que me deixa calmo é saber que a marquei, mesmo que esteja
longe, Ella me pertence. É algo complicado, não me arrependo de ter
agido por impulso, e ter mordido ela. Seu sangue, é o melhor já
provado por minha existência. Como conviver com um ser, que te
excita a cada gesto que faça? Como conviver com um ser, que
somente a voz já te deixar eufórico, o cheiro, o olhar, tudo em Ella
me atraia,— e agora teria que controlar minha vontade de beber o
seu sangue.
— Depende do ângulo que se profere essa pergunta. Se for
relacionado ao Clã, está na medida do adequado, já se foi
direcionado a minha pessoa, devo dizer que estou cansado, contudo,
o sentimento de saudade é mais predominantemente em meu peito!
Sinto falta do seu cheiro. Sinto falta de você. Na próxima vez que
tiver que viajar para resolver assuntos do Clã, você vem comigo —
afirmei.
— O que!?... Aiiii. — Ella gemeu, logo em seguida teve um barulho,
tudo ficou em silêncio por intermináveis 30 segundos.
Ela havia caído? Com toda certeza, Ella havia caído.
— Ella? — preocupado, a chamei.
— Oi... — respondeu, me deixando aliviado.
— que houve? Se machucou? — fui interrompido por sua voz um
pouco ofegante, parecendo que estava assustada.
— Como sabe?
— Sentiria o cheiro do seu sangue mesmo estando do outro lado do
mundo. — digo.
Estando mais relaxado, abrir dois botões da minha camisa social.
Coloquei os pés sobre a mesa do meu escritório, e suspirei passando
as mãos sobre meus cabelos. Mas a frente, meu blazer estava jogado
sobre uma cadeira. Enfim, poderia fechar os olhos, e ter um pouco de
paz. Já me via matando um vampiro hoje, se houvesse mais uma
reclamação, de um dos vampiros do conselho, eu afirmo que cabeças
vão rolar.
— Se machucou muito? — perguntei de olhos fechados.
— Não, foi só um pequeno machucado no meu dedo, nada demais.
— falou, não posso ler seus pensamentos, mas sou capaz de
identificar se está mentindo apenas pela entonação da sua voz.
— Tome cuidado, não seja tão distraída dessa maneira.
— Distraída? Você deveria saber que sou a senhorita desastrada, isso
não é nada comparado ao que posso fazer. — Ella falou me fazendo
sorrir.
— Pois então minha Lobinha desastrada, trate de ser manter viva até
meu retorno. — minha voz tinha uma leve ironia. — Ella?... — a
chamei, assim que ela ficou em silêncio na linha telefônica.
— Hum... — poderia aposta que Ella está vermelha nesse exato
momento.
— Mantenha-se longe do seu amigo Leonardo. Até mais! — digo ao
desligar o telefone, sem dar tempo para que ela responda.
Esse Leonardo não me é confiável, e não é só pela ocasião
passada, de qualquer forma, Willians já está investigando sua vida a
meu pedido. Matarei ele se esse humano ousar chegar perto da
minha Ella. A porta do meu escritório se abriu, suspirei com a certeza
que meus sagrados minutos de paz acabaram. Os saltos barulhentos
de Samantha poderiam ser ouvidos do outro lado do mundo. Minha
secretária sempre foi escandalosa em suas vestimentas, mas já me
acostumei devido aos séculos de convivência. No geral, Samantha era
uma funcionária eficiente.
— Conde, todos do conselho já estão à sua espera na sala de
reunião.
— Já estou a caminho! — me levantei começando a vestir meu
blazer, abotoando novamente minha camisa.
Não me importo com a presença da Samantha, mesmo que já
tenha dormido com ela, foi apenas alguns encontros onde nós
aliviamos com sexo. Porém, cada gesto que eu fazia, parece ser
monitorado pela Samantha, que está parada formalmente na porta.
A olhei sem demonstrar nenhuma reação, posso afirmar que a
mesma está olhando detalhadamente meu corpo, assim como seus
olhos esbanjar desejo.
— Cond-d... — a interrompi, levantando uma de minhas mão, em
sinal de silêncio, acabando de abotoar os últimos dois botões do meu
blazer.
Os vampiros do Clã, ainda não sabem que resolvi reivindica Ella.
Todos ainda não sabem, que a filha do Supremo o é minha, já está na
hora de saberem!
— Não Samantha. Ainda não foi anunciado formalmente, mas minha
destinada irá tomar seu lugar por direito. — falei calmamente saindo
do meu escritório, sendo seguido por Samantha.
— Como? — sua voz tem uma entonação surpresa. Samantha não
sabia sobre Ella, assim como todos! — Mas senhor... nossa lei não ver
isso com... — a interrompi, se olha-la.
— Como algo desrespeitoso? Sei disso. — andávamos pelo extenso
corredor indo em direção a sala que todos do conselho estavam
reunidos.
— Então porquê? — ela perguntou com calma.
Os vampiros são bem diretos, e não demonstram nenhum
sentimento, nenhum sentimento que não seja totalmente
favorecedor de sua vontades.
Então, visivelmente Samantha está me questionando com toda
naturalidade, o porquê não estou satisfazendo seus desejos carnais.
Meio patético! No meu mundo, diferentemente dos lobos, e dos
humanos. Quando um homem se deita com uma mulher, a qual não
seja a sua destinada de sangue, não é algo considerado traição, muito
menos desrespeitoso a não ser para a mulher que se submeteu a tal
ato.
Enfim, eu não vejo necessidade em me deitar com outras
mulheres, nunca me deitei com quem não fosse capaz de satisfazer
meus desejos, e tenho a certeza que nenhuma mulher poderia me
satisfazer mais sexualmente.
— Você não será mais capaz de me satisfazer. — disse sendo direto,
assim que abrir as portas da sala de reunião.
Com o olhar, observei atentamente cada um dos quatros vampiros
primordiais que estavam à minha frente. O conselho só se reunia
quando se tratava de algo realmente sério, o que indica que esse
grupo de mulheres estão dando uma baita dor de cabeça a todos do
conselho. Diferente dos lobos, onde se à um Supremo que comanda
todos os Alfas, que comandam as alcateias. No Clã são cinco
vampiros que forma um conselho. Um vampiro é eleito por todos do
conselho, para orientar melhor o Clã. Ficando somente abaixo do
conselho. No caso, sou eu! Tradução, uma tremenda dor de cabeça.
Somos diferentes de lobos, e humanos que sempre são obedientes e
seguem um padrão imposto pela sociedade.
— Conde Estevan. — Alonso Russell, meu primo de segundo grau, é
meu conselheiro, falou meu nome atraindo a atenção de todos.
O conselho e regido por mim, por Arthur Aslen, George Hutton,
Malcoln Wentworth, e Arnold Joost Vanrell. Esses são os vampiros
mais antigos, pré-históricos, é perigosos ainda vivos. Nenhum deles
sabem que sou metade demônio! E que continue assim. Tudo o que
eu menos quero é mais problemas que vão me causar dor de cabeça.
— Desculpe a demora. — digo me sentando.
— Comecemos com o procedimento. — Arnold Vanrell disse, apenas
concordei com ele.
— Alonso, diga o relatório dos últimos dias para os senhores
presentes no local. — fiz um gesto com a mão, assim que o mesmo
concordou começando a dizer profissionalmente.
— Os ataques começaram a ser formulado a cinco meses atrás. No
começo era um pequeno grupo de três mulheres, que atacavam
armazéns roubando alimentos, ouro, jóias e objetos valiosos. A
princípio formulamos que é apenas um vandalismos! — Alonso, dizia,
distribuindo uma pasta para cada membro do conselho.
— É o que parece. — George falou, ao pegar a pasta em mãos, para
ler.
— Éramos o que pensávamos! Até começarmos a receber essas
imagens. — Alonso apontando para a pasta, como se pedisse para
que abríssemos a mesma.
— Está me dizendo que um pequeno grupo de mulheres estão
fazendo isso? — Arthur sorri de malignamente. — Isso, é patético.
Abrir a pasta como todos fizeram. As imagens que vir eram
realmente patéticas, a troco de que essas mulheres estariam agindo
com tamanha imprudência? Havia várias imagens de vampiros
aparentemente novatos, todos do sexo masculino, vampiros que não
tinham o controle sobre seus atos ainda. Eles estavam sendo
torturados cruelmente. Algumas das imagens das possíveis vítimas,
demonstrava que eram esfolados vivos. Tendo sua pele removida por
lâminas recheadas de ácido sulfúrico.
— Quando as circunstâncias chegaram a esse ponto? — Malcoln
exclamou fechando a pasta que tinha em mãos, com força.
— Obviamente querem chamar atenção. — George afirmou, de
forma pensativa.
— Não acho que esse seja o ponto! — disse.
Mesmo que essas mulheres queiram chamar a atenção do conselho,
o que conseguiram. Esse tipo de tortura seria demais para elas, tenho
a certeza que elas não seriam capazes de pensar em tal ato com
tanta perversidade dessa forma somente para chamar atenção.
— Como não? Obviamente isso é para chamar a atenção do
conselho! — Malcoln me olhou.
— E evidentemente, elas conseguiram. — Arnold, concordou.
— Concordo com o Conde. — Arthur cruzou suas mãos, atraindo
nossos olhares. — Parem para pensar. Acha mesmo que mulheres
que até então, seguiam as ordens, teriam forças suficiente para
arquitetar um plano desse gênero? — levantou-se dizendo.
— Estão acha que a um plano maior por trás? —Arnold perguntou. —
Ao certo faz sentido, mas qual seria a lógica? E porquê, ajudariam
algo desse tipo?
— Não está óbvio? — Arthur foi interrompido por George.
— Seja quem estiver por trás disso, está usando o fato que as
mulheres não têm voz no nosso meio de viver. Atraindo assim a
atenção delas! — George completou. — Já era previsto uma revolta
dessas no Clã, até demorou acontecer.
— Um problema se juntou ao outro. Temos que tomar uma atitude,
não podemos permitir que vampiros continuem sendo torturados
dessa forma. — digo.
— Acho que tenho um plano. —Arthur falou com um sorriso irônico,
no rosto.
— Prossiga. — afirmei, o mesmo mantinha o olhar zombeteiro.
— Está óbvio. O Conde achando uma Condessa, resolveremos o
problema! — arqueei uma sobrancelha.
— Não entendo, como uma Condessa irá resolver isso? — Malcoln
disse.
— Daremos as mulheres o que elas realmente querem, uma voz, uma
figura pública, Alguém que possa ser representativo como com os
pulguentos, eles chamam de luna se não me engano! Assim
conseguiremos chegar no verdadeiro causador disso tudo. — Arthur
falou, apontando para a pasta. — Está nítido, que não são essas
mulheres que estão causando isso.
— Estão insinuando que um relacionamento meu, seria a solução? —
sorrio com ironia.
— Pode fazer sentido! Acha que vai se um problema Conde Estevan?
— Arthur me perguntou.
Todos me olharam, suspirei passando as mãos sobre meus
cabelos, peguei novamente a pasta em mãos, e olhei a imagem dos
vampiros sendo torturados. Essas formas de tortura, só vi em um
lugar apenas, e isso me deixou em alerta. Comecei a analisar a
imagem com calma, olhando ao redor do corpo ensanguentado e
degolado, até que vi algo que me chamou a atenção. Bem atrás da
orelha da vítima, à um símbolo de um pentagrama, suspirei fechando
a pasta.
— Não, não, será problema nenhum! Já estou com minha alma de
sangue. — falei por impulso, tendo meus pensamentos longe.
Isso me parece se oficialmente um grande problema, dava leves
batucadas com meu dedo sobre a mesa de madeira, meu olhar se
fixou em um ponto na parede, minha mente me levou para longe,
não prestei atenção no que todos do conselho diziam, deixei que
meu corpo relaxasse e fiz algo que não fazia a muito tempo. Uma
viagem dentro do meu ser, deixei que minha mente tentasse se
conectar com um velho parente, o que daria certo se ele estiver na
mesma dimensão que a minha. O que deu, merda, acho que tenho
uma visita de família, não é mesmo pai!?
Capítulo Dezenove

Um dia tudo vai novamente voltar para o 'zero'


Sua vida será toda medida apenas por um ser singelo!
Com a calma da alma, e a alegria do coração!
Cada ser finalmente poderá alcançar sua própria imensidão!

Mih Franklim

Cabelos soltos, um vestido preto que ia no meu joelho, um tênis


confortável. Foi assim que eu sair de casa! —Bom e agora?— estou
jogada no sofá da casa de Alice, me sinto uma almofada que faz parte
da mobília da casa. Meu infalível plano de junta Elena e Allan já
estava em prática. Alice estava me ajudando, mandamos eles ir
comprar algumas bebidas, já que vamos jogar alguns jogos de
tabuleiros. Enquanto isso, Alice está com Leonardo na cozinha
preparando alguns petiscos. Eu diria que estou muito atordoada, mas
só se levarmos em consideração o fato de que estou assim já faz três
dias.
O motivo é meio óbvio não?
A ligação de Estevan a três dias atrás me deixou dessa maneira,
rodeada de incertezas! Porquê ele pediu para que eu mantivesse
distância do Leonardo? Óbvio que eu não fiz isso. Se levarmos em
conta, Leonardo está na cozinha, não muito longe, é até agora o
mesmo me parece muito tranquilo, já que depois de um tempo ele
voltou a conversar normalmente comigo.
Depois do acidente, ao qual o Conde teve culpa. Tirando isso, não
vejo motivos para me afastar de Leon. Estou a três longos dias, sem
ter notícias do vampiro idiota, depois da sua ligação, não consigo
parar de pensar na grande merda que estou me enfiando. Tinha sido
marcada, não sei se tem como reverter esse processo, e se eu
perguntasse a quem sabia me responde, que é obviamente meu pai,
ele mataria Estevan por ter agido no impulso sem o meu
consentimento, falado. Já que meu corpo dizia o contrário.
Acho que deveria ligar para o número que me ligou. Mas e se não
for de Estevan? O que eu vou dizer? Iria falar: "Olá, vampiro lindo e
idiota, você não tem o direito de me deixar tanto tempo sem notícias
suas, seu imbecil! Afinal, não pedi para você iniciar a ligação. Tá
achando o que? Você, não pode me marcar e sair assim como se
nada tivesse acontecido". E tá certo, não vou ligar, é a melhor
decisão.
— Elllaaa, me ajuda a levar os petiscos para a sala. — Alice me
chamou, me arrancando da minha discussão interna.
Estava até curtindo a minha viagem a Estevanlândia.
— Já vou. — me levantei, indo para a cozinha.
— Eu falei para tomar cuidado, hahah —Leon gargalhou. — Agora
você é um petisco com queijo! — disse por fim sorrindo, assim que
passou o dedo na bochecha de Alice e levou até seus lábios,
lambendo o queijo derretido.
— Não seja idiota, isso foi culpa sua!! — Alice falou nervosa.
— Precisa de ajud... nossa, o que aconteceu aqui? — me deparei com
a depravação do queijo.
Havia queijo derretido por todos os lados. Na parede, no balcão,
no chão e principalmente em Alice, ela era definitivamente um pote
de queijo derretido com pernas. Pela cara de Leonardo, e o olhar de
assassina que Alice tem. Já dá para associar o que de fato aconteceu
aqui!
— Os salgados estão sobre o balcão, as bebidas na geladeira, e os
petiscos em cima do armário! —Alice falou retirando o avental que
usava. — Vou tomar um banho, porque esse idiota me assustou,
fazendo com que toda tigela de queijo caísse sobre mim. — foi
impossível não rir da cara de nojo que Alice fez, ao retirar um queijo
pegajoso da mecha do seu cabelo.
— Não foi minha culpa. — Leon reprimiu seus lábios, para não sorrir
da cena.
— Idiota!! Isso não vai sair fácil. — reclamou saindo da cozinha.
Assim que ela subiu as escadas pisando firme, Leon me olhou
gargalhando. Sorrir indo até o balcão para pegar as tigelas com os
petiscos. Leon já estava com um pano em mãos para limpar toda a
bagunça.
— Já volto para te ajudar, com tudo... isso.

***

Depois de toda aquela bagunça na cozinha. Eu ajudei Leon a limpar


tudo, logo depois fui para o quarto e ajudei Alice a tira todo o queijo
pegajoso que tinha em seus cabelos. Não foi uma tarefa fácil. Elena e
Allan, só chegaram duas horas depois! Ou eles estavam fabricando a
bebida, ou realmente rolou alguma coisa. Está muito visível os
olhares de cumplicidade que eles estão trocando. Sem falar que
todos já perceberam isso! E agora? estamos sentados no chão da sala
da casa de Alice, jogando Poker. Acontece que sou horrível, a cada
derrota minha, era mais um copo de Uísque. Ao todo já foram 16.
Tenho certeza que nunca fiquei tão alterada em toda minha vida.
Parece que o efeito do álcool, não está passando, isso é realmente
algo que nunca aconteceu. Merda de vampiro idiota, será que meu
organismo, não está voltando ao normal devido ao fato de que fui
marcada? Isso faria um baita sentindo, já estou a meia hora sem ter
nenhuma melhora. Minha cabeça está girando, e tenho a sensação
de que tudo é engraçado!
Porque eu quero rir da cara de todos? Santa lobinha.
— Acho melhor acabarmos por hoje. — Leon tirou os dados das
minhas mãos, o olhei indignada.
— Com-mo? — coloquei uma mão sobre meu coração. — Meu ego
de loba está-a muito ferido! Preciso ganhar ao menos uma. — tentei
não gaguejar, acho que não deu certo.
— Ego de loba? Já está falando coisas sem sentido. Você mal
consegue ficar sentada corretamente. — Leon parecia estar
preocupado.
— Como?? Isso será medo de perder para uma jovem mulher? —
perguntei me apoiando no sofá.
— Uma jovem mulher bêbada e acabada. Vamos Ella, vou ter levar
para casa! — Elena se levantou, fiquei muito tonta ao tentar
acompanhar seus gestos com o olhar.
— Ahhhh... — Elena me levantou, logo Allan me segurou pelos
ombros de forma mais firme, me mantendo em pé. Tudo parecia
estar girando, acho que estou em uma montanha russa.
— Eu levo vocês. — tentei entender o que Allan falou, mas no
momento estou concentrada em não vomitar.
— Acho que deixamos ela passar da conta. — foi possível escutar a
voz de Alice um pouco distante.
— Todos beberam, mas a Ella? Talvez seja melhor ela dormir na
minha casa. — Elena, tocou meu rosto.
— Concordo! Não é bom que Ella fique sozinha essa noite, acho uma
boa ideia. — Leon falou.

— Acho que vou... aii — quase caí no chão, mas logo as mãos de
Allan me seguraram pela cintura, assim ele me pegou no colo.
— Vamos logo. — fechei os olhos escutando uma voz distante.
Me permitir, aconchegar-me nos braços de Allan. Não demorou
muito para que o sono chegasse, e minhas pálpebras ficassem
impossíveis de serem abertas. Com o consentimento de Selene, e a
certeza de que nunca mais vou me embebedar dessa maneira, me
permitir dormir, sendo levada nos braços do meu amigo para o
carro.

***

— Ella? Ei... Ella?


— Ah? — abri os olhos rapidamente, me sentando de uma vez, logo
coloquei minhas mãos sobre minha cabeça, sentindo uma forte dor
— Desculpa te acordar. Já são quase três da madrugada, não aguento
ver você dormir nesse sofá duro. Quer se deitar na cama comigo?
Não me importaria de dividir-la com você! — Elena disse com calma,
tendo uma voz bastante suave.
— Cama? Como? A onde estou? — perguntei piscando diversas
vezes, até minha visão se acostumar com a luz.
— Está na minha casa. Ella, você passou do limite na bebida, achei
melhor te trazer para car. — Elena disse com calma se sentando na
mesa de centro da sala, me entregou um copo de água e um
remédio.
— Tome! Esse remédio é para ressaca. — peguei o comprimido e
bebi. — Me parece que esse foi o seu primeiro porre. Seja bem-
vinda. — Elena levantou-se com um sorriso travesso no rosto.
— Primeiro, e último. — fechei os olhos, nunca tive ressaca por
bebida. Sou uma loba, meu organismo digere tudo rápido! Talvez seja
por quê o vampiro idiota, esteja longe.
Meu organismo não está se curando rápido, com toda certeza,
tem relação com o Conde Estevan.
— Allan nós trouxe por volta das 02:05, acho que foi visivelmente
uma péssima ideia fazer essa festinha em uma quinta-feira. Meu
apartamento é pequeno, mas minha cama é de casal. Vou tomar um
banho, se quiser se deitar no meu quarto, não me importo! Sinta-se à
vontade para explorar minha casa, principalmente minha geladeira.
— Obrigada, Elena. — Elena sorri acenando, começando a ir andando
para um corredor.
Por um momento olhei toda a decoração da casa de Elena. Tudo é
tão moderno, a cara dela. Móveis em tons pretos e vermelhos, alguns
portas retratos de família. Olhei tudo tão atentamente, que praguejei
assim que meu olhar parou em cima de um telefone fixo que tinha ao
lado do sofá. Meus dedos coçaram, uma adrenalina atingiu meu
corpo, peguei o mesmo e disquei o número que me ligou a três dias
atrás. Que se dane tudo, eu vou mandar esse vampiro para um lugar
que deveria ter mandando a muito tempo!
Uma, duas, três vezes tocou o telefone até que alguém realmente
atendesse. Meu coraçãozinho se disparou, e diversas borboletas
brotaram em meu estômago do nada. Tive a total confirmação de
que era Estevan do outro lado da linha.
— Alô? — sua voz, foi proferida de uma forma extremamente rouca,
o que fez todo meu corpo se arrepiar.
— Quem é? — Estevan voltou a perguntar, só então percebi que
estava a um minuto calada sem conseguir dizer absolutamente nada.
Tomada pelo pânico, minha respiração começou a ficar desregulada.
— Oi! — ótimo, essa sem dúvidas foi a frase mais elaborada que já
falei na vida!
— Ella! — Estevan me chamou, me sinto uma adolescente por
suspirar ao escutar sua voz.
— Descobriu o mundo? — merda, minha voz ainda estava um pouco
afetada pelo álcool, visivelmente isso não foi uma boa ideia.
— Você está bêbada? — sua voz tomou uma postura mais séria, um
pequeno barulho foi escutado do outro lado da linha.
— Não interessa!! Você é um vampiro idiota, e sem noção. — segurei
o telefone com força, ao tentar não deixar que minha voz
embolasse.
— Alterada... certo! — Estevan suspirou — Onde você está? —
perguntou mantendo uma mansidão em sua voz.
— Não é da sua conta Conde! Estava com meus amigos! — um
sorriso irônico nasceu em meus lábios.
— Quais amigos?
— Alice, Allan, Leon... — fui interrompida.
— Falei para não ficar perto deste Leonardo. Chego aí em meia hora.
Não faça nenhuma besteira. — sua voz tinha uma mansidão que eu
desconhecia, isso foi tudo o que prestei atenção antes dele encerrar
a ligação.
— O que? Alô? Mais que merda! — ele já havia desligado o telefone.
Me sentei no sofá, sentindo meu coração disparado. Só agora me
toquei, da merda que fiz! Santa lobinha, ligar para Estevan, o que eu
tinha na cabeça? Estalava meus dedos uns nos outros pensado em
alguma maneira de reverter isso.
— Ella, que tal um film... — Elena veio em minha direção, enxugando
seus cabelos com uma toalha, me levantei do sofá rapidamente. —
Ella, o que aconteceu? Você está pálida!
— Elena, acho que fiz merda!
Capítulo Vinte

Sangue quente na veia!


Coração gelado no peito!
Indecisões que rodeiam uma mente!
E a certeza que o nosso futuro é por si só.

Mih Franklim

Estevan

Há mentes humanas, que afirmam sobre a existência de demônios


que influenciam nas atitudes e escolhas de cada ser vivente. Eu
respeito essa opinião formada e promissora de cada um. Porém,
como filho do grande Balder, um demônio sujo, traiçoeiro e que só
pensa em si mesmo, sendo o braço direito e o faz tudo do nosso
digníssimo rei do submundo. Afirmo por minhas palavras, que o
verdadeiro demônio se trata de algo interior. Cada ser vivente tem
um lado sombrio que é absolutamente louco para se liberto! Cabe a
cada um sabe controlá-lo.
Afinal eu estou assim nesse momento, incontrolável.
Meu sangue estava fervendo só pelo fato de Ella dizer, que estava
no mesmo local que aquele seu amigo bastardo. Como sempre
minhas desconfianças nunca estão erradas, de fato esse Leonardo
vem de uma família de caçadores que são do Brasil. Só esse fator
primordial, já se tornou um grande motivo para manter esse ser
repugnante longe da minha Ella. Mas mantive a calma, sei que não
adiantaria discutir com ela, nem levantar hipóteses importantes, já
que Ella estava bêbada. Com toda certeza seu organismo estava
lento, e eu tenho a total certeza de que isso está relacionado, ao fato
de que eu marquei minha Ella. Deixaria para puni-lá assim que a
mesma estiver sóbria e bastante consciente, por agora seu bem estar
e segurança são primordiais para mim. Não se é uma boa maneira, de
ser acordado de madrugada. Estava dormindo depois de um longo
dia. Estou tentando resolver a chegada de meu pai por encoberto,
não quero envolver o conselho, nem ninguém nesse patético caso de
família. Assumo que isso realmente é algo cansativo.
Acontecer que encontrá-lo é quase impossível, ele só aparece
quando quer, e na hora que o convém! Então o que eu tenho para
fazer basicamente é esperar, até que ele apareça. Mesmo sendo
inútil, vou continuar minha busca por sua presença!
— Essa loba já está começando a me trazer problemas. — suspirei
descendo do carro, olhei uma última vez para Willians que estava no
banco do motorista, e fui na direção do prédio.
A noite está fria, perfeita para matar um humano. Principalmente
se for um tal de Leonardo. Me arrumei tão rápido, que gastei menos
do tempo estimado para chegar aqui.
O elevador teve uma demora absurda para chegar ao térreo, mas
a demora maior ainda, foi para chegar ao andar onde Ella estava.
Assim como demoram para abrir essa porta. O cheiro de Ella me
trouxe exatamente para o apartamento de uma das minhas
funcionárias.
— Senhor Russell? — uma das secretarias da minha empresa, abriu a
porta com calma. Se não me engano, é Elena!
— Boa noite, desculpe o horário, vim buscar a Ella. — falei me
apoiando na porta, Elena se afastou me dando passagem para entrar
no seu apartamento.
— Bom, eu não sei o que falou com a Ella, mas ela ficou meio
"louquinha." — disse gesticulando com as mãos, a olhei dando alguns
passos adentrando no seu apartamento.
Nenhum sinal daquele humano, acho que alguém terá a vida
poupada hoje.
— Como? — perguntei sem quebrar o contato visual, percebendo
que a mesma ficou corada instantaneamente.
— Ella literalmente surtou. Sei que álcool tem culpa. Ela ainda estava
um pouco bêbada, então falei que você não viria mais, ela voltou a
dormir! — Elena cruzou suas mãos.
— Ótimo, onde Ella está?
— Está dormindo no meu quarto, acho melhor você voltar pela
manhã. — a olhei com ironia. — Como amiga da Ella, não vou deixar
que você a leve hoje! — completou me olhando.
— Interessante. — sorrio.
Um serzinho, tão fraco me desafiando? Quanta insolência.
— Ella ficou muito assustada depois da sua ligação. Não entendi bem
porquê, mas ela parecia ter medo de você! Então ela não vai sair
daqui, a não ser por vontade própria, e como nesse momento ela
está dormindo... — ela disse, gargalhei de forma maligna, por sua
ousadia.
— Não seja repugnante, não estou com tempo! — falei sorrindo com
sarcasmo.
Dei a volta na sala do seu apartamento, contornado um sofá
vermelho que tinha total destaque em toda sua casa. Passei por ela a
ignorando, fui na direção de um corredor, me desliguei um pouco
desse mundo, e deixei que fosse guiado pelo cheiro da Ella.
— Eu disse que você não vai LEVAR ELA!! — o som estridente da voz
de Elena me fez parar no mesmo momento.
Fico parado sem me mover um músculo quando o barulho, e o
som da circulação sanguínea da mulher nervosa e insuportável
ficaram mais altos. Escutei o barulho de algo se quebrando, e só
então, me toquei que ela havia quebrado um jarro de flor na minha
cabeça. Sem acreditar muito no que havia acontecido levanto minha
mão até meu ombro, e limpei o mesmo, retirando alguns cacos de
vidro. Fechei os olhos e tento controlar minha raiva, o que
obviamente eu não conseguiria fazer.
— Mme-me-meu Deus! Me desculpe.. — me virei para Elena que me
olhava com as mãos sobre seu rosto, como se estivesse arrependida.
Com toda certeza, ela vai se arrepender.
— Céus!! Se machucou? E-e-eu.. não sei o que me deu... foi impulso
desculpe! Céus!!! — Elena colocou uma mão no meu ombro,
retirando um caco de vidro.
— Humana idiota. — esbravejei suspirando fundo.
— O-o que-e disse? — sua voz tinha dúvida.
Em um gesto rápido e raivoso, segurei sua mão com força a
empurrando na parede, vi o medo se passar por seus olhos, e isso me
deixou com mais ódio, e de uma certa forma, contente. É gratificante
ver alguém em seus braços sentindo medo de você. Isso engrandecia
meu lado demônio de uma forma absurda! Perdendo o controle
sobre meus atos, deixei que meu lado sombrio me assumisse por
completo, sorrio malignamente quando vejo seu corpo estremece.
— Deu-u-us... — ela sussurrou, demonstrando está apavorada.
Sorrindo de um forma meio macabra, meus olhos ficaram
vermelhos e instantaneamente apertei seu pulso com força. Vi o
medo no seu olhar triplicar assim que ela percebeu que não estava
lidando com um humano. Sem pensar duas vezes, mostrei minhas
presas para ela, colocando minha mão na sua boca, abafando o grito
agudo que foi proferido dos seus lábios. Eles são sempre tão
barulhentos!
— Passou longe.. — creio que o Deus dela não poderá ajudá-la agora.
A mordi sugando seu sangue quente. Estou com fome mesmo!
Na medida que sentia o gosto doce e quente do seu sangue em
minha boca, sentia minha fome ser saciada. Elena começou a fica
fraca, diminuindo o aperto de suas mãos sobre meu pescoço que
estavam nessa região do meu corpo, como um modo de auto defesa,
ao poucos ela foi me soltando e eu sabia que ela iria morrer se
continuasse. E de fato eu não ligava! Ela era mais uma simples vida
humana sem importância. Só que um fato primordial me veio na
mente, eu era um observador, e com toda certeza já havia observado
que Elena Ritz era importante para a minha Ella. Isso me fez soltá-la
mesmo contra gosto.
E mais uma vez, a lobinha interviu em minhas vontades e
pensamentos.
— Teve sorte. — a soltei dando dois passos para trás, retomando o
controle do meu corpo.
Meu lado demônio estava insaciável nesses últimos dias, e isso
sem dúvidas afetava meu lado vampiro. Talvez porquê meus pai
esteja por perto!
— Você... — ela tentou dizer com uma cara não muito boa. A dor que
ela está sentindo nesse momento não é algo agradável.
— Isso, um vampiro, não é necessário apresentações. — fechei os
olhos, puxando o fôlego deixando que meu rosto voltasse ao normal.
Elena colocou a mão sobre seu pescoço descendo com as costas
apoiada na parede até cair no chão, me olhando com medo, levou
sua mão até seu pescoço, onde havia à mordido. Passei minha língua
em volta dos meus lábios, lambendo lentamente o resto do sangue
que ficou sobre meus lábios. Por mais delicioso que seu sangue fosse,
não se compara ao de Ella. Seria errado se eu dissesse que passei
toda a semana pensando nela? Absolutamente tudo em Ella é
extremamente perfeito!
Com um sorriso um pouco maligno, peguei meu celular e disquei o
número de Willians vendo Elena no chão, tentando lutar de todas as
formas contra o cansaço excessivo de seu corpo. Elena estava
nitidamente com medo e não queria dormir! Está certa, eu mesmo
não confiaria em mim.
— Conde. — ele atendeu.
— Venha aqui Willians. Vou precisa de sua ajuda! — disse olhando
para Elena.

***

Não é necessário dizer, que não dormi. Assim que Willians chegou
no apartamento da senhorita Ritz, ele a pegou e a levou para o carro
seguindo minhas ordens enquanto eu levava minha Ella. Foi fácil
passar pela recepção, afinal o porteiro cochilava sobre sua mesa, já
as fitas de gravação? Eu tinha meus contatos e já estava resolvido.
Decidir ir para minha casa que ficava um pouco afastada da grande
cidade de Nova York, longe do Clã e de tudo. Ainda tenho que pensar
sobre o que vou fazer com essa humana que está dormindo no
quarto ao lado. Óbvio que a tranquei, mesmo sabendo que Elena não
vai acorda nem tão cedo, prefiro não confiar totalmente nessa
hipótese.
Enfim, estou a um bom tempo olhando para Ella que dormia
calmamente ao meu lado. Dessa forma, ela parece um anjo.
O sol da manhã já entrava pela janela, apenas sentia o corpo
quente de Ella sobre a minha pele gélida. Fechei os olhos me
permitido descansar um pouco! A abracei pela cintura, apoiando meu
rosto em seu pescoço. O cheiro inebriante dela invadiu minhas vias
respiratórias, me deixando completamente relaxado e calmo. Meu
rosto estava na altura da sua marca, e isso me trazia uma espécie de
paz, uma obsessão diferente por Ella. Não sei se posso qualificar isso
como algo realmente promissor! Estou muito aconchegado a
abraçando, quando a mesma dormia calmamente em meus braços.
Nunca achei que fosse pensar nessa hipótese, mas dormi de
conchinha, sentindo o calor emana do seu corpo, me parecia algo
que eu sempre iria querer fazer com ela.
Com os olhos fechados e apenas sentindo o seu cheiro, o sono
chegou aos poucos me fazendo apertar-lá mais contra meu corpo, o
colando totalmente com o dela. Deixo que meus lábios toquem
calmamente sua nuca, onde depositou um beijo lento e gélido,
sentindo seu corpo se arrepiar inteiramente.
— hummm.... — Ella murmurou se aconchegando mais em meus
braços. — Ah... AAAHHH — a voz de Ella, ecoou por todo o quarto
assim que ela tentou se soltar dos meus braços.
— Quanto barulho! — digo fechando os olhos a soltando, no impulso
ela levantou-se levando o lençol consigo.
— O que? Aah- Você? Eu? Meu santo LOBO!! — Ella parecia não
entender o que havia acontecido.
— Como? — me sentei na cama a olhando divertidamente.
— Graças a Selene! — suspirou aliviada assim que olhou para seu
corpo, verificando se estava com roupa.
Então ela não lembra de nada? Interessante. Pois eu lembro
muito bem de como ela murmurava meu nome quando eu a
carregava até o carro.
Arqueei uma sobrancelha de forma divertida. O seu olhar
percorreu por todo extenso quarto, até pairar sobre mim! O que me
contive para não sorrir da situação, já que a mesma corou
instantaneamente assim que viu que eu estava torso nu, de cueca.
— Com saudades lobinha?
Capítulo Vinte Um

A incoerência de um olhar perdido,


Vagando pela estrada da escuridão.
Minha alma se encontra distante, tão pulsante quanto meu coração.

Mih Franklim

O sorriso que Estevan tem em seu rosto, foi algo que fez meu
estômago ter uma verdadeira festa de carnaval. Com participações
de outros órgãos, como o meu coração que parecia ser a nova
melodia desse desfile carnavalesco. Já o meu cérebro, fritou por
poucos segundos! Os segundos, em que fiquei como uma tonta
encarando cada parte do corpo do vampiro tentação. Que se
encontra deitado sobre uma cama que eu desconhecia, ficando em
um quarto que nunca tinha entrado! Onde estou?
— Você bebeu tanto, ao ponto de achar que tivemos algo? —
Estevan falou levantando-se. — Ella, Ella, você passou dos limites,
creio que merece uma punição.
— Pu-pu-punição? — disse colocando minhas mão sobre minha
cabeça, assim que a mesma doeu, fechei os olhos, essa é a famosa
ressaca?
— Deve está com ressaca, cuidaremos dos efeitos colaterais que está
tendo pela bebida por agora, mas, não pense que esqueci da sua
punição.
Santa Lobinha das almas assanhadas, me acuda.
Estevan Russell estava vestido apenas com uma cueca preta, e
isso me causou uma grande descarga de adrenalina. De alguma
forma, sabia que aquele terno sempre escondeu algo, só não
imaginava que isso me mataria. Os passos do Conde pareciam ter
ficado lentos, quando o mesmo caminhou até minha direção ficando
em minha frente. Perco o fôlego, um suspiro alto saiu dos meus
lábios, em busca de ar quando suas mãos geladas tocaram
calmamente meu rosto. Estevan olhou dentro dos meus olhos, sem
quebra o contato visual, fazendo minhas pernas fraquejarem pela
intensidade do seu olhar.
— Estava com saudades. — falou com uma voz em um tom baixo e
suave.
Se havia alguma dúvida de que eu pudesse está morta, essa
dúvida se foi agora. Com certeza estou morta! Vendo minha
fragilidade em sua presença, Estevan sorri como um cafajeste.
Uma de suas mãos gélidas, tocaram meu pescoço me deixando
hipnotizada e envolvida com toda essa situação que se tornava mais
sensual e excitante. Sua outra mão foi para minha cintura me
segurando com força em um gesto rápido, sem quebrar o contato
visual, Estevan me puxou colando completamente nossos corpos.
Suspirei pesadamente assim que seu cheiro invadiu minhas narinas,
minhas pernas ficaram bambas e meu coração parecia que iria sair
pela boca.
— Ahhh... — arfei no mesmo momento que seus lábios gelados
tocaram meu pescoço de uma forma lenta.
Era torturante na mesma intensidade, que se tornava algo
excitante. Ele beijou meu pescoço lentamente por cima da marca de
sua presas. Com todo esse contato físico, com seu cheiro, seus
toques, e toda essa chuva de adrenalina acompanhada por tesão,
euforia, e diversas borboletas no estômago. Fui capaz de me tocar
que todo esse momento, estava com saudades dele. A raiva que
sentia pelo simples fato dele não me ligar, a euforia acompanhada de
preocupação. Me toquei, que tudo isso era apenas ansiedade, em
matar a saudades dele. Com todos esses fatos alarmantes, que
prejudicam descaradamente meus planos de ser independente em
Nova York, cheguei a devastar conclusão de que, se Estevan não
colabora e fica longe de mim, com certeza não vou conseguir ficar
longe dele.
— Não esperava que fosse dessa forma o nosso reencontro. —
admitiu assim que começou uma lenta e tortuosa, trilha de beijos por
meu pescoços.
Meu corpo parecia está em algum transe, mas tinha total
mentalidade do que eu estava fazendo. Precisava sentir o contato do
seu corpo depois de uma longa semana, foram dias sentindo minha
loba fraca, indefesa e muito triste, agora a solução para os meus
problemas parece está bem aqui na minha frente! Uma solução
metida, meio maligna, e apesar de se uma solução que retrata um
pedaço de mal caminho. Fazer o que, é a minha solução.
Fechei os olhos deixando me levar pela leveza dos seus lábios.
Parecendo não aguentar mais, ele me beijou lentamente,
saboreando a minha boca, que gritava por ele. Uma de suas mãos
segurou meu pescoço retomando totalmente o controle da situação,
sua outra mão desceu por minha cintura lentamente me causando
arrepios por toda extensão do meu corpo. Minhas pernas ficaram
fracas.
Tesão, borboletas, euforia, minha loba indo aos céus, minha pele
tendo tremores pela adrenalina. Tudo isso de uma vez, obviamente
posso morrer. Minha dor de cabeça sumiu, é assim que se cuida de
uma ressaca?
Na medida que o beijo começou a se intensificar, deixo minhas
mãos subirem pela pele gélida de seus braços, seu corpo se arrepiava
com meus toques e posso dizer que o clima está bem quente. Arfei
no momento que a falta de ar começou a me atingir, parando o beijo
para retomar o fôlego, Estevan desceu novamente com os lábios até
meu pescoço, sinto nossas respirações em um só ritmo. Fechei meus
olhos, na medida que o clima ficou mais intenso, minhas mãos
caminhavam sobre seus ombros, puxando os cabelos de sua nuca de
uma forma sensual. Estevan tem uma pele gelada, já a minha era
absolutamente quente. Isso parece deixar tudo mais excitante!
Os lábios de Estevan pareceram ficar um pouco distantes assim
que ouvir um abafado pedido de 'socorro' logo depois foi
acompanhado por um 'me tira daqui' em seguida a voz foi muito mais
alta e disse 'ALGUÉM ME AJUDA'. Não demorou muito para eu me
tocar e reconhecer a voz abafada de Elena.
— E-Elena? — empurrei Estevan com força, andando para trás
desnorteada.
'Socorrooooo'
De novo a voz gritou um pouco mais alto, dessa vez Estevan
escutou e bufou. Meu corpo ainda estava a mil, apenas olhei para ele
com dúvida, quando tentava retomar o equilíbrio. Senti medo de
perguntar, então olhei para a porta e comecei ir em sua direção.
Precisava achar de onde estava vindo essa voz pedindo socorro.
— Essa é a voz de Elena. — passei por ele, parei no mesmo momento
que abrir a porta e o mesmo começou a me seguir sem dizer
absolutamente nada.
Uma confirmação de que é Elena! Afinal, quem cala consente.
— Vá vestir uma roupa. — o empurrei para dentro do quarto, sem
pensar fechei a porta com força.
Suspirei assim que vi que estava em um corredor muito enorme,
engolir a seco, começando a seguir o barulho que vinha do fim do
corredor. Assim que parei em frente à porta, tentei abrir a maçaneta,
mas óbvio que estava trancada, usei um pouco de força e quebrei a
maçaneta abrindo de uma vez a porta.
— AAAAAHHHHH — Elena veio gritando para cima de mim
segurando um abajur .
— Elena! Para. — corri para o outro lado do quarto.
— Ella ? É-é você-ê? — suspirou aliviada, jogando o abajur na cama,
começou a chorar.
— Elena. — fui até ela a abraçando fortemente.
— Foi horrível Ella. — Elena começou a dizer como uma criança
contando para a mãe tudo de ruim que lhe aconteceu. — Ele chegou
lá em casa... um jarro-o de flor-r na cabeça-a dele... ele me mordeu e-
e-e...— ela tentava dizer, porém não entendia muito já que a mesma
soluçava pelo choro.
— Se acalmar. — digo fazendo carinho nos seus cabelos loiros.
— A meu Deus! Se afasta de mim. — Elena disse me empurrando
com força, pegando o abajur novamente.
— Elena. — disse um pouco desesperada sem saber o que fazer,
minha amiga parecia ter pirado.
— Você deve se um DELES! — falou apontando o abajur, como se
fosse uma arma.
— Um deles? — do que Elena estava falando?
— VOCÊ SÓ DEVE ESTÁ QUERENDO MEU SANGUE! — afirmou com
convicção.
— Sangue? Elena? Espera você está dizendo que Estevan te mordeu?
— perguntei perplexa.
— Assim como você deve está querendo fazer não é mesmo? Se
passando de uma amiga para me deixar como uma bolsa de sangue
ambulante, seu monstro! — Elena falou engolindo o choro.
— Elena! — disse a olhando, gesticulei com as mãos um gesto de
calma.
— Se AFASTA SUA VAMPIRA! — gritou nervosa.
— EU NÃO SOU UMA VAMPIRA ELENA! —gritei, talvez assim ela me
escutasse.
— Você não é uma deles? — Elena perguntou com mais calma,
abaixando o abajur.
Elena está em pânico. Seu olhar transparência medo, e isso me
deixou com o coração partido. Elena sempre foi forte, uma guerreira!
Nunca imaginei ver ela dessa maneira. O que aquele vampiro idiota
havia feito com minha amiga?
Elena colocou o abajur sobre o criado mudo que tinha no quarto,
me olhou e colocando as mãos sobre a cabeça parecendo buscar ter
calma de alguma forma.
— Vem! — estendi uma mão para ela, que me olhou com dúvida. —
Você precisa de um copo de água. — afirmei, assim que ela segurou
minha mão.
Com um suspiro alto, abrir a porta do quarto saindo pelo corredor,
assim que vejo uma escada, guiei Elena pela mão, começamos a
descer as escadas.
— Ella? O que está fazendo? — Elena sussurrou me olhando.
— Procurando uma cozinha! — respondi com calma, entramos em
uma cozinha. — Sabia que tinha uma. — a guiei para se sentar em
uma cadeira que tinha perto de um balcão.
— Cozinha? Precisamos fugir daqui Ella! — Elena levantou-se,
parecendo não acreditar na minha tranquilidade.
— Elen... — Elena me interrompeu, segurando minhas mãos.
Ela não deixa eu dizer absolutamente nada!
— Você não sabe, mas o dono na empresa é um vampiro! Eu sei que
parece loucura. Mas eles existem, descobri isso a algumas horas atrás
quando ele quase me mat... — a interrompi, segurando em seus
ombros, para que senta-se novamente.
— Elena, eu sei que Estevan Russell, é um vampiro. — dizia com
calma.
Vou até a geladeira e peguei uma garrafinha de água, a entreguei,
Elena parecia não acreditar em minhas palavras. Ela estava
realmente em pânico, é capaz dela passar mal..
— Mas, você disse que não é uma deles... — ela parecia indignada.
— Elena, eu não sou uma vampira! — falei atraindo sua atenção. —
Você está fraca, precisa comer algo. — afirmei mudando de assunto,
voltei para a geladeira para ver o que tinha para Elena comer.
— Então o que você é Ella? — a voz de Elena saiu um pouco trêmula.
— Que tal panquecas? — perguntei engolindo a seco, tentei fugir do
assunto que Elena estava querendo entrar.
— Ella, o que você é? — Elena repetiu a pergunta.
Me virei de frente para ela, me surpreendi dando de cara com
Elena segurando uma faca em mãos. Suspirei com calma, assim que
meu corpo encostou no armário da cozinha, levantei as mãos em
sinal de rendição e a olhei, não estava com medo. A forma que Elena
segurava a faca, era fácil de tirá-la de suas mãos.
— Elena se acalmar. — disse com calma, Elena deu dois passos me
encurralando mais. — Você não quer fazer isso. — olhei em seus
olhos.
— Eu vou ter que concordar com a lobinha, você realmente não quer
fazer isso. — a voz carregada de sarcasmo do Estevan, ecoou por
toda cozinha.
— Estevan saí daqui, está tudo sobre controle! — o olhei
rapidamente, Estevan está calmo.
— Chama isso de controle? Uma faca apontada para seu rosto? —
sorriu. — Puxou essa imprudência do seu pai, com toda certeza.
— Você disse que não era uma deles! VOCÊ MENTIU. — Elena gritou
encostando a lâmina da faca no meu pescoço.

— Ella não é uma vampira. — Estevan deu de ombros, se sentando


no banco. — Se depender de mim, nunca vai ser!
Se ele não tirar esse sorriso idiota do rosto, vou dá um soco na
cara dele.
— Eu não sou uma vampira, não mentir para você. — tentei atrair a
atenção de Elena, mas ela estava com o olhar totalmente vidrado em
Estevan.
— Se eu fosse você, abaixaria essa faca, e se acalmaria. — ele
continuou a dizer com calma. —Olha, se você não gostou da minha
pessoa, tenho certeza de que não vai gostar da família da Ella, afinal,
você não gostaria de ser estraçalhada. — ele apontou o dedo para
mim, me olhando com sarcasmo. — Porque é isso que o pai dela
pode fazer com você! Eu particularmente não diria que Francis seja
pior do que eu, mas ele chega perto.
Olhei para ele que piscou na minha direção.
— Elena olha, vamos conversar está bem? Eu vou responder suas
perguntas. — segurei sua mão com calma. — Só abaixa essa faca.
— Sem mentiras? — concordei ao notar o olhar triste de Elena.
— Sim, sem mentiras! — retirei lentamente a faca de suas mãos.
Elena caminhou lentamente até uma fruteira, e pegou uma cabeça
de alho e sem pensar duas vezes apontou para Estevan que a olhou
sem entender, mas logo deu uma gargalhada muito alta.
— Você não está fazendo isso, e agora o que será da minha alma. —
Estevan falou fechando os olhos, colocou uma mão sobre seu peito,
encenando.
— Elena, alho não mata vampiros, isso faz parte de lendas. —
cheguei perto dela, e retirei o alho de sua mão.
— Eu não gosto dele. — disse olhando para Estevan que sorriu
maliciosamente, assim que se levantou da cadeira.
— Não deixe ela sair dessa casa até me dizer o que decidiu fazer. —
Estevan falou. — Vou fazer uma ligação. A propósito, aconselho a ter
uma alimentação mais saudável, seu sangue está meio diabético. —
Falou com sarcasmo.
— Sai logo daqui. — revirei meus olhos vendo Estevan sair da
cozinha, sorrindo assim que taquei a cabeça de alho nele.
Segui seus passos com o olhar vendo-o subir as escadas. Meu
olhar voltou para Elena que parecia está mais calma.
— Acho que temos muito o que conversar. — Elena falou cruzando
os braços sobre seus seios, suspirei.
— Sim, acho. — concordei.

***

— Então você está me dizendo que é uma espécie de lobisomem,


que seu pai é tipo um homem que vira Lobo, e que você cresceu em
uma alcateia. E que o dono da empresa que me atacou, e quase me
matou ontem, é um vampiro que é muito antigo, seu noivo que foi
escolhido por uma deusa da lua, ao qual é a criadora de seres
sobrenaturais? — Elena sussurrou com a cabeça baixa.
Eu havia preparado um bom chá, a levando para o sofá é feito um
resumo da minha vida e do mundo sobrenatural para Elena. Eu sei
que poderia pedir para Estevan hipnotiza-la, mas Elena é minha
amiga, sei que posso confiar nela. E depois de quarta feira, onde ela
me ligou na madrugada e desabafou comigo contando tudo sobre
sua vida, e como seu pai era extremamente abusivo com ela e com
sua mãe. Elena me passou sua verdadeira 'face' naquela madrugada.
Ela me mostrou quem era, com o que se importa e me revelou seus
maiores medos. Isso eu não poderia apagar, precisaria ser verdadeira
com ela ao menos uma vez na vida.
Depois que ela me contou que seu pai abusou sexualmente dela
durante sua adolescência toda, que sua mãe é uma vítima de um
agressor safado que por anos a agrediu verbalmente e fisicamente. E
que o seu maior medo, é que sua irmã de seis anos possa sofrer o
mesmo tipo de abuso que ela sofreu! Elena me revelou que é apenas
uma mulher cheia de cicatrizes que são escondidas. Sei que seu
maior sonho é tirar sua mãe e sua irmã das 'garras' daquele
ordinário, e com toda certeza eu iria ajudá-la. Afinal, eu sou Ella
Johnson Underwood!
— Na verdade, são dois deuses, Hélio e Selene. Bom Selene é a deusa
das criaturas das trevas já Hélio é o deus das criaturas de luz! — falei
calmamente vendo sua reação. — Olha, sei que isso tudo é uma
grande loucura... — Elena me interrompeu.
— Eu acredito em você Ella... — falou com a voz baixa, a olhei
percebendo que ela estava chorando de novo.
— Elena, ei? Não precisa chorar... — me aproximei dela com calma.
— Tudo o que acreditei é uma grande mentira? Todos esses anos,
tudo que vivenciei foi uma mentira, céus! — esbravejou.
— Não é uma mentira, são suas crenças. —segurei suas mãos. —
Minha mãe foi criada no mundo dos humanos, bom, ela tinha suas
crenças padrões, que acreditava na existência de um Deus. Não é
porque minha crença é diferente da sua, que a sua, ou a minha seja
totalmente inválida. — afirmei sorrindo.
— Ainda estou tentando digerir tudo isso Ella... — ela falou
suspirando, o que me fez concordar.
— Eu poderia ter pedido ao Estevan para te hipnotizar, e você não
precisaria passar por toda essa confusão. — confessei. — Mas você é
minha amiga, quero você presente em minha vida, assim como quero
ser presente na sua.
— Prometo que vou guardar esse segredo comigo, a sete chaves.
— Sei que vai, confio em você! — a abracei Elena fortemente.
Era bom ter uma amiga com quem poderia conversar, saber que
posso confiar na Elena, e que ela pode contar comigo, realmente é
algo que me alivia muito.

***

Como um dia muito corrido, minha sexta-feira se foi me deixando


completamente exausta. Passei o dia todo nessa casa no meio do
nada com Elena, já que o vampiro idiota disse que iria fazer uma
ligação, mas com toda certeza ele deve ter ido fábrica o celular,
porque ele só voltou às 16h da tarde. Mas de certo modo, isso foi
bom, Elena e eu colocando o assunto em dia e incrivelmente nós
tornamos mais próximas.
Como não fomos trabalhar, Estevan disse que conversaria na
segunda sobre a minha ausência e a de Elena, nos deixando mais
calmas. Elena ainda não gosta de ficar perto do Estevan, e só o fato
de me lembrar que ele a mordeu, me causa repulsa e uma tremenda
vontade de matar ele. Mas me controlo, já que ele está dirigindo
nesse exato momento. Estamos levando Elena para casa, e
obviamente estou indo para a minha casa. Precisaria tomar um
banho muito rápido, hoje é o jantar na casa dos meus pais, e para a
minha sorte a alcateia não fica muito longe da cidade.
— Até mais Ella. — Elena falou saindo do carro, assim que paramos
em frente ao seu condomínio.
— Até Elena, qualquer coisa me liga. — afirmei vendo-a sorri sem
mostrar os dentes, ela acenou, e logo olhou seriamente para Estevan
fechando a cara.
Assim que ela virou as costas e entrou para dentro do prédio,
Estevan me olhou ligando o carro. Estevan queria hipnotizar Elena,
mas consegui convencê-lo. O olhei sentindo raiva, por lembrar que
ele havia mordido Elena.
— QUE MERDA VOCÊ ESTAVA PENSANDO QUANDO MORDEU ELENA!
— explodir o olhando com ódio, Estevan pareceu não entender
minha raiva.
— Eu sei que não deveria ter mordido sua amiga. — falou ao me
olhar de relance. — Mas realmente foi impulso. — afirmou com
calma. A calmaria dele me dá ódio!
— Dane-se! — suspirei tentando me acalmar.
— Ella, seja mais específica. — Estevan questionou. Suspirei de
frustração.
Eu quero muito socar esse lindo rostinho dele.
— Acontece que o problema é você! Não pode sair mordendo todo
mundo, caramba. — rosnei com ódio, logo fechei meus olhos
tentando me recompor.
— Poderia ter a matado, mas não o fiz. — disse com calma.
Suspirei com ódio, Estevan havia me deixando com ódio por dois
motivos. Um, é o óbvio, Elena era minha amiga e não vou permitir
que nem ele, nem ninguém a machuque. Já o outro está totalmente
ligado ao meu 'ego' digamos que minha loba está revoltada porque
Estevan mordeu Elena. Suspirei, ele não iria saber nunca que estou
com ciúmes de um ato tão ridículo.
— Me deixa na rua do meu apartamento, se não puder, para a merda
do carro que eu desço aqui Mesmo. — digo entre dentes sem o
olhar.
— Seu apartamento? Achei que tínhamos um jantar para ir. — sorriu
me provocando.
— Correção, eu tenho um jantar para ir. — falei olhando para
Estevan.
— Não mesmo, vai ser divertido ver a cara do seu pai. Ainda mais
quando ele ver essa obra de arte no seu pescoço.
— Merda!! — murmurei me lembrando da marca, que vampiro
idiota, ele sabia disso tudo.
— Vamos, se anime minha lobinha. Nada como um jantar em família,
não é mesmo?

Capítulo Vinte Dois

Cada qual tem seu destino,


Cada ser tem sua história!
Cada fala tem um efeito,
Que nos mostra resultado no agora.

