Você está na página 1de 317

Mr-presidente

NOTA DA AUTORA

Embora tenha tentado permanecer fiel ao que acontece

na política e na campanha eleitoral, este é, finalmente, uma

história de amor entre Matt e Charlotte. Esta é uma obra de

ficção; portanto, eu tomei algumas liberdades no mundo

político, de modo que eu poderia criar a história que eu

quisesse contar. Este não é um livro político, mas uma história

de amor nascida no mundo da política. Eu espero que você

fique tão imerso com esses dois como eu fiquei. Então entre,

tire os sapatos e fique à vontade...

Disponibilização: Curly Claire

Tradução: Equipe Curly Claire

Revisão: Curly

Leitura Final e Formatação:

Niquevenen

ELE GANHOU O CORAÇÃO DE MILHÕES.

MAS ELE ESTÁ DISPOSTO A PERDER O

SEU?

Conheci o filho do presidente quando

éramos jovens. Matthew Hamilton era

bonito, polido e inteligente. Eu nunca

conheci um cara como ele.

Ele me prometeu que nunca iria

concorrer à presidência. Prometi que se o

fizesse, estaria ao seu lado.

Três mandatos mais tarde, um convite

para participar da campanha de Matthew

Hamilton é a oportunidade mais


estimulante que já experimentei. Estou

determinada a fazer a diferença; ele está

determinado a vencer.

Focado em seu objetivo, Matt é firme,

implacável e desarmante. Todos os olhos

estão sobre ele e sua popularidade está

surgindo. Mas logo, o próximo possível

presidente dos Estados Unidos está me

possuindo em mais de uma maneira — e

apesar dos riscos, estou impotente para

resistir.

Estamos roubando toques, roubando

momentos e roubando à noite. Mas nossa

conexão química está rapidamente se

tornando perigosamente inflamável,

colocando não apenas meu coração, mas

a chance de Matt na presidência na linha.

Se ele ganhar vai levar tudo. Ficar

afastada será a coisa mais dura de todas.

Para o futuro

NOTA DA AUTORA

Embora eu tenha tentado permanecer fiel ao que

acontece na política e na campanha, esta é, em última

instância, uma história de amor entre Matt e Charlotte.

Esta é uma obra de ficção; portanto, tomei algumas

liberdades com o mundo político para que eu pudesse

elaborar a história que eu ansiava em contar. Este não é

um livro político, mas uma história de amor no mundo

da política. Espero que você seja tão arrebatado por

esses dois como eu. Portanto, se resolver, tire seus

sapatos e entre...
PLAYLIST

Hall of Fame - The Script

Close - Nick Jonas

Make Me Like You - Gwen Stefani

Talk Me Down - Troye Sivan

If I Had You - Adam Lambert

Something in the Way You Move - Ellie Goulding

Tear In My Heart – Twenty One Pilots

Come Down To Me - Saving Jane

Secret Love Song - Little Mix (feat Jason Derulo)

Forbidden Love - The Darkness

Perfect Ruin - Kwabs

You’re Beautiful - James Blunt

The Reason – Hoobastank

SEU NOME É MATTHEW

Charlotte

ESTAMOS em uma suíte no Hotel Jefferson, onde Benton

Carlisle, o gerente de campanha, está fumando seu segundo

pacote de Camels com a janela aberta. Exatamente a seis

metros daqui, a Casa Branca está toda iluminada durante a

noite.

Todos os televisores dentro da suíte foram colocados em

diferentes canais de notícias, onde as âncoras continuam

informando sobre os progressos da contagem dos votos da

eleição presidencial deste ano. Os nomes dos candidatos estão

sendo especulados com três nomes, para ser mais exata. O

candidato Republicano, o candidato Democrata, e o primeiro

verdadeiramente forte candidato independente na história dos

EUA, o filho de um ex-presidente e por trinta e cinco anos, o

candidato mais jovem da história.


Meus pés estão me matando. Eu estive usando as mesmas

roupas desde que deixei meu apartamento esta manhã, fui

para a estação de voto, e votei. Toda a equipe que fez a

campanha no ano passado se encontrou aqui ao meio-dia

nesta suíte.

Nós estamos aqui há mais de doze horas.

O ar é denso com a tensão, especialmente quando ele caminha

para a sala depois de tomar uma pausa e se dirigir para um

dos quartos para falar com seu avô, que está ligando de Nova

York.

Seu porte com ombros largos aparece na porta.

Os homens entram na sala, as mulheres se endireitam.

Há algo sobre ele que chama a atenção, a sua altura, seu olhar

forte, mas irritantemente quente, a robustez polida que só o

faz parecer mais masculino em um terno de negócio, e seu

sorriso contagiante, tão real e envolvente que você não pode

fazer nada a respeito, além de sorrir de volta.

Seus olhos pausam em mim, visualmente medindo a distância

entre nós. Parti para uma mensagem e apenas voltei, e é claro

que ele percebe.

Eu tento ficar composta. —Eu trouxe algo enquanto aguarda.

— Falo tão suavemente quanto eu posso e lanço minha cabeça

em um dos quartos com um saco marrom fechado com

alimentos. Ele me segue.

Ele não fecha a porta — noto isso, mas ele empurra de modo

que apenas uma polegada permaneça aberta, dando-nos o

máximo de privacidade possível.

Eu retiro uma batata frita do saco e passo para ele.

—Você esqueceu seu casaco, — eu digo.

Ele olha para seu casaco, então os mais belos olhos escuros

tão expressivos levantam até os meus.


Uma olhada. Um escovar de dedos. Um segundo de

reconhecimento.

Sua voz é baixa, quase íntima. —Isso teria sido difícil de

explicar.

Nossos olhos permanecem fixos.

Quase não consigo deixar ir seu casaco e ele quase não quer

pegá-lo.

Ele estende a mão e tira, seu sorriso suave e triste e seu olhar

perspicaz. Eu sei exatamente por que seu sorriso é triste,

porque é macio com ternura. Porque eu mal estou conseguindo

seguir esta noite e não há nenhuma maneira que este homem

— que este homem que sabe tudo — não saiba.

Matthew Hamilton.

Possível futuro presidente dos Estados Unidos.

Ele deixa o casaco de lado e não faz nenhum movimento para

sair da sala, e eu olho para fora da janela enquanto tento não

olhar para todos os seus movimentos.

Pela janela aberta, uma brisa que cheira a chuva recente e os

cigarros de Carlisle voa para o quarto. Washington parece mais

calma nesta noite do que o habitual, a cidade ainda parece

estar prendendo a respiração junto com o resto do país,

juntamente comigo.

Silenciosamente nos dirigimos para a sala para se juntar aos

outros. Tenho muito cuidado para tomar um lugar na sala que é

quase oposto a ele — instinto. A autopreservação talvez.

—Eles estão dizendo que você tem Ohio, — Carlisle o atualiza.

—Sim? — Matt pergunta, arqueando uma sobrancelha, então

ele olha ao redor da sala, assobia para Jack, seu Pastor Alemão

preto brilhante, para vir. O cachorro caminha por toda a sala e

pula sobre o sofá, fixando-se no colo de Matt e o acaricia no

topo de sua cabeça.


—... Isso é certo, Roger, a campanha de Matt Hamilton teve um

feito impressionante este ano, até que, bem, esse incidente...

— os âncoras discutem. Matt pega o controle remoto e desliga.

Ele olha para mim brevemente.

Mais uma conexão, mais um olhar silencioso.

A sala fica em silêncio.

Na minha experiência, caras adoram falar de si e de suas

realizações. Matt, pelo contrário, evita. Como se ele estivesse

doente de requentar a tragédia da história de sua vida. A

história que tem sido o centro das atenções da mídia desde

que sua campanha começou.

Você pode observar diferentes graus de respeito na voz de

uma pessoa quando eles falam sobre um determinado

presidente dos EUA. Para alguns presidentes, o grau é

inexistente, o tom mais parecido com desprezo. Para outros, o

nome é transformado em algo mágico e inspirador, enchendoo com o mesmo sentimento que
você deveria ter quando olha

para a bandeira americana com seu vermelho, branco, e azul:

orgulho e esperança. Tal foi o caso com a presidência de

Lawrence Hamilton — a administração começou pelo pai de

Matt vários termos atrás.

Meu próprio pai, que até então tinha apoiado a parte contrária,

logo se tornou um torcedor Democrata convicto, influenciado

pelo carisma do presidente Hamilton. O homem tem uma

incrível conexão com as pessoas espalhadas por todo lugar e

não apenas a nação, mas no exterior, o que melhora as nossas

relações internacionais. Eu tinha onze anos quando fui

apresentada ao charme lendário de Hamilton.

Matt Hamilton, em sua adolescência, quando seu pai começou

seu primeiro mandato, tinha tudo, seu futuro brilhante. Eu, por

outro lado, ainda era muito menina, sem ideia de quem eu era
ou onde estava indo.

Mais uma década depois, mesmo agora eu luto com a

sensação de fracasso de ter não vivido para algo importante.

Um trabalho significativo e um cara que eu amasse, essas

eram coisas que eu queria. Meus pais queriam mais de mim —

política. Fui para os serviços sociais ao invés disso. Mas não

importa quantas pessoas eu ajudei, o quanto eu disse a mim

mesma que ser um adulto só significa que eu começarei a

fazer a diferença, mas não posso me ajudar porque sinto que

não vivi à altura do que meus pais queriam para mim. Mas o

que eu queria para mim.

Porque neste momento enquanto esperamos que o próximo

Presidente dos Estados Unidos seja anunciado, tanto daqueles

sonhos meus pairam no ar e eu estou com medo quando os

resultados saírem, que ambos farão minhas esperanças

desaparecer.

Eu espero em silêncio enquanto os homens conversam, a voz

de Matt me atingindo ocasionalmente.

Ignorando, se isso for possível, mas é tudo o que posso

gerenciar hoje.

A suíte é grande, decorada com os apelos dos gostos de quem

pode pagar quartos que custam milhares de dólares por noite.

O tipo de hotel que oferecem balas nos travesseiros e eles têm

sido extremamente hospitaleiros conosco, porque Matt é uma

celebridade. Eles foram tão longe ao ponto de enviar até

pretzels de iogurte depois que a imprensa fez com que todos

soubessem que ele é seu favorito.

Havia até mesmo uma garrafa de champanhe no refrigerador.

Matt pediu a um dos assessores de campanha para removê-la

da sala. Todo mundo ficou surpreso, todos sentiram que isso

significava que Matt pensava que tinha perdido a eleição.


Eu sei que não é o caso, instintivamente. Eu simplesmente sei

que se os resultados não são o que ele esperava, ele não vai

querer que o champanhe fresco fique ali, um lembrete de sua

perda.

Deixando Jack no sofá, ele inquietamente anda em toda a sala

e se senta ao lado de seu gerente de campanha perto da

janela, e acende um cigarro. Memórias aparecem na minha

cabeça. Dos meus lábios circulando o mesmo cigarro que

estava em seus lábios.

Eu observo Jack, seus olhos de filhote são quentes e levemente

abana a cauda para evitar olhar para ele. O cachorro levanta a

cabeça em alerta quando Mark entra na sala, ofegante, os

olhos arregalados, como se ele não pudesse acreditar o que

aconteceu, ou está acontecendo. Ele informa a todos que a

contagem saiu. E quando ele anuncia o nome do próximo

Presidente dos Estados Unidos da América, os olhos de Matt

bloqueiam nos meus.

Uma olhada.

Um segundo.

Um nome.

Eu fecho meus olhos e abaixo minha cabeça ao ouvir a notícia,

a sensação de perda me oprimindo.

E MATTHEW É COMO EU PENSEI POR

ANOS

Charlotte

Dez meses atrás...

DESDE QUE EU comecei a trabalhar por tempo integral,

meus dias parecem chegar rápido e minhas noites são mais

curtas. Quando fiquei mais velha, grandes encontros perderam

seu significado, e reuniões esporádicas entre pequenos grupos


de amigos é algo que agora adoro desfrutar. Eu estou tendo

um aniversário hoje, e em nossa cabine está minha melhor

amiga Kayla, seu namorado Sam, eu e Alan, uma espécie de

amigo/pretendente e quem insistiu em celebrar, pelo menos

por mais um pouco esta noite.

—Você está fazendo vinte e dois hoje, querida, — Kayla diz

enquanto levanta o copo de coquetel na minha direção. —

Espero que agora você vá finalmente arrastar o seu traseiro e

votar na eleição presidencial do próximo ano.

Eu gemo, as opções até agora não me deixam animada. O

concorrente atual e antipático presidente que está no seu

segundo mandato? Ou os candidatos de partidos opostos,

alguns que são simplesmente muito difíceis de considerar

seriamente com a ideologia radical que eles estão abraçando.

Às vezes parece que eles estão apenas dizendo a coisa mais

louca que vem à mente para deixa-los no topo.

—Seria interessante se Matt Hamilton vencesse, — Sam

acrescenta.

Minha bebida espirra sobre a minha camisa à menção dele.

—Ele tem o meu voto no automático, — Sam continua.

—Sério? — Kayla levanta uma sobrancelha e continua a baber

a tequila. —Charlotte conhece Hammy.

Eu zombo e rapidamente passo a mão sob a mancha úmida na

minha camisa. —Eu não, eu realmente não o conheço, — eu

garanto aos rapazes, em seguida, faço uma careta para Kayla.

—Eu não sei de onde você tirou isso.

—Eu tirei a verdade de você.

—Eu... nós... — Balanço a cabeça, atirando-lhe um olhar mal.

—Nós já nos conhecemos, mas isso não implica que o conheço.

Eu não sei a primeira coisa sobre ele. Eu sei tanto sobre ele

como todos sabem e a imprensa é quase confiável.


Deus! Eu não sei por que eu disse a Kayla as coisas que fiz a

Matthew Hamilton... em uma idade quando eu era jovem e

claramente muito impressionável. Eu cometi o erro de declarar

a minha melhor amiga que eu queria casar com o cara. Mas

mesmo assim, pelo menos, tive a inteligência de fazê-la

prometer de que nunca diria a uma alma viva. Promessas de

infância sempre tendem a parecer tão infantil quando somos

adultos, eu acho, e ela não se importa de insinuar agora.

—Vamos lá, você o conhece, e você foi apaixonada por ele

durante anos, — Kayla diz, rindo.

Eu assisto seu namorado me dar um olhar de desculpas. —Eu

acho que Kay está pronta para ir para casa.

—Eu não estou, porque não bebi o suficiente, — ela protesta

quando ele a leva para fora da cabine.

Ela geme, mas permite que ele a coloque em pé, e então se

vira para Alan.

—Qual é a sensação de competir com o homem mais quente

da história?

—Como? — Pergunta Alan.

—A revista People sobre o Homem Mais Sexy Que Existe, você

sabe... — Conta Kayla. —Qual é a sensação de competir com

ele?

Alan envia a Sam um olhar que definitivamente diz sim, ela

está pronta para ir para casa, cara.

—Ela está tão bêbada, — Peço desculpas a Alan. —Venha aqui,

Kay, — eu digo quando passo meu braço em volta da sua

cintura, enquanto Sam permite que ela segure em seu ombro.

Juntos, nós a ajudamos até lá fora e dentro de um táxi Alan a

envia para casa.

Alan e eu pegamos o próximo táxi. Ele dá ao taxista meu

endereço, em seguida, se vira para mim.


—O que ela quis dizer?

—Nada. — Eu olho para fora da janela, meu estômago desaba

sobre mim. Tento rir, mas me sinto mal com o pensamento das

pessoas realmente saberem quão apaixonada eu estava por

Matt Hamilton. —Eu tenho vinte e dois anos, isso aconteceu

dez ou onze anos atrás. Foi uma paixonite.

—Uma paixonite que acabou, certo?

Eu sorrio. —Claro, — eu tranquilizo-o, em seguida, viro para

olhar as luzes da cidade piscando enquanto passamos por toda

a cidade em direção à minha casa.

Uma paixonite que acabou, é claro. Você não pode acabar

nada com alguém que você só viu, tipo o quê? Duas vezes? A

segunda vez foi tão fugaz e num momento tão esmagador no

tempo... e a primeira... bem.

Foram onze anos atrás, e eu de alguma forma, lembro tudo

sobre ele. Ainda é o dia mais emocionante que eu posso

recordar, embora eu não goste do efeito que o filho do

Presidente Hamilton teve na minha adolescência.

Eu tinha onze anos. Nós vivíamos em um prédio de dois

andares à leste de Capitol Hill em Washington, D.C. Meu pai,

minha mãe, um gato malhado chamado Percy, e eu. Nós

tínhamos uma rotina diária; eu ia a escola, mamãe ia para o

escritório Mulheres do Mundo, papai ia para o Senado, e Percy

dava-nos o tratamento silencioso quando todos chegavam em

casa.

Nós não fazíamos nada longe da nossa rotina, como meus pais

preferiam, mas naquele dia algo interessante aconteceu.

Percy foi enviado para o meu quarto, o que significava que a

mãe não o queria causando prejuízo. Ele ficava enrolado no pé

da minha cama, lambendo suas patas, não estava interessado

nos ruídos do andar de baixo. Ele só fez uma pausa para olhar
de vez em quando para mim enquanto eu olhava através de

uma pequena fenda na minha porta. Eu estava sentada pelos

últimos dez minutos, observando o Serviço Secreto entrar e

sair da minha casa.

Eles falavam em voz baixa em seus fones de ouvido.

—Robert? Uma última vez. Este? Ouuuu este? — A voz da

minha mãe flutuava no meu quarto do outro lado do corredor.

—Este aqui. — Meu pai parecia distraído. Ele foi,

provavelmente, se vestir.

Houve uma pausa grave, e eu quase podia sentir a decepção

da minha mãe.

—Eu acho que vou vestir este, — disse ela.

Minha mãe sempre perguntava a meu pai o que vestir para as

noites especiais. Mas se ele não pegasse o vestido que ela

queria, acabava usando o que ela achava que ele fosse

escolher.

Eu podia imaginar a minha mãe arrumando o preto e

colocando cuidadosamente o vestido vermelho em cima da

cama.

Meu pai não gosta quando minha mãe tinha muito a atenção,

mas minha mãe adora. E porque não? Ela tem olhos verdes

deslumbrantes e um cabelo loiro cheio. Embora meu pai seja

vinte anos mais velho, minha mãe parece mais jovem a cada

dia. Eu sonhava em crescer para ficar tão bonita e equilibrada

como ela é.

Eu me perguntei que horas eram. Meu estômago roncou

quando o aroma de especiarias brincou com minhas narinas.

Alecrim? Manjericão? Talvez todos estejam misturados, não

importa quantas vezes Jessa, nossa governanta, explicou qual

é qual.

Lá embaixo, o chef de algum restaurante chique estava


cozinhando na nossa cozinha.

O Serviço Secreto estava preparando a casa durante horas.

Tinham me dito que a comida do presidente iria ser provada

antes de ser servida a ele.

A comida parecia tão deliciosa que ficaria feliz em saborear

cada pedaço. Mas meu pai pediu a Jessa para me deixar no

andar de cima. Ele não queria que eu ficasse porque era

“muito jovem”.

E daí? Eu pensei. As pessoas costumavam se casar com a

minha idade. Eu era velha o suficiente para ficar em casa

sozinha. Eles queriam que eu agisse com maturidade, como

uma dama. Mas qual era o ponto, se eu nunca cheguei a fazer

o papel que estavam me preparando?

—É um jantar de negócios, não é uma festa, e Deus sabe que

precisamos que as coisas ocorram bem, — Pai resmungou

quando tentei defender minha causa.

—Pai, — eu gemi. —Eu posso me comportar.

—Você realmente acha que Charlotte pode se comportar? —

Ele atirou a minha mãe um olhar, e minha mãe sorriu para

mim. —Você não faz onze até a próxima semana. Você é muito

jovem para esses eventos. Vai ser nada além de falarmos de

política. Basta ficar em seu quarto.

—Mas é o presidente, — eu disse com tanta convicção que

minha voz tremia.

Minha mãe saiu do quarto dela naquele vestido vermelho

glorioso que com bom gosto caia sobre sua figura e me viu

olhando ansiosamente para o andar de baixo.

—Charlotte, — disse ela, com um suspiro.

Arrumei-me da minha posição agachada.

Ela suspirou novamente, então caminhou até seu quarto,

pegou o telefone em sua mesa de cabeceira, discou, e disse: —


Jessa, você pode ajudar Charlotte a se vestir?

Meus olhos se arregalaram e, milagrosamente, Jessa de

repente correu para o meu quarto, sorrindo alegremente e

balançando a cabeça. —Menina! Você iria convencer um rei a

deixar sua coroa!

—Eu juro que não fiz nada. Mamãe simplesmente me viu

espiando e deve ter percebido que esta é uma oportunidade

única na vida.

—Tudo bem, então, vamos colocar seu cabelo em uma longa

trança, — Jessa disse quando começou a abrir as gavetas da

minha vaidade. —Qual vestido que você vai vestir?

—Eu só tenho uma opção. — Mostrei-lhe o único vestido que

ainda cabia e ela me ajudou a colocá-lo cuidadosamente.

—Você está crescendo rápido demais, — disse ela com carinho

quando me levou para o espelho. Ela ficou atrás de mim e

escovou meu cabelo.

Olhei para o meu reflexo e admirava o vestido. Eu gostei de

como o tecido de cetim azul era. Imaginei-me de pé ao lado de

minha mãe em seu vestido vermelho e meu pai em seu terno

perfeitamente adaptado. Entrando no mundo misterioso e

proibido de meus pais era emocionante, mas nada era mais

emocionante do que encontrar com o presidente.

Quando o presidente chegou, um grupo de homens se arrastou

atrás dele, todos com ternos. Eles eram altos e bonitos, mas eu

estava muito ocupada olhando para o jovem junto ao

presidente para notar qualquer outra coisa.

Ele era lindo. Seu cabelo era da cor de areia, e embora tenha

sido penteado para trás, era indisciplinado nas extremidades e

se enrolava no colarinho.

Ele era uma polegada mais alto do que o presidente. Seu terno

parecia mais nítido, mais adaptado. Ele estava olhando para


mim, e embora seus lábios não se movessem e sua expressão

não revelasse nada, eu poderia jurar que seus olhos estavam

rindo de mim.

Presidente Hamilton apertou a mão de minha mãe antes de

cumprimentar o meu pai. Tirei meus olhos longe do jovem ao

lado dele e vi os lábios do presidente enrolar um pouco quando

ele olhou para mim. Quando foi a minha vez, eu levantei a

mão.

—Minha filha, Charlotte...

—Charlie, — eu corrigi.

Mãe sorriu. —Ela insiste em não perder a diversão.

—Pequena menina. — O presidente sorriu para mim,

apontando para o lado com evidente orgulho quando apontou

para o jovem ao lado dele. —Meu filho, Matthew. Ele vai ser

presidente um dia, — disse ele conspiratório.

O homem que eu não conseguia parar de olhar riu baixinho. Foi

uma risada baixa e profunda, e isso me fez corar. De repente,

eu não queria apertar sua mão. Mas como eu poderia evitá-lo?

Ele pegou minha mão na sua, era quente, seco e forte. A

minha era suave e tremia. —Absolutamente não, — ele disse e

piscou para mim.

Eu sorri para ele timidamente e percebi que meus pais

estavam nos observando com cuidado. —Você não se parece

com um presidente, — falei ao presidente Hamilton.

—E como um presidente deve parecer?

—Velho.

Presidente Hamilton riu. —Dê-me um tempo. — Ele apontou

para o cabelo branco brilhante e bateu nas costas de Matthew

então deixei os meus pais levá-lo para a sala de jantar.

Os adultos voltaram a falar de política e contas, enquanto eu

foquei na deliciosa comida. Quando meu prato estava limpo,


chamei o garçom e calmamente disse que queria mais.

—Charlotte, — meu pai avisou.

O garçom olhou para o meu pai, de olhos arregalados, depois

para mim, assim com os olhos arregalados, e eu tentei repetir

muito calmamente a pergunta.

O presidente me olhou com interesse.

Sentindo-me preocupada, eu me perguntava se era falta de

educação pedir mais antes mesmo de já tendo terminado.

Matthew tinha uma expressão séria no rosto, mas seus olhos

pareciam estar rindo de mim novamente. Seu olhar não deixou

os meus quando disse para o garçom, —Vou querer mais

também.

Eu atirei-lhe um sorriso agradecido, em seguida, comecei a

ficar nervosa novamente. Seu sorriso era tão poderoso. Eu

podia sentir isso perfurando meu coração.

Olhei para as minhas mãos descansando em meu colo e

admirei meu vestido. Eu esperava que Matthew achasse que

eu estava bonita. A maioria dos caras na escola achava. Pelo

menos, isso é o que me disseram.

Enquanto meus pais conversaram com o presidente e

Matthew, eu brincava com minha trança, colocando-a ao lado

do meu ombro, então nas minhas costas. A atenção de

Matthew voltou para mim, e quando seus olhos brilharam com

um sorriso mais tranquilo, o tamborilar no meu estômago

voltou.

O garçom trouxe-nos dois novos pratos cheios de codornas

recheadas e quinoa. Meus pais ainda estavam olhando para

mim como se fosse muito ousado da minha parte repetir na

frente do presidente.

Matthew se inclinou sobre a mesa e disse: — Nunca deixe

ninguém dizer que você é muito jovem para pedir o que quiser.
—Oh, não se preocupe, às vezes eu não peço.

Isto me fez ganhar um bom riso de Matthew. O presidente fez

uma careta para ele, depois piscou para mim. Quando Matthew

voltou sua atenção para o grupo, eu notei seus olhos ficarem

num tom mais claro do que o preto, como chocolate.

Fiquei ali sentada, tentando absorver tudo, sabendo que

naquele momento, naquela noite, seria a mais excitante

experiência da minha vida.

Mas como tudo na vida... isso não iria durar para sempre.

Eu assisti com decepção quando o presidente levantou de seu

assento e começou a agradecer aos meus pais pelo jantar.

Levantei-me também, meus olhos fixos em Matthew. A maneira

como ele se levantou, a maneira como ele andava, a maneira

como ele parecia. Eu comecei a me perguntar como era seu

cheiro também. Segui o grupo em silêncio em direção ao foyer.

O presidente virou-se e bateu no seu rosto presidencial. —Um

beijo, mocinha?

Sorrindo, levantei-me na ponta dos pés e beijei sua bochecha.

Quando voltei para a posição normal, meu olhar pegou o de

Matthew.

Como se no automático, meus dedos ressuscitaram. Parecia

natural eu lhe dar um beijo de despedida também. Quando

meus lábios roçaram sua mandíbula, era duro e fez um pouco

de cócegas. Era como se estivesse beijando uma estrela de

cinema. Ele virou a cabeça e beijou minha bochecha, em troca,

e eu quase engasguei em voz alta a partir da surpresa de

sentir os seus lábios na minha bochecha.

Antes que eu pudesse me recompor, ele e o presidente saíram

pela porta, e toda a azáfama do dia virou-se para tranquilizar

os mortos.

Apressando-me no andar de cima, assistir irem embora da


janela do meu quarto. O presidente foi levado à parte de trás

do seu carro preto brilhante com um motorista.

Antes que ele entrasse, o presidente bateu na parte de trás da

cabeça de Matthew e apertou a parte de trás de seu pescoço

em um gesto amigável.

O buraco no meu estômago se transformou em uma bola

quando desapareceram dentro do carro.

O carro começou sair em nosso bairro tranquilo, pequenas

bandeiras americanas batendo na frente. Um rastro de carros

seguiu-os, um após o outro.

Fechei minha janela, fechei as cortinas, então tirei o vestido e

pendurei-o cuidadosamente. Eu, então, coloquei meu pijama

de flanela e deitei na cama quando minha mãe entrou.

—Essa foi uma noite agradável, — disse minha mãe. —Você se

divertiu?

Ela sorriu como se estivesse rindo para si mesma de alguma

coisa. Concordei com honestidade. —Eu gostei de ouvir as

conversas. Eu gostei de todo mundo.

Ela continuou sorrindo. —Matthew é bonito. Você notou, é

claro. Ele também é inteligente como um chicote.

Eu balancei a cabeça em silêncio.

—Seu pai e eu estamos escrevendo uma carta ao presidente

para agradecê-lo por passar sua noite com a gente. Você quer

escrever-lhe também?

—Não, obrigada, — eu disse formalmente.

Ela ergueu as sobrancelhas e riu. —OK. Tem certeza disso? Se

você mudar de ideia, deixe no hall de entrada amanhã.

Mãe deixou o meu quarto e eu estava deitada na cama,

pensando na visita, sobre o que o presidente havia dito sobre

Matthew.

Decidi que iria escrever uma carta para Matthew, só porque eu


não conseguia parar de me sentir intimidada e espantada com

a visita. E se eu não tiver apenas conhecido um presidente

esta noite, mas dois? Isso deve ser uma grande coisa, com

certeza.

Eu usei a primeira página dos artigos de papelaria que minha

avó me enviou no meu aniversário, e na minha melhor

caligrafia, escrevi: — Eu quero agradecer a você e ao

presidente por terem vindo. Se você decidir se candidatar para

presidente, você tem o meu voto. Até mesmo estarei disposta

a participar de sua campanha.

Lambi o selo e fechei com firmeza, coloquei a carta na minha

cabeceira. Então desliguei o interruptor de luz e fiquei debaixo

das cobertas.

Deitei na cama e no escuro. Ele estava em toda parte. No teto

e nas sombras e no edredom.

E eu me perguntava se o verei de novo e de repente o

pensamento de ele nunca mais me ver agora já crescida me

fez sentir uma dor no peito.

Estou tão perdida em meus pensamentos que eu não percebi

que Alan estava estudando meu perfil.

—Uma paixonite que acabou, certo? — ele pergunta

novamente.

Viro-me para ele, assustada ao perceber que já paramos na

frente do meu prédio. Eu rio e saio do carro, olhando para

dentro. —Absolutamente. — Aceno com mais firmeza neste

momento. —Estou focada na minha carreira agora. — E fecho a

porta atrás de mim, acenando.

ANÚNCIO

Matt

EU NUNCA FUI o tipo de garoto tentado a experimentar


os sapatos do meu pai. Muito limpo, muito clássico, muito

grande.

Mas, estranhamente, os sapatos são o que me lembro mais

claramente sobre ele, andando em um círculo perfeito em

torno de sua mesa durante uma tensa chamada telefônica. Eu

aos seus pés, construindo um quebra-cabeça.

Meu pai se esforçou pela perfeição em todas as coisas,

incluindo sua aparência. Começando pelo seu terno de corte

impecável, com o rosto suavemente raspado e o cabelo bem

cortado.

Enquanto eu, jovem e ignorante, sonhava com liberdade.

Liberdade da vida privilegiada que o sucesso do meu pai deu a

minha mãe e eu.

Mil vezes, meu pai disse que eu seria presidente. Ele disse aos

seus amigos, amigos dos seus amigos, e muitas vezes ele

disse para mim também. Eu ria e fazia pouco caso.

Durante os sete anos que passei crescendo na Casa Branca, e

teve também os mesmos sete anos que passei rezando para

sair da Casa Branca.

Política me interessava, sim.

Mas eu sabia que meu pai raramente dormia. A maioria das

escolhas que ele fez estava errada para uma determinada

percentagem da população, mesmo quando havia um ponto

para a maioria. Minha mãe perdeu o marido no dia que ele

entrou na Casa Branca.

Eu perdi meu pai no dia em que ele decidiu que ser presidente

seria o seu legado.

Ele tentou fazer malabarismos com tudo, mas nenhum ser

humano no mundo poderia governar o país e ainda ter energia

para sua mulher e filho adolescente.

Eu me concentrei em minhas notas e na minha graduação,


mas fazer amizades era difícil. Eu não poderia casualmente

convidar qualquer pessoa para a Casa Branca.

Minha vida, como eu imaginava depois da Casa Branca, seria

focada no trabalho, talvez em Wall Street. Eu teria a liberdade

para fazer todas as coisas que nunca poderia sob o olhar

atento da América.

Pai correu para a reeleição, e ganhou.

Então, três anos depois de seu segundo mandato, um cidadão

infeliz colocou duas balas nele. Uma no peito, a outra em seu

estômago.

Já se passaram milhares de dias desde então. Muitos anos

gastando para viver do passado.

Agora, quando fecho meus botões de punho e aliso minha

gravata, acho que voltei para os sapatos e percebo que estou

prestes a entrar neles.

—Pronto, senhor?

Eu aceno, e ele puxa para trás a cortina.

O mundo está assistindo. Eles estavam especulando,

esperando, perguntando.

Será que você, não vai... Por favor, por favor, não...

Ele vai ganhar se tiver que ser...

Ele não tem chance...

Eu espero que o ruído diminua, inclino-me em direção ao

microfone, e digo: — Senhoras e senhores, tenho o prazer de

anunciar que eu estou concorrendo oficialmente para

Presidente dos Estados Unidos da América.

AS NOTÍCIAS

Charlotte

NA MANHÃ DEPOIS DO MEU ANIVERSÁRIO, noto que a luz

da minha secretária eletrônica está piscando. Aperto o play,


meio escutando quando deito na cama, tentando sacudir

minha dormência para longe.

— Charlotte, é sua mãe, me ligue.

— Charlotte, atenda ao telefone.

Após uma terceira mensagem semelhante, levanto, pego um

café, e retorno as ligações da minha mãe. — Você ouviu o

rumor? — Ela pergunta no lugar de uma saudação.

— Eu estive dormindo nas últimas... sete horas. — Eu balbucio.

— Que rumor?

— Está em rede nacional! E nós fomos convidados para o

discurso da posse da campanha, Charlie, você deve vir. Hora

de você colocar seus pés na política.

Meu primeiro pensamento é o mesmo que eu tive há anos. Que

eu não quero estar na política. Eu vi e ouvi muitas coisas sendo

a filha de um senador. Eu vivi muito já.

—É hora de você fazer a diferença, dar passos e abraçar o seu

próprio poder pessoal... — minha mãe continua, e enquanto ela

divaga, ligo a televisão. O rosto de Matt aparece para mim.

Esse rosto bronzeado, ligeiramente mal barbeado,

perfeitamente simétrico, e quente como o inferno.

Ele está atrás de um pódio, um lugar que ele nunca foi

fotografado antes. Os paparazzi o pegaram em encontros, na

praia, em todos os lugares, mas nunca, até onde eu sei, atrás

de um pódio.

Um terno preto e gravata carmesim cobrem um corpo em

forma para uma capa da GQ1

, o seu terno tão negro que os

ternos dos homens que o rodeiam parece cinza em

comparação.

Ele tem sido conhecido por ser um homem que ama

fisicalidade, que se mantém em forma, experimentando cada


aventura e desporto que a natureza tem para oferecer.

Natação, tênis, caminhadas, passeios a cavalo. Seu corpo

magro e atlético, claramente definido sob o terno equipado, é

certamente uma prova disso. Uma boca cheia de curvas, em

voz de sedução em um sorriso quando ele fala no microfone.

Abaixo dele, uma linha preta de rolagem na tela diz:

NOTÍCIA URGENTE: MATTHEW HAMILTON CONFIRMOU

SUA INTENÇÃO DE CONCORRER À PRESIDÊNCIA.

Eu li a linha novamente. Eu também vagamente ouvi sua voz

na TV. Ele tem uma voz deliciosa, que coloca os pequenos

pelos em meus braços em posição de sentido.

— ... concorrendo para Presidente dos Estados Unidos da

América.

Algo dentro de mim dá cambalhotas; fui atingida por uma série

de emoções — choque, excitação, descrença. Caio de volta no

sofá e pressiono a mão no meu estômago para impedir que

meus órgãos internos se movam. Minha mãe continua me

dizendo o quanto meu pai e ela adorariam minha companhia,

mas eu quase não ouço.

Como eu posso, quando Matthew Hamilton está na TV?

Ele é tão maravilho que eu aposto que cada mulher que olha

para ele o quer como o pai dos seus filhos, e que coloque os

lábios em ninguém a não ser ela, e use esses olhos para olhar

para mais ninguém...

Este deus.

O príncipe da América.

Decidiu concorrer à presidência?

Ele fala de um jeito com confiança e força.

Eu sei em primeira mão que a política não é para os fracos. Eu

sei o que meu pai passou por alcançar e manter seu assento

no Senado. Eu sei o tipo de sacrifício, paciência e disciplina,


que exige para servir o povo. Eu sei que apesar de fazer o seu

melhor, críticas o manterão acordado durante a noite mais

vezes do que gostaria de admitir. Sei que ser presidente não

pode ser mais fácil do que ser senador. E eu sei que Matt não

queria isso.

Mas depois que seu pai foi assassinado, a nossa economia

ficou uma merda. Estamos todos basicamente no ponto de

estender a mão para um salva-vidas, e a situação é tão grave

que provavelmente não será o suficiente.

No entanto, ele está fazendo isso?

Concorrendo?

—Portanto, não há realmente nenhuma desculpa para você

não vir! — Minha mãe continua.

—OK.

—Você acabou de acordar, Charlotte? — Minha mãe soa tão

chocada que eu sorrio por ter conseguido surpreendê-la.

Inferno, eu mesmo estou surpresa que eu não estou cantando

a mim mesma alguma canção estúpida. A culpa é do meu

aniversário e mais um ano passou à espera de um grande sinal

de néon que me apontaria o caminho de vida ideal que ainda

tem que aparecer.

Outro ano passado à espera do momento — esta é quem você

é, é isso que você está destinada a fazer. Quando me lembro

da noite em que os Hamilton vieram para o jantar, eu senti

como se estivesse tocada por algo emocionante, histórico e

significativo. Esse momento marcou-me de muitas maneiras.

Você não pode expressar em palavras o temor, honra e grande

surpresa de estar cara a cara com o Presidente dos Estados

Unidos. Faz você querer fazer grandes coisas também.

Talvez vendo Matt novamente irá me trazer clareza. Ou pelo

menos, eu poderia realmente começar a conhecê-lo e ver o


que ele tem feito. Ver se ele realmente é capaz de viver para o

nome Hamilton.

Estou curiosa.

Estou intrigada.

Talvez esteja um pouco na necessidade de convencer-me de

que a minha paixão infantil tenha, no final das contas,

acabado.

Ou talvez, como o resto do mundo, eu esteja somente muito

animada. Que haja finalmente um homem que pode realmente

ganhar o respeito de ambas as partes, reduzir a burocracia, e

fazer um trabalho bem feito.

—Eu vou com você, — eu concordo, para a alegria da minha

mãe. —Quando é?

AINDA AQUELA GAROTA

Charlotte

EU ME MUDEI para meu próprio apartamento perto dos

escritórios das Mulheres do Mundo. Um quarto e um armário

considerável. Meu guarda-roupa está preenchido com mais

ternos de poderosos do que qualquer coisa, eles são uma

obrigação para caçar patrocinadores e oportunidades de

emprego para as nossas mulheres... novas oportunidades que

as inspiram a ser melhor.

Mas há uma pequena fileira de vestidos no armário abarrotado

do meu novo apartamento. Eu não poderia ter dezenas de

opções para escolher, mas para a noite da festa inicial tenho

mais escolhas do que aquele vestido de quando eu tinha onze

anos.

Kayla está morrendo de ciúmes, e Alan e Sam estavam

insinuando sobre estarem dispostos a me levar no caso de eu

precisar de uma escolta no evento. Disse não, já que vou com


a minha mãe. Meu pai, como um Democrata atual, não vai

realmente apoiar um candidato independente. Mas minha mãe

tem uma mente própria, e quando se trata de qualquer coisa

que envolva Hamilton, parece que precisa fazer.

Eu me pergunto que tipo de homem Matt Hamilton tornou-se, e

se ele é o jogador que se tornou ao longo dos anos como o

grande fascínio da imprensa com ele continuou a crescer.

Eu acabo decidindo usar o vestido amarelo com a parte das

costas nuas.

Penteio o cabelo vermelho deixando cair nas costas, adiciono

um prendedor de cristal brilhante para impedi-lo de cair na

testa, e sigo para o térreo, onde minha mãe espera no Lincoln

Town Car.

A ÚLTIMA VEZ que vi Matt, foi há dois anos e oito meses

depois do jantar com os meus pais. Eu estava mais alta, e

oficialmente uma mulher, e como a minha mãe, eu estava

vestindo um vestido preto. Ele estava vestido de preto, bem

como, ao lado de sua mãe, que parecia pequena e ele com o

braço em volta dela.

Ele estava mais velho, um pouco mais encorpado, muito mais

masculino, e seus olhos não brilharam para mim quando eu

segui meu pai e minha mãe ao dar-lhe as minhas condolências.

E então eu sento na parte de trás, tentando conter as lágrimas,

enquanto eu assisto Matt enterrar seu pai.

Sua mãe chorou suavemente, delicadamente, e o país chorou;

ele estava lá, forte e orgulhoso, o menino do seu pai criado e

treinado para enfrentar a catástrofe e seguir em frente.

DECORAÇÕES BRANCAS SALPICADAS com prata e azul

nos rodeiam.

Estou um pouco fora da minha zona de conforto quando sigo

minha mãe até o salão. Passando pelas portas é como abrir as


páginas de uma enciclopédia viva cheia de nomes importantes

— políticos, filantropos, herdeiros e herdeiras — juntamente

com pessoas em posições no topo das melhores escolas do

país, Duke, Princeton, Harvard.

E de repente todos os artistas e escritores e poetas...

Vencedores do Pulitzer e Nobel, e rostos que você vê nos filmes

de sucesso do ano...

Eles de alguma forma desaparecem com Matt Hamilton

partilhando esta mesma sala.

Ele está no outro extremo, alto e de ombros largos, o cabelo

escuro e brilhante sob as luzes. Ele está vestindo um terno

preto perfeito e uma gravata cor de platina, camisa branca e

contrastando contra a matiz de ouro da sua pele.

Minha boca seca e meu corpo parece começar a trabalhar um

pouco mais para bombear o sangue através do meu sistema.

Não é fácil perder Hamilton de vista, ele é o queridinho da

mídia.