Mih Franklim
Lizzie

— Izaac, você sabe que não consigo correr muito! Pelo amor da
deusa da lua, anda mais devagarzinho. — fiz um biquinho cruzando
meus braços sobre meus seios, conseguindo atrair a atenção de
Izaac.
— Se nosso filho herdar seu lado dramático, será o nosso fim. —
Izaac deu a volta sorrindo, vindo em minha direção.
Filho...
Como uma simples palavra pode mudar todo o meu humor?
Rapidamente meu sorriso sumiu e um medo me rodeou
completamente. Izaac já sabia da gravidez, assim como ele sabia que
eu estava com medo de que meu pai descobrisse.
— Liz? — Izaac me chamou preocupado.
— Oi! — suspirei.
— Você sabe que estou ao seu lado, não sabe? — falou me puxando
para um abraço. A forma com que Izaac me acalma, é simplesmente
mágica.
— Eu sei... — fechei os olhos, ao sentir o conforto que seu cheiro me
transmitia, estou nitidamente em casa. — Decidir contar no jantar de
hoje... — fui interrompida por Izaac que sorria de forma divertida.
— H-oje? — gaguejou encenando um drama.
— Você disse que estaria ao meu lado? — falei com ironia.
— Sabe o que é? Acho que hoje terei que ficar com a minha
irmãzinha. — Izaac respondeu com sarcasmo, o filho da mãe estava
com um olhar divertido sobre as minhas reações.
— Sua irmã já tem quase 13 anos. — revirei os olhos, desfazendo o
abraço.
— Ela ainda é um bebê. — dei um pequeno tapa em seu ombro,
fazendo-o rir.
— Idiota! — falei me virando, e continuando a trilha que estávamos
fazendo.
— É brincadeira. — Izaac correu até mim, parando na minha frente.
— Você sabe que vou estar no jantar, e se você se sente melhor para
contar hoje, estarei ao seu lado.
— É o melhor momento! — digo recebendo carícias de Izaac, sobre
minhas bochechas. — A Ella vai vim, talvez isso distraía os meus pais
um pouco. — continuei a dizer. — A Chloe também disse que tem
algo importante para falar, agora torcermos para que ela diga algo
mais importante do que esse bebê.
— Nada é mais importante do que o nosso filho. — Izaac repreendeu-
me levantando meu rosto, para que eu olhasse nos seus olhos. —
Obviamente seu pai vai ficar com raiva de princípio, mas olhe só, é o
nosso filho e nem ele, nem ninguém pode mudar esse fato. Sem
contar que somos companheiros!
— Eu sei. — sorri forçadamente.
— Iríamos casar no final do ano, não vejo problemas em adiantar
esse processo. Se for para vê-la sorrir, caso com você agora mesmo.
— Ah minha deusa, pare, se não vou chorar. — limpei uma lágrima
que escorreu traiçoeiramente dos meus olhos.
— Esses hormônios. — Izaac falou, afinando a voz, sorrimos da sua
imitação. — Está vendo? É esse sorriso que quero vê. Não vou me
cansar de dizer o quanto eu Te amo, e agora, esse bebê também é
alvo desse sentimento.
Sorri fechando meus olhos, assim que sinto a leveza dos lábios de
Izaac. Não havia dúvidas de que ele é o amor da minha vida, eu amo
Izaac como nunca amei ninguém, fico feliz em está formando uma
família com ele.
Quando o reencontrei foi algo realmente louco. Bom, conheci Izaac
a minha vida toda! Fomos criados como primos, já que ele é filho do
beta do meu pai o tio Mateus e da tia Mia, que são amigos da minha
mãe. Izaac mudou da alcateia quando eu tinha 14 anos, ele é um ano
mais novo que eu. E com certeza, nossa idade não significa nada,
mesmo que ele seja um pouco imaturo às vezes. Não julgo, eu
mesma sou a mais imatura da família Underwood!
Ainda me lembro do dia que nos reencontramos. Foi realmente
algo inesquecível! Estava jogada no sofá, Ella no quarto como sempre
estudando para se aceita no estágio da empresa, já Chloe havia ido
buscar ele e sua família no aeroporto com o meu pai. Assim que eles
chegaram já sentir o cheiro de Izaac que me fez explodir por dentro.
Meu coração disparou, e cada fibra do meu corpo se arrepiou, mas
foi quando ele abriu a porta, quando o mesmo entrou na minha casa,
assim que coloquei os olhos nele, aleatoriamente minha loba o
reivindicou como meu. Acho que não preciso dizer que foi uma
grande loucura, já que meu pai ficou louco.
Aí está meu grande medo!
Meu pai sempre foi muito impulsivo, tenho total certeza de que
ele realmente não aceitará essa gravidez muito bem. Mesmo tendo o
fator primordial de que não sou mais adolescente, a opinião dos
meus pais é sim importante para mim. Então sim, vou ficar chateada
se meu pai tentar matar meu companheiro.
— Também te amo. — fechei os olhos ofegante, assim que
terminamos o beijo. A presença de Izaac me faz bem, gosto de me
sentir protegida, e isso acontece somente quando estou em seus
braços.

***

Me olhei no espelho. O vestido azul turquesa que usava, me deixou


com cara de menina, já as botas pretas, me dava um ar mais
contraditório, quebrando totalmente o padrão de mocinha que
estava transparecendo. Fiz questão de deixar meus longos cabelos
soltos, como maquiagem passei apenas um batom vermelho
marcante. No fim, gostei do resultado, estou me sentindo confortável
isso é o que realmente importa.
Mamãe e papai já chegaram faz algumas horas, fiquei o máximo de
tempo trancada no meu quarto com a desculpa de que iria me
arrumar. Na verdade eu não sei esconder nada da minha mãe, então
com toda certeza, contaria tudo a ela se a visse. Fiz o adequado e
estou no meu quarto esperando o momento certo para falar da
minha gravidez, independentemente de qual seja a reação do meu
pai, não tem como mudar nada. O barulho de alguém na porta, tirou-
me dos meus devaneios me fazendo suspirar.
— Entre. — respondi calmamente.
— Mamãe mandou chamá-la. Izaac acabou de chegar! — Chloe
entrou no meu quarto sorrindo. — Nossa, você está linda. — minha
irmã falou assim que me viu.
— Você que está! Nossa... quando cortou os cabelos? — me levantei
surpresa, quando tinha visto hoje de manhã, seus cabelos eram
maiores.
Minha irmã estava completamente deslumbrante. Essa Chloe em
minha frente, é uma Chloe diferente da qual eu conheço. Seus
cabelos sempre tiveram um comprimento sobre os ombros, mas
agora eles estava completamente alinhados em um corte curto. Já
seu corpo estava sendo marcado por um vestido justo vermelho, da
cor de seus cabelos. Uma maquiagem discreta, que não iria fazer
diferença, já que a mesma estava atrativamente sensual. Me sinto
uma criança ao seu lado.
— Não gostou? — perguntou me confiante. — Cortei agora a pouco.
— Chloe sorriu, como se estivesse liberta de algo que lhe afligia. —
Ninguém viu ainda, você é a primeira.
— Eu amei Chloe! — a respondo empolgada.
— Ficou diferente, mas combina comigo. — Chloe falou tocando seus
cabelos, logo sorriu vindo em minha direção, minha irmã segurou
minhas mãos. — Lizzie, saiba que esse jantar é um ótimo momento
para contar sobre a chegada desse bebê. — Chloe me abraçou com
ternura.
Essa sim, é a Chloe que conheço!
—Também tenho um comunicado importante, então façamos desse
jantar a noite das revelações? — perguntou me estendendo o dedo
mindinho para prometermos.
— Certo!! — sorrindo, fazemos o velho pacto do dedo mindinho,
que é mais importante do que qualquer contrato na face da terra.
— Vamos, seu companheiro está lhe esperando. — Chloe passou sua
mão sobre meu ombro, me guiando para fora do meu quarto.
Caminhamos de braços dados pelos corredores, com um
sentimento nostálgico, me lembrei de quando éramos crianças.
Chloe, Ella e eu sempre descíamos as escadas de mãos dadas. No
começo era para nossa segurança, e evitar possíveis tombos, só que
depois virou algo mais significativo para nós. —Sinto saudades dos
momentos que passava juntos com minhas irmãs— estamos
tomando caminhos diferentes, Chloe vai se tornar a Suprema, tenho
certeza que o Conde Estevan foi atrás da Ella. Não poderia viver para
sempre na sombra das minhas irmãs!
Sempre fui muito neutra nesse quesito. Afinal ser a filha do meio
me deixou em desvantagem em absolutamente tudo o que eu faça.
Não estou reclamando, sempre recebi o mesmo amor, que minhas
irmãs receberam. Mas acontece que já estava na hora de começa a
trilhar meu próprio caminho. Sempre gostei de me aprofundar em
administração, cheguei a cursar a faculdade com Ella e até mesmo a
finalizá-la. Só que diferente da minha irmã, eu não corri atrás de
nenhum estágio. Mas agora, estou disposta a assumir a empresa da
família! Bom, meu pai não cuida dos negócios pessoalmente, essa
sem sombra de dúvidas era uma boa oportunidade para me
descobrir profissionalmente.
— Prontinha, está entregue. — Chloe falou empolgada, atraindo
minha atenção assim que parou na frente de Izaac. — Cuida bem
deles. — ela piscou para Izaac, que sorriu concordando.
— Você está linda. — Izaac falou tocando meu rosto, assim que Chloe
se afastou.
— Você também não está nada mal. — o abracei, estou nervosa, sei
que contar para todos sobre minha gravidez não será fácil, porém,
estou pronta para esse passo importante.
— Izaac? — meu pai apareceu no topo da escada segurando um copo
de uísque em mãos. — Seus pais não vem?
— Ah... bom, meus pais decidiram levar a Milly para acampar. —
Izaac falou constrangido, sei que a presença do meu pai intimida ele.
— Minha irmã queria passar um tempo com eles.
— Entendo. É bom aproveitar, as crianças crescem tão rápido! —
papai começou a dizer descendo as escadas, assim que escutamos a
campainha tocar.
— Eu atendo. — olhando para eles, caminhei em direção a porta
sorrindo.
Tenho quase certeza que deve se a Ella que chegou.
— Ella! — falei empolgada abrindo a porta pela metade, até abri-la
completamente, fiquei um pouco surpresa quando vi o Conde ao seu
lado. — Ohh...
— Olá Liz! — Ella sorriu sem graça, quando a olhava de forma
divertida.

Capítulo Vinte Três

Talvez o recomeço, só seja uma forma de reviver o passado com mais


intensidade.

Mih Franklim
Depois de sobreviver à um longo dia com o vampiro tentação. Ele
me deixou no meu apartamento para que eu pudesse me arrumar, e
disse que me buscaria em meia hora. Óbvio que tentei de todas as
formas convencê-lo de não ir nesse jantar. Tudo o que eu não queria
por agora, era ver meu pai envolvido na minha vida de novo. E com
certeza ele ficaria envolvido de uma forma negativa, já que ele é
"super protetor" Tirando o fator primordial de que ele odeia o Conde
Estevan.
Conhecendo bem esses jantares que tem na casa dos meus pais, fiz
questão de me arrumar como se estivesse indo a um lugar
importante. Vestia um vestido justo e curto de veludo azul escuro,
com um decote em forma de 'V' nas costas. O vestido em si era muito
elegante, e embora ele seja curto, não é vulgar. Um salto preto cano
longo e fino, uma maquiagem bem básica e cabelos soltos. —Santa
Selene, me proteja nesse jantar. É tudo o que eu te peço— Meus
cabelos cobriram a mordida de Estevan no meu pescoço, suspirei
fazendo uma pequena prece para Selene me proteger nesse jantar. E
que meu pai não veja a mordida, amém!
Saio do apartamento andando em passos firmes até o carro de
Estevan que já está a minha espera. O porteiro me avisou não tem
mais de três minutos, não há problemas em deixar ele esperando um
pouco Enquanto me arrumava para esse jantar, tomei a decisão
extremamente importante de que não vou abrir mão da minha
liberdade em Nova York para viver um 'romance' com o vampiro
tentação.
Irei conversar com maturidade, e mostrarei a ele que somente eu
mando na minha vida! A presença de Estevan foi inusitada e não
pode se a causa de uma mudança de vida. Sempre defendi que
mudanças só devem acontecer por si só, e não será agora que vou
mudar esse pensamento. Com confiança, andei pelo térreo assim que
sair do elevador vazio.
— Senhorita, Ella. — o porteiro como sempre me cumprimentou com
uma simpatia extrema, o que me fez sorrir com sinceridade.
— Boa noite, senhor Talber. — digo sorrindo.
— Está mais linda do que de costume, cuidado ao sair sozinha nas
ruas de Nova York! Sua beleza poderia roubar o brilho da lua. — o
senhor Tallber falou com charme e simpatia, o que me fez sorrir
mexendo de uma forma discreta em meus cabelos, logo após da uma
voltinha com um simpático sorriso no rosto.
— São seus olhos, obviamente você está exagerando. — o olhei. — A
senhora Leila que está sempre deslumbrante. — falei olhando para
sua mulher.
— Minha esposa está realmente linda. — de forma apaixonada, ele a
olhou.
— Sempre tão galanteador! — comentei de forma educada.
— Isso ele nunca mudou. — a senhora Leila pronunciou-se. — Tenha
uma ótima noite menina!
— Igualmente! — acenei para eles com ternura, de fato minha mãe
estava certa. O amor existe entre os humanos, esse casal é a prova.
Abro a porta do condomínio com um longo suspiro.
O vento da noite estava extremamente gelado, o que me fez
praguejar por não ter pego um casaco. Andei em passos firmes na
direção do carro do Conde assim que o vi. Um motorista abriu a porta
com uma simpática reverência, para que eu entrasse no carro. Sorrir
para ele é entrei no mesmo com um suspiro.
— Você está linda. — Estevan disse atraindo minha atenção.
Acho que não é necessário dizer, mas mesmo assim vou destacar
que Estevan estava um pedaço de mal caminho. Ele consegue tirar
todo o ar dos meus pulmões em questão de segundos. Estevan ficou
um verdadeiro deus grego de terno, estou me controlando para não
babar, na medida que ficava encantada com seu charme. Com
dificuldade conseguir manter a minha postura de mulher séria e
determinada.
— Obrigada, você também não está nada mal. — cruzei minhas
pernas uma sobre a outra, Selene sabe como não estou mentindo. —
Creio que temos muito o que conversar.
Minha voz foi firme, já a minha loba começou uma guerra interna
comigo.
— Certo! As damas primeiro. — Estevan arqueou uma sobrancelha. O
carro começou a se movimentar.
— Não conseguir ser muito clara na nossa última conversa, ou eu fui
e não conseguirmos terminar o assunto que iniciamos. — o olhei
sentindo meu estômago revirar. — Vou repetir para que você
entenda bem! Não quero ser sua companheira, e acho que devemos
fazer isso de uma forma madura e civilizada.
— Bom. — ele cruzou as mãos — Não esperava que você fosse
mudar de ideia. — falou com calma.
Aparentemente isso não afetará o Conde nenhum pouco! Meu
ego de loba foi ferido.
— Comecei minha vida em Nova York agora. — olhei para a janela
meio nostálgica. — A minha vida toda, sonhei por esse momento e
como te falei, não imaginava que você fosse meu companheiro. —
ele suspirou.
Meu coração estava nitidamente muito apertado, eu queria, ao
mesmo tempo que não queria me ver longe dele.
— Eu sei que talvez você não compreenda mas...
— Tudo bem eu te entendo. — falou atraindo minha atenção.
— Você disse que me entende? — perguntei meio abobada quando
Estevan me olhou normalmente.
— Sim! — sem nenhum sarcasmo? Isso me preocupa. — Eu vou
deixá-la ir, já disse que não vou obrigá-la a fica do meu lado. —
completou, quase caí para trás surpresa.
Se estivesse em pé, teria realmente caído no chão. A prepotência
exalava do seu corpo, ele tinha certeza no que falava.
— Você está me dizendo que não vai me impedir? — não sei se estou
chateada, ou feliz.
— Exatamente! — me olhou nos olhos.
— Não vai intervir? — perguntei sem acreditar.
— De forma alguma. — falou com um ar superior, transparecendo
calmaria.
— Sem querer me reivindicar? — o olhei, parecia uma tapada.
— A não ser que você queira, eu não vou fazer nada contra sua
vontade. — afirmou, não esperava essa reação dele. — Porém...
— Sabia, estava fácil demais. — suspirei de alívio e o olhei com uma
mão apoiada sobre meu peito.
Queria correr dele, mas agora que posso, não quero. Realmente
eu sou muito confusa! De qualquer forma, sei que isso está
relacionado ao tesão que sentimos, não é amor, é apenas desejo. E
eu me recuso a viver sem amor! Iniciamos o laço, mas não
finalizamos, acho que deve ter alguma forma de acabar com
isso. Mesmo que isso machuque minha loba, e com certeza vai
machucá-la.
— Na verdade você está livre, porém quero sua ajuda. — disse com
calma, Estevan me olhou com uma intensidade que me deixou
nervosa.
Como eu queria entender o que se passa na mente dele nesse
exato momento.
— Minha ajuda? — perguntei curiosa.
O vampiro mais egocêntrico do mundo, irônico, gostoso, maléfico
e por entre outras 'qualidades' estava pedindo a minha ajuda? —
Justamente a minha?— Santa lobinha, hoje realmente o dia está
sendo cheio de surpresa. Não esperava que ele fosse pedir minha
ajuda, não esperava que ele fosse me deixar ir com tanta facilidade!
Isso sem sombra de dúvidas incomoda minha loba. —Foi eu que pedi
para ele me deixar ir embora da sua vida— então porquê estou me
sentindo mal?
— Como você sabe, o Clã está com alguns problemas. — seu olhar
pairou sobre minhas pernas.
— Sim, você comentou. — tentei atrair sua atenção para meu rosto
sem obter sucesso.
— Para resolver os problemas do Clã, preciso de uma Condessa, e
mesmo que você queira interromper o laço que iniciamos. Não vejo
pessoa melhor para isso, além de você.
— Eu? Não sei se é o certo. — me envolver mais com Estevan
afetivamente? Essa não é a melhor forma para me afastar.
— Obviamente você não é obrigada a aceitar me ajudar, tudo bem!
Acharei outra pess...
— Tudo bem, eu ajudo! — o interrompi rapidamente, ele me olhou
coçando calmamente a sua barba que estava por fazer.
— Você sabe que teremos que fingir que estamos juntos, não sabe?
— Estevan me perguntou, assim apenas acenei concordando.
Não sabia ao certo porque estava aceitando essa loucura, —agora
que ele está me dizendo que posso sair da sua vida, e que o mesmo
sairá da minha.— Talvez eu só precise de um tempo ao seu lado, só
até a minha loba se conformar. Não sei explicar, mas é realmente
algo complicado, sinto que minha loba está decepcionada pelo fato
de que ele aceitou essa proposta muito rápido. Esperava resistência
de sua parte. Afinal, eu não era sua? olha só o fundamento dos meus
pensamentos!
— Eu sei! Assim que acabar essa loucura estou livre certo? —
perguntei mantendo-se vidrada no sorriso lindo estampado em seus
lábios.
Que homem, minha loba do céu!
— Você está livre nesse momento, e escolheu ficar? Ella, não sei se
foi uma escolha sábia. Mas me agrada ter escolhido permanecer. —
murmurou. — Assim que for apresentada ao Clã, não terá volta, não
até que eu possa resolver tudo.
— Sim, basicamente o que você irá resolver? Porque precisa da
minha ajuda? — o olhei curiosa.
— Digamos que eu precise de uma visão feminina, e obviamente
seremos um casal para todos.— sinto minha garganta queimar ao
escutar sua voz.
— Um casal?
— Sim, algum problema? — sua voz tem um pouco de ironia, acho
que já posso suspirar aliviada, o velho Estevan está de volta.
Olhei por um longo momento para ele, eu não sei o que deu na
minha cabeça para aceitar fazer parte dessa loucura me parece o
certo. Mas tenho certeza que posso me arrepender, me envolve mais
emocionante com Estevan não é a solução. Talvez seja a solução para
a minha loba, óbvio que depois ele teria que me negar como
companheira. Acho que só assim vou conseguir ser livre das suas
"presas" insaciáveis. Inexplicavelmente me pergunto se realmente
quero se livre dele. Estevan apareceu em um momento que busco o
desconhecido, recomeço, amizades, uma vida nova. E se ele puder
me proporciona algo mais intenso, estarei jogando tudo fora pelo
meu orgulho e meu egoísmo ao pensar somente na minha
liberdade?

— Sendo um casal, eu tenho livre acesso para fazer isso! —


afirmando, ele me olhou e sorriu mordendo sensualmente o seu
lábio inferior, de uma forma que arrebataria centena de mulheres.
Sem que eu tivesse tempo para responder, ele puxou minha mão
com sensualidade colando nossos lábios em um beijo sedento de
luxúria. Suspirei ofegante, minhas mãos foram para seus ombros no
momento que as suas mãos gélidas e fortes agarraram a minha
cintura, me dando impulso para me sentar sobre seu colo. Meu
vestido subiu com a ajuda das mãos do Conde que pareciam deslizar
com leveza sobre minhas coxas, minhas mãos tocaram lentamente
sua nuca sentindo a maciez do seu impecável cabelo. O clima ficou
muito quente— Estevan está tornando-se viciante. Obviamente não
iria empurrá-lo, precisava sentir seus lábios que estavam se tornando
necessário para que eu pudesse me acalmar, sem contar que Estevan
tinha uma pegada arrebatadora. Realmente o vampiro tentação está
mexendo com meu psicológico, talvez ficar ao seu lado não seja algo
tão ruim.
— Ahhh... — gemi fechando os olhos quando suas mãos geladas
subiram por dentro do meu vestido apertando descaradamente
minha bunda.
Sentindo o tesão me invadir por inteiro, rosnei baixo entre seus
lábios, minha loba sentia-se novamente liberta. Me remexo um
pouco me sentando corretamente no colo de Estevan. A falta de ar
nos atingiu novamente o que fez suas mãos ágeis segura meu rosto o
virando para o lado, de uma forma sensual Estevan desceu com seus
lábios por meu pescoço despertando arrepios em partes do meu
corpo que imaginei que nunca se arrepiavam. Sem dizer nada,
Estevan roçou suas presas sobre a marca no meu pescoço e me
mordeu no mesmo local me fazendo fechar os olhos e suspirar
apoiando minha cabeça no seu corpo. Suas mãos me seguravam com
força enquanto Estevan bebia novamente meu sangue de uma forma
sensual. Diferentemente da primeira vez que o mesmo me mordeu,
não sentir dor!
Apenas descargas de tremores por todo meu corpo, descargas
magnéticas de tesão por toda minha pele. Fechei os olhos e permitir
as sensações alucinantes se alastrarem pelo meu corpo. Com um
gemido reclamei do incômodo, assim que Estevan retirou suas presas
da minha pele, e me beijou novamente. O gosto do meu sangue
passou para a minha boca me fazendo arfar, suas mãos voltaram
para uma devasta exploração por todo meu corpo quente. Estou me
tornando uma sádica concreta.
Com toda certeza, esse sentimento novo que me causa euforia,
não faz parte da encenação, talvez também não faça parte da nossa
ligação.

***
Uma curta viagem. São ao todo meia hora de viagem, mas parece
que foi só cinco minutos. Basicamente se passei meia hora ao beijos
com Estevan! Meia hora que se tornou um tempo muito curto. Não
sei mais o que estou fazendo, só sei que estou sendo levada pela
impulsividade.
Impulsividade que tenho quando estou com Estevan. Foi
exatamente 10 minutos tentando me recompor, ainda mais se
levarmos em conta o fato de que estava quase nua, com um pouco
de sangue escorrendo do meu pescoço, descabelada, ofegante, com
as pernas bambas e muitos outros fatores que deixavam muito nítido
o que estava fazendo. Já que Estevan também não está discreto. O
meu batom que ficou borrado na sua boca, seus cabelos loiros
bagunçados, e os botões aberto da sua camisa social mostrava que
eu também tirei proveito da situação.
Tentei arrumar-lo, logo após me recompor e ficar no mínimo
apresentável para a minha família. Mas diria que foi impossível!
tente arrumar um vampiro irônico, galanteador e bastante excitado,
fiz um grande milagre só por conseguir abotoar os botões da sua
roupa. Era interrompida a todo momento, por ele que beijava meu
pescoço, lábios, e passeava com as mãos sobre meu corpo
novamente. Foi difícil manter a concentração, mas consegui resistir o
colocando contra o carro. Cheguei à conclusão que o motorista dele
deve me achar uma completa tarada. Se levarmos em conta o nosso
estado a minutos atrás. Conseguimos nos recompor até bem! E agora
na porta da casa dos meus pais, eu comecei a repensar se realmente
estou fazendo a coisa certa.
— Ella! — Lizzie falou empolgada assim que me viu ao abrir a porta
pela metade, até abri-la completamente e ficar um pouco surpresa
ao ver o Conde do meu lado. — Ohh...
— Olá Lizzie! — sorri sem graça para Lizzie, recebendo um divertido
olhar.
— Cunhadinha. — Estevan disse com um pouco de ironia, olhei para
ele e revirei os olhos.
— Fique quieto! — sussurrei, para Estevan que sorriu.
— É um prazer revê-lo Conde. — Liz acenou educadamente para
Estevan.
— Por favor, não a necessidade de tamanha formalidade. — Estevan
sorri amigavelmente para minha irmã assim que estendeu sua mão,
Liz a pegou sorrindo. — Me chame apenas de Estevan. — dito isso,
beijou educadamente sua mão como um cavalheiro.
— Nossa.. — Lizzie sussurrou ao receber o gesto educado do Conde.
— Nosso último encontro... Não foi o melhor possível! — Estevan
comentou recompondo-se.
— Nem me lembre. — Lizzie sorri.
Olhei para Lizzie que ficou parada sem dizer nada. Arqueei uma
sobrancelha quando a mesma parecia não ter palavras para dizer.
— Oii? Eu estou aqui? — acenei para ela com uma voz carregada de
drama.
— Aahh desculpe, só estava perdida em meus pensamentos. — Liz
sentiu-se envergonhada, logo me puxou para um abraço.
— Estava com tantas saudades. — falei ao envolver minhas mãos
sobre seus ombros em um abraço caloroso.
— Vamos entrem! — Liz disse sorrindo quando terminamos o
abraço.
Que Selene me ajude!
Minha irmã saiu da porta para entrarmos, suspirei fundo quando
a mão de Estevan foi para minha cintura. Andamos em passos lentos,
assim que entramos dentro de casa. Liz sorrir quando Izaac veio ao
seu encontro dando um rápido beijo em seus lábios.
— Você demorou... — sussurrou parando ao seu lado. — Olá Ella,
quanto tempo. — sorriu para mim, retribuir o gesto. — Você deve se
o Conde Estevan Russell, estou certo? — cumprimentou Estevan.
— Somente Estevan. — Estevan falou para Izaac.
— Izaac é o companheiro da Liz. — sussurrei para o Conde que
concordou. Seguimos a Liz e Izaac.
— Já estava começando a achar que não viria hoje. — Liz me olhou.
— Se eu não viesse você e a Chloe me matariam! — Liz piscou de
forma divertida.
— Que demo... Ella! — Chloe veio da sala de jantar, assim que ela me
viu, veio na minha direção para me abraçar.
— Parece que não te vejo a séculos, está mais alta? Amei o corte de
cabelo! — dizia com a voz abafada, estou sendo esmagada pelos
braços da Chloe.
— Você está linda! Um pouco diferente, talvez mais magra? Ora,
porque não nos avisou que o Conde viria! — Chloe sorri empolgada,
indo abraça Estevan, o pegando desprevenido.
— E essa é a Chloe, você já a conhece. — sussurrei para Estevan.
— Vamos, mamãe e papai já estão postos à mesa. — Chloe falou
andando em nossa frente.
— Mais alguém irá jantar conosco? — perguntei enquanto
andávamos até a sala de jantar.
—Tio Mateus viria, mas ele e a tia Mia estão na floresta com Milly. —
Chloe respondia com calma. — Derek está presente, o papai o
convidou. — Chloe sussurrou assim que entramos na sala de jantar.
Izaac e Lizzie se sentaram ao lado de Derek. Meu pai estava na
ponta da mesa, assim como a minha mãe estava na outra.
— Ella! — minha mãe disse empolgada vindo na minha direção.
— Olá, mamãe. — com os olhos brilhantes, ela me abraçou
fortemente, me apertando de diversas formas, sorrindo e beijando
minhas bochechas. — Mãe... — sussurrei quando tinha as bochechas
esmagadas por seus beijos.
Santa lobinha, se ela continuar desse jeito, vai ver a mordida com
o super "olhar biônico" dela!
— Ohh, porque não nos avisou que o Conde viria? — olhou me
surpresa, assim que se tocou que Estevan estava do meu lado.
Sorrindo ela me soltou e abraçou Estevan educadamente, escutei
um praguejo e vi o olhar severo do meu pai sobre nós. Engolindo a
seco, fui em sua direção o abraçando com força.
— Oi pai. — dizia ao ser acolhida amorosamente por seus braços, em
um carinhoso abraço. Sorri ao receber um beijo terno em meus
cabelos, e voltei para o lado de Estevan.
— Não vou perguntar o porquê da presença do Conde, mas já que
está aqui, gostaria de juntar-se conosco nesse jantar? — meu pai
olhou seriamente para Estevan que sorriu com ironia.
— Sempre tão convidativo! — Estevan falou, tossi forçadamente
tentando atrair a atenção de todos presente no local, contudo fui
ignorada. Percebendo o clima, minha mãe tocou o ombro do meu pai
na tentativa de acalmá-lo.
— Será um prazer tê-lo conosco Estevan! — mamãe falou mantendo
suas mãos sobre o ombro do meu pai.
— Já que me convidou, não vejo motivos para não ficar. —
completou Estevan com uma ironia que me fez revirar os olhos, parei
novamente ao seu lado e o mesmo colocou sua mão sobre a minha
cintura.
A chegada do Estevan parece que fez o clima fica intenso. Meu pai
não para de me olhar. Já a minha mãe fez todo mundo,
absolutamente todo mundo mudar de lugar! —Isso tudo para ficar ao
lado do meu pai, tenho certeza que ela está querendo evitar que esse
jantar termine morte— Sendo assim, a mesa ficou posta como: Derek
e Chloe de um lado, Lizzie e Izaac do outro, já a minha mãe ficou ao
lado do meu pai na ponta da mesa, quando a mesma me colocou ao
lado do Estevan na outra ponta da mesa. Com um gesto rápido minha
mãe sorriu para que a cozinheira pudesse começar a servir todos.
— Então, gostaria de uma bebida diferenciada Conde Estevan? —
meu pai o provocou, vejo um sorriso malicioso surgir no rosto do
vampiro tentação.
— Não será necessário, estou muito bem alimentado. —Estevan
respondeu, meu pai me olhou arqueando uma sobrancelha.
— Cof*... Cof*— peguei o vinho e bebi pisando de uma forma
discreta no pé do vampiro idiota.
Parece que está saindo faísca dos dois!
— Então, como foi fica todo esses dias administrando tudo Chloe? —
minha mãe perguntou tentando quebrar o clima pesado.
— Foi tudo calmo, na medida do possível. —Chloe sorriu para minha
mãe. — Liz me ajudou muito também. — comentou.
— Lizzie? — minha mãe a chamou.
— Ahh? Oi..? Que..? Eu não fiz nada. — minha irmã olhou assustada
para minha mãe.
— Só ia perguntar como passou esses dias! — mamãe falou com
calma.
— Ah sim! Bom, foi cansativo. — Lizzie encarava a taça de vinho a sua
frente pensativa.
— Não vai beber o vinho! — Izaac sussurrou para Liz, como estou
perto dele escutei. Estevan também parece ter escutado, já que me
olhou arqueando uma sobrancelha.
O jantar foi servido e posso afirmar que a comida desceu
rasgando. O clima estava tão pesado, tão constrangedor que todos
permaneceram em silêncio. Durante toda a refeição era possível ver
a troca de olhares de Chloe e Derek, minha irmã parecia que iria
surtar a qualquer momento e enfiar um talher pela garganta do beta
do meu pai. Mas o que me deixou preocupada, foi a troca de olhares
maligna que acontecia entre Estevan e meu pai. Suspirando, bebi o
vinho quando todos ficaram se encarando por um longo período de
cinco minutos. As empregadas retiram a mesa de jantar. Não
conseguir comer muito, estou em alerta máximo, acho que todos na
mesa estão.
— Bom! — Chloe disse atraindo a atenção de todos, ela se levantou e
cruzou as mãos umas nas outras. — Eu e a Liz, temos um comunicado
importante. — com ternura, olhou para a Lizzie. — Você gostaria de
contar primeiro?
— Não, não, nãoooo. — Liz falou sorrindo sem graça. — Pode falar
antes.
— Tudo bem. — Chloe concordo. — Tomei uma decisão muito
importante.
— Uma decisão importante? — meu pai repetiu bebendo seu vinho.
— Então diga.
— Fiquei apenas uma semana com o cargo temporário de Suprema, o
cargo falado onde eu apenas dava ordens, sem ter o domínio do
mundo sobrenatural. Em apenas uma semana, me toquei que é algo
realmente muito difícil. — suspirou de uma forma dramática, me
fazendo sorri. — Mas, também aconteceu coisas importantes nessa
semana, descobri quem era meu companheiro. — falou com
naturalidade, assim que papai se engasgou com o vinho.
— Calma Francis. — minha mãe tomou lhe a taça de vinho.
— Como assim... — meu pai iria falar, mas logo Chloe o interrompeu.
— Deixe-me terminar primeiro pai.— dito isso, continuou a dizer. —
O conheço à um tempo, a vida toda para falar a verdade. Me toquei
que não quero ficar presa o resto da minha vida ao lado de um ser
repugnante.
— Quem é seu companheiro? — Liz a perguntou chocada.
— Não será necessário vocês saberem quem é ele. Afinal, eu o
rejeito! — ao falar de uma forma fria, quem se engasgou com o vinho
dessa vez foi Derek, que a olhou de uma maneira indecifrável. —
Como estava dizendo, quero ser treinada pelas anciãs, assim como o
senhor foi, pai. — finalizou olhando para meu pai.
— Você o rejeita... — sussurrei perplexa pela frieza que Chloe dizia
tais palavras.
Estevan segurou minha mão, como se me desse um consolo o que
me fez olhar para ele! Não sei se conseguiria rejeitar Estevan. engolir
em seco, quando quebrei o contato visual voltando meu olhar para
Chloe. Ela estava mudada, não era mais a Chloe que eu conheci! Mais
madura, séria, correta, responsável, o que será que a fez mudar
tanto? Porquê Chloe amadureceu tão rapidamente de uma forma
que a deixou assim?
— Como? Você rejeitou seu companheiro Chloe. — minha mãe disse
aparentemente tão chocada quanto todos que estavam posto sobre
a mesa.
— Não é sobre isso que quero falar. — Chloe suspirou. — Estou
dizendo que quero morar com as anciãs no norte da Austrália.
— O período de treinamento dura em torno de quatro anos Chloe. —
meu pai a olhou.
— Eu sei! Quero ser uma Alfa tão boa quanto você foi, pai. Entenda,
não vou viver a sua imagem, e mesmo que eu saiba que o senhor
poderia me ensinar perfeitamente bem, quero adquirir essa
sabedoria das anciãs da alcateia na Austrália. Todos sabemos que
elas são as lobas mais antigas vivas! E mesmo que isso não seja do
agrado de vocês, não estou pedindo permissão. — apoiei-me na
cadeira digerindo as palavras decididas da minha irmã. — Comprei
minha passagem para daqui a duas semanas.
— Como? — dessa fez foi a minha mãe que a olhou. — Você não
pode tomar esse tipo de decisão sem consultar a sua família antes
Chloe Johnson Underwood.
— Estou consultando todos vocês agora. — Chloe sorriu
discretamente.
Se o clima estava ruim, agora está pior. Vendo toda essa cena na
minha frente, suspirei apertando a mão de Estevan por baixo da
mesa, odeio ver minha família brigando, embora seja poucas as vezes
que isso acontece.
— Que tipo de atitude pensa que vai ter tomando essa decisão? Isso
tudo para ficar longe do possível companheiro que você irá rejeitar?
Não seja imatura ao ponto de fugir de suas responsabilidades
adquirindo outras. — minha mãe disse com lágrimas sendo formadas
em seus olhos.
— Imatura? — Chloe negou. —Estou tomando o tipo de atitude que
me criaram para tomar. A Suprema não é mesmo? A minha vida
toda, fui absolutamente moldada para ser assim, então, não me diga
que sou irresponsável mamãe. —Chloe a rebateu.
Mesmo que suas palavras eram duras, minha irmã demonstrou
ternura e respeito ao olhar para nossos pais.
— Não vou conseguir viver longe da minha filha por 4 anos. —
mamãe esbravejou, limpando suas lágrimas.
— Antonella, não seja imprudente, essa escolha mesmo que nos
afete, cabe somente a Chloe. Vamos conversar com calma sobre isso
depois. — papai falou beijando docemente a mão da minha mãe.
— Eu sei que não é o melhor momento, tenho algo para falar
também. — Liz se levantou.
Essas notícias não vão parar?
— Outra? Só falta Ella dizer que está grávida. — meu pai esbravejou
me olhando seriamente.
— E-e-eu? — gaguejei colocando a mão sobre meu peito, ele tem
que me incluir nessa? — Não estou grávida! — afirmei quando olhei
para Estevan, e logo em seguida para meu pai.
— Então família... — Liz sorri sem graça, arregalei os olhos.
— Merda! — sussurrei, tomará que ela não diga o que estou
pensando.
— Na verdade, sou eu que estou grávida! — Liz atraiu os olhares de
todos.
Pronto, ela disse o que estava pensando.
— Os jantares na casa da sua família acabou de ir para a minha lista
de lugares preferidos. — Estevan sussurrou no meu ouvido. — Tudo
isso é maravilhoso!
— 10 segundos. — meu pai fechou os olhos colocando as mãos à
frente do seu rosto.
— Acho que agora, é a hora que você corre garoto. — Estevan disse
logo após olhar para o meu pai.
De repente meu pai deu um soco forte na mesa não sei como a
mesma não quebrou, ele se levantou enfurecido fazendo todos se
levantarem em um gesto de autodefesa. Lizzie entrou na frente de
Izaac para defendê-lo, já que minha mãe ficava na frente do meu pai
tentando evitar que o mesmo chegasse perto de Izaac e Lizzie.
— Liz vem cá. — Chloe, chamou Lizzie tentando tirar ela do circo
armado.
— Francis se acalma. — mamãe dizia ao olhar para meu pai — Não se
descontrole, olhe para mim! — repetia entrando em sua frente.
— Saía da frente, Antonella! — papai rosnou alto, encolhi-me pelos
ombros com medo, Estevan me guiou para que eu ficasse ao lado da
Chloe indo na direção do meu pai.
— O que você pensa que está fazendo? — segurei o blazer do
vampiro idiota, assim que Estevan se virou para me olhar, por um
milésimo de segundo toda a confusão ao meu redor parecia ter se
acabado.
— Estou resolvendo um problema de família. — sorrindo, Estevan
retirou minha mão do seu blazer, e foi na direção do meu pai.
— Já chega. — Estevan falou ao entrar na frente da minha mãe,
empurrando meu pai de leve.
— Se encostar essa mão de novo em mim, eu arranco sua cabeça! —
meu pai dizia, via o vermelho nascer em seus olhos.
— Está descontrolado. — disse de forma séria olhando para meu pai.
— Você não entende, não tem um filha para compreender! —
esbravejou rosnando, papai estava tentando se controlar, acho que
não está dando muito certo.
— Talvez um dia possa entender. — rebateu irritando mais meu pai.
— Olhe para suas filhas, está assustando elas! Tenho a certeza que
não quer assustá-las como está fazendo. — meu pai rosnou indo em
sua direção.
Me distanciei dessa confusão, parando perto das minhas irmãs
tendo meu coração acelerado.
— Vem cá. — fui até Izaac e puxei ele e Lizzie para saírem desse
ambiente. — Chloe, leva os dois para o quarto da Liz.— minha irmã
concordou, saindo da sala de jantar.
Parei ao lado do Estevan vendo a cena depravada do meu pai
andando de um lado para o outro feito um louco. Ele estava
descontrolado, olhos vermelhos, e lutando para não se transformar.
Minha mãe tentava falar com ele para o acalmá-lo, mas isso não
estava adiantando muito, suspirei de frustração quando meu pai
parou de andar tentando se recompor. Derek saiu em busca de algo
que pudesse acalmar meu pai, o que me fez suspirar sabendo que ele
não obteria resultando!

— Francis, amor, se acalmar. — minha mãe parou em sua frente


segurando o rosto do meu pai para. — Mantenha a calma, querido!
— continuou a dizer em sussurros.
— Vamos... — Estevan sussurrou segurando minha cintura, sairmos
da sala de jantar. — Eles precisam de um tempo. — completou me
olhando com um olhar indecifrável. — Você está bem? Não comeu
muito, deveria ter comido mais, precisa recuperar suas forças. —
disse segurando meu queixo, olhou para o meu pescoço vendo a
pequena cicatriz recente de sua mordida.
Como ele pode pensar em comida? Céus, olha essa confusão.
— Não estou com fome! — suspirei quebrando o contato visual. —
Preciso ver como Liz está. —afirmei começando a subir as escadas,
parei no meio delas vendo que Estevan ficou parado perto da porta.
— Você não vem? — o perguntei.
— Claro, vamos! — falou começando a me seguir.

Capítulo Vinte Quatro


Confusões vêm para nos mostrar,
Que um recomeço acontece antes que possamos notar.

Mih Franklim

— Liz? — entrei no quarto da Lizzie, vendo ela abraçada com Izaac.


Minha irmã está chorando tanto, isso me deixa devastada.
— Ella como está as-s coisas lá em baixo? — Liz gaguejou tentando
parar de chorar, fui até ela e a abracei.
— Se acalme, papai só está nervoso! — digo beijando seus cabelos.
— Então eu vou ser titia? Isso é a melhor notícia que já recebi na vida
Lizzie.
— Queria que todos pensassem da mesma forma que você! — Liz
sorri forçadamente em meio às lágrimas.
— Com licença garotas... — Derek entrou no quarto. — O Supremo
quê conversar com Izaac, sozinho. — completou, minha irmã se
levantou apavorada.
— O que? Não, não mesmo! Não vou deixar meu pai matar meu
companheiro. — disse em meio às lágrimas.
— Ele não vai matar seu companheiro, se ele o matar. Afetará você!
— Estevan falou com calma.
— Amor, se acalme ele só quer conversar comigo. Esse estresse todo
não é bom para o nosso bebê! — Izaac beijou com ternura a sua
testa. Lizzie suspirou de frustração assim que Izaac saiu do quarto
seguindo Derek.
— Chloe... — Liz choramingou olhando para Chloe, implorando.
Certamente para ela evita que o papai machuque Izaac.
— Ella... — Chloe me olhou com o mesmo olhar que Lizzie fez,
pedindo para que eu fizesse alguma coisa.
Como se eu pudesse fazer alguma coisa!
— Estevan... — olhei para o Conde, todas sabemos que o único que
poderia enfrentá-lo, era Estevan.
— Okay, okay! Não precisa fazer essa cara! Não vou deixar que
Francis machuque o companheiro da sua irmã, seja lá como ele se
chama... — Estevan saiu do quarto em sua velocidade sobrenatural,
praguejando de raiva.
— Tudo vai ficar bem! Estevan vai cuida de Izaac. — afirmei tentando
confortá-la.
— Que vida maravilhosa! — Lizzie se jogou para trás, deitando na
cama. — Meu pai vai querer matar meu companheiro por causa de
um filho meu, minha irmã mais velha vai se mudar para a Austrália, e
minha outra irmã mora longe, já eu, não levo o menor jeito para ser
mãe!
— Vamos com calma com o que você fala. —Chloe se deitou ao seu
lado. — Vou me mudar só por quatro anos, para me tornar a
Suprema, isso não vai diminuir o amor que sinto por vocês.
— Papai com toda certeza vai se o avô mais babão de todo o mundo,
tenho certeza que ele vai amar essa criança, assim como eu e Chloe,
já amamos. — me deitei do outro lado da cama.
— Sem sombra de dúvidas, esse bebê vai ter a melhor mãe do
mundo. — Chloe sorri.
— Uma mãe linda. — falei a olhando.
— Engraçada! — Chloe completou.
— Amorosa. — sussurrei.
— Companheira! — Chloe limpou as lágrimas do rosto de Lizzie.
— Compreensiva, e sem dúvidas uma mãe que vai amar esse bebê
mais que tudo. — digo colocando a mão sobre sua barriga.
— Eu amo vocês! — Liz nos puxou para um abraço caloroso.
— Estava com saudades... — sussurrei fechando meus olhos, para
abraçar minhas irmãs com força.

***

O jantar foi um fiasco!


Papai conversou com Izaac em torno de uma hora, já estava
começando a achar que meu pai realmente tinha matado o
companheiro da minha irmã.
Foi um sacrifício conseguir fazer que a minha irmã tomasse um
banho e dormisse, mas com a ajuda da Chloe conseguir acalmá-la e
fazer a mesma descansar. —que dia— Logo depois Estevan veio
conversar conosco e disse que tudo estava bem. Chloe foi para a
biblioteca e mamãe deixou Izaac dormir no quarto da Liz para cuidar
dela. Afinal, —os dois são ligados. — Izaac está do lado da Lizzie, ele
fará ela se sentir bem!
Já sobre Estevan, minha mãe mandou preparar um quarto de
hóspedes para ele, e depois que as coisas se acalmaram, vim para o
meu antigo quarto tomar um banho e tentar aceitar o fato de que
minha família está em uma tremenda turbulência. Meu pai e minha
mãe também foram se deitar, ainda estou um pouco curiosa para
saber o que meu pai, Izaac, Estevan, Derek, e a minha mãe ficaram
conversando dentro daquele bendito escritório por uma hora.
Seja o que for, deixou meu pai mais calmo!
— Esse jantar vai entrar para a história. — me olhei no espelho
sussurrando.
Ainda estava com o vestido de veludo azul. Retirei algumas joias
que usava, logo depois os saltos, fechei os olhos e suspirei
altamente.
As imagens desse dia conturbado, rodeiam a minha mente.
Primeiro acordei do lado de Estevan, depois tive que conversar com
Elena e explicar para ela um pouco sobre o mundo sobrenatural, já
que eu escolhi conversar com ela, e não hipnotizá-la, e agora teve o
jantar com minha família. Um jantar onde eu descobrir que Chloe vai
embora, e Lizzie está grávida! Ao menos isso amenizou o fato que
cheguei com o Conde.
Obrigada minha Santa lobinha, obrigada por meu pai não te visto a
marca no meu pescoço.
Olhando por um lado, não vejo a gravidez de Liz como algo ruim.
Ter um bebê quando se ama alguém, formar uma família, isso não é
uma catástrofe. Lizzie está apenas construindo sua vida! Digo o
mesmo pela Chloe, minha irmã sempre teve tantas
responsabilidades, ainda penso como a Chloe não surtou. Querendo
ou não, meu pai vai ter que aceitar o "ciclo da vida" não somos mais
crianças, as coisas mudaram.
O barulho de alguém batendo na porta, me fez ir até a mesma
sentindo minha garganta secar-se. Seria meu pai? Minha mãe? Ou
uma das meninas querendo conversar. Abrir a porta devagar para
não fazer muito barulho, até se surpreendida por uma mão pálida
que segurou a porta a abrindo mais rapidamente.
— Estevan? O que faz aqui? — sussurrei assustada vendo Estevan
entrar no meu quarto e fechar a porta.
O olhei espantada, sinto meu coração acelerar ao ver o olhar
sombrio que do Conde. Sua pupila está vermelha e bastante dilatada,
ele está... caramba, ele está excitado. Estevan estava com os cabelos
desarrumados, e apenas com sua camisa social branca. Ele havia
aberto os primeiros botões, com toda certeza, ele queria me matar.
Santa lobinha, o que o vampiro tentação tá fazendo no meu quarto?
Em passos rápidos, ele veio me encurralando contra a cama, seu
olhar é intimidador, sinto meu coração se disparar como uma
descarga de adrenalina. Comecei a andar de costas, Estevan se
aproximava como um predador me fazendo recuar, cada vez mais.
Borboletas surgiram no meu estômago. Ele já havia me marcado,
então porque parece que justamente agora, me sinto mais rendida a
ele?
Arfei sentindo seu cheiro, suas mãos me envolveram com força,
assim que caímos na minha cama. Sem dúvidas ele tem o controle da
situação, Sabendo disso, isso me faz temer a situação.
— Disse que você teria uma punição por sua imprudência... — fechei
os olhos, logo após sua voz suave soar no meu ouvido.
— Não tenho medo de você! — sussurrei, sentindo arrepios, seus
lábios gelados estão contra a minha pele.
Estamos conversando em sussurros, e agradeço mentalmente por
isso, meu pai poderia escutar e com toda certeza seria o fim! Mesmo
sabendo desse possível "fim" o clima não consegue ficar frio.
— Sei que não. — respondeu me olhando nos olhos. Meu corpo se
contraiu. — Não me lembro de falar nada relacionado a medo. —
uma de suas mãos desceram lentamente pela a lateral do meu corpo.
Estou ficando louca? Sem dúvidas Estevan conseguiria tudo de
mim. E isso não é algo que me agrada, como posso me deitar com ele
sendo que quero me livrar dele? Eu realmente quero me livrar do
vampiro tentação? estou indo de novo para um caminho de
indecisões. Porém quero, só não sei se é o certo!
— Estevan, vá embora. — suspirei, eu sei que se continuarmos, não
vou resistir. — Meu pai pode te ouvir...
— Sempre ouvir dizer que a audição de lobos são esplêndidas! — sua
voz é carregada de ironia. Se encaixou sobre meu corpo, começando
com uma lenta e tortuosa trilha de beijos que ia até o vale dos meus
seios. — Façamos o teste.... — sorriu beijando meus lábios
lentamente.
Está confirmado, Ella Johnson Underwood se meteu em uma
grande enrascada. —Talvez eu não consiga sair dessa bola
sentimentalista, que envolve tesão e luxúria. Estevan se tornou
alguém que eu desejo muito. É inevitável não se envolver. —Depois
me arrependeria, mas não agora!— Talvez deveria viver o momento,
e deixar esse sentimento florescer.
Minhas mãos subiram sobre suas costas com necessidade de
sentir sua pele, amarrotei sua camiseta. Suas mãos seguraram
minhas coxas as levantando, fazendo que nossos corpos tivessem
mais contato físico.
— Lembre-se, sem fazer barulho. —sussurrou com um malicioso
sorriso, fazendo questão de olhar nos meus olhos. — Faça silêncio,
minha lobinha...
Uma de suas mãos abriram meu vestido na lateral, e o subiu para
cima, até a altura dos meus seios. Arfei sentindo os gélidos lábios
dele na minha barriga fazendo uma pequena trilha de beijos até
minhas partes íntimas. O olhei espantada, sem acreditar no que ele
iria fazer. Estevan sorriu maliciosamente e levantou minha perna
esquerda, beijando na parte inferior da minha coxa. Uma grande
descarga elétrica por meu corpo me fez praguejar, mordi meus lábios
com força ao ponto deles sangrarem. Isso sim que é uma grande
punição. O olhei ofegante quando sinto a leveza do tecido da minha
calcinha deslizar por entre minhas pernas, fechei as mesmas. Estevan
faz questão de me olhar detalhadamente. Estevan abriu novamente
minhas pernas sorrindo, assim que seus lábios gelados tocaram a
pele da minha intimidade, minhas mãos foram para os seus cabelos
os puxando com força. Estevan tinha agilidade, e com toda certeza
ele sabia o que estava fazendo.
— Ahhhh... — mordi novamente meus lábios tentando não fazer
barulho.
Estou tentando de todas as formas possíveis, não proferir
nenhum tipo de som. Segurei nos lençóis da cama, puxava levemente
seus fios loiros, e até mesmo tentei sair correndo. Mas ele segurou
minhas coxas evitando que isso acontecesse. Minha única opção, é
fechar os olhos e me entregar ao prazer!
Capítulo Vinte Cinco

Um pouco mais perto do seu coração,


Um pouco mais perto do seu corpo,
Transpiro de novo a imensidão,
Que carrego ao te encontrar.
A lua e o sol sela laços,
Que são impossíveis de se quebrar!

Mih Franklim.

Estevan

Senti a pele macia e quente da Ella, ouvi sua respiração e seu


coração disparados; a forma como seu corpo reage aos meus toques.
Ella demonstra mesmo sem perceber que está se entregando. Isso
me deixa extasiado. Ella é minha, e quanto a isso não existe dúvidas,
mas o que fazer quando ela mesma não consegue ver isso? Por um
lado, Ella estava sendo egoísta em demonstrar que só se importava
com seu futuro na grande e devasta Nova York. Pelo outro, Ella está
demonstrando que tem medo em se aprofundar na nossa ligação. —
Eu teria que descobrir por qual motivo, por isso dei a oportunidade
para que ela pudesse partir—. O que ela não fez, ela não percebeu
ainda, mas está tão envolvida nesta relação quanto eu.
Envolvido é um eufemismo, Conde Estevan!
Repito, não vou forçá-la a viver comigo. Quero Ella ao meu lado
da forma correta, não infeliz. Todavia, sei que esse dia estava sendo
uma grande loucura e agora, depois desse jantar um tanto
movimentado e uma longa conversa com o Supremo, onde
tentávamos dizer que se ele matasse Izaac, sua filha morreria, tudo o
que eu conseguia lembrar era da minha teimosa lobinha. Então,
decidi honrar minha palavra e repreendê-la com uma punição.
Creio que vou puni-la diversas vezes.
Ver o rosto dela se contorcendo de prazer, um prazer que eu
estava proporcionando, me deixou excitado. Confesso que
internamente estou torcendo para ela gemer um pouco alto. —
Qualquer um que me interrompesse nesse momento, eu mataria
sem pensar duas vezes—.
Segurava firmemente as coxas da Ella que tinham descargas de
tremores leves. Seu corpo, suas expressões de prazer, suas mãos
agarrando com força meus cabelos e puxando os lençóis da cama,
que iam por cima dos seus lábios, tentando pressionar os seus
gemidos abafados e reprimidos. É algo torturante, não se capaz de
escutar seus gemidos de prazer, mas é compreensível já que estamos
na casa dos seus pais. A forma que seu coração está batendo tão
rápido, indicava e entregava que ela estava muito próxima de atingir
seu ponto de prazer. Decidido e focado em fazê-la sentir um orgasmo
completamente intenso pelo qual ela fosse lembrar pelo resto da sua
vida, a segurei de uma forma que ela não poderia escapar, já que seu
corpo está começando a ter tremores em uma onda um pouco mais
forte.
Uma das minhas mãos subiu por seu corpo lentamente, passando
pelas dobradiças do seu vestido enroscado na cintura, até chegar nos
seu seios onde os apertei a provocando. Acelerei os meus
movimentos, que a fez se descontrolar e solta um gemido um pouco
alto.
Senti o seu gosto é algo fascinante. Ella sem dúvidas era a mulher
perfeita em todos os sentidos para um pobre demônio como eu. No
caso, a minha mulher perfeita. Olhava suas expressões faciais e fazia
questão de reparar cada detalhe das mesmas, seu doce e angelical
rosto com expressões tão quentes, me deixava excitado.
Muito excitado!
Não demorou muito para que seu corpo reagisse mais
intensamente. Fiz questão de olhar detalhadamente todo o perfeito
corpo da minha Ella, enquanto ela tentou se recompor. Sorrindo
maliciosamente, beijei lentamente o interior de sua coxa, sentindo
sua pele arrepiar-se. Subi novamente entre seu corpo até beijar seus
lábios macios de novo, sentindo o fraco gosto do sangue que ela
arrancou dos seus lábios, devido a força que os mordeu. Segurava
seu pescoço, quando as pernas dela se enlaçaram sobre minha
cintura colando nossos corpos.
— Ahhh... — Ella gemeu, me deixando mais alucinado. Essa lobinha,
tem se tornado o controle do meu prazer!
Não era difícil saber que eu a desejava de uma forma
extremamente pulsante e dolorida. Ela havia se tornado um desejo
ao qual eu almejo tremendamente. Porém, ambos sabíamos que se
fizermos amor, estaríamos efetuando o último passo da ligação.
Acontece que não sabemos a que nível nossa ligação poderia se
intensa. Somos o primeiro casal híbridos oficial por Selene, todo
sentimento vivido por nós é novo. Mesmo querendo, mesmo a
desejando desesperadamente, eu preciso ter a certeza que seja algo
que ela não venha se arrepender depois. Não conseguiria deixá-la ir.
Ofegante, terminei o beijo, quando senti nossas respirações subir e
descer juntas.
— Preciso da sua confirmação... — disse sem conseguir me controlar,
continuava beijando seu pescoço sentindo os arrepios da sua pele
quente. Eu preciso tê-la, está se tratando de um caso de vida ou
morte.
— Como? — tentou dizer de olhos fechados, com suas mãos
bagunçando meus cabelos.
— O que você quer, Ella? — perguntei parando de beijar-lá, e a olhei
nos olhos.
É visível a vermelhidão da sua loba dando sinal de vida. Pelo seu
olhar, sei que ela me deseja. Mas preciso de uma confirmação
falada.
— Eu quero.... — me olhando nos olhos, Ella começou a dizer
segurando meu rosto.
Me encontro mais rendido aos seu encantos. Ella calmamente
aproximou seus lábios perto dos meus e beijou a metade da minha
boca, logo sussurrou no meu ouvido, me causando arrepios:
— Quero você, Estevan.
Não precisei de uma segunda confirmação. A beijei novamente
com mais fervor, rasgando seu vestido que já está me incomodando.
O joguei longe da cama. Sem dúvidas essa loba tem um poder sobre
mim. Não a deixarei partir, nem mesmo se ela quiser! A um
calabouço em minha residência que não é utilizado, não me
importaria de usá-lo novamente.
— Sem barulhos. — falou de forma manhosa, retirei minha camisa.
— Sem barulhos! — afirmei voltando a beijá-la com fervor. Me deitei
novamente sobre seu corpo, nossas peles se encontraram em uma
tremenda junção de "fogo com gelo".
Minhas mãos deslizavam pelo seu corpo, explorando cada
centímetro do mesmo. Sua pele tem uma textura macia e
completamente quente, a beijava lentamente, quando uma de
minhas mãos retirava minha calça, a jogando para algum lugar no
quarto pouco iluminado. Apenas um abajur estava ligado, e o mesmo
me permitia ver perfeitamente as curvas esculturais dela. Com um
suspiro alto e abafado pelos meus lábios, me encaixei sobre o seu
corpo voltando a beijá-la com volúpia para que ela não fizesse
barulho —o que está se tornando impossível, já que, os movimentos
sobre seu colchão não são discretos—, sua respiração está tão
alterada, quanto a minha, e isso sim estava fazendo um tremendo
barulho, não estamos mais ligando para isso.
Assim que me posicionei corretamente sobre seu corpo, olhei nos
seus olhos em busca de algum sentimento que demonstrasse que Ella
não queria isso, mas não vi nenhum se quer. Nitidamente ela está
entregue ao momento como eu, isso talvez indica uma mudança no
nosso relacionamento. Apertando suas pernas na minha cintura, Ella
desceu com as mãos por entre minhas costas as arranhando.
Voltei a beijá-la no mesmo momento que a penetrei lentamente,
abafando seus gemidos. Ela estava pronta para me receber, suspirei
baixo mordendo seu lábio inferior, sem me movimentar. Esperei que
ela se acostumasse, até ter certeza de que não estou machucando-a.
Assim que vejo sua expressão se normalizar pelo prazer, comecei
com os movimentos lentos sentindo meu membro pulsar dentro da
sua intimidade apertada.
O cheiro dela está mais forte me fazendo perder o controle.
Deixei seus lábios livres para conseguir escutar seus baixos gemidos,
que são proferidos em meu ouvido. Sem conseguir me controlar,
desço com os lábios por seu pescoço até roça-los lentamente por
cima da minha mordida, mordendo-a de novo. Fechei os olhos
apreciando todas as sensações novas que meu corpo está
vivenciando ao lado dela. Ella apertou com mais força as pernas na
minha cintura, deixando suas mãos arranharem sem pudor nenhum
minhas costas. É mais que nítido que Ella Johnson Underwood, é
minha.

***
Acordei antes dela. Assim que abrir os olhos não conseguir evitar o
sorriso que se formou nos meus lábios ao deparar-me com uma
lobinha descabelada me abraçando, deitada sobre o meu peitoral. A
olhei por longos segundos vendo os traços do seu rosto, suspirei
altamente. Ella dormia tão calmamente que quem a visse, não diria
que era a mesma mulher feroz a horas atrás, feroz demais para uma
primeira vez. —não é hora para ter ciúmes!—.
Nossa noite foi longa, ao todo horas sentindo prazer. Quando
acabamos, já devia ser por volta das 04h da madrugada. O bom foi
que não dissemos absolutamente nada, estávamos apenas
aproveitando o momento e nenhum de nós acabou com isso. Não
sabia a hora que a família do Supremo acordava, achei melhor evitar
uma possível discussão. Já que a confusão de ontem deixou Ella um
pouco abalada momentaneamente.
Mexi nos cabelos dela e a retirei de cima do meu corpo com
calma, assim que ela deitou corretamente, agarrou um travesseiro
me fazendo sorrir e tampá-la com o lençol, —principalmente os seus
seios descobertos—. Sem fazer movimentos bruscos, dou um beijo
prolongado em seus lábios e em seguida me levantei começando a
vestir minhas roupas que estavam jogadas pelo quarto.
Pronto para sair e ir ao quarto de hóspedes que estava, abotoei o
último botão da minha camisa social, soltando um longo suspiro e
caminhei até a porta.
— Vai mesmo ir assim? — sua voz sonolenta me fez olhar para trás
com uma sobrancelha arqueada.
— Assim como? — digo me virando de frente para ela.
Não imaginava que teria a visão dos céus ao fazer isso. Ella
conseguia ser mais bonita quando acordava, seus cabelos
desajeitados, olhos brilhantes e uma evidente cara pôs sexo, que
arrancou suspiros dos meus lábios.
— Tem certeza que está perguntando isso? — voltou a dizer,
conseguindo atrair novamente minha atenção.
— Como? — sua beleza matutina me deixou sem palavras. Não
consigo pensar em nada agora.
Suspirando pesadamente, Ella se enrolou no lençol e levantou
vindo na minha direção. Parou na minha frente, e me virou de frente
para um espelho que tinha na parede. Então, consegui entender ao
que ela estava se referindo: os botões de minha camisa social estão
abotoados errados. Me olhando nos olhos, Ella começou a
desabotoar minha camisa social e abotoa-la corretamente. Seus
gestos tão simples, me deixou vidrado em suas mãos. Com um
sorriso, levantei minha mão e coloquei no seu ombro, descendo-a até
sua cintura.
— Porque corre da nossa ligação? — sussurrei atraindo sua atenção.
Um sorriso contagiante se formou no seus lábios, depois desse
bendito sorriso, quero ser a causa dele todos os dias. Ella subiu com
as suas mãos pelo meu peitoral, até alcançar minha nuca. Parecendo
entende a pergunta, chegou seu rosto perto do meu ouvido e
sussurrou:
— Tenho cara de quem está correndo? — disse beijando meu
pescoço, meu corpo se arrepiou, e meu pobre coração bateu dando
um sinal de vida.
Então eu soube nesse momento, meu peito sempre irá ganhar
vida por ela.
Capítulo Vinte Seis

Minha vida é simbólica, simples e passageira!


Quando olho para trás, lá se foi a vida inteira.
Vida inteira que se passou, assim em um 'piscar'
E agora o que me restou, não dá nem mesmo para somar.

Mih Franklim

Chloe

O jantar que tivemos essa noite sem sombra de dúvidas entrará


para a história da minha família.E agora tudo finalmente tomou uma
normalidade, posso suspirar de alívio. Sabia que a reação do meu pai
seria essa, se levarmos em conta, até que ele conseguiu se controlar
ao descobrir que Liz está grávida.
Ella e eu fizemos a Liz dormir. Logo minha mãe tomou as rédeas
da casa colocando Izaac para dormir com Liz, e o Conde Estevan em
um quarto de hóspedes, aparentemente Derek foi embora graças ao
resto de bom senso que lhe restou.
Meu pai está no seu limite, esse jantar foi uma chuva de
descobertas para minha família. Estou indo embora, Lizzie está
grávida e já a Ella apareceu com o Conde Estevan. Acho que
finalmente meu pai vai aprender que não pode nos controlar!
Ainda estou um pouco anestesiada com o coração disparado pelas
emoções vividas nessa noite. Contar para minha família que iria
embora não foi fácil, na realidade, essa foi a decisão mais difícil que
já tomei. Porém, essa também foi a minha primeira decisão. Não
houve a intervenção dos meus pais, nem as opiniões formadas das
minhas irmãs. Foi somente a velha Chloe que decidiu isso. Eu!
Somente eu. Não diria que Derek é o grande causador dessa
mudança, mas sim, ele teve uma boa influência sobre essa decisão.
Passei minha adolescência toda me matando mentalmente por senti-
me atraída por ele, sempre achando que o problema era eu. Depois
que me deitei com Derek, achei que passaria o desejo, mas não foi
bem isso que aconteceu. Anos buscando uma mudança, me
arrependendo, me matando mentalmente e me torturando
psicologicamente para descobrir que ele era o meu companheiro e
me escondeu isso a minha vida toda? Isso sim foi uma facada no meu
coração!
Mas ideia de se treinada pelas anciãs no Norte da Austrália, não é
totalmente por ele. Preciso começar a viver minha vida, a formular
meu destino para cumprir-lo. Preciso começar a viver.
— Não vou conseguir dormir essa noite. — batuquei de leve meus
dedos no colchão me sentando na cama.
Estou eufórica, querendo ou não, Derek ainda me abala de uma
forma horrenda. Tanto que não consigo parar de pensar nele, na
forma que ele estava incrivelmente lindo nesse jantar. E como o sono
não chegava de nenhuma maneira, minha mente sempre apronta
comigo me fazendo pensar mais em Derek. Então decidi levantar-me
calçando minhas pantufas rosadas, peguei meu roupão rosa de cetim
e vestir, já que eu estava apenas de calcinha pronta para dormir.
Saio do meu quarto pensando em atacar a geladeira para afogar
minhas mágoas. Andei no corredor pouco iluminado, mas parei assim
que escutei um suspiro. Olhei em volta arqueando a sobrancelha
quando vejo o Conde Estevan indo na direção do quarto da minha
irmã. Segurei o riso reprimindo meus lábios, fiz um carranca série e o
olhei.
— Aonde pensa que vai? — cruzei meus braços sobre meus seios,
sorrindo ironicamente.
Pego em flagrante!
— Ah?... é você. — ele disse com uma olhar irônico.
— Quem mais seria? meu pai? — falei o provocando, Estevan revirou
os olhos.
— Não tenho medo do seu pai. — ele parou em frente à porta do
quarto da Ella.
— Fugidinha? — sorri, Ella teria que me conta detalhadamente como
conheceu Estevan. — Não sei se é aconselhável! — completei o
olhando.
— Tudo bem, não preciso desse tipo de conselho. — Estevan piscou
discretamente.
— Meus pais acordam às 09h — reprimindo um sorriso dando de
ombros, comecei a andar novamente para a cozinha.— Às vezes às
07h, talvez ele não escute você... — o provoquei vendo Estevan bater
na porta do quarto da minha irmã, com um divino sorriso no rosto.
— O Supremo Francis, sabendo que estou dormindo com uma de
suas filhas? Será algo agradável e divertido. — esbanjou ironia.
— Tudo bem, se tiver sorte, não vou contar para ele... — afirmei
começando a seguir meu caminho.
— Certo... se tiver sorte, não contarei que Derek é seu companheiro.
— Estevan disse calmamente.
— Com-mo? — me virei para olhá-lo.
— Sou observador. — dito isso, Estevan piscou discretamente, a
porta do quarto se abriu e ele entrou no quarto da Ella, fechando a
porta.
Fiquei parada olhando para o vazio do corredor, continuei meu
trajeto até a cozinha em silêncio. Era assustador saber que alguém
desconfiava que Derek era meu companheiro, afinal, eu realmente
quero manter a distância desse feiticeiro idiota. —Ele me enganou, e
mesmo que minha loba esteja sofrendo não vou dá ouvidos a ela—.
Não de novo! Dessa vez, sou eu quem ditará as regras da minha vida.
Assim que cheguei na cozinha, fui direto para a geladeira
abrindo-a comecei a analisar o que assaltaria de madrugada.
— Estava falando sério quando disse que vai me rejeitar? — a voz do
Derek ecoou por todo o local, fazendo meu corpo paralisa.
Suspirei pesadamente sentindo um arrepio percorrer toda fibra
vivente do meu ser.
Medo, euforia, falta de ar, raciocínio lento que causou uma
confusão interna no meu coração. Esses são alguns dos sintomas que
meu corpo tem toda vez que Derek Wallet chega perto. Diversas
borboletas no meu estômago pareciam distorcer toda realidade do
meu ser, meu coração sem dúvidas irá saltar pela boca! Como é
possível? Depois de tudo que ele fez, meu corpo ainda reage dessa
forma quando ele está perto.
— O que faz aqui? — digo pegando uma caixa de leite na geladeira,
sinto um nó na minha garganta, me virei de frente para ele.
— Não é óbvio? — Derek respondeu seriamente.
Seu olhar tinha algo que pela primeira vez não conseguia
identificar, —arrependimento—. Não, Derek não é o do tipo que se
arrepende dos seus atos.
Peguei um copo e coloquei leite com a mão um pouco trêmula.
Tentei demonstra que não ligava com a sua presença, isso é uma
tremenda mentira. Ele ainda tem uma influência sobre mim, sobre a
minha loba e é isso que quero mudar. Meio difícil já que meus olhos
não conseguem ser discretos quando vêem cada detalhe do seu
corpo.
— Seja direto. — minha voz foi baixa, e demonstrou como estou
tentando me manter firme ao seu lado.
— Me responda, irá me rejeitar? — disse dando dois passos se
aproximando, recuei discretamente.
Como odeio ser submissa a essa bendita ligação!
— Não fui clara o suficiente?
— Não pode fazer isso... — interrompo Derek rosnado
discretamente.
— É aí que você se engana, eu posso, e vou fazer isso. — digo com
raiva. — Estou cansada de escutar o que posso, ou não posso fazer.
— Derek parou em minha frente.
— Você está sendo egoísta pensando somente em sua raiva,
deixando ela te corroer por dentro, Chloe. — suspirando alto ele
tentou colocar uma mão no meu rosto, desviei-me dos seus toques.
— Egoísta? Está me chamando de egoísta? Não seja hipócrita Derek
— olhei em seus olhos.
— Chloe! Essa raiva que está alimentando dentro de você, irá te
corromper. Pare com isso... — falou tentando novamente tocar meu
rosto, o que me fez rosnar com ódio e segurar a sua mão.
— Realmente eu sou uma tremenda egoísta. Egoísta por te amar por
seis anos da minha vida, sendo usada por você. — empurrei sua mão
para longe, e apontei o dedo no seu peito começando a dizer com
ódio. — Me tornado seu brinquedinho sexual, para você atende suas
necessidades, quando a minha origem se foi para manter suas
vontades. — senti uma imensa vontade de chorar, mas continuei a
falar me mantendo firme. — Você tem toda razão Derek, sou muito
egoísta... mas, fui muito mais egoísta comigo, quando coloquei você
acima de tudo.
— Nunca, nunca te usei como um brinquedo sexual Chloe, e você
sabe disso. — ele bufou se aproximando novamente. — Você sabe
que te amei, sabe que te amo, e isso está muito, muito clarividente.
Não acha? Como pode achar que tudo que vivenciamos foi apenas
pelo sexo? Sabe que é complicado, seu pai não aceita... — o
interrompo com um risada sarcástica.
— Não me venha com esse papo furado de que meu pai não
aceitaria. Eu tenho 20 anos e você sabe muito bem que as coisas não
são bem assim. — tentei empurra-lo colocando minhas mãos sobre
seu peitoral. — Seja homem suficiente para assumir uma situação, e
pare de ficar colocando a culpa no meu pai só porque não tem um
motivo de verdade para... — fui interrompida por Derek.
— Merda Chloe! — irritado segurou meus pulsos com força. — Acha
mesmo que não tenho um motivo real para ter escondido que era
seu companheiro? Acha que tenho medo do seu pai? Sempre
respeitei Francis, mas ele nunca seria o motivo que me mantém
longe de você!
— Então você tem um motivo? Ótimo estou ouvindo. — cruzei os
braços, o olhando por longos segundos.
Derek suspirou frustrado fechando os olhos e colocando as mãos
sobre a sua cabeça. Olhei para ele sentindo meu coração se partir
mais. Saio do seu encurralamento, e suspirei fundo fechando os olhos
segurando as lágrimas. Eu não tenho mais forças para discutir com
ele, meu corpo se tornar tão indefeso quando se trata desse crápula.
— Não vou mudar minha decisão. — abracei meus ombros, fui capaz
de escutar seus passos se aproximando novamente do meu corpo.
— Então me rejeita Chloe. — Derek colocou a mão na minha cintura,
e me puxou para ele. — Diga que não me quer... — meu coração se
disparou com o seu simples toque — Diz que não me ama mais... —
falou segurando meu rosto, colocando sua testa contra a minha. —
Diga... diga que possa me perdoar, e estará ao meu lado mesmo que
não saiba o motivo... só diga que confia em mim, Chloe...
Meu coração deu uma palpitação tão forte, que realmente achei
que ele fosse sair pela minha boca. Minha loba não sabia identificar o
sentimento que a rodeava agora, mas nitidamente era algo que
estava a deixando eufórica, viva, feliz e ao mesmo tempo triste. O
olhei e as lágrimas que tentava segurar, rolaram por meu rosto no
momento que vi Derek chorando.
Obedecendo todo meu corpo, fechei os olhos e beijei seus lábios
sentindo a maciez da boca que eu tanto desejava. Minhas mãos vão
diretamente para os seus cabelos, de alguma forma me sentir
reconfortada em seus braços que me abraçaram parecendo buscar o
mesmo sentimento que eu havia acabado de encontrar. Como eu
amava seus toques, suas mãos tinham uma agilidade tremenda e
parecem que foram feitas para explorar cada parte do meu corpo
com delicadeza e sutileza. Seu cheiro despertar o lado mais obscuro
do meu corpo, e por um vasto momento eu havia me esquecido de
tudo que aconteceu. Estava me entregando a ele mais uma vez,
sentindo seus toques, seu cheiro, seu calor me reivindicar de uma
forma que não restava dúvidas de que todo meu ser pertence a ele.
Até as vagas lembranças começarem a rodear minha mente.
Noites que chorei pedindo a Selene para que Derek fosse meu, da
nossa primeira vez, e das diversas vezes que me entreguei a ele até
descobrir que ele sempre foi meu companheiro e que me escondia
isso permitindo que eu sofresse diversas vezes por ele. De como
Derek era frio comigo me magoando sempre que podia. Eu sabia que
esse beijo era o nosso beijo de despedida, por isso me permitir
entregar-me a ele uma última vez.
Assim que a falta de ar nos atingiu, me afastei dele rapidamente,
ainda com os olhos fechados. Eu sabia que isso irá doer mais em mim
do que nele, mas eu preciso. Minha alma precisa se libertar de Derek
Wallet!
— Pois... — ofegante, olhei para Derek sentindo a adrenalina no meu
corpo. Cada fibra da minha pele parecia viva ao mesmo tempo que
está morta.
Suspirei fundo buscando forças no interior da minha alma. Me
recompus parando na frente de Derek. Estufei o peito, e levantei a
cabeça engolindo todo o amor que havia sentido por Derek todos
esses anos, o olhei no fundo dos seus olhos sentindo minha loba
recuar de tristeza.
— Eu te rejeito. — falei firmemente olhando nos seus olhos. —
Ahhhhhh... — coloquei a mão no meu peito, e dei dois passos para
trás.
Minha visão ficou escura e uma forte dor atingiu todo meu corpo
parecendo que minha loba estava se rasgando, minha alma ficou
meio dispersa e por longos segundo achei que realmente iria morrer.
Dei dois passos para trás encostei no armário da cozinha,
buscando forças para ficar de pé.
Olhando a imagem do Derek a minha frente, reparei que ele está
incrédulo. Olhei novamente no fundo dos seus olhos, engolir a seco,
e firmei meus passos. Meu interior foi quebrado, estraçalhando,
despedaçado e por entre outras diversas formas de morrer
dolorosamente. Tentei demonstrar que não fui afetada, não iria mais
chorar por causa do Derek! Essa é uma promessa que fiz.
— Eu o rejeito, Derek Wallet. — afirmei o olhando, não faço questão
de controlar mais as lágrimas.
A última visão que vou ter de Derek Wallet não é a melhor para se
guardar. Ver o seu rosto sem expressão, e, uma única lágrima
descendo por sua bochecha me causou uma tremenda dor no
interior da minha alma.
Talvez algum dia eu me arrependa dessa decisão, mas tenho a
certeza que por agora eu preciso me libertar dele, do Derek Wallet.
Capítulo Vinte Sete

O destino realmente tem uma grande influência sobre nossas vidas!


De forma grotesca e fugaz, ele nos leva a caminhos inimagináveis.
Mas que são necessários de serem cruzado em nossa jornada.

Mih Franklim

Saindo do meu quarto, não conseguir conter o suspiro pesado que


saiu dos meus lábios. Havia tomado um longo banho quente, já que
uma ardência não muito incômoda insistia em ficar sobre a região da
minha parte íntima. Talvez pareça algo clichê ao se pronunciar o que
irei dizer agora, mas realmente sinto que algo em mim mudou.
Minha forma de pensar quem sabe, ou, eu somente posso ter ficado
realmente louca, —tá, é clichê demais mesmo— minha loba, se
aflorou e amadureceu.
Eu ainda sou a mesma Ella. Com algumas modificações: Não seria
mais egoísta ao ponto de pensar só no meu lado da história onde
quero viver sozinha em Nova York. É injustiça não levar em
consideração os sentimentos recíprocos que sinto por Estevan.
Selene nos escolheu, juntou nossos caminhos, e mesmo que por
agora seja apenas desejo carnal!
O que impede que isso no futuro possa virar amor? Se eu nunca
arriscar, como vou senti novos sentimentos?
Me entregar a Estevan na noite passada foi a maior loucura já
feita em toda minha pacata vida. A adrenalina de saber que meu pai
poderia pegar a gente em flagrante, a euforia que minha loba sentiu,
o desejo, o tesão, os toques calculados do Conde, a forma que ele
dominou toda a situação. Isso me deixou completamente rendida a
ele.
Foi perfeito!
Não poderia reclamar, nem me arrepender de algo que eu queria
fazer, e faria de novo sem pensar duas vezes.
Eu sei que posso ter me metido em uma baita enrascada já que
permite que efetuarmos o último passo da nossa ligação. Tudo é
muito novo. Somos o primeiro casal híbrido de uma loba e um
vampiro, há determinados tipo de coisas que não nos afeta, como
afetaria um casal normal da mesma raça. Um exemplo: um casal de
lobos não podem ficar separados por muito tempo se começarem o
processo de ligação, ou seja, se o lobo morde a fêmea e não
reivindica-lá na mesma hora, eles não poderão ficar separados até
que façam todo o processo de ligação corretamente.
Isso não foi um problema para mim e Estevan, já que ele me
mordeu e ficou fora por uma semana sem me dar notícias.
— O que estou fazendo... — sussurrei.
Estava realmente tendo uma conversa muito séria comigo
mesma, onde mostrei para meu 'eu' interior, que as coisas poderiam
se diferente agora. Independentemente do que aconteça, o que está
feito, está feito! Não tem mais como voltar atrás. Mostrando
confiança, andei pelos corredores fazendo o caminho da cozinha,
agora só preciso manter-me calma durante o café da manhã.
O que eu acho meio impossível, céus, Santa lobinha que guarda
minha alma pura. Por favor me proteja!
Assim que entrei na sala de jantar, me deparei com Estevan,
Chloe, papai e mamãe postos à mesa conversando aparentemente
normal. O que é algo muito suspeito.
— Achei que teria que acordá-la. — minha mãe sorri receptiva, assim
que me viu entrar pela porta.
— Bom dia. — digo olhando para todos me sentando entre Estevan, e
Chloe.
— Deve está cansada... — Chloe falou com um sorriso travesso,
fazendo minhas bochechas corarem no mesmo momento.
Disfarcei começando a me servir, tenho certeza que ouvir um
duplo sentido vindo de sua voz.
— Realmente a confusão de ontem me deixou cansada. — tentei
muda de assunto, não deu certo, já que, Estevan sorriu de uma forma
maliciosa me deixando constrangida.
— Peço desculpas por isso, me descontrolei. — meu pai suspirou,
olhei para ele e sorri-o docilmente.
— E onde está Liz e Izaac? — perguntei bebendo um pouco de café.
— Estão na casa dos pais de Izaac. Mia e Mateus precisam sabe que
vão se avós! — minha mãe me olhou com um lindo sorriso.
— Foi bom Liz ter saído! É uma boa distração para esquecer a
confusão de ontem. Tenho certeza que a reação da tia Mia e do tio
Mateus será positiva. — Chloe disse, apenas concordei.
Discretamente olhei para Estevan que parecia disperso, sua visão
mantinha-se forçada em um ponto no meio do nada na parede.
Arqueei uma sobrancelha, daria tudo para saber o que se passa em
sua cabeça agora. O celular dele tocou como se adivinhasse que
estou pensando nele. Parecendo voltar a realidade com um suspiro
calmo ele pegou o telefone e se levou lentamente.
— Com licença. — disse se afastando de todos para atender a
ligação.
Segui seus passos com o olhar até que ele saísse do meu campo
de visão. Estevan estava impecável como sempre, com uma roupa
formal, cabelos arrumados, um perfume marcante, e seu cheiro com
toda certeza está muito forte. Voltei a olhar para frente tentando
disfarçar minha quebra de pescoço ao acompanhar seu corpo com o
olhar, mas parece que não deu muito certo.
Chloe percebeu demonstrando com um sorriso reprimido.
— Ella? — meu pai me chamou atraindo minha atenção.
— Humm? — olhei para ele colocando a xícara de café sobre a mesa.
— Seu pescoço está sangrando? — ele me perguntou com uma
sobrancelha arqueada.
Meu corpo gelou. Estava começando a ficar aterrorizada, e os
motivos são bem óbvios. Sangue, pescoço, marca, Estevan.
Tentando manter a calma, neguei com a cabeça levando minha
mão até meu pescoço verificando se realmente estava sangrando.
Engolir em seco assim que vi a pequena quantidade do líquido
vermelho na ponta dos meus dedos, olhei para o meu pai que
manteve uma expressão séria me fazendo encolher os ombros com
medo. Se levantando da cadeira, ele falou calmamente com uma voz
tenebrosa que fez meu corpo congelar.
Não consegui me mover, minha mãe olhou a cena sem entender o
que acontecia, Chloe parecia analisar toda a situação se dando conta
do que havia acontecido.
— Quando isso aconteceu. — perguntou-me chegando perto do meu
corpo, me mantive imóvel pelo medo.
Papai levou a mão nos meus cabelos para tirá-los do meu pescoço
e ver a bela mordida que o Conde Estevan havia feito na noite
passada. Tudo estava arruinado, ele descobriu. E tenho a certeza que
vou morrer antes mesmo dele falar alguma coisa, já que não consigo
ter uma reação muito sólida sobre isso tudo a não se o medo, pânico,
apavoramento e a certeza de que estou ferrada. Quase sempre me
sinto sufocada na relação que tenho com meu pai, ele me dá medo
às vezes, não é uma relação saudável, mesmo que não seja de
propósito o medo vem de brinde. Fechei os olhos esperando suas
mãos tocarem meus cabelos, mas permaneço em torno de alguns
segundos assim, é não as sinto.
Assim que abrir meus olhos vejo que Estevan segurava fortemente
o braço do meu pai impedindo que ele me tocasse.
Se antes meu coração estava disparado, agora sem dúvidas ele irá
saltar pela minha boca. O olhar que os dois transmitiam um para o
outro, era de puro ódio, a sensação que tenho é que eles vão se
matar a qualquer momento, e por essa questão minha mãe e Chloe
permaneceram imóveis, totalmente em alerta assim como estou.
— Se encosta nela, eu mesmo te levo ao inferno. — Estevan disse
entre dentes. Pela primeira vez ele não está sendo nada irônico, nada
divertido, nada sarcástico nem mesmo sedutor. Acho que meu
pânico o atraiu, já que ambos sentimos as emoções mais fortes um
do outro agora.
— Te dou dez segundos para soltar meu braço antes que eu arranque
sua cabeça e coloque na parede como enfeite. — meu pai falou
rosnando irritado, me encolhi mais, estou no meio disso tudo.
Capítulo Vinte Oito

O seu passado não tem poder sobre seu presente.


A não ser que você permita que ele se torne uma fonte de renda na
sua história.

Mih Franklim

— Vou soltar sua mão, mas não permitirei que toque na Ella! Se não,
sua próxima visita ao inferno será permanente. — Estevan olhou para
o meu pai que sorriu de uma forma macabra.
A cara de Estevan o derrubava: Ele estava pronto para matar.
— Seria uma visita agradável a sua casa não é mesmo. — meu pai
respondeu entre dentes.
Sem pararem com o olhar desafiador um sobre o outro, Estevan
abaixou a mão lentamente quando meu pai fez o mesmo retirando a
mão dele de perto do meu pescoço. Sinto que nesse momento vidas
estão em jogo. Me olhando com um olhar que transbordava
desgosto, papai voltou a repetir sua pergunta me fazendo tremer. Eu
sei que devia tomar uma posição mais séria, porém o sentimento de
rendição pela situação não me deixava.
— Quando isso aconteceu Ella. — em toda minha vida, papai nunca
tinha usado um tom de voz tão repreensível comigo. O mesmo tom
que usa com todos da alcateia.
— Isso não é da sua conta Francis. — minha mãe se levantou parando
ao meu lado assim que me estendeu a mão para me ajudar a me
levantar.
Com toda certeza ela foi um anjo enviado dos céus, que me tirou
do meio desses dois. Minha Mãe colocou a mão na minha cintura me
confortando e logo olhou para o meu pai, e para Estevan que
continuavam se olhando prontos para voar um no outro.
— Não é da minha conta? Ella é minha filha Antonella. — meu pai
rosnou me olhando.
— Assim como também é a minha filha. — minha mãe disse no
mesmo tom de voz que meu pai, mas logo deu um suspiro quando
me abraçou mais forte. — Ella já tem 20 anos, querendo ou não...
Estevan é companheiro dela.
— Não me interessa se esse sangue suga seja o companheiro da
minha filha. — papai voltou a dizer com arrogância, aparentemente
ele está tentando se acalmar.
— Não te interessa, mas é fato que você não pode interferir em nada
Francis. — minha mãe suspirou, parando na frente do meu pai. —
Você prometeu lembra? Prometeu que não iria interferir no destino
das meninas, e o que você está fazendo nesse exato momento
Francis? — sussurrou, meu pai suspirou de frustração colocando as
mãos sobre a cabeça.
Dei um pulinho de susto quando Estevan tocou calmamente meu
ombro atraindo minha atenção. Ele olhou nos meus olhos como se
soubesse que esse simples gesto me acalmaria, e de certo isso
aconteceu. Suas mãos tocaram meu pescoço com sigilo, é algo
mágico a forma sinto-me segura esquecendo completamente tudo
que estava acontecendo ao meu redor.
— Não precisa ter medo. — sorriu na tentativa de me acalmar. —Não
deixaria nada acontecer com você.
O olhei, mas logo em seguir com o meu olhar para meu pai que
veio na nossa direção com os olhos vermelhos. Entrei na frente do
Estevan com o coração disparado estendendo a mão para frente
fazendo meu pai parar.
— Para pai! — disse ofegante.
Meu pai parou na mesma hora suspirando pesadamente, Estevan
segurou minha cintura e me tirou da posição de frente que havia me
colocado. Mas logo tentei retomar sua frente.
— O senhor está descontrolado sem razão e motivo! — digo sentindo
meu coração disparado. — Não percebe que esse comportamento só
atrapalha a nossa relação? Eu, Chloe, Lizzie...Te amamos, mas a
forma que nós trata como crianças, o medo que sinto, isso é ruim.
Então para pai! — repetir suplicando.
Estevan apoiou suas mãos sobre meus ombros e deixou que eu
ficasse em sua frente, tenho certeza que ele está em alerta, sei que a
qualquer momento ele pode tomar a minha frente e me proteger.
Meu coração poderia sair saltitante do meu peito, nunca imaginei
que enfrentaria meu pai, mas já não aguento esse relacionamento ao
qual eu tenho medo dele.
— Para de fazer, o medo ser o sentimento que suas filhas sinta por
você... eu quero o meu pai de volta, não o Supremo... mas, o Francis.
— disse por fim.
Havia usado minha sinceridade em tudo que pronunciei. E isso
deixou minhas emoções à flor da pele, eu só disse o que sentia.
Estava com saudades dos momentos que meu pai não era dessa
forma, e entendo que isso pode deixá-lo mais irado. Afinal, ele estava
quase se transformando. Como o previsto, meu pai ficou irritado e
demonstrou isso assim que saiu da sala de jantar transbordando
raiva!
— Aonde você vai? — minha mãe gritou vendo ele abrir a porta.
Sem olhar para trás, ele saiu pela porta, se transformando e
correndo em direção a floresta. Minha mãe suspirou e me olhando
com calma, logo olhou para Chloe que sorriu sem graça de toda essa
situação.
— Chloe tome as responsabilidades do Supremo hoje... você pode
fazer isso? O pai de vocês precisa... se acalmar. — mamãe suspirou
pesadamente.
— Tudo bem, eu posso fazer isso mãe. — Chloe se levantou com um
olhar sério e meio perdido. Ela parecia está anestesiada e não tinha
uma reação, será que aconteceu alguma coisa? — Com licença. — ela
saiu da sala de jantar.
Olhei seus passos calmos e vagos, com toda certeza algo
aconteceu com minha irmã eu só preciso descobrir o que é. Mas ao
certo depois dessa cena deprimente eu já estava tão triste quanto
minha irmã aparentava estar, tudo o que eu quero é ir para o meu
quarto e fica quietinha até que meu pai volte e eu converse com ele
calmamente. Não gosto de vê-lo dessa forma, amo meu pai, e sei que
ele tem que entender que cresci mesmo que isso seja difícil para ele.
Espero que nossa conversa seja algo produtivo, sei que sempre vou
ser sua garotinha passe o tempo que passar. Minha mãe começou a
sair pela porta com calma, o que me fez pergunta-lá:
— Mãe? A onde vai? — a chamei.
— Garantir que seu pai não mate ninguém. —minha mãe falou, fui na
sua direção.
— Mamãe, acha que ele está com raiva? —perguntei, ela me olhou
novamente, e negou sorrindo.
— Raiva de você Ella? — me abraçou com calma. — Não tem motivos
para seu pai ter raiva de você meu amor. Você foi corajosa ao
confrontar-lo, tenho orgulho disso. — completou dando um amoroso
beijo na minha testa. — Digamos que são muitas informações para
seu pai assimilar de uma vez. Fique bem, já volto.
Suspirei assim que ela saiu, voltei meu olhar para Estevan que me
analisava. Se aproximando novamente, Estevan passou uma de suas
mãos pelo meu pescoço.Tirando meus cabelos do ombro, e viu que
sua mordida não cicatrizava, afinal eu já havia sido mordida três
vezes no mesmo lugar. Me afastei dele e comecei a saí da sala de
jantar, até sua mão segurar minha cintura.
— A onde pensa que vai? — perguntou me olhando intensamente.
— Para meu quarto... — sem me deixa terminar, Estevan negou com
a cabeça me arrastando para me sentar à mesa.
— Não antes de comer um pouco. — falou autoritário, o olhei
incrédula.
— Como pode achar que quero comer em uma situação dessas? —
suas mãos me seguraram, pelos ombros me sentando na cadeira
assim que ameacei me levantar.
— Não acho nada, só sei que você vai comer. —Estevan me olhou
sério se sentando ao meu lado. — Ontem você não jantou, tem que
comer hoje, ainda mais depois da noite produtiva que tivemos. —
minhas bochechas coraram.
Me sentia horrível, não por ter dormido com ele, nem por ter
deixado ele me marcar. Mas sim porquê fiz tudo na casa dos meus
pais. Realmente eu não posso reclamar quando se trata da minha
família, embora que tenhamos nossos momentos conturbados, afinal
que família não tem?
Ser filha dos meus pais não é fácil! Digo, ser filha do Supremo não
é fácil. Papai sempre passou essa imagem de Sério, então desde que
me transformei comecei a ter medo dele, mas hoje quando vi a fúria
em seu olhar. Quando vi que ele estava disposto a matar Estevan eu
não poderia permitir isso.
— Vampiro Idiota. — me levantei, mas Estevan segurou meu braço
me puxando, olhei para ele.
— Não seja teimosa, venha, coma um pouco. — suspirei assim que
Estevan me puxou pelo braço, me sentando no seu colo.
— Me solta, está louco? — tentei me levantar, mas suas mãos nem
mesmo se moveram. — Não acha que já provocamos meu pai
demais? — digo entre os dentes. — Se ele chegar aqui e ver essa
cena não vai se bom, me solta logo Estevan. — disse mais séria dessa
vez, ele somente sorriu com sua famosa ironia.
— Ótimo, mas um motivo para você comer logo. — falou
rispidamente, suspirei quando Estevan deu uma volta com o braço
sobre minha cintura.
— Merda, eu não quero comer! — rosnei.
— Que palavreado inadequado, tem sorte, não vou castigá-la.
Peguei minha xícara de café bebendo todo o líquido, quanto mais
rápido fizesse isso, mas rápido Estevan me soltaria, sorrindo de uma
forma satisfeito, ele apoiou sua cabeça na curvatura do meu pescoço
assim que comecei a comer alguns biscoitos rapidamente.
— Não agora. — Estevan completou me fazendo parar de comer na
mesma hora.
— Não fiquei falando coisas idiotas. — disse entre dentes, vendo-o
sorrir.
— Iria voltar para o Clã hoje, mas pelo acontecimento... — o
interrompo.
—Não, não, não! Você pode voltar se for o caso de ficar apenas por
causa do que aconteceu. — o olhei.
— E deixa você sozinha com Francis? — era estranho vê-lo sem
nenhum vestígio de ironia.
— Ele é meu pai... tudo vai ficar bem. — digo com calma.
— Não me interessa se ele é seu pai Ella. A forma que você sentiu
medo dele, já diz tudo! — bradou.
— Vou conversar com ele hoje. — suspirei levantando-me. —Volte
para o Clã. Te vejo na segunda como combinamos, já que vou ter que
ir na empresa pedi o afastamento.
— Não sei se essa me parece uma boa ideia. — balancei a cabeça
negando.
— Vamos seguir de acordo com o que combinamos.Volte e resolva
seja lá qual for o problema... vou ficar bem, tentarei conversar com
meu pai, e deixar que esse resto de fim de semana não seja um
desastre. — digo, Estevan parou ao meu lado, e começamos a
caminhar até porta.
— Tem certeza? Posso ficar mais, ou você poderia ir diretamente
para o Clã comigo. — paramos na porta de entrada da casa do meus
pais.
— Não... não, conseguiria sair daqui sem resolver isso com meu pai!
— sorrio sem vontade. — E tenho que ir na empresa, tudo vai ficar
bem, pode ir! — afirmei.
Reconhecia que Estevan tem suas responsabilidades tanto com a
empresa, como com o Clã. Isso nunca mudaria, a propósito não sei o
que mudará... fizemos a ligação, dormimos juntos, mas ao certo não
nos conhecemos verdadeiramente. Tudo foi tão rápido, que não sei
muito sobre ele. Não estou arrependida, mas assumo que fomos
impulsivos!
— Você sabe que não precisa ir na empresa. — falou acariciando meu
rosto. — Contudo, entendo que queira conversar com seu pai,
qualquer coisa me ligue, use a nossa ligação enfim... me avise.
— Tudo bem, não se preocupe. — sorrio vendo sua preocupação.
Me aproximei dele colocando minhas mãos sobre seus ombros.
Estevan sorriu na mesma hora, e poderia jurar de pé junto que esse é
o melhor sorriso que já vi em toda minha vida. Olhando nos seus
olhos, deixei que as minhas mãos subissem até tocar levemente seu
pescoço, com calma suas mãos foram para a minha cintura assim que
colei nossos lábios em um beijo lento e calmo. Estava mais do que
nítido que estou rendida aos seus braços! Ele conseguiu de alguma
forma muito rápida me deixar rendida a ele. O beijava com calma e
lentidão, aproveitando cada segundo de um beijo que sabia que
demoraria um bom tempo até acontecer novamente! Afinal, só o
veria novamente na segunda.

***

— Chloe? — falei abrindo a porta do escritório do papai.


Depois que Estevan foi embora, fui para meu quarto e tomei um
banho gelado tanto para afastar a quentura do meu corpo e para
aliviar o estresse. Fiquei esperando meu pai voltar, mas já está quase
anoitecendo e nenhum sinal dele. Resolvi ir conversa com a Chloe
quem sabe ela não me diga o que aconteceu com ela, e porquê ela
está triste de uma forma bem notória!
Logo de cara tive a visão depravada da Chloe enfurnada em
diversos documentos, enquanto Liz estava em sua frente sentada na
cadeira lendo um livro. Entrei no escritório fechando a porta,
atraindo assim o olhar das minhas irmãs que só notaram a minha
presença pelo barulho da porta.
— Oi Ella. — Chloe respondeu me olhando, logo voltou a olhar para
os documentos que lia.
— Nossa... você me parece ocupada. — digo me aproximando de
uma forma dócil.
— Nem me diga! Esses documentos são da alcateia da Noruega. —
suspirou de cansaço. — O Alfa foi desafiado e perdeu... você sabe
todo esse lance de reconhecimento. Agora tenho que passar os
regulamentos para o novo Alfa.Tinha deixado isso para o papai, mas
a vida é injusta, e me mandou de novo esse casinho aqui...
— Não sei como você aguenta. — falei dando um beijo na testa da Liz
que sorriu.
— Nem eu sei. — sussurrou suspirando.
— Podemos conversar? — a olhei.
— Tudo bem. — Chloe largou a papelada sobre a mesa, relaxou os
ombros ficando mais confortável na poltrona do papai. — Sobre o
quê?
— É meio óbvio não? — me sentei na ponta da mesa.
— Como? — Chloe parecia ter dúvidas, Liz revirou os olhos.
— Queremos saber quem é seu companheiro. — eu e Liz dissemos
juntas com um coral, minha irmã ficou séria na mesma hora.
— Não! — diz ríspida se levantando para sair do escritório.
— Ahh, Chloe! — comecei a seguir ela.
— Regulamento das Johnson's lembra? Sem segredos. — Liz entrou
na frente da Chloe que revirou os olhos se apoiando na mesa.
— Regulamento? Vocês duas quebraram o tal Regulamento! — Chloe
disse sorrindo de lado.
— Comoo? — Liz colocou uma mão no peito como se estivesse
ofendida.
— Você foi a primeira dona Lizzie! Primeiro se entregou ao Izaac sem
nos falar, depois ficou grávida. — sorrio. — Não rir, não, Ella você
também não está atrás. — minha irmã completou com ironia.
— Como? — falei colocando uma mão na cintura.
— Isso mesmo! Primeiro veio com aquele papo de: não quero o
Conde, vou fugir dele, agora aparece como ele aqui, marcada e toda
apaixonada. — minha irmã me acusou com ironia.
— Não estou apaixonada! — a olhei de uma forma dramática.
— AAHHH? VOCÊ FOI MARCADA ELLA, COMO ASSIM!!! — Liz gritou
me fazendo olhá-la, sem graça como se fosse pega em flagrante.
— Olha, para de desviar o assunto Chloe. — ignorei a reação da Liz de
chocada.
— Parem de encher o saco. — Chloe voltou para se sentar na
poltrona.
— Você também quebrou o regulamento... — digo andando atrás de
Chloe, assim Liz veio atrás de mim me bombardeando com
perguntas.
— A mordida de um vampiro dói? — Liz começou a pergunta na
medida que eu a ignorava.
— Todas quebramos. — Chloe respondeu-me.
— Você descobriu quem era seu companheiro e não nós contou... —
disse para Chloe que suspirou.
— Para ter um filho vocês fazem do modo tradicional... digo vocês já
transaram? — Liz continuo perguntando, tentei ignorar essa
pergunta idiota.
— Você comprou a sua passagem para outro país sem fala conosco
antes. — olhei para Chloe, notando seu semblante triste.
— Eu sei... — Chloe suspirou. Ela sabia que sempre contávamos tudo
uma para a outra, é que de certo modo nos sentíamos mal por
estarmos afastadas.
— MEU SANTO LOBO!! O FATO DO ESTEVAN SE UM VAMPIRO TORNA
ELE INCANSÁVEL NA HORA DO SEXO?? — Liz gritou com as duas
mãos na cabeça. Chloe e eu olhamos na mesma hora para ela sem
acreditar no tipo de pergunta que ela havia feito.
— Que tipo de pergunta é essa Liz. — Chloe tirou as palavras da
minha boca.
— É, que tipo de pergunta é essa. — a olhei seriamente cruzando
meus braços sobre meus seios.
— Ahh, que fofa, Ella está com ciúmes. — Liz sorrir apertando minhas
bochechas. Revirei os olhos. — Calma, são só curiosidades de uma
grávida! — falou levantando as mãos em um sinal de rendição.
— Porque não pergunta pessoalmente para Estevan. — disse com
ironia, mas o olhar da minha irmã me assustou.
— Uma ótima ideia! — Liz concordou, fazendo Chloe gargalhar.
— Obrigada. — Chloe nos abraçou. — Só vocês para me fazerem
sorrir. Tudo bem... eu conto para vocês.
Chloe apontou para nos sentarmos no sofá, o que não demoramos
a fazer. Suspirando ela se sentou em nossa frente contendo um olhar
triste, e perdido o que fez meu pobre coração se apertar de dor.
— É o Derek. — falou.

Capítulo Vinte Nove

As descobertas podem se tão surpreendentes quanto os recomeços


que nos cercam.

Mih Franklim

Meu fim de semana foi movimentado. Nunca achei que um


simples jantar com a minha família renderia. Mas afinal, quando se
trata dos Underwood's, tudo é mais intenso.
Depois que a Chloe contou que o Derek era o seu companheiro,
ela começou a chorar compulsivamente. Foram ao todo três horas
onde eu e Liz tentávamos acalmá-la, o que não foi fácil. Chloe se
abriu e contou tudo que vivenciou com Derek desde os seus 15 anos
me fazendo chegar a conclusão de que se eu ver esse idiota na minha
frente, mato ele. Também consegui entender o seu lado por querer
morar fora, Chloe conseguiu o meu apoio e o de Liz. Minha irmã
sofreu e está sofrendo, Chloe merece ser feliz seja com o Derek, ou
não!
Já meu pai foi chega somente de madrugada. Ele conversou
comigo, e com as minhas irmãs. Aparentemente ele se doeu pelo o
que eu disse sobre termos medo dele. Ele também prometeu que
não vai tentar matar Estevan quando ver ele, o que eu considero um
grande avanço já que ele falou que vai tentar conviver com todos os
companheiros de suas filhas, de princípio eu não acreditei muito, mas
o olhar triste dele me fez entender que papai poderia ter se tocado
que eu e minhas irmãs crescemos.
Meu resto do final de semana foi menos conturbado. Isso até eu
receber uma ligação de Elena que chorava com medo. Foi difícil
entender o que ela disse, mas assim que entendi ajudei minha amiga.
Elena me contou que o marido de sua mãe havia a atacado de novo,
e ela temia que isso piorasse afinal sua irmã já está um pouco
grandinha. Ela não queria que sua irmã fosse uma vítima do estupro
assim com ela foi. De imediato pedi para que eu pudesse ir lá e
resolvesse pessoalmente. Iria arrancar a cabeça desse canalha antes
de tortura-lo de uma forma que nunca mais ele iria pensar em usar o
seu amiguinho lá de baixo. Mas Elena é muito certa e correta. Ela não
queria me deixar matá-lo, só pediu ajuda com um advogado!
Conversei com meu pai sobre tudo, e ele disponibilizou um advogado
da família para ajudá-las. Realmente ainda quero o matar, e vou se
ele chegar perto dela ou de sua família de novo.
Tirando toda essa agitação, conturbação, e momentos
estressantes foi bom rever minha família. Antes que eu fosse
embora, fizemos algo que não fazíamos a séculos! Corremos na
floresta. Libertar minha loba em uma floresta conhecida foi ótimo.
Ela ficou feliz, se sentiu em casa, e até mesmo ganhamos na corrida
de família que sempre fazíamos, foi a melhor forma de terminar um
final de semana, uivando para lua com toda minha família.
Mas como não vivemos em contos de fadas, cá estou eu
chegando novamente atrasada na empresa, e sem conseguir te feito
a merda de um coque de cabelo. Ao menos estou aqui para pegar a
minha demissão, ou como Estevan disse: afastamento temporário.
Ainda não acredito que aceitei a loucura que ele me propôs, só de
lembrar o que veio depois consigo entender bem o porquê aceitei
tudo isso.
Não gosto de admitir. Mas estou com saudades do vampiro
tentação. Ainda tenho a sensação dos seus toques sobre minha pele,
seu cheiro, a intensidade do seu olhar, e até mesmo seu sarcasmo
excessivo me deixava atraída por ele. Estevan enfrentou meu pai por
minha causa, eu realmente nunca imaginei isso dele. Assim como ele
se tornou um pouco mais amoroso, acho que possa ter sido
abduzido, ou algo do tipo.
Assumo que estou gostando, nossa relação ainda é muito nova,
muito recente. Sendo culpa da ligação, ou não, quero ficar a todo
momento ao seu lado.
Entrei na empresa com calma recebendo olhares de algumas
pessoas. Talvez estejam me olhando por causa das minhas roupas
inapropriadas. Uma calça jeans, blusa preta, jaqueta, e botas pode se
tornar formal. humanos sem estilo. Não quero parecer abusiva só
porque estou com Estevan, que ironicamente é o dono da empresa.
Me vestir mais confortável porque vou sair daqui e ir direto para o
Clã. Estou parecendo uma peregrina dentro de uma empresa que só
tem pessoas com ternos e roupas formais.
— Senhorita Johnson. — a voz da senhorita Smiller me fez parar na
mesma hora.
Iria procurar ela, mas nem sequer tive tempo. Me virei sorrindo
sem graça para olhar-lá.
— Olá senhorita Smiller... — digo um pouco constrangida quando
vejo seu olhar passa por todo meu corpo em uma devastadora
vistoria.
— Como tem coragem de vir em uma área de trabalho com essas
vestimentas inadequadas? — indagou nervosa, e alterada atraindo a
atenção de algumas pessoas, a olhei com as bochechas coradas de
vergonha.
Santa lobinha, onde está o buraco para me enfiar nele? Isso é
vergonhoso.
— Eu... — sem deixar que eu falasse, ela me interrompeu começando
a dizer.
— A Srta. não compareceu na sexta, não deu nenhuma explicação no
RH comprovando que não poderia trabalhar. Agora aparece com
roupas inadequada! Srta. Johnson, somos totalmente profissionais, a
empresa exige uma postura formal. Já Fui bem clara sobre suas
vestimentas. Você está despedida. — falou com classe, embora
esteja nervosa.
— Eu... — novamente ela me interrompeu atraindo a atenção de
mais pessoas.
— A onde já se viu, uma tamanha falta de respeito com a empresa...
— Smiller, algum problema? — uma voz a interrompeu, a senhorita
Smiller virou se para trás um pouco constrangida, fiquei em silêncio.
— Não Sr. Willians. Todos os problemas que tínhamos, já foram
resolvidos. — completou assim que me olhou.
Então esse é o famoso Willians.
— Okay. — a senhorita Smiller falou. Logo Willians abaixou a cabeça
discretamente de uma forma educada. — Srta. Ella, como vai? — me
olhou sorrindo.
— Bem, prazer em conhecê-lo finalmente. —me lembrei dos
telefonemas que Willians dava para Estevan, alguns já chegaram a
nos interromper uma vez.
— Eu que digo, o Sr Russell já me mandou preparar tudo. Apartir do
horário de almoço você está liberada, a propósito, antes que eu me
esqueça. Ele não poderá vim te buscar pessoalmente, mas mandou
avisar que o motorista dele virar, e te levará diretamente para o local
que combinaram. — Willians disse tudo calmamente, quando fiquei
meio perdida em suas palavras.

— No horário de almoço... — repetir. — Acho que... talvez, possa ir


ao encontro do Sr. Russell agora. — Willians me olhou.
— Se quiser, posso providenciar agora mesmo.— disse pegando o
seu telefone, logo ele me olhou arqueando uma sobrancelha com
dúvida. — Sem querer se invasivo, mas, porque mudou de ideia com
a viagem? Digo, foi uma mudança repentina, seria saudades do
Estevan? — sorriu maliciosamente, fazendo minhas bochechas
corarem.
Todos os vampiros são idiotas? Willians é amigo de Estevan, isso
responde seu sarcasmo e sua pergunta retórica que me deixou
constrangida. Com certeza ele vai usar isso mais tarde de uma forma
brincalhona.Tanto com Estevan, quanto comigo.
— Talvez seja um pouquinho de saudades. — entrei no em seu jogo.
— Bom... saudades, e meio que não tenho mais o que fazer aqui,
acabei de se demitida. — falei baixinho, sem drama ou
arrependimento.
— Como? — Willians parecia surpreso.
— Para meu primeiro emprego, até que durou. — digo de forma
divertida, tentando fazê-lo sorrir. — Sabia que o culpado seria aquele
coque de cabelo...
Willians olhou para a senhorita Smiller que parecia ter ficado
branca como uma nuvem. Sorrindo sem graça, parei de falar assim
que me toquei que ele estava mais sério. Minha garganta secou-se.
Não estou triste por te sido demitida, ainda estava estagiando, e
como minha mãe sempre diz, é o primeiro de muitos. Ainda vou ter
que fica um tempo no Clã com Estevan, e não sei que rumo às coisas
vão tomar, teria que saí desse emprego de qualquer forma. Mesmo
que não demore a minha volta para Nova York, eu vou conseguir
outro emprego fácil.
— Como ousar demitir a Srta Johnson, sem o consentimento do RH
da empresa, Srta. Smiller? — Willians indagou me fazendo arregalar
os olhos.
— Não, n-não Sr. Willians. — falei um pouco desesperada. — A Srta.
Smiller estava apenas fazendo o seu trabalho. Realmente não estou
com a vestimenta adequada. — Seria injusto ele dá um belo sermão
nela, sendo que eu não obedeci a norma da empresa sobre as
roupas.
Suspirando, Willians voltou o olhar para a senhorita Smiller.
— Se quiser pode volta para seu o trabalho, ou se preferir, tomarei a
providência do carro para você agora mesmo. — Willians me olhou.
— Desculpas pelo transtorno, que a Srta. Smiller causou.
— Ahhh, vou voltar para o meu trabalho, com licença... — saio
constrangida, indo para o elevador, me sentindo errada.
Fiz o trajeto escutando o que Willians dizia para a senhorita Smiller,
e afirmo que isso me deixou com vergonha. Mesmo que a senhorita
Smiller esteja sendo grossa, não posso julgá-la. Ela está fazendo o seu
trabalho e não merece levar uma bronca por minha culpa.
— Srta, espero que isso não se repita. Como acha que ficará as coisas
para você, após demitir a noiva do CEO? — Willians indagou para a
Srta Smiller assim que eu entrei no elevador.
A porta do elevador se fechou, soltei um alto suspiro passando as
mãos sobre meu rosto. A noiva do CEO. É assim que todos da
empresa estão me vendo? Me pergunto se as coisas estão indo
rápido demais! Conheço Estevan a poucas semanas. E já sinto meu
coração bater mais rápido por ele, se não estivesse tão envolvida
estaria me matando de preocupação.
De alguma forma me sinto bem segura com as mudanças rápidas
que minha vida recebeu. Afinal, mudei da casa dos meus pais,
descobri que o destinado da minha irmã na verdade era o meu.
Conheci humanos e fiz amigos, encontrei meu companheiro e ele já
me marcou, mesmo que sejamos diferentes, sinto que isso não
atrapalharia em nada nossa relação.
Estava em busca de mudanças, e acabei recebendo uma vida nova.
Era isso que eu queria não é mesmo? Estevan é o que queria agora.
Que tipo de pensamentos são esses Ella?
Saio do elevador quando ele parou no meu andar. Sorrir
forçadamente, e caminhei até minha sala, não sei quando vou voltar
a vê-los novamente.
Isso é, se eu voltar a vê-los de novo algum dia.
Elena, Alice, e Allan são amigos que ficaram marcados na minha
louca história em Nova York.

Capítulo Trinta

Se revolucionário é saber que mesmo em um mundo tão igual, sua


voz tem a capacidade de ser ouvida.

Mih Franklim

Em passos firmes caminhei por entre o corredor, uma euforia


diferente me dominava hoje, minha pele está quente e diria que meu
corpo parece ter pequenas descargas de tremores.
Estranhamente isso não poderia acontecer, Estevan está longe da
empresa, o que seria isso? Uma gripe? Talvez seja só o nervosismo
por ir ao Clã pela primeira vez.
De fato deverá se só isso, —fico pensando se os vampiros vão me
reconhecer como loba—, talvez como a filha do Supremo, será que
isso vai se o motivo de uma possível baixaria? Peço a Selene que não
renda em uma briga.
Olhei para a mesa da Elena que se está vazia nessa manhã.
Estranho, Elena Ritz nunca se atrasou na empresa por nenhum
motivo. Apressei meus passos que faziam um som um tanto irritante
pelo corredor vazio, abrir de uma vez a porta da sala onde trabalhava
com Allan e Alice.
— Bom dia! — digo com um largo sorriso no rosto.
— Bom Di... Wooww, gostei da ousadia! — Allan sorriu me olhando
de cima a baixo.
Minhas roupas nada formais chamaram totalmente sua atenção,
—não só dele como de toda a empresa não é mesmo, Ella!—.
— Não seja idiota. — sorrindo fui até ele dando um pequeno beijo na
sua bochecha.
— Onde está Alice? — perguntei no mesmo momento que fiz uma
pequena vistoria pela sala vendo que Allan está sozinho.
— Foi pega alguns documentos no término da empresa. — falou se
sentando, fiz o mesmo indo na direção da minha organizada mesa.
Me sentei e comecei a ligar normalmente o notebook como
sempre faço toda manhã na empresa. Acho que ao todo essa é uma
rotina que sentirei falta. Saí desesperada e com raiva por não
conseguir fazer um coque, chega é sempre ver Elena na sua mesa,
depois fica o dia todo na presença de Allan e Alice que são duas
comédias.
Os humanos... me lembro que tinha um sonho de viver entre eles,
achava que seria algo de outro mundo. As histórias que minha mãe
me contava, o pouco contato que tive com essa espécie. Com toda
certeza, não me arrependo de ter vivido por esse período em Nova
York, aprendi muito, mas também conseguir entende que talvez não
seja isso que eu realmente almejo. Estevan, esse nome tem rodeado
minha mente desde o momento que descobrir que ele é meu, e não
da Chloe.
Só meu, e demais ninguém!
Não sei se isso é bom, mas o sentimento de dever cumprido em
Nova York me rodeia intensamente, acho que meu destino agora é
ao lado do vampiro tentação.
— Ella? — a voz da Alice me tirou dos meus pensamentos.
Dei um pequeno pulo de susto, sinto minhas bochechas tomarem
um cor com vergonha, logo Allan soltou uma gargalhada alta pela
interrupção da sua irmã, na viagem que fazia para a Estevanlândia.
— A-Alice, não te vi chega. — sorrindo neguei com a cabeça, Alice
jogou um beijo no ar indo para sua mesa.
— Estava com saudades, como foi o fim de semana? — perguntou se
sentando com alguns papéis em mãos.
— Vejamos... vou qualificá-lo como um fim de semana movimentado.
— coloquei as mãos no meu rosto me lembrando de toda agitação na
casa dos meus pais, depois a longa noite com Estevan.
Movimentando é pouco, minha Santa lobinha que diga!
— Movimentado? Melhor que o meu. Acho que ainda estou de
ressaca. — Alice diz com a mão sobre a cabeça.
— Só de ouvir a palavra ressaca, já me vem lembranças não muito
boas. — fiz um careta vendo-a sorrir.
Acho que a cena do meu belo porre na casa dela nunca será
esquecida.
— Ella, tem notícias da Elena? — a voz de Allan saiu um pouco alta,
interrompendo minha conversa amigável com Alice.
— Não porquê? — arqueei uma sobrancelha o olhando.
— Ela não me atende desde ontem. — pegando o celular em mãos,
Allan suspirou colocando ele sobre a mesa novamente.
— Está ficando sério o rolo de vocês. — falei empolgada quando
apoiei meus braços na minha mesa.
— Digamos que estamos nos conhecendo. — falou dando de
ombros.
— Se você machucar minha amiga Allan Lear, considere-se um cara
morto. — olhei para ele passando meu dedo no pescoço como se
cortasse-o, ele sorriu e levantou as mãos em sinal de rendição.
— Eu ajudo na exumação do corpo, gosto da minha cunhadinha. —
Alice disse fazendo-o revirar os olhos reprimido um sorriso no rosto.