Desde o adolescente rebelde, para o cara da faculdade

particular, até o homem que ele se tornou. O candidato mais

jovem da história, minha mãe diz que ele representa os anos

dourados que seu pai nos presenteou com o crescimento, o

emprego, a paz. Eu quero aquilo. Cada um dos milhares de

adeptos aqui esta noite quer isso.

À medida que nós percorremos a multidão cintilante, o ar fica

cheio com os perfumes mais caros, saúdo alguns dos

conhecidos de minha mãe, todos vestidos para impressionar.

Os famosos sempre gravitaram em torno dos Hamiltons, a sua

presença silenciosa. Tem sido nove anos desde a última vez

que vi Matt, mais ou menos. (Eu realmente sei o tempo exato,

mas eu quero fingir que não estava contando tão

religiosamente.)
Ele é mais alto do que parecia na televisão, que paira sobre os

outros por algumas polegadas.

E Deus.

Ele é todo homem.

Cabelo escuro. Olhos de café expresso. O corpo de um deus

grego.

Inspira confiança por todos os poros.

Até mesmo o terno preto que ele usa é perfeito.

Se alguma vez houve um homem com um ar de privilégio e

sucesso, Matthew Hamilton é isso.

Os Hamiltons têm sido influentes desde que nasceram. Sua

linhagem é de senhores e senhoras inglesas. Eles o chamavam

de príncipe quando seu pai estava vivo, agora ele está prestes

a assumir o reinado.

Quando a revista People o colocou entre “O Homem Mais

Sexy”, Forbes o chamou de “Homem de Negócios Bem

Sucedido”. Ele desapareceu por alguns anos após a escola de

Direito, construindo e ampliando o império imobiliário de sua

família. A julgar pela quantidade de vans da imprensa fora do

salão de baile inaugural, o mundo está sendo tomado pela

tempestade com seu retorno.

Cada manchete de hoje tinha o nome Hamilton nela.

Eu nunca vi tantas pessoas importantes em um só lugar na

minha vida.

Não posso acreditar que todos eles saíram em seu apoio.

A enormidade do alcance de Matt me surpreende, e eu estou

de repente impressionada que eu poderia até mesmo pegar

um convite para sua festa de inauguração em primeiro lugar.

Com as Mulheres do Mundo, nós as ajudamos a atravessar

momentos difíceis em suas vidas — divórcios, problemas de

saúde, e trauma. O espírito da organização é útil e humilde.


Aqui, é ao longo da mesma linha de todos unidos por uma

causa comum, mas o ar aqui é extraordinariamente poderoso.

As pessoas aqui são os agitadores do mundo. E hoje à noite,

seu mundo gira em torno de Matthew Hamilton.

Matt é subitamente envolvido por uma atriz. Ela está delirando

sobre ele e usando o vestido mais esquisito que mostra seus

músculos tonificados da bunda e seios.

Meu estômago torce com a inveja. Não tenho a menor ideia do

que eu poderia falar com aquela mulher, mas estou sem saber

o que dizer para todos.

—Ele é tão bonito, — minha mãe sussurra quando olhamos

para ele.

Meu nervosismo aumenta. Já existem muitas pessoas ao redor

dele, à espera de uma introdução. Vejo-o apertar as mãos, a

firmeza de seu aperto, a maneira como ele faz contato visual.

Bem... direto.

O nó no meu estômago continua a apertar.

—Eu acho que vou me sentar ali, — sussurro para a minha mãe

e aponto para uma área de estar com o menor número de

pessoas zanzando.

—Oh, Charlotte, — Ouço-a dizer.

—Eu já o conheço, deixe que outros tenham uma chance!

Não a deixo protestar mais e imediatamente vou para o meu

ponto isolado. A partir daí, eu faço a varredura da multidão.

É tão fácil para eu ter uma conversa com as pessoas no

trabalho, mas esta multidão pode intimidar qualquer pessoa.

Localizo J. Lo em um vestido branco no canto da sala. Eu olho

para o meu vestido amarelo-ouro e me pergunto por que

escolhi uma cor tão chamativa, quando seria melhor para se

misturar. Talvez eu tenha pensado — finja que você fez isso —

iria funcionar. Que eu ficaria tão sofisticada como todo mundo


aqui e em breve me sentiria assim.

Eu passo um olhar de volta para a causa de todo o zumbido

hoje.

Todo mundo quer cumprimentar o príncipe Hamilton e eu

posso ver que vai demorar um pouco para minha mãe ter

sucesso, especialmente quando os homens continuam

tentando puxá-lo para longe.

Procuro dentro do salão de baile pelo banheiro e identifico-os

na outra extremidade. Facilitando para os meus pés, mantenho

o meu olhar em frente quando passo pelo lindo Matt entre um

grupo de políticos, e vou até o banheiro das senhoras, onde eu

entro e vejo a minha maquiagem e refresco-me.

Três mulheres estão se enfeitando na frente dos espelhos.

— Eu quero usar ele como uma pele, — ronrona mulher como

puma.

Contenho o riso e ainda finjo que eu não estou me divertindo

com sua bajulação, especialmente quando elas estão com

idade suficiente para ser sua mãe.

Uma vez que eu saio, estou indo direto pelo corredor, em

direção à minha mesa, quando piso na bainha do meu vestido

na entrada da área de salão acarpetado. Olho para os meus

sapatos e levanto meu vestido uma polegada, não retardando

minha caminhada, quando topo com uma figura grande.

Um braço voa para me firmar pela cintura.

Sugo uma respiração e congelo, registro a mão na minha

cintura, o lado do meu peito pressionando em um antebraço

bem construído. Olho para cima, até avistar um peito plano, e

o comprimento de uma gravata platinada, uma garganta

bronzeada, e olho diretamente nos olhos escuros de Matt

Hamilton.

Suspiro. — Sr. Hamilton! Sinto muito. Eu não o vi, eu estava...


— Seu aperto é quente, e percebendo que ele está lentamente

me liberando quando percebe que recuperei meu equilíbrio me

faz gaguejar. —Eu estava tendo problemas para vestir, — saio

correndo. —Eu não deveria ter usado esse vestido.

Eu estou completamente sobrecarregada por sua presença.

Magro e atlético. Maior que a vida. Rosto tão cinzelado e

bonito. Tudo dele é tão quente que meus olhos doem.

Eu odeio que meus dedos estão enrolando sob seu olhar. —Eu

realmente não o vi. E para deixar registrado, não sou uma fã

enlouquecida. Isto não é uma tentativa de obter a sua atenção,

não em tudo...

—E ainda assim você definitivamente tem isso. — Sua voz é

rica e profunda, mas seu tom é lúdico e seus olhos estão

brilhando.

É difícil engolir, de repente.

Seus lábios começam a se curvar eles são lindos e macios.

Lábios bons para beijar.

Para desmaiar mais e fantasiar também.

Puxa, seu sorriso é lindo.

Mesmo que dure apenas um segundo.

— Mais uma vez, me perdoe. — Balanço minha cabeça,

exalando nervosamente. —Sou Charl...

—Eu sei quem você é.

Embora seus lábios não estejam mais curvados em um sorriso,

seus olhos estão brilhando mais intensamente, se isso é

possível. Mal posso me concentrar. Esse cara é a coisa mais

próxima de um deus em nosso país. —Estou bastante certo de

que eu ainda tenho a sua carta em algum lugar, — diz ele em

voz baixa.

Matt Hamilton sabe quem eu sou.

Matt Hamilton ainda tem a minha carta.


Ele estava na faculdade em seguida. Agora o homem diante de

mim está totalmente amadurecido, temperado com perfeição.

E Deus, eu não posso acreditar que escrevi uma carta para ele.

—Agora estou duplamente envergonhada, — eu sussurro,

abaixando minha cabeça.

Quando levanto os meus olhos, Matt apenas continua olhando

para mim com um olhar direto que tenho certeza que

impactam imensamente a todos. —Você disse que iria me

ajudar se eu concorresse.

Balanço a cabeça em consternação, rindo levemente com a

ideia. —Eu tinha onze anos. Eu era apenas uma garota.

—Você ainda é aquela garota?

—Matt. — Um cara bate seu ombro e o chama.

Ele acena para o homem, então simplesmente me olha

enquanto estou aqui, intrigada com a pergunta.

—Você está ocupado. Eu só vou... — Digo, e tomo distância,

dando alguns passos antes de olhar sob meu ombro.

Ele está me observando.

Ele olha para mim como se estivesse um pouco intrigado e um

pouco rindo por dentro, ou talvez eu apenas tenha feito isso?

Porque no instante seguinte ele se vira, suas costas largas

afinando numa cintura fina proporcionando um visual lindo

quando se vira para cumprimentar seus partidários excitados.

— Eu não posso acreditar que você foi capaz de dizer oi antes

de mim, essa fila é assassina. — Minha mãe está de repente ao

meu lado. —As fãs continuam insistindo por sua presença.

Volto logo.

Ela volta para a fila enquanto tomo meu lugar à mesa, mais

uma vez, conversando por um tempo com um dos casais lá.

Eu ainda estou me recuperando do encontro.

—Oh, você é a filha do Senador Wells, muito prazer. Não posso


dizer que o conheço, mas ele é um bom homem. Ele votou

contra...

—Hugh, realmente, — sua mulher interrompe, parando o idoso

senador. —Vamos dizer oi a Lewis e Martha, — diz ela,

persuadindo-o a ir embora.

Estou aliviada quando partem, temendo dizer alguma coisa

para me envergonhar. Eu ainda estou cambaleando por causa

do meu encontro com Matt Hamilton e não posso me

concentrar em qualquer outra coisa.

Eu vejo quando minha mãe espera pacientemente por seis

pessoas antes de sua vez em cumprimentá-lo, até que

finalmente ela o abraça, e ela parece pequena e feminina em

seu alto e musculoso corpo. Quando eles saem do abraço,

estou chocada ao notá-la apontando em minha direção.

Meu estômago se refugia em si mesmo quando seu olhar

segue a direção do seu dedo.

Aimeudeus, minha mãe está apontando para mim?

Matt está olhando para mim?

Nossos olhares se fixam em um flash de um segundo, há algo

em seus olhos. Ele balança a cabeça, como se ele estivesse

dizendo a ela que ele disse já disse oi.

Enquanto falam, seu olhar permanece em mim.

Estou brevemente consciente de curiosos olhando pelo salão

quando todos sabem para onde seu novo candidato está

olhando, mas eu não posso puxar meus olhos tempo suficiente

para verificar exatamente quem está olhando.

Deus. Ele ainda se destaca como uma realeza americana sem

título.

Ele cresceu para ser a mais deliciosa mistura de polido e

terroso, e em algum lugar sob o olhar focado posso ver um

primitivismo único que me atrai.


Uma mulher que passa se inclina no meu ouvido. —Ele é tão

quente, suave e rico como um bolo de lava. E ele faz a política

ser emocionante, — diz ela.

Eu olho para ela, em seguida, levo meu olhar de volta para o

fumegante Matt Hamilton enquanto ele continua a saudar

todos na fila. Ele está quase acabando, mas eu tenho certeza

que não será por muito tempo. Uma sombra cai sob a metade

de seu rosto, mas eu posso ver que sua atenção agora está

focada em um casal de idosos, com um sorriso maldoso lá,

mas ainda tão sexy e lindo que faz meus pulmões trabalharem

alguns minutos a mais.

Uma vez que ele termina de falar com o casal e está livre, ele

começa a ajustar suas abotoaduras.

E começa a caminhar na minha direção.

Ele está caminhando na MINHA direção.

O cara mais quente na sala está caminhando na minha

direção, e meu coração simplesmente capotou mais de mil

vezes em um segundo dentro do meu peito.

Olho ao redor da sala, em uma tentativa de indiferença tipo lálá-lá-lá, mas não sou tão boa
atriz.

Estou com medo de olhar para o seu rosto lindo e sei que ele

sabe o efeito que tem em mim. Leva um momento para reunir

toda minha coragem e cautela para ver a expressão que ele

está usando. Fico mais calma quando o encontro olhando

diretamente.

Para.

Mim.

Ele não está olhando para mim.

Alguém o fez parar para conversar.

Exalo.

Mas antes que eu possa liberar a tensão em meus ombros,


Matt dá um tapinha no homem de meia-idade na parte de trás,

sacode a mão, e começa a andar em minha direção

novamente.

Eu me sento aqui, lutando com estes sentimentos que não

posso suprimir.

Quero falar com ele. Quero sequestrar seu cérebro. Estou

curiosa e profissionalmente com sede, e talvez eu queira me

pressionar acidentalmente contra ele mais uma vez.

Então, eu posso sentir o cheiro dele.

Não, definitivamente não este último.

De qualquer forma, tenho certeza de que com uma bebida, eu

vou ficar um pouco menos nervosa. Mas é tarde demais para

bebidas agora!

Antes que eu possa levantar para cumprimentá-lo mais uma

vez, Matt — Matt Fodido Hamilton, o completo doce Americano

— toma um assento atrás de mim, olhos no nível com os meus

enquanto ele se desloca para frente. —Para registro, eu não

sou um homem louco e perseguidor apenas tentando chamar

sua atenção. — Sua voz está tão perto que parece que ele

apenas correu um dedo pela minha espinha.

E o timbre é como o sexo em lençóis de seda.

Seu perfume é um prelúdio para o sexo.

Mesmo seus quentes olhos café escuro parece um convite para

o sexo.

Eu rio, ruborizando.

Seus lábios têm uma contração muscular, e seu sorriso? É

puro, uma ímpia preliminar. Para meninas amáveis como eu

que só assistem isso na TV. O tipo que foge despercebido até

que sua calcinha esteja em toda parte, exceto onde elas

pertencem.

Oh Deus. Ele é a coisa mais quente que eu já vi.


Eu estou lutando para reprimir um arrepio por dentro. — Não

se preocupe, eu sei quem você é também.

— Está certo. Mas eu aposto que você não sabe o quão sério

eu sou sobre a obtenção de uma resposta.

— Como?

Ele apenas sorri e examina meu rosto, me levando no silêncio.

Eu não posso evitar, mas faço o mesmo. Suas características

estão ainda mais esculpidas agora, mil e um por cento de

masculinidade, e cada polegada visível da pele em seu corpo

parece ter sido beijada recentemente pela luz solar.

Percebo o brilho de seu cabelo e olhos lindos e do jeito que ele

cheira a perfume caro. O espaço que seu corpo ocupa e o calor

que emana de cada polegada atlética dele me faz sentir

quente por toda parte.

Ele está realmente aqui. Na minha frente.

Meu estômago vira, e eu rio conscientemente e nervosamente

correndo minhas mãos pelo meu vestido. —Naquela época,

você morreria se concorresse. Como eu ia saber? Eu quero

dizer. Olhe para você agora, — eu digo, sinalizando para ele.

Para Matt enlouquecedor Hamilton sentado ao meu lado,

obviamente, sentindo-se muito entretido com meu nervosismo.

—Eu sei o que você está pensando, — ele me avisa, sua

expressão sóbria, mas com um brilho brincalhão em seus

olhos.

Que você é lindo? Eu me pergunto.

Que eu não sei como você tem esse efeito sobre mim e porque

eu ainda depois de todos esses anos te quero?

— Confie em mim, você não sabe, — eu sussurro, ruborizando.

Ele se desloca para frente e pega uma mecha do meu cabelo

vermelho solto, puxando-o e observando-me lamber os lábios

em nervosismo. —Você está se perguntando por que eu me


elegi.

— Não! Eu estou... — Perguntando por que você está aqui

falando comigo. Eu não digo isso, eu só paro e o vejo enrolar o

fio do meu cabelo vermelho em torno da ponta do seu dedo

indicador, em seguida, solta-o lentamente, me olhando

enquanto ele desenrola o dedo muito, muito lentamente e

deixa-o cair.

— Então, como você está? — Pergunta ele, sua voz profunda.

— Bem. Não tão bem quanto você parece estar, — eu digo.

Puxa, estou flertando? Por favor, não esteja flertando,

Charlotte!

— Eu duvido disso. Absolutamente duvido disso, — Matt diz,

sua voz ainda tão profunda e o sorriso ainda em seus olhos,

mas não em seus lábios.

Ele parece tão focado em mim que é como se ele não

percebesse que todo mundo está olhando em sua direção.

Estou nervosa em sua presença, mas, ao mesmo tempo, eu

não quero que ele vá embora.

— Você sabe, eu te conheci três vezes e percebo que eu não

sei nada sobre você que não seja a história ocasional que eu

ouço, — deixo escapar. —Eles são tão contrários que eu nem

sei o que acreditar.

— Nenhum deles.

— Oh, vamos lá, Matthew! — Eu rio, depois percebo que o

chamei pelo seu nome. — Quero dizer... Sr. Ham...

— Matt. Charlotte. A menos que você queira que eu te chame

de Charlie.

— Deus, não! Você está me envergonhando hoje?

— Na verdade não. Embora eu não possa negar que eu acho o

rosa em suas bochechas muito charmoso.

A curva dos seus lábios é sensual, e há uma vibração no meu


estômago quando ele pisca para mim.

Timidamente olho para baixo, e eu percebo que os bicos dos

meus mamilos estão surgindo contra o meu vestido.

Mortificada, levanto os braços para dobrá-los na frente de mim,

mas não antes de eu pegar seus olhos notando também. Ele

lentamente levanta o olhar para mim, sua expressão revelando

nada enquanto ele puxa a sua atenção de volta para o grupo

lotado.

— Eu tenho que ir. Mas eu não vou dizer adeus. — Ele levanta

uma sobrancelha elegante em significado. Empurrando a

cadeira para trás e de pé em sua altura máxima.

Suas palavras me deixam confusa. Eu não consigo responder

com rapidez suficiente, então ele simplesmente sorri para mim

e me deixa a ponderar-lhes o resto da noite.

Eu não tenho nenhuma ideia de quanto tempo minha mãe e eu

ficamos lá, realmente, mas eu sei exatamente que nas três

vezes que olhei na direção de Matt, ele virou-se para encontrar

o meu olhar, como se ele tivesse algum tipo de radar ou

simplesmente sentia-me o observando.

Meu estômago ficou louco cada uma dessas vezes, e eu

desviei meus olhos.

Quando estava pronta para ir embora, minha mãe toma o

momento para dizer seu adeus. Eu considero chamar a

atenção de Matt para desejar-lhe boa sorte antes de sair, eu só

realmente gostaria que não tivesse sido interrompida quando

estávamos e que tivéssemos sido capazes de falar um pouco

mais. Mas ele está ocupado quando o procuro no meio da

multidão, e eu não quero interromper. Quando sigo a minha

mãe até a porta, um de seus amigos congressista mais velho

para e diz adeus para nós duas. Sorrio e aceno, e por cima do

ombro, vejo os olhos de Matt encontrar os meus e percebo que


ele estava me olhando sair.

Ele sorri para mim, e inclina a cabeça infimamente num aceno,

e há algo naquele sorriso e no aceno que me enche de uma

estranha sensação de antecipação.

Por quê, eu não sei.

EU VOU DE CARONA na parte de trás do carro com minha

mãe, incapaz de parar de repetir as coisas que Matt me disse

quando ele se aproximou. Escolho odiar o fato de que eu ainda

não posso controlar as coisas que deixo aflorar em mim. — Ele

vai vencer, — minha mãe diz suavemente.

—Você acha? — Pergunto a ela.

Querer que ele ganhe de repente me bate com tanta força que

quase me oprime. Sentada lá falando com ele, senti uma

verdadeira qualidade nele e uma força que faz você querer se

agarrar a ela. Não é bobagem, realmente, querer um

presidente forte, é? Você quer alguém que pode manter a

cabeça em uma crise, alguém confiante, e alguém real.

— Bem, o seu anúncio causou uma grande agitação. Mas os

Democratas e os Republicanos não vão deixar a presidência ir

assim tão facilmente, — diz minha mãe, e pressiono meus

lábios.

Quando começo a sair do carro, minha mãe diz, — Charlotte,

você sabe o quanto eu odeio que você viva sozinha aqui...

—Mãe, — eu gemo, balançando a cabeça com uma careta a

repreendendo, em seguida, aceno e fecho a porta atrás de

mim.

Naquela noite, não é a primeira vez nos últimos onze anos que

eu sonho com Matt Hamilton novamente, mas é o primeiro em

que o cara no sonho parece exatamente como ele parecia esta

noite.

6
A MANHÃ SEGUINTE

Charlotte

AINDA ESTOU PENSANDO sobre a noite anterior, quando

lidero Mulheres do Mundo. Eu tenho trabalhado com minha

mãe desde que fiz dezoito anos, gastando meus estudos em

Georgetown e horas de serviço social aqui. Ajudo a administrar

a organização e os meus dias são geralmente uma combinação

de angariação de fundos, procura de emprego, e discurso de

apoio para as mulheres que estão sob a nossa asa. Eu apenas

concluí um telefonema quando um homem alto com uma

cabeça cheia de cabelo salpicado de grisalhos aparece na

porta do meu escritório e bate.

— Oi, Charlotte. Bom dia. — Ele fala com a familiaridade de

velhos amigos.

Eu reconheço seu rosto, mas não consigo perceber de onde eu

o conheço.

— Benton Carlisle... — Ele estende a mão, que eu prontamente

pego. —Infelizmente, não tivemos a oportunidade de ser

apresentados na noite passada. Sou gerente de campanha de

Matt Hamilton.

Meu coração salta, independentemente de eu querer isso ou

não. — Oh, claro, Sr. Carlisle, eu sinto muito. Eu não tomei café

ainda. Por favor, sente-se.

— Eu não vou ficar muito tempo. Estou aqui simplesmente em

nome de Matt.

— Matt? — Eu questiono.

— Sim. Ele quer estender-lhe formalmente um convite para

participar de sua campanha.

Se ver o gerente de campanha de Matt no meu escritório não

me chocou o suficiente, nada mais irá.

— Eu…
— Ele me disse que você era a primeira da fila para ajudar e

ele odiaria se recusasse essa primeira oferta.

Meus olhos se arregalam. —Sr. Carlisle...

Ele ri. — Eu admito que fui pego de surpresa. A maioria dos

nossos recrutas tem experiência, algo que você não tem. E, no

entanto, aqui estou eu, fazendo a primeira coisa na parte da

manhã. — Ele olha para mim como se perguntando o que eu fiz

para merecer isso e eu não gosto de suas possíveis premissas.

— Concordo que não tenho experiência. Agradeço a oferta,

mas eu vou ter que recusar.

— Justo.

— Mas, por favor, envie os meus melhores votos para o Sr.

Hamilton.

— Eu vou. — Ele deixa o seu cartão. — No caso de haver

alguma coisa que podemos fazer por você.

Nós apertamos as mãos, e eu assisto o homem partir de um

jeito tão elegante e silenciosamente como ele entrou. Quando

ele está fora de vista, desabo na minha cadeira, atordoada.

O resto do dia eu me concentro com a grande pilha de

trabalho, mas quando eu vou para o meu apartamento, sento

no sofá com meu precioso gato empoleirado no meu colo, e eu

me pergunto por que recusei a oferta. Eu tenho vontade de

fazer algo importante para mim mesma, e deixar as sombras

dos meus pais. Trabalhando em uma campanha, não seria

emocionante? Excitante? Por que eu não aceitei? Pergunto-me

se o meu medo tem a ver com a mesma razão que seria

emocionante e excitante. Porque envolveria Matthew Hamilton,

e ele é tanto o que me inspira a concordar e faz-me desejar

ficar em uma distância segura.

AQUELA NOITE, eu assisto um programa de TV em que

um dos candidatos está discutindo coisas puramente


incendiárias sobre os imigrantes pobres, refugiados pobres, e

como ele vai aumentar os impostos para que possamos tornar

o maior exército do mundo novamente.

Ele faz parecer como se recusar a ajudar aqueles que estão

sofrendo é a única maneira que poderíamos voltar para os

nossos dias dourados.

Pressiono meus lábios e desligo a televisão.

Talvez eu possa ajudar. Eu acredito nele. Eu acredito que ele é

melhor do que qualquer uma das opções que eles estão

jogando em torno da TV.

Pego o cartão de Carlisle e ligo para ele. — Sr. Carlisle, aqui é

Charlotte Wells. Eu estive pensando sobre a oferta... e sim. Eu

quero ajudar. Eu estou pronta para ser usada em qualquer

posição e estou pronta para começar segunda-feira.

Há um silêncio atordoado, então, — Matt vai ficar satisfeito.

Ele me envia o endereço de onde eu deveria me apresentar na

segunda-feira, então eu desligo e fico de olhos arregalados

para o meu telefone. Puta merda! Simplesmente aceitei

trabalhar na campanha de Matthew Hamilton.

PRIMEIRO DIA

Charlotte

MEUS OLHOS ESTÃO FIXOS na janela de trás da cabine do

táxi quando olho para a sede da campanha presidencial de

Matt Hamilton.

É um dia claro de fevereiro.

A cidade tem uma força tranquila que parece um lembrete

permanente desta ser a casa do poderoso assento executivo

do país. Monumentos deslumbrantes, tapetes verdes, políticos

fervilhando com seus cafés nas ruas, e Washington está

orgulhosa e forte como a cidade mais elegante do país.


Não há nenhum lugar que eu prefira viver. Se há algo além

aqui... é apenas uma aventura temporária.

Meu pulso está em DC2

O pulso da nação está em DC

Se Nova York é o cérebro, Los Angeles é a beleza, DC é o

coração, a alma vibra em nossos monumentos, cada um deles

um testemunho da força e beleza da experiência americana.

Assim, o táxi leva-me através do coração, passado o labirinto

do Pentágono, ao longo do Potomac3

, e pela Lincoln Memorial,

as paredes brancas imaculadas da Casa Branca, e a cúpula do

Capitólio.

E não sei por que estou aqui.

O que me possuiu para querer deixar o meu emprego com as

Mulheres do Mundo?

A TV tem repetido seu anúncio sem parar, e eu repassei a festa

inaugural na minha cabeça tão infinitamente.

Não, eu sei por que estou aqui. Porque ele me pediu, talvez. E

porque eu quero me tornar uma pequena parte da história.

SAIO da cabine e vasculho minha bolsa enquanto o

prédio de dois andares, sede da campanha de Matt Hamilton,

aparece diante de nós.

Pago o motorista, e meus passos começar a soar na calçada,

sinto-me recarregada com esperança e expectativa.

Sou levada pelo interior por uma mulher de meia-idade com

uma voz nítida e uma caminhada ainda mais nítida. — Ele está

pronto para vê-la. — Ela sinaliza para a área principal do

segundo andar, onde um grupo de pessoas pairam

ansiosamente em torno de Matt — 1,80m de atletismo natural,

cérebro, e gostosura ao extremo está de calça cinza e uma


camisa preta — todos olhando para uma longa mesa.

Os braços de Matt são cruzadas, ele está franzindo a testa para

alguns dos slogans que está sendo mostrado.

— Eu não estou certo sobre este. — Sua voz é profunda, e ele

ferve com reflexão quando bate um dedo para algo que ele

não gosta. — Cheira a merda, e isso não é o que somos.

Nós, referindo-se a ele e sua equipe.

Ele parece ser o cara mais pé no chão e despretensioso,

mesmo quando ele é facilmente o mais famoso.

— Charlotte.

Ele levanta a cabeça e me vê. E ele fica com o riso em seus

olhos como me lembro muito bem, e eu não posso ver o que

ele acha tão engraçado sobre mim. Mas eu sorrio, no entanto,

porque seu sorriso é contagiante.

Enquanto caminha até mim, ele está usando esse encanto fácil

que faz todo mundo querer ser seu melhor amigo. Ou sua mãe,

ou melhor ainda, sua mulher. Ele tem essa coisa que um

repórter disse uma vez que “sugere facilmente que ele precisa

de algum amor.” A triste inclinação dos olhos dele torna-o

ainda mais bonito.

Ele é o homem que seu pai preparou e que toda uma nação

tem esperado.

Hamiltons inspiram lealdade mais do que qualquer outra

família que sempre teve esse tipo de poder executivo.

Sua mão aperta a minha.

— Sr. Hamilton.

— Matt... — ele corrige.

Sua mão está quente, grande. Sou engolida. Sinto-a deslizando

sobre a minha, agito e tento segurar seu olhar. Mas esse

movimento me faz sentir como se ele estivesse apertando meu

corpo inteiro. Estou arruinando meus nervos, e eu culpo o


brilho nos seus olhos e eu quero que esse homem gostoso me

ame, me leve para casa e que me foda loucamente.

Ele deixa cair a mão ao seu lado e coloca-a no bolso, e eu olho

para ele por um segundo e me pergunto se ele sentiu a mesma

corrente elétrica que senti quando me tocou.

Ele olha para as minhas mãos também, como se percebendo

quão pequena ela é comparada com a sua. —Está se

acomodando bem?

— Sim, senhor. Estou absolutamente encantada por estar aqui.

— Matt... — alguém chama.

Ele acena para o cara que lhe entrega um telefone, estende a

mão livre e coloca-a levemente na parte de trás do meu ombro

enquanto ele acena para mim. — Vamos nos recuperar,

Charlotte.

Ele me aperta — o mais leve toque — e o toque me acende —

é um pouco inesperado, — e, embora ele dure apenas um

segundo, envia um frisson de calor que derruba meu corpo.

Meus dedos do pé enrolam no meu lugar.

Eu não posso fazer nada, além de seguir o seu comando

recuando para trás enquanto ele levanta o telefone celular ao

ouvido e se retira para seu escritório para atender a chamada.

Deus, estou tanto no problema.

Concentre-se, Charlotte!

Não. Nem pense nisso.

Relaxo e colo um sorriso no meu rosto enquanto vou em

direção ao meu cubículo.

MEU PRIMEIRO DIA consiste em um resumo básico das

minhas funções como assessora política.

— Por que ele fugiu? Ele tem ferozmente tentado proteger sua

privacidade durante anos.

Duas mulheres jovens falam perto da minha mesa, uma de


cabelo escuro e outra com curto channel.

— Verdade. Mas apenas durante o tempo que quis... — a loira

diz a morena.

Elas olham para ele. Resisto ao impulso de fazer o mesmo.

Matt está no centro das atenções depois de anos lutando por

sua privacidade contra repórteres obcecados. A imprensa se

infiltrou em Harvard, quando ele começou a faculdade, e todos

os eventos onde ele foi convocado para ajudar a promover, ele

acabaria sendo a atenção principal e não a causa que ele

estava tão generosamente tentando incentivar.

Isso o incomoda.

— Quando ele me ofereceu o cargo, eu lhe perguntei: por que

eu? E ele disse, por que não você? — A loira tem sua atenção.

—Porque você é tão quente que nenhuma mulher pode

trabalhar ao seu redor e pensar direito, ela responde a si

mesma, rindo.

Eu sorrio e retomo a minha atenção de volta para organizar

minha mesa.

Meu escritório é a perfeição, com uma vista para a cidade. Fora

esse edifício que é sereno, como sempre, mas há um zumbido

no interior deste edifício, nos meus colegas de trabalho, em

mim.

Depois de me instalar, vou para a pequena cozinha tomar um

café. Com um copo cheio, eu viro no momento em que ouço

passos atrás de mim, mas eu calculo mal o quão perto o

recém-chegado está. Viro e topo com a pessoa e chapisco café

sobre seus sapatos.

Estou mortificada. Droga, Charlotte! Ergo os dedos manchados

de café do copo e coloco-o de lado e agarro guardanapos. —

Isso não aconteceu por acaso. Seu sapato. — Eu começo me

abaixar, mas a loira com o channel se dobra também, e limpa


antes de eu fazer.

— Ei, está tudo bem. Um pouco de emoção nunca fez mal a

ninguém. — Ela sorri. — Sou Alison. — Ela coloca a mão para

fora, e a aperto. — A fotógrafa oficial da campanha.

— Charlotte.

— Charlotte, eu sei como você pode compensar isso.

Ela acena atrás dela e caminhamos para o escritório de Matt

enquanto carrega sua câmera e fica dentro. No instante em

que percebo que esse é o escritório de Matt enlouquecedor

Hamilton estou andando até ele, e corro meus dedos

nervosamente pelo meu cabelo em observação de seus

ombros largos e totalmente quente na cadeira atrás da mesa,

todo lindo e ocupado enquanto lê alguns papéis.

Enquanto ele lê, meu dedo fica preso em um pequeno nó no

meu cabelo e eu rapidamente tento suavizá-lo.

Quando finalmente acabo, tenho a coragem de olhar para ele,

e ele está me observando, com uma careta no rosto. — Você

quer tirar uma foto comigo? — Sua voz é baixa e terrivelmente

profunda.

Eu olho em confusão. — Deus, não. Absolutamente não.

— Todo esse esforço e você não vai deixar que o mundo se

divirta? — Pergunta ele, sua expressão ilegível enquanto

levanta uma sobrancelha, sinalizando para o meu cabelo.

Oh Deus.

Estou corando. As pessoas dizem que Matt gosta de vida, ele

goza da vida tanto como ele quer mudar isso. Eu sorrio, um

pouco nervosa, e apenas fico de lado enquanto Alison

configura a câmera. — Aqui, Matt? — Ela pergunta.

— Por que não podemos fazer algo mais natural? — Seu olhar

sombrio permanece em mim quando ele engancha um dedo,

me atraindo para frente. —Charlotte, pode me dar uma dessas


cópias impressas atrás de você? — Ele pergunta, com a voz um

pouco áspera.

Sentindo um nó de nervosismo na minha garganta, pego um e

caminho até ele, consciente dele observando cada passo que

eu dou, quando eu ouço os cliques consecutivos.

— Adorável, — diz Alison.

Matt leva a pasta com graça preguiçosa, seu olhar ainda

segurando o meu, sua voz ainda terrivelmente profunda e

inquietante. — Viu? Eu sabia que havia uma razão pela qual

você está aqui. Você me faz parecer bem, — diz ele,

aprovando. Seus lábios se curvam apenas um pouco.

Levanto minhas sobrancelhas; ele levanta a dele também,

como se me desafiando. Calor rasteja até meu pescoço e

bochechas. Realmente, não há nada que possa fazê-lo parecer

um pouco melhor do que ele já é.

Até o momento em que vou para casa estou muito

envergonhada. Siga em frente e pareça como uma tola,

Charlotte, me repreendo enquanto vou para o meu

apartamento.

QUANDO CHEGO EM CASA, estou pensando na roupa

mais sombria que eu tenho. Não importa se sou pequena e

tenho um rosto de criança, eu quero ser levada a sério aqui.

Meus pés estão me matando, meu pescoço está me matando,

mas não coloco meu pijama até que eu separe um terninho

preto, calça e um casaquinho preto bem cortado para amanhã.

Espalho na cadeira que fica perto da janela e olho

criteriosamente. É inteligente e decidida, exatamente como eu

quero parecer amanhã.

Matt Hamilton vai me levar a sério.

Meus pais estão orgulhosos.

Kayla envia mensagens de texto sem parar, e ela quer os


detalhes.

Eu passo ao responder, sozinha no meu apartamento.

Eu não tinha percebido o quão solitária seria dormir no meu

apartamento por conta própria. Você queria ser independente,

Charlotte. É isso.

A luz da minha secretária eletrônica está piscando, e reproduzo

as mensagens.

—Charlotte, eu não estou realmente feliz por você estar

naquele pequeno apartamento, especialmente agora que você

está fazendo isso. Seu pai e eu gostaríamos que você voltasse

para casa, se você está decidida sobre embarcar em um ano

de campanha. Me ligue.

Eu gemo. Oh não, Mãe, você não vai.

Nós tínhamos discutido que eu seria capaz de me mudar e

esculpir meu próprio caminho aos vinte anos. Mamãe não

estava feliz quando a data se aproximava e eu ainda estava na

faculdade tentada a ser tola, empurrou para os vinte e dois.

Agora, um mês depois do meu vigésimo segundo aniversário,

paguei minhas dívidas, mantive minha posição, e me recusei

que empurrasse a data para mais longe.

Ela insistiu que o edifício era relativamente inseguro, com

apenas um homem na portaria. Se algum dos habitantes

ligasse o convocando, a portaria e o lobby ficariam sem

ninguém. Era pequeno e desconfortável e não é seguro.

Eu pensei que era perfeito. Bem situado, o tamanho certo para

manter limpo e arrumado. Embora eu não conheça ninguém

com exceção de dois dos meus vizinhos, uma jovem família,

outro veterano do exército. E eu sinto, à noite, que as coisas

rangem e coaxam e me mantém acordada. Este foi o primeiro

passo para construir o meu caminho sozinha.

Então eu deito na cama e aperto meu alarme para amanhã.


Estou fisicamente exausta, mas na minha mente meu dia

continua se repetindo.

Eu penso na campanha e em Matt e no assassinato do

Presidente Hamilton. Penso no nosso atual presidente e minhas

esperanças pessoais para o nosso futuro presidente.

Cada pessoa que eu conheço, todas as pessoas conscientes de

si mesmos e seus potenciais... todos nós queremos fazer um

impacto, uma contribuição, para trabalhar em algo que é

importante para nós. Estou em um novo caminho onde

construí o meu próprio. Sou jovem e um pouco insegura, mas

estou fazendo a diferença, mesmo que pequena.

A EQUIPE

Matt

A COISA sobre as campanhas presidenciais é que você

não apenas precisa do candidato certo. Você precisa da equipe

certa. Eu olho as dezenas de pastas espalhadas através de

minha mesa. Estou na minha sexta xícara de café, e tomo o

último gole enquanto considero a mais recente adição à minha

equipe.

— Mulheres do Mundo, Charlotte Wells. Ela é quase uma

estagiária, nenhuma experiência. Tem certeza sobre isso? —

Perguntou Carlisle.

Eu decidi tudo isso com a ajuda de uma caixa de donuts,

caixas de comida vegetariana, latas de refrigerante e garrafas

de água Voss.

Você não pode dizer que Charlotte é bonita, ela é muito

impressionante para isso. Você apenas não se esquece de um

rosto como o dela.

Cabelo vermelho como uma chama caindo nos ombros. E essa

faísca em seus olhos. Ela é enérgica, sem remorso, requintada.


Apesar de ter sido criada como filha de um senador, ela está

até agora intocada pelo escândalo político e pelas relações

decadentes que às vezes a política está emparelhada.

Ela é mais adequada para o trabalho do que Carlisle acredita.

Eu estou ciente de sua relutância, mas mais do que certo

Charlotte vai provar a si mesma com honras.

Ao invés de trazer os aliados políticos experientes da era do

meu pai, todos muito dispostos a me apoiar, eu estou trazendo

pessoas que querem fazer a diferença. Quem fez isso um

hábito de pensar nos outros antes de si e em seus bolsos.

Estou determinado a tê-la em minha equipe.

Mesmo antes de colocar os olhos sobre ela na festa de

inauguração, eu tinha planejado que Carlisle ligasse para essa

menina que eu conheci, a única que chorou um oceano no

funeral do meu pai. Aquele cuja carta eu rasguei, por alguma

razão, no dia em que meu pai morreu.

Depois da festa inaugural... vamos apenas dizer que ela tem

estado em minha mente, e não só porque ela é linda e em

outra vida, eu teria gostado de deslizar minhas mãos por baixo

do seu vestido e sentir sua pele, inclinar minha cabeça e beijar

sua boca por um longo tempo. Não, não é por causa disso, mas

porque ela ama a presidência e ela sempre amou.

E agora ela foi confirmada na minha equipe, graças a Carlisle.

Carlisle é o meu agente na campanha presidencial. Nós já

recrutamos nossos consultores de mídia, estrategista-chefe e

pesquisador, diretor de comunicações, chefe do setor

financeiro, secretário de imprensa, uma porta-voz, diretor

digital e fotógrafo oficial.

Tê-los todos juntos na campanha me dá uma sensação de

satisfação. Reunimos uma equipe que nos levará suavemente

para a eleição deste ano.


Eu estou pronto para chamá-lo um dia, então suavemente dou

um tapa na parte de trás da cabeça de Carlisle, dizendo: —

Confie em mim, — pego as chaves do carro e vou para fora.

MINHA CASA É um apartamento de solteiro de dois

quartos perto do Hill. Muito longe dos 132 quartos e da área

interminável da Casa Branca, é moderno e o tamanho perfeito

para eu possui-lo, não para a coisa me possuir. Também estou

a três quadras da minha mãe. Embora ela tenha uma agenda

social intensa e um novo namorado que há uns cinco anos vêm

tentando convencê-lo a se casar, sem sucesso, eu gosto de

manter meu olho nela.

Meu pastor alemão está latindo quando insiro a chave na

fechadura. Ele é preto lustroso, e a mídia o chama de Black

Jack. Ele é mais famoso do que o cachorro Taco Bell. Ele tem

olhos quase tão negros como seu pelo e, felizmente, já passou

a fase onde ele iria roer todos os meus sapatos. Ele está à

porta, latindo três vezes. Eu abro e ele salta.

Pego-o em um braço, fecho a porta com a outra, e coloco-o

para baixo. Ele trota ao meu lado para a cozinha. Adotei-o

quando fiz uma exibição de sensibilização para a adoção. Jack

era um filhote de cachorro, em seguida, foi encontrado na rua

enrolado sobre a mãe e suas duas irmãs mortas.

A Casa Branca vai estar muito longe de ele onde começou.

Pressiono o botão play da secretária eletrônica.

— Matthew, é o congressista Mitchell. Parabéns, você pode

contar comigo.

— Matthew, aqui é Robert Wells, muito obrigado pela

oportunidade que você está oferecendo a minha filha. Claro

que você pode contar com o apoio da família... Vamos fazer

um almoço em algum momento.

— Matt. — Uma voz feminina aleatório vem a seguir. — Eu


espero que você receba essa mensagem. Eu... Eu estou

grávida. Meu nome é Leilani. Eu estou grávida dos seus

bebês... são gêmeos. Por favor, eles precisam de seu pai.

Pego uma cerveja Blue Moon engarrafada da geladeira e um

prato do aquecedor.

Apago as mensagens, ligo a TV, coloco meus pés para cima, e

começo a comer enquanto espero por Wilson.