***
Duas horas depois, e eu já estava a todo vapor preenchendo
documentos que logo, terão que passar pelo diretor da empresa o Sr.
Willians, já que Estevan passou a gerência novamente para seu o
amigo. —A manhã de hoje estava movimentada—, posso afirmar que
é pela falta da minha amiga no serviço, Elena não veio ao trabalho e
nem avisou. Isso deixou nosso setor um completo caos, talvez eu
deva fazer o horário de expediente normal para ajudar.
Com toda essa correria, estou revezando com Alice os
atendimentos telefônicos fazendo o trabalho da Elena. Para facilitar
Alice atendia uma vez, eu na outra. Não sei como Elena conseguia
aguentar isso, minha cabeça parece que vai explodir pelo barulho do
telefone.
Pode parecer bobeira, mas essa agitação toda está tornando meu
corpo dolorido e cansado.
Minha pele está formigando, pareço está com uns 180° graus, não
duvido que essa seja a temperatura do meu corpo nesse momento.
Estou com uma leve dor muscular, e não sei se isso é um problema,
minha parte íntima está tomando um quentura estranha e
desconfortável.
Santa lobinho da guarda, o que é isso? Estou morrendo?
Tlim-tlim-tlim!
Fechei os olhos pelo barulho irritante do telefone que tocou, com
um certo desgosto estiquei meu braço para atender.
— Empresa Império setor 27, em que posso ajudar? —
profissionalmente tentei dizer sem demonstrar o cansaço excessivo
na minha voz.
— E-Ella-a? É você... — a voz chorosa e familiar da Elena invadiu a
linha telefônica me fazendo tomar uma atitude séria, meu instinto
ficou apurado, e tive a certeza que minha amiga está correndo
perigo.
— Elena o que aconteceu? Onde você está? — levantei da cadeira, é
possível senti o seu pânico. Um barulho alto do outro lado linha, e
um choro baixo me deixou preocupada. — ELENA! — gritei
segurando o telefone, Allan se levantou e parou ao meu lado
juntamente com Alice se assustando com minha reação.
— E-Ella me ajude por favor. — Elena disse sussurrando. — Aquele
homem... o marido da minha mãe está tentando arrombar a porta do
meu apartamento... — meu coração se apertou.
— Já estou a caminho, se tranque no banheiro do seu quarto. — falei
firmemente, peguei minha bolsa e deixei o telefone da empresa
jogado na mesa.
— O que aconteceu? — Allan entrou na minha frente.
— Saía da minha frente. — o empurrei, Allan correu para a sua mesa
e pegou seu celular indo para o meu lado, me deixando irritada.
— Alice estou indo com Ella, você fica e toma conta de tudo. — falou
olhando para a sua irmã. Antes que ela o respondesse, digo a
cortando.
— Acho melhor não. — o olhei, não quero que ele me veja matando
ninguém. Porque é isso que vai acontecer se esse crápula chegar
perto da minha amiga.
— Pelo o que entendi, minha namorada está com problemas, e você
não vai impedir que eu possa ajudá-la Ella. — pelo seu olhar sei que
ele está tão preocupado quanto eu, acenei concordando, saímos pela
porta escutando um 'me mantenha informada' da Alice.

***

Ao certo não existe palavras ao qual eu possa usar para qualificar


meu nervosismo nesse momento. Toda essa descarga de adrenalina
só deixou meu corpo mais estranho possível. Os formigamentos
aumentaram me deixando inquieta e desconfortável, óbvio que
mantive a postura na frente de Allan embora minha mente esteja no
caminho para a loucura.
Se antes meu corpo estava beirando os 180° agora sem dúvidas
está com 390°.
No caminho para a casa da Elena, liguei para a polícia e chamei o
advogado que meu pai arrumou para ajuda. Com toda certeza isso é
um modo ao qual eu possa evitar a morte desse homem por minhas
mãos, embora ele mereça. Deixar que os humanos descubra a nossa
espécie por um descuido meu nesse nível está fora de questão. Elena
já descobriu e digamos que há uma regra muito rigorosa do nosso
mundo, ao qual diz explicitamente que não devemos revelar nossa
espécie para a raça humana embora possamos viver entre eles. —
Minha Santa lobinha que me segure—. Assim que as portas do
elevador do prédio da Elena se abriram, andei apressadamente com
Allan ao meu lado, que por sinal parece está mais nervoso que eu.
— Santa Selene. — digo sentindo meu coração se apertar quando
vejo a porta do apartamento da Elena arrombada.
Tudo ao meu redor parece ter ficado em câmera lenta, suspirei
pesadamente quando vi Allan entrando pela a porta do apartamento
correndo.
Sem protestar entrei na casa da Elena escutando os gritos
ofensivos que vinham do corredor do seu quarto, tento acompanhar
os passos de Allan, quando penso que não, ele está dando um belo
soco no homem que batia compulsivamente na porta do quarto da
minha amiga. Allan caiu sobre o pai da Elena o derrubando no chão,
entrando em uma luta corporal, sinto que meu coração poderia sair
pela boca de tão disparado que está. Vou para a porta do quarto e
bato vendo que está trancada.
— ELENA SOU EU — gritei e nada da porta se abrir. Sem ter
paciência, apertei a fechadura da porta quebrando-a de uma forma
rápida e discreta para que ninguém veja.
Entrei no quarto e sigo o barulho de um choro silencioso que
vinha do banheiro. Elena havia seguido minha ordem e se trancado
no banheiro! Céus, ela está bem graças a Selene.
— Elena! — coloquei a mão na porta dizendo em um tom de voz alto
o bastante para que ela me escutasse.
Escutei vozes de outra pessoa, e não demorou nada para a porta se
abrir, fazendo o meu coração se apertar de dor ao ver seu rosto
vermelho de chorar.
— Ella!! — sem pensar duas vezes entrei no banheiro vendo que
Elena estava abraçada a uma garotinha assustada.
—Tudo está bem, se acalme. — digo abraçando as duas com um alto
e fadigado suspiro de alívio.

Realmente espero que tudo fique bem.

***

Não demorou muito para a polícia chegar acompanhados com o


advogado da minha família. Já o pai da minha amiga, se é que posso
chamá-lo dessa maneira, estava caído e bastante machucado.
Digamos que Allan deu uma bela surra nele! Selene que me perdoe,
mas achei muito pouco merecido, deveria ter apanhado mais.
— Vocês vão ficar bem? — disse olhando para Elena que sorria
concordando. — Tem certeza? Se quiser posso ir com a polícia buscar
sua mãe.
— Não precisa Ella, você já me ajudou tanto, não sei o que teria
acontecido se não fosse por você, obrigada! — ao proferir tais
palavras de tamanha gratidão, Elena me abraçou sorrindo de uma
forma aliviada.
— Nem pense nisso. — digo por fim a abraçando com ternura.
Como eu disse alguns humanos são maravilhosos, conviver com
eles foi cativante, posso afirmar que alguns se tornaram muito
importantes, talvez mais do que deveriam ser, como uma família.
— Ainda não entendo como isso tudo aconteceu. — Allan falou
parando por trás do corpo da Elena colocando seu rosto sobre o
ombro dela abraçando-a.
— Bom, acho que vocês tem muito o que conversarem. — suspirei
pegando meu celular sobre o sofá.
Olhei mais uma vez para minha amiga que concordou levemente
com minha proposta de uma conversa civilizada com Allan, eles estão
se envolvendo —e depois de hoje, ele merece saber—. Faço uma
vistoria novamente pela sala da casa da Elena, meu olhar parou sobre
sua irmã que dormia calmamente no sofá. A doce imagem da
garotinha me fez entender o porque que a minha amiga tomou
tamanha atitude de risco.
Ela havia ido a uma viagem de rotina para ver sua mãe e sua irmã,
aparentemente sempre fazia isso quando o crápula do seu pai não
estava presente. Ao chegar no local, percebeu o comportamento
diferente da sua irmã e não pensou duas vezes e trouxe ela para a
sua casa com o consentimento da mãe. Tudo estava indo nos
conformes, até o monstro bater na sua porta hoje pela manhã em
busca da sua irmã.
—Tudo bem eu te acompanho. — Elena disse me guiando docilmente
com suas mãos em meus ombros logo após desfazer do abraço de
Allan que caminhou até a cozinha.
Minha amiga fez a coisa certa em trazer sua irmã, eu mesma faria
o mesmo! Óbvio que foi uma decisão de impulso, mais mesmo assim
foi a decisão de impulso mais bem tomada que já presenciei.
— Qualquer coisa, não pense duas vezes para me ligar. — a olhei
parando ao lado de fora do seu apartamento.
— Ainda não sei como te agradecer Ella. —sorrindo ela me olhou
deixando uma pequena lágrima escorrer por seus olhos.
— Esteja bem, essa é a melhor forma de me agradecer. — com
calma, limpei a lágrima do seu rosto a abraçando novamente.
Não a deixaria se não tivesse a certeza de que tudo estava bem
nesse momento. Logo após toda a muvuca, os policiais chegaram e
levaram preso o homem provedor de toda essa confusão, o causador
da dor de Elena, o mesmo não merece o título de pai. Enfim, fomos
para a delegacia, fizeram um corpo de delito em sua irmã e
descobriram que ela foi molestada. Óbvio que isso gerou uma
enorme revolta em todos nós, mas com total certeza nunca mais esse
crápula vai sair de trás das grades. Com todo esses acontecimentos a
polícia foi buscar a mãe da Elena para depor contra o marido. Óbvio
que me ofereci para ir, mas já se passava das 16h, estava até
propondo a ideia de não ir ao Clã hoje.
— Estarei. — Elena suspirou dando um passo para dentro do seu
apartamento.
Concordando, me virei soltando todo a ar que estava em meus
pulmões assim que escutei a porta do seu apartamento se fechar.
Comecei a traçar novamente o corredor que vim com total
desespero. Ficaria com Elena se não soubesse que ela terá uma longa
conversa com Allan nesse momento. Tenho a certeza que grandes
mudanças estão para acontecer com minha amiga, com a
determinação e a confiança certa, sei que Elena vai conseguir encarar
tudo.
— Mudanças... — entrei dentro do elevador e apertei o botão do
término suspirando ao apoiar minha cabeça nas paredes gélidas, logo
a pressão para baixo começando a locomover-se.
Uma ironia, mas estou indo exatamente para um caminho cheio
de mudanças. Clã, Estevan, pessoas novas, Estevan. Mudanças ao
qual me pergunto se realmente valerá a pena.

***

Já dentro do carro, não conseguia ficar quieta um minuto se quer.


Pensava absolutamente a todo segundo em Estevan. Será que ele
está bem? Tem descansado? Tem dormido ou até mesmo pensado
em mim? Será que ele sente minha falta, ou uma simples saudade? O
que está acontecendo comigo?
Com certeza esses pensamentos são provocados pelo cheiro do
vampiro tentação que está espalhando por todo o carro. É torturante
ficar nesse ambiente que tem o cheiro dele impregnado por todo o
local, sem dúvidas, isso é um castigo de Selene.
— Que demora... — nunca achei que fosse falar isso, mas aqui estou
eu, tenho certeza que o motorista ouviu já que ele olhou para trás de
uma forma discreta.
— Não se preocupe, já estamos chegando Condessa. — o motorista
falou sorrindo educadamente.
— Certo é... é...
— Robert, Condessa.
Assim que saí do apartamento da Elena, Willians me ligou
perguntando a onde eu estava e o motivo do meu atraso. Expliquei
que estava ajudando uma amiga e passei o endereço do prédio. Não
demorou nem 10 minutos para o carro chegar. Ele disse que estava
muito atrasada e que o Conde não gostava de atrasos nesse nível.
Uma bobagem, algumas horas apenas! Sobre os sintomas
estranhos do meu corpo, devo dizer que se antes estava quente,
agora estou em erupção. Não entendo o que está acontecendo, mas
a formigação por minha pele estão me incomodando
tremendamente ao ponto de me deixar inquieta.
— Chegamos Condessa. — o motorista disse atraindo minha atenção.
Olhei desconcertada e sem jeito para ele.
Condessa não soou muito bem!
Suspirando voltei meu olhar para as ruas movimentadas do Clã.
Aparentemente são pessoas normais, civilizadas e modernas. —São
como uma alcateia, mantenha a calma Ella. Apertei minhas mãos
umas nas outras na medida que vou olhando para todos, o vidro do
carro é escuro, e isso aumenta meu nervosismo. Respirar fundo, é
isso que preciso. Definitivamente já não existe mais borboletas no
meu estômago, e sim um exército no meu interior. Estou nervosa por
ver Estevan, pela reação dessas pessoas assim que virem que sair do
carro e se tocarem que sou uma loba, melhor dizendo a filha do
Supremo. Eu sei que eles ainda não fazem ideia do que estou fazendo
aqui, e com toda certeza isso me deixa mais nervosa por imaginar a
reação de toda essa gente.
O carro parou em um semáforo, mas o que chamou minha
atenção foi um pequeno grupo de pessoas aglomeradas em uma
praça. Forcei a visão como algo que vem de interesse do meu
instinto, o que vi me assustou ao ponto de chegar o rosto para trás
suspirando ofegante, sentir meu corpo se invadido pela raiva e
adrenalina.
— Pa-pare o carro! — falei na mesma hora que o motorista havia
começado a andar, ele parou e me olhou sem entender.
— Condessa? — tirei o cinto de segurança. — A onde vai?... condessa
não... espere... — sem olhar para trás, saí do carro atravessando a
rua correndo, sentindo meu coração se apertar.
Parece que Selene tirou meu dia de hoje para me atormentar com
esse tipo de coisa. Santa lobinha, o que está acontecendo? Isso é
algum tipo de teste?
Na medida que fui chegando perto do grupo de pessoas, tive a
confirmação do que estava vendo. Uma mulher jovial, daria uns 35
anos para ela, estava amarrada a uma espécie de "porte de tortura"
que se localizava no meio da praça, seus braços estão amarrados com
correntes enormes de ferro. Olhei para toda essa cena chocada, vejo
que a mulher está muito machucada, ela está usando apenas uma
lingerie totalmente manchada pelo seu sangue.
— Céus! — ofeguei sem acreditar no que via.
Sem pensar duas vezes abrir passagem com as mãos no meio de
toda essa ridícula multidão que parece gostar dessa cena. Com o
coração na mão, sinto repulsa, toquei seus ferimentos com calma.
Automaticamente todos pararam de falar, de rir e de se —divertirem
— com essa situação que está me causando náuseas. Sem pensar
duas vezes, e sem ligar para toda aquela pequena multidão de
bárbaros, segurei uma corrente e arrebentei sem fazer muita força, a
joguei no chão desamarrando a mulher. —Nesse momento me
esqueci que estou em um lugar com regras e costumes totalmente
diferente—. Eu só estou focada em ajudar essa mulher!
— Minha Santa lobinha... — acabei de soltá-la ea ajudei a se sentar
no chão. — Moça você está bem? Céu ... está muito machucada.
Digo tentando estancar o seu sangue eu preciso ajudar essa
mulher. Olhei em volta e todos os olhares pararam sobre mim,
olhares sérios e que pareciam não entender o que eu estava fazendo.
Aparentemente estão mais perdidos do que eu. Suspirando forte,
olhei para cada pessoa pedindo ajuda.
— ALGUÉM ME AJUDA! — gritei, todos permaneceram imóveis e me
olharam com surpresa, parecem não acreditarem no que eu estou
fazendo o que é ridículo.
Faria isso por qualquer pessoa seja: vampiro, Lobo, humano elfos,
fadas e todos os outros seres viventes na terra.
Rasguei um pedaço da minha blusa, sem liga que meus peitos
ficassem quase todos de fora, os olhares de todos estão atentos
sobre meus gestos. —Não tenho experiência com ferimentos—,
amarrei a tira da minha blusa na perna da mulher que tem um corte
na tentando de estancar o sangue. Logo duas mulheres chorando se
aproximaram. Dei graças a Selene, elas se sentaram ao meu lado e
começaram a estancar o sangue da mulher que chorava de dor no
chão.
— Calma, você vai ficar bem. — falei arrancando minha jaqueta,
coloquei no seu ombro ensanguentado, já que ela está despida.
— O que vamos fazer? — uma das mulheres que começou a me
ajudar, sussurrou baixo.
— ALGUÉM CHAMA UM MÉDICO. — voltei a gritar mantendo meu
olhar e minhas mãos sobre a ferida da perna dela, estacando o
grande fluxo de sangue.
— Ninguém vai ajudá-la. — uma voz grave disse me fazendo olhar
para trás, arqueei uma sobrancelha quando vejo um homem coberto
de sangue com um taco de baseball, com pregos de pratas.
— Segurem, aqui. — olhei para as duas mulheres que me ajudavam
dizendo com calma.
Deixei que uma delas segurassem o machucado fazendo uma
força para conter o fluxo de sangue. Me levantei sentindo meu
coração se disparar em uma tremenda adrenalina, todas as mulheres
que estavam ali no chão na minha frente choravam, me segurei para
não chorar juntamente com elas. Isso é bárbaro, desumano e
horrível.
O que aconteceu com os homens hoje? primeiro com Elena, agora
isso?
— Como disse senhor? — voltei meu olhar para o cara
ensanguentado perguntando-o seriamente. Está na cara que foi ele
que fez isso com essa mulher.
— Foi isso mesmo que você ouviu! E acho bom sua vadiazinha de
quinta, tira a porra dessas vadias de perto da minha mulher, para que
eu acabe o que comecei. — o olhei espantada arregalando os olhos.
— Você me chamou de que? — entre dente, sussurrei sentindo
minha loba uiva dentro do meu ser de raiva. Entrei na frente das
mulheres que estavam no chão, estufei o peito, e empinei o nariz, o
encarei com ódio, minha loba que tomar o controle do meu corpo
para arrancar a cabeça dele.
— Acho bom você começa a se colocar no seu devido lugar. — ele
chegou perto o suficiente de uma forma que eu pudesse senti a sua
respiração no meu rosto.
— Me coloca no meu lugar? E qual seria o meu lugar? — digo entre
dentes, sem desviar o meu olhar de ódio.
Escutei alguns sussurros das pessoas que estavam à nossa volta,
mas não sair da minha posição de defesa nenhum minuto sequer. Me
olhando primeiramente chocado, logo depois veio o olhar de ódio e
raiva. O ser nojento na minha frente mostrou suas presas em modo
de desafio, sabia que ele iria me atacar, mas mantive a compostura,
não quero me transformar aqui e deixar que todos saibam que eu
sou uma loba, do jeito que vampiros odeiam lobos, é bem capaz de
todos tentarem me matar.
— Quem você pensa que é? Uma mulher que está se mostrando
revolucionária? Faz parte desse grupo idiota também? Tem o que, 15
anos? Pois quando encontra sua alma de sangue vou ter uma
conversar séria, e dizer a ele como se educar uma atrevida como
você. — disse com raiva, e em um tom malicioso o que me deixou
enojada, quando ele passou a mão na minha bochecha.
— Acho bom você tira essa mão nojenta do meu rosto. — suspirei
pesadamente falando de uma maneira séria, tentei controlar minha
loba. — Pois escute bem... Se você chegar perto dessa mulher de
novo, eu vou arrancar suas bolas e dá de petisco para os lobos da
montanha, saiba que o tratamento para vermes como você por lá, é
especial. — empurrei ele para que se afastasse do meu corpo.
Com o ódio clarividente, ele levantou sua mão para me proferir
um tapa no rosto. O que me fez segurar sua mão com força evitando
seu ato. Sem conseguir me controlar mais, rosnei alto deixando todos
espantados assim que o derrubei no chão, meus olhos tomaram a cor
vermelha. Descontrolada, sinto uma força fora do comum, proferir
diversos socos pelo peitoral do vampiro nojento assim que se pus em
cima dele arranhando-o profundamente. Tentava me controlar o
máximo para não sair da forma humana. Isso resultava em rosnados
descontrolados.
— ME SOLTA. — gritei quando duas mãos me tiraram de cima do
homem que estava quase desacordado no chão. — EU VOU
ARRANCAR A CABEÇA DELE. — disse chutando e socando o ar.
As mãos fortes me levantaram pela cintura e me tirou de perto do
homem que está caído no chão.
Nesse momento minha raiva está em um nível que jamais tinha
alcançado. Estou tonta, com dor no corpo, minhas partes íntimas
estão formigando muito. Mais acho que talvez esses sintomas seja
pela raiva que estou sentindo.
— Se controle já, Ella. — a voz do Estevan me fez parar na mesma
hora de me debater no ar.
Só assim me toquei que era dele essas mãos, engolir seco,
ofegante, tentei de alguma forma controla minha loba que está
desgovernada. Um silêncio se instalou em todo o local, só é possível
escutar a minha respiração pela raiva que sentia. Todos me olhavam
com espanto, assim como o homem que havia se sentado no chão,
agora sua camisa tinha mais sangue dele do que da mulher e isso foi
sim gratificante. Olhei para ele rosnando entre dentes, ele se
encolheu.
Fecho os olhos ao senti o cheiro do Estevan que está mais forte, —
muito mais forte do que eu me lembre—. O olhei, meu corpo se
esquentou mais, minhas pernas fraquejaram e o leve formigamento
em minhas partes íntimas aumentou! Me esforço para manter a
compostura.
— Circulando! — Estevan gesticulou com uma mão. Rapidamente o
grupo começou a desfazer-se. — Vou te soltar e você vai manter a
calma. — afirmou com autoridade, ele começou a descer meu corpo
deixando que meu pés tocassem o chão.
Ainda segurando minha cintura, sinto sua respiração na minha
nuca o que começo a acalmar meu corpo instantaneamente.
— O que aconteceu? — meu vampiro tentação perguntou assim que
olhou minhas roupas cobertas de sangue, tentando ver se havia um
machucado no meu corpo. — Merda Ella, olha sua roupa. —
exclamou entre dentes, só assim me toquei que estou somente de
sutiã, a minha blusa se rasgou toda.
— Ahh... — ele retirou rapidamente seu blazer e o colocou sobre os
meus ombros fechando todos os botões.
— Está mais calma? — perguntou segurando meu rosto para olhar
nos meus olhos.
— Acho que sim. — disse com a voz baixa devido a toda adrenalina
que ainda sentia no meu corpo, poderia afirmar que sim, no
momento que o cheiro que está no blazer invadiu minhas narinas me
fazendo fechar os olhos.
Estou me sentindo uma cão farejador.
— Ótimo, agora me diga o que aconteceu aqui. — sua voz é séria e
autoritária.
Olhei vagamente seu rosto, puder reparar que ele está com
olheiras enormes. Estevan parece não ter dormido direito, e
arriscaria dizer que até mesmo tem se alimentado mal.
— Esse babaca iria matar essa mulher. — digo o óbvio quando olhei
para a mulher no chão.
— Conde, essa louca me atacou e me interrompeu. — o canalhada
levantou segurando seu nariz, eu tenho a certeza o quebrei.
— Vou te mostrar a louca! — tentei ir para cima dele, só que Estevan
me segurou pelo braço, me puxou e agarrou a minha cintura com
mais força dessa vez.
— Não disse! Uma louca. — esbravejou entre dentes.
— NÃO SE BATE EM MULHER. PORQUE NÃO PEGA ALGUÉM DO SEU
TAMANHO! — gritei tentando me soltar dos braços do Estevan. —
Me solta merda!! — disse assim que olhei rosnado. O Conde fechou a
cara.
— No caso você seria do meu tamanho? — o vampiro de merda disse
rindo de ironia, rosnei mais alto.
— Se controle Ella. Se não serei obrigado a tomar medidas drásticas.
— Estevan disse com a voz baixa, posso jurar que soou em tom de
ameaça.
— Estava cumprindo a lei. Minha mulher está envolvida com o grupo
asas da liberdade, me traiu, traiu a sua direção Conde. Fiz apenas o
que a lei manda! — o homem voltou a dizer de uma forma fria.
— Sendo um idiota nojento, você merece ser traído! — sem
conseguir assimilar tudo corretamente, falei entre dentes quando o
cara mostrou as presas para mim.
— Sua puta desbocada. — proferiu suas palavras mostrando sua
revolta com a minha intervenção.
Tão rápido quanto meu coração nesse momento, foi Estevan que
agora mesmo estava ao meu lado, e 1 segundo depois estar de pé
segurando o homem pelo pescoço.
— Dirija-se à minha mulher dessa forma novamente, com toda
certeza irá se arrepender de ter nascido. — Estevan disse o jogando
longe, o fazendo murmurar de dor pelo impacto de seu corpo no
chão.
Olhei para as três mulheres que pareciam assistir tudo
atentamente, sem esperar muito tempo me abaixei na altura delas
demonstrando minha preocupação.
— Vocês estão bem? — perguntei com calma quando Estevan voltava
para o meu lado.
— Eu... eu... obrigada... — a moça ferida disse baixo.
— Consegue se lembrar do seu nome? — perguntei com calma
tocando com ternura os cabelos da loira ferida.
— Louise... — sussurrou baixo após suspirar.
— Robert? — chamei o motorista do Estevan que mantinha-se
parado seriamente nós olhando com naturalidade quando esperava
pacientemente.
— Sim Condessa? — disse se aproximando, reparei a cara de espanto
das mulheres que estavam no chão, mas ignorei.
— Tem algum hospital ou algo assim para levarmos Louise? Por favor
providencie tudo o mais rápido possível, para agora. — Robert nem
mesmo esperou que eu falasse de novo, pegou o seu celular e se
afastou.
Estevan parou ao meu lado e segurou minha cintura me
arrastando para um canto afastado. Olhei em volta e reparei que
algumas pessoas nos olhavam discretamente mesmo que
disfarçassem, realmente isso foi uma confusão. Não foi uma chegada
como imaginei que seria, mas faria tudo de novo se presenciasse a
mesma cena. E Estevan, ele havia aprovado esse tipo de lei? Que
negócio é esse de asas da liberdade?
— O que pensa que está fazendo? — Estevan perguntou com uma
certa frieza na voz.
De imediato não entendi, mas assim que ele levou seu olhar para
Robert que fazia telefonemas resolvendo o que eu havia pedido,
entendi que se referia a minha ajuda para aquela mulher.
— Me queria aqui para ajudar certo? Então entenda que as coisas
vão ser do meu jeito. — semicerrei os olhos assim que ele trincou sua
mandíbula.

***

— Então é isso? Isso é uma lei que você criou? — disse nervosa e
revoltada, enquanto entramos dentro do escritório do vampiro
idiota.
Meu vampiro idiota, é meu, mas é idiota!
Eu realmente achei que quando chegasse no Clã iria pular no colo
do vampiro tentação e beijá-lo. Porém, não imaginava que iria topa
uma cena horrível, aquela vampira estava quase morrendo e o que
piora tudo é saber que tinha tantas pessoas assistindo e não fazendo
nada. Ver Louise ferida me fez lembrar da Elena, sem dúvidas faria
tudo de novo.
Quando uma ambulância chegou eu acompanhei eles colocarem
Louise na marca. As mulheres que me ajudaram a cuidar dela são
suas irmãs, —já o Estevan ficou me esperando sem dizer uma
palavra, depois que o confrontei—. Não me arrependo do que falei,
se isso for mesmo uma lei, então ele faria isso comigo? Estevan
conseguiria me machucar tanto daquela forma?
Um frio passou por toda minha espinha ao imaginar se Estevan
teria coragem de fazer isso comigo. Estou soltando fogo pela boca,
tanto que não reparei no trajeto feito para chegar na casa dele. Acho
que nunca fiquei tão nervosa dessa maneira, sempre fui calma, meu
humor realmente está alterado hoje.
Santa lobinha das almas bondosas me ajude a não matar o
vampiro tentação.
— Ella se acalme. — Estevan falou fechando a porta do seu escritório,
assim que entramos no mesmo. — É uma lei, mas não fui eu que a
criei. Existe um conselho. O Clã não é uma alcateia onde há somente
um Alfa. — disse sério tentando se aproximar do meu corpo.
— Então é a lei mais idiota que já foi criada, você viu como aquele
monstro machucou aquela mulher? Ele deveria cuidar dela, a lei de
Selene é essa. Companheiros cuidam um do outro. — me virei para
ele ofegante.
Meu corpo parece está pegando fogo, o que está acontecendo?
— Eu sei. — Estevan tocou calmamente meu rosto, ele está quieto
demais parecendo me analisar.
— Como você deixou esse conselho criar uma lei dessas Estevan! —
indaguei suspirando de tristeza, suas mãos recaíram sobre a minha
cintura aproximando meu corpo para perto do dele.
— A lei foi clara, Ella. Devemos seguir todas as leis para respeitar o
conselho. — tentou dizer com calma, acho que no fundo tentou
achar uma forma delicada de pronúncia essa barbaridade, só que isso
não funcionou. — Você está muito quente. — sussurrou me
abraçando na tentativa de mudar o foco do assunto.
Agora eu vou quebrar a cara dele.
— Como é que é? — o empurrei ignorando seu comentário sobre a
temperatura do meu corpo. — Então você faria isso comigo Estevan?
— perguntei o olhando seriamente.
— Ella. — ele parece não entender todo o motivo da minha revolta, o
que me fez rosnar para ele.
— Santa lobinha, você é um machista. — falei colocando as mãos nos
meus cabelos me afastando dele, mesmo não querendo.
Está confirmado, me meti em uma enrascada enorme.
— Eu jamais te mataria Ella. — respondeu me fazendo suspirar,
quando olhei para ele.
— Mas me machucaria? — afirmei olhando nos seus olhos
aguardando, com receio sua resposta.
Então veio o silêncio! A melhor resposta de todas. Sentindo meu
coração se apertar, me afastei dele suspirando pesadamente.
Estevan veio até mim, segurando a minha cintura, ele parecia sério e
com um olhar muito perdido.
— Ella o que você tem? — perguntou com calma.
— Eu só te fiz uma simples pergunta, custava me responder? —
esperei ele falar alguma coisa, mas ele permaneceu em silêncio. — As
vezes o silêncio é melhor resposta, ou a pior!
Digo me afastando dele, fui na direção da porta.
Estou abalada!
Talvez Estevan não seja quem achei que ele fosse.
— Vá para o nosso quarto, e se acalme. Tome um bom banho quente
e conversaremos com calma. — ele veio até mim. Segurou meu rosto
e fez com que eu olhasse nos seus olhos.
“Nosso quarto” não conseguir deixar passar despercebida essas
duas palavras que fez meu coração parar de bater. Lutei comigo
mesma, abaixando meu olhar, disse com confiança.
— Vou para um quarto de hóspedes. — voltei o meu olhar para ele.
Estevan suspirou negando beijando o topo da minha cabeça.
— Já mandei arrumar suas coisas. — seus lábios tocaram lentamente
os meu.
Não havia me tocado, mas tiver a certeza de que estou viciada
nele no momento que as suas mãos tocaram meu pescoço. Fechei os
olhos, todo o estresse evaporou do meu corpo levando junto os
formigamentos e a leve dor muscular.
Estevan se tornou meu remédio também? Céus é inacreditável, até
cederia ao seus encantos se não me lembrasse que ele tem o poder
de me machucar. Afinal, foi isso que ele quis dizer com seu silêncio
não é mesmo?
Sem pensar muito, me afastei dele suspirando relutante —já que
beijar seus lábios é a primeira maravilha do mundo—. Nunca achei
que saí dos seus braços poderia doer tanto, mas minha loba nesse
momento está agoniada. Estevan é como um remédio para meu
corpo, para a minha loba que o quer a todo segundo. sinto que nossa
ligação está mais forte, talvez seja pelos dias que passamos longe.
— Vai mesmo se comportar como se nada tivesse acontecido entre a
gente? — Estevan parecia não acreditar que havia me afastado dele.
Até mesmo eu não acredito, mas preciso pensar sobre tudo o que
está acontecendo. Não posso dar o poder para Estevan de me
machucar da forma que o companheiro da Louise a machucou.
— Temos um acordo! Eu ajudo você e fico livre lembra? — o olhei
friamente. Sei que ele pode me machucar. — Assim posso evitar que
o meu rosto fique desfigurado como o da Louise, não é mesmo? —
falei sarcástica com repulsa.
Ao sair pela porta do escritório, sinto que a minha cabeça vai
explodir, andei por um longo corredor que não conhecia e agradeço
mentalmente a Selene por Estevan não me seguir. Preciso pensar, e
principalmente me acalmar. Minha pele está mais quente que o
normal. Esse turbilhão de emoções e de sensações estão me
deixando louca.
Caminhei pelo corredor sem conhecer nada desse lugar. Abraçava
meus ombros com força quando suspirava tentando ter um pouco de
fôlego. Mas logo me assustei quando uma mão tocou meu ombro,
me virei bruscamente para trás.
— Srta. Ella? — uma mulher bastante jovial dizia com calma, e de
uma forma profissional.
— Sim?... — a olhava como se suplicasse por ajuda. Estava perdida e
não iria voltar para o escritório onde o vampiro tentação estava, meu
orgulho nesse momento está falando muito alto.
— Me chamo Samantha, sou a secretária do Conde, ele me mandou
para lhe apresentar toda a residência... Condessa. Mas creio que não
temos muito tempo, o baile começará em 3h. — disparou a dizer
começando a andar na minha frente.
— Espere como? — digo sem entender correndo atrás dela.
— Hoje será o baile que o Conde irá te apresentar para o Clã. —
parando de caminhar, ela me olhou de cima a baixo com indiferença.
— Então vamos, vejo que temos muito há fazer. — falou voltando a
andar.
Baile? Como que eu não estou sabendo disso? Talvez porque você
foi super grossa com ele, Ella! —Merda Ella—, você anda sendo
muito impulsiva ultimamente. Suspirei sentindo meu corpo formigar
novamente.
— Perdão onde está o Estevan? — perguntei a seguindo.
— O Conde teve uma emergência de última hora. — respondeu
quando subimos uma escada em silêncio, tentei digerir tudo.
Minha mente está confusa, a um minuto atrás estava com ódio do
Estevan, agora eu quero muito ver ele. Talvez o universo esteja certo,
sou extremamente indecisa. Andei em silêncio, até Samantha para
em frente a porta de um quarto.
— Esse foi o quarto que o Conde mandou preparar para você. Daqui
a 15 minutos, Alex vai chegar para te arrumar. — Samantha se virou
para ir, mas voltou a me olhar com um sarcasmo que me deu repulsa.
— Quando o Conde disse que a Condessa viria hoje para o Clã.
Confesso que me sentir ameaçada, mas agora olhando para você...
me sinto segura. Obrigada, aproveite sua estadia. — dito isso, ela se
virou e foi embora rebolando a melancia que tem no lugar da bunda.
Com um suspiro eu tentava assimilar tudo o que ela me disse.
Acho que acabei de se ameaçada—, Santa Selene. Entrei no quarto e
fechei a porta. Olhei em volta, e me joguei na cama gritando sobre
uma almofada para que minha voz saísse abafada. —Gritei como
uma criança—, até sentir falta de ar. Meu celular começou a tocar
me fazendo praguejar, me deitei corretamente tirando o meu celular
do bolso de trás do meu jeans, e atendi quando vejo que é a Liz.
— Alô. — fechei os olhos e coloquei o celular no meu ouvido.
— Olá Ella, sua voz tá péssima! — Liz sorriu baixinho do outro lado da
linha.
— Obrigada por me dizer o que já sei. Como você está? O bebê?
Chloe? Enfim, como anda tudo por aí? — falei bufando quando me
revirei na cama.
— O bebê está bem. Zaac acha que é um menino, mas sinto que é
uma menina.
— Já prevejo como vou mimar muito minha sobrinha, ou sobrinho. —
a ligação da minha irmã veio na hora certa para consegui me distraí
um pouco.
— Mamãe e papai estão bem! Você acredita que papai deixou que o
Zacc dormisse aqui todos esses dias?... — disse demonstrando a
surpresa na sua voz, mas assumo que minha boca caiu no chão, papai
deve estar doente.
— Chloe está arrumando suas coisas para a viagem... ela adiantou
tudo, e vai embora no sábado... — suspirou triste.
— Como? Porque ela não me falou nada ?
— Ella, Chloe acabou de me contar. Não vai demorar muito para ela
te ligar e dizer, então não fale que te contei. — sussurrou.
— Certo! — concordei.
— É como estão as coisas com o vampiro tentação? — Liz me fez
sorrir com sua perguntar. O apelido realmente pegou.
— Uma merda! — admitir. — Estevan é um machista, cheguei no Clã,
e em pouco tempo já discutimos sobre esse lado dele. Acredita que
estavam machucando uma mulher amarrada na praça? — me
lembrei da cena que fez meu estômago revirar.
— Como? Nossa! E você está bem? — sinto a preocupação na sua
voz.
— Estou sim. — sorrir. — Acho que agora tudo está mais calmo, veja,
até ameaçada já fui. — balancei a cabeça reprimindo um sorriso. —
Ao que parece minha presença deixou algumas vampiras ameaçadas,
pois eu acho é bom sentirem medo. Arranco a cabeça delas sem
pensar duas vezes. — suspirei, notei que estou rosnando.
Okay, realmente estou alterada hoje.
— Está agressiva. — Liz gargalhou do outro lado da linha. —Talvez
sua reação à lua de sangue seja mal humor, tenho pena do Conde se
esse for o caso. — falou desentendida.
Me sentei na cama na mesma hora, assim que escutei "lua de
sangue".
— Como é, que é? — meu coração disparou.
— Disse que está de mal humor. — repetiu, escutei a voz da Chloe no
fundo da linha.
— Não isso Liz, o que você disse depois? — falei desesperada, me
coloquei de pé e comecei a andar de um lado para o outro.
— Sobre a lua de sangue? — ela parecia não entender. — Disse que
sua reação em relação a lua de sangue, deve ser esse mal humor, já
fez sexo hoje? Seu temperamento costuma voltar ao normal quando
se faz sexo nesse período. — completou sem da importância.
Meu sangue gelou.
— Já deve estar com as alterações desse período. Sabe: o
nervosismo, a carência, formigamento em todo o corpo, pele quente,
talvez também fique dramática, essas coisas que só a lua de sangue
trás...
— Lizzie Johnson Underwood, como assim lua de sangue. — me
sentei na cama de novo, começando a roer minhas unhas.
— A lua de sangue começa hoje. Bom, não agora, digamos, meia
noite. — respondeu em forma divertida. — Como não se lembra
disso Ella?
— Não, não, não... eu fiz as contas certinho, é só daqui alguns meses.
— a essa altura, estou falando muito alto.
Talvez gritando!
— Ella, somos filhas do Supremo lembra? Nossa lua de sangue
começa muito antes do período dos lobos normais. Ahhh, sem
contar, que seu companheiro é um vampiro, deve se um pouco
diferente, não sabemos, vocês são o primeiro casal com uma loba e
um vampiro que já existiu. — Lizzie falou com calma.
Minha boca está no chão. Lua de sangue? Não poderia ser isso,
faria sentido, mas, oh, merda, e agora? O que vou fazer?
Lua de sangue é um período fértil de uma loba, e sem sombra de
dúvidas eu não quero, e não vou engravidar agora. Céus, só tenho 20
anos e mesmo que minha mãe tenha engravidado com 18 não me
vejo tendo um bebê agora. —Talvez nunca—! Na noite em que
dormir com Estevan, não usamos a bendita proteção, será que?...
chega de paranóias Ella!
— Merda!! estou ferrada, como posso te vindo na lua de sangue
diretamente para a casa do Estevan. — nervosa, suspirei me jogando
na cama fechando os olhos.
— Ele não percebeu que você está na lua de sangue? — se minha
irmã não parar com essa entonação de voz divertida, juro que espero
o bebê nascer, e mato ela.
— Não, nem eu tinha me tocado isso, merda! — acho que vou
morrer.
— Ele é um vampiro, não tem lua de sangue, talvez seja por isso.
Finalmente vamos testar a teoria em questão, dele se incansável. —
gargalhou me fazendo revirar os olhos.
— Péssimo momento para piadas.
— Ella você vai ter que contar para ele e enfim, você sabe... — disse
fazendo minhas bochechas corarem.
— Lizzie!! — adverti, minha voz saiu abafada pelo travesseiro.
— Sem essa de Lizzie, Ella você sabe que quando a Lua de sangue se
iniciar você não vai aguentar. Até porque mamãe disse que é uma
dor terrível, sorte a nossa que só termos a lua de sangue iniciada
quando encontramos nossos companheiros. Esse é um dos motivos
para a Chloe que ir embora, ela se recusa a ver Derek na lua de
sangue você sabe.... — Liz finalizou, escutei vozes de fundo
acompanhada por um suspiro. — Vou ter que desligar, beijos te
amo.
Sem da tempo para que eu responda nada, Liz desligou o
telefone. Estou na lua de sangue é isso? Tecnicamente estou ferrada.
Me levantei da cama e fui para o banheiro tomar um bom banho
gelado, meu corpo está formigando como nunca, e posso jurar que a
temperatura está em torno de 1.000° Boa parte do meu corpo que
ver Estevan, já a outra ainda está chateada com o acontecimento na
praça. Sei que vou fica incontrolável assim que o relógio marca meio
noite, ainda tenho um baile para ir hoje e com toda certeza o Conde
será atacado depois.
Santa lobinha, me ajuda.

Capítulo Trinta Um
Há certas sensações que só podem ser vivenciadas apenas uma única
vez.

Mih Franklim

Estevan

— Não consegue resolver ao menos isso sozinho, Alonso? —


esbravejei me segurando para não tacar o celular na parede.
Precisava ir atrás da Ella, mas assim que ela bateu à porta, meu
telefone tocou. Pensei em não atender, mas a essa altura do
campeonato com toda essa confusão que está acontecendo, não
posso fazer isso. Creio que nem no inferno há tantos problemas para
ser resolver.
Talvez haja uns demônios querendo fugir... Outros se matando...
Mas com certeza não há tantos assim.
— Resolveria Estevan, mas sabe como é o conselho. Uma burocracia
é tanta, exigem sua presença. — com a voz firme, Alonso falou me
passando a certeza que teria que comparecer nessa ridícula reunião
de última hora.
— Certo, já estou a caminho! — sem dá tempo para sua resposta,
desliguei o telefone saindo do meu escritório.
Tenho a certeza que hoje seria um dia ao qual não passaria
despercebida minha raiva. Mataria alguém se às coisas continuassem
nesse ritmo. Caminhava em passos rápidos pelo corredor na
esperança de ainda encontrar Ella pelo caminho, o que foi
totalmente em vão. Seu cheiro já está ficando fraco por esse lado do
corredor, ela já deve estar longe.
— Conde? — Samantha me chamou, parei rapidamente e fui na sua
direção.
— Ótimo momento para aparecer. — sem deixar ela se pronuncia,
comecei a dizer. — Encontre uma mulher que possui os cabelos
negros, e está andando por essa residência com meu blazer. Ela se
chama Ella, leve-a para a suíte ao lado da minha, e a prepare para o
baile. Voltarei a tempo para a celebração. — dito isso, comecei a
andar a deixando para trás. — Samantha! — a chamei olhando-a
severamente. — Cuidado, não quero que trate sua Condessa mal.
Usei minha velocidade sobrenatural para ir até a sala de reunião
onde todos do conselho me esperavam sem paciência para conversar
sobre a suposta mulher que apareceu interrompendo a punição de
Louise Heltimen, conhecida como a líder do grupo asas da liberdade.
Que nitidamente tem sido as causadoras de grande problemas no
Clã, aparentemente por fachada.
Um verdadeiro inferno tenho vivido por esses dias.
Tentar encontrar meu pai, quando o desaparecimentos de
vampiros novatos aumentam descaradamente sem que eu consiga
controlar o número de mortos crescentes. Tem me feito perder os
cabelos! Achei que com a chegada de Ella poderia me acalmar, e
aliviar meu estresse. Estava errado por pensar assim. Minha lobinha
está totalmente nervosa, impulsiva e me pergunto se isso possa ser
um tipo de TPM ao qual estou amaldiçoado a viver por Selene.
Já não bastasse as noites mal dormidas causadas por Balder, meu
querido pai. Agora também teria que convencer a minha mulher que
não vou machucá-la? Realmente devo ser amaldiçoado.
— É bom que tenham um bom motivo para me perturbar. — disse
entrando na sala de reunião atraindo a atenção de todos.
Ah, o doce sabor da atenção. Pena que não é em um momento
oportuno.
— Vamos relevar o seu atraso. — Arthur Aslen disse me fazendo
revirar os olhos.
— Prossigam. Não tenho tempo para baboseiras, enquanto estão
aqui sentados marcando reuniões, estou lá fora tentando resolver o
problema. Então se não quiserem tomar meu precioso tempo. Ficarei
agradecido! — com ironia, digo ao me sentar em uma das cadeiras
afrouxando minha gravata.
— Mal humor nessa tarde Conde? Algo de errado com o possível
baile ao qual apresentará sua Condessa? — George Hutton, proferiu
suas palavras com uma ironia ao qual fez minha mão coça para lhe
dar um soco.
Como eu disse, as circunstâncias está pedindo para alguém morrer
hoje. Especificamente, em algumas horas...
— Chega! Resolveremos isso logo. — Arnold Foost, falou com
autoridade. — Marcamos essa reunião na intenção de saber o que
aconteceu na praça nessa tarde. Capturamos Louise Helitimen, ela já
estava sendo punida de acordo com os conformes da lei. — me
olhando, parou de dizer, suspirei.
— Prossiga. — digo já sabendo a onde essa conversa levaria.
Óbvio que seria até a minha Ella. Muito legal. Agora querem se
meter com a minha mulher. Meu dia só está melhorando!
— De repente, uma loba chegou no meio da praça e ajudou a
senhorita Helitimen. — se levantando Arnold continuou a dizer
gesticulando com as mãos. — O chocante dessa história, é saber que
a loba é a filha mais nova do Supremo.
Olhei seriamente para todos. O ar na sala pesou e tive a certeza
que teria problemas. Arnold prosseguiu, parou em minha frente, e
me olhou friamente, de uma forma séria esperando uma explicação
da minha parte.
— Sabe o que achei engraçado? — com sarcasmo continuou.
— Não faço ideia, diga. — o provoquei com ironia.
— O Conde... — Arnold começou a andar sobre a sala. — Estava lá, os
boatos dizem que justamente 'você' não interviu em nada. Pelo
contrário, saiu com a lobinha.
Fechei os olhos, e contei até dez tentando me acalma. Não
funcionou, a simples palavra, lobinha, ao ser pronunciada pela boca
de Arnold Foost Vanrell, me causou uma tremenda vontade de matá-
lo. Engolir toda a minha raiva acumulada, e me levantei com o meu
melhor sorriso irônico já feito. Eu sabia que as palavras que
pronunciaria nesse momento causariam um certo impacto no
conselho, e estou ciente que será o mesmo impacto no Clã. Assim
que me servir um pouco de Uísque, voltei a olhar para todos na mesa
que esperavam uma explicação da minha parte.
— Senhores. — comecei a dizer apoiando-me na mesa, afrouxei mais
minha gravata. — Boatos são totalmente deselegantes. Mas ao certo
todos têm um pouco de verdade em sua procedência. — bebo de
uma vez o líquido forte que desceu queimando por minha garganta,
digo sendo direto. — A lobinha ao qual estão falando, é minha.
— Como? — pela primeira vez Malcon Wentworth falou algo com
espanto.

— Ella Johnson Underwood, será a Condessa de vocês.


— Mas isso é o cúmulo! — Arthur Aslen, esbravejou assim que socou
a mesa com força fazendo um alto barulho irritante. — Queremos
nos livrar de problemas, e você arruma mais um com os sarnentos?
Paciência Estevan, paciência.
— Acho que devo lembra-lo com quem está falando? — caminhando
até Arthur, parei em sua frente o desafiando com o olhar. Vamos
meu caro amigo, só mais uma palavra que me leve ao extremo,
apenas mais umas.
— Acho que vosso, Conde. — Aslen me olhou de cima a baixo. —
Deve lembrar que sozinho você não pode com o conselho.
— Isso foi uma ameaça senhor Aslen? — de forma sarcástica falei
sorrindo sem quebrar o contato visual.
Sei que como vampiro realmente não posso contra o conselho,
por azar de todos não sou só vampiro. Quebraria o pescoço de todos
nessa sala mais rápido do que possam imaginar.
— Chega! Sente-se agora mesmo Aslen. — com uma mão, George
Hutton me distanciou da minha vítima. Digo, do vampiro pedindo
pela sua morte a minha frente.
— Não apoio a ideia de envolver os lobos nessa tremenda confusão
que estamos enfrentando. — George suspirou.
— Não envolvi Ella por escolha. De fato ela é minha companheira,
meu laço de Sangue, e sem dúvidas não vou abrir mão dela por causa
de um grupo idiota que resolveu se rebelar justamente agora. —
afirmei no momento que ouvir suspiros dos senhores a minha frente.
— Se meter em problemas com o Supremo agora não é uma boa
escolha Conde. Seja prudente! — George voltou a dizer como uma
voz sensata.
— Deixe que com Francis, eu me entendo. — afirmei.
— Céus, vocês estão ficando loucos. — Arthur voltou a dizer se
afastando de todos com as mãos sobre sua cabeça.
— Talvez seja uma boa jogada. — Arnold se pronunciou atraindo
nossa atenção. — Estamos passando por uma forçada reforma no
nosso regime imperial. Nossas regras, nossas leis terão que ser
mudadas para evitarmos o pior. Não gosto de lobos, mas a lobinha já
chegou ajudando uma mulher, isso poderia acalmar os ataques por
enquanto.
— O que está sugerindo? — Malcon quebrou o silêncio desagradável
que se formou no local.
— Faça a apresentação no baile. Depois marcaremos uma reunião
com sua companheira... — com uma certa ironia Arnold continuou.
— Temos que ter certeza que essa lobinha, não nos trará problemas
com o Supremo.
— Sou a favor da reunião. — digo após me levantar para sair da sala
suspirando.
— Ela é uma loba. Irá causar confusão, como não percebem? —
esbravejando George continuou a dizer. — Todos ficaram loucos? —
o ignorei e prossigo em minhas palavras.
— Não me importo com o consentimento de vocês nessa questão.
Ella não sairá do meu lado por causa de opiniões do conselho. —
abro a porta do escritório, antes voltei meu olhar de uma forma
severa para Arnold chamando sua atenção. — A propósito! Se a
chamar de lobinha de novo, teremos uma nova vaga no conselho. —
Só eu posso chamá-la assim.
Sem da tempo para que ele responder, sair desse ambiente
desagradável suspirando pesadamente. Sei que será uma longa noite,
Ella está diferente, e tenho que me controlar ao máximo para não
perder o controle. Hoje minha paciência está sendo testada!

***

A preparação do baile seguiu à risca com minhas ordens. Seria


permitido somente a entrada da alta sociedade dos vampiros. Uma
celebração fechada e rápida, sem escândalos.
Com essa pequena revolução que estamos sofrendo, corremos o
risco de sermos atacados. E mesmo que não tenham chances,
conhecendo a Ella sei que ela não vai me deixar matar ninguém.
Como algo totalmente desconcertante o cheiro da minha Ella
está tão forte que nesse exato momento posso saber o que ela está
fazendo. Pelo que me parece terei que interromper esse baile mais
cedo. Se continuar sentindo seu cheiro dessa forma, não conseguirei
me conter por muito tempo.
Minha lobinha era como um doce ao qual não me enjoaria nunca
de saborear, uma vez experimentado jamais deixado. Ah meu doce
mel...
Caminhei até o salão central da minha residência a onde ocorreria
o baile. Toda a preparação deixei para que minha secretária a fizesse.
E devo admitir que ela possui um bom gosto. Conforme tudo como
planejei, reparei que todos os cinquenta convidados já haviam
chegado e estavam dançando sobre a lenta música clássica que
ecoava no ambiente.
— Conde! Tudo está conforme o que planejou? — aparecendo sem
que fosse notada, Samantha me perguntou.
— Sim. — a olhei brevemente notando que suas vestimentas estão
chamativas.
— Mandarei descerem com a Condessa com licença. — Samantha me
olhou e sorriu fazendo uma breve reverência ao se retirar do meu
campo de visão.
Descendo as escadas, atrair atenção de algumas pessoas que me
olharam e vieram me cumprimentar.

***

Meia hora depois, comecei a achar que Samantha havia feito


algo. Já estava me distanciando de todos quando finalmente a vejo
começar a descer lentamente as escadas.
Ella está perfeita, deslumbrante!
No momento em que meus olhos pararam sobre ela, sinto meu
coração dá uma falha batida como no dia em que ela nasceu. Me
aproximei, assim que Ella parou no último degrau das escadas e fez
questão de olhar no fundo dos meus olhos.
Com total certeza vermelho é a sua cor. O vestido justo, marcava
bem suas curvas. Seu olhar tinha um brilho ao qual me fez suspirar.
Ella estava sexy, linda e o melhor, ela é toda minha.
Ela me deu a sua mão, a olhei profundamente depositando beijo
sobre a sua pele quente. Ergo sua mão para o alto, a guiando para
fica ao meu lado. Nossa noite promete.
— Vossa Condessa. — sem quebrar o contato dos olhos da Ella. Digo
em bom som para que todos escutassem bem minhas palavras.
Um silêncio se fez presente durante um período, logo depois as
palmas que foram ouvidas não atraíram minha atenção já que
mantinha meu olhar focado no da minha lobinha. A essa altura todos
já perceberam que ela era uma loba, mas quem ousaria me
questionar? Sorrir maliciosamente quando notei que ela corou.
Comecei a guiá-la para longe das escadas, envolvendo minhas mãos
na sua cintura, seu cheiro inebriante invadiu minhas narinas. Uma
vontade insana me abateu de levá-la para o nosso quarto e só sair de
lá depois de uma semana. Tê-la só para mim Durante uma incrível e
inesquecível semana...
— Está linda. — sussurrei com os lábios por entre seu pescoço,
fechando os olhos sentindo o cheiro de seu sangue se misturar com o
da sua loba.
Preciso me controlar. Não havia me alimentando com sangue
desde que voltei da casa dos seus pais. Como sabem, não há
necessidade de um vampiro beber sangue todos os dias, mas a falta
era visível no meu organismo.
— Estou com sede. — tentando cortar o clima, Ella me olhou
mortalmente pegando com bebida, e virou de uma vez.
A olhei arqueando uma sobrancelha. Sei que Ella está chateada,
nossa conversa sobre as leis do Clã não teve um bom final. Mas
também sei que isso será passageiro! Nunca iria machucar a Ella.
Nunca a feriria daquela forma, ela precisa entender isso.
— Sobre nossa conversa... — sem deixar que eu terminasse de falar.
Ella apontou o dedo em meu rosto de uma forma discreta
esbravejando ódio.
— Vou cumprir nosso acordo. Mas Mantenha-se longe de mim, seu
vampiro comedor de vadias. — disse entre dentes.
A olhei sem a entende. Segurei com mais firmeza sua cintura,
deixei a minha visão desfocada vendo que Samantha descia as
escadas com calma. Ao forçar minha visão, reparei um escondido
arranhão em seu pescoço o que me fez voltar a olhar para Ella que
mantinha-se com uma carranca ao meu lado. O que Samantha havia
falado para a Ella?
Capítulo Trinta Dois

Mesmo com a solidão,


Com a inclusão,
Com a incerteza,
Meu coração ainda bate por você!

Mih Franklim

Nunca havia me sentido tão bem, como agora. De princípio achei


esse vestido exagerado, mas Alex me falou como costumava se esses
bailes que o Conde fazia. Me senti até simples!
Minha primeira conversa com Estevan depois de um tempo sem
vê-lo com toda certeza não foi agradável. Mas já estou disposta a
escutar o que ele tem a dizer, talvez eu realmente só tenha agido por
impulso. Foi errado não deixa que ele me desse uma explicação, creio
que agora as coisas vão se endireita.
O vestido que estou usando é vermelho sangue e deixa o meu
busto avantajado. Minhas costas ficam despidas, mas os meus
cabelos soltos cobrir a minha pele. Um salto 10cm preto fino, e um
cordão finalizou o meu visual. Não querendo me gabar, mas estou
bastante bonita.
Tentei não olha para a mulher que me acompanhava com classe
até o baile. Se não me engano, Samantha é seu nome. Ela chegou
tem pouco tempo, e somente agora caminhando do seu lado nesse
corredor, me toquei que é desagradável sua presença.
— O baile começou tem muito tempo? — falei tentando quebrar o
clima desagradável que está sobre nós.
— Não mais que meia hora. — ela respondeu sem me olhar,
concordei. — Se me permite dizer, está muito bonita Condessa. —
me olhando de relance, Samantha começou a falar deixando que
meu corpo tomasse uma medida mais rígida ao ver um sorriso nascer
em seu rosto. — Um belo vestido para uma despedida.
— Como? — parei de acompanhar seus passos, e a olhei de uma
forma séria.
Seu sorriso maquiavélico está me deixando nervosa, e posso
afirmar que minha loba está com raiva.
Péssimo momento para me perturbar, pelos raios!
— Perdão pela minha sinceridade! —Samantha caminhou parando na
minha frente com um sorriso perverso. — Mas creio que não deveria
se preocupar com isso.
— Me preocupar com o que? — ela me olhou de cima a baixo e
gargalhou com ironia.
Selene e Hélio, me dê muita paciência. Ou eu quebro o pescoço
dessazinha aí.
— Com sua despedida. Oh mil perdões, não deve está
compreendendo o que estou falando. Deixe-me explicar! — se
aproximou mais pegando uma mecha do meu cabelo. — Está nítido
que você é uma loba, seu cheiro está me causando uma certa
náusea! Assim que você entrar naquele salão vão perceber isso, e
mesmo que te aceitem... — para o bem dela, ela se afastou. — Você
não vai se adaptar, estamos em um Clã. Não em uma matilha com
pulguentos.
Samantha escolheu um mal dia, estou sem paciência para escutar
ofensas sobre a minha família. A imprensei contra a parede
segurando-a pelo pescoço, e soltei um alto rosnando intimidador,
nesse momento eu tenho a certeza que realmente estou me
iniciando na lua de sangue, afinal minha loba me tomou com uma
enorme facilidade.
— Já chega. — sussurrei tentando recuperar o fôlego.
— As... regras aqui são diferen-te-tes — ela tentou dizer, mas ela está
visivelmente ficando sem ar.
Afrouxei o aperto do seu pescoço.
— Você não será a única a se deitar na cama do Conde, e como bem
conheço, um lobo não aceitaria isso.
Rosnei alto, e deixei que uma das minhas unhas crescessem. Olhei
nos seus olhos e comecei a cortar lentamente a pele do seu pescoço
com a ponta da minha unha.
— Não fica no meu caminho, te garanto que vai uma... por uma,
diretamente para o inferno. Não me importo que você seja a
primeira, sua vampira de merda! E o Conde à quem se refere, é meu
homem, tenha mais respeito se você gosta de ter o seu querido
pescoço no lugar.
Estevan morrerá se pensar em me trair dessa forma. Não
perdoaria algo desse gênero, não me interessa se é uma lei!
Sua respiração se acelerou, a soltei dando alguns passos pra trás
tentando retomar o fôlego dos meus pulmões. Balancei minha
cabeça negativamente quando comecei a andar pelo corredor
deixando Samantha sentada no chão um pouco assustada. Os
diversos espelhos que tinham pelas paredes, refletiam meus olhos
vermelhos. Respirei fundo, e encarei o meu reflexo vendo meus olhos
voltarem ao normal. Precisava me recompor, sem olhar para trás
tomei uma postura séria e comecei a caminhar sozinha para o salão
de festas.