Ele queria vir e eu disse a ele que às 22:00 era o melhor que

poderia fazer.

Ele entra e pega uma cerveja, em seguida, cai no sofá à minha

direita. Ele está beirando os cinquenta. Ainda solteiro, ele fica

com seu sobrinho em seus dias de folga do Serviço Secreto.

Surpreendente que ele não tenha me procurado depois que

soltei a bomba da corrida presidencial em todo o país.

Ele me observou por um momento, juntando as mãos,

enquanto olha-me diretamente nos olhos. — Então aqui

estamos nós.

— Aqui estamos. — Eu sorrio e tomo um gole.

Wilson parece que nunca esperou dizer isso, um fato que eu

acho muito divertido.

— Vi o anúncio. Nunca pensei que eu iria ouvir você dizer isso,

caramba. — Ele arrasta a mão sobre a cabeça careca, olhandome como se estivesse esperando
por uma explicação.

Eu só levanto a minha cerveja em um brinde.

— Por quê? — Ele pergunta.

— Nove anos, um monte de tempo para pensar sobre isso. Isso

sempre estava lá... — Dirijo-me um dedo, simbolizando as

rodas na minha cabeça.

— Alguns dizem que você deveria ter esperado mais um

mandato, até que você esteja um pouco mais velho.

— Sim, eu não penso assim. A América não pode esperar mais.


Dia de folga?

— Eu desisti.

Levantando a cerveja para os meus lábios, eu paro no meio do

caminho.

— Você vai precisar de mim, — diz Wilson. — E eu quero estar

dentro.

Estou chocado em silêncio. Então me levanto enquanto Wilson

levanta também (hábito, suponho), e aperto sua mão. — Vou

levar você de volta a Casa Branca.

— Não, eu vou sozinho. É perto. Eu sei que muitas senhoras

vão estar gratas por isso. E sua mãe também.

— Ela contratou você? — Pergunto, dividido entre sorrir e

gemer quando resolvemos voltar aos nossos lugares.

— Não. Fiz a minha escolha. Mas ela me ligou. Ela está

preocupada.

— Eu fiquei nas sombras para apaziguar o medo dela, Wil. Eu

não posso ficar mais lá. — Balanço minha cabeça, em seguida,

estudo-o com curiosidade. — Quando você começa?

— Amanhã, — diz ele.

Estamos tão acostumados um ao outro, não precisamos nos

cumprimentar ou nos despedir, e ele simplesmente sai.

Pego o controle remoto para mudar de canal quando as

âncoras começam a discutir a seleção da minha equipe.

— É isso mesmo, Violet, parece que Matt Hamilton está mais

interessado em trazer sangue novo para a campanha do que a

experiência. Nós vamos ter que ver se o método de prova é

eficaz quando começarmos o ano eleitoral... Temos uma dúzia

ou mais de nomes confirmados como parte da equipe de

campanha. Uma das mais jovens entrou como assessora

política, é a filha do ex-senador Wells...

Nada que eu já não saiba. Uma foto de Charlotte pisca na tela.


Ela está usando o broche do meu pai em sua lapela. Inclino-me

para frente na minha cadeira e simplesmente olho para ela, o

sorriso no rosto, o olhar em seus olhos, e porra, não posso

acreditar como ela é linda.

— Um enigma quanto à sua inclusão no pessoal permanente e

especulações sobre o porquê de Matt Hamilton escolher ela...

— Instinto, — lhes digo, recostando assim que a imagem

desaparece, elevando minha cerveja e tomando um gole.

— Ela parece ter uma formação católica sólida e uma

propensão para ajudar aqueles em necessidade. Aquele rosto

angelical definitivamente não vai ganhar todos os inimigos...

— Além disso, ela é pura e intocada para você, — eu digo,

colocando minha cerveja de lado e observando as fotos dela

em flash na tela.

Tem sido nove anos desde o funeral do meu pai, mas eu ainda

me lembro do jeito que ela chorou, como se o meu pai fosse o

dela.

— Nós temos um trecho dela nos braços de Matt Hamilton no

funeral do Presidente Hamilton. Talvez haja algum

envolvimento romântico?

— Ainda não, — murmuro. Uau! Acabei de dizer isso?

Não vai acontecer, Hamilton. Agora não.

Porra.

Termino a minha refeição e levo o prato para a cozinha,

soltando-o na pia. Franzo a testa e inclino-me sobre ela quando

o rosto aparece na minha mente. Charlotte, naquele vestido

amarelo cintilante. A confirmação de Carlisle que ela tinha

concordado em aderir à campanha. Estou confuso com o

quanto isso me afetou. Quanto eu quero ela por perto.

Volto para a sala para ouvir o resto.

— Na verdade não. Hamilton tem sido muito cuidadoso com


isso, um homem muito discreto.

— É verdade que desde a sua saída abrupta da Casa Branca

que ele está acumulando a simpatia do público e o apoio de

uma quantidade de fãs que ele ganhou até agora é sem

precedentes para um eleito independente e doações deveriam

entrar antes que a angariação de fundos começasse. Vai ser

interessante ver o que esta equipe de pessoas, muitos deles

jovens, mas impressionantes, irão fazer. Estratégias originais e

inventivas para atingir o público e uma campanha on-line

massiva são esperadas.

Esfrego a parte de trás do meu pescoço e desligo a TV.

Estou acostumado com a atenção. Minha mãe nunca aprovou a

vontade de meu pai para me usar para publicidade. Ela tentou

ferozmente proteger minha privacidade, e eu acho que, antes

disso, eu também.

Mas meu pai me ensinou que a imprensa não tem que ser

inimiga, eles podem ser amigos, ou ferramentas para ajudar

sua administração. Esses anos na Casa Branca, que foram

sempre cercados de uma armada imprensa e fotógrafos. A

única pausa foi encontrada em Camp David4

, onde estava fora

dos limites. No entanto, nós raramente íamos lá, não

importava o quanto a minha mãe amava o local de férias.

Papai sentia como se pertencesse ao povo, e insistiu em ser

tão aberto e disponível quanto possível.

— Eu passo muito tempo longe, eu quero que você me

conheça, — ele me dizia.

— Eu conheço.

Eu levava-o para o gramado sul enquanto ele embarcava no

Marine One5

. Como sempre, eu era um adolescente com um


fascínio por todas as coisas militares.

— O que você acha? — Ele perguntaria a qualquer pessoa, com

o orgulho paternal de qualquer pai americano. — Ele vai ser

presidente um dia, — ele diria.

—Ahh, não, — eu ia rir.

Ele teria gostado de me ver tentar.

Em vez disso, ele se foi há quase uma década.

Minha mãe recebeu um telefonema de um senador dos

Estados Unidos quando aconteceu.

Meu avô viu na TV que seu filho estava morto.

Tudo que eu me lembro do funeral é minha mãe beijando o

topo de sua cabeça, os dedos e as palmas das mãos,

colocando seu anel de casamento na mão dele e tomando a

dele nas suas.

O vice-presidente enviou a minha mãe uma carta, e uma para

mim.

Matt, eu sei o homem fenomenal e líder que seu pai foi. Ele

não será esquecido.

A carta era um lembrete que minha mãe e eu estávamos sem

teto pela primeira vez em nossas vidas.

Após o funeral de estado, nós embalamos nossas coisas

enquanto a nova família se estabelecia na Casa Branca. Olhei

para o oval do escritório uma última vez, as paredes, a mesa, a

cadeira vazia, e saí, sem nunca imaginar quão determinado eu

estaria em voltar mais tarde.

PRIMEIRA SEMANA

Charlotte

EU TENHO sonhos inquietantes sobre a campanha,

querendo saber quem vai ganhar as primárias com os

principais partidos políticos e flashbacks do dia em que o pai


de Matt foi morto.

Ainda está escuro quando acordo. Tomo um banho quente, mas

não estou tão cansada, mesmo que não tenha dormido bem.

Ainda estou cheia de adrenalina e excitação quando tropeço

semi-nua em torno de minha cozinha, vestindo-me e tomando

meu café da manhã.

Eu uso uma saia cáqui, uma camisa de botão branca lisa, e um

par de sapatos abertos com sensatos saltos de sete

centímetros. Meu cabelo está puxado para trás em um rabo de

cavalo prático, não muito apertado, mas firme o suficiente

para não ter fios rebeldes escapando.

A excitação na sala é palpável quando chego ao edifício.

Teclados estão clicando, os telefones estão zumbindo, as

pessoas estão manobrando pelas pequenas salas, saindo e

entrando de um lugar para o outro rapidamente. Há respeito

no ar, a gratidão por estarem aqui.

Queremos que o nosso candidato ganhe.

Matt pergunta o que todos nós desejamos do nosso próximo

presidente, o que desejamos para o nosso país. Quando o

grupo pondera suas perguntas, aquele olhar ridiculamente

sexy está parado em mim. — Se você tivesse um gênio que

concedesse a você três desejos, quais seriam eles?

Cada palavra que ele diz é como uma proposta indecente.

As mulheres ao redor parecem que transpiram um pouco.

Gostaria de saber se elas estão pensando em dormir com ele

como seu primeiro desejo e se casar com ele, como eu estou.

Uma mulher levanta a mão. — Trabalho, saúde e educação. É o

que cada pessoa quer. Para se sentir validada, ocupada, tendo

algo a oferecer. O amor é impossível conceder, mas se isso nos

deixa ocupada, sentindo-se útil e validada, você nos dá o

amor-próprio.
— Eu serei o seu gênio. Você está certa; o amor não é algo em

meu poder para conceder. Mas, para os três primeiros desejos,

eu vou ser o gênio para todos que esfregarem a minha

lâmpada. — Ele bate na mesa, e então ele deixa-nos com

todas as coisas para fazer. Twittando com a inspiração.

Nós todos queremos impressioná-lo. Nós todos queremos

sentir como se fizemos algo para esta campanha. Se Matt

Hamilton for eleito presidente, nós estaremos fazendo história.

Eu observo as pessoas unir os slogans.

Hamilton é a mudança

Uma nova visão

Predestinado a liderar

A mudança que precisamos. A voz que merecemos

Para o futuro

Slogans para captar o que ele representa.

Liderança para o povo

O homem certo para o trabalho

Meu favorito: Nascido para isso

Resolvo tudo durante a manhã, e estou feliz de relatar que eu

estou fazendo muito bem.

O telefone começa a tocar mais violentamente do meio-dia em

diante, e ele não para de tocar a partir de então.

Eu respondo tão freneticamente que eu quase caio. — Sede de

campanha de Hamilton Matt.

— Matt, por favor, — uma voz masculina ressoa.

— Posso perguntar quem é?

— Seu pai, Law.

Fui avisada deste pelos outros assessores, é claro. Ainda é

difícil manter-se imperturbável após uma declaração como

essa. — Sinto muito, repita seu nome, por favor.

— Sou George Afterlife, e eu sou um médium psíquico e seu pai


está me usando para mandar uma mensagem. É importante

que eu fale com ele agora.

É difícil ignorar o som de morte iminente, do outro lado da

linha.

— Sr. Afterlife, se você puder deixar uma mensagem vou ter

certeza que ele a receba.

— Matt, é seu pai! — O homem começa a gritar, mudando sua

voz.

— Matt não está disponível, mas se você deixar uma

mensagem...

— Eu preciso falar com Matt, eu sei a conspiração por trás do

meu assassinato.

Para os próximos dez minutos eu tento fazer o homem deixar

uma mensagem, e tudo que ele deixa é um número. Anotei.

O telefone toca novamente, e eu tenho um mini ataque

cardíaco.

— Sim? Sede de campanha de Matt Hamilton?

Uma voz ofegante diz: — Matt. Eu preciso falar com Matt.

— Quem é? — Eu levo o meu bloco de notas para anotar a

informação.

— A namorada dele.

Eu hesito. Namorada? Meu coração afunda um pouco, mas eu

ignoro.

— Seu nome, por favor.

— Veja. Ele sabe o meu nome, sou a namorada. — Neste

momento, estou me sentindo suspeita. Ele não tem uma

namorada. Será que ele tem?

— E isso é em relação a...?

— Deus, foda-se! — Ela desliga.

Uau. Eu desligo também.

Eu fico até meia-noite, alternando entre atendendo


telefonemas e trabalhando uma pilha de cartas.

Passou apenas uma semana, e já começou a receber

telefonemas silenciosos e notas estranhas no meu e-mail de

sua “irmã” e “mulher” e seu pai “morto”. Como é que Matt

consegue dormir com isso?

Estou realmente talhada para isso?

DOIS DIAS DEPOIS, Carlisle convoca uma reunião.

Essa corrida política é voraz, e a concorrência já está tomando

precauções para tirar Matt.

Acontece que o Presidente Jacobs já está tentando esfaqueá-lo.

—Ele está te ameaçando? — Matt sorri e cobre sua expressão

com a mão quando Carlisle nos convoca para a sala de TV e

rebobina a gravação do mesmo dia.

Nós assistimos uma popular entrevista do canal de notícias

sobre a candidatura do presidente.

Assisto sua linguagem corporal, e é difícil dizer qualquer coisa

com ele parecendo tão sem vida e estoico. — Como ele pode

efetivamente governar o país sem uma primeira-dama? — Ele

sinaliza a sua elegante Primeira Dama, que está sorrindo

timidamente.

No dia seguinte, Matt Hamilton aparece, no mesmo canal,

parecendo ainda mais presidencial do que o presidente fez.

— Acho que é ridículo que o Presidente Jacobs acredita que um

único homem, independente, não pode efetivamente governar

o país. — Ele olha para a câmera com sobriedade, com um leve

sorriso nos lábios e os olhos castanhos escuros fortes, mas

brincalhão na lente da câmera. — O papel oficial como

Primeira Dama não foi ainda devidamente cunhado quando

Lady Washington serviu em Mount Vernon durante o escritório

de George Washington. Eu tenho uma esposa — seu lábio

superior ondula — e seu nome é Estados Unidos da América.


A enxurrada de ligações não tem precedentes. Carlisle, o

gerente de campanha está freneticamente recebendo novos

slogans a serem produzido.

COMPROMETIDO com você

Feito para América

Todos americanos

HEWITT, o gerente de imprensa de Matt, é citado durante

a semana: — A única obrigação de Matt Hamilton são vocês, os

Estados Unidos da América. Precisamos que ele seja claro. Sua

Primeira Dama é seu país.

— Eu tenho que dizer, a forma como Matthew Hamilton está

representando a América, é bom ser americana novamente, —

uma âncora de telejornal faz piadas com seu co-âncora do

sexo masculino na mesma noite.

O efeito disso no eleitorado feminino é quase impertinente.

As Primárias serão daqui a poucos meses, mas já posso dizer

que o seu adversário mais formidável será o atual presidente.

Por outro lado, o candidato Republicano líder é tão radical e as

pessoas estão tão cheia de coisas, ele está ganhando força

também.

De uma angariação de fundos para o próximo evento político,

Matt está lançando de duzentos a quinhentos convites por

semana.

Hoje, estamos todos sentados na mesa redonda de Matt, e a

tensão é palpável. Pessoal de designer criativo e marketing

estão lançando ideias, na esperança de responder a grande

questão em pauta para o dia: — Como devemos comercializar

a campanha de Matt.

Os princípios têm sido dados por Carlisle, que disse

simplesmente que os esforços da campanha devem girar em

torno das forças de Matt: a presidência bem sucedida de seu


pai e sua incrível popularidade como presidente, a

popularidade de Matt entre as pessoas (especialmente

daqueles prontos para a mudança real), e a singeleza de Matt.

No entanto, a campanha ainda tem que vir com uma estratégia

de campanha real para trazer as ideias de Matt com mudança

para o público.

Matt parece exasperado, correndo os dedos pelos cabelos

escuros e esfregando os dedos através da ligeira barba em seu

queixo.

Eu quero falar, dar uma sugestão, mas o silêncio é

intimidante... ele é intimidante. Sua expressão ilegível parece

fazer todos na sala deslocar-se nervosamente.

Ele levanta o olhar e varre através de todos, atendendo a cada

olhar. — Nós podemos fazer melhor.

Seu olhar só me passa, mas definitivamente se conecta, e

nesse segundo, de repente eu tenho onze anos novamente,

admirada e confusa com o efeito que ele tem.

Eu mordo meu lábio, e eu penso sobre a carta de um jovem

rapaz. Eu tenho sido capaz de responder a todas as cartas, até

mesmo algumas bem loucas propondo união, mas eu não

consigo descobrir o que dizer. Toda vez que penso nele me dói,

mas eu não tenho coragem ainda para ir diretamente para

Matt e perguntar a ele sobre isso.

— Vamos, rapazes. — Ele suspira. — Isso é realmente tudo o

que temos?

Papeis embaralham e eu posso ouvir uma tosse estranha ou

suspiro de vez em quando. Nós todos olhamos um para o

outro, silenciosamente implorando com os nossos olhos para

alguém, qualquer um, falar.

Sinto-me ansiosa para ousar e armar minha ideia, mas Carlisle

me supera, e eu sinto meu coração afundar no peito.


Carlisle sugere que Matt promova sua campanha como o

“próximo passo” ou “continuação” do plano presidencial de seu

pai. Chamando de Hamilton 2.0, o novo e melhorado plano de

Hamilton.

Matt imediatamente descarta. — Quero que as pessoas saibam

que vou continuar o legado de meu pai, mas que também

tenho ideias próprias.

Carlisle suspira e exasperadamente levanta as mãos em

derrota. — Alguém tem alguma ideia?

Matt olha para todos nós e seu olhar penetrante se instala em

mim. Eu sinto que minha respiração para no meu peito. Ele

levanta uma sobrancelha para mim, em silêncio, me

encorajando a falar. Para assumir um risco e falar minha ideia.

Incapaz de ter seu olhar inquietante por mais tempo, limpo

minha garganta e, imediatamente, todo mundo olha para mim.

— O que vocês acham de algo que traz à tona o fato de que

estamos trabalhando em tudo até os fundamentos? — Eu

nervosamente começo. — Nós podemos chamar de campanha

alfabeto. Estamos preparando, trabalhando e melhorando tudo

de A a Z neste país. Artes. Burocracia. Cultura. Dívida.

Educação. Relação de políticas estrangeira...

A mesa está calma. Viro-me para Matt e eu vejo seus olhos

brilhando em aprovação.

Carlisle é o primeiro a falar, quebrando em um sorriso e

virando-se para Matt. — Isso é realmente muito bom.

Matt não vira para olhar para ele, apenas mantém seu olhar

em mim. — É, — ele diz simplesmente. Ele balança a cabeça e

permanece, abotoando o paletó. — Nós faremos isso. Quero ter

um alfabeto completo de temas de campanha amanhã como

primeira coisa, — ele anuncia enquanto anda. Imediatamente,

todo o pessoal sai da mesa, aliviado por ter algo agora que
Matt escolheu uma ideia.

Uma ideia que simplesmente aconteceu de ser minha.

Viro-me para me juntar a eles, um profundo sentimento de

orgulho borbulhando dentro de mim e aquecendo meu peito.

Eu continuo andando, mas antes de chegar ao meu cubículo,

Matt fala novamente.

— Charlotte, venha ao meu escritório, por favor.

Eu engulo o caroço na minha garganta e tento um — Claro —

antes de seguir Matt até lá.

Ele se senta e gesticula para eu tomar um assento em frente a

ele.

Sento e começo a torcer os anéis nos dedos.

— Você fez bem lá, Charlotte, — diz ele, olhando para mim

com os olhos quentes. Eu não posso dizer se ele quer me dar

tapinhas nas costas e me dizer “bom trabalho” ou me beijar

loucamente e me dizer “venha para mim.”

Balanço minha cabeça, porque esse pensamento trouxe calor

entre as minhas pernas.

— Obrigada. — Sorrio.

Ele sorri de volta e esfrega a barba em seu queixo, dizendo

mais para si mesmo do que para mim, — Eu sabia que trouxe

você nesta campanha por uma razão...

Levanto minha sobrancelha para ele. — E qual razão seria

essa? — Pergunto.

Ele me olha de cima a baixo, um sorriso diabólico no rosto. —

Sua aparência, é claro.

Eu rio, e ele ri de mim, mas sua risada desaparece. — Eu

trouxe você porque algo me diz que você é tão apaixonada por

este país e sobre a mudança real como eu sou.

Sinto-me corar. E ele me olha com curiosidade.

— Eu não achei que você diria que sim, sabe, — confessa a


mim, e, em seguida, estimula, — Por que você fez?

— Por que eu fiz o quê? — Eu pergunto, perdida pelo olhar em

seus olhos, e como eu me sinto como a única mulher no

mundo quando eles estão olhando para mim tão atentamente.

—Disse sim.

Faço uma pausa e penso sobre sua pergunta. Na verdade

penso nisso por um momento.

Por que eu disse sim a ele?

Sinto minhas rodas mentais girando e antes que eu saiba,

estou respondendo a ele com confiança. — Eu não podia deixar

a minha chance de fazer algo grande passar.

Ele olha para mim. Eu olho de volta.

E nesse momento, eu sinto a mudança no ar. Eu sinto que

acabei de ganhar algo que Matthew Hamilton não dar

facilmente ou frequentemente: admiração.

— Se você não precisar mais da minha ajuda, devo começar a

trabalhar, — eu digo.

Ele balança a cabeça.

Nervosa sobre a conexão que sinto, apresso-me a voltar para

minha mesa. Os telefones não pararam de tocar, as pilhas de

cartas distribuídas na minha mesa e na de Mark (outro

assessor) chegam a cada segundo.

10

ESSE CACHORRO PRECISA DE UMA COLEIRA

Charlotte

NA MANHÃ SEGUINTE, meu alarme dispara às cinco

horas. Antes de entrar na campanha de Matt Hamilton, eu

colocava as sete e estava no trabalho às nove. Agora eu

preciso estar no trabalho às sete e meia, e porque quero um

bom começo, me levanto cedo, lavo o rosto, entro em minhas

calças de corrida e camisas de mangas compridas, pego meu


telefone, fones de ouvido, e uma jaqueta, e vou para a rua.

O sol aparece através de um par de nuvens cinzentas quando

sigo a minha corrida favorita, que passa pelos monumentos de

Washington. O dia é muito sombrio para admirar a vista, e eu

quase desejo ter ficado na cama.

Eu vejo um flash de movimento com o canto do meu olho e de

um canto na distância surge um cachorro, feliz trotando pelo

meu caminho. Ele late para mim, depois se senta diante de

mim, todo atencioso e animado. Sendo uma pessoa de gato,

meu relacionamento com os cachorros tem sido inexistente,

então eu não sei o que fazer com a criatura, exceto tentar

acalmá-lo. Quando pego no fim de sua coleira, algo escuro me

chama a atenção, e eu levanto a cabeça.

Eu estou no meio da trilha, piscando os cílios, lutando com o

choque de ver Matt Hamilton andando na minha direção com

uma camisa de corrida vermelha e calção azul-marinho.

Seu rosto mostra a combinação de uma expressão e um

sorriso. Ele parece surpreso e divertido em me ver, e eu estou

chocada.

Sua camisa modula sua pele, revelando a bela definição de seu

peito. Ele é tão robusto e ao mesmo tempo tão elegante, é

difícil pensar direito.

Meu coração bate mil batidas por segundo. — Bom ver você

aqui, — diz ele.

— Bom também — Eu sorrio, minha garganta seca quando ele

para diante de mim.

E, então, começamos a andar, juntos, e ele está olhando meu

perfil enquanto o sol beija cada polegada de seu rosto.

Seu cachorro feliz trilha ao lado dele, e acho que é divertido

ver a maneira como ele olha para cima devotadamente para

Matt. Matt se vira para mim. — Eu vejo que você conheceu


Jack.

— Jack, — repito, sorrindo para o cachorro.

— Ele tem o mau hábito de dizer oi a quem nós encontramos

no parque.

— Eu aposto que essas pessoas ficam muito animadas quando

descobrem quem é o proprietário do cachorro.

Suas sobrancelhas voam para cima. Eu não escondo o pânico

por dizer isso em voz alta. Eu começo a rir e rapidamente digo:

— Eu tenho uma gata. Doodles. Ela não é como Jack; ela odeia

estranhos. Espero que ela não vá me considerar uma estranha

também um dia, já que ela fica com a minha mãe, porque eu

estou em outra casa.

Continuamos andando em silêncio confortável, bem, não tão

confortável, eu suponho. Estou muito consciente dele. Como

ele é alto comparado a mim.

— Então, o que fez você ir para Georgetown? E tornar-se uma

defensora para as mulheres? — Ele me pergunta.

Estou surpresa por quão genuinamente interessado ele soa.

Pela maneira atenta que ele olha para mim enquanto espera.

— Eu quero ter certeza que os direitos das mulheres sejam

conhecidos. — Eu dou de ombros. — E você? Eu sei que você

foi para a faculdade de direito para executar o seu império.

— Sério. Onde você ouviu isso?

— A imprensa.

Ele me dá um sorriso, então ri e balança a cabeça em

repreensão. — Eu acho que você sabe melhor do que isso para

ouvi-los. — Seu sorriso desaparece, e ele fica sóbrio e

acrescenta: — Não, realmente. Eu admiro o fato de que você

entrou no serviço público. O que a inspirou mudar o mundo?

— Eu não sei, — Eu começo, pensativa. — Todo verão durante

a faculdade, eu fui a viagens missionárias. Eu amava conhecer


todas essas pessoas e eu amei ajudar. Especialmente as

mulheres: é difícil imaginar quando você vive em um país de

primeiro mundo os tipos de coisas que as mulheres em todo o

mundo ainda estão submetidas. Isso me fez querer fazer algo

para os outros. E você, Sr. Hamilton? O que lhe dá inspiração?

— Volto-me para ele.

— Andando ao seu lado observando enquanto fala.

Minha respiração engata, e noto que seus olhos estão

brilhando com um bonito tom de cetim escuro, e eu percebo

que ele está flertando comigo, e eu sou uma bola de fogos de

artifício no interior. — Então me diga sobre C, — diz ele.

Estou confusa. — Cultura?

— Charlotte. Vamos.

Eu rio quando ele apenas dá um sorriso ínfimo e eu sinto meu

rosto ficar rosa. — Bem, eu fui a Georgetown, mas você já sabe

disso. — Dou-lhe um olhar aguçado. — Meus pais amaram que

eu fui para Georgetown. No momento em que me formei

disseram, você deve entrar na política agora. Mas eles sabiam

que meu objetivo era trabalhar para o serviço público, de

modo que é onde eu fui... — Eu continuo pensando para ver o

que mais eu poderia compartilhar.

Eu ainda não consigo acreditar que ele colocou meu nome na

letra C...

— Todo mundo pensa que eu sou uma boa garota. Eu nunca fiz

nada de errado; mas eu só não queria embaraçar meus pais.

Envio-lhe um olhar tímido que diz sua vez.

— Estudante de Direito. Como você sabe. — Ele me lança um

olhar malicioso. — Eu sou o garoto mau, mas eu realmente não

sou tão ruim assim. Tudo é sempre exponencial quando a mídia

pega. Crescendo, houve na verdade muito poucas pessoas na

minha vida que eu podia ter certeza de que não correriam para
a mídia com a história da noite passada.

Estou surpresa com isso, porque acabei de perceber quão

difícil deve ser viver a sua vida sempre sob o escrutínio. Eu não

sei se poderia fazer isso. — Eu estava tão nervosa quando nos

conhecemos. Durante anos eu tinha uma foto sua na minha

parede.

— Você fez, não é? — Ele murmura, rindo um som baixo

retumbante.

Eu ri. — Minha mãe me deixou mantê-lo só porque

provavelmente ajudou a manter-me longe dos meninos e, bem,

eu sou filha única. Eu realmente sempre tentei ser boa.

— Meu pai era um senador antes de se tornar presidente. Eu

cresci sendo filho único, então eu sei exatamente o que se

sente ao ser a menina dos olhos dos seus pais.

Eu sorrio. — Exceto que você também é filho de um expresidente agora. O que deve ser
duplamente difícil porque

você é a menina dos olhos do público, também.

— Não realmente. — Ele franze a testa quando pensa sobre

isso.

— Eu tenho achado suas cartas dos fãs muito divertidas. Eu

gosto das mais loucas. Sabia que você teve várias propostas

de casamento nas últimas quarenta e oito horas?

Ele finge um olhar surpreso e cruza os braços, como se

estivesse super interessado. — Eu espero não ter aceitado.

— Claro. Ao longo da campanha e presidência, você estará

irremediavelmente solteiro. Carlisle mantém a todos

informados.

Ele só me dá um vislumbre do mero tique sexy de seus lábios

e, em seguida, olha em frente, pensativo.

— Eu não seria o primeiro presidente solteiro, você sabe, — ele

diz, enquanto olha para mim novamente com um dar de


ombro. — James Buchanan já preencheu esse papel. — Vinca

sua testa. — Não foi um bom presidente. Mas foi um solteirão

até o fim. — Seus lábios sorriem.

Minha curiosidade é aguçada. — O que ele fez? — Pergunto.

— Mais como não fazer. — Seu cenho franzido se aprofunda. —

Sua incapacidade de tomar uma posição firme sobre a

escravidão e parar a secessão nos levou à Guerra Civil.

Nós continuamos olhando um para o outro com uma

intensidade que quase enrola meus dedos do pé.

Há uma brisa suave e eu percebo que minha camisa está

pressionando minha pele, e sua presença faz meus seios

ficarem pesados.

Eu olho para baixo e meus olhos se arregalam quando percebo

que meus mamilos estão duros como pequenos rubis.

Eu cruzo meus braços, e Matt sorri. — Eu deixei seus mamilos

duros naquele dia da inauguração da campanha também.

— Oh, uau. Bem, meus mamilos não eram as únicas coisas

ficando duro naquele dia, eu diria.

— Você não sabe nem a metade.

Eu gemo e reviro os olhos, rindo por dentro, mas odiando o

quanto meus mamilos surgiram agora.

Estou tão nervosa que tropeço. Ele me pega, seus reflexos

muito rápido quando sua mão engancha em volta do meu

cotovelo para me manter em pé, e de repente eu não posso

respirar. Estou impressionada com o quanto temos em comum,

e pela forma como ele me traz de volta a encontrar o equilíbrio

e, em seguida, de alguma forma, me traz ainda um pouco

mais, um pouco mais perto dele.

Ele levanta a outra mão e escova uma mecha de cabelo atrás

da minha testa, os olhos tão escuros como nunca.

Desejo inunda os nossos corpos a se conectar, a minha frente


contra sua frente, e eu posso senti-lo. Eu posso sentir o quão

grande ele é, como grosso e duro está pulsando contra minha

barriga.

E neste momento Matt Hamilton, minha paixão de todas as

idades, o homem mais sexy do mundo, o candidato mais

quente na história dos EUA, torna-se tão real para mim. Muito

real. Eu posso sentir o calor do seu corpo através do tecido

molhado de nossas camisas. Eu posso sentir o cheiro dele, um

cheiro de sabão e chuva, e eu posso vê-lo como um cara, um

cara muito quente com um destino extraordinário para

cumprir.

Eu sinto algo saltar para lamber meu rosto e eu empurro e dou

um passo para trás, assustada com o beijo do cão.

— Merda, — eu respiro, rindo.

— Jack! — Uma maldição dura segue, e sinto Matt endireitarme e, em seguida, colocar
distância entre nós. — Desculpa.

Você está bem? — Ele pergunta. Roça meu cabelo para trás,

como se por impulso, antes de começar a andar novamente, e

eletricidade formiga pelo meu corpo. Concordo com a cabeça

rapidamente. Estou tão, tão nervosa. — Sim. Me desculpe, eu

disse merda.

— Por quê? — Seus lábios sorriem. —Não precisa.

Eu rio, sem acreditar que estava esquecendo quem era,

apanhada no momento de sua proximidade, o quanto eu quero

ele, percebendo que, se ele quer ou não, seu corpo responde a

mim também.

— É melhor eu ir embora antes que eu esteja atrasada. Eu não

gostaria que o chefe ficasse com raiva de mim.

— O chefe nunca poderia ficar com raiva de você.

Seu tom é sóbrio, mas seus olhos brilham, e todo o meu corpo

fica corado sob seu respeito. — Tchau, Matt, — eu digo,


levantando minha mão um pouco sem jeito em sinal antes de

cortar um caminho através da grama e de ir pela calçada.

AQUELA NOITE, meus pais me convidaram para jantar, e

eu não posso parar de pensar sobre Matt e seu enérgico Jack e

as conversas que tivemos sobre sua infância e a minha. Então

eu penso no dia que nos conhecemos, e o presidente, e sua

morte.

Pergunto ao meu pai por que ele acha que não havia nenhuma

informação conclusiva sobre o assassinato do Presidente

Hamilton.

— O assassino nunca foi pego. — Ele dá de ombros. — Uma

teoria é que era um ato terrorista por causa dos pontos de

vista liberais do Presidente Hamilton; outros dizem que foi uma

conspiração entre as partes.

Eu franzo a testa, preocupada.

— Você está preocupada que Matthew estará em perigo? — Ele

me pergunta.

Não posso deixar de olhar para ele com uma expressão

preocupada.

Ele suspira. — Ele vai ficar bem, desde que ele não abra essa

lata de vermes.

Eu franzo a testa ainda mais. — Matt não me parece como um

homem que não vá abrir uma lata de vermes, especialmente

se ele se sentir forte sobre isso.

Ele balança a cabeça. — Não se preocupe com coisas que você

não pode controlar. Faça o seu melhor e mantenha a sua

cabeça longe disso, essa é a única maneira de ficar à frente na

política. Caso contrário, qualquer um vai ver sua cabeça como

potencial e vai empurrá-la para baixo.

— Mas eu não quero estar na política.

Ele ri. — Você já está agora.


— Eu só estou lá por que...

— Você tem um ponto fraco pelos Hamiltons, eu sei. Pessoas

nas notícias estão surpresas que você está participando.

Charlotte querida, você fez charme para Matthew naquela

noite, não foi? Até mesmo o Presidente Hamilton. Eles têm um

fraquinho por nós também. — Ele sorri melancolicamente, seus

olhos tristes com as memórias.

— Sabe por o que mais Matt tem um fraquinho? Além do país?

Seu cachorro, — eu digo, lembrando-me desta manhã quando

pego Doodles dos meus pés, a coloco no meu colo, e tenho um

acidente vascular cerebral ao ouvi-la ronronar feliz.

11

PRESENTE

Charlotte

NA MANHÃ SEGUINTE, tomo um banho, coloco uma roupa

rapidamente, e paro em uma loja de animais no impulso para

fazer uma compra. Eu não sei por que quero fazer esta compra

em particular, mas minha mãe sempre foi o tipo de mulher que

tinha surpresas para o meu pai. Eu não sei se é sua maneira de

dizer obrigada por algo de bom que ele fez ou apenas a

maneira como ele a fazia sentir. Eu quero dar algo para Matt,

mas eu sei que não seria adequado. Mas quando o desejo de

dar algo a Jack me bate, eu decido não combater.

Uma vez que chego à sede de campanha, estou fora do

elevador e vejo Matt no corredor. Imediatamente meu corpo

responde: meu pulso saltando, mamilos endurecendo, vagina

contraindo.

Ele está em jeans escuro e um suéter de cashmere cinza de

aparência suave que contrasta fortemente com seu cabelo

escuro. Ele está falando com seu gerente de campanha da web

quando me vê. Faz uma pausa no meio da frase, e meu


coração gagueja quando ele sorri para mim.

Seus olhos estão quentes e há algo mais em seu olhar, quase

como protecionismo.

Ele continua falando com o cara, com a confiança que parece

agarrar-se a ele como uma segunda pele, e eu vou para a

minha cadeira. Expiro e olho em torno de minha área de

trabalho, dizendo a mim mesma que eu tenho coisas a fazer.

Todo mundo aqui é inteligente, muito rápido, e ansioso para

trabalhar, a maioria deles confiante. Um pouco mais

experiente do que eu, também.

Vi que todos sem esforço respondem telefonema após

telefonema, carta após carta, e-mail após e-mail. Eu fico

sentimental sobre essas coisas. Eu me vi na necessidade de

uma caixa de lenços de papel ou de dar a minha resposta

quando lia as cartas.

Após um dia inteiro, ainda não sei como responder a carta

deste pequeno menino.

Eu lidei com as mulheres na fundação da minha mãe, mas

nunca ninguém mais jovem do que dezoito anos. Há algo sobre

alguém mais jovem tendo dificuldades que me atinge duas

vezes mais difícil.

— Leia esta carta, — Eu digo a Mark, cuja mesa está a poucos

passos de distância da minha.

— O que tem isso?

— Eu gostaria de perguntar a Matt se ele poderia espremer em

uma visita...

— O que? De jeito nenhum. Ele tem quatrocentos pedidos de

noivado por semana. Ele não tem tempo para tudo e todos.

Nós temos milhares de cartas da mesma forma nas pilhas.

Basta responder e ir para o próximo.

Eu ando para minha mesa, infeliz sobre a sugestão de Mark.


Ele se inclina para trás em sua cadeira e olha para o meu

cubículo por um momento, e tenho certeza de que ele estava

tentando pegar um vislumbre de meus seios quando me inclino

para arrastar minha cadeira. — O que importa perguntar-lhe? É

apenas um entre milhares, — então ele me pergunta, revirando

os olhos.

Eu aceno a carta no ar. — É importante para este.

Volto para as cartas na minha mesa, e coloco de lado e inclino

minha cabeça para continuar a responder à mão.

CARO KIM,

MATT ESTÁ MUITO EMOCIONADO por sua carta e ele

gostaria que você recebesse seus melhores desejos em sua

próxima graduação. Por favor, receba este conjunto de

marcadores com ambos os parabéns de Matt e de sua equipe

de campanha. Tenho certeza de que podemos esperar grandes

coisas de você no futuro.

COM OS MELHORES CUMPRIMENTOS, Charlotte Wells,

assessora de campanha.

ALGUMAS HORAS DEPOIS, Carlisle nos convoca para uma

reunião. Pego um bloco amarelo e sigo meus colegas de

trabalho para a sala de conferência.

Matt está observando cada passo que dou até a sala enquanto

nós somos informados sobre a nova estratégia de campanha.

Quando todos saem, nervos comem nas paredes do meu

estômago enquanto vou para minha mesa, pego minha

compra desta manhã, e de vou para o canto do edifício, onde

Matt tomou posse.

Ele já está atrás de sua mesa quando eu entro.

— Eu tenho um presente para você.

Ele se inclina para trás em sua cadeira e nossos olhos se

encontram, e a mera forma como ele olha para mim dá um


aperto no estômago e no meu sexo.

— Não é para você, é para Jack, — eu tropeço para explicar.

Ele olha para dentro da caixa, olha para o colar com o símbolo

do metal unido, e levanta em uma das mãos. — Uma coleira de

pulgas. — Ele bate o charme de pulgas com um dedo. —

Engraçado.

Pressiono meus lábios para não rir.

— Como você está nesta manhã? — Ele arrasta a coleira de

pulgas ao lado de sua mesa, onde ele tem uma imagem de seu

pai, sua mãe, e dele próprio.

— Estou absolutamente fabulosa, Sr. Hamilton, — digo alegre,

pressionando as pastas no meu peito.

— Matt. — Ele enuncia cada letra claramente.

— Matt. — eu digo.

Seu sorriso atinge todo o caminho até seus olhos. — Boa

garota, você ganhou um A hoje.

— Você tem um crachá de intimidador. Matt.

Eu me viro, e quando eu olho sob meu ombro, ele está

chegando a um par de óculos de leitura e olhando para a

proposta de Carlisle.

Ele parece inteligente e tranquilo e intelectual enquanto lê com

seus óculos, distraidamente correndo os dedos sobre a parte

superior da cabeça. É quando o vejo levantar a cabeça e olhar

para a coleira que comprei para o seu cachorro, seus lábios

mudam.

Só um pouquinho.

TENHO VISTO Matt na sede de campanha todos os dias.

No começo, ele estaria sorrindo e olhando diretamente para

mim, mas ultimamente tenho parecido invisível para ele. Ele

olha sob meu ombro quando lhe pergunto qualquer coisa,

respondendo secamente com comentários como: — Bom,


aprecio isso.

Ontem, seu olhar caiu até o broche que eu estava usando, que

foi lançado em comemoração na presidência de seu pai, um

círculo do ouro com uma águia nela e um lema latino gravado

abaixo. Comprei-o no momento em que saiu e a edição

limitada esgotou em poucas horas. O olhar escurecido em seus

olhos me confundiu. Ele parecia insatisfeito, ou muito próximo

a isso. Ele pegou a pasta que lhe entreguei e foi embora,

folheando enquanto se dirigia a seu escritório.

Na sequência desse encontro, eu fui ao banheiro. Verifico

minhas roupas; que não estão amassadas ou manchadas. Eu

corro minhas mãos pela minha calça e camisa, tocando o pino

no colarinho. Insegurança me atinge. Talvez ele ache que é

lamentável? Talvez o fantasma de seu pai estivesse atrás de

mim? Talvez ele esteja descontente com a imprensa ruim que

eu estou recebendo?

Quando eu saio, ele está falando com Alison e olhando

diretamente em seus olhos, e eu me viro e tomo o caminho

mais longo para o meu cubículo.

De volta ao meu lugar, meu computador hibernando olha

fixamente para mim.

Eu tenho tentado tão arduamente colaborar e ser eficiente, e

eu estou desapontada que ele não está claramente feliz com o

meu trabalho.

— Não zombe de mim, — eu digo para a tela quando pego uma

pilha de cartas e mantenho a leitura.

Tantas petições. Muitas pessoas esperando pela mudança.

Então, muitas pessoas que querem um pedaço de Matt

Hamilton.

Meus olhos estão cansados. Eu tive cerca de cinco xícaras de

café.
Ouço o barulho, e o vejo em seu escritório.

Nós somos os únicos no prédio. Duas luzes no interior. Vejo-o

raspar a mão sobre o rosto e levantar a cabeça, e eu abaixo a

minha para que ele não perceba que estava olhando para ele.