***

Ao chegar no topo da escada do salão, soltei um longo suspiro


sentindo minhas pernas fraquejarem. Tenho que esquecer o que
aconteceu nesse dia longo, ainda tenho que honrar com a minha
palavra e ajudar Estevan, só assim vou conseguir entender o que
realmente quero. Embora saiba que não tenho muita escolha! Meu
coração de maneira drástica já pertence ao vampiro tentação, que só
está me dando dor de cabeça.
A decoração do baile me deixou admirada, embora saiba que
Estevan não conseguiria fazer essa junção de cores douradas com
tons pastéis. Mas confesso que a decoração está esplêndida. De
forma rápida meu olhar cruzou com o dele do outro lado do salão.
Com o sorriso que se formou no seu rosto, tive que segurar com
força no corrimão da escada, para não cair no chão.
A lua de sangue somente intensificar os sentimentos, então devo
me preocupar com a força em que o meu coração está disparado ao
vê-lo beija com ternura a minha mão.
— Vossa Condessa. — me olhando de uma forma intensa, Estevan
disse, logo ele começou a me guiar para fica do seu lado.
O silêncio que se fez presente me deixou mais nervosa. Estevan
parece sabe disso, por isso ele permite que mergulhe no seu olhar
para atrair a minha atenção. Sinto minha pele se esquentar, e o meu
coração se dispara, um formigamento vem sobre a minha intimidade
intensamente.
Minha garganta secou-se, me permitir apoiar-me no vampiro
tentação, ele logo agarrou a minha cintura com firmeza me fazendo
corar na mesma hora.
Ouço palmas distantes, minha atenção está nele, como se
estivesse presa em uma bolha. Não preciso nem falar que ele está
irresistível, Estevan fica muito bem de ternos e com qualquer outra
roupa que existe na face da terra. Mas eu prefiro ele sem nenhuma.
Sem sombras de dúvidas somente o seu olhar é capaz de me
desestabilizar, aí vem seu cheiro como uma jogada final para me
levar a morte súbita do cúmulo do tesão. Céus, tenho certeza que o
cheiro da minha excitação se sente de longe.
— Está linda. — sussurrou no meu ouvido enquanto andávamos.
A morte veio para essa loba, no momento que o vampiro tentação
tocou seus lábios no meu pescoço me fazendo cambalear. Sinto meu
corpo se esquenta, e as minhas veias pulsarem, estou com muito,
mas muito calor. A cada minuto que se passa os sintomas parecem
que estão mais intensos no meu corpo, acho que vou literalmente
pegar fogo. Minha vontade é de puxar Estevan para o quarto mais
próximo e...
Preciso me controlar, minha Santa lobinha!
— Estou com sede. — tentei cortar o clima quente, e o olhei
mortalmente.
Peguei uma bebida de um garçom que passava ao nosso lado, e
virei de uma vez o líquido que desceu quente por minha garganta.
Estevan me olhou seriamente, como se lembrasse de nossa
conversa mais cedo. Engolir em seco, tentando me controlar o
máximo possível, mas diria que meu dia está muito agitado e todos
esses fatores me deixou com muita raiva.
Lembrei do acontecimento com a Elena, depois na praça do Clã,
mas a frente a conversa com Estevan ao qual ele deixou um assunto
em aberto que poderia me machucar, e para fechar com chave de
ouro a puta vampira que tentou invadir o meu território e me deixar
ameaçada. Não estou com raiva do Conde, mas ao me lembra que a
Samantha já deve te dormindo com ele... E cá estou eu com raiva do
Conde, tenho vontade de soca essa cara linda dele.
— Sobre nossa conversa... — não deixei ele terminar de falar.
Estou possessa de ciúmes, apontei o dedo no seu rosto
discretamente e o olhei com raiva.
— Vou cumprir nosso acordo. Mas Mantenha-se longe de mim, seu
vampiro comedor de vadias.
E mais uma vez, minha loba demonstrou um ataque de ciúmes e
raiva ao qual nem eu sei lidar. Cruzei meus braços.
— Ella co... — assim que ele começou a dizer, um homem se
aproximou de nós o interrompendo.
Isso deixou o Conde com raiva, ele apertou mais sua mão na
minha cintura mostrando seu desconforto.
— Com licença! Arthur Aslen.
— Prazer, Ella. — sorri-o sendo simpática.
O homem sorriu e olhou falsamente para Estevan, até repousa
seu olhar no meu corpo sem ser discreto.
— Se importaria se eu tirasse a vossa dama para dança, Conde? —
Aslen falou concordei.
O que há de errado com uma simples dança?
Não tinha notado a música clássica que soava pelo salão. A
companhia do Conde mexe tanto comigo, que não consigo prestar
atenção em nada a minha volta!
Uma dança que não fosse com Estevan poderia me distrair, e
acalmar os meus sentidos.
Arthur estendeu sua mão para que eu a pegasse. Sorrindo
educadamente, fiz um gesto cordial, e comecei a estender minha
mão para ele. O que não deu certo, a mão gélida do Estevan segurou
a minha me fazendo engolir em seco, assim que o seu olhar parou
sobre mim seriamente.
— Na verdade, eu me importo Aslen. — Estevan disse friamente.
Ele olhou para Arthur que sorriu e, balançou sua cabeça
concordando e se afastando do nosso campo de visão.
— Mas que merda você pensa que está fazendo? Isso não está no
nosso acordo. — sussurrei nervosa para que ninguém escutasse
nossa conversa.
Sem me olhar, Estevan começou a me guia para a pista de dança
segurando com força em minha cintura. Sem me responder, ele
parou no meio dos diversos casais que dançavam lentamente em
perfeita sintonia com a música clássica parecendo até mesmo que
todos ensaiaram.
O vampiro tentação retirou sua mão que estava em minha cintura
de uma forma lenta, ele me olhou com intensidade e me agarrou
novamente começando-a me guiar em uma valsa que seria perfeita,
se não fosse pelos meus tropeços.
Estevan me pegou desprevenida quando me girou me puxando
para ele. Um suspiro alto saiu dos meus lábios quando olhei nos seus
olhos. Suas mãos apertaram minha cintura com possessividade.
Minha garganta secou-se, de novo os sintomas da lua de sangue
começou a atacar meu corpo. É torturante está nesse nível de
proximidade com o Conde tentação.
Ele me guiou em uma valsa mais lenta, a qual eu não tropeçasse ou
pisasse no seu pé. Deixei que minhas mãos fossem para o seu ombro.
Fechei meus olhos para me controlar o máximo, já que o seu cheiro é
algo que deixa minha loba desnorteada. Nossos passos são lentos,
com tamanha aproximação eu nem sequer ouço a melodia da
música.
— Estou fazendo algo que vai além do nosso acordo? — Estevan
sussurrou no meu ouvido.
— Você sempre está fazendo algo que vai além do nosso acordo,
Estevan. — respondi mantendo meus olhos fechados, apoiei minha
cabeça no seu peitoral.
— Me desculpe por isso. — continuou a dizer em sussurros. — Sei
que pode até te incomodar o fato que o seu companheiro é um
vampiro, mas isso não muda nada, você continua sendo minha.
Ele apertou meu corpo contra o seu, sinto as mãos do Estevan
passarem pelas minhas costas despidas.
— Sobre hoje cedo, me perdoe! Fiquei sem palavras, mas a resposta
é não. Não sou capaz de machucá-la daquela forma, nunca levantarei
um dedo para te ferir Ella. — Estevan continuou a sussurrar, o que
me fez apertar mais seu corpo em um abraço caloroso.
— Eu sei... — tento digerir suas palavras.
Não tem como correr de fatos, e não à nada mais comprovado do
que a reação do meu corpo aos toques de Estevan Russell. Eu sei que
sou dele!
— Sei que sou sua Estevan. — levantei minha cabeça para olhá-lo.
— Você está quente! — falou colocando uma mecha do meu cabelo,
atrás da minha orelha.
Estevan olhou nos meus olhos quando uma de suas mãos
mantinham uma vasta vistoria pelas minhas costas acariciando
lentamente minha pele.
— Lua de sangue... — fechei os olhos por vergonha, e disse baixo
para que somente ele escute.
Esperei a sua reação, abro meus olhos fitando o seu rosto que
parece está sério, mas logo notei um sorriso divertido.
— Porque não me disse antes? — falou normalmente, beijando o
canto da minha boca.
— Parece que você precisar da minha ajuda. — sussurrou no meu
ouvido com malícia, fazendo cada parte do meu corpo se arrepiar.
— Estevan. — adverti sentindo minhas bochechas coradas no
momento que ele gargalhou de uma forma discreta. Pegou na minha
cintura, e começou a me guiar para a escada.
— O baile, Estevan! — digo o óbvio, mas ele me olhou de relance e
aumentou seu sorriso malicioso me deixando constrangida.
Subimos as escadas com calma, Estevan parou na frente a
Samantha o que me fez fecha a cara e envolver minhas mãos no seu
pescoço a olhando séria.
— Samantha, vamos nos retirar assim que possível, encerre o baile.
Ele suspirou assim que beijei lentamente seu pescoço. Enquanto
olhei de relance para Samantha!
— Não quero ser incomodado. — sem esperar, ele começou a me
arrasta para o corredor sem olhar para trás.

***

— Ahhh...
Arfei fechando os olhos no momento que os lábios gélidos do
vampiro tentação passeavam por toda extensão do meu pescoço
deixando visíveis chupões sobre a minha pele quente, muito quente.
Sair no meio do baile não estava nos meus planos, mas a essas
circunstâncias não poderia protestar contra a minha vontade. Eu
desejava mais que tudo ter Estevan nesse momento, e o pior é que
nem passou da meia noite ainda. Se estou agindo assim agora, já
imagino como vou estar amanhã, pela manhã!
— Já não via a hora de retirar seu vestido. — com os lábios colados
no meu pescoço Estevan dizia logo após morder sensualmente meu
ombro.
— Se soubesse como me sinto quando faz iss-o... — tentei recuperar
o fôlego, ele para de andar e me olha maliciosamente.
— Como se sente... — me provocando, Estevan passou o polegar nos
meus lábios, mordendo seu lábio inferior de uma forma sensual.
— Santa lobinha — sem pensar duas vezes, pulei no seu colo o
agarrando pelo pescoço e o puxando para um beijo.
Sorrindo entre meus lábios, ele segurou minhas coxas com
firmeza, as enlacei na sua cintura. Beijar Estevan Russell, sem dúvidas
é a junção do céu e do inferno na terra. O vampiro tentação sabia
envolver-me no beijo de uma forma alucinatória. Era feroz, selvagem,
e sem dúvidas muito sensual.
Assim que a falta de ar nos atingiu, Estevan apertou minha bunda
colocando sua mão por dentro do meu vestido. O contato com sua
pele me fez gemer baixo arqueando minha cabeça para trás quando
seus lábios voltaram a beijar meu pescoço na medida que retomamos
o fôlego.
Ele caminha às cegas pelo corredor à procura do quarto, tentava
orientá-lo onde deveria ir o que nitidamente não está funcionando, já
que suas mãos resolveram me provocar profundamente.
— O quarto... ahh...
Não há lucidez nas minhas palavras. Ele passou pela porta do
quarto, segurei o seu rosto ofegante fazendo-o me olhar.
— O quarto que estou fica ali. — beijei seus lábios com calma,
Estevan apertou a minha bunda, e entrou em outro quarto.
— Você vai ficar no nosso quarto. — ele fechou a porta com o pé, e
caminhou até a cama me jogando sobre seus lençóis. — De
preferência, na nossa cama. — era nítido o tesão que transparecia
por seus olhos, Estevan me desejava e isso sem dúvidas me deixou
mais louca.
— Acho que vou testar a teoria da Liz — sorrindo sensualmente, digo
o olhando.
— E qual seria a teoria da sua irmã? — me olhando maliciosamente,
Estevan perguntou assim que desabotoou alguns botões do seu
blazer.
— Nada que ela realmente precise saber. — balanço minha cabeça
de forma negativa e puxo o Conde pela gravata mordendo meu lábio
inferior.
Assim que ele se pôs sobre o meu corpo, deixei minhas mãos
deslizarem sobre os seus ombros retirando seu blazer, como disse ele
fica muito melhor sem nenhum tecido sobre seu corpo. Na medida
que tentava me livrar da sua roupa, Estevan beijava meus lábios com
fervor deixando suas mãos passearem por todo meu corpo como se
estivesse conhecendo uma terra clandestina. Enlacei minhas pernas
na sua cintura assim que finalmente consigo arrancar todo tecido dos
seus ombros o deixando torso nu.
Estevan afastou os lábios do meu pescoço e suspirou fechando os
olhos com força. Nossas respirações são a única coisa que podemos
ouvir em todo quarto, ele respirou fundo colocando sua mão sobre
seu rosto como se cobrisse algo, tentando se recompor.
— O que houver? — Ainda ofegante, disse tocando sua mão.
— Não é nada... — negou.
Estevan me olhou e sorriu. Puder notar como seu olhar está
sombrio, o que não me deixou com medo, pelo contrário me
despertou mais desejo.
— Só o seu sangue, você sabe. — falou como se estivesse resolvido o
seu confronto interior.
Ele se aproximou novamente do meu corpo e segurou meu rosto
com suas mãos.
— Você tem se alimentando direito? — fechei os olhos quando seus
lábios tocou meu pescoço, na medida que ele começa a me empurrar
deitando-se novamente por cima do meu corpo.
Só de imaginar Estevan bebendo sangue de outra mulher, ou
diretamente o sangue da Samantha me fez rosnar entre dentes o que
atraiu a atenção dele que parou de me beijar e me olhou acariciando
meu rosto.
— Não Ella. Não preciso beber sangue todos os dias, a última vez que
bebi sangue, foi na casa dos seus pais. — sorrindo de lado, ele falou
deixando alguns lentos beijos no meu rosto.
Mas calma por saber que ele não mordeu Samantha, e nenhuma
outra mulher. Sorrio colocando meus cabelos para o lado deixei meu
pescoço exposto, e inclinei para ele como se fosse claro o convite ao
qual dizia que ele poderia me morder.
Com um sorriso que me matou nitidamente, Estevan beijou meus
lábios de uma forma lenta. Suas mãos param sobre meu busto, até
ele rasgar o meu vestido. Suspirei quando me vi despida na sua
frente. Com minha respiração acelerada, fechei os olhos ao sentir os
lábios de Estevan passearem por meus seios. Sem que demorasse
muito, de uma forma sensual o mesmo se pôs de pé e retirou sua
calça deixando bem visível o quanto ele está excitado nesse
momento.
— ahh... — um gemido saiu dos meus lábios, ele se pôs por cima do
meu corpo novamente de uma forma rápida.
Me invadindo por inteiro. Estevan beijou meus lábios, mas parou
quando comecei a gemer lentamente. Uma explosão parece me toma
de dentro para fora, cada fibra do meu corpo arrepiou. Tive a certeza
de que em toda minha vida ninguém vai me proporcionar tamanho
prazer como o meu vampiro tentação.Estou ficando alucinada com o
desejo que está sendo liberado pelas minhas veias.
Arranhei as costas do Estevan, na medida que sentia a pele dele se
arrepiar com os meus toques. Ele aumentou o ritmo se
movimentando, me preenchendo. Até que ele me mordeu de novo
liberando mais sensações ao qual eu não poderia explicar. Essa lua de
sangue veio justamente para me deixar rendida ao Estevan Russell.
Capítulo Trinta Três

Discussões a parte, da alegria faz parte!


Um sorriso eminente, deixa a alma contente.
De um passado tolo, renasce o novo.

Mih Franklim.

Acho que ao certo, nunca me imaginei dessa forma. Okay, talvez


nunca seja uma palavra muito forte, diria que nunca me permiti,
imaginar algo assim.
Sempre ouvia que Estevan era da Chloe, sempre imaginei que se ao
menos o desejasse, estaria traindo minha irmã.
Como fui tola...
Estevan sem sombras de dúvidas é meu. Seu olhar demonstrar
isso, seu cheiro, seu sorriso, seus toques... é melhor eu parar com
esse tipo de pensamentos. Afinal, somente agora sinto que meu
corpo está um pouco normal.
Com um sorriso bobo, depositei um beijo com ternura nos seus
lábios, um selinho ao qual me permiti sentir-me em casa, estando
nos seus braços pela primeira vez.
O vampiro tentação está bem cansado, mas algo me diz que não é
das horas de sexo que tivemos. Ele dorme como um verdadeiro
anjinho. Acabei de acordar, e estou zelando pelo seu sono. Seus
cabelos estão desarrumados, lábios entreabertos e respiração calma
e serena. Estevan dormi pesadamente com as suas mãos envolvidas
na minha cintura.
Talvez seus dias tenham sido exaustivos, e longos. No tempo que
ficamos separados, pareço ter vivido um séculos. Era isso que
acontecia com a minha vida, parece passar rápido quando não estava
ao seu lado.
Suspirando, me desenrosquei do seu corpo com calma para não
acordá-lo. Achava que vestir um vestido ao qual era apertado era
difícil, isso foi até tentar sair das mãos de Estevan que me envolviam
na cama. Sem dúvidas me sentia um urso ao qual uma criança dorme
agarradinho e não solta por nada.
O olhei uma última vez deitado e me afastei indo na direção da
sacada do quarto. Peguei a sua camisa do chão e a vesti. Ainda está
de noite, por volta de umas quatro da madrugada. Me sinto calma
pela primeira vez em dias! Foram longas horas de sexo ao qual
Estevan me satisfazia, e agora finalmente sinto o meu corpo no
mínimo normal.
Fechei os olhos assim que o gélido vento bagunçou meus cabelos,
sorrindo passei minhas mãos sobre meus ombros me alto abraçando.
A brisa dessa noite, é como senti a floresta me envolvendo.
— Floresta...
Sorrio, olhei travessa para a densa mata um pouco longe. Ir até lá
e libera minha loba sem dúvidas seria gratificante, talvez uma
rapidinha a um certo tipo de prazer diferente. Ter contato com a mãe
natureza sempre me acalmou e deixou minha loba feliz.
Voltei para o quarto e olhei para Estevan que nem se mexeu na
cama. Parei ao seu lado e beijei seus cabelos, sussurrei sentindo de
leve o seu cheiro.
— Já volto.
Virei as costas e comecei a sair do quarto calmamente. Sei que
não vai demorar para o meu corpo começa a formigar, não quero
acordar Estevan já que ele dorme tão calmamente. A floresta pode
me ajudar a liberar minha loba, a deixando mais livre e prolongando
o meu tempo ao qual eu não precise de sexo.
Me senti uma espiã, encostei a porta do quarto e comecei a andar
pelos corredores. Foram ao certo meia hora tentando achar a saída
desse lugar, e quando finalmente a encontrei, percebi que era a saída
dos fundo, um pouco mais longe da floresta.
Suspirando derrotada, começo a correr em direção a floresta.
Tentava fazer o mínimo de barulho possível para não atrair atenção
nas ruas escuras e vazias do Clã. Peguei impulso já sentindo minha
loba começar a me controlar, assim que pulei de uma pedra cair
diretamente na floresta sobre quatro patas. Minha visão, meu olfato,
e minha força triplicaram. Balancei meu rosto sentindo a pelagem
negra da minha loba tenta-se domada contra o vento, meus olhos
ficaram vermelhos, a floresta parecia me chamar para adentrá-la,
então sem pensar duas vezes, deixei o meu instinto me guiar para
dentro da escuridão da densa mata fechada e inexplorada.
Meu focinho se encontrava gelado pelo vento da noite. Ao
apressar meus passos, percebi que a minha loba está me levando na
direção de uma pedra alta, tratei de aumentar minha velocidade.
Assim que cheguei no destino ao qual minha loba me levou, me
dei conta que se podia ver todo o Clã sendo iluminado pela luz da lua.
Sem pensar duas vezes uivei altamente na direção da lua, minha loba
controlou o meu corpo. Ainda em minha forma lupina, sentei-me no
chão olhando atentamente para o Clã sentindo me responsável por
todos, a compaixão e a dominação me atingiu, minha loba
reconheceu que deveria proteger e zelar pelo bem do Clã como
sendo uma matilha. A minha matilha.
Me levantei bruscamente escutando um galho se quebrar, me
coloquei em modo de ataque rosnando, mas parei assim que senti o
cheiro do Estevan.
— Ella... — olhei fixamente para o lado escuro da floresta, até que ele
saísse por detrás de algumas árvores vestindo apenas uma calça, com
uma camisa em mãos.
Se aproximando com cautela, Estevan me olhou e sorriu se
sentando do meu lado colocando a camisa no chão. Ele olhou para a
visão magnífica que recebíamos da lua tão bela. Olhei para ele e
coloquei minha cabeça sobre seu colo deixando-o sem reação por um
tempo, longos segundos depois Estevan repousou sua mão sobre
meu pescoço fazendo um leve cafuné que me fez fechar os olhos e
sentir meu corpo lentamente diminuir voltando a minha forma
humana.
Sorrindo, abri meus olhos e vejo Estevan me fitando ao acariciar
a região do meu pescoço. Sem falar nada, me sentei soltando um
vasto suspiro ao estalar as minhas mãos que doíam levemente por
causa da minha transformação. Abraço meus joelhos assim que notei
o vampiro pervertido encarando meu nudismo, diretamente meus
seios.
— Porque não me avisou que viria na floresta? — quebrando o
silêncio com um belo sorriso, Estevan me puxou para que eu me
sentasse no seu colo.
— Seria uma rápida voltinha. — advertir apoiando meu rosto na
curvatura do seu pescoço. Fechei os olhos e deixei seu cheiro me
embriagar de forma lenta e tortuosa já despertando novamente meu
corpo com um leve formigamento.
— Não gostei de acordar e não encontrá-la do meu lado. — me
olhando, Estevan segurou meu rosto e beijou levemente meus lábios.
— Não faça mais isso... — sussurrou mordendo meu lábio inferior.
— Não quis acordar você, parecia um anjinho dormindo. — disse
sorrindo.
Deixei que meus dedos entrelaçassem nos cabelos desajeitados da
sua nuca, tentei controlar o formigamento que surgia entre as
minhas pernas assim que senti o seu cheiro.
— Estou longe de ser um anjo Ella.
Com um sorrindo travesso, Estevan respondeu começando com
lentas carícias pela minha coxa, me causando leves arrepios.
— Não tinha a visto na sua forma lupina até hoje... — completou com
calma olhando para a lua, que começava a desaparecer no céu com o
amanhecer do dia.
— E o que achou.... — levantei meu olhar para ver a expressão do
seu rosto.
Meu coração se acelerou esperando sua resposta!
— Achei que eu nunca fosse dizer isso, um dia, mas estou apaixonado
por uma loba.
Não contendo nenhuma ironia. Estevan segurou meu rosto e
beijou lentamente meus lábios fazendo uma explosão de
sentimentos me sufocar ao ponto em que arfei por falta de ar.
— Estevan...
Sussurrei contra seus lábios, me virando lentamente sobre seu
corpo, coloquei minhas pernas uma de cada lado da sua cintura sem
me importar por está nua.
— Eu preciso de você agora... — mordi lentamente seu lábio inferior
passando minhas mãos pelas suas costas na medida que o empurrei
para se deita no o chão.
Fiquei por cima de seu corpo, suas mãos desceram para a minha
bunda onde Estevan apertou com força, arrancando um gemido
arranhado dos meus lábios. Minha pele está quente, percorrendo um
turbilhão de sentimentos por entre as minhas veias.
— Sinto muito por não me controlar... — ofegante abri
desesperadamente o botão da sua calça.
— Não sinta. — Estevan me olhou com malícia, suas mãos subiram
pela lateral do meu corpo até pararem sobre meus seios. — Só não
me acostume mal.
Estevan falou me puxando pelo pescoço para um quente e
envolvente beijo ao qual deixava-me alucinada.
E lá estou eu sendo consumida pela luxúria, desejo, e tesão. Assim
que a falta de ar começou a tristemente nos atingir, desço com meus
lábios beijando o seu pescoço. Éramos a junção do gelo com o fogo!
Deixei me se controlada por todos os sentimentos que me invadem!
Arfei alto assim que Estevan me adentrou de uma forma lenta me
provocando boas sensações. Como estou por cima do seu corpo,
esperei que me acostumasse com sua invasão, até começar gesticular
os quadris movimentos sensuais.
Meu corpo explodiu em uma onda de calor, tudo se tornou mais
excitante, ele está transbordando desejo, como eu, despertando uma
tola dúvida na minha mente ao qual me pergunto se Estevan também
poderia está sendo afetado pela lua de sangue. Fui tomada por uma
adrenalina, desço com minhas mãos pelo seu peitoral me
debruçando sobre seu corpo, fechei os olhos sentindo seu cheiro me
envolver com um misto de sentimentos me levando ao auge do
tesão. Rosnei baixo sentindo minha loba explodi de euforia com o
sentimento de posse. Um gemido rouco saiu dos lábios do vampiro
tentação, me incentivando a me movimentar sobre seu o corpo o
provocando.
Coloquei meu rosto no seu pescoço sentindo os arrepios
percorrer a sua pele. As mãos dele são atrevidas e passeiam pelo
meu corpo. Minha loba me tomou pela metade deixando que meus
dentes crescessem, e o mordeu sem pensar duas vezes. Estevan
apertou com força a minha bunda, dando um tapa seguidamente
forte. Gemi com os lábios entre seu pescoço.
Sorrindo, passei minha língua pelos meus lábios limpando seu
sangue que escorria da minha boca. Me sentei corretamente sobre o
seu corpo na intenção de olhar sua reação ao ser mordido, ao ser
marcado.
— Agora você é meu... — o provoquei.
Olhava fixamente para Estevan esperando que ele abrisse os
olhos, mas ele parecia relutar.
— Estevan.... — segurei seu rosto, e parei de me movimentar
esperando que ele me olhasse.
Estevan abriu os olhos. O olhei fixamente vendo que a sua íris está
negra, suspirei assim que ele me puxou para um beijo feroz onde
suas mãos ergueram minhas pernas dando agilidade para ele se virar
e inverte nossas posições ficando por cima do meu corpo.
Gemidos baixos e disparados saiam dos meus lábios, enquanto
ele me adentrar com mais força, tal ato que me fez fechar os olhos e
ir ao cúmulo do prazer. O sol começou a sobressair no céu, deixando
que a lua sumisse calmamente. Meu corpo reagia de forma traiçoeira
se rendendo totalmente ao Conde, que mesmo estando feroz,
demostrava que se entregou à mim. O marquei nessa manhã como
oficialmente meu.

***

— Eu que estou na lua de sangue e você que fica no cio? — enlacei


meus braços sobre meus seios.
Estevan não é um lobo, e se ele não se ofendesse com a
comparação, poderia dizer que é um lobo na 'lua de sangue' já que
ele está animado com esse período.
E eu achando que seria cansativo para ele. Mas Estevan parece
que não vai se desgruda um minuto sequer do meu lado, não que
esteja reclamando.
Quando voltamos da floresta, tomamos um bom banho quente ao
qual eu tive que desembaraçar a bagunça que meu cabelo virou.
Foram mais de meia hora para conseguir desembolar todos os meus
fios negros.
Mas só consegui saí do banheiro três horas depois, já que Estevan
me manteve ocupada, digamos assim. Depois fomos parar na cama, o
que resultou em mais algumas horinhas. Nesse exato momento estou
com vontade de socar essa carinha linda dele, afinal ele não me
avisou que teria que comparecer a uma reunião de um tal conselho.
Estevan só foi me falar faltando 20 minutos para o horário. Ele
parecia não ligar para isso, já que tentou me manter presa na cama
com ele. Não que fica presa nos seus braços seja algo ruim, pelo
contrário, é muito bom. Mas estou aqui para ajudá-lo, preciso ao
menos saber do que se trata. E digamos que tenho que aproveitar o
tempo que já é curto, ao qual meu corpo não está formigando ou me
causando dor.
— Dessa forma você me ofende. — sorrindo de lado, Estevan
segurou minha mão para caminharmos pelo corredor.
— Você fez com que nós atrasássemos. — rebato vendo-o revirar os
olhos.
Ele se aproximou soltando a minha mão e segurou minha cintura.
— Só estou tirando proveito. Se não me engano, a lua de sangue só
vem uma vez durante um ano. — semicerrei os olhos vendo o seu
sorriso malicioso se alargar mais.
Bufei reprimindo um sorriso.
— Talvez Lizzie esteja certa com a teoria dela. — sussurrei negando
com a cabeça o deixando com um olhar curioso.
— Só vamos acabar logo com essa reunião para voltarmos a fazer
coisas mais importantes.
Vendo que ele não iria conseguir fazer que eu adentrasse mais no
assunto da Liz. Estevan falou parando rente a uma porta.
— Fique do meu lado e tenha cuidado com o que diz. — me
alertando, ele abriu a porta.
Olhei para todos na sala, engolindo em seco com o clima pesado
que paira no ar. Os quatros homens que estavam postos a mesa
tinham um semblante sério e sombrio. Com calma Estevan começou
a me guiar para entramos na sala, um homem que estava em pé, veio
na nossa direção.
— Que bom que chegou, está difícil contê-los. — ele sussurrou para
Estevan, logo me olhou e sorriu. — Condessa, prazer, Alonso Russell.
— Prazer, Ella Johnson Underwood. — digo sendo simpática.
Logo notei a semelhança com o sobrenome do Estevan.
— Alonso é meu primo distante. — Estevan sussurrou me
respondendo, quando Alonso saiu fechando a porta da sala sem nos
olhar.
— Cavalheiros!
Com uma ironia que eu bem conheço, Estevan falou puxando a
cadeira para que eu me sentasse, logo em seguida se sentou ao meu
lado. Colocando a mão na minha coxa.
— Conde, novamente se atrasando. Mas creio que dessa vez haja um
motivo. — o mesmo homem que me chamou para dançar no baile, se
pronunciou com malícia.
Ele levantou e se serviu um pouco de bebida alcoólica. O cheiro
do teor do álcool, está forte pelo local.
— Motivo ao qual não lhe diz respeito. — Estevan rebateu o olhando
sério, já que esse cara tinha um sorriso malicioso no rosto.
— Certo! Se me permitem, farei a apresentação. Senhor George
Hutton. — apontou para um dos homens que estava à sua esquerda.
— Malcon Wentoworth, e Arnold Foost Vanrell. — completou assim
que se sentou novamente após apontar para os dois homens que
estava na sua frente. — Creio que não precise me apresentar, já fiz as
honras no baile. — neguei com a cabeça.
— Perdão, me esqueci, como se chama mesmo? — completei com
indiferença, sinto Estevan tomando uma postura mais séria ao meu
lado.
— Ohh, sendo assim, me chamo Arthur Aslen. — disse sem jeito
abaixando a cabeça.
Com calma, coloquei uma mão na coxa do Estevan sabendo que
ele está nervoso. Estevan suspirou de uma forma mais despojada,
quando continuei meu olhar com naturalidade para todos
disfarçando o que acontecia debaixo da mesa.
— Certo! Feita as apresentações. Creio que possamos começar. —
Arnold começou a dizer. — Acho que o Conde lhe informou sobre a
revolução que estamos sofrendo no sistema.
— Por abreviações, sim. — me remexo desconfortável por não saber
disso.
Estevan não me contou nada, só me disse que precisava da
minha ajuda.
— Então serei pontual e explicativo. — ele pegou uma caneta em
mãos, e começou a rodá-la por entre seus dedos me causando uma
certa agonia. — Um grupo de mulheres se revoltaram com as nossas
leis. — então esses são os idiotas que criaram a lei que permitia a
morte daquela mulher? Interessante. — Como nos garantirá que não
está envolvida com essas revolucionárias? Afinal, ajudou a líder delas
na praça do Clã! Melhor dizendo, como poderá nos afirmar que seu
pai, não está envolvido nessa pequena revolução?
Fechei minha cara e retirei a minha mão da coxa do Estevan, as
coloquei sobre a mesa, cruzando minhas pernas.
— Está me acusando? — perguntei tomando uma postura séria. — Se
me permite dizer, as leis que criaram são uma merda!
— Não sinta-se ofendida, Condessa. — o tal Malcon pronunciou-se
assim que Arnold sorriu com a minha reação. — O que Arnold quis
dizer, foi visivelmente uma pergunta retórica a qual não seria
necessária responder. Porém, seria de bom grado que soubéssemos a
verdade!
— Garanto que meu pai não está envolvido em nenhum
acontecimento do Clã.
Disse com uma certa ironia, estamos na lua de sangue, e mesmo
que seja bizarro pensar na cena dos meus pais transando. É
exatamente isso o que eles estão fazendo agora.
— Embora eu ache que as leis que criaram sejam desnecessárias, não
estou envolvida com essas mulheres.
Estevan permanecia em silêncio ao meu lado apenas escutando o
que falávamos. Sabia que se necessário ele irá intervir, mas por
imediato resolvi não olhá-lo. Sinto uma mão subir por entre minha
coxa, enfiando se debaixo do tecido do vestido que usava, sem olhar
sabia que era Estevan. Não precisaria de uma distração nesse nível,
então de uma forma discreta, retirei as mãos do Conde da minha
coxa já sentindo minha intimidade formiga de leve por causa dos
seus toques.
— É ótimo saber disso, Condessa. — Arnold começou a dizer com
desdém na voz. — Seria realmente horrendo saber que a Condessa
do Clã, está envolvida com tamanha barbaridade.
— Suas acusações proferidas diretamente a minha mulher, não estão
me agradando senhor Foost Vanrell. — Estevan disse ao olhar
seriamente para Arnold que pegou alguns papéis em um envelope
me entregando de forma séria.
Arqueei uma sobrancelha olhando para sua mão estendida.
Peguei em mãos o envelope, mas Estevan segurou meu braço com
calma me olhando assim que aproximou seus lábios para sussurrar
algo no meu ouvido.
— Acho melhor não abrir esse envelope, são imagens forte Ella. —
disse com calma, demonstrando que está realmente preocupado.
— Não se preocupe! — afirmei sussurrando, sorri-o com doçura para
ele que soltou minha mão mantendo seu olhar sobre mim.
Abri o envelope, e retirei ao todo dez imagem horrendas ao qual
fez meu estômago embrulhar. Sem sombra de dúvidas, era uma pior
do que a outra. Diversos jovens sendo torturados, mortos com
retaliação, objetos em seus olhos, boca e nariz. Cada imagem
mostrava uma forma de tortura diferente.
Coloquei as imagens viradas sobre a mesa na intenção de tentar
esquecer o que havia visto. Mesmo assustada pelo conteúdo que vi,
tentei transparecer que nada havia me afetado. Estevan notou meu
tamanho desconforto e segurou minha mão enlaçando-as por cima
da mesa.
— Como pode ver! A revolução está gerando violência. — Arthur
Aslen disse atraindo meu olhar.
— Violência gera violência! — rebati. — E nesse caso as leis que
criaram vem gerando a violência a muito mais tempo. — falei
apertando a mão do Estevan, me passando confiança.
— Está de que lado, Condessa? — com sarcasmo George Hutton
falou atraindo a atenção de todos que me olharam.
— Do lado certo. — afirmei.
Olhei para o meu vampiro tentação esperando uma relutância ou
interrupção vindo dele. Mas me surpreendi quando ele me
incentivou a continua a falar com o seu olhar.
— O que pretendem fazer? Coloca fogo nessas mulheres? Acham que
vão resolver isso dessa forma? — balanço a cabeça negativamente
olhando para todos de uma forma intimidadora. — Sinto em dizer,
mas estão piorando a situação expondo torturas em praças públicas.
Na realidade, a forma correta de dizer é, que estão priorizando o
errado. Essas mortes que estão dizendo que são causadas por essas
mulheres estão totalmente erradas. Torturar jovens desse jeito não é
a saída, porém, rebater torturando uma mulher em uma praça
pública é muito pior!
— Então o que acha que deveríamos fazer? — Arnold semicerrou os
olhos coçando sua barba por fazer.
— Já ouviram o ditado "Dêem a César, o que é de César" ? —
respondi como se fosse fácil. — É só da a elas, o que elas querem.
— Eu avisei que seria loucura, uma loba no nosso Clã, está
nitidamente colocando ideias indiscutíveis para pautarmos no
conselho. — Arthur bufou me fazendo revirar os olhos.
— Não são ideias indiscutíveis. Pelo que vejo, vocês estão precisando
de uma certa mudança nas leis, se realmente forem continuar com
esse gerenciamos no Clã. — Estevan me olhou com admiração,
continuou a dizer. — Certas mudanças são necessárias!
— Ótimo! — com ironia Arthur respondeu. — E o que faremos?
Evitei o sarcasmo, e comecei a dizer com calma evitando, deixa-me
atingir pelos sintomas da lua de sangue que começaram novamente a
me perturbar.
— As vampiras são as reprodutoras da sua espécie! Merecem no
mínimo o respeito. Se querem manter o controle da maior raça que
existe no mundo sobrenatural que são evidentemente os vampiros!
Regido por esse conselho. O certo será começa a dá voz a quem
precisa! Leis simples, mas que reconhecem os valores das vampiras
são o que vocês necessitam. Essa é a única forma de acabar com
esses ataques, e com essa revolução que está sendo gerada dentro
do Clã.
— Cavalheiros o que pensam sobre as palavras da Condessa? —
Arnold pareceu interessado no que eu falei.
— Sinceramente, acho que será uma loucura mudar radicalmente. —
Arthur comentou passando as mãos sobre seus cabelos.
— Concordo com Aslen, a essa altura mudar as leis dessa forma.
Afetaria mais o Clã, do que essas revolucionárias. — Malcon
completou parecendo analisar as palavras de Arthur.
— Não penso dessa forma, mas é algo a ser discutido. — George
começou a dizer. — Por um lado temos as mulheres que estão
começando essa revolução. É nítido que elas têm poder para atingir
todo o Clã. Pelo outro lado, a população que segue arrisca nosso
costumes não iria gostar dessa mudança. E isso geraria confusão da
mesma forma. Porém, concordo com o Conde! Já está na hora de
mudanças.
— Faço das palavras de Ella, as minhas. — Estevan pronunciou-se
depois de um bom tempo calado.
— O conselho parece que ficou dividido... — Arnold começou a dizer
rodando novamente uma caneta por seus dedos.
Alguém falar para ele que eu vou quebrar essa caneta se ele não
parar com isso?
— Só falta a sua opinião. — George o corrigiu.
— O que a vossa Condessa falou faz sentido. Mas confesso que estou
dividido. Façamos assim! O conselho irá se retirar. O Conde Estevan
terá 4 meses para resolver todos os problemas que estamos
enfrentando com as 'asas da liberdade' já que ele apoia as ideias da
sua Condessa.
Arnold disse fazendo um gesto para que todos se levantassem, ele
continuou a falar com calma recolhendo os papéis da
mesa. Permaneço sentada, se eu levantar minha intimidade vai doer,
estou me segurando para não demonstrar o quanto minha pele está
formigando. Santa lobinha, minha mãe me alertou que era uma dor
terrível, mas não imaginei que minha intimidade pudesse doer de
tamanha forma tortuosa.
— Quando voltarmos, veremos os relatórios esperando que as novas
leis que a Condessa sugerir tenham tido algum efeito. — comemorei
internamente por essa notícia. — Porém, caso contrário, faremos
uma nova regência que tomará o título do Conde. — ele finalizou.
Era evidentemente que ele queria esse título. Me levantei rápido,
mas logo me arrependi pela fraqueza que veio sobre as minhas
pernas. Me mantendo firme, com as mãos do Estevan na minha
cintura, o seu cheiro me invadiu me fazendo sentir me melhor.
— Está feito! Lembrando bem, que as leis serão criadas por mim. —
indaguei quando ele confirmou.
— Até breve! — Arnold falou, logo todos saíram pela porta
juntamente com ele. — Não se esqueçam de nós mandar as leis que
forem criadas para a aprovação. — completou olhando para trás
quando os quatro homens sumiam pelo corredor.
— Vem. — sem deixar que eu falasse nada, Estevan fechou a porta da
sala de reuniões com a chave.
— Acho que estou morrendo. — falei colocando uma mão na minha
cabeça suspirando pesadamente.
A dor ao qual estou sentindo, poderia se comparada com um
caminhão passando por cima do seu corpo.
— Se demorasse mais um minuto, eu iria expulsá-los. — afirmou me
puxando pela cintura colando nosso corpos.
— Como percebeu? — digo colocando meu rosto na curvatura de seu
pescoço.
Fechei meus olhos começando a acariciar sua nuca com calma
deixando minhas mãos irem lentamente para o local da bela mordida
que eu fiz no seu pescoço.
— Sou seu companheiro, ou já se esqueceu? — respondeu me com
divertimento na voz.
Estevan começou a me empurrar lentamente para me apoiar na
mesa.
— Esquecer? Acho que deveria ter marcado em um lugar mais visível,
deixaria mais claro para algumas vampiras não chegar em território
restrito. — sussurrei com um pouco de dor, o abracei respirando
fundo deixando seu cheiro adentrar por minhas narinas. Para ao
menos me acalmar, deixando a dor diminuir.
— Deixar uma loba me morder... a que ponto cheguei. — falou
ironicamente assim que me sentou com calma sobre a mesa ficando
entre minhas pernas.
O olhei sorrindo, Estevan passou as mãos sobre meu rosto me
analisando, já estava melhor. O que é nítido que, sim! O cheiro dele
tem o poder de me acalmar, e graças a boa Selene, minha dor
diminuiu um pouco ficando mais suportável.
— Você não se sente mal com isso não é mesmo? — o olhava com
um enorme biquininho no rosto.
Em casais de lobos é normal quando acontece uma mordida dos
dois lados, mas em vampiros não. Entenderia se isso o incomodasse.
— Não! É ótimo saber que me deseja tanto quanto eu, ao ponto de
me marcar. — sussurrou de forma maliciosa me fazendo sorrir.
Estevan me beijou lentamente, suas mãos começaram a subir por
dentro da minha roupa. Tocando de leve a minha pele, ele arrancou
suspiros dos meus lábios, ao segura meus seios por dentro do meu
vestido me fazendo suspirar, e encerrar o beijo por falta de ar.
— Como eu disse-e... você está no cio... — digo com ironia.
Sinto um sorriso se forma por entre seus lábios que tocavam
sensualmente o meu pescoço.

***

— Ganhei!! — levantei minhas mãos comemorando a minha vitória.


— Checkmate! Definitivamente, você é horrível jogando xadrez.
— Assumo que não me dou com jogos de tabuleiro. Descobriu meu
ponto fraco. — sorrindo, Estevan se apoiou na cabeceira da cama
suspirando o divertimento estampado no seu rosto.
— Está assumindo que foi derrotado por uma loba? Sua fama irá ser
arruinar. — gargalhei em uma falha tentativa de imitar uma risada
maquiavélica.
— Fama? Eu já estou rendido a uma loba, creio que mais decadente
que isso, não poderei ficar. — falou com drama colocando a mão
sobre o peito.
— Vampiro idiota! — peguei um travesseiro do meu lado e joguei na
sua direção.
— Cativante os apelidos que me nomeia. Creio que deve ter uma
lista, diga-me mais sobre isso. — sorrindo de lado, Estevan disse se
deitando apoiando suas mãos na sua cabeça.
— Minha lista é extensa, ficaria horas se fosse falar as formas que te
nomeio, carinhosamente. — ironicamente digo colocando o tabuleiro
de xadrez que estava sobre a cama, em um criado mudo ao meu
lado.
— Tenho tempo. — sorriu, me sentei ao seu lado, suspirando cruzei
minhas pernas.
— Deixe-me ver.... — brincalhona, segurei meu rosto como se
pensasse em algo sério e importante. — Vampiro idiota, vampiro
tentação...
— Esse é novidade. — Estevan sorriu ao se esquivar colocando sua
cabeça no meu colo.
— É o que eu mais utilizo. — confessei sorrindo travessa, mãos
tocaram sua bochecha indo lentamente até os seus cabelos onde
comecei a fazer cafuné.
— Posso saber de onde vem a procedência desse apelido. —
arqueando uma sobrancelha, ele sorriu fechando os olhos na medida
que minhas mãos mexiam lentamente nos seus cabelos.
— Não está óbvio? Desde o momento em que o vir no escritório da
empresa, você me provoca Estevan. — indaguei.
— Em minha defesa, não tenho culpa se relutava tanto na minha
presença. — rebateu de olhos fechados aparentemente aproveitando
as carícias.
Minha mãos estão fazendo o que sempre quiseram fazer, bagunça
descaradamente os seus cabelos. Olhei detalhadamente os traços do
rosto, não percebi o sereno sorriso que se formou no meu rosto
enquanto eu o observava. Ainda não tive a oportunidade de observá-
lo tão de perto como agora, e nesse momento percebo como a sua
beleza é cativante, envolvente e viril. Posso garantir que o meu
coração está tão rápido chegando ao ponto de se sufocante consegui
puxar o ar em meus pulmões.
Com uma delicadeza absurda, começo a contornar os contrastes
marcantes de seu rosto, com as pontas dos dedos desenhei seus
lábios, sua bochecha, sobrancelhas, sentindo o quanto sua pele era
macia, gélida, e pálida.
A respiração do Estevan tomou um ritmo mais acelerado, mas ele
não interrompeu a minha devasta exploração pelo seu rosto, e
continuou com os olhos fechados deixando que eu o tocasse sem
limites. Poderia qualificar Estevan como um ser cativante e
misterioso. O que será que ele já vivenciou? Quais as sensações que
já sentiu? O que viu? Essas eram algumas perguntas que rodeavam
minha mente enquanto olhava para o meu Estevan.
Sendo atraída por ele, me inclinei e beijei lentamente os seus
lábios o saboreando. Acaricie seu pescoço me afastando com um
selinho. Sorrindo com sinceridade, voltei a fazer cafuné. O olhar dele
parece prender o meu, isso me fez lembrar da forma sombria que ele
me olhou quando o marquei na floresta.
— Estevan? — o perguntei com calma, deixando que as minhas mãos
fossem para o seu pescoço.
— Hum? — murmurou sem se dar o trabalho de mover os lábios, ele
fechou e se entregou às minhas carícias.
— Na floresta... quando eu te marquei... seus olhos estavam negros...
— sussurrei com medo de acabar com o belo clima que está no
ambiente.
Estevan com a cabeça em meu colo, eu fazendo carinho em seus
cabelos! Até parecíamos ter anos de convivência.
— A machuquei? — ele ficou tenso sua respiração se desregulou.
Ele se virou me pegando desprevenida, ele segurou a minha
cintura com força afundando seu rosto por entre a pele da minha
virilha. De imediato, fiquei paralisada de susto. Mas logo sorri com
calma voltando a mexer nos seus cabelos percebendo que ele apenas
me abraçou pela cintura.
— Não, você não me machucou. — afirmei.
Percebo seu olhar preocupado, tentei mudar de assunto sentindo
que ele não está pronto para falar sobre isso agora.
— Me conte mais sobre você... — digo sorrindo largamente.
— Mais sobre mim? — me olhou com dúvida, mas logo vejo o
pequeno sorriso nascendo no seu rosto.
— Sim você sabe... eu conheço o Conde, mas não o Estevan. —
indaguei, ele me olhou de forma divertida.
— Os dois não são a mesma pessoa? — com sarcasmo, Estevan disse
me fazendo revirar os olhos, dando um peteleco na sua testa.
— Não são não!! O conde é o lado sério, trabalho, fama que
transmite medo em algumas pessoas.... — me interrompendo, ele se
sentou virando-se de frente para me olhar.
— Que fama de medo? Você que é a filha do Supremo aqui. —
indagou de forma divertida.
— Os humanos acham que vocês repousam em caixões... — disse
dando de ombros o vendo franziu a testa. — Não dormem, não
comem, e só vive de sangue!!
— Os humanos são idiotas? Como um ser não dormiria e nem
descansaria? — bufou parecendo ofendido. — E que diabos seria um
'repouso' em um caixão?
— Não sei!!! Mas aparentemente eles gostam de criar romances com
vampiros. Aliás, alguns realmente são envolventes. — digo me
apoiando na cabeceira da cama, estiquei meus pés ficando de frente
para ele.
Sorrir ao me lembrar que na minha adolescência mamãe sempre
me dava livros de presente, aprendi a apreciar os romances que
humanos criavam desde então.
— Não vai me conta nada sobre o 'Estevan'? — voltei a perguntar.
Ele parece frustrado com as informações que passei para ele
sobre: como os humanos qualificam os vampiros.
— Bem, o que você quer saber? — falou balançando a cabeça em
negação.
Coloquei meus pés no seu colo de uma forma folgada, e peguei
um travesseiro do meu lado para abraçá-lo.
— Não sei, me diga do que gosta... qual seu estilo musical, cor
favorita, sobre sua família... nunca ouvir falar sobre seus pais, ou se
tem algum parente por perto!! Só conheci seu primo hoje de forma
rápida e passageira...
— No momento o que qualifico como gostar, e mais do que isso se
trata de você. Não consigo pensar em outra coisa, a não ser você
quando me faz essa pergunta. — sinto minhas bochechas
ruborizarem quando ele continua com uma lenta massagem nos
meus pés. — Creio que meu tipo de música preferida seja a clássica,
cor qualificaria como vermelho. Você fica magnífica de vermelho! —
suspirei fechando os olhos sentindo a deliciosa massagem que
recebia. — Já a minha família, é algo complicado.
— Entendo de complicações. Como você mesmo disse, sou a filha do
Supremo! O que poderia se mais complicado do que isso? — digo
sorrindo docilmente, como se confirmasse que ele pudesse continuar
nesse assunto.
— Não fui criado por meus pais biológicos. — esclareceu, mantive
meus olhos atentos nele.
Eu sabia que nesse momento entraria em uma terra desconhecida
sobre o seu passado.
— Sim... — sussurrei retirando meus pés do seu colo, me aproximei
dele para segurar suas mãos.
Era nítido que esse assunto não o agrada, deixei Estevan
desconfortável e sério. Sentia sua tristeza, e isso fez com que um
enorme zelo crescesse no meu peito despertando a vontade cuidar
dele. Acariciei seus ombros subindo minhas mãos pelo seu pescoço,
me sentei no seu colo sendo invasiva, deixei que Estevan envolvesse
suas mãos na minha cintura, para tentar encontrar conforto. Não
quero força-lo a falar nada, mas de alguma forma sinto a necessidade
em que ele tem de fazer isso para poder sentir um alívio.
— É uma longa história tem certeza que quer ouvi-la? — Estevan me
olhou com um certo brilho ao qual iluminava suas pupilas. Sorrindo
acariciei sua bochecha.
— Tenho todo tempo do mundo, do seu lado para te ouvir Estevan.
— advertir ao sussurrar palavras que deixava nítido que não partiria.
Não a como partir, estou descaradamente apaixonada por um
vampiro tentação ao qual tem o poder de fritar meus neurônios. Meu
companheiro parece entender o recado, já que sorriu me segurando
no seu colo de uma forma mais confortável.
— Nasci em um século que já se faz distante... minha mãe biológica,
foi uma simples camponesa de uma linhagem de vampiros nobres
porém pura, que teve o azar em se relacionar com um 'homem'
visivelmente maligno... — dando ênfases na palavra homem, Estevan
continuou ao suspirar. — Naquela época, já se enfatizavam algumas
leis ainda mais severas sobre a aceitação de mães solteiras no Clã!
Então, se vendo sem saída a mulher que me deu a vida me deixou na
porta dos Russell's que faziam parte do conselho criado para reger as
leis dos vampiros.
Continuei fazendo lentas carícias na sua nuca o incentivando a
falar. Tentava demonstrar o máximo que as informações recebidas
não me afetará, totalmente em vão, já que estou como uma
garotinha que fez uma descoberta.
— Welles Russell, era um bom homem. — parecido perdido em suas
lembranças, Estevan sorrir ao focar o olhar em um ponto específico
na parede. — Welles Russell, e Helena Russell foram meus pais, me
adotaram e me criaram como um filho. Me deram abrigo, é um
sobrenome. Cresci tendo tudo do melhor, tudo o que aquela época
poderia me proporciona. Ao certo tive uma ótima infância! — ele
apertou minha cintura voltando a olhar nos meus olhos. — Assim que
completei uma determinada idade ao qual sabia distinguir as coisas,
descobrir que fui adotado, e que minha mãe biológica morreu na
noite em que me deixou na porta dos Russell's.
— Sinto muito... — digo em fio de voz.
Estevan apoiou sua cabeça sobre meu peito e parecia analisar os
batimentos acelerados do meu coração.
— Não sinta. Esse acontecimento não é algo ao qual me afeta. —
explicou-me mantendo sua cabeça deitada sobre meu peito, suas
mãos começaram uma lenta carícia nas minhas costas.
— Se não quiser continuar agora... eu entendo, Estevan. — o abracei,
quando Estevan me empurrou lentamente para me deitar.
— Não me entenda mal... eu quero te contar sobre a minha vida,
mas... — o interrompi colocando um dedo sobre seus lábios.
— Como disse, tenho bastante tempo para ouvir essa história. —
falei lhe roubando um beijo.
Sem insistir, me deitei novamente na cama vendo o gesto
repetitivo de Estevan, que puxou o lençol sobre nossos corpos.
Suspirei ao deitar minha cabeça no seu peitoral deixando que as
mãos dele me envolvessem. Seria injustiça com ele em tentar
prolongar um assunto ao qual estou vendo que o deixa afetado de
forma frágil. Na hora certa sei que Estevan vai me contar e se abrir
totalmente comigo, para que eu o ajude a fechar essa ferida imensa,
que ele tem no coração. Nesse tempo com Estevan, conseguir
entender perfeitamente que a sua fama de cruel e sanguinário não é
verdadeira. Ele se mostrou bastante compreensivo e prestativo, vejo
isso quando ele deixou de lado seus afazeres para me dá
atenção.Vejamos hoje, passamos a manhã toda na floresta, depois a
reunião com o conselho e logo mais Estevan ficou comigo à tarde
toda mesmo que não fizéssemos amor, já que depois do escritório
meu corpo até agora se manteve normal. Ele pareceu despertar
interesse pelas minhas vontades! —isso me deixa mais rendida a
ele.Talvez eu o ame, talvez o amor que esperava achar como o dos
meus pais esteja bem na minha frente.
Ousaria dizer que é até melhor, afinal, sentir é algo diferente do
que simplesmente falar, ou ver!
— Estevan? — perguntei o fitando como uma criança. — Você teve
um irmão.... certo? Mamãe me contou que teve... e o que aconteceu,
não quero insistir nesse assunto, mas fiquei curiosa já que disse que
os Russell's não são seus pais biológicos.
— Tyler Russell nasceu assim que entrei para a fase adulta. Depois de
um bom tempo, só tínhamos um ao outro. E mesmo que não eu
tivesse o sangue dos Russell's, Tyler era o meu irmão! — ele fechou
os olhos e continuou a dizer, dessa vez, percebi que essa perda o
afeta. — O que aconteceu com ele foi lastimável! Estava no lugar
errado, na hora errada. Não culpo seu pai por ter o matado, Tyler
estava hipnotizado por Eliza Johnson, e mesmo ela tendo justamente
um fim. O que está feito, não tem volta!
— Sinto muito... — voltei a repetir a mesma frase que fiz sobre a
perda de sua mãe, e dessa fez Estevan suspirou quando eu escutava
os lentos batimentos de seu coração.
— Não sinta... as circunstâncias do passado me tiraram um irmão,
mas as consequências do presente me deram você. — disse me
fitando, me estiquei sobre ele dando um lento beijo nos seus lábios,
dessa vez, sinto o seu coração se acelerar.
Apoiei minha cabeça na curvatura do seu pescoço, deixando um
lento beijo na sua pele onde havia o mordido. Fechei os meus olhos,
e me ajeitei confortável estando envolvida nos seus braços.
— Descanse, daqui a pouco você terá mais trabalho. — sussurrei no
seu ouvido mantendo meus olhos fechados.
Não havia mais dúvidas na minha mente, eu realmente estou
amando o Conde Estevan Russell.
Capítulo Trinta Quatro

Nós jogamos na imensidão, se submetendo a uma possível


renovação!
Sentimos à exaustão, que leva nossa alma sem compaixão.