Meu estômago torce quando ouço passos.

A energia de Matt começa a envolver-me, e eu sinto meu

coração começar a se agitar quando o ouço agarrar a cadeira

da cabine de Mark ao lado da minha e arrastá-la para que

possa sentar ao meu lado.

Ele coloca seu café ao lado do meu, e uma pasta, e seus óculos

de leitura. — Não tem café? — Ele levanta meu copo vazio.

— Se eu tiver mais um nunca vou dormir de novo na minha

vida, — gemo, e ele ri, uma risada tão agradável, e leva o meu

copo e vai recarregá-lo.

Ele coloca-o no mesmo lugar que ocupava antes. Ao lado do

seu.

Em seguida, ele puxa o assento ao meu lado, e eu não consigo

me concentrar por um momento. Estou muito consciente dele,

de ninguém no edifício, além de nós.

Matt tem uma maneira de ocupar mais espaço do que o seu

corpo precisa. Ele se desloca para apoiar os cotovelos sobre os

joelhos, e meu coração tropeça na sua proximidade. — Ei. Por

que você ainda está aqui, Charlotte?

— É meu cubículo.

Ele sorri ironicamente e apenas olha para a minha insolência.

Estou muito consciente dele sentado lá, com os ricos contornos

de seus ombros pressionando no tecido preto, de aparência

suave de sua camisa.

Eu tento não notar. — Eu estava tentando terminar essa pilha

de cartas, — eu finalmente respondo, agarrando a caneta

quando pretendo voltar ao trabalho.


Eu não posso.

Ele está olhando para mim.

— Eu tenho certeza que você não concordou em me ajudar

para que pudesse gastar todas as noites respondendo cartas,

— diz ele.

— Talvez eu tenha feito. Mas por que a pergunta? — Eu estreito

meus olhos.

— Quando você recebe uma carta de uma garota que acabou

de conhecer, você sabe que ela está falando sério.

— Eu perfumei o papel de carta, então é claro que eu estava

falando sério, — eu digo maliciosamente. — Embora pareça

que você não quis dizer isso quando disse que não queria

concorrer quando nos conhecemos.

— Sim, bem. — Uma risada sobe em seu peito, e ele arrasta a

mão pelo cabelo.

— Você mudou de ideia, — eu digo.

— Você poderia dizer que eu amadureci a ideia. Leva tempo

para reunir coragem de acreditar que você pode fazer. Em

seguida, dá para acreditar que você pode fazê-lo melhor do

que ninguém.

Ele parece calmo, como se ele não tivesse nada a esconder,

seus olhos quentes e simplesmente... amigáveis quando se

inclina para trás e coloca seu braço atrás da cadeira enquanto

se desloca. — Eu ficava pensando se não fosse eu, quem seria?

Se não agora, quando? — Ele olha para fora das janelas no

extremo antes de olhar de volta para mim. — Eu gostaria de

mudar as coisas. Ainda não há igualdade, ainda há uma

necessidade de postos de trabalho, ainda há demasiadas

ambições de autosserviço. Nós somos todos lobos selvagens

que foram alimentados à porta de casa por muito tempo e se

esqueceram de como caçar. Onde estão os trabalhadores que


construíram a América? E o desemprego?

Ele soa tão apaixonado, e ele está tão perto, eu estou um

pouco sem fôlego. — Eu amo como pró-ativo você está se

sentindo nesse emprego.

— Porque nada parece tão bom quanto um dia bem investido

em fazer a coisa certa. — Seus olhos vagueiam levemente para

meus lábios por um momento minúsculo. — Na verdade, não

há nada. Mas há algumas coisas que valem a pena.

Nenhum de nós está rindo.

Na verdade, o ar está um pouco carregado, um pouco elétrico.

Ele quer beijar, uma parte de mim sussurra.

Não, Charlotte, ele quer sexo!

Eu me sinto corar com isso, ciente de Matt me olhando como

se ele estivesse gostando disso imensamente. Coloco a caneta

na mesa e olho para ele. — O que você disse outro dia, sobre

nunca ser capaz de confiar em alguém que não vá correr com

a história. Há tantas histórias sobre sua família e você... São

todas reais?

— Confie em mim. Eles não são tão interessantes como você

acha que são.

— Não é verdade! — Eu protesto. — Eles são todos fascinantes.

Ele sorri. Desloca-se para frente. — Você é fascinante, — ele

sussurra.

Eu quase engasgo com minha saliva.

— Acho tudo sobre você fascinante. Mesmo o fato de que você

está sentado aqui agora a esta hora.

— Assim como você está, — Eu me oponho.

— Eu sou o candidato.

— E você é meu candidato. Então, eu estou aqui.

A palavra meu tem uma sensação diferente quando dita para

ele. A ideia de que Matt poderia ser meu é simplesmente


alucinante, para dizer o mínimo.

Mas ele poderia ser meu presidente.

Ele foi minha primeira paixão.

Ele é meu chefe, e meu candidato.

E agora ele é meu próprio sopro porque nada que já senti é tão

excitante para mim como este homem, este homem neste

momento, bebendo seu café, inclinando-se para trás na

cadeira, observando-me com esses preguiçosos olhos, como se

ele não tivesse a intenção de ir a qualquer lugar.

Como se o que aconteceu quando corremos/caminhamos

juntos foi um tipo de conexão com ele também.

— É verdade que você teve um chimpanzé na Casa Branca?

Você foi presenteado por um embaixador estrangeiro? —

Pergunto.

Eu admito que sou viciada em falar com ele, para aprender

mais sobre ele.

— Baboo. Ela tinha seis meses de idade quando a pegamos.

— Sério? Todas suas amigas de faculdade eram terrivelmente

ciumentas porque ela tinha que viver com você? Eu não posso

nem comentar sobre a lista das namoradas. Christina Aguilera,

Jennifer Lawrence, era verdade?

Matt devolve o café a mesa, com um sorriso nos lábios. — Não.

Ambas são amigas. Meus anos na Casa Branca me ensinaram

a guardar todos os meus passos e depois... vamos apenas

dizer que eu gosto de ser o caçador no relacionamento. — Ele

me olha maliciosamente. — E você, Charlotte?

— Oh, não. — Balancei minha cabeça, rindo. — Meus pais

desistiram de me juntar com alguma entidade política

promissora. Eu simplesmente não encontro o cara certo.

Há um silêncio.

Matt parece estranhamente satisfeito. Ele se inclina para


frente. Tão perto que seu ombro toca o meu, e uma parte de

mim se pergunta se é de propósito.

— Você quer? — Sua voz é profunda e um pouco tranquila. Ele

levanta a mão e enfia uma mecha de cabelo atrás da minha

orelha, quase como ele fez quando estávamos

correndo/andando juntos, e um arrepio corre pela minha

espinha.

Meu coração bate e falha no meu peito enquanto olhamos

fixamente um para o outro e Matt abaixa a mão, ainda olhando

para mim com as pálpebras pesadas.

— Claro, todo mundo quer encontrar isso. Eu sou realista, mas

eu sonho em encontrar o que os meus pais têm.

— Então por que não...? — Ele estimula, seu olhar me

acariciando.

— A maioria dos políticos são velhos, fechados, ou chatos.

Ele ri — um som rico e profundo.

Quando ele fica moderado, sua voz cai um decibel. — Ainda

bem que eu sou um advogado e um homem de negócios, e

não um político. Porque eu não sou fechado, e definitivamente

não sou chato.

Minha garganta seca. Oh Deus. Ele é definitivamente nada

como a política já viu, mesmo com os Kennedys.

Mas você não está disponível, penso comigo, embora eu de

alguma forma me retraia muito de dizer isso com a língua

presa.

Um silêncio se instala entre nós. Eu sinto meus mamilos

estourando e temo que se Matt desviar seu olhar, vai notar. Há

uma piscina de calor entre as minhas pernas e um aperto no

meu sexo, e estou desesperada para me livrar disso.

Leva-me um momento e uma respiração profunda para obter

um controle sobre a tensão sexual crepitando entre nós.


Lembro-me porque eu estou aqui, trabalhando tão tarde,

retrabalhando em um itinerário que eu já tinha trabalhado um

par de dias atrás. Chego até debaixo da minha papelada para

retirar um envelope, olhando interrogativamente nos seus

olhos.

— Você iria ler isso?

Antes que eu saiba, eu estou estendendo minha mão.

Ele toma um gole de seu café e rapidamente coloca-o de lado.

Em seguida, ele pega os óculos, coloca-os, e pega a carta.

Nossos polegares se tocam quando ele pega a carta, e outro

aperto no fundo da minha barriga acontece.

Ele sorri, como se definitivamente fizesse isso de propósito.

Mas seu sorriso desaparece quando Matt verifica a carta. Sei

de memória o que diz. Isso me tocou profundamente.

CARO MATT HAMILTON,

Estou muito feliz que você está concorrendo à presidência.

Minha mãe se preocupa que algo possa acontecer a você,

então acho que você é muito valente. Estou muito bravo

também. Eu tenho sete anos de idade e recebendo um novo

tratamento experimental da minha muito ruim leucemia

chamada de PCL. Eu perguntei se isso poderia me matar

também. Mas o meu pai diz que alguém tem de ser o inovador

e abrir novos caminhos desconhecidos como você. Meu sonho

é ir para a Casa Branca quando você se tornar presidente. Eu

sei que vou ir muito bem com este tratamento, porque estou

esperançoso. Então, vença Matt! Ah, e meu nome é Matt

também meus pais me nomearam como você.

Matt

— VOCÊ QUER VISITAR ESTE MENINO? — Pergunto.

Matt puxa os óculos e olha para mim.

Apenas olha para mim.


Tão intensamente e como se pudesse ver tudo o que eu sou,

sempre fui e sempre serei.

Rapidamente retiro a programação da semana seguinte e

minha própria versão dela. — Ele é filho de uma das Mulheres

do Mundo. Eu reconheci seu nome no envelope de correio. Eu

acho que posso encaixa-lo antes de deixarmos D.C. — ele está

sendo tratado no Children’s National ao Noroeste de Michigan.

Pus a nova versão de sua programação para ele ver.

Mas ele não olha para o calendário. Apenas para mim. Sua voz

é suave, mas mais profunda do que era antes.

— É por isso que você está aqui tão tarde; você está tentando

encaixar isso, — diz ele.

É mais uma afirmação do que uma pergunta.

Eu mordo meu lábio quando um brilho de admiração aparece

em seus olhos.

Ele desliza o calendário sobre a mesa de volta para mim sem

sequer olhar para isso. — Eu ficaria feliz de ir.

Eu sorrio, meu peito inchado de felicidade.

Eu me lançar para frente e dou-lhe um abraço e um beijo doce,

mas casto em sua mandíbula. — Obrigada! Muito, muito

obrigada!

Quando meus lábios tocam o seu queixo, de repente, seu

cheiro está me cercando em um manto de colônia elegante e

sabão. Eu começo a ir para trás, assustada com a minha

própria ação impulsiva. Eu percebo suas mãos caindo na minha

cintura, me segurando delicadamente, mas com firmeza. Ele

olha para mim com um leve sorriso nos lábios, e eu olho de

volta; nosso choque mútuo com a minha impulsividade se

transforma em outra coisa.

Nós compartilhamos um momento de compreensão silenciosa,

uma conexão mais poderosa do que qualquer coisa que eu já


senti.

A solidão do edifício de repente torna-se ainda mais

pronunciada. O calor de seu corpo. As manchas de preto em

seus olhos, a íris escuras, a espessura de seus cílios, e mais

especialmente, o olhar em seus olhos.

Estou ciente da admiração em seu olhar quando ele levanta a

mão e escova minha bochecha com a ponta do polegar. Prendo

a respiração, doendo pela proximidade, para estabelecer

fisicamente esta conexão que eu sinto, sinto seu hálito quente

na minha pele. Ele roça o polegar sobre meu rosto uma

segunda vez, e, em seguida, como se isso não fosse suficiente,

os lábios seguem. O toque mais nu, mil vezes mais poderoso

do que uma sessão de exploda minha mente com alguém. —

De nada. — Sua voz é rouca.

Quando eu me libero, nós dois não conseguimos parar de olhar

um para o outro. Ele está sorrindo de novo, seus olhos como o

metal líquido e um pouco quente demais, e eu sorrio

timidamente em resposta. E de alguma forma este é o mais

honesto, mais quente sorriso que alguém já me deu e que eu

já dei a alguém de volta.

Acho que as coisas devem parecer estranhas, mas isso

simplesmente parece um pouco mais acentuado no minuto

seguinte. O som de sua respiração ou o farfalhar de suas

roupas enquanto ele pega seu material de volta para seu

escritório, o timbre de sua voz quando ele me diz que se eu

estiver pronta, ele vai estar pronto e pode me dar uma carona

para casa, o contorno de seu corpo perto do meu enquanto ele

me ajuda em meu casaco.

Eu vou na parte de trás do Lincoln preto com ele, o seu

motorista, Wilson, nos levando.

O olhar de Matt reduz de repente.


Delicadamente, ele pega o broche de águia na minha gola.

Acaricia a águia com a ponta do polegar. Uma vez, isso é tudo.

— Você sempre usa isso, — diz ele.

Um sorriso ridiculamente sexy enrola seus lábios, mas desta

vez, seus olhos não estão sorrindo. Ele procura a minha

expressão com curiosidade. E seu sorriso desaparece. Ele

ainda está segurando o broche. Eu estou segurando minha

respiração, querendo mais desses toques, mais dele.

Mas eu sei o quão ridículo é pensar sobre qualquer coisa com

ele.

Ele é tão orientado a ganhar, eu sei que a última coisa que ele

precisa agora é uma distração como eu.

— Lembra-me dos bons velhos tempos, — finalmente

respondo, tentando me desvencilhar do desejo em espessura

em minhas veias. — O que você vai trazer de volta.

— Estou pronto.

Nós sorrimos. O próprio ar entre nós parece estar em chamas.

— Boa noite, Matt.

Estendo a mão para a porta, mas ele se inclina sobre mim e

coloca os dedos nos meus, clica para abrir para mim, seu calor

me envolvendo novamente, seus dedos deslizando sobre os

meus, acariciando como uma pena.

— Boa noite, Charlotte.

Ele observa nas sombras do carro, seus olhos dançando da

maneira que faz às vezes quando eu faço algo que o diverte, e

ele ainda parece o cara digno que eu conheci quando tinha

onze anos.

Ele pode ver o quanto ele me perturba?

É claro que pode.

Chego ao meu apartamento e meus pés doem, minhas costas

doem, meu cérebro dói. Sinto-me muito esgotada para fazer


qualquer coisa, além de chutar os sapatos, esticar os braços

para fora, e cair de bruços na cama. Mas eu não consigo

dormir. Seus lindos olhos salpicados de sombras escuras

continuam me encarando.

E eles estão olhando para mim como um homem olha para

uma mulher que quer.

Matt está olhando para mim como se ele me quisesse.

EU NÃO CONSIGO PARAR DE PENSAR sobre a maneira

que eu impulsivamente me joguei para Matt e beijei-o. A

maneira como ele cheirava, a forma como ele parecia, tão

quente e masculino e forte. Estou inquieta nesse fim de

semana e chamo Kayla para vir ao meu apartamento.

— Então, como é que vai?

Empurrando o pensamento de tê-lo beijado à parte, penso em

como é ótimo a sensação de ter uma campanha com ele. —

Incrivelmente bem, — eu admito.

— Ele está tão magro e construído e alto e escuro como ele

está na TV?

— TV não pode capturar com precisão o seu carisma em

pessoa. Ele é... ele é atraente com seu rosto sozinho, mas

combinado com a sua personalidade e energia é uma espécie

de perverso. — Eu estou morrendo de fome, comi o jantar com

pressa para que eu pudesse ir para a cama cedo.

— Ele está concorrendo a presidente. Sua infância mega

apaixonante, e a minha! — Kayla marcha até o controle remoto

da TV e coloca no primeiro canal. Ele está na tela, tão atraente

como ele é em pessoa.

— O que os Republicanos estão dizendo? — Eu pergunto a ela.

— Eles estão cagando nas calças.

— E os Democratas?

— Cagando em suas calças.


Ela suspira e cai no meu sofá. — Nunca votei para um

candidato Independente na minha vida, mas estou com ele.

Hamilton para a vitória! — Ela olha para mim. — Nós sentimos

falta de você em Mulheres do Mundo. Você está planejando

voltar depois da campanha?

— Claro.

— Por que deixar as Mulheres?

— Porque ele é o que a América está esperando. Nós

merecemos.

— Você odeia ser o centro das atenções, mesmo que

secretamente admire o quão bem sua mãe leva isso.

— Eu sou tímida. — Dou de ombros. — Isso não vem tão fácil

para mim como é com a minha mãe. Mas eu quero estar lá

quando ele chutar a bunda.

— E a nossa viagem à Europa este ano? — Pergunta Kayla.

Junto-me a ela no sofá, suspirando quando olho para o teto. —

Nós podemos ir para a Europa a qualquer momento, mas não é

todo o dia que Matt Hamilton concorre para presidente.

— O pai perfeito do bebê e cada mulher lá fora sabe disso. Se

você não pode tê-lo em sua cama ou ser o pai de seus filhos,

pelo menos, deixe-o ser nosso chefe no comando.

— Comandante chefe, — eu corrijo.

— Ele pode ser qualquer coisa que ele quiser.

Eu gemo e rio.

12

NOS ENCONTRAMOS CORRENDO O MESMO

CAMINHO

Charlotte

EU REALMENTE NÃO TINHA PERCEBIDO que estava

entrando em um trabalho de alto estresse, quando eu disse

que sim. Você quer ajudar as pessoas, tem tempo limitado, e


você não pode ajudar a todos da maneira que quiser. Isso gera

algumas grandes frustrações reprimidas e estou tendo

problemas de ventilação.

Dirijo até o parque para uma corrida rápida de manhã e ele

está lá. Matt Hamilton é o cara mais descontraído que

conheço, que pode manter a calma durante a adversidade.

Enquanto o mundo está em uma algazarra sobre a notícia, e a

TV mantém repetindo seu anúncio, ele está se alongando.

Um boné cobre o meu cabelo vermelho que eu torci abaixo

dele. De alguma forma ele ainda me reconhece, as

sobrancelhas subindo apenas uma fração quando nossos olhos

se encontram. Ele não está usando um boné, seu cabelo sopra

ao vento, e a camisa que ele usa está pressionada contra seu

torso definido.

Ele não só está concorrendo para a presidência, ele está

correndo a maratona TCS6

em Nova York. Embora já seja uma

enorme maratona, as inscrições dispararam quando rumores

de sua participação vazou. — É perigoso, Matt, — Carlisle

advertiu apenas esta semana.

Matt riu. — Eu não estou fazendo uma campanha no medo:

medo não tem lugar quando você decide liderar um país.

— Imprudente! — Carlisle insistiu.

Matt levantou-se de trás da mesa e bateu nas costas de seu

gerente de campanha, balançando a cabeça, franzindo o cenho

para ele. — Relaxe. É apenas uma maratona. Além disso,

correr me ajuda a manter a cabeça limpa.

Enfio meu rosto sob o boné até que passo por ele com um

breve aceno de reconhecimento.

Eu ouço seus leves passos correndo ágeis atrás de mim

enquanto ele pega junto comigo, e eu estou um pouco mais


ofegante quando o vejo pela minha visão periférica.

— Bom dia, Charlotte.

— Bom dia, — eu digo sob a minha respiração, tentando

manter o meu ritmo.

Nós corremos em silêncio o resto da hora.

Isso vem acontecendo todos os dias, por quase duas semanas.

Nós parecemos estar... correndo juntos. Não de propósito, no

entanto. Nós dois simplesmente parecemos querer fazer isso

nesta hora, neste parque, diariamente.

— Algum tempo livre esta manhã na sede? — Ele pergunta.

— Eu tenho uma agenda lotada.

— Nunca é cheio demais para mim.

Meus lábios torcem ironicamente.

Seus lábios torcem ironicamente também. — Nós temos alguns

negócios para discutir com você.

— Que tipo de negócio? — Pergunto desconfiada. — Seu ou

meu?

— Não é a mesma coisa?

Eu paro de correr, curiosa, mais curiosa do que os nossos

gatos, como minha mãe diz. — O que é isso?

Ele ri. — Paciência, gafanhoto. Vou mandar Carlisle correr por

você.

Eu olho para o seu enorme cachorro preto, prontamente

sentado protetoramente ao seu lado. Eu sorrio. — Ele gosta de

sua coleira de pulgas?

Ele olha o cachorro como se só agora percebesse que ele

parece poderoso e confortável com isso. Ele sorri, em seguida,

engancha o seu dedo sobre a extremidade do colar. — Vamos,

Jack. — Ele se dirige para o carro. — Quer uma carona?

— Eu estou bem, obrigada.

Parecendo decepcionado, ele abre a porta e entra, e eles vão


embora.

Eu fico, esticando um pouco mais, e não consigo parar de

repetir nossas conversas e rir. Por que eu continuo correndo

neste parque? Por que ele continua correndo neste parque? Por

que é de repente importante para eu saber?