Mih Franklim

Estevan

— Já foi enviado o relatório que a Condessa fez para o conselho. —


Alonso entrou no meu escritório, suspirei por sua petulância.
— Certo! — continuei a ler atentamente alguns projetos que recebi
de Willians, já que ele está novamente na gerência da minha
empresa.
— Conde?
Continente olhando fixamente para a tela do notebook,
esperando que ele falasse algo, como isso não aconteceu, bufei e o
olhei.
— Diga — não estou com paciência.
— Como pediu, passei a revisão antes de enviar as leis. Se me
permite dizer, elas são completamente ousadas, acho que estão
exagerando no nível... — apenas levantei uma mão o cortando e
voltei o meu olhar para a tela do notebook.
— Não acho adequado discutir esse tipo de coisa com você, Alonso.
As leis foram rigidamente criadas e sugeridas pela vossa Condessa,
não irei mudar nada do que foi falado. Se o conselho não aprovar,
isso já não será mais problema meu.
Advertir esperando que Alonso saísse, o que não aconteceu. Ele
continuou parado na minha frente com um olhar duvidoso.
— É o seu título de Conde que está em jogo, Estevan. — rebateu.
Notei que ele está preocupado, Alonso é a única família que ainda
tenho viva. Ou somente o único que possui sangue dos Russell's de
verdade vivo.
— Sim, e? — o olhei cruzando minhas mãos sobre a mesa.
— Como? Não acho que Welles ficaria feliz em saber que colocou
tudo a perder por causa de uma loba? Não se ofenda, ao menos
demonstre interesse em proteger seu próprio cargo. Meu tio deu
duro para conseguir fazer parte do conselho, ele sem dúvidas teria
orgulho de quem você se tornou, então, não o decepcione Estevan.
— Alonso parecia confuso, mas manteve a postura.
— Não se preocupe quanto a isso. Tenho total confiança na Ella para
realizar a tarefa que lhe foi direcionada. — sem prolongar muito o
assunto, disse com calma, começando a imprimir alguns relatórios.
— Você deveria ao menos orientá-la. Estevan, pense bem no que
está fazendo! O conselho é capaz de apoiar essas leis, apenas para
criar uma revolução maior e te destruir por completo. Seja mais
prudente, ao menos direcione sua mulher para saber como as coisas
funcionam por aqui. Não estamos em uma alcateia, já pensou no
impacto que essas leis causará?
Céus, ele está me irritando. Obviamente que já pensei em tudo
isso, mesmo que algumas leis criadas pela Ella sejam impactantes,
apoiei uma mudança a qual me submeti arriscar.
— Como você mesmo disse, não estamos em uma alcateia, e é
justamente por esse motivo que está acontecendo esse tipo de
revolução. Precisamos de uma mudança no regime, de qualquer
forma, isso irá causar um impacto de todo jeito. — afrouxei minha
gravata me levantando indo na direção de uma garrafa de uísque.
De certa forma entendo o raciocínio do meu primo. As leis vão
realmente causar um impacto no Clã, sejam eles positivos ou
negativos, estamos jogando às cegas com o resultado. Pelo outro
lado, estive com Ella durante todo o processo da criação das leis, e
mesmo sabendo que algumas são totalmente alarmantes contra
nossos costumes. Precisava demonstra a ela que não a machucaria, já
que ela ficou ressentida com a cena que viu assim que chegou no Clã.
— Sei dos riscos que estou correndo. Mas confio nas leis que a minha
mulher trouxe para nosso Clã! Ella cresceu em um ambiente de
'negócios' tenho certeza que não precisa da minha orientação neste
nível, Alonso.
Logo após me servir, voltei para minha cadeira, retirei meu blazer
e o coloquei sobre o ombro da cadeira, me sentando novamente
mais relaxado com o uísque em mãos.
— Perdeu o juízo? E se você perder seu título Estevan? — Alonso
parecia me analisar com vigor.
— Então será uma perda lastimável. — completei sorrindo com uma
certa ironia.
Talvez Alonso esteja certo. Eu realmente devo ter perdido a
noção do juízo. Mas está decidido, perderei o juízo, perderei meu
título, mas não perderei Ella.
Capítulo Trinta Cinco

Um coração disparado,
Uma alma dilacerada,
Um final premeditado,
Nos leva ao fim do recomeço de uma longa jornada!

Mih Franklim

Os dias se passaram tão rápido que nem tivemos tempo para


pensarmos em outra coisa que não seja: a criação das leis, e a lua de
sangue. Nossa rotina se resume em trabalho, sexo, sexo, sexo e
trabalho. Essa é a forma mais rápida que se tem para descrever esses
dias. Estevan saí constantemente para resolver o que ele nomeia
como: ataques de meta. Enquanto eu ficava no seu escritório
restabelecendo, estudando, e modificando as leis do Clã. No geral ele
não expressa muito sua opinião sobre as leis que faço, e isso sem
dúvidas é de total bom grado visto por mim. Já o Clã, ao que sabemos
não está reagindo muito bem com a chegada de uma loba, ainda
mais uma loba que ficará ao lado do Conde! Detalhes a parte, não
ligo muito para isso, estou focada em apenas fazer o que fui
designada.
Não tenho tido muito contato com Elena, mas sei que o
julgamento do seu pai já foi marcado, sua irmã está morando no seu
apartamento por ordem judicial temporária. Não me levem a mal,
acho adequado Elena cuidar dela, já que a sua mãe nunca tomou
uma decisão sólida, nem mesmo quando aconteceu com a Elena.
Allan e Alice me parecem bem. As coisas estão fluindo com
naturalidade na empresa. Já sobre minha família, não tive muitas
novidades porém, de acordo com Lizzie ela vai esperar o mais novo
bebê da família Underwood nascer e só quando ele ou ela completar
dois anos que vai se casar.
Ao que me parece, Lizzie já está na sua casa e do Izaac. Como
sempre, a lua de sangue fez com que eles tomasse medidas rápidas,
—tenho certeza que o motivo de sua rápida mudança foi esse—. Já
Chloe, tomou a decisão de ir embora hoje! Para seu azar, Derek
apareceu no dia inicial da lua de sangue, mas como ela havia o
rejeitado, o efeito não foi o mesmo. Meu pai ficará como o Supremo
até a volta da minha irmã, que está prevista para daqui alguns anos.
Mesmo estando triste com a sua partida, sei que é necessária!
— Tudo está pronto, agora você só precisa assinar tudo isso.
Me debrucei sobre a mesa do escritório do meu Estevan, e o olhei
sorrindo! Estou cansada, para falar a verdade exausta.
Passei a noite vidrada na tela de um computador criando um novo
estatuto ao qual mulheres vampiras tivessem ao mínimo 45% dos
direitos igualados. Precisava terminar tudo para ficar com essa noite
livre, vou me despedi da Chloe. E garanto, não é fácil criar leis, ainda
mais por serem feitas em cima das leis humanas, já que é a maior
população que habita no nosso planeta.
Ao pensar que Estevan seria de Chloe...
Balancei minha cabeça jogando para longe esses
pensamentos. Dei a volta na mesa, deixando que meus dedos
deslizassem de forma lenta sobre a madeira envernizada. Estevan
está bem disperso, ele nem me ouviu corretamente, de uma forma
sensata, retirei as mãos dele que está debruçada sobre a mesa.
Ele aparenta ter um olhar sério. Um suspiro alto saiu dos seus
lábios assim que me sentei sem ser convidada no seu colo,
finalmente minha presença foi notada.
— Pode por favorzinho, me dá um pouco de atenção. — digo o
fitando.
Um sorriso malicioso nasceu no seu rosto. Estevan começou a da
indícios que tiraria sua roupa, suas mãos começaram a afrouxar sua
gravata.
— O que está fazendo? — o perguntei de forma duvidosa.
— Você disse que queria atenção en...
Minhas bochechas tomaram cor, dei um pequeno tapa no seu
ombro tentando me elevar do seu colo sendo impedida por suas
mãos que agarraram minha cintura.
— Vampiro idiota, estava me referindo as minhas palavras! É para
prestar atenção no que falo. — revirei os olho cruzando minhas mãos
sobre meus seios. — Você está o dia todo por trás desses arquivos. —
completei olhando para a tela do notebook.
— Não faz nem uma hora que sair do quarto, Ella. — ele falou. — E
não são arquivos minha lobinha. — Estevan se endireitou, ficando
mais confortável para que eu ficasse no seu colo.
— O que são esses pontinhos? — arquei uma sobrancelha olhando
fixamente para a tela do notebook.
Sinto meu coração se acelera, pelo visto Estevan também sentiu,
já que apertou com mais força a minha cintura e deixou um rápido
beijo na minha nuca. Me debrucei sobre a sua mesa para reparar
bem as imagens na minha frente. De forma amplificada na tela, há
um mapa, e sobre ele pequenos pontos destacados em cores
diferentes marcando um local. Ao lado de forma minimizada, a
diversos números que não tem nexo algum. Deixei meu olhar
percorrer pela sua mesa de trabalho, e me assustei ainda mais
quando vejo diversos horário anotados na sua agenda, por toda a
mesa havia fotos de câmeras de ruas com a imagem de um homem
distorcida, do lado está à imagem das fotografias dos assassinatos
que me fizeram o fita.
— Ella, isso... — Estevan sentiu minha dúvida e meu espanto através
de nosso ligação, ele tentou rapidamente se explicar, o cortei.
— Estevan, isso são coordenadas? Lugares, datas... é a vida de uma
pessoa. — arregalei os olhos esperando uma explicação.
— Sim, Ella. — confirmou no momento que peguei sua agenda.
Estevan parecia estar obcecado, tem anotação marcando data,
hora e o até mesmo lugares, e a vida de uma pessoa desde 2006.
Estevan estava investigando o passado de alguém de uma forma
tremenda, mas quem?
— Juro que estou tentando entender, mas não estou conseguindo.
São anotações desde do ano de 2006, Estevan! — indaguei com
calma, embora totalmente séria.
— Estou tentando pegar quem está por trás disso! — falou pegando
as fotos das vítimas do grupo asas da liberdade.
— Como? Mas já sabemos quem são. — um enorme ponto de
interrogação se formou no meio do meu rosto, de repente pareço
levar um baque que me sacudiu.
Então tudo começou a fazer sentido.
O grupo asas de liberdade é apenas uma fachada. Santa lobinha
como não me toquei? As mulheres revoltadas, o impulso que teve
em tão pouco tempo. Estava óbvio, mesmo que essa revolução viesse
acontecer algum dia, levaria tempos para organizar tudo isso. Não
seria assim, não de uma forma tão bem organizada. Pego uma das
fotos que tinha a imagem de um homem de costas, essa fotos era
diferente! Não tirada por câmeras de ruas como as outras, a imagem
era boa embora pareça bem antiga e tenha ao lado a data de 1888.
— Você o conhece... — afirmei ao suspirar.
— O conheço!
Respondeu-me envolvendo suas mãos de uma forma confortável
na minha cintura, ele começou a acariciar minha pele por baixo da
minha blusa enquanto eu mantinha o olhar fixo para o homem que
estava de costas naquela foto. Minha pele se arrepiou sentindo,
minha loba ficar em alerta simplesmente com aquela imagem fui
capaz de captar a energia negativa daquele ser.
— Porque acha que ele está por trás do grupo asas da liberdade? —
minha voz saiu baixa, mas tenho a certeza que Estevan escutou.
— É um velho inimigo meu... faria de tudo para me destruir. —
completou sem entrar em muitos detalhes.
— Porque ele quer destruí-lo? — digo com calma me levantando do
colo dele.
— Porque nasci. — sendo direto, disse ao desviar seu olhar do meu.
Ele levantou-se e juntou os papéis organizando toda a bagunça.
— Como? Isso não tem lógica, tem que haver algum sentido mais
concreto... — arqueei uma sobrancelha, Estevan olha para uma das
fotos, de uma forma fria, que me fez arrepiar. — Estevan?
— Oi.
Ele jogou a foto sobre a mesa, e se sentou novamente suspirando
frustrado.
— Santa lobinha, você está ficando obcecado nisso. Pelos céus, não
me diga que as suas saídas são para caçar esse homem sozinho?
Fechei a cara, e cruzei meus braços nos meus seios indagando
seriamente. Era óbvio que ele estava colocando sua vida em risco
para caçar seja lá o que é isso.
— É complicado.
Disse afrouxando sua gravata, em seguida abrindo todos os
botões da sua camisa. Se Estevan tivesse ao menos uma noção de
como fica fazendo essas coisas, ele já teria dominado o mundo.
— Não, na verdade não é não! — suspirei. — Você está colocando
sua vida em risco. — alertei parando na sua frente com os braços
cruzados, me sentei na mesa empurrando a papelada para o lado,
fechei o notebook em seguida. — Por favor, não procure mais, seja
lá o que for isso...
— Entendo sua preocupação.
Ele se aproximou e colocou suas mãos apoiadas nas minhas coxas,
ficando por entre as minhas pernas sentado em sua cadeira.
— Mas é algo necessário, preciso resolver logo esse assunto que é de
tempos.
Bufei, toquei seus cabelos, ele deitou a sua cabeça no meu colo
sentindo minhas carícias.
— Então me leva com você. — disse firmemente.
— Não vou colocar você em perigo, está fora de questão. — suas
palavras me fizeram recuar.
Estevan tem essa dominância sobre mim, assim como todo Lobo
tem sobre a sua companheira.
Estranhamente não somos um casal de lobos!
— Não seja idiota, Estevan. — advertir engolindo em seco, minha voz
saiu baixa, mas com toda certeza ele escutou perfeitamente.
— Ella. — ao certo acho que foi a primeira vez que Estevan falou meu
nome com tanta frieza.
— Me colocar em perigo? Esqueceu que me marcou? Se você morrer
eu também vou, vampiro idiota! — esbravejei entre dentes ainda
recuada, porém sendo mais firme.
— Não sabemos se será assim. Somos um casal diferente, se tivermos
sorte, isso não acontecerá. — falou com mais calma, ele parecia está
tentando se controlar.
— Eu sou uma boa loba rastreadora Estevan. Fui treinada pelo meu
pai desde que me entendo por gente, se você me lev... — ele me
interrompeu levantando se.
— Não, Ella. — voltou a dizer me dando as costas andando pelo
escritório com as mãos na cabeça.
— Estevan me escuta! — minha voz saía quase como uma súplica,
Estevan tinha que me levar nessas buscas por esse cara. Ele precisa
me contar mais sobre isso!
— Eu já disse que não, Ella! — sua voz foi mais rigorosa.
Vendo como ele estava ofegante, tentou uma aproximação, mas
ele virou o rosto para o outro lado, não deixando que minhas mãos o
tocasse.
— Estevan...
Dessa vez, estou preocupada. O vejo se apoia em um armário.
Sua respiração está ofegante. Sinto meu coração palpitar
descontrolado! Comecei a ir lentamente na sua direção para tentar
acalma-lo, ignorando todo o vestígio de medo que meu corpo
indicava.
— Balder é perigoso, não vou envolve você nisso. — ainda de costas,
Estevan disse com uma voz um pouco mais grave.
— Estevan olhe para mim... — sussurrei parando atrás do seu corpo.
Com um alto suspiro, Estevan se virou e abriu os seus olhos
marejados. Santa lobinha, ele vai chorar?
— Por favor, não vamos discutir sobre isso. — com mais calma, ele
suspirou pesadamente colocando suas mãos no meu ombro. — Você
se tornou basicamente tudo o que tenho... não posso te perder em
uma batalha, com Balder...
— Estevan... quem é Balder? Nunca vi você temer alguém, não como
está temendo esse ser sobrenatural.
Estevan direcionou minha cabeça para se encostar no seu peito
deixando suas mãos me apertarem lentamente em um amoroso
abraço.
Santo Lobo, como eu amo esse vampiro idiota.
— Eu nunca temeria Balder, Ella. — advertiu me abraçando com
força. — Nunca até você aparecer.
Suspirando lentamente, ele cheirou meu pescoço, pressionado
meu rosto no seu peito.
— Está escutando... — sussurrou. O som dos batimentos do coração
do Estevan estão acelerados. — Meu coração não pode bater, Ella, eu
sou um vampiro.
— Mas... como — indaguei curiosa.
Estevan está com os batimentos acelerados e poderia escutar-los
do outro lado da cidade.
— Ele só bate quando se trata de você Ella! Não me peça para acabar
com isso de uma forma dolorosa. — sua voz tinha amargura e
tristeza, sem dúvidas meu coração está tão acelerado quanto o dele.
— Estevan.
Levantei meu rosto para olhar seus olhos. Nunca tinha o visto
dessa forma, Estevan com os olhos vermelhos, pupila dilata, e
transparecendo uma feição séria, mas ao mesmo tempo de
preocupação e tristeza.
— Ella, Balder pode conseguir tirar tudo de mim, mas não permitirei
que ele tire você. Tenho a certeza que ele vai querer feri-lá para me
atingir. Por isso preciso detê-lo.
Ele segurou o meu queixo, apenas suspirei sentindo sua tensão.
—Ele não vai tirá-la do meu lado, isso é uma promessa. — sussurrou
colando nossas testas.
— Estevan...
Fechei os olhos sentindo uma explosão de sentimentos dentro do
meu ser. E nesse momento só quero ficar ao seu lado para mostrar
que tudo está realmente bem.
— Estou ao seu lado, seus inimigos, são meus inimigos agora.

***

Minha conversa mais cedo com Estevan foi realmente marcante


assim por dizer. Era nítido que esse tal Balder afeta ele de uma forma
tremenda. Então cuidei para que ele se acalmasse, agora ele está no
banho. Convencê-lo a não trabalhar pelo resto da tarde não foi tão
difícil quanto achei que seria.
— Tomara que eu esteja fazendo o que é certo... — sussurrei
olhando fixamente para a porta da sacada, tendo a visão de todo o
quarto vazio.
Aproveitando a sua demora no banho e resolvi buscar
informações sobre Balder. Se esse ser deixa o meu vampiro tentação
nervoso, deve que ele é muito perigoso. De primeiro pensei em ligar
para a Lizzie já que ela tem acesso ao escritório do papai com mais
frequência, ela poderia ter visto algo relacionado com esse nome por
lá. Depois pensei em ligar para a Chloe! Minha irmã iria se torna a
futura Alfa Suprema, e talvez soubesse quem seja esse Balder.
Porém, tive a ideia de ligar para uma pessoa que sem sombras de
dúvidas saberia me dizer quem é esse ser sobrenatural que está
deixando Estevan nervoso. Meu pai, é óbvio!
— Alô. — papai me atendeu com uma voz de sono.
Semicerrei meus olhos, ainda escutando o barulho da água caindo
no banheiro.
— Oi pai. — sussurrei para que Estevan não me escutasse.
— Ella? Porquê está sussurrando?
— Pai, não tenho muito tempo, preciso que me ajude com algo. —
mantive meu olhar para a porta do banheiro, enquanto escutasse o
barulho da água caindo, tudo estava indo bem.
— O que aconteceu? — ele exclamou fazendo com que tapasse o
microfone do telefone devido à sua voz alterada.
— Quem é Balder? Especificamente o que ele é? — sem explicá-lo,
digo sendo direta, preciso desligar antes que Estevan escute.
— Como sabe sobre Balder? — a voz do meu pai passou de
preocupação, para curiosidade.
— Papai, seja rápido! — indaguei impaciente.
Já não escuto mais o barulho da água.
— Balder é o braço direito do deus do submundo. Um demônio! Ella,
pergunte ao Estevan, não saia investigando a vida dele sem que ele
queira lhe falar. Se ele não contou para você, obviamente não foi o
momento certo ao qual ele se sinta preparado para dizer. O passado
de um homem misterioso, cabe somente a ele revelar.
Meu pai disse com suavidade.
— Até mais minha filha, nos dê notícias.
Sem deixar eu responder, ele desligou o telefone.
Meu pai deve saber o que esse Balder significar para Estevan, —
ele nunca o defenderia assim—. Em todos esses anos nunca vi ele
agir com tanta cautela, é impressão minha ou Francis
Underwood defendeu Estevan?
Capítulo Trinta Seis

Nosso maior desafio,


Se tornou não nos enganar!

Mih franklim

Estevan

Ella está começando a entrar em uma área da minha vida que não
me orgulho. Sei que devo contar para ela quem sou, especificamente
o que sou. Mas sinto que esse não é o momento! Balder está por
perto. A qualquer momento ele irá saí por detrás das sombras
astutamente como sempre fez. Estou assustado ao descobrir que
Balder está na terra desde 2006, sinto que estou perto de encontrá-
lo.
— Merda!
Dei um soco na parede do banheiro fazendo com que os azulejos
trincassem. Fechei os olhos e deixei a água cair pelo meu corpo na
tentativa de me acalmar. Meu lado demônio está mais forte, tudo
culpa da visita do meu pai. O motivo é meio óbvio! Balder sempre
tentou me destruir, mas nunca conseguiu, até agora. Ele já deve sabe
da existência da minha lobinha, a única que pode me levar para as
ruínas facilmente. É óbvio que percebi que o meu querido pai, está
rodeando a Ella.
Se ele conseguir pôr as mãos na minha Ella, o meu fim será certo.
Vou perder a cabeça, e meu lado demônio se mostrará para todos do
Clã. Em seguida, todos iriam perceber que Selene só castigou a raça
dos vampiros por minha culpa, não necessariamente!
O castigo veio porque um demônio, comandava o Clã. Eu nunca
concordei com esse castigo injusto, permaneci no título de Conde por
teimosia perante a deusa lunar. Digamos que um demônio não é o
grande orgulho de Selene, já que os demônios não são fiéis aos
deuses. Ironicamente Selene juntou uma loba com um vampiro.
Antes me praguejava pela deusa consegui controlar o meu lado
vampiro, —hoje não ligo—. Meu lado vampiro me deu a Ella.
Esse também foi um dos motivos ao qual Francis tomou empatia
de mim. Antes de me rebelar contra as lei que não deixaria eu me
tornar o Conde, por causa do meu lado demônio, éramos conhecidos
das noitadas.
Francis ainda era o Supremo que estava restabelecendo sua
conexão com Selene, já que havia perdido o controle da magia
branca e negra por culpa da Johnson. Ele se tornou um bom filho da
deusa da lua seguindo todas suas regras a risca, desse momento em
diante. Os vampiros eram igualados aos lobo, e embora sempre
houvesse os desentendimentos de ambas raças, vivíamos em paz, o
Supremo e o conselho conseguiam domar a situação. Essa também
foi a época que descobrir que era adotado, e que tinha meu lado
demônio. Depois lutei pelo meu direito de se um Russell, e entrei
para o conselho sendo elegido como Conde.
O início da confusão, comprei briga com o Supremo, o Francis.
Ele defendeu o que acreditava a mando por Selene, enquanto eu,
lutei pelo o que achei certo julgado por mim. Não seria uma deusa
lunar que poderia qualificar como sou, Selene me julgava um ser não
honroso para comandar os vampiros, e castigou a todos que não são
de uma linhagem pura, os condenando a beber sangue humano
constantemente. Francis então se emancipou do conselho criando
um tratado comigo em memória da nossa antiga amizade, ele não iria
interferir nas minhas decisões, e os vampiros não interfeririam nos
assuntos dos lobos.
Com o tempo a velha rivalidade só cresceu. Assim vivemos por
séculos até Antonella aparece, e mudar um pouco as coisas.
Balder estava pelas redondezas, quase o encontrei a dois dias
atrás. Odeio o fato ao qual estou o seguindo, parecendo um jogo de
gato e rato, mas sei que ele está por trás desses ataques de alguma
forma manipulando tudo. Em todos meus anos de vida nunca
tivemos de fato um bom encontro.
— Ella tem razão... — fechei os olhos e desliguei o chuveiro.
Se eu continuar pensando tanto nisso, vou enlouquecer e perder
as extremidades da minha consciência.
Escutei a Ella sussurrar um palavrão de baixo escalão. Ela está
frustrada, enrolei uma toalha na minha cintura, e saio do banheiro
para ver se tudo está bem com a minha lobinha. Ela usou seus dotes
para me tirar do escritório, não estou reclamando.
Caminhei até a sacada do nosso quarto vendo-a debruçada sobre
o vidro. Ella está silenciosa, e pensativa.
— O que aconteceu?
Ella deu um pulo, pelo susto que levou ao não ter notado minha
chegada. Sorrir de forma travessa apoiando meu rosto no seu ombro
deixando que seu suave cheiro invadisse minhas vias respiratórias
como uma droga, assim que a abracei por trás.
— Você me assustou! — admitiu e colocou uma mão no seu coração.
— Desculpas, não foi minha intenção. — digo com a voz baixa.
Não havia motivos para estragarmos esse belo momento, aonde
vemos com calma o pôr do sol.
— Estevan? Estevan! — demorei a perceber que ela me chamou.
— Hum?
— Você está só de toalha? — ela se virou de forma rápida para trás,
me analisou e rosnou baixo entre dentes. — Vá vestir uma roupa, vai,
vai. — Ella começou a me empurrar levemente para dentro do
quarto, mas eu não sair do lugar.
— Ella. — revirei os olhos não contendo, o divertimento no meu
rosto.
Não entendo o que deu nela justamente agora, mas confesso que
isso me divertia.
— Se você não vestir uma roupa agora, eu vou te matar. — entre
dentes, Ella disse nervosa.
Não consegui conter o sorriso irônico, coloquei minhas mãos na
sua cintura dando um pequeno beijo nos seus lábios sem ligar para a
leve vermelhidão que começava a surgir nos seus lindos olhos azuis.
— Calma lobinha, só estamos vendo o pôr do sol. Eu e você, não tem
porquê ficar dessa forma! — advertir sorrindo um tanto malicioso, a
abracei.
— Vá vestir uma roupa, antes que eu mate você e essa vampira
quenga. — a voz dela está séria, ela parece tensa.
Olhei em volta até ver o motivo do seu nervosismo. Samantha está
saindo da nossa residência com algumas caixas nas mãos. Depois da
Ella ter começando a me ajuda nos negócios, não era muito
necessário seus serviços, agora ela tem horários e tarefas diferentes.
Dês do momento que Ella viu Samantha, percebi que as duas não se
dariam bem, e até entendo o ciúmes da Ella, mas garanto que não
tem motivos, eu só tenho olhos para ela.
— Você fica adorável com ciúmes. — sussurrei depositando um beijo
contra a pele do seu pescoço sorrindo.

— Não me provocar. — advertiu suspirando fundo.


Ella parece tenta se controlar, mas é nítido a sua. Olhei para a
Samantha que mantinha o seu olhar analisando a cena. Um sorriso
malicioso nasceu no meus rosto ao ter a ideia de mostrar para Ella
que não ligo absolutamente para outra mulher, que não seja ela.
Quebrando o olhar com Samantha, apertei a bunda da Ella ganhando
um leve tapa nas costas, já que Ella mantinha-se agarrada ao meu
corpo em um belo abraço.
Beijei seu pescoço por cima de minha mordida. amo o fato de
saber que ela é minha, só minha e de mais ninguém.
Minhas mãos entraram pela sua blusa e começaram a deslizar nas
suas costas despida, sinto a maciez da sua pele. O clima fica mais
quente, —hum, ela está sem sutiã! O seu cheiro se intensificou, ela
está novamente sobre os efeitos da lua de sangue, bastante
excitada.
— O que pensa que está fazendo? — sua voz tem uma entonação
duvidosa, e ofegante.
— Mostrando para você que não me importo com outra. —
sussurrei.
Samantha poderia ver uma cena e tanto, porém prefiro evitar.
Começo a andar de costas puxando a Ella lentamente pela cintura
para entrarmos no nosso quarto, eu a quero, preciso estar dentro
dela. Sem ter paciência, desço minhas mãos pelas costas da Ella até
parar na suas coxas onde a puxei, para cima enlaçando suas pernas
na minha cintura.
— Nem pense em virar de costas para Samantha, ela vai ficar
olhando a sua bunda. — sem conseguir me conter, rir altamente
saindo da sacada na minha velocidade sobrenatural tendo Ella nos
braços.

***

— Está linda! — a olhei, ela parece indecisa sobre a roupa que está
usando.
— Não sei... estou achando esse vestido muito formal para um jantar.
— ela se aproximou do espelho e jogou o cabelo para o lado. —
Tenho a sensação que estou arrumada demais.
— Qualquer roupa que você usa, ficará ótima. — complementei me
apoiando nosso closet.
Ella vestia um belo vestido preto que ia um pouco abaixo do
joelho, não é muito decotado e só marca suas curvas até a sua
cintura. Embora o vestido não seja uma peça sensual, somente por
está nela se torna uma roupa que transborda sensualidade.
— Não gostei da ideia do jantar na casa dos meus pais, tem certeza
que quer ir? — me perguntou vindo na minha direção para irmos.
— Está mesmo me perguntando isso? — arqueei uma sobrancelha a
olhando de lado, apoiei minhas mãos na sua cintura começando a
guiá-la para sairmos do quarto.
— Eu sei como meu pai pode ser... digamos, desagradável às vezes.
Falou se virando para ficar na minha frente, logo suas delicadas
mãos ajeitaram a minha gravata.
— E digamos que nosso último jantar em família, foi um desastre. —
sorrir com seu comentário envolvendo sua cintura para sairmos do
quarto.
— Não considero um desastre, os jantares da sua família são
emocionantes! — com ironia, dizia fazendo Ella sorrir negando com a
cabeça de forma discreta.
Começando a descer as escadas do segundo andar, arqueei uma
sobrancelha vendo a Samantha entrar alterada na minha casa.
— Conde! — Samantha está ofegante, com uma cara de apavorada.
— O que houve?
Ella arqueou uma sobrancelha analisando Samantha.
— Outr-o... — Samantha parou de falar e puxou o fôlego. — Está
havendo um ataque!! — disse colocando as mãos nos quadris e
tentando se acalmar.
— Onde?
Ela ficou rígida ao meu lado, deu um passo para frente olhando
Samantha de uma forma fria para que a mesma falasse logo.
— No orfanato Condessa. — Samantha evitou olhar para Ella
tentando recobrar a calmaria no seu corpo, já que é nítido o
desespero transparecendo dela.
— Estou a caminho! Mande os vampiros de ataque para o local. —
acenei com a cabeça para Samantha que começou a subi as escadas
no direção do meu escritório.
— ESPERA!!! — Ella gritou para ela fazendo-a olhar para trás. — Avise
para capturarem as mulheres sem machuca-las. — ofegante, Ella
disse começando a caminhar até a porta.
— Conde? — Samantha me olhou como se perguntasse se era para
fazer o que Ella havia dito. Suspirei segurando o braço de Ella
impedindo a de sai pela porta.
— Você ouviu sua Condessa, vá logo. — digo entre dentes voltando
meu olhar para a loba enfurecida do meu lado.
— Me solta Estevan, vamos logo! — disse tentando se desviar das
minhas mãos.
— Você fica.
A virei para o lado oposto da porta, mais ela tentou passar por
mim. Sendo mais rápido do que Ella, sair para o lado de fora e a
tranquei.
— ESTEVAN — ela está irada. Sei que Ella irá me matar quando
voltar.
— É para seu bem meu amor. — digo baixo com o rosto rente a
porta, mas recebo um rosnado em troca.
— EU VOU TE MATAR. — Ella bateu compulsivamente na porta.
Suspirei e me virei de costas para me afastar, até que um rugido alto
preencheu o ambiente.
— Merda, havia me esquecido disso. — suspirando fundo, voltei a
olhar para a porta já sabendo que ela iria para o chão.
Um som de pegadas fortes preencheram o ambiente, depois um
baixo uivo me fez afastar um pouco mais da madeira da porta que
parecia saltitante. 3..2..1, e a porta voou para o chão saindo entre a
poeira que surgiu, a loba negra da Ella. Os olhos vermelhos dela me
encararam, ela rugiu pulando em cima de mim me derrubando no
chão, Ella manteve suas patas pressionadas no meu peito rugindo
altamente ao demonstrar sua raiva por ter trancado-a. Fechei os
olhos pelo barulho estridente que me deixou incomodado.
Rapidamente, ela pulou para o outro lado começando a correr na
direção do orfanato, me deixando caído no chão sem reação.
— Droga de mulher teimosa!
Esbravejei bufando, vi que Ella já está longe, comecei a segui-la
com a minha velocidade sobrenatural revirando meus olhos.

Capítulo Trinta Sete

Sentimentos controlados pelo momento


Costuma nos meter em enrascadas,
Ciladas que dificilmente são desfeitas
Como uma manhã nublada!

Mih Franklim

Raiva, muita raiva! Já disse que Estevan tem seus momentos idiotas
ao qual me deixa com vontade de matá-lo. Na realidade me pergunto
porquê não fiz isso. Assim que ele me trancou, minha loba me tomou
arrebentando a porta de entrada.
Reconhecemos que —Estevan é o nosso vampiro idiota— sinto
minha pelagem contra o vento, ainda o olhava seriamente vendo
dentro de seus olhos azuis o reflexo da minha imagem em forma
lupina.
Rosnando de uma forma baixa, sair de cima do seu corpo correndo
em direção ao orfanato, não era difícil identificar a onde ficava, já
que minha loba havia reconhecido o Clã como um lar, era fácil o
cheiro das crianças que está mais forte devido a adrenalina.
De acordo com que corria, Estevan me seguia na sua velocidade
sobrenatural mantendo-se bem atrás de meu corpo. O barulho das
minhas pegadas chamavam bastante atenção, a descrição não é uma
qualidade de um lobo, acabei atraindo olhares curiosos de vampiros
que andavam pelas ruas sem saber o motivo de nossa correria.
Tentei desviar de uma carrocinha de vendas, mas trombei
diretamente com ela caindo no chão, bufei sentindo uma peça de
roupa na minha cabeça. Estevan deixou nítido seu olhar irônico
quando passou pelo meu corpo parecendo ter ficado em câmera
lenta.
Rosnei me levantando, sacudir tirando as peças de roupas que
estavam em cima de mim, sem olhar para o pequeno grupo de
pessoas que me cercavam, peguei impulso voltando a correr sabendo
que Estevan já se encontrava longe.
Não demorou para chegar no orfanato. De cara já vi alguns
vampiros ao lado de fora com crianças no coloco, alguns se
assustaram ao verem minha forma lupina. Sem dá tempo para nada,
entrei dentro do orfanato dando de cara com alguns vampiros
lutando com mulheres fortes. Ao subir correndo para o segundo
andar, me vejo em um corredor extenso tendo dois lados, o cheiros
de Estevan vinha de um lado, porém alguns gritos de crianças
chamaram minha atenção do outro lado. Sem ter dúvidas deixei que
minhas patas levassem-me até as crianças.
Um rugido alto fez com que todos olhassem para minha chegada
em um quarto. Só então me toquei que era um orfanato de meninos,
olhando a cena que deixou minha loba mais raivosa, voltei a rugir
fazendo com que os vampiros soltassem a mulher no chão. Me
lembro bem de falar para não machuca-las, óbvio que não era isso
que estou vendo! Um vampiro segurava uma das mulheres pelas
mãos, enquanto o outro tentava arrancar seu pescoço. Mais a frente
havia dois garotinhos escondidos embaixo da cama, se abraçando!
Pareciam serem pequenos, um de idade com seis anos, já o outro
tinha a aparência de ser bem mais novo, tendo um rosto apavorado.
Voltei meu olhar para a mulher que caiu no chão desacordada assim
que os vampiros a soltaram me encarando.
Entrei no quarto, os dois vampiros pegaram as duas mulheres que
estavam desacordadas no chão, e saíram me olhando com raiva.
Rosnei percebendo que não estavam de acordo com minha ordem.
Esperei que saíssem do quarto, para me aproximar das crianças.
Analisei os meninos vendo que eram loiros, e de certo modo a
aparência de ambos me lembrava Estevan. Isso fez com que minha
loba se agitasse.
Demorei para conseguir associar o que acontecia, então
finalmente me toquei que tinha algo sobre meu pescoço apertando
fortemente em uma tentativa de me enforcar o que me fez cair no
chão perdendo o equilíbrio, rolei um pouco para o lado, iniciamos
uma luta corporal com a vampira que ficou sobre meu corpo
tentando dar golpes em meu rosto.
Mordi seu braço fazendo ela gemer de dor, foi então que vi seus
olhos negros ao qual me deixaram em um transe. De forma aleatória
olhei para os garotos vendo se estavam bem, o que me assustou foi
ver que o mais velho tinha um sorriso macabro estampado em seu
rosto.
O menino maior parecia comandar o menor, isso deixou minha
loba inquieta na tentativa de salvar-lo. Vidrando meu olhar nos
gestos das crianças, ignorei os golpes que levava da vampira e
comecei a observar em silêncio eles levantarem do chão tendo seus
olhos azuis tomados pela cor preta. O garotinho mais velho sorriu
segurando na mão do menor que não tinha reação. Eles
desapareceram do quarto em uma nuvem negra.
Fui domada pela adrenalina. Rosnei voltando meu olhar para a
vampira, peguei impulso com minhas patas traseiras e a joguei para o
lado mirando-a na janela. Seria um arremesso perfeito, se ela não
tivesse segurado minhas patas me levando juntamente com ela para
uma queda do segundo andar dando de cara com o grupo de pessoas
que estão do lado de fora.
Me levantei meio cambaleando ao ver que a mulher estava
desacordada no chão, comecei a voltar para minha forma humana
atraindo olhares curiosos sobre minha transformação em humana.
Balanço minha cabeça sentindo dor, já que a queda mesmo que não
tenha sido grande, me deixou bamba. —Suspirei fundo ficando de pé
—. Abri os olhos vendo a pequena multidão ao meu redor encarando
meu corpo nu devido a minha transformação para a forma humana.
Rapidamente sinto mãos rodearem meu corpo com um tecido.
Em sua velocidade sobrenatural, Estevan vestiu sua camisa social no
meu corpo totalmente sério demonstrando sua raiva, esbravejando
baixo entre dentes.
— Ella! — advertiu logo após olhar para todos severamente que
desviaram o olhar de meu corpo. Acabando de abotoar rapidamente
os botões, me perguntou. — Está bem? — Estevan me abraçou e
beijou amorosamente minha testa.
— Estevan? — o chamei, meus olhos percorrem para os vampiros
que saíram do orfanato com as mulheres que nos atacaram
capturadas.
Uma onda de palmas me fez olhar ao redor. O pequeno grupo
aplaudia a todos nós por te capturado todas do grupo! Meu
estômago remoeu-se, é algo me dizia que não era para comemorar.
— Ella, elas serão interrogadas!
Estevan explicou notando meu olhar curioso sobre as mulheres
que estavam sendo carregadas. Voltando meu olhar para a pequena
multidão, percebo que havia muitas crianças.
— As crianças do orfanato. — Estevan me soltou, e fez um pequeno
gesto para que começassem a desfazer o pequeno grupo ao nosso
redor.
— Todas as crianças saíram antes de nossa chegada! Não se
preocupe, estão a salvo. — falou na tentativa de me confortar,
porém apenas deixou meu corpo mais rígido.
— Estevan vi dois garotinhos lá dentro. — arregalando os olhos,
Estevan parou na minha frente e segurou fortemente meus ombros
me encarando intensamente.
— Não, não é isso! — sussurrou cheirando em volta do meu pescoço
de uma forma nada discreta, atraindo olhares curiosos. — Como Ella?
— voltou a perguntar logo após ter checado algo assim que me
cheirou.
— Dois meninos loiros, Estevan! Na hora que fui atacada pela
vampira eles... — parei de falar e olhei seriamente para Estevan
sentindo meu estômago revirar. — Eles pareciam com você...
Meu corpo se arrepiou de forma negativa ao olhar intensamente
nos seus olhos, me lembrei da floresta e de como os olhos de Estevan
se parecia com os olhos dos garotos...
Capítulo Trinta Oito

Pela estrada da vida, ando sem rumo, vagando, querendo sempre


mais.
Mas minha vida tomou certa medida, quando te vi na minha frente,
apagando qualquer vestígio que insistisse em olhar para trás.

Mih Franklim

Estevan

Merda!
Devo dizer que se alguém morrer pelas minhas mãos hoje, não
será totalmente minha culpa. De imediato quando Ella falou das
crianças fiquei preocupado. Cheguei a pensar que poderia se tratar
de uma gravidez, o que não é impossível, estamos na lua de sangue e
fazemos amor constantemente sem proteção. Mas logo chequei, e
descartei essa possibilidade! Conhecendo Balder, sei que ele está por
trás disso. Talvez seja uma forma de me falar que está próximo da
Ella, ou algo desse gênero.
— Me dê uma boa notícia, Alonso!
Bradei entrando no meu escritório. A lua de sangue já está nos
últimos dias, e isso deixa com que o período em que consiga ficar
longe da Ella seja maior. É bom para que eu consiga resolver logo
essa confusão, mesmo que seja uma tortura ficar longe dela.
Ella me acostumou mal.
Logo que voltamos do orfanato, o silêncio se fez presente até
que Ella pegasse no sono! Não tive coragem de iniciar uma conversa
ao qual falasse o que sou, e aparentemente Ella também não. Me
sinto mal, foi a primeira vez em que dormimos separados na mesma
cama! Embora tenha acordado com ela enlaçada no meu corpo.
Assim que me levantei deixei Ella dormindo, e me direcionei para
o meu escritório tendo a decisão em mente de resolver todos esses
problemas hoje. E se for o caso de não conseguir com que as coisas
andem da forma que planejo, de hoje não passará a conversa que
terei com Ella sobre as minhas origens.
— Somente uma das mulheres detidas acordaram, e ela se recusa a
dar informações. — Alonso caminhou até mim me entregando uma
pasta que tem informações pessoais das mulheres capturadas.
— Maravilhoso! — revirei algumas páginas do arquivo. — Arranque
informações dela! — seriamente o olhei de forma fria.
Esse assunto já havia rendido demais, vou colocar um fim
imediatamente nisso.
— Mas... Conde as ordens da Condessa foi não tortura-las. — revirei
os olhos jogando a pasta sobre a mesa do meu escritório.
Ella me mataria depois, agora focarei em satisfazer meu lado
sombrio que está muito preso ultimamente.
— As ordens agora são para conseguir informações, nem que para
isso você precise arrancar da boca dela. — entre dentes, digo.
Alonso me olhou, e negou com a cabeça engolindo em seco. Me
conhecendo bem, ele percebeu que de agora em diante as coisas vão
ser diferentes, não costumo brincar, e nesse caso já cansei de pegar
leve.
— Quer que eu chame alguém específico para conseguir as
informações?
Neguei dobrando as mangas da minha camisa social, um sorriso
macabro nasceu no meu rosto, juntamente com uma ideia sombria
na minha mente.
Isso será divertido!
— Se quer algo bem feito, faça você mesmo. — caminhei até a porta
sem olhar para trás.
Definitivamente estou disposto a acabar com esse assunto hoje!
Nem que para isso eu tenha que voltar a um hábito do passado e
torturar algumas pessoas. Será uma atividade interessante a qual vai
tirar meu estresse. Tirarei informações dessa mulher, e encontrarei
Balder se não, não me chamo Estevan Russell.

***

Quem diria que o futuro me reservaria uma loba ao qual tira o meu
raciocínio. Ella demonstrou que iria ficar ao meu lado. Mas ainda
sinto receio em dizer que sou metade demônio! Isso sem dúvidas
será algo que a deixará em choque, ou talvez a afaste. Obviamente
está fora de questão perdê-la por algo desse gênero, então deixei
para lhe dizer na hora certa.
Ella se mostrou prestativa para criar as leis das quais ficou
responsável pelo conselho. A mesma está empenhada para que eu
não perca meu título de Conde, até mesmo mais do que eu. Não
estou ligando muito para esse fator, não sei se Ella irá ficar no Clã se
for o caso irei juntamente com ela para Nova York, e abrirei mão do
meu título. Ele não é tão importante assim, não tanto quanto a
minha lobinha.
Ironicamente nesse momento estou fazendo algo que ela não
goste. Estranhamente nunca havia me sentido mal por torturar
alguém. Realmente é incrível como Ella consegue modificar meus
sentimentos e minha forma de agir, me sinto fascinado pela
dominância que ela tem sobre mim.
E por esse fator, decidir não matar esse ser repugnante na minha
frente! —Não mata-la, não significa que vou pegar leve com a tortura
—. Mesmo sabendo que é errado, meu lado demônio ainda se agrada
com um pouco de crueldade!
Um enorme avanço tenho sobre o meu lado sombrio, somente
por não matar essa mulher.
Minha "brincadeira" com essa mulher durou apenas dez minutos,
e sei que não irá demorar muito para que ela fale, aprecio sua
resistência.
Infelizmente Rosie Marshall já está no seu limite. Pelo tanto que ela
está chorando, não dou nem mesmo três minutos para que ela
finalmente abra a boca e diga onde está Balder, sei que ela sabe de
quem estou falando, seu olhar demonstra isso.
Lamentável, só havia a torturado de uma forma, e estava
começando a apreciar seu sofrimento! Nem me divertir
corretamente.
— Vou perguntar novamente, preste atenção. — sorrio
malignamente, girando o meu antigo bisturi, comecei a andar na sua
frente de um lado, para o outro. — Vejamos, onde fica o lugar que
vocês se encontram!? — sem a olhar, digo parando em sua frente.
Ela está amarrada em uma cadeira na minha masmorra, não
esperava reutilizar esse lugar assim, não dessa forma. A visão que
tinha desse lugar, são imagens obscenas com uma loba. Essas
correntes poderiam ser bem utilizadas em um sexo selvagem!
— E-eu... já disse não se-ei... — cuspindo sangue, ela abaixou a
cabeça contraindo seu rosto pela dor.
— Resposta errada!
Neguei perfurando a sua perna com o bisturi fazendo ela gritar.
Poderia ficar horas a torturando, seu medo é algo que me deixa
contente embora saiba que Ella não gostaria, uma diversão
apenas. Meu lado vampiro está perdendo a força do meu corpo, ao
olhar para Rosie e sentir a vontade incontrolável de mata-la, suspirei
fundo me afastando dela em passos largos. Reconheço que há um
limite e realmente não quero ultrapassá-lo. Magoar Ella com algo
desse nível não está nos meus planos, quero fazer Ella aceitar meu
lado sombrio, não odiá-lo! Terei que tentar arrancar as informações
de uma forma que não gosto muito.
— Sinto muito! — com a voz carregada de ironia digo botando em
prática minha ideia de intimidá-la. Sorrir, e balancei a cabeça me
agachando na sua frente. — Sabe Rosie... seria uma lástima se algo
de ruim acontecesse com alguém que amamos. Vejamos, Aaron me
parece ser um bom rapaz...
Como um peixe, ela pegou a isca. É óbvio que não mataria Aaron
Marshall. Se Ella se estressaria com a morte de uma mulher no auge
de seus vinte nove anos, não preciso nem dizer qual seria sua reação
com a morte de uma criança de doze.
— Co-como... — com a ponta do bisturi, passei lentamente pela pele
do seu pescoço vendo o movimento magnífico do sangue escorrer
despertando uma certa sede em mim.
— Um bom rapaz... ouvir dizer que é bastante inteligente. — a olhei,
já cometi muitos atos de tortura para saber que se a dor física não faz
efeito imediatamente, com toda certeza ameaçar uma pessoa
importante para a vítima fará.
— Você não fa-faria isso... — sussurrando, levei o bisturi até sua
bochecha limpando suas lágrimas com um sorriso irônico.
— Shiuuu... se eu fosse você... não duvidaria da minha capacidade.
Vamos, irei perguntar pela última vez, e acho bom não mentir se não
o garotinho terá um fim cedo demais. — olhando nos meus olhos,
vejo o seu pânico.
Ela não ousaria mentir!
— Nã-não temos um local de encontro... — logo que ela começou a
dizer, Alonso a interrompeu me fazendo mostrar as pressas para ele
ao me levantar rapidamente o pegando pela gola da camisa.
Rosie parecia assustada ao ver minha reação. Olhando de forma
séria para Alonso, coloquei ele novamente no chão rosnando entre
dentes! De certo minha paciência já esgotou. Suspirando, Alonso
limpou a garganta começando a dizer logo após olhar para Rosie.
— A Condessa está procurando por você Conde. — completou me
olhando calmamente assim que suspirei.
— Certo! — fui em direção a uma pia e lavei minhas mãos tirando o
pouco sangue dessa mulher que havia me sujado. — A senhorita
Marshall, te dará informações valiosas, certifique-se que sejam
verdadeiras! Caso contrário mate Aaron Marshall. — parei em frente
a porta e olhei seriamente para Alonso. — Mate-o em sua frente.
A morte de um a mais em minha lista não fará diferença!

***

Fui ao encontro de Ella rapidamente. Sentir seu cheiro e o segui


parando no corredor em frente a porta do escritório! Nesse
momento tento me convencer que surtar não é o melhor a se fazer.
Ella que ir dá uma volta sozinha pelo Clã, de acordo com ela "é para
esfriar a cabeça e se acalmar". Seria algo normal, se não tivesse
preocupado com sua segurança! Porém, já disse que minha lobinha é
totalmente teimosa?
— Não se preocupe, volto dentro de uma hora. — Ella advertiu assim
que me lançou seu famoso olhar ao qual sem sombra de dúvidas
conseguiria tudo que quisesse desse pobre vampiro aqui.
— Não é melhor deixar para ir quando a lua de sangue acabar?
Não nego que estou muito preocupado e era notório esse fator.
Coloquei minha mão na sua cintura a mantendo perto do meu corpo,
seu cheiro está normal. Então Ella sorriu, um puta sorriso ao qual me
desmoralizou.
— Já disse não se preocupe, será uma rápida volta pelo Clã Estevan.
— sei que é necessário esse tempo dela a sós, como contarei para
Ella hoje sobre meu lado demônio preciso dar um tempo para que ela
pense e se acalme.
— Não estou com um bom pres... — fui interrompido por Samantha
que chegou profissionalmente por trás de nós.
Ultimamente esses seres estão perdendo o medo de morrer,
céus, como um ser insolente ousa me interromper.
— Conde... Condessa... — ela disse abaixando a cabeça. — Alguns
relatórios da empresa chegou a mando do senhor Willians. Precisa
assinar tudo e mandar antes das 10h.
— Certo Samantha.
A respondi de forma séria, logo fui surpreendido por Ella que
passou as mãos por meus ombros fazendo leves arrepios
percorrerem por meu corpo.
A envolvendo mais pela cintura, deixei que nossos corpos se
chocassem com calma em um abraço cauteloso onde apenas me
permitir sentir a energia magnética que ela transmitia.
Ella levou seus lábios até meu pescoço, e abaixou a gola da minha
camisa deixando um lento beijo sobre a sua mordida na minha pele.
Ela sorriu travessa, e deixou exposta a pele do meu pescoço onde
havia a mordida acariciando-a com calma. Assim que Ella olhou para
Samantha, percebi que estava apenas marcando território ao deixar
bem visível sua marca em mim.
— Com licença. — constrangida, Samantha se retirou com as
bochechas ruborizadas.
O olhar de Ella a seguiu até que sumisse de nosso campo de visão
pelo longo corredor. Era nítido que Samantha viu a mordida, o que
não me incomodou, confesso que foi ao certo divertido ver sua
reação. Isso irá gerar uma certa polêmica no Clã, não me importo! Ela
entrou em um território perigoso, já me via fazendo o mesmo com
Ella na frente de Francis para o provocar. Acho que não sabem, mas
provocar o Supremo se tornou algo divertido.
Voltei meu olhar para Ella sorrindo maliciosamente, pela primeira
vez me contive para não fazer um comentário sobre seus ciúmes. Os
deuses sabe como seu humor está alterado, por isso permaneço
calado já sabendo que a estressaria!
— Se quiser posso ir com você, ou... — sem deixar que eu terminasse
de falar, ela me deu um rápido selinho e se distanciou.
— Não precisa! Você sabe, mesmo se quisesse não conseguiria ficar
longe de você. E bom, como nesse exato momento estou bem... e
tenho certeza que as coisas vão ficar normal por aqui. — olhando
para o corredor onde Samantha se foi, Ella voltou a me olhar. —
Somente vou aproveitar para dar uma volta para pensar sobre as leis,
o ataque... preciso conhecer aquilo que estou tentando defender não
acha? — confiança e determinação, era isso que Ella esbanjava. Achei
que ela poderia está com raiva, mas Ella não demonstra isso!
De certa forma isso me assusta.
— Certo. — suspirei ao apoiar na porta do meu escritório para abri-
lá.
— Não fique dessa forma, dentro de 1h estou de volta. — Ella piscou
e se virou correndo como uma criança pelo corredor lado contrário
onde Samantha desapareceu.
— Ella! — chamei fazendo-a olhar para trás, meu coração se apertou
e uma descarga elétrica percorreu meu corpo.
— Dois seguranças irá acompanha-la! — revirou os olhos não
protestando, meu olhar severo não deixou espaço para um protesto
de sua parte.
Algo me diz que vou me arrepender de deixá-la ir dessa forma.
Capítulo Trinta Nove

A curiosidade tem o poder de nos levar à ruína,


Se não soubemos controlá-la, decairemos com as consequências!

Mih Franklim

Andar pelas ruas movimentadas do Clã foi uma ótima ideia ao qual
tive assim que acordei nessa manhã. Desde que cheguei no Clã, não
saí para conhecer as ruas, e sem dúvidas já havia passado da hora a
qual eu devesse fazer isso.
Preciso pensar sobre o que está acontecendo!
Irei questionar Estevan e pedi que ele me explique tudo. Mas as
palavras do meu pai vieram na minha mente, então tentei dormir
mesmo sendo impossível pegar no sono não estando nos braços do
Estevan, mesmo com demora conseguir. De certo percebia-se olhares
curiosos assim que andava pelas ruas tendo dois seguranças me
seguindo a uma distância de 10 metros. Não é necessário dizer que
ignorei todos! Entendo o porquê Estevan queria colocar seguranças
para me acompanhar, o acontecimento de ontem nos deixou
afastados, pensativos, e diria que buscando dentro de si próprio uma
solução para resolvermos esses problemas.
Não diria que estou com raiva dele. Diria que estou chateada, se
ele não me conta o que o perturba, é sinal que não confia em mim
para se abrir.
Suspirei, fechei os olhos e tentei relaxar!
Digamos que os boatos em uma semana ao qual uma loba está
com o Conde se espalhou de uma forma absurda. Foi um choque
para todos principalmente para vampiros que tem pensamentos
antigo, quando descobriram que algumas leis iriam ser mudadas
afirmam que estou influenciando Estevan, ou talvez tenha o
enfeitiçado. É óbvio que isso não me afeta de nenhuma forma!
O Clã está dividido de uma forma positiva entre apoiar mudanças,
e não apoiar. Tento levar minha mente para o dia de hoje que está
totalmente magnífico "tirando minhas inseguranças". As ruas em um
abundante movimento, diria que a temperatura ambiental era
mediana entre frio e calor. Andava calmamente deixando que minha
mente me levasse a pensamentos que me rodeiam constantemente.
Se realmente for para ficar ao lado do Estevan e abandonar Nova
York, o que sem dúvidas farei. Que seja em um ambiente apenas
habitável! Não ficarei em um lugar onde não posso opinar em
absolutamente nada, e mesmo que ele tem demonstrado que não vai
me machucar, sei que seria complicado para ele viver sendo julgado
por não cumprir as 'leis.' Então que seja feita da forma certa, a qual
seria mudanças. Fora esse processo ao qual estamos passando,
Estevan me ajudou com o necessário e resolveu alguns problemas da
empresa. Por fim, conseguimos criar todo um novo regime em menos
de uma semana um tempo recorde, agora é só esperar que o
conselho libere e colocaremos em prática esperando bons resultados
dentro de quatro meses. Entre todo esse curto espaço de tempo,
conseguíamos um tempo para fazermos amor e saciar o desejo ao
qual a lua de sangue nos trás. No quarto, sala, cozinha, banheiro,
quarto de hóspedes, biblioteca e em seu escritório, com toda certeza
em seu escritório. Esses são alguns dos lugares ao qual me lembro de
ter me entregado e amado Estevan de uma forma intensa. O
sentimento de lar quando se trata de Estevan habita em meu
coração, e isso sem dúvidas fez crescer o amor em meu peito por ele.
Já não me importava mais com Nova York, nem com a empresa! Do
que adiantaria viver lá se Estevan não estiver comigo? tirando o total
fator de reconhecimento que minha loba fez com o Clã, nunca ouvir
falar sobre algo assim, mas justamente a minha loba se sente em
casa rodeada de vampiros. Já sobre minha família, de certo modo me
sinto culpada! Chloe foi embora e nem fui me despedir dela já que
ontem teve o ataque ao qual não consigo tirar de minha cabeça.
A quem eu realmente quero enganar? Santa lobinha não consigo
tirar da minha cabeça o que aconteceu ontem. O olhar daqueles
meninos ficam repassando em minha mente a todo momento, como
se fosse nitidamente feito para me torturar! Minha loba não sabe
muito como reagir, mas o sentimento ao qual diz que devo proteger
o garotinho menor que foi levado, me rodeia imensamente. Que
merda, porque Estevan não me conta o que está escondendo logo!
Isso só está piorando tudo. Em um momento desse era para
estarmos juntos, e poderia ajuda-lo da forma correta se ele me
dissesse coisas simples como por exemplo: "O que Balder significa
para ele."
Odeio que escondam coisas de mim, e Estevan está fazendo
justamente isso. Céus, eu o amo então porque ele está fazendo isso?
Eu o amo... Santa lobinha... meu coração se acelerou com essa
afirmação, era a primeira vez que tinha afirmado para mim mesma
que o amava sem amenizar esse sentimento que sentia por ele.
Vou aproveitar essa caminhada e voltarei para Estevan, o apoiarei
independente do que ele faça... afinal, foi isso que ele fez até agora
estando ao meu lado quando criei as leis, então estarei ao seu lado
para enfrentar Balder mesmo não sabendo quem possa se esse ser.
— Que gracinha!
Sorrir parando de caminha, olhei para um garotinho ao qual
deveria ter uns 5 anos pelo seu tamanho. O que me chamou atenção
no mesmo foi seu belo traje a caráter de um verdadeiro homem do
século passado.
O terno que ele usava era bonito, e isso só aumentou minha
vontade de ir até ele é apertar as enormes bochechas que ele tem.
Caminhei com calma até um parque seguindo de longe com o olhar
no menino, me sentei em um banco abaixo de uma árvore e
contemplei a visão das crianças brincando no parquinho.
Tudo mantinha uma calmaria reconfortante, fechei os olhos e
puxei o ar com força enchendo meus pulmões, logo em seguida soltei
o ar por minhas vias respiratórias sentindo uma paz agradável.
Minha loba estava a muito tempo dispersa do contato com a
natureza, e essa voltinha com toda certeza foi ótima para acalmar
meus pensamentos.
— Senhorita? — um senhor aparentemente de idade me chamou
atraindo minha atenção.
Notei que ele vendia vários algodões doce.
— Olá! — me debrucei sobre o banco o olhando com um belo sorriso
no rosto.
— Gostaria de um algodão doce? — concordei compulsivamente em
um gesto positivo. — Certo! Qual cor?
— Na verdade... poderia distribuir um algodão doce para cada
criança que está ali no parquinho? — perguntei indagando quando o
senhor parecia surpreso, mas logo esbanjou um belo sorriso.
— Certo Condessa. — dizendo com total mansidão, o senhor sorriu
ao me deixar um pouco espantada por me reconhecer.
— Está tão evidente assim? — neguei com a cabeça sorrindo
discretamente.
— Tão claro como o azul do céu! — falou indo na direção das crianças
que pularam aparentemente de felicidade assim que começou a
distribuir os algodões doce.
Nesse pequeno tempo que estou convivendo no Clã de vampiros
conseguir entender que livros ensinam muito porém, não tudo. Na
alcateia onde fui criada, o aprendizado sobre outras raças é extenso
então além de aprendermos sobre a civilização humana, estudamos
todos os seres sobrenaturais e a forma que cada um vive. Por esse
motivo eu sei que crianças com o DNA de vampiros só passam a
depender de sangue com 16 anos, geralmente a faixa etária em que
um lobo se transforma pela primeira vez. O lado que aprendi não
contado nos livros, foi exatamente o fator ao qual o baixo ensino é
circulatório entre os vampiros. O aprendizado deles é mais fraco do
que o dos lobos, vampiros só aprendem sobre sua própria raça então
conseguir compreender porque lobos são os seres sobrenaturais
mais evoluídos mesmo sendo selvagens. Com toda certeza, isso será
algo que conversarei com Estevan.
Porque não focar nas crianças? Elas são extremamente
importantes para o nosso futuro!
Ao olhar com atenção a feliz imagem das crianças, me pergunto
porque os líderes do Clã puderam permitir que a democracia
chegasse a esse nível? Sei que isso vem de tempos, mas é só olhar
para essas crianças, que brincam e não ligam para o sexo oposto! O
que gerou o desenvolvimento dessa desigualdade nessa sociedade
dos vampiros?

***

Depois de passar um bom tempo sentada já estava me levantando


para ir embora, mesmo que ainda esteja calma sem que os
desconfortos da lua de sangue sobre mim, prefiro remediar. Me
levantei me espreguiçando, joguei o palito do algodão doce em um
lixo que tinha perto do banco ao qual estava sentada e fui andando
lentamente no sentido contrário do parque. Já havia acertado com
senhor do algodão doce, mesmo que ele queria deixar como um
pequeno brinde assim por dizer.
— Com licença? — olhei para trás assim que uma mão tocou meu
ombro.
— Ahh. — era notório meu rosto de surpresa, a mulher loira sem
nenhuma ferida externa, estava a minha frente segurando a mão do
lindo garotinho ao qual usava terno, o olhando de perto pude ver a
semelhança entre os dois. Era a mesma mulher ao qual havia
impedido sua morte na praça pública no dia em que cheguei no Clã.
— Você... — aparentemente não tão surpresa quanto eu, a mesma
me olhava transbordando felicidade, logo sorriu largamente assim
que me abraçou me deixando sem reação. — Eu... céus, não sei o que
dizer... obrigada! — completou voltando a segurar a mão do
garotinho constrangida. — Você... — me olhando duvidosamente,
olhou para os seguranças que me seguiram a manhã toda.
— Algum problema? — arqueei uma sobrancelha assim que desviei
meu olhar dos homens que Estevan colocou atrás de mim. —Louise,
certo?
— Sim isso mesmo. Viemos agradecer pelo algodão doce! — sorrindo
ela pegou o menino no colo fazendo o mesmo corar.
— Assim! Bom, não foi nada. — sorrir sem mostrar os dentes
acenando para ela. — É seu filho? — apontei para o menino que
permanecia em silêncio.
— Sim! — com um certo orgulho, sorriu ao olhar para o menininho.
— Diga Olá, para a Condessa Oliver. — advertiu com uma doce voz.
— Oii... — sorrir pela forma constrangida que o mesmo disse suas
palavras.
— Desculpe a algo de errado? — a perguntei, ela olhou novamente
para meus seguranças, balançando freneticamente a cabeça em
forma negativa e me abraçou.
— Bilhete.... — arregalei os olhos assim que ela sussurrou em meu
ouvido entregando um papel pequeno em minhas mãos, Louise, saiu
se afastando com uma breve reverência educada.
Ao sentir meu coração se acelerar, apertei o papel em mãos
vendo a mesma ir em direção oposta a minha conversando
animadamente com seu filho. Engolindo a seco, me virei e abrir o
papel o lendo sentindo meu coração se disparar, meu estômago
revirar, trazendo um enorme arrepio por todo meu corpo:

"Me encontre em 15 minutos atrás do parque, precisamos dá sua


ajuda!"

***

Todo o percurso em que comecei a fazer voltando para casa,


sentia a necessidade de voltar e atender ao pedido do bilhete. Sei
que é uma decisão idiota e talvez errada, porém sinto a necessidade
em ignorar o sentimento ao qual me diz que possa ser uma péssima
idéia.
Olhei para os seguranças que em silêncio que andavam ao meu
lado. Preciso me livrar deles, irei correr o risco e ver do que se trata
essa ajuda. De todo modo sei que vou adquirir informações as quais
Estevan não me diz, talvez eu descubra mais sobre Balder.
Devo realmente ir? Óbvio que sim!
Todas as perguntas às quais me torturar se dissiparam assim que
vi uma loja de roupas íntimas, o lugar perfeito ao qual conseguiria
manobrar esses guardas costas. Tentando colocar meu plano em
prática, parei de caminhar atraindo olhares dos dois seguranças.
— Vou entrar rapidinho aqui. — fiz um gesto com a cabeça, e
comecei a abrir a porta, um dos seguranças fizeram um gesto ao qual
indicaria que me seguiria. —O que está fazendo? — fingindo espanto,
digo barrando sua entrada na porta.
— São ordens do Conde, Condessa. — sem expressar reações,
respondeu ao me olhar.
— Não quero que me siga dentro da loja! Me esperem aqui fora. —
afirmei cruzando meus braços sobre meus seios fingindo uma
indignação.
— Ordem... — o cortei com uma mão.
— As ordens agora é para me esperar aqui! — afirmei me virando
para entrar novamente na loja. Mas voltei ao perceber que o
segurança iria entrar juntamente comigo.
— As ordens s... — sem deixar que ele acabasse de falar! Começo a
fingir um choro falso.
— O que você fez idiota? — o outro segurança aproximou-se com
um semblante preocupado.
— Não fiz nada! — respondeu desesperado.
Enxugando minhas lágrimas falsas de crocodilo faço uma
expressão de decepção. Ao olhar para os seguranças com minha cara
de cachorrinho sem dono!
— Vou usar o banheiro! Me esperem aqui. — suspirei parecendo
decepcionada.
— Sim Condessa. — rapidamente um dos guardas se prontificou a
dizer, sem olha-los entrei dentro da loja mantendo meu semblante
triste.
Segurei o sorriso como o de uma criança travessa que começou a
querer se formar em meus lábios. Papai sempre disse que sou a mais
dramática entre minhas irmãs, acho que ele tem um pouco de razão.
Me sentia mal por está fazendo isso, mas sinto que é o necessário a
se fazer. Preciso de respostas, assim como preciso de Estevan! Terei
que tomar decisões sozinha para obter o que quero.
Logo após pedi orientação para uma vendedora, entrei no
banheiro. Só havia bolado um plano até aqui, não sei mais o que
fazer. Vamos Selene me ajude! Olhei em volta observando o pequeno
banheiro da loja.
— Seja o que Selene quiser... — digo assim que vejo uma pequena
janela.
Com um pé na pia, e o outro na parede. Subir na janelinha aberta
e passei com muita dificuldade devido ao vidro que só abria até o
meio. Quando me toquei que conseguir, já se encontrava longe
correndo até chegar no local que havia escrito no bilhete. Me agachei
no chão na tentativa de me esconder caso os seguranças notassem
minha ausência, respirando pesadamente começo a me arrepender
da decisão que tomei! Minha loba se agitou, meu coração se
acelerou e sentir um medo inexplicável.
— Condessa! — olhei para trás assustada, logo suspirei alto assim
que vejo Louise me olhando.
— Ella... — ao tentar recobrar fôlego, me levantei. — Me chame de
Ella. — digo vendo a mesma sorrir.
— Venha, eles podem nos achar aqui. — pegando minha mão, Louise
começou a me arrastar em passos rápidos para atravessarmos a rua.
A cada passo que dava, meu coração parecia querer saltar por
minha boca. Estou com medo, mas admito que muito mais curiosa
para saber porque precisam de minha ajuda. Que Louise era a líder
das asas da liberdade todos sabiam, mas a pedido meu Estevan a
manteve solta sendo vigiada de longe. Pelo visto isso não funcionou
nada! Ao que me parece ela também conseguiu distrair os
seguranças que Estevan colocou atrás dela, mesmo que sejam
discretos.
— A onde está me levando? — perguntei sentindo um arrepio
negativo por minha espinha. Minha loba se agitou e dentro de mim,
pedia para voltarmos para os braços de Estevan.
— Fale baixo vão nos ouvir... — sussurrando, Louise se agachou assim
que entramos em um beco que ficava ao lado de uma loja.
Engolir a seco ficando em posição de ataque, talvez seja o clima
mórbido desse lugar que deixa cada fibra do meu corpo em alerta!
Mas de fato, algo aqui me incomodava imensamente. Ao andarmos
agachada, Louise soltou minha mão e virou se ficando de costas para
mim, nos aprofundamos mais para dentro do beco até chegar no fim
do mesmo que não tinha saída. Apenas uma latas de lixos fedorentas,
olhando para trás Louise estalou os dedos o que fez meu coração se
acelerar compulsivamente.
— Santa lobinha, o que é isso!!! — advertir assim que me levantei.
Uma espécie de portal se abriu na parede ao qual era sem fundo,
Louise, se levantou ficando na minha frente.
— Calma. Vamos, entre! — me estendeu a mão, neguei com a cabeça
dando passos recuando.
Minha loba começou a dar índices de que iria atacar, estou
nitidamente me sentindo ameaçada.
— Não vou entr... — tudo ficou turvo, então minhas pernas
perderam as forças rapidamente. A queda que tive no chão me fez
fechar os olhos pela dor, mas logo se arrepender do ato já que ao
abri-los minha visão ficou mais embaçada ainda.
Minha cabeça doía, uma dor tremenda. Então sinto um líquido
escorrer até meus ombros, o cheiro logo foi identificado por minha
loba. Sangue! O meu sangue. Tentei me levantar, mas era nítido que
minhas pernas não se moviam. Logo rosnei entre dentes quando uma
forte dor atingiu o pé da minha barriga indo diretamente para meu
coração. Minha loba uivava dentro do meu ser ao se sentir
aprisionada, todo o restante de forças que achava que tinha se foi
nesse momento. Tentava de todas as formas manter meus olhos
abertos, mas era um gesto impossível. Então tentei focar na voz da
figura borrada que via de agachando perto de mim.
— É realmente uma honra conhecê-la. — a voz da sombra disse me
pegando no colo sem que eu conseguisse reagir. — Vejamos, perdoe
a incoerência do meu filho por não ter feito às apresentações de
família! Permitam-me concertar seu erro. — com um certo
divertidamente em sua voz, o ser me carregou para dentro do portal.
Algo me diz que encontrei o tal Balder...
Nesse momento eu sabia que Estevan está atrás de mim, minha
loba gritou tão fortemente dentro de meu peito por sua ajuda que
não me resta dúvidas que ele vai me encontrar, ele tem que me
encontrar.
— Estevan... — foi a última palavra que minha mente gritou, antes de
se consumir pela dor de cabeça que me fez apagar.
Capítulo Quarenta

Meu recomeço tem nome e endereço.


Ao qual me entrego, e me perco por inteiro.

Mih Franklim

Estevan

Logo que a Ella saiu, me sentir mal como um presságio. Meu


instinto me alertou e não dei ouvidos de imediato. Fui para o meu
escritório. Meia hora depois com o rosto na frente de documentos
havia se passado rápido. Recebi o e-mail do conselho, todas as leis
que Ella criou, foi aprovada, só falta a minha assinatura. E foi
justamente nesse momento, quando peguei a caneta que meu
coração foi atingido.
O calafrio percorreu da ponta do meu pé, e atravessou minha
coluna até chegar no topo da minha cabeça. Meu coração se
acelerou e sentimentos como: medo, insegurança, raiva, nervosismo,
pareciam que vieram como uma flecha ao qual me atingiu
certamente.
Uma ferida se abriu dentro da minha alma como se fosse cutucada
por um objeto pontiagudo! Contudo, foi somente no momento que
sentir seu cheiro fraco que qualifiquei minha reação como
“desespero.” Foi muito rápido, o cheiro da Ella se intensificou em
segundos como um alerta. Depois enfraqueceu rapidamente como se
ela estivesse ferida ou algo do tipo.
Não preciso dizer que fiquei louco! Saí desesperado de casa a
seguindo pelas ruas feito um condenado.
Em minha velocidade sobrenatural fiz uma vistoria por todo o Clã
em menos de minutos, até ser levado pelo seu aroma fraco a uma
rua de um beco atrás de um bar qualquer. Assim que cheguei no
beco decretei o meu fim, ou o fim de qualquer ser vivo que ousasse
se aproximar. Eu já estava desesperado, mas assim que vi o sangue
no chão, reconheci que é da minha Ella! Em meu peito nasceu uma
raiva cujo não tinha nome corretamente. Sinto-a crescer em meu
peito rasgando-me.
Minha força se triplicou, fechei os punhos e caí no chão perto da
poça de sangue. Toquei no líquido vermelho do chão e o cheirei
indiscretamente tendo a certeza de quem era o sangue.
Meu corpo aqueceu, sinto uma lágrima descer pelos meus olhos,
mas logo cortei uma sequência de um possível choro que corria o
risco de se iniciar. Semicerrei minha mandíbula sentindo meus dentes
ranger pela força, um líquido gelado começou a escorrer por minhas
mãos, mas não fiz questão de olhar já sabendo que era meu sangue
devido à forma que estava com a mão fechada.
Então parei de resistir! Não havia mais motivos para me segurar
dessa forma. O sangue gelado que corria em minhas veias se
transformaram em puro e totalmente quente. Sinto meu ser mais
forte, respirei profundamente puxando todo o fôlego que meus
pulmões podia alcançar me revigorando por dentro. Abrir os olhos
sem expressar uma reação sobre toda situação, estava certamente
anestesiado temporariamente como se o mundo parasse ao meu
redor e ficasse em câmera lenta.
Desço meu olhar para minhas mãos reparando com calma a
tonalidade negra que todas veias do meu corpo tomaram. Fazia
tempo que não colocava meu demônio para fora dessa maneira!
Última vez que deixei ele tomar o controle, lembro-me que fiz justiça
julgando a vida do Tyler Russell. Não seria diferente agora!
Eu vou achar Ella. É a primeira vez que meu lado vampiro e
demônio concordam juntamente com uma coisa. Matar quem estiver
com a MINHA Ella!
Com uma tranquilidade que não estava no momento em que
cheguei aqui, me levantei farejando com calma o seu cheiro sem me
importar por parece um sarnento abobado. Em passos lentos vou até
a parede onde acaba seu rastro tendo a certeza do que desconfiava.
Ella foi levada para o submundo!
Suspirei pesadamente me afastando da parede, comecei a andar
de forma lenta até a saída do beco. Era nítido que precisaria de ajuda
para ir ao submundo já que não tenho permissão para entrar lá. As
diversas formas de matar Balder começaram a se passar na minha
mente! Iria tortura-lo profundamente fazendo-o se arrepender de ter
cruzado o meu caminho.
Só há uma pessoa que poderia me ajudar com a minha ida ao
submundo, uma única pessoa que tem acesso liberado para as
profundezas do lugar exilado das almas perdidas! Meu caro sogro,
Francis Underwood.
Assim que saio do beco, dou de cara com três vampiras que
conversavam entre si animadamente. O que mudou assim que me
viram, o espanto em seus respectivos rostos nasceram
tremendamente. Deixei um sorriso macabro surgir nos meus lábios
vendo meu reflexo na pupila de uma das vampiras.
Meus olhos brilhavam de tão negros, algumas veias pretas
saltitantes envolvia minha pele branca e pálida descendo por meu
pescoço fazendo os traços do meu copo. Suspirei fundo e deixei que
as veias sumissem da minha pele, logo meus olhos ficaram vermelhos
e voltaram de forma rápida para a cor azul. Sem dizer absolutamente
nada começo a me afastar para fazer o caminho até a alcateia, isso
tudo até meu telefone tocar.
Pelas circunstâncias em que estou, não atenderia! Contudo o
nome de Alonso destacado na tela móvel do aparelho me fez
repensar. Afinal, Alonso estava com a importante missão de
conseguir tirar informações de Rosie Marshall. Levei o telefone ao
meu rosto, saindo no sentido contrário as mulheres que
permaneceram paradas me olhando com espanto.
— Espero que tenha um bom motivo para me ligar. — sendo bem
direto, digo entre dentes ao trilhar o caminho da alcateia me
contendo para não usar minha velocidade sobrenatural.
— Está por perto? — Alonso se prontificou em falar rapidamente de
uma forma séria.
Era notório seu espanto mesmo que tentasse o conter.
— Não! Diga logo. — tento tomar um ritmo mais lento pela estrada
deserta a qual andava.
Se continuasse andando lentamente desse jeito, só vou chegar
amanhã na casa do Francis.
— Acho que esse é o tipo de assunto a se falar pessoalmente...
— FALA LOGO, PORRA!!
Eu realmente não estou com paciência para absolutamente nada,
embora tente lidar com minhas emoções!
— Consegui informações importantes sobre o grupo asas da
liberdade. — sem rodeios começou a dizer notando minha falta de
paciência, a cada palavra que ele falava, à raiva em meu peito crescia
brutalmente. — A senhorita Marshall advertiu que Louise, não é a
verdadeira líder.
— Como. — parei de caminhar, minha mente deu uma reviravolta
como se as informações fossem as peças que faltava.
— Estevan, Balder é o líder. — Alonso suspirou demonstrando sua
preocupação. — Todas do grupo,
Asas da liberdade permitem serem possuídas por demônios, por isso
adquirem a força extrema. — então como um copo de água fria
jogado em meu rosto, as coisas começaram a fazer sentido.
— Idiotas! Permitem serem possuídas por demônios imundos a troco
de... — Alonso me interrompeu, e continuou a contar sua
descoberta.
— Em troca de serem ouvidas!! Balder aproveitou da ingenuidade, e
criou a revolução de fachada. Tanto para todas do grupo que
cederiam seus corpos sendo 'cascas andantes' quanto para nós. Pelo
que me parece, o plano foi bem arquitetado desde o início. — meu
primo falava esbanjando sua preocupação do outro lado da linha
telefônica.
— Uma perfeita distração. — completei semicerrando minha
mandíbula, voltei a caminhar tentando a todo custo controlar meu
lado demônio que tentava sair novamente.
— De acordo com a senhorita Marshall, o plano principal se
concretizou hoje, então teriam "a paz que desejam" não entendi o
que ela quis dizer, mas temo o pior.
— Merda! O plano sempre foi capturar a Ella então... — passei
minhas mãos sobre meu rosto ao ter o encaixe final do quebra
cabeça.
— Como? — Alonso demonstrou surpresa em sua voz.
— Ella foi capturada, Balder quer vingança e resolveu capturá-la. —
proferir minhas palavras de forma fria.
— Talvez tenha algo a mais. — Alonso advertiu. — Balder não faria
todo esse alvoroço apenas por vingança. Qual seria a lógica? Depois
de séculos iria se vingar sem motivos? — meu estômago revirou.
— Acha que... — não tendo coragem de continuar a dizer, Alonso
suspirou e falou o que temia.
— Sim! Sua companheira é o alvo, sendo específico um filho de
vocês. — engolir a seco, meu primo parecia tentar dizer com cautela
suas palavras. — Um híbrido que tem a junção de três raças, é algo
raro um demônio, Lobo, vampiro... Não acha que Ella possa está
grávida?
— Não! Já Conferir isso. — duvidei das minhas palavras.
— Vocês são um casal diferente, o bebê também será, talvez... não
apareça pelo cheiro... tem certeza? Se na... — sem deixar ele acabar
de falar, apertei com força o aparelho móvel que tinha em minhas
mãos o quebrando em pedaços.
Meu coração se disparou com a possibilidade da Ella está grávida.
Isso faria sentido, com um híbrido ao seu lado, Balder iria adquirir
poder! Porra, agora não é só a vida da minha mulher que está em
risco, a vida do meu suposto filho também estava. O desespero
cresceu brutalmente dentro do meu coração, gritei de ódio deixando
minha voz ecoar na estrada vazia, e nesse momento jurei encontrar
Ella e deixá-la protegida nos meus braços. Balder não terá um filho
nosso, virei as costas deixando a estrada deserta com minha
velocidade sobrenatural rumo a alcateia.
Francis e eu precisamos ter uma conversa!
***

— Não o esperava. — a voz do Francis atraiu minha atenção. Elevei


meu olhar para o topo da longa escada.
— Não foi planejado! — digo de forma séria o acompanhado descer
as escadas com o olhar.
— O que faz aqui? — perguntou indo direto ao ponto.
Um suspiro alto saiu dos meus lábios. Era impossível esconder
minha preocupação e aflição! Meu coração parecia ter vida,
infelizmente o motivo não me agrada muito, já que é por medo de
perder a única coisa que o mantém batendo. Mesmo tendo voltado
para a forma de vampiro, sei que a qualquer momento o demônio
que sou irá dá as caras com força.
Mas realmente não me preocupo com isso, meu foco agora é
somente salvar a minha Ella. Matarei Balder, também irei torturar os
seguranças pela negligência ao perderem Ella. Obviamente depois
que amar intensamente Ella por longas horas.
Francis me olhou de cima a baixo me olhou com uma cara de
poucos amigos. Certamente ele percebeu que algo não está normal!
Não costumo vim na sua casa para "jogarmos conversa fora".
— Vou modificar a pergunta, onde está Ella? — sendo mais frio.
Perguntou cruzando seus braços me olhando.
Fechei os olhos sentindo novamente meu coração se contrair.
Assumir que Balder conseguiu colocar as mãos na minha lobinha,
doeu na minha alma. Meu ego ficou ferido.
— Balder a capturou. — disse sendo direto.
Rosnando Francis veio na minha direção dando um soco na
minha mandíbula ao qual fui capaz de escutar o barulho do meu
maxilar deslocar-se.
Pela primeira vez na vida, concordei com sua atitude e não
reagir. Devido à força do impacto cambaleei para trás. Voltei a tomar
equilíbrio, mas novamente Francis partiu para cima, me segurando
pelo pescoço enforcando-me. Não protestei! Não me sinto nesse
direito, não depois de perder a Ella entre minhas mãos.
Mantive meu olhar perdido, nunca achei que fosse falar isso, mas
torço para que realmente a lei de Selene funcione para nós dois,
ligando nossas vidas uma na outra. —Caso contrário, se Ella morrer e
me deixa, não vou querer continuar—. O mínimo pensamento de
andar por esta terra sem a minha lobinha é altamente abominável
para mim.
— COMO! — Francis esbravejou.
— Se não me soltar... não conseguirei falar.
Com dificuldade, tossir repetitivamente quando meu sogro me
soltou no chão e se afastou com as mãos sobre a cabeça.
— Se isso for uma brincadeira, saiba que matarei você Estevan! —
Francis disse mantendo os olhos fechados na tentativa de controlar
sua transformação.
— Acha mesmo que brincaria com algo desse gênero? — entre
dentes digo ao me recompor. — Minha Ella está em perigo, jamais
brincaria com sua vida.
Raiva, sentia raiva, muita raiva! Sinto raiva até mesmo por sentir
raiva.
Recebi um rosnando em troca, enquanto passo minhas mãos pela
minha garganta massageando a área da minha pele que ficou
vermelha. O olhei seriamente começando a dizer sem esperar
qualquer especulação do Supremo.
— Balder capturou Ella, preciso que abra o portal para que eu vá ao
submundo. — sendo direto, recebo uma risada irônica de Francis que
soca uma parede em sua frente.
— VOCÊ DEIXOU AQUELE DEMÔNIO LEVAR A MINHA FILHA PARA O
SUBMUNDO. — o Supremo olhou novamente em meus olhos
dizendo com ódio.
— O Clã estava sofrendo por uma queda. No começo desconfiei que
tudo estava muito elaborado, então soube que era Balder assim que
descobrir que ele está na terra. — não ligando para seus olhos
vermelhos, comecei a dizer indo em direção a uma janela com as
mãos no bolso da minha calça.
Sei que por enquanto preciso manter a calma, mas não culpo o
Supremo, minha reação também foi essa quando descobri que Ella
foi capturada. Então tentando domar o fera que meu demônio
interior estar, continuei a dizer:
— Balder está muito tempo a escondido, e agora que ele colocou as
mãos na Ella... — suspirei olhando para o pôr-do-sol. — Você sabe
que não tenho acesso ao submundo. Por isso preciso que abra o
portal!
— Então foi por isso que Ella me ligou. — arqueando uma
sobrancelha, o Francis passou novamente suas mãos pelos cabelos
em sinal de nervosismo.
— Ella te ligou? — me virei para olhá-lo com dúvida.
— Perguntou quem era Balder. — os olhos agora não tão vermelhos
do Supremo, focaram no meu pescoço, lembro da mordida da Ella e
passo minhas mãos por cima sentindo ainda seu ato marcado em
minha memória.
O sentimento de tê-la em meus braços ainda era recente, e a
marca bem visível que havia em meu pescoço me dava pequenos
lembretes desses momentos ao qual jamais quero esquecer. Sem
dizer nada, o Supremo desviou o olhar parecendo aceitar
forçadamente que sua filha havia me marcado. Então eu me toquei,
Ella estava investigando meu passado e nada disso aconteceria se eu
de fato tivesse contado para ela.

— Merda! Ela estava me investigando. — fechei os olhos sentindo


meu coração disparar. — Isso é tudo minha culpa, se tivesse contado
para Ella poderia ter evitado seu sequestro. — digo em bom som
trincando minha mandíbula.
— Eu realmente espero que minha filha não tenha nenhum arranhão
Estevan. — dessa vez o Supremo falou me olhando severamente,
mas vi apenas o Francis em sua estatura. — Se não, o matarei! Isso é
uma afirmação.
— Se a minha mulher não estiver bem, não será necessário que me
mate. — sendo sincero digo ao andar até a porta com calma para
irmos. — Eu mesmo farei isso!
Era nítido que minha vida não tem sentido sem Ella.
— Estevan? — Francis parou na porta segurando a maçaneta assim
que a voz doce da Antonella preencheu o ambiente. — Francis, amor
a onde vai? — descendo sorrindo as escadas, Antonella veio na nossa
direção.
— Já acordou querida? Achei que dormiria mais um pouco já que
está cansada. — ele foi na direção da sua mulher, Francis a abraçou,
apertando mais o laço do roupão que ela usava.
— Escutei gritos, e achei que poderia está acontecendo algo. — com
um belo sorriso, minha sogra veio na minha direção e me abraçou. —
Porque não avisou que viria nos visitar? Onde está Ella? Imagino que
não esteja bem por não conseguir vir ontem se despedir da Chloe!
— Ella est... — olhei de forma duvidosa para Francis. Que me
interrompeu imediatamente beijando sua esposa.
— Estevan disse que Ella está indisposta por isso não veio ontem no
jantar. — mentindo? Se não fosse crítico o estado em que estou, iria
rir da situação ao qual nós encontramos.
— Sério? O que Ella tem? — Antonella parecia preocupada.
Arqueei uma sobrancelha e olhei para o Francis que passou seu
dedo indicador de forma discreta pelo seu pescoço. Entendo
perfeitamente o seu recado, ao qual disse que se não concordasse
com sua mentira, iria morrer.
— Não é nada grave. Ella só está cansada. —afirmei sorrindo sem
mostrar os dentes.
— Oh sim! A lua de sangue. — concordando ao sorrir de alívio,
Antonella diz atraindo um rosnado do Francis ao tocar nesse
maravilhoso período.
— Exatamente isso! — confirmei suas palavras.
— Certo! E o que faz aqui? — duvidosa perguntou, antes que
pudesse responder Francis respondeu abrindo a porta.
— Negócios, meu amor! Coisas do Clã, iremos ser rápidos, já volto.
Descanse um pouco!
Tenho certeza que Antonella não irá cair nesse papo.
— Você e o Estevan? — ela cruzou os braços. — Vocês se odeiam! O
que estão aprontando? — diz semicerrando os olhos.
— Não estamos aprontando nada! — Francis afirmou estendendo
suas mãos para o alto. — Você mesma disse que terei que conviver
com Estevan.
— Mas rápido assim? Te conheço muito bem Francis! — com a
desconfiança de Antonella, sorrir de forma ironia tentando mostrar
para ela que tudo estava possivelmente "normal".
— Se brigarmos até a morte, você acredita na nossa versão? —
usando uma ironia para contrária, Antonella sorriu segurando a
porta.
— Não precisa! Bom, quando der, venha aqui juntamente com a Ella.
— me olhou com um enorme sorriso. — Não demore Francis! —
voltou o olhar para o Supremo, e piscou fechando a porta.
Sem esperar, meu sorriso forçado se desfaz. Começamos a
caminhar para a saída da residência do Supremo, de preferência para
a saída da alcateia entrando na floresta.
— Mentindo para Antonella? Última vez que fez isso me lembrou que
acabou em guerra. — disse suspirando friamente.
— Não vou colocar a vida da minha mulher em risco para salvar
minha filha. — sem me olhar, o Supremo começou a se transformar
em um Grinico, quando andávamos rapidamente.
O olhei assim que ele parou em frente a uma árvore. Em todos
meus anos nunca tinha visto a transformação do Francis para Grinico,
embora saiba que ele possui três transformações, sei que só utiliza
uma devido ao grau de perigo que as outras transformações
transmitem.
Com os dedos deformados, ele fez um pentagrama com sua unha
no casco de uma árvore. Logo em seguida o local do corte ficou
vermelho, então ele uivou altamente.
Calma minha lobinha, estou chegando.

Capítulo Quarenta Um

Eu irei até ela,


Mas certamente ela voltará para mim?

Mih Franklim
Dor!
É o que eu mais sinto. Minha cabeça está latejando e minha pele
formigando. É nítido que grande parte do desconforto do meu corpo
é devido à lua de sangue, já a outra parte diria que a posição que
estou não é a melhor. Amarrada com as mãos para trás, ajoelhada no
chão tendo correntes em meu pescoço, nos meus pés e mãos. Já faz
quanto tempo que estou aqui? Parece que passou dias! Tenho essa
sensação horrível.
Tento reconhecer o local a minha volta reparando nos detalhes,
mas tenho a certeza que nunca estive nesse lugar. Até mesmo o
clima é diferente, quente ao ponto de sentir o ar que entrar pelos
meus pulmões e me aquecer por dentro de uma forma incomoda me
deixando fadigada. Já estou acordada a algum tempo! Sozinha, em
um local que me dá calafrios. Tento me soltar de todas as formas,
mas é em vão. Não consigo me transformar, minha loba parece está
presa dentro do meu corpo, e isso torna tudo mais doloroso
possível.
— Droga! — digo ao tentar de novo arrebentar as correntes que
estão nos meus punhos.
Tinha que ser tão teimosa? Meu instinto me disse que não era
para ir no local daquele bilhete, contudo, minha teimosia foi
tremenda e agora estou aqui. Assumo que foi uma tremenda burrice,
mas realmente não imaginei que Louise faria algo desse nível. Santo
Lobo eu salvei a vida dessa vampira ingrata! Estevan estava certo.
Odeio admitir, mas ele está certo!
Que ele esteja bem, nunca pedi tanto para a lei de Selene não
vale por nós. Se algo acontecer comigo, ele ficará bem! Por favor,
Selene...
— Vejamos, já acordou. — parei de força as correntes para me soltar,
ao escutar a voz que me carregou para esse lugar.
Meu coração foi a mil, minha respiração aumentou e fiquei
afetada de uma forma negativa quando vejo um homem andar
calmamente até mim. Sem dúvidas era uma versão do Estevan mais
velho. Cabelos loiros, olhos azuis, ombros largos e pele clara! Tem
uma postura marcante e autoritária.
Não tenho dúvidas de que esse seja o pai do Estevan!
— Com... — ao me interromper com um sorriso irônico, engolir em
seco vendo seus passos cautelosos.
— Permitam-me fazer as honras. — sendo notório a ironia em sua
voz, tocou meus cabelos tirando do meu rosto para que eu pudesse
ver melhor seu rosto.
Os traços da sua face são mais marcantes, eu diria que é um
homem de idade, bonito e sombrio, muito sombrio.
— Me chamo Balder! Creio que já ouviu falar sobre mim. —
gargalhou malignamente se afastando com calma parecendo medir
seus passos.
Balder é o pai de Estevan... tudo parece que fazer sentindo. É por
esse motivo que Estevan não me contou nada? Céus, Balder é o pai
de Estevan...
— Como... onde está Louise? Porque está fazendo isso? Porque me
capturou? Qual é o seu problema! — disse sentindo meu coração
acelerado.
— Quantas perguntas! — Balder sorrir de forma divertida indo até
uma parede se escorando. — Vejo que meu filho encontrou uma
lobinha raivosa.
— Porque quer atingir Estevan me capturando! — rosnei entre
dentes vendo seu sorriso se ampliar.
— Não quero atingir meu filho. Pelo contrário, deixei ele viver da
forma que queria por séculos.
— Não estou te entendendo. — sussurrei tentando me soltar
novamente, parei brutalmente de me mexer quando vejo Louise
entrar segurando uma bandeja com um copo de uísque. — Você... —
rosnei para ela que não demonstrou reação, e continuou o percurso
até parar na frente de Balder entregando o uísque em suas mãos.
— Obrigada querida! — a agradecendo, Louise se virou saindo do
local sem me olhar. Ela parecia estar hipnotizada.
— O que você fez com ela seu monstro!
— Isso é forma de falar com seu sogro? Louise está rendida a mim,
assim como todas as vampiras por uma 'causa maior'. — disse
esbanjando ironia, caminhou na minha direção. — Irei te explicar do
início, somente para se tornar mais interessante sua chegada ao
submundo.
Ao ouvi-lo falar que estou no submundo, sinto meu estômago
revirar e o pânico começar a nascer! Ouvir histórias sobre esse lugar
na minha infância, o lugar exilado das almas perdidas... É nítido que
não estou em meu melhor momento! Os sintomas da lua de sangue
está no auge levando meu corpo ao cúmulo da dor. Fora que essas
correntes parecem aprisionar minha loba, como se uma adaga
estivesse perfurando meu coração a todo segundo cada vez mais
fundo, aumentando a dor em meu ventre.
— Creio que já deve saber como Estevan nasceu e.... — Balder parou
e me olhou se aproximando seu rosto do meu. Engolir em seco ao
sentir sua respiração no meu rosto, olhei no fundo dos seus olhos
macabros. — Você não sabe... — gargalhou malignamente se
afastando logo que tocou na minha bochecha despertando calafrios
na minha pele. — Isso será mais interessante do que imaginei!
— Babaca! — rosnei entre dentre deixando que meus olhos ficassem
vermelhos mesmo que não conseguisse me controlar.
— Meça suas palavras, logo, logo deixará de ser a vadia do meu filho
e seu lugar será esse. Aqui no meu mundo, o tratamento para
cachorras como você... é especial. — sussurrou no meu ouvido me
causando náuseas.
Balder se afastou com um sorriso malicioso no seu rosto que me
causou repulsa. Agora sei porquê Estevan o odeia, Santa Selene, esse
ser é nojento e repugnante.
Minha Santa lobinha, me ajude!
— Como estava dizendo, Estevan nasceu de um caso de uma noite
com uma vampira. — ao me ver apavorada, ele começou a dizer indo
em direção até a garrafa de uísque. — Ela era atraente, diria a mais
sensual da época! Chamou minha atenção e o resto você sabe. —
servindo mais uísque para si, Balder continuou a dizer apoiando se
em uma parede. — Nunca imaginei que ela poderia engravidar!
Demônios não se reproduzem dessa forma. Demônios são criados
pelas áureas humanas, então acho que foi notório meu espanto ao
descobrir que a doce e sensual vampira, tinha um filho meu.
Demônio... ele é um demônio, então Estevan também é... Santa
lobinha. Ao olhar chocada para Balder, ele continuou dizer sem
expressão.
— Quando visitei a terra em busca da criança, não soube explicar
minha raiva ao descobrir que a vadia havia colocado o menino na
porta de um casal importante do mundo sobrenatural. — trincou sua
mandíbula, virando o copo de uma vez, e se serviu mais uísque. — Foi
óbvio que a matei. Mesmo sabendo que ela não tinha culpa, as
circunstâncias da época a levaram a fazer isso. — Ele sorriu de uma
forma macabra. — Sua morte foi dolorosa e excitante!
— Santa Selene... você é doentio... — o olhei com a respiração
ofegante, a forma que sua voz conteve malícia me causou ânsia de
vômito. Não sendo afetado, Balder apenas sorriu e continuou sua
explicação.
— Tentei de todas as formas pegar a criança, mas o Supremo
impediu ao convocar aos conselheiros de Selene e Hélio. Foi feito
uma enorme burocracia chata, ao qual o Supremo envolveu meu
digníssimo rei. Assim ficou ordenado pelo rei do submundo que meu
filho teria a escolha quando tivesse uma certa idade. — ele
demonstrou ódio quebrando o copo com as mãos. — Mas aquele
bastardo ingrato, não aceito minha oferta!
— Sua oferta...? — sussurrei vendo o sorriso surgir em seus lábios,
Balder começou a caminhar novamente na minha direção.
— Um híbrido poderia tomar facilmente o lugar do rei do
submundo... — ele ergueu suas mãos e tocou a minha bochecha me
fazendo rosnar. — Depois desse reino tomado, a terra seria fácil...
nem o Supremo, nem o conselho dos deuses, poderia me impedir de
virar um rei! — completou sorrindo.
— Você é louco. Estevan nunca concordaria em ser seu fantoche!! —
ofegante sentir minha loba uiva dentro de mim.
— Quem precisa de Estevan quando eu tenho a melhor criação bem
aqui, na minha frente... — ele disse com ironia segurando meu
queixo para que eu olhasse em seus olhos.
Sinto o arrepio negativo percorrer meu corpo assim que ficou
imóvel como se estivesse sobre um encanto.
— Do que você está falando... — tentei me mexer compulsivamente,
mas Balder segurou com mais força meu queixo impossibilitando
meus movimentos, me deixando frustrada.
— Uma criaturinha vampiro, Lobo e demônio será invencível! —
rosnei ao escutar suas palavras. — Sendo criado por mim, nunca irá
me desobedecer quando crescer! — o sorriso macabro do seu rosto
se ampliou, o que me fez dá um arranco ao tentar me soltar.
— Idiota eu não estou grávida, e mesmo se estivesse nunca daria um
filho meu para você. — tentei me soltar novamente, mas as
correntes pareciam apertar meus punhos de acordo com que me
mexia.
— Esperaremos alguns dias para descobrir se está grávida. — Balder
me olhou de forma fria — Caso contrário, não me importarei de eu
mesmo fazer um filho.
— TIRA A MÃO DO MEU ROSTO SEU VERME!! — gritei com raiva ao
ver seu olhar malicioso sobre meu corpo. O sentimento ao qual me
fez temer-lo me preencheu, suspirei assim que ele se afastou
gargalhando!
— Não terá a mesma força, mas creio que me servirá um híbrido
metade Lobo, e demônio... — ele se virou para me olhar com os
olhos negros. — Não será sacrifício engravida-la! — em sua
velocidade sobrenatural, Balder parou novamente na minha frente
segurando meu queixo.
As sensações de dor que meu corpo está sentindo não conseguiu
amenizar o pânico que se formou no meu ser. As palavras parecem
terem fugido da minha boca, o medo circula com velocidade por
minhas veias juntamente com o sentimento de repulsa e ódio por
não conseguir reagir e fazer absolutamente nada.
Assim que Balder tocou a pele despida do meu pescoço, a
descarga elétrica negativa por meu corpo foi tão grande que tranquei
a respiração sem reação. Minha visão ficou turva como se eu
estivesse desmaiando, fecho os olhos tentando recobrar forças para
lutar puxando o ar fortemente. Minhas narinas foram invadidas por
um forte cheiro ao qual eu bem conhecia! Minha loba pulou dentro
do meu interior e tive esperança, ao ver minha rápida mudança
Balder arqueou uma sobrancelha e logo suspirou olhando para um
local negro.
Levei juntamente meu olhar, não podendo reprimir o sorriso de
alívio ao ver meu pai e Estevan parados com um olhar sério.
— Só vou falar uma única vez! TIRA A PORRA DA MÃO DA MINHA
MULHER.

Capítulo Quarenta Dois

Perdido na imensidão dos seus braços, sem saída minha alma grita
um novo recomeço.
Mih Franklim

A mil por hora.


Meu coração está batendo tão rápido que afirmo, ele vai sair pelos
meus lábios. Ao vê a imagem de Estevan, a descarga de adrenalina
que teve em meu corpo foi tão grande que sorrir de alívio. Ouviria
todas suas broncas atentamente, dessa vez ele estava certo, minha
teimosia me levou ao submundo!
Reparei no olhar disperso que Estevan tem, o sorriso do meu
rosto se desfaz ao notar que meu pai e ele mantinham seu olhar
totalmente fixo em Balder. Nesse momento eu tive a certeza que
tudo vai se complicar! Meu instinto me avisou que algo de negativo
poderia acontecer, e dessa vez resolvi não ignora-lo.
Preciso me soltar!
Engolir em seco, voltando a olhar para Balder o vendo sorrir
ironicamente, ele soltou a mecha do meu cabelo que estava na sua
mão.
Balder estalou os dedos mantendo um sorriso demoníaco no seu
rosto. Tento me soltar compulsivamente vendo que surgiu vários
seres negros ao meu redor, suponho que seja demônios.
Mas a frente muitas mulheres que presumo que sejam do grupo
"Asas da liberdade" apareceram na minha volta, notei que elas
tinham um olhar negro, rosnei entre dentes sentindo minha loba
agitada. De alguma forma minha loba estava presa e não conseguia
me transformar!
— Sua teimosia me surpreende. — olhando para Estevan, Balder
falou de uma forma séria e fria. — Deveria se conformar que perdeu
dessa vez! A criança é minha! — rosnei de raiva em negação olhando
para Balder, no mesmo momento em que Estevan mostrou as presas
para seu pai como se o ameaçasse.
Balder caminhou lentamente para trás do meu corpo voltando a
olhar para Estevan assim que tocou novamente meu pescoço, dei um
tranco em meu corpo de raiva por não consegui me esquivar.
A dor que sentia em meu corpo sem dúvidas é o menor
problema agora.
Então tudo aconteceu muito rápido, contudo parecia que
vivenciei a cena em câmera lenta.
O rosto do Estevan desfigurou-se rapidamente, veias negras
surgiram por sua pele, suas presas aumentaram e seus olhos se
tornou negros. Minha respiração se acelerou na velocidade
sobrenatural Estevan já estava atrás do meu corpo empurrando
Balder. Como previsto as vampiras atacaram, juntamente com os
demônios. Meu pai se transformou em uma criatura horrenda a qual
nunca tinha visto! Suponho que seja uma das transformações que ele
sempre evitou.
Estava acontecendo uma guerra ao meu redor, e o fator ao qual
não conseguia me soltar me deixava mais frustrada.
— ESTEVAN!!! — gritei assim que o vejo caindo no chão. Sem
dúvidas, Balder era um demônio horrendo, a forma de Estevan e de
Balder em demônio não são parecidas. — Merda, merda, merda!
Em desespero dizia ao tentar arrebentar as correntes nas minhas
mãos, meu pai lutava sozinho com diversos demônios e vampiras,
enquanto Estevan travava uma batalha até a morte com Balder! —E
eu? Bom estou impossibilitada—, e isso está me deixando afobada!
Minha respiração está desregulada, e a minha pele quente, a dor que
sinto no meu útero parece caminhar rasgando até o meu coração tão
fortemente ao ponto de me deixar tonta.Tentava manter meu olhar
aberto, já que a dor aumentava cada vez mais dentro do meu ser.
Notei que o Estevan paralisou assim que tentou proferir um soco
no rosto de Balder, justamente como meu pai que parou de se
movimentar caindo sentado no chão. Balder empurrou Estevan e se
levantou ofegante do chão demonstrando sua ira.
Ao fazer uma vistoria com o olhar por todo o local, vejo uma
mulher parada em pé mantendo suas mãos estendidas. Uma bruxa!
Santa lobinha, por isso papai e Estevan paralisaram!
— Idiotas! Acham mesmo que viriam ao meu reino e conseguiram?
— Balder esbravejou me olhando com fúria.
Encolhi os ombros. Meu pai permaneceu imóvel no chão, logo em
seguida voltei a olhar para o Estevan que por um minuto ficou em
silêncio, mas logo começou a gargalhar sombriamente atraindo a
atenção de Balder. Do nada meu pai começou a rir juntamente como
Estevan, arqueei uma sobrancelha por não entender o que
proporcionou a crise de riso dos dois.
— Idiota... — meu pai começou a dizer ironicamente — Acha mesmo
que iríamos vir ao submundo da forma errada? — papai arqueou
uma sobrancelha e se levantou como se fosse apenas fingimento ter
caído no chão.
Tão intrigado quanto eu, Balder arregalou os olhos vendo meu pai
andar na nossa direção com calma. Assim que vejo Derek sair por
detrás do local que eles entraram, tudo parece ter feito sentido.
Derek tinha uma energia negra que parecia envolver suas mãos, ele
esbanjava um olhar sério e tenebroso.
— Você já deve ter ouvido falar, mas deixe-me fazer as honras! —
papai apontou para Derek que movimentou dois dedos derrubando a
bruxa no chão.
Meu pai. Estevan. Derek! Todos trabalhando juntos para me
salvar? Nunca imaginei isso!
— Esse é Derek Wallet... — assim que meu pai falou Derek ergueu
suas mãos sobre as mulheres, fazendo com que as vampiras
gritassem, logo em seguida nuvens pretas saíram de dentro delas é
seus corpos caíram desacordados no chão. — O último feiticeiro da
linhagem Wallet, vivo.
Estevan agiu rapidamente dando uma rasteira em Balder o
derrubando no chão, ele o pegou desprevenido. Derek levantou sua
mão mantendo Balder no chão com um pouco de dificuldade.
Estevan se levantou e posicionou-se em cima de Balder tendo as
veias de seu rosto tomando uma cor negra mais intensa, suas pupilas
aumentaram grandemente. Ele olhou no fundo dos olhos de Balder
que estava sendo mantido no chão por Derek, é proferiu suas
palavras de uma forma fria.
— Faça uma boa viagem. — dito isso, seus olhos se intensificaram e
uma áurea negra saiu do corpo de Balder. Estevan parecia engolir
aquela fumaça preta.
— Eu sempre ganho... — sorrindo com ironia, Balder sussurrou com
dificuldade.
— Bem-vindo ao verdadeiro inferno pai! — Estevan sussurrou
soltando o corpo desacordado de Balder no chão.
Suspirava ofegante vendo toda a cena, parecendo se recompor
Estevan levantou-se e lentamente seu rosto foi voltando ao normal
como se o mesmo estivesse cansado. Ele está cansado, eu sinto isso!
— Estevan... — digo baixo ao atrair a atenção de todos sobre mim.
Papai arregalou os olhos como se saísse de um transe ao qual
encarava o corpo de Balder no chão e caminhou até mim chegando
mais rápido do que Estevan.
— Aaaaaahh — fechei meus olhos com força sentindo uma pontada
no pé da minha barriga.
A dor foi tanta que rosnei entre dentes, o que sinto poderia se
qualificar como: uma adaga me rasgando por dentro.
— ELLAA!!!
Na sua velocidade sobrenatural Estevan chegou na minha frente e
segurou o meu rosto preocupado. Meu pai arrebentou as correntes
que tinha nas minhas mãos rapidamente.
— O QUE FOI? O QUE ESTÁ SENTINDO? — nervoso, Estevan dizia me
pegando no colo como se fizesse uma vistoria pelo meu corpo
procurando o motivo da minha dor.
— Dói.... — sem conseguir abrir os olhos, sussurrei ofegante
colocando a mão na minha barriga como se tentasse fazer a dor
infernal para.
Novamente rosnei, minha loba queria sair, mas algo a prendia!
Me lembrei da minha primeira transformação, era como reviver essa
fase da minha vida com mais dor! Já não conseguia assimilar muito o
que acontecia ao meu redor, a dor estava nitidamente me
consumindo e sinto que a mesma irá me sucumbir levando-me a
minha perdição.

Capítulo Quarenta Três


O coração é chave para um universo transcende de desejos carnais!
Mas que são movidos pelo calor que renascer, purificar, e nos torna
sagaz.

Mih Franklim

Estevan

Assim que saímos da casa do Francis não conseguimos entrar no


submundo corretamente. Então o Supremo recorreu ao seu beta, o
bruxo Derek Wallet, depois de um tempo finalmente conseguimos
entrar no submundo para salvar Ella.
Ao achar melhor, Francis conversou antes com rei do submundo e
contou sobre a traição de Balder, o mesmo liberou que eu o
castigasse o jogando nas profundezas do inferno ao engolir sua alma.
Afinal, como todo demônio esse era o dom que eu tenho por si só.
Derrota Balder não foi difícil, tinha o Supremo ao meu lado,
juntamente como o último feiticeiro da linhagem pura dos Wallet,
sendo assim mandei o desgraçado diretamente para as profundezas
do submundo, as quais não era comandada nem mesmo pelo seu rei.
Mas como toda batalha que é ganha fácil, uma consequência pior
aparece.
Vê Ella se contorcendo de dor nos meus braços me deixou sem
reação, era nítido que ela estava tentando se transforma e isso está
gerando uma dor tremenda nela. Estou ficando desesperado!
— DEREK, o que está havendo com ela!! — Francis se agachou ao
meu lado tocando a testa da sua filha, Ella rosnou novamente
arregalando seus olhos vermelhos gritando de dor.
— AAAAAAAAAHHH. — segurei Ella mais firme em meus braços, ao
notar que ela não tinha um controle sobre o seu corpo.
— A loba dela, está presa... — ao para do nosso lado, o feiticeiro
colocou as mãos sobre a cabeça da minha Ella deixando que uma
áurea negra a envolvesse.
Instantaneamente Ella parou de se debater como se dormisse.
Derek suspirou fortemente como se tentasse se controlar, afrouxei
meus braços que a envolvia com força, e toquei calmamente seu
rosto. A pele dela está gelada, meu coração se disparou e entrei
visivelmente em desespero.
— ELA ESTÁ GELADA PORRA! — gritei ao aproximar meu ouvido
perto de seu rosto para sentir sua respiração, que está fraca.
Uma pontada dolorosa se fez presente no meu peito trazendo o
medo de perdê-la.
— O QUE VOCÊ FEZ! — disse com ódio tentando empurra Derek. Mas
logo Francis me impediu.
— Ele está a mantendo viva seu imbecil. — Francis rosnou assim que
se levantou me arrastando para longe do corpo da MINHA ELLA.
— O QUE PENSA QUE ESTÁ FAZENDO! — mostrei as presas para
Francis o ameaçando.
— Se me ameaçar de novo, mato você!! — falou olhando apreensivo
para Ella.
— Ella está... — com calma Derek começou a dizer atraindo minha
atenção e a do Francis. — Lutando... sua loba está aprisionada,
Merda! — entre dentes, Derek falou assim que a luz negra envolta de
suas mãos se intensificaram descendo por todo corpo da Ella.
Me aproximei novamente dela com cautela, me abaixei no chão
para ficar ao seu lado, tendo a certeza de que Ella havia se tornado o
motivo pelo qual eu estou vivendo. E olha-la desacordada está me
deixando inquieto! Nunca temi perder alguém como estou temendo
perdê-la.
Não quero nem cogita essa possibilidade. Ao sentir meu coração
acelerado segurei suas mãos sem força e a beijei sem me importar
que Francis se aproximasse de nós. Parecendo despertar de uma
viagem, Derek se sentou jogando-se para trás de forma ofegante.
Logo o rosto da Ella voltou a demonstrar dor, mesmo que dessa vez
ela não esteja se debatendo.
Nunca pedi nada a deusa lunar, mas dessa vez é diferente! Pelos
céus, faça Ella parar de sentir dor.
— Porque ela está assim? — perguntei preocupado.
Nunca me senti tão fraco em toda minha vida, sem sombra de
dúvidas minha lobinha se tornou o meu ponto fraco.
— Balder interligou a loba da Ella com a alma do bebê, isso está
impedindo sua transformação. E se por via das dúvidas Ella conseguir
se transformar... — Derek parou de falar e engoliu em seco.
Contudo, meu mundo parece ter parado de girar assim que escutei
a palavra 'bebê'. Ella realmente estar grávida, eu vou ser pai... não
descobrir isso não faz nem um minuto e já recebo a notícia que a vida
do meu filho corre risco?
Maldição!
— Bebê... — sussurrei ao olhar para Ella que mantinha a expressão
de dor no seu rosto me deixando mais aflito. — O que faremos para
Ella não sentir mais dor? — perguntei a fitando, tentando conter o
sentimento diferente ao qual nascia em meu peito.
— Francis você terá que morder-lá! — Derek falou olhando para
Francis de forma séria.
Só então me lembrei de sua presença, Francis parecia disperso ao
tentar digerir as informações que recebemos. Ele seria avô, de um
filho meu, o que é estranho!
— Como... — sem deixar que ele terminasse, o bruxo completou
arrancando suspiros dos meus lábios ao sentir medo.
— Na sua forma de grinico. — disse friamente.
— NEM PENSAR! — Francis esbravejou deixando meu corpo tenso.
— O que acontece se mordê-la nessa forma? — perguntei friamente
olhando para Francis.
— Se Ella não reagir bem, ela morre! — disse sendo ríspido.
— E se ela reagir? — perguntei trincando minha mandíbula.
Olhei novamente para a expressão de dor da minha lobinha
segurando mais firme sua mão. Me vejo sendo colocado em uma
decisão difícil, contudo não posso vê-la sofrer por mais tempo.
— A transformação da Ella como loba será interrompida durante
toda a gestação! Assim que o bebê nascer eu consigo quebrar o
encanto de Balder, e ela terá sua loba livre. — bebê, novamente ao
escutar essa palavra me vejo sem reação. Nunca cogitei a hipótese de
ser pai.
— Se Francis não a morder? — mesmo com receio em saber a
resposta, perguntei pegando Ella novamente no colo.
— Ou Ella, se transforma matando o bebê, ou ela e o bebê...
As possibilidades de perder Ella e o nosso filho me fizeram gelar,
olhei para Francis que andava como um louco de um lado para o
outro.
Um turbilhão de emoções, fez com que meu estômago embrulha-
se. As opções não são as melhores, tinha uma chance alta de perder
meu filho e minha mulher, sem dúvidas isso me deixou nervoso e
evasivo. Ao certo, sabia da decisão certa a se fazer, mesmo com
medo digo firmemente para que Francis ouça em bom som.
— Morda ela, Francis. — o olhei friamente ao falar de forma séria.
— Nem pensar. — rosnando Francis me encarou com os olhos
vermelhos. — EU NÃO VOU MATAR MINHA FILHA! — esbravejou ao
se jogar no chão ao lado da Ella.
Era óbvio que ele está desesperado, embora seja de uma forma
contida.
— SE NÃO A MORDER, ELES VÃO MORRER! — digo no mesmo tom de
voz que o seu, ao pressionar o copo meio sem vida da Ella contra
meu peito.
— NÃO VOU SUJAR MINHAS MÃO COM O SANGUE DA MINHA FILHA
PORRA. — Francis gritou.
Segurei Ella mais firmemente em meus braços. Suspirei
pesadamente ao tentar me controlar, digo de forma séria e em bom
som para que ele escute.
— Se não mordê-la, não será só o sangue da sua filha que estará em
suas mãos. — não sabia como reagir ainda sobre o bebê, contudo
não quero perde-lo.
— Francis a melhor opção é arriscar. — Derek se pronunciou fazendo
o Supremo suspirar.
Totalmente relutante, Francis pegou um braço da Ella, e me olhou
com receio. Nesse momento meu coração parecia querer saltar por
meus lábios, certamente nunca sentir tanto medo como agora!
Séculos de existência, de experiência para uma loba aparecer em
minha vida e me transformar em um ser totalmente sem saber o que
fazer. Ella me mostrou sentimentos que nunca havia vivenciado.
Amor, compaixão, com ela eu poderia ser o demônio mais
rendido do mundo. Certamente o medo foi uma das coisas que Ella
me ensinou a sentir.
Suspirando pesadamente, Francis deixou que suas presas
crescessem até chegar ao tamanho que fica quando se transforma
em um grinico. Sem relutância, Francis mordeu o braço da Ella a
fazendo gemer de dor. A segurei com mais firmeza beijando
lentamente sua testa, em uma tentativa de dizer a mim mesmo que
tudo ficará bem.
— Estou aqui meu amor, vai passar... — sussurrava ao manter meus
lábios perto de sua bochecha, Ella estava fria e era óbvio que a
mordida de Francis doeria. Só não sei dizer se dói mais do que a dor
que Ella estava sentindo!
Francis rosnou ao soltar seu braço, assim que começou a voltar
para sua forma normal. Então foi aí que meu desespero começou,
sentia lentamente o corpo dela desfalecendo em meus braços. Ella
empalideceu rapidamente, contudo foi somente quando escutei seu
coração parar de bater que deixei a fúria, e o desespero me dominar.
— Ella... Ella, ELLA! — gritei ao fazer uma tremenda vistoria com
minhas mãos por todo seu corpo gelado. Assim que sinto uma
enorme dor em meu peito, abracei seu corpo aparentemente sem
vida com força.
Foi então que surgiu uma pitada de esperança! Lentamente, ouvir
seu coração bater de forma calma. Ofegante, a segurei com mais
ternura, me levantei com Ella no colo sentindo descargas de
adrenalina por todo meu corpo. Olhei para o Supremo que parecia
não ter reação no chão, notei que Derek o imobilizava com sua
magia!
— O coração dela... está batendo! — afirmei aliviado tendo a minha
Ella em meus braços.
Capítulo Quarenta Quatro

Seu sorriso, tornou-se uma liberdade em meu ser, despertando em


mim a vontade de viver!

Mih Franklim

Estevan

Dois dias se passaram.


São exatamente dois dias ao qual Ella ainda não acordou. De
acordo com o feiticeiro beta do Supremo, Ella está com exaustão! Ir
ao submundo a deixou assim, sua alma não estava preparada para
uma viagem desse gênero.
Depois do susto que tive quando escutei o seu coração parar de
bater, não desgrudei dela. Creio que Selene ouviu meu clamor pela
primeira vez e poupou a vida da minha mulher e do meu filho.
Filho, ainda é novo o sentimento ao qual tenho em relação a
minha descoberta, mas sei que não permitirei que nada aconteça
com o bebê. Assim que voltamos do submundo a levei para casa e dei
um banho em seu corpo, como ela está apagada, para não deixá-la
sozinha tratei de resolver os problemas da empresa no quarto
enquanto passei as tarefas do meu cargo no Clã para o meu primo
Alonso administra. Sendo assim, tem exatamente dois dias que não
saio do nosso quarto.
Era nítido que o Supremo queria levá-la com ele, o que não
aconteceu! Resultado: Antonella descobriu que escondemos o
sequestro da Ella, e digamos que eu e Francis escutamos muito. No
fim ela apoiou que Ella deveria vim para nossa casa, com a permissão
de que poderiam visitá-la a qualquer momento.
— Os ferimentos dela já cicatrizaram. — Liz, a irmã da Ella disse
tocando a testa da minha mulher que dormia como um anjo.
— Sim, ela aparenta está melhor! — afirmei observando Lizzie se
sentar do lado da Ella e segura firmemente a sua mão.
Mantenho-me parado em pé perto da porta observando a cena. A
irmã da Ella parece conversa docilmente com a minha mulher que
dormia, já seu companheiro se encontra sentado em uma poltrona
que havia no quarto.
Como de costume, recebo os pais da Ella e as sua irmã que vem vê
se ela melhorou ou já acordou! Apesar de está dormindo, Ella está
melhor. Os ferimentos dela já se curaram, e sua pele voltou a ter cor,
sua respiração normal e serena. Contudo, ainda estou ansioso para
vê novamente o seu sorriso.
Sorrir de forma discreta escutando os passos fortes da Antonella
no corredor. Ter a visita constante do Supremo no Clã, causou uma
certa polêmica, mas certamente ninguém falou nada, e nem
ousariam dizer!
— Me solta Francis!! — Antonella falou entre dentes entrando de
uma vez no quarto.
É visível a raiva da minha sogra!
— Você não pode matar uma vampira sem motivos Antonella! —
suspirando, Francis falou com calma soltando o braço da sua mulher,
e logo fechou a porta do quarto.
— Não iria matá-la, só não gostei dessa tal Samantha. — com uma
voz doce, a Suprema abriu um sorriso e veio na minha direção, beijou
minha bochecha e deu três tapinhas no meu ombro. — Como está
Estevan? A propósito, se aquela vampira tingida tenta barra a minha
entrada de novo, eu mato ela! — Antonella falou indo na direção das
suas filhas.
Arqueei uma sobrancelha e olhei para Francis que mantinha-se
sério, —não sei com quem devo tomar cuidado!— Se é com o Francis
pelo simples beijo que sua mulher deu no meu rosto, ou com a
própria Antonella, que está com o humor a flor da pele! A lua de
sangue acaba hoje, sem dúvidas isso seria a explicação.
—Vampira? — perguntei me aproximando de todos.
— Sua secretária, ela não fez nada demais! — Francis disse com
indiferença beijando a testa de Lizzie, longo em seguida beijou a testa
da Ella.
— Vamos mudar de assunto por favor, antes que eu volte lá e mate
aquele ser que conseguiu tirar a minha paciência! — suspirando
pesadamente, Antonella acariciou os cabelos da Ella.
— Certo! — advertir observando minha lobinha ser paparicada pela
sua família.
Francis estava sentado ao pé da cama, Lizzie segurava a mão da
Ella sentada ao seu lado, enquanto Antonella acariciava os cabelos
negros da minha lobinha com ternura sentando-se do outro lado da
cama. Reprimir um sorriso irônico ao imaginar que o Supremo está
sobre a cama, a qual amei Ella de diversas formas! Poderia irritá-lo
com esse fator, mas ainda não quero morrer.
— Do que está rindo? — neguei com a cabeça olhando para Lizzie
que parecia curiosa.
— Não é nada! — afirmei suspirando.
— E como está nosso bebê? — Antonella colocou a mão sobre a
barriga da Lizzie sorrindo.
— Está bem! Izaac e eu achamos que possa ser uma menininha. —
ela sorriu respondendo empolgada.
— Seria fantástico se tivéssemos duas menininhas de uma vez! —
Antonella parecia empolgada colocando a mão sobre a barriga da
Ella.
Francis não consegue esconder nada da Antonella. Mesmo que eu
tenha o pedido para não contar, ele abriu a boca e falou para todos
da gravidez da minha Ella. E claro que a Antonella ficou feliz, minha
única preocupação é com a reação da Ella.
Creio que ela gostaria de contar a todos sobre a sua gravidez, o
que não será possível!
— Céus! — suei frio só por imaginar o trabalho que uma menina me
daria, ainda mais se puxar a beleza da Ella!
— Ao menos isso será divertido. — Francis sorriu, aparentemente ele
pensou da mesma forma que eu. Contudo, logo seu sorriso se desfez.
— Que seja dois meninos! — exclamou suspirando pesadamente.
— Não sejam bobos. — Lizzie sorrir demonstrando felicidade
acariciando sua barriga. — É óbvio que meu bebê será ruivinha... mas
o da Ella, Talvez seja uma menininha loirinha!!
— Amor, não fale como se já soubesse o sexo do nosso bebê, nem
mesmo o da sua irmã, talvez seja dois meninos! — seu companheiro
pronunciou-se com diversão.
— bobagem! — a ruiva rebateu negando com a cabeça. — Será duas
menininhas lindas, poderemos vesti-las iguais! — a tia louca que meu
filho terá parece empolgada.
— Céus! — revirei os olhos. Meu filho nem nasceu e já estão fazendo
planos?
— Estevan, Porquê não aproveita que estamos ao lado da Ella e vá
tomar um banho. — Antonella mudou de assunto me olhar de cima a
baixo.
— Não tem necessidade, estou bem!
— Está bem? Cunhado, o cheiro de fracasso que você exala é possível
sentir do outro lado do Clã. — minha cunhada arqueou uma
sobrancelha reprimindo um sorriso.
— Liz! — seu companheiro a corrigiu, as vezes ele demonstra que
tem medo estando na minha presença.
Não ligo para esse tipo de provocação. É estranho me sentir bem
conversando com todos da família do Francis. Até o Francis parece
não liga mais com a minha presença! Antonella levantou-se e veio na
minha direção não me deixando protestar.
— Vá tomar um banho, coma algo, que cuidaremos da Ella! — minha
sogra começou a me empurrar para fora do meu quarto.
— Eu...
— Olha o seu estado Estevan, não quero que a minha filha tenha a
impressão que seu companheiro virou um sem teto! — ergo minhas
mãos cedendo às suas ordens.
— Certo, certo! Cuidem bem da minha Ella. — olhei uma última vez
para Ella deitada na cama.
— Sempre. — Antonella concordou, fechando a porta do quarto.
Suspirei caminhando para longe do meu quarto, fui para um
quarto de hóspedes. —Minha sogra está certa—. Preciso de um bom
banho, e talvez de um pouco de sangue. Quando Ella acordar não irei
sair do seu lado, preciso estar no mínimo limpo.

***

Não vejo a hora da Ella acordar. Estou com saudades do seu sorriso
de quando aprontava, da sua doce e compreensiva voz, e até mesmo
dos momentos ao qual ela surtava me deixando louco ao testar
minha paciência. Tê-la impossibilitada dessa forma parte meu
coração! —isso resultou em uma devastadora insônia—.
Não consigo pregar os olhos mesmo sabendo que a minha lobinha
e o nosso bebê estão bem, eu quase os perdi, sinto que devo ficar a
todo momento do lado deles os protegendo. Mas certamente parece
que estou esperando uma eternidade para que Ella desperte!
Assim que voltei para o nosso quarto alimentado, e limpo,
demorou pouco tempo para a família da Ella ir embora.
Sua irmã mais velha queria voltar para a cidade, quando descobriu
o que aconteceu, mas ela só tem direito a fazer uma única visita
durante os quatro anos que passará fora. Antonella a convenceu de
utilizar essa visita quando os bebês nascerem. Sei como as anciãs são
rigorosas com as suas leis. Já a empresa está bem, tudo está normal,
esperando somente a minha lobinha acordar!
Acariciei seu rosto com calma, Ella transparecia uma serenidade a
qual me enfeitiçava cada vez mais. Suspirando pesadamente me
aproximei de seu corpo já estando deitado ao seu lado na cama, e
coloquei minha mão sobre a sua cintura deixando que o meu rosto
fosse para a curvatura do seu pescoço. Fechei os olhos para sentir o
cheiro suave que emanava dela.
Somente por sentir o calor da sua pele, me sinto mais calmo e
relaxado! De uma forma que não a machucasse, fiquei com meu
corpo colado ao seu. Sentindo seu corpo se arrepiar, levemente
desço com uma mão até para em sua barriga.
— Até quando você vai dormir lobinha... — sussurrei de olhos
fechados.
Meu coração está acelerado da forma que só Ella é capaz de
deixá-lo.
Levantei com delicadeza a blusa do seu pijama e acariciei sua
barriga. Nessas duas noites que Ella passou desacordada, tento
conversar com ela contando tudo o que se passou durante o dia.
Mesmo tendo a certeza que minha lobinha só dorme por exaustão,
só vou conseguir descansar quando ela acordar.
— Sua família acha que nosso bebê possa ser uma menininha. —
comecei a sussurrar, com calma mantinha minhas carícias
delicadamente sobre sua barriga.
— Se realmente for o caso... terei sérios problemas. — sorri-o contra
a pele do seu pescoço.
Escutei seu coração se acelerar, continuei a dizer sentindo minha
garganta secar-se de esperança.
Talvez Ella finalmente acorde!
— Desculpe por todos já saberem sobre nosso bebê, sei que odeia
ser a última a saber das coisas! — beijei novamente seu pescoço
mantendo meus olhos fechados. — Seu pai não sabe manter a boca
fechada. — confirmei suspirando.
Por um momento fiquei em silêncio, mas nada mudou! Mesmo
com o coração acelerado Ella não moveu-se nenhum centímetro.
Então mantive-me com os olhos fechados e me aconcheguei mais no
seu corpo.
— Boa noite minha lobinha.
Contudo, meu coração parou assim que sinto os dedos delicados
dela tocar meu rosto. Mantenho-me de olhos fechados temendo que
seja uma alucinação. Meu coração está acelerado, e o mesmo
poderia sair a qualquer momento pela minha boca. Mas somente
quando ouvir a voz da minha Ella, houve uma explosão no meu ser.
Abri os olhos não podendo evitar o sorriso largo que se formou em
meus lábios ao vê-la com os olhos arregalados.
— Estevan...
Capítulo Quarenta Cinco

A felicidade está onde o seu coração se acomodou.


Onde sua alma se alegrou, com a certeza de que nesse lugar viver o
amor!

Mih franklim

Confusão é a única coisa que se passa na minha mente. Quando


escutei a voz doce e distante do Estevan, tentei fortemente seguir o
som da sua melodia. Até que consegui abrir meus olhos. De imediato
a sensação que tive no meu corpo foi febril! Logo depois minha
mente não assimilava o que está acontecendo ao meu redor.
Demorei a associar que os braços do Estevan me rodeavam com
ternura aquecendo meu corpo.
Estevan parecia preocupado enquanto conversava comigo
mantendo seus olhos fechados, ele acariciou a minha barriga
despertando arrepios pelo meu corpo, arrepios esses que me
mantém viva!
Tentei compreender o que ele falava, mas parecia palavras sem
nexo. Até falhas lembranças começarem a rodear minha mente!
Havia sido capturada por Balder. Estevan, Derek, e papai me
salvaram, então dor, a dor me consumiu e apaguei.
Agora acordei no quarto do meu vampiro, tendo a sensação de
que havia se passado dias.
— Estevan... — o chamei, minha voz saiu baixa demais. Ainda me
sinto fraca e sem forças.
— Meu amor, céus você... — sem deixar que eu falasse nada, Estevan
me puxou com força para um abraço apertado me colocando por
cima do seu corpo.
— Ah... — gemi de dor pelo seu aperto, rapidamente ele afrouxou
seus braços ao redor de minha cintura, continuando a me abraçar.
Parece que ele não vai me soltar, tentei reconforta-lo acariciando
seus cabelos e correspondendo ao abraço. —É possível escutar seus
batimentos acelerados!—.
O seu cheiro me tirou da confusão que se passava na minha
mente. Estou nos seus braços, estou em casa!
— Estou bem Estevan! — afirmei.
Estevan me deitou novamente na cama e ficou por cima de mim
com cuidado sem colocar o peso do seu corpo sobre o meu, sorrio
largamente quando ele começou a distribuir diversos beijos pelo meu
rosto.
— Fiquei tão preocupado! — murmurou me olhando intensamente,
seu sorriso se alargou.
Um sorriso que demonstra o quanto ele parece aliviado em me
ver.
— Pode me explicar o que aconteceu? — perguntei levando minhas
mãos para a sua nuca. Ainda estou um pouco confusa.
— Claro, claro! — ele concordou me roubou um selinho e acariciou a
minha bochecha colocando sua testa sobre a minha. — Mas antes
vou preparar algo para você comer, está a dois dias dormindo!
— Dois dias! — o olhei espantada, então a sensação de que estou a
um bom tempo dispersa é real?
Estevan se sentou na cama suspirando. Pisquei desconcertada o
encarando. O meu vampiro tentação está acabado com olheiras
enormes, cabelos bagunçado e com a barba por fazer. Okay, ele está
mais sexy do que acabado! Estevan fica bonito com uma barba rala,
com certeza irei pedi-lo para manter essa barba.
— Sim, dois dias Ella! Está sentindo dor? Consegue me esperar trazer
sua comida?
Demonstrando sua preocupação, ele levantou-se da cama indo na
direção de um roupão que tem sobre a poltrona me dando a visão
esplêndida das suas costas despida, e da sua bela bunda.
Santa lobinha, que vontade de apertar!
— Estevan, se acalme! — sorri negando com a cabeça, ele está
afobado.
Retirei o lençol que envolvia o meu corpo para me levantar. Mas
Estevan foi mais rápido e parou na minha frente me impedindo.
— Aonde pensa que vai? Você precisa de repouso. — falou me
segurando pelos ombros.
— Vou tomar um banho! — o olhei com uma sobrancelha arqueada.
— Se estou dormindo a dois dias, tenho preciso de um banho. —
tentei me levantar de novo, mas fui novamente impedida por ele.
— Que parte do repouso não entendeu? — Estevan suspirou ficando
entre minhas pernas e beijou a minha testa. — Vou preparar seu
banho, não levante, já volto! — segurou o meu queixo com ternura.
— Estou bem, Estevan. — tentei acalma-lo — Eu posso tomar um
banho sozinha. — disse apoiando minhas mãos no seu quadril.
Eu preciso de um bom banho gelado, talvez assim me desperte.
— Depois de quase perder vocês não vou arriscar. Não posso arriscar
perdê-los de novo Ella.
Oii?
— Perdê-los? — o olhei sentindo o meu estômago embrulhar. —
Estevan... eu estou... — sem me deixa acabar de falar, ele me
interrompeu.
— Sim, vamos ter um bebê, Ella! — me advertiu com doçura. Ele se
agachou e ficou parado na minha frente analisando a minha reação.
— Eu... eu... — tentei falar algo, ou até mesmo formular um
pensamento.
Mas é nítido que não conseguia! Minhas mãos gelaram, e tenho a
sensação de que posso desmaiar. Não tenho uma reação sobre uma
gravidez. —Santa lobinha, nunca me imaginei grávida, nem mesmo
quando era criança—. Formar uma família não era meu plano,
embora que agora eu esteja com Estevan. Existe toda uma profecia
sobre isso, um híbrido, —céus—, mas apesar de tudo é um filho meu,
um bebê que foi gerado com amor.
Suspirei.
— Como descobriu sobre o... bebê? — levantei meu olhar para
encontrar o seu.
— Balder interligou a sua loba com a alma do bebê, por isso você
apagou por dois dias!
— Então eu o perdi... — me desesperei, mas logo ele me interromper
tentando me acalmar.
— Não, não, Ella! — ele acariciou minha bochecha. — Você e o nosso
filho estão bem! — Estevan sorriu notando o suspiro de alívio que
saiu dos meus lábios.
— Não sei o que dizer... — tentei buscar palavras para formar uma
frase na minha mente, embora tudo o que eu dissesse não mudaria o
fato de que vou ter um filho. — Deveríamos ter nos protegidos, foi
culpa da lua de sangue... me afetou tanto que nem pensei que isso
poderia acontecer. — disparei.
— Ella, se acalme. — interrompendo o meu momento de surto,
Estevan segurou meu rosto e beijou lentamente meus lábios. — Não
precisa dizer nada agora, vamos ter um filho e isso não é motivo para
surtamos! — afirmou.
O olhei espantada! Não imaginava que ele reagiria tão bem em
relação a isso. Digo, um filho é uma responsabilidade muito grande!
— Você não está nervoso com... isso?... — surpresa sussurrei, vendo-
o arquear uma sobrancelha.
— Entendo que um filho é complicado, mas não é uma notícia ruim.
Você será uma boa mãe, tenho certeza disso! — Estevan sorrir de
confiante, e isso fez que meu coração palpitasse forte.
Um bebê, ainda é tão cedo para termos um filho. Mas se de fato
aconteceu, não se há muito para fazer! Suspirei colocando uma das
minhas mãos sobre a minha barriga, minha mente parece distante e
não consigo pensar em nada corretamente agora.
— Sinto muito... mas todos já sabem sobre a gravidez. — sorrindo
Estevan falou me deixando espantada.
— Todos? — arqueei uma sobrancelha o questionando.
— Seu pai descobriu juntamente comigo, você sabe que Francis tem
uma língua solta quando se trata da sua mãe! — bufando de forma
divertida, ele se levantou e me pegou no colo.
Soltei um gritinho de surpresa.
— Estevan como assim todos? — passei minha mãos por seus
ombros deixando ele me levar para o banheiro. Engolir a seco
notando o sorriso divertido que se formava no seu rosto.

***
— Certo, deixe-me ver se entendi. — coloquei o copo de suco sobre a
bandeja. — Não posso me transformar até a gestação acabar? Mas
como? Se uma loba ficar muito tempo sem se transforma pode levar
a morte!
Tentar assimilar tudo o que Estevan dizia parecia uma tarefa difícil.
Não poderia me transformar até o bebê nascer, e só depois do
nascimento Derek conseguiria quebrar o feitiço que Balder havia
feito. Estevan também falou que meus pais vieram me visitar todos
os dias em que permaneci apagada, e estranhamente meu pai não
surtou quando soube da minha gravidez. Acho que dormi e acordei
em outra dimensão!
Bom, é óbvio que Estevan não me deixa um minuto sequer. Ele
me ajudou a tomar um banho de banheira de forma calma e sem
conter nenhuma malícia. Logo depois preparou algo para eu comer, e
embora seja estranho receber esse tipo de mimo e atenção, posso
me acostumar com isso sem problema algum.
E agora sentada na nossa cama, tento entender o que ele está
me dizendo! Ainda estou digerindo o fato de que vou ter um bebê.
— Eu sei, aparentemente não no seu caso. — vendo o enorme ponto
de interrogação em meu rosto, Estevan levantou-se e pegou a
bandeja que estava sobre a cama a colocando sobre um criado mudo.
— Você é a filha do Supremo, consegue se controlar melhor! E de
acordo com o beta do seu pai nossa ligação pode ajudar você nesse
quesito.
— Como nossa ligação ajudaria nisso? — quanto mais Estevan me
conta as coisas, mais parece que fico confusa.
— Eu posso ter ajudar com isso lobinha, não me subestime. —
sorrindo de forma maliciosa, se aproximou beijando meus lábios. —
Da mesma forma como te ajudei na lua de sangue!
— Vampiro idiota! — sentir minhas bochechas corarem rapidamente.
Vendo o meu constrangimento o sorriso dele se alargou.
— Ella. — suspirou. — Podemos conversar? — apreensivo ele se
sentou na cama de frente para mim, segurando minhas mãos.
— Claro! — afirmei lhe passando confiança.
Havia descoberto que ele era metade demônio de uma forma não
muito boa.
— Está se sentindo bem para termos esse tipo de conversa? —
concordei notando o brilho no seu olhar.
— Eu dormi por dois dias. Estou descansada o suficiente! — apertei
de leve sua mão.
— Tudo bem! — ele suspirou fundo e começou a dizer. — Me perdoe
por não ter falado sobre o que sou? Minha vida no passado não é um
troféu ao qual eu goste de exibir. Séculos de vivência me
proporcionou um amadurecimento na forma que penso, e ajo.
— Estevan! Não tenho raiva de você, entendo que é um assunto
delicado. Como já disse, estou aqui para te ouvir! Quando estiver
realmente pronto para falar sobre isso. — afirmei.
— Mesmo sendo um assunto delicado não deveria ter escondido de
você que sou filho de Balder. — Estevan suspirou desviando o olhar.
— Teria evitado seu sequestro se tivesse lhe contado.
— Não se culpe por isso, minha teimosia e curiosidade são enormes!
Assumo isso. — sorri mantendo meu olhar fixo no seu, sentia que
esse é o momento ao qual ele irá me contar sobre seu passado,
Estevan demonstrava que está pronto para isso, então permaneço
em silêncio mantendo a calma.
— Minha vida foi realmente dividida em fases. — ele suspirou. —
Quando descobri que Balder matou minha mãe biológica, quando
meus pais adotivos morreram, e até mesmo a deusa da lua se
revoltou comigo. Havia decidido alimentar um lado meu que parecia
faminto! Ella, eu realmente já fiz muito mal para a humanidade.
Causei dor em gerações. Não sei dizer ao certo quanto sangue foi
derramado por minhas mãos, mas garanto que foi muito!
Continuei em silêncio, acariciando suas mãos o incentivando a
continuar a dizer, e foi o que Estevan fez.
— Quando conheci sua mãe, quando identifiquei seu cheiro,
certamente esse foi o dia mais confuso da minha vida! — Estevan
sorrir. — Não sabia como reagir, não acreditava na possibilidade de
que teria uma companheira, um laço de sangue que Selene me daria.
O primeiro sentimento que tive foi querer você! Iria esperar você
nascer, e se possível travaria uma guerra com seu pai só para tê-la.
— Estevan... — me aproximei dele sentindo meu coração palpitar.
Segurei seu rosto para que ele mantivesse seu olhar fixo em mim.
— A dezoito anos atrás, em um dia de chuva. Me lembro que voltava
de uma caça, havia matado seis humanos naquela manhã! —
arregalei os olhos — Duas mulheres, e quatro homens que
acampavam perto das colinas. Resolvi voltar para o Clã pela floresta,
e mesmo que pudesse ser pego desrespeitando uma das leis do
Supremo não me importei!
Aparentemente relaxado, ele colocou suas mãos na minha
cintura e me impulsionou para me sentar no seu colo, o que fiz um
pouco hesitante.
— Quebrando regras. — sussurrei contrariando um pouco o clima
pesado que tem pairado sobre nós, Estevan sorrir quando o abracei
pelo pescoço.
— Não me arrependo de ter quebrado essa regra. — sorrir me
olhando intensamente. — Esse dia um cheiro diferente havia me
domado de uma forma avassaladora! Então resolvi o seguir pela
floresta. Estava tão disperso que quando me dei conta já estava
dentro da área do Supremo. Uma menininha brincava correndo na
chuva com os braços abertos! Mas a frente havia duas garotinhas
ruivas e certamente todos daquela família estavam bem felizes,
todos da sua família, Ella.
Sinto meu estômago embrulhar, não conseguia disfarçar meu
olhar de surpresa, ele apenas sorriu e começou a acariciar minha
cintura.
— Nesse dia eu soube que você seria capaz de mudar meus
conceitos. Sempre soube que era você, por isso fiquei desconfortável
quando seus pais tentaram me convencer de que a sua irmã era
minha! — os olhos dele demonstra o quanto ele está mais relaxado
me contando isso. — Então tomei uma decisão na noite em que te vi
pela primeira vez. Não iria marcá-la, você era doce demais para se
envolver com um demônio corrompido como eu!
— Óbvio que sua decisão não funcionou. — falei divertida.
— Isso está nítido! Era impossível não monitorar cada passo seu. —
tomando uma postura mais séria Estevan disse nervoso. — Na sua
adolescência não foi fácil manter alguns sarnentos afastados de você.
— bufando, Estevan me apertou pela cintura fazendo meu sorriso se
alarga.
— Está com ciúmes de alguns casos na minha adolescência? — sorri
negando com a cabeça. — Eu precisava aprender pelo menos beijar.
— tentei fazer uma piada, o que não deu certo.
— Aprende-se comigo. Sem problema algum, te ensinaria tudo
calmamente! — ele subiu com calma uma das suas mãos pelas
minhas costas.
— Quando mudou de ideia?... porque repensou e resolveu ir atrás de
mim? — suspirei pesadamente sentindo seus toques lentos na minha
pele.
— Uma viagem que fiz para Roma, conheci uma senhora que abriu os
meus olhos. — Estevan parecia analisar minha reação com cautela.

— Estevan... — sussurrei seu nome. Tenho certeza de que Estevan


está sendo sincero comigo. — eu posso ver...
Arqueando uma sobrancelha Estevan me olhou, certamente ele
sabia do que estou falando. Era nítido que meu coração está batendo
tão rápido ao ponto de sair por meus lábios.
— Tem certeza? — é visível o desconforto na sua voz, apenas
concordei.
Suspirando fundo, ele fechou os olhos e lentamente vejo seu
rosto se desfigurar. Veias negras aparecem pela sua pele, fiquei tensa
no momento que ele abriu os olhos negros. Ele apenas observar
minha reação, um pouco hesitante toquei a pele áspera do seu rosto
sentindo o relevo que suas veias criaram, meu coração está tão
disparado quanto o turbilhão de sensações que se passava pelo meu
corpo. Segurei seu rosto com uma certa ternura, então sorrir de
forma sincera.
O simples fato ao qual, ele teve confiança para me mostrar esse
lado dele, me deixa feliz, acariciei seu rosto olhando de perto os
detalhes da sua forma em demônio. Tenho certeza que agora Estevan
confia em mim.
Com um suspiro alto, rapidamente ele voltou a sua forma normal
demonstrando sua confusão através dos seus olhos azuis, é nítido
que ele espera uma reação minha já que a forma a qual Estevan me
segura com mais força demonstrar isso.
Sei que ele está confuso vendo o meu sorriso, nem eu saberia
explicar o motivo da minha felicidade conhecendo esse lado que ele
escondia de mim. Acariciei com ternura a pele gélida e macia do seu
rosto.
— Estevan, eu amo você... e isso inclui todos os seus lados.
Capítulo Quarenta Seis

Brilhantes estrelas no céu, trazem em nós a doce esperança, sempre


basta vermos o mundo como uma criança.

Mih Franklim

Cinco meses depois

— Ella, talvez seja uma menininha. — com a voz divertida, Liz disse
tocando calmamente o relevo da minha barriga.
— Acho que vai ser um menino, Liz. — respondo com um largo
sorriso enquanto caminhávamos pelo jardim.
É estranho dizer como o tempo passou tão rápido. Parece que foi
ontem que descobri sobre a minha gravidez, e acabei mudando toda
minha vida.
Se algum dia busquei mudanças, sem dúvidas encontrei. No
princípio não gostava da minha aparência grávida, me sentia
esquisita. Mas sempre foi só sobre aparência, o amor que sinto pelo
meu bebê, e o Estevan me ajuda a ver o lado bom de estar grávida.
Hoje em dia diria que amo minha aparência dessa forma, e com
certeza Estevan também está gostando dessa fase da nossa vida.
Eu tenho certeza que vamos se pais desajeitados.
Bom, eu e Lizzie estamos mais próximas. Sempre nos encontramos
para passear à tarde. Minha irmã é a minha melhor amiga, e
aproveitamos juntas nossa gestação. Infelizmente a Chloe não nos
dar notícias e eu sei que é pelo fato das regras das anciãs. Já me
peguei chorando diversas vezes por sentir saudades da minha irmã.
Lizzie e eu aguardamos ansiosas pelo dia que Chloe irá nos visitar e
conhecer nossos bebês assim que nascerem.
Sobre a vida da minha amiga Elena, fico feliz em dizer que ela está
noiva do Allan. A mesma tem a guarda definitiva da sua irmã, e sua
mãe me parece está morando em Paris aparentemente feliz em um
novo relacionamento. O que importa é que agora todos eles estejam
bem, embora não tenha muito contato com ela, fico contente pela
sua felicidade.
Já o Leonardo eu não tenho contato com ele, mas sei que ele está
se envolvendo com a Alice.
Nova York se tornou distante, algo que eu não tenho vontade de
ter novamente. Me sinto muito bem vivendo no Clã ao lado do meu
Estevan.
A velha rivalidade entre vampiros e lobos está mais calma, as
regras do meu pai foram desfeitas e vampiros circulam pela alcateia
com frequência, e vice versa. Isso não significa que não temos
problemas, contudo, a solução é fácil já que papai e Estevan
trabalham juntos nesse quesito agora. Eu sei, é estranho dizer isso,
mas eles estão se dando muito bem, às vezes se comportam como
duas crianças e confesso que no início achei estranho, mas gosto da
amizade que eles criaram. Com a ajuda do vampiro tentação, meu pai
criou novas leis para punir ambas as espécies. Já que agora todos
vivem sobre a mesma comanda, a do Conde e a do Supremo.
Com as novas leis meu pai liberou o tio Mateus e o Derek que
basicamente eram seus betas. Não sei dizer ao certo, mas me parece
que os pais do Izaac estão como meus avós! Viajando pelo mundo.
Já o Derek, está diferente, imagino que ele possa ter se
arrependido, ou minha irmã possa ter se arrependido... não sei, mas
sinto que possa ter algo a mais nessa história deles, talvez esteja
apenas começando! A aventura da minha irmã ainda podem nem ter
começado.
Sorrir voltando para a realidade onde estou passeando no jardim
de casa com a Liz. Como estamos na primavera, esse lugar se tornou
o nosso preferido!
— Talvez realmente seja um menino, já que você fala tanto que acha
que será um menino! — minha irmã falou me fazendo sorrir
novamente ao acariciar minha barriga.
Devo ressaltar que Lizzie está linda grávida. Embora seja apenas
três meses de diferença da nossa gestação, é visível que sua barriga é
muito maior que a minha.
— Eu quero que seja um menino. — confessei.
— Independente do que se for, eu vou amar e paparica muito. —
falou empolgada.
— E já decidiram o nome da nossa princesa? — a olhei, nos sentamos
embaixo de uma árvore para um piquenique a tarde.
— Está difícil! — bufou. — Eu quero Ana, mas Izaac gosta do nome
Lívia! Ele não abre mão desse nome, e eu também não abro mão do
Ana. — minha irmã pegou um pouco de suco para beber parecendo
revoltada.
O relacionamento do Izaac e da Lizzie é meio engraçado. Os dois
não tem muita maturidade, mas sempre estão um do lado do outro.
— Porque não chegam em um consenso? — digo de forma divertida
pegando um sanduíche em mãos. — Poderiam colocar Ana agora, e
quando você engravidar de novo colocavam o Lívia. Ou simplesmente
colocar os dois nomes!
— Esse bebê ainda nem nasceu e já está pensando em outro? — Liz
fez um pouco de drama. — Meus pés estão enormes, meu nariz
inchado e minha coluna dói a todo momento. Para se formar outro
bebê aqui vai ser difícil! — ela acariciou sua barriga com uma voz
divertida. — Não ri Ella, já, já os seus pés vão ficar enormes!
— Seria uma boa ideia colocar um nome por vez! — afirmei dando de
ombros. — Meus pés ainda não estão inchados, mas a dor na coluna
vem em dobro! Esse bebê parece dançar dentro da minha barriga. —
suspirei.
Não demorou muito para o meu bebê mexer. Me lembro bem da
noite que ele ou ela, chutou pela primeira vez! Foi no momento que
Estevan acariciava minha barriga como ele faz todas as noites antes
de dormimos. Claro que chorei, e posso jurar que vi o Estevan
emocionado, não tanto quanto eu. Desde esse dia em diante o nosso
bebê não para quieto um minuto.
— E você? Realmente não vai querer saber o sexo do bebê?
Liz me pergunta isso toda vez que me encontra, sem dúvidas ela
está tentando mudar meus planos.
— Exatamente! — afirmei. — Eu e o Estevan achamos melhor
descobrirmos na hora que ele ou ela nascer. — sinto o bebê chutar
um pouco forte, como se concordasse.
— Como você consegue? Eu fiquei louca para ter a certeza que
esperava uma menina.
— Imagino! Ansiosa do jeito que você é, sei que morreria se não
soubesse o sexo do seu bebê.
— E como vão escolher o nome? Digo, se vocês só vão saber do sexo
quando ele ou ela nascer, já deveriam ir pensando no nome, não? —
Lizzie demonstrava sua curiosidade, enquanto comia o seu
sanduíche.
— Fizemos um trato, eu escolho o nome se for menino, e ele se for
menina! Só espero que ele saiba escolher. — dei de ombros.
— E você já escolheu? — interessada ela se aproximou.
— Sim! — afirmei arqueando uma sobrancelha.
— E qual nome escolheu? — tentei reprimir um sorriso vendo como
minha a irmã realmente é curiosa.
— Não vou falar.
— Como assim? Não se nega nada para uma grávida, Ella! — ela
colocou a mão sobre o seu peito como uma criança birrenta.
— Okay, okay! — neguei com a cabeça e olhei em volta para ter a
certeza que ninguém está nos escutando. — Tyler. — digo baixinho.
— Tyler... Gostei desse nome. — Lizzie repetiu empolgada. — Já ouvir
em algum lugar esse nome. — parecendo pensativa, disse colocando
uma mão no seu queixo.
— É o nome do irmão do Estevan. — digo a olhando, sem dúvidas se
for um menino se chamará Tyler.
— É uma bela homenagem Ella. — ela tocou com ternura meu ombro
e piscou, voltou a olhar para a minha barriga e se abaixou um pouco
para sussurrar. — Se você for um menininho... Seja muito bem-vindo,
Tyler.

***

Depois do piquenique, e das longas horas que fiquei com a minha


irmã, estou um pouco cansada. Se levarmos em conta que sempre
estou cansada, não culparia a minha pequena caminhada no jardim
com a Liz.
— Você demorou, está bem? — sorri-o vendo Estevan vir na minha
direção assim que entrei no nosso quarto.
Ele está preocupado, é palpável o clima tenso que tem ao seu
redor.
— Eu disse que caminharia hoje com a Lizzie. — digo recebendo um
longo beijo que me tirou o fôlego.
— Tem certeza que está bem? Você e o bebê estão bem? — ele
envolveu suas mãos sobre o meu corpo.
— Estevan o que aconteceu? — não tem motivos para ele está
agindo dessa forma, tão preocupado e aflito. — Você está nervoso, o
que aconteceu?
— Ella! — suspirando o vampiro tentação segurou meu rosto para
olhar nos meus olhos.
— Está me deixando preocupada dessa forma. — advertir sentindo
uma pequena dor no meu peito na medida que meu coração
disparou mais.
— Me desculpe, não é a minha intenção! — beijou novamente meus
lábios, com ternura, ele acariciou minha bochecha. — Não tem uma
forma calma de dizer isso...
— Apenas diga! — sussurrei mordendo levemente meu lábio
inferior.
— Como sabe, eu e o seu pai resolvemos um caso de um recém
transformado hoje. O jovem vampiro estava descontrolado, e acabou
matando uma humana. Quase que o idiota revela para o mundo
nossa existência, dessa vez foi difícil encobrir seus rastros. Quando
descobrir quem era a humana... sei que isso afetará você!
— Estevan... — sussurrei seu nome — Vamos diga logo quem é! —
agoniada, exclamei um pouco alterada já sentindo as lágrimas
começarem a se formar nos meus olhos.
— Alice Lear foi morta por esse recém transformado Ella... — sendo
bastante claro Estevan disse com a voz calma.
— A-a-lice... — meu mundo parece que ficou brevemente
anestesiado.
Sem pensar em nada abracei Estevan com força e deixei as
lágrimas rolarem pelo meu rosto. Isso não pode está acontecendo!

***
Me lembro do sorriso que a Alice tinha. Quando a conheci, soube
que ela era uma boa pessoa. Trabalhar na empresa do seu lado foi
muito bom, Alice, Allan, e Elena me ajudaram tanto! São pessoas que
marcaram uma fase da minha vida extremamente importante.
— Sinto muito meu amor... — os olhos azuis marejados do meu
companheiro me fitaram.
Já perdi a conta de quantas vezes Estevan me pediu desculpas
pela morte da minha amiga, —eu sei que ele e o meu pai não tiveram
culpa—. Foi um triste acidente ao qual um recém transformado não
aguentou. Nem mesmo esse vampiro que matou Alice teve culpa, sei
como é difícil se controlar.

Meu pai e o Estevan conseguiu encobrir os rastros, e


aparentemente a morte da Alice foi um acidente de carro. Meia hora
depois que Estevan me contou, Allan me ligou arrasado! Escutar a
voz chorosa dele e da Elena foi o gatilho que eu precisava para cair
em lágrimas.
— Não se desculpe Estevan, você não teve culpa. — suspirei
fechando os olhos e apoiei minha cabeça no seu ombro.
— Sei que está triste com essa perda, viva essa dor para que cicatrize
rápido. — ele segurou meu queixo e levantou meu rosto para que eu
possa encara-lo. — Só saiba que eu estou aqui, coisas ruins
acontecem às vezes... não vivemos em um conto de fadas Ella,
contudo, vamos superar tudo isso!
— Eu sei que vamos! — fechei novamente meus olhos.
De certo nossas vidas tem momentos altos e baixos, e agora
estando no carro a caminho para o velório da Alice, sinto
verdadeiramente o que é está em um desses momentos baixos que a
vida nos proporciona. Perder um amigo causa uma dor muito grande
na nossa alma.
Lágrimas se formaram novamente no meu rosto, deixei que elas
saíssem para expressar minha tristeza.
Fui conduzida pelo Estevan para me senta no seu colo, suspirei
colocando minha cabeça na curvatura do seu pescoço assim que me
sentei de lado nas suas coxas.
Até mesmo Robert que sempre foi tão comunicativo quando nos
levava em viagens longas ficou em silêncio dirigindo o carro. Ao certo
todos sabiam que uma perda é algo doloroso, mas essa foi a primeira
vez que eu descobri a intensidade desse sentimento. Me consolando,
Estevan acariciou com calma minhas coxas me segurando com
firmeza no seu colo, não queria afetá-lo, mas sei que nossa ligação
faz com que ele sinta a dor da perda juntamente comigo.
Ele subiu lentamente sua mão por minha coxa e a colocou sobre a
minha barriga acariciando o formato arredondando. Como de
costume, bastou somente um toque do vampiro tentação para o
bebê chutar fortemente arrancando um sorriso discreto do meu
rosto em meio às lágrimas.
Estevan limpou as lágrimas do meu rosto e beijou delicadamente
minha testa me fazendo fechar os olhos e senti o conforto de está
nos seus braços. Novamente sinto um chute do bebê, e dessa fez
sorrir de forma mais ampla por sentir um pouco de felicidade em
meio a tristeza.

***

— Ella... — com ternura, Elena me abraçou chorando.


— Céus, Elena... — tentei formar uma frase, mas óbvio que não
conseguir me contentei em consola-lá.
O velório de Alice foi basta triste. Era horrível ver uma jovem com
seus 27 anos tendo a vida interrompida cedo demais por um
'acidente'. Embora Estevan sinta incomodo quando tenho muito
contato físico com homens, dessa vezes ele não falou absolutamente
nada. Eu realmente tentei consolar meu amigo, Allan estava
arrasado, perder a irmã foi algo que afetou a todos de uma forma
tremenda. Torço para ele e Elena se recuperarem, sei que ele vai
conseguir se levantar apoiando-se na sua família, Elena e sua irmã
que moram com ele, são a família de Allan.
De certo esse acontecimento só serve para nos mostrar que a
vida é rápida demais para não vivermos intensamente.
— Aconteceu tudo tão rápido Ella! — Elena suspirou desfazendo-se
do abraço. — Quando recebemos a notícia, Allan ficou arrasado, foi
difícil convencê-lo a aceitar a perda. — suspirou olhando brevemente
para a sepultura da Alice.
Mesmo que Elena saiba da existência dos seres sobrenaturais,
decidir não contar para ela como Alice realmente morreu. Creio que
um acidente de carro é mais aceitável, e até mesmo melhor para
digerir.
Descobrir que odeio cemitérios. Ao certo passamos poucas horas
velando o corpo da Alice, depois do enterro só restou eu e Elena.
Estevan levou Allan e a irmã da Elena para casa, eu pedir para que ele
os deixassem são e salvos, como Elena teria que ir resolver os últimos
detalhes do enterro, fiquei com ela esperando Estevan voltar para
irmos embora.
Estou cansada, e creio que desidratada! Não há mais líquidos em
meu corpo, para se transformar em lágrimas.
— Imagino, eles eram gêmeos... Allan vai precisar muito de você,
Elena. — afirmei tocando com calma seu ombro, olhei para o nome
da lápide e suspirei.

•Alice Lear•

"Aquele que amamos não se ausenta,


se traduz em eternidade."

— Estarei ao lado dele. — o coveiro se aproximou de nós. — Também


sei que teremos motivos para felicidades. — Elena Sorriu tristemente
tocando minha barriga com calma.
— Não tenha dúvidas disso! — afirmei.
— Elena Ritz? Preciso que assine uns documentos, de acordo com o
senhor Lear, você pode assinar por ele. — de forma cautelosa e
profissional, o homem falou para Elena.
— Sim, ele é meu noivo. — me olhando, Elena suspirou. — Já voltou
Ella! — disse seguindo os passos do homem e se afastando de mim.
Suspirei acariciando minha barriga. Tendo meu instinto apurado,
fiquei tensa e olhei ao redor até ver um rosto familiar me olhando de
longe. Em passos lentos, Leonardo se aproximou.
— Leon... — ele parou do meu lado e olhou para a lápide, ele deve
estar arrasado! De acordo com Elena Leon é Alice estavam
namorando. — Sinto muito! — foi tudo o que eu conseguir dizer.
— Não sinta! — de forma fria, Leonardo falou olhando para a lápide,
logo em seguida seu olhar fez uma vistoria por todo meu corpo
deixando me em alerta pela forma tenebrosa que me olhou.
— Você está bem?... se quis... — sem deixar com que eu acabasse de
falar, ele me interrompeu com uma risada irônica.
— Eu sei de tudo Ella. Sei o que você é, sei como Alice morreu
injustamente! Não precisa fingir que se importa. — engoli em seco
abraçando minha barriga protetoramente.
— Leo... — novamente ele me interrompeu.
— Espero que seja feliz enquanto puder, porque eu vou acabar com
todas as aberrações da natureza! — me fitou e falou se virando. — E
isso inclui você.

Epílogo

O amor é o sentimento mais puro e lindo que podemos realmente


sentir. Nos trás a tona, o lado mais amplo de nossas almas!

Mih Franklim.

Estevan

Três anos depois

Ao todo nunca me imaginei tendo uma família, mas me


acostumar com a ideia de ter Ella para sempre ao meu lado foi muito
prazeroso, sem dúvidas a cada ano que passava me tornava mais
rendido aos seus braços. Ella se tornou minha vida, e obviamente me
deu motivos para que eu nutrisse o amor a qual sinto por ela, Tyler
nosso filho é a prova viva de como nos amamos.
Com todos meus anos de vivência achei que não enfrentaria mais
emoções novas. Isso mudou desde o dia que Ella entrou
devastadoramente no meu coração. Cada dia do seu lado se tornou
uma aventura diferente.
O nascimento do nosso filho foi o dia ao qual Ella roubou meu
coração para si, sem chance de ocorrer uma devolução. A primeira
vez que peguei Tyler nos braços me reconheci como um novo ser,
minha família tornou-se tudo de mais precioso para mim, e deixo isso
bem claro!
As coisas mudaram para melhor e estão fluindo tão naturalmente
que parece ser loucura. Mas é óbvio que com a chega do Tyler tudo
mudou. A gestação da Ella foi complicada, só depois de uma semana
que o nosso filho havia nascido, o Derek conseguiu quebrar o
encanto e Ella se transformou normalmente.
Antes mesmo do bebê nascer já sabíamos que ele seria diferente,
mas assim que ele nasceu tivemos a certeza. Tyler tem a pele gelada
e clara como a minha, seus cabelos são quase brancos de tão loiros,
já seus olhos são vermelhos! Isso faz com que mantenhamos ele
afastado da humanidade, diria que seus olhos vermelhos é um pouco
incomum.
Já sobre a gerência no Clã, está bem diferente. O Supremo tem me
ajudado, e apesar do conselho ainda existir, ele já não tem muita
utilidade. Francis aprovou a quebra de lei que separa lobos e
vampiros, mesmo que isso seja uma rixa pessoal demais para acabar
dessa forma, se tornou mais prático comandar o Clã.
— Tem certeza que vamos nesse almoço? — pela milésima vez Ella
me perguntou.
— Já disse que se você quiser, vamos Ella! — afirmei me
aproximando dela com Tyler dormindo no meu colo.
— Tyler está dormindo tão calmamente, não quero acorda-lo... —
Ella suspirou se olhando no espelho.
Devo ressaltar que minha mulher está linda. Embora esteja
indecisa para ir em um almoço de domingo na casa dos seus pais, sei
que ela quer ir, ao mesmo tempo que não quer.
— Não temos muitas lembranças boas em jantares, ou almoços com
a minha família! — sorriu vindo na minha direção para me dar um
selinho rápido, para não acorda Tyler, o que eu acho difícil, meu filho
tem o sono como de uma pedra.
— Já disse que os jantares da sua família são uns dos meus lugares
preferidos. — era notório a leve ironia na minha voz.
Os jantares são movimentados na casa do Francis e da Antonella.
É longa a ficha a qual acontece desastres, mas —prefiro chamar de
diversão—. No último jantar comemoramos o aniversário da Ana
Lívia, minha sobrinha e da Ella. Aquela diabinha com cabelos
vermelhos é fogo, resultado, a pequena Ana correu em volta do bolo
e o derrubou em cima do Supremo.
Admito que naquele momento não contive a gargalhada, como eu
havia dito, as reuniões de família dos meus sogros sempre são
cativantes.
— Engraçadinho! — Ella parecia ler minha mente, e isso fez com que
o sorriso em meu rosto se alargasse. — Vamos então!
— Não se preocupe, tudo vai ocorrer bem! — queria ter certeza das
minhas palavras, mas sei que não é bem assim.
— Queria que fosse verdade, sei que algum desastre catastrófico vai
acontecer! — a segurei pela cintura com uma mão, mantendo a outra
firme segurando nosso filho. — Por favor me ajude a conter o Tyler,
quando ele se junta com a Aninha, parece que os dois se
transformam em pestinhas, e saem destruindo tudo pela frente.
— Que exagero! — sorri-o divertidamente enquanto saíamos de
casa. — Meu filho está mais para um pequeno demônio em
aprendizado! — a provoquei.
— Que seja um demôniozinho do bem, e que não apronte muito
então! — rebateu me fazendo revirar os olhos, coloquei o Tyler na
cadeirinha do carro.
Como eu disse, meu filho tem o sono muito pesado. Não estou
reclamando, abençoado seja o sono pesado do Tyler! Isso ajuda
muito nas longas noites que tenho com Ella.
— Certo, vamos vigiar a fera ali atrás. — apontei discretamente para
o Tyler que continuava dormindo, sorrir vendo-a colocar o cinto de
segurança.
Liguei o carro dando partida.
— Só não garanto que vamos conseguir controla a ferinha ruiva. —
digo referido a nossa sobrinha.
— Tenho minhas estratégias! — Ella parecia convencida.
— O que pretende fazer? — arqueei uma sobrancelha a olhando de
relance para não perder o foco da estrada.
— Derek vai está nesse almoço, talvez ele me de alguma poção para
acalma as crianças. — Ella disse me fazendo sorrir.
— Tragamos uma para viagem, Tyler poderia dormir o dia todo... — a
olhei com malícia.
— Olha para a estrada! — falou com as bochechas ruborizadas.
— Ou podemos deixar ele na casa dos seus pais, e o buscamos de
noite. — a provoquei sorrindo, mesmo sabendo que Ella nunca
concordaria com isso, nunca deixamos Tyler sozinho por muito
tempo.
— Falando dessa forma, até parece que estamos a dias sem sexo. —
Ella sussurrou baixo.
— Não é basicamente dias, mas é um tempo. — rebati de forma
divertida.
— Estevan não faz nem cinco horas!

***

— Vovó! — assim que tirei o Tyler da cadeirinha do carro ele correu


na direção da mãe da Ella.
— Tyler não corra, você vai se machucar! — Ella indagou totalmente
em vão, Tyler já estava nos braços da Antonella.
— Tenho a impressão que o Tyler nos trocaria para ficar com seus
pais. — disse fechando a porta do carro, olhei para a Ella e a segurei
pela cintura para irmos até o nosso filho.
— Boa jogada. — de forma divertida ela falou suspirando. — Mas não
vamos deixar ele na casa dos meus pais hoje. — sussurrou baixo me
abraçando de lado, seu cheiro fez meu coração dispara.
— Não custa tentar! — reprimir um sorriso assim que entramos na
casa dos meus sogros.
— Ella! — Antonella veio na nossa direção. — Demorou, achei que
não viriam mais!
— Nos atrasamos mãe. — sorrindo forçadamente, Ella recebeu um
abraço apertado da Antonella que logo em seguida me abraçou.
— Todos já chegaram! — minha sogra nos olhos de cima a baixo com
um largo sorriso.
Fiz uma pequena vistoria com o olhar notando que o Tyler não
está mais no seu colo.
Aquele diabinho já está aprontando!
— A onde está o... — fui interrompido pela Antonella que começou a
andar pela casa.
— Francis já o pegou. — Antonella deu de ombros dizendo.
Ella suspiro, logo já identifiquei o que isso significa, se Francis o
pegou, é nítido que a diabinha ruiva está com ele. Resolução, Tyler e
Ana vão derrubar a casa dos meus sogros. Caminhamos na direção da
sala seguindo Antonella, logo vimos Izaac e Lizzie sentados no sofá
folheando um álbum de família.
— Oi Ella, Estevan. — Lizzie nos cumprimentou empolgada. —
Mamãe estava me mostrando essa raridade de família. — ergueu o
álbum.
— Vou ver se as crianças já mataram o seu pai!. — sorrindo,
Antonella logo saiu para área de lazer da casa.
— Nossa, isso é antigo! — minha mulher me puxou para nos
apoiarmos no sofá.
— Lembra desse dia? — Lizzie apontou para uma foto que Ella e as
suas irmãs eram pequenas.
— Como esquecer? Esse dia ficamos de castigo porque prendemos o
tio Mateus no escritório do papai. — Ella sorrir.
— Vocês fizeram isso com meu pai? — Izaac negou com a cabeça. —
Lembro bem como vocês eram pestinhas, já fiquei muito encrencado
por causa das ideias da Chloe. — o companheiro da Lizzie protestou
fazendo sua companheira é a minha Ella revirar os olhos.
Então a diabinha vermelha tem a quem puxar.
— Tínhamos que ter um aliado. — Ella rebateu dando um pequeno
tapa na cabeça de Izaac.
— Sei, Sei! — Izaac folheou o álbum.
— Não acredito que a mamãe tem essa foto! — um sorriso malicioso
se formou no meu rosto ao ver como as bochechas de Ella ficaram
vermelhas.
— Acho que a história dessa foto deve ser interessante. — arqueei
uma sobrancelha olhando para Ella que colocou as mãos sobre sua
cabeça com vergonha.
— Muito! — sem notar o desconforto da Ella com as minhas
provocações, Lizzie começou a contar empolgada. — Esse dia foi uma
confusão! Mamãe resolveu mostrar uma foto sua para a Chloe, até
então todos achávamos que a Chloe era a sua companheira. — ela
retirou a foto do álbum e me entregou sem me olhar. — Mas o
escândalo que a Ella fez para ficar com a sua foto foi enorme, acho
que éramos cegas, ficou nítido que o vampiro era da Ella, e não da
Chloe. — deu de ombros.
— E você conseguiu ficar com a foto? — Izaac perguntou para Ella
demonstrando seu olhar divertido.
Antes que Ella o respondesse Liz disse fechando o álbum e se
levantou.
— Está brincando? Se bobear Ella deve ter essa foto até hoje. — sorri
olhando a foto, a julgar pela aparência delas, diriam que tinham 10 a
12 anos, as três vestiam-se iguais, porém a minha Ella segurava uma
fotografia minha.
— Lizzie! — Ella exclamou brava. — E não tenho essa foto, a perdi
quando me mudei para Nova York. — admitiu suspirando, o que fez
meu sorriso se alargar.
— Izaac acho melhor vermos a Ana Lívia, as coisas estão quietas
demais isso não é bom sinal. — sorrindo, Lizzie pegou na mão do seu
companheiro saindo assim da sala.
Tentei de todas as formas segurar meu sorriso irônico, contudo
não há como evitar de provocar Ella ao receber essa notícia.
— Então tem uma foto minha? — a olhei maliciosamente, me
aproximei dela e a puxei pela cintura.
— Você está me deixando constrangida! — Ella suspirou enlaçando
suas mãos no meu pescoço. — E correção 'tinha' já disse que a perdi.
— Você não precisa daquela foto, me tem pessoalmente. —
confirmei roubando lhe um selinho.
— Eu sei, por isso não dou importância para aquela foto! — advertiu.
— Afinal o 'vampiro é de Ella'. — imitou sua irmã.
— Não deveria ser 'Ella é do vampiro' — entrei no seu jogo, a
acariciando de leve sua costas despida.
— Negativo, o vampiro é meu, então seria 'O vampiro de Ella' —
sorrindo beijei com calma seus lábios.
Se Ella soubesse o que sinto quando me provoca, certamente não
faria isso na casa dos seus pais.
— Só seu lobinha... — a provoquei arrancando um suspiro dos seus
lábios na medida que desço com meus lábios para seu pescoço a
beijando.
— Você não vai me deixar em paz né? — perguntou reprimindo um
sorriso, na medida que suas mãos bagunçavam meus cabelos.
— Me conhece perfeitamente bem! — de forma indiscreta, deixei
que minhas mãos descessem pela sua bunda apertando-a com força.
Um pequeno gemido saiu dos seus lábios, até eu atacá-los em um
beijo rápido e feroz.
***

— Papai cadê a mamãe? — segurando sua mamadeira em mãos,


Tyler me pedia colo.
Tudo indica que o meu pequeno diabinho está com sono.
Certamente, depois de colocar a casa a 'baixo' junto com a diabinha
ele se cansou. Me abaixei o pegando no colo, logo Tyler se ajeito
assim que me sentei em um banco que tinha no jardim. Até agora o
almoço não foi um total fiasco, tirando a parte que Tyler quase
derrubou a churrasqueira em cima da Ana.
O almoço ocorreu bem, e agora nesse finalzinho de tarde me
aparece que a Ella sumiu atrás do Derek. Não que eu esteja
desconfiado, mas já se passou oito minutos!
Suspirei vendo que Tyler adormeceu com a mamadeira na mão. A
retirei colocando das suas mãozinhas e o deitei colocando sua cabeça
no meu ombro para que ele não engasgasse por ter dormido muito
cheio.
— Também não sei... — o respondi mesmo que Tyler já tenha
pegando no sono. — Acho que sua mãe nos achou.
Vejo Ella sair da casa de seus pais com um enorme sorriso no
rosto, logo em seguida Derek saiu atrás dela parando na mesa para
comer algo.
— Demorou. — afirmei assim que Ella se sentou no meu colo, logo
acariciou os cabelos do Tyler que dormia e me beijou lentamente
sorrindo. — Aconteceu algo? — perguntei notando que ela está
agitada.
— Acho que vai gostar da notícia. — lagrimas se formaram nos seus
olhos me deixando preocupado.
— Diga! — incentivei a dizer.
— Bom, talvez precisaremos deixar Tyler na casa dos meus pais em
alguns fim de semana... — assim que Ella começou a dizer, vejo
Derek se aproximar de nós sentando-se não muito longe com um
olhar divertido no rosto, o mesmo abriu um jornal nos olhando de
relance.
— Porque? O que aconteceu? — não escondi minha curiosidade.
— Não é em todos os finais de semanas, mas para conseguirmos ter
um tempinho a mais.... as crianças vão nos dar muito trabalho! — seu
sorriso se alargou, Ella beijou lentamente meus lábios. — Estou
grávida Estevan!
Sem dúvidas devo dizer que meu coração parou nesse momento.
A euforia e a alegria encheram meu peito ao ponto de deixar meu
olhar abobado, não tinha reação.
— Não vai dizer nada? — ela suspirou apoiando sua cabeça no meu
ombro e começou a distribuir beijos pelo meu pescoço.
— Estou sem palavras... — afirmei assim que Ella me olhou e sorriu
de forma forçada.
— Sem palavras no mal sentido? — perguntou um pouco hesitante,
sinto seu corpo tenso, neguei compulsivamente e a puxando com a
minha mão livre para beijar-la.
— Ella, é uma notícia maravilhosa! — afirmei sorrindo entre seus
lábios.
— Santa lobinha... por um momento achei que você não gostou. —
suspirou aliviada acariciando meu pescoço. — Certeza que gostou da
notícia? — sussurrou baixo vendo que o Tyler estava acordando.
— Mamãe... — assim que a viu, Tyler ergueu as mãos para Ella que o
pegou sorrindo. A puxei para que ela se sentasse melhor sobre meu
colo no momento que ela alinhou Tyler nos seus braços.
— O fato da nossa família está crescendo me deixa feliz Ella! Você
sabe que a amo, amo você e todos os nosso diabinhos! — disse
envolvendo minhas mãos na sua cintura, deixando um calmo beijo na
sua nuca. — Só acho que se for uma menina terei trabalho demais. —
digo para descontrair fazendo-a sorrir e me rouba um beijo.
— Sendo nesse caso, seu trabalho será duplo amigo! — Derek falou
saindo de perto de nós.
— Duplo? — falei juntamente com Ella demonstrando meu espanto,
arqueei uma sobrancelha o olhando já que ele se virou para trás
sorrindo com divertimento.
— Dessa vez você caprichou, duas meninas vai lhe dar trabalho.

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