Eu sabia que iria ser contestada em muitas maneiras quando

assumi o trabalho, mas eu nunca imaginei que me tornaria tão

fascinada não só com os aspectos da campanha, mas com o

próprio candidato. Ele é um homem que poderia, em menos de

um ano, tornar-se nosso presidente. O conhecimento sobre o

nosso país e uma compreensão verdadeira de como ele

funciona escoa de seus poros.

Estou muito curiosa para saber mais sobre seus pontos de

vista, mas é Matt que me deixa mais curiosa de tudo.

NA PAUSA PARA O ALMOÇO, ouço dizer a notícia de Matt

pedindo a Rhonda para alterar a programação para acomodar

um pedido meu parece não ter ficado muito bem com alguns

dos outros assessores do sexo feminino.

— Você sabe, ele nunca prestou muita atenção a qualquer uma

de nós. — Martha vira o cabelo dela, obviamente, irritada.

— Matt e a família de Charlotte se conhecem, — Alison diz

quando eu entro.

— Oh? — Ela se vira, questionando os olhos do meu jeito.

— Um pouco, — Eu protejo.

— Ah, então é por isso. — Ela parece aliviada.

A energia na sala parece mudar, e toda a atenção foge de mim

para a porta.

Meus olhos vão para Matt quando ele para na secção de

cafeteria para pegar uma garrafa de água. Ele a abre,

pensativo enquanto olha para o grupo de mulheres, em

seguida, levanta a cabeça e me vê.


Eu sorrio e passo pela porta e quando meu ombro escova o

dele minha pele crepita acaloradamente.

Distraidamente escovo minha mão pelo meu braço quando

volto para minha mesa.

Estou passando por minha pilha de cartas quando Carlisle para

na minha mesa.

— Matt quer que você seja seu novo planejador, — diz Carlisle.

Eu começo com surpresa. — Eu?

— Você precisa estar aberta para viajar; vamos visitar todos os

cinquenta estados. É uma boa ideia para que haja apenas um

planejador ou então uma tonelada de confusões podem surgir.

Confie em mim, não é divertido ter algo em New Hampshire

uma hora antes de ter algo em San Francisco.

Fico boquiaberta.

— Vamos vir do que se espera de você nos próximos meses, —

começa Carlisle.

Estou informada em um quarto de seis por seis sobre meus

deveres como planejadora política.

— Como nossa primeira e única planejadora, você irá

supervisionar a agenda de Matt para toda a campanha. Você

vai ter assessores políticos e equipes para organizar, você vai

reservar seus exercícios de ginástica, certificar-se que os

aviões e ônibus estão todos abastecidos com o essencial,

organizar comícios e todo o seu engajamento social e pessoal

para o resto do ano. Precisamos de um bom equilíbrio entre

todos os seus compromissos. Você acha que pode fazer isso?

Minha cabeça está girando, mas eu me forço a responder. —

Eu... Se Matt acha que eu posso, então eu posso, — digo

bravamente.

Ele me lança um olhar terrível. — Só para ficar claro, um erro

na programação poderia custar-nos toda a campanha. Cada


minuto e segundo devem ser contabilizados. O planejador de

seu pai permaneceu na sede durante sua campanha, mas Matt

quer uma abordagem mais prática.

Ele parece preocupado com a minha capacidade de fazer o

trabalho, então eu aceno com mais firmeza do que o

necessário.

— Rhonda estará com a coordenação de imprensa, mas ela

pode ajudar se você ficar presa em qualquer parte do

processo; ela pode ajudar sobre quaisquer dúvidas que possa

ter.

Matt vem para ver Carlisle, e quando meu braço esfrega no

dele enquanto passo pela porta, minha pele crepita

acaloradamente.

Estou suavizando os dedos sobre a pele formigando do meu

braço enquanto vou para a minha mesa, quando a assistente

aborda Carlisle.

— Charlotte... — Ela aponta na direção do pavimento onde

Matt tem o seu escritório. — Você vai ficar aqui agora, fora do

escritório de Matt.

Eu engulo, em seguida começo a recolher minhas coisas

pessoais, mais determinada do que nunca a fazer a diferença e

provar a mim mesma que posso.

13

ATENÇÃO

Charlotte

É MEU primeiro dia como sua planejadora oficial

quando chego na sede de campanha na segunda-feira

seguinte, saio do elevador, e imediatamente começo a

trabalhar.

Estou determinada a impressionar e ser tão durona como

todos na Equipe Hamilton estão provando ser.


Especialmente agora que eu sou sua planejadora; há

apenas uma de mim.

Estou tentando entrar de cabeça nas coisas a fazer mais

prementes de Matt quando Rhonda aparece.

— Como estamos indo? — Ela me pergunta quando se

aproxima.

— Ótimo! — Eu sorrio, em seguida, espalho algumas

páginas com dispersos itinerários – é preciso trabalhar para

realmente supervisionar a programação de Matt, não só

porque é seu, mas porque envolve muitas pessoas. — Estou

um pouco preocupada que estou perdendo algum tempo

valioso com a duração que leva para a equipe chegar de

ônibus, e fico me perguntando se não deveria fazer o uso do

tempo de alguma forma para Matt.

Rhonda arrasta uma cadeira e olha para as páginas. Matt

não quer slogans em todas as cidades no território

continental dos Estados Unidos; ele está fazendo

campanhas agressivas on-line com ambas as opiniões

pessoais e soluções propostas. Mas mesmo com a

campanha on-line, sua agenda é mortal.

Literalmente pode matar um homem que não é tão enérgico

como ele.

Eu não posso imaginar qualquer Presidente Jacobs ou

Gordon Thompson, o candidato Republicano principal,

ambos muito mais velhos e muito menos atléticos,

suportando.

Como planejadora principal e quando nós embarcarmos na

viagem pelo país, eu estarei trabalhando no campo agora.

Ao invés de ficar enfiada na sede, eu vou estar lá fora,

vigiando todos os assessores de campanha de campo locais,

assegurando que tudo corra bem em cada localização e


engajamento que Matt esteja.

Rhonda tornou várias vezes bem claro que o meu trabalho é

gerenciar as agendas pessoais e profissionais de Matt, e não

só isso, mas estou gerindo os grupos de prospecção que

chegarão em cada local antes de Matt para me certificar

que tudo está como deveria estar. Ela me diz que um bom

fluxo de agendamento é primordial para tornar a campanha

mais eficaz. Que eu preciso me concentrar no tempo

pessoal de Matt em primeiro lugar, em seguida, conseguir

um equilíbrio entre eventos destinados a escolas

secundárias, veteranos, industriais, trabalhadores médio.

Tenho que incluir todas as minorias, e definitivamente, as

mulheres e os jovens, que parecem ser seus fãs mais

dedicados. Para esta lista, depois de falar sobre isso com os

gestores, eu estou adicionando hospitais e hospícios na

mistura também.

— Ele precisa de tempo para correr todos os dias. Todos os

dias, certifique-se de dar-lhe uma hora de corrida e pelo

menos meia hora para tomar banho e se preparar para o

dia. Confie em mim, ele está com a bola e muito mais afiado

quando ele começa seu dia assim. Adicione uma noite de

folga durante a semana para que ele possa ver seus amigos

e familiares ou simplesmente ter tempo livre, — disse ela

quando explicou este primeiro para mim.

— Apenas uma noite de folga? — Estou horrorizada em

pensar que ele está trabalhando muito.

— Apenas uma, e isso veio do próprio Matt, — Rhonda

assegurou-me, mas ela parecia com os olhos arregalados e

preocupados como eu.

Agora vamos sentar aqui em conjunto, criar sua primeira

agenda de campanha ativa, aquela em que ele estará


viajando extensivamente.

Enquanto Gordon Thompson e Harold Jacobs estão jogandose em pleno direito em suas
campanhas, assim somos nós.

Nossos primeiros estados a visitar são estados conhecidos

por serem principalmente vermelho ou azul, o que significa

Texas, por serem principalmente Republicano e na Califórnia

porque são principalmente Democratas.

— Charlotte, tem havido algumas conversas.

Eu ergo minha cabeça. — Perdão?

— Alguns dos assessores. — Ela sinaliza para fora da porta.

— Eles falam sobre Matt dar mais atenção a você. Alison os

apaziguou dizendo que vocês são amigos de infância, mas

eu ainda gostaria de dar-lhe alguns conselhos.

Sinto-me tão chocada e desconfortável com o pensamento

de alguém assumindo qualquer coisa ultrajante que fico

muda, sem piscar, quando encontro um olhar amigável de

Rhonda.

— Não, — ela diz calmamente, segurando meu olhar.

Ela balança a cabeça, olhando para o itinerário, cortando

uma linha vermelha grande sobre um evento e adicionando

uma seta vermelha grande para movê-lo para o dia

seguinte.

— Matt é inabalável agora sobre onde ele está. — Ela olha

para mim novamente. — Ele possui o coração de todos os

americanos, simplesmente porque todos nós o assistimos

perder seu pai, o jeito que ele fez, mantendo sua mãe em

seus pés, e continuando a ser muito firme e humilde, apesar

de ele ser um dos homens mais famosos do mundo.

Qualquer sujeira que vier sobre ele, não há nada que

Carlisle não tem estudado e possa facilmente contra-atacar.

Meus olhos se arregalam. — Você não está sugerindo...


— Charlotte, tenho cinquenta e cinco anos, já fui casada

duas vezes, com três filhos, — diz ela, sorrindo um pouco

como minha mãe fez quando Matt e seu pai, o presidente,

vieram para o jantar e ela me disse que Matt era bonito. —

Se você acredita nele sendo a solução que estamos

procurando...

— Eu acredito! — Digo com veemência, arrastando o

cronograma para o meu lado e franzindo o cenho para ele,

tentando me concentrar nele novamente.

— Dessa maneira, mantenha-se profissional. Vocês estarão

gastando muito tempo juntos.

Penso nas coisas que penso quando estou sozinha no meu

apartamento e um calor de culpa arrasta-se até meu rosto,

mas eu olho para o calendário e tento recuperar meu foco.

Uma vez que Rhonda e eu finalmente encerramos a agenda

de campanha, ela bate palmas.

— Acho que terminamos aqui. Você vai ter certeza que ele

receba uma cópia?

— Claro.

Ela veste o casaco e dizemos adeus enquanto ela vai para

seu novo escritório e eu vou para fora do meu e na direção

de Matt.

Ao me aproximar, ouço os sussurros de Carlisle dizendo

Matt, — Devemos desenterrar a sujeira em Jacobs... Ele

cometeu muitos erros durante sua administração... e não

me faça começar com Gordon.

— Estamos executando uma campanha limpa e estamos

jogando na defesa. Nenhum ataque a menos que nós

sejamos atacados pessoalmente, aí sim nós contraatacamos. Então, e só então.

— Matt, estes dois são especialistas em atacar. Essa é a

maneira como as eleições são ganhas. Você faz as pessoas


terem medo, e então você brilha na luz e veste o chapéu do

seu salvador. Pessoalmente, acho que Jacobs deixou a

economia ir para a merda só assim ele pode vir com um

plano brilhante para salvá-lo. Quanto a Gordon, inferno, ele

vai jogar fora tudo de errado contra você, começando com o

fato de que você não serviu nas forças armadas.

— Nem ele serviu.

— Mas ele vai ser o único a dizer.

— E tornar mais fácil de salientar que eu estava fazendo

outras coisas que meu pai, o presidente, me pediu para

fazer. Ele me queria aprendendo a ser um líder, inferno,

Benton, isso me incomoda, ele não me deixou servir e você

sabe disso.

— Gordon vai agarrar-se a isso. Jacobs vai se manter sobre a

questão Primeira Dama...

— Realmente, se é isso que temos que ter medo... — Matt

deixa escapar uma risada baixa, autoconfiante.

Carlisle suspira. — Você tem um pouco de senso de humor,

que faz você ser acessível, mas, Deus, sua teimosia, Matt.

Bato na porta.

Matt levanta a cabeça, me pede para entrar, e de repente

ele está observando cada passo que dou dentro da sala.

Coloco a pasta sobre a mesa e, quando lentamente saio da

sala, ouço Carlisle insistir, — Precisamos de mais slogans,

Matt. As pessoas precisam saber o que você traz para a

mesa.

— Trago eu mesmo.

Carlisle suspira.

— Carlisle. Durante anos, o público passou a acreditar em

cada promessa feita por cada candidato como sendo pura

besteira. Ninguém acredita neles mais. Política foi


totalmente contaminada pela propaganda. Não era assim no

começo, Carlisle. Não havia campanhas de slogans; inferno,

até Andrew Jackson, nem mesmo caluniou as campanhas.

Sirvo o meu país.

— Falando disso. Nossos adversários estão mal em

andamento com as primárias e eles já estão atacando as

ruas com propaganda.

Matt ouve com atenção, em seguida, diz: — Estamos em

tempos modernos, Carlisle. A internet funciona. Hamilton é

uma árvore amigável. — Ele angula a cabeça. — Charlotte.

— Matt levanta a voz quando chama o meu nome quando

saio.

Espio de volta.

— Você pode salvar mais árvores como o presidente, —

murmura Carlisle quando Matt acena para que eu siga a

diante. Estou tentada a dizer a Carlisle que eu gosto das

diferentes abordagens de Matt.

Figuras políticas são amados e odiados em todo o mundo.

Eles vieram a ser vistos como males necessários. Mas não

foi assim com Washington. Ele é o único presidente que

recebeu todos os votos, ele só era um campeão, um líder,

não um — mal necessário. Não houve propaganda,

nenhuma campanha de marketing, sem slogans de merda.

Matt não é um político, e eu acho que isso faz a diferença.

Ele não dá discursos praticados. Ele nem sequer parece

100% polido. Ele prefere camisas e calça quando sai em

público. Ele parece firme, que é o que o país quer, um pouco

rebelde, que é o que o país precisa, e diferente, a

personificação da mudança que anseiam.

Mas eu mantenho meus pensamentos para mim.

Carlisle sai e Matt me chama com os dedos, balançando a


cabeça na direção da porta agora vazia. — O que você

acha?

— Eu... sobre o que Carlisle disse?

Ele balança a cabeça, aquele brilho irritantemente adorável

aparecendo em seus olhos.

Eu sorrio reservada. — Eu acho que você é teimoso, — Eu

admito, amassando o meu nariz de brincadeira para ele.

— Isso é tudo?

Dou de ombros misteriosamente.

Mas não, isso não é tudo em tudo!

Ele tem bom senso, unidade e disciplina.

Quando os debates de caráter chegarem mais tarde no

jogo, Gordon teve quatro mulheres, Presidente Jacobs

permite que sua mulher governe o país por ele, e Matt, por

outro lado, é um homem muito equilibrado. Ele ouve

opiniões de pessoas que ele respeita e cuja inteligência

coincide com a sua, mas no final ele faz a sua própria

escolha.

Levantamos centenas de milhões de dólares para sua

campanha, a maioria dos fundos provenientes de pequenas

doações de americanos prontos para uma mudança. A

infraestrutura tecnológica que nós configuramos na sede, a

fim de alcançar os três milhões de americanos através da

rede é sem precedentes, até esta eleição. Mas os interesses

das pessoas nunca foram mais difíceis de irritar do que nos

dias em que vivemos agora.

— Eu acho que ir pesado na internet pode obter para você

um monte de atenção com os eleitores jovens, — eu

finalmente digo, — e se você pode descobrir uma maneira

de deixá-los interessados em seus planos mais

emocionantes com cada letra do alfabeto, isso podia


realmente colar.

Ele esfrega o queixo com as pontas dos seus dois dedos

indicadores, faz um som de hmm, e franze a testa,

pensativo. — C é para Charlotte.

— J é para junk food em lanchonetes, que deve ser parado

de uma vez.

Ele ri.

Sinalizo na sua agenda. — Aqui está a programação para os

meses de Abril e Maio. Desde que as coisas ficam muito

pesadas no final de abril, eu pensei que poderia incluir um

fim de semana livre para você recarregar.

— É gentil de sua parte. — Ele desliza sobre os óculos e

varre as informações.

— Sim, bem, estou muito pensativa, — eu digo.

Viro e olho para fora da janela, porque algo sobre os

momentos que ele desliza sobre os óculos sempre faz algo

comigo.

— Uma garota pensativa que de alguma forma consegue

me fazer pensar muito nela. — Eu viro minha atenção para

ele em surpresa quando ele olha para mim ao longo dos

aros.

Meu coração bate forte.

Ele coloca o calendário para baixo e ergue os óculos, dobraos e os coloca sobre a
programação, com os olhos fixos em

mim.

Um silêncio se instala na sala, fazendo-me ciente de como

inquieta estou por dentro.

— Por que você quer que eu seja sua nova planejadora? —

Pergunto suavemente.

Ele se inclina para trás com um sorriso sagaz que

rapidamente se transforma em admiração. — Porque eu


acredito que você tem uma boa cabeça sob seus ombros,

você é dedicada e inteligente, e de qualquer modo, — ele

sorri mais amplo — Eu pensei que você fosse um pouco

demais para ficar respondendo telefonemas e cartas.

— Eu não sou tão macia!

— P é para pudim.

— Sem pudim, Matt! — Estreito meus olhos e inclino um

lado sobre a mesa. — Você me queria mantendo atenção

para cartas como aquela que o pequeno Matt enviou.

— E eu sei que você ainda está.

Faço uma careta. — Como você me conhece tão bem?

Hmm?

Ele espalha seus braços e cruza-os atrás da cabeça. —

Alguns dizem que eu sou um homem perspicaz.

— Discordo. Você não conseguiu ver como coração de pedra

eu sou, capaz de ler suas cartas, dia após dia. Quão dura eu

posso ser. H é para o coração de pedra7

Ele ri. É tão bom ouvi-lo rir. — Não, Charlotte, é apenas uma

palavra por carta, de modo que faria você acabar de todo o

coração.

Balanço a cabeça, franzindo a testa. — Eu posso mostrar a

dureza do meu coração em seu próximo planejamento que

eu fizer.

— Faça, eu consigo progredir sob pressão.

— Bom para você, porque eu estou trazendo.

— Você sempre traz.

Seu olhar desliza passando pelo meu ombro ao som de uma

batida suave. Alison está à porta, olhando para nós,

estreitando os olhos. — Matt, as imagens que você pediu.

Ela caminha como que se desculpando e sai, mas logo


Alison fala comigo. — Você estava apenas flertando com

Matt?

— O que? Não! Nós estávamos tendo uma discussão.

— Você estava discutindo com Matt?

— Eu... não! — Vou para minha mesa, sento e levanto a

cabeça para olhar pela janela do escritório, onde ele está

usando aqueles óculos sexy de leitura, uma mão sobre a

boca como se para cobrir seu sorriso.

14

OLHOS

Charlotte

LIGUEI para Children’s National e disse a Carlisle sobre

a visita de Matt para que ele pudesse alertar o coordenador

de imprensa e todos os que precisavam ser envolvido.

— Você vem comigo, — Matt disse antes que ele fosse.

— Eu?

— Foi ideia sua.

Gemo interiormente. Passar mais tempo com Matt é a

última coisa que eu preciso agora. Mas eu amo vê-lo em

ação, por isso eu me apresso para colocar meu suéter e

sigo-o para fora. Quando chegamos ao hospital, há uma

pequena multidão, agitando cartazes e cantando.

— Matt! — uma jovem mulher suspira seu nome.

—Matt Hamilton! — seu amigo chama, mais alto, colocando

as mãos em torno de sua boca para que sua voz saia mais

alta.

Ele agradece, e em seguida, espera por mim para ir junto

com Wilson. Pequeno Matt está vestindo uma camisa

Redskins, um boné igual e um IV.

A forma como seus olhos se iluminam quando seu herói

entra na sala faz meu peito apertar. Eu me afasto e tento


me reagrupar quando eu ouço a voz de Matt.

— Soube que havia um tigre no edifício. Eu tive que vir ver.

— Onde?! — o menino pergunta animadamente.

— Eu estou olhando diretamente para ele.

Quando eu olho ao redor, Matt está batendo no boné do

menino, sorrindo para ele.

O menino sorri. — Uau. Você veio.

Matt puxa uma cadeira para sentar-se ao lado dele na

cama. — Charlotte, vê a senhora na porta, parece ser tão fã

de você como você é de mim.

— Uau, — diz ele.

Logo eles conseguem formar uma multidão. Pequeno Matt

diz a Matt que ele quer ser um jogador de futebol quando

crescer. Os pais se aproximam de mim e começam me

dizendo como eles são gratos sobre Matt e a conversa com

o pequeno Matt.

— Se você ganhar, você vai me convidar para a Casa

Branca, — diz pequeno Matt.

— Não SE, quando... você estiver vindo para a Casa Branca,

— Matt promete.

Ele joga xadrez com o menino acamado. Os enfermeiros

começam a alinhar-se no corredor, sorrindo e admirando.

Não é o fato de que ele está fazendo isso, é o fato de que

você pode dizer que ele está realmente se divertindo que

me toca. Eu acreditei nele: Hamilton e tudo o que o nome

representa. Mas agora mesmo se eu nunca o tivesse visto e

tivesse uma paixão estúpida por ele, se ele nunca tivesse

sido criado sob os holofotes e com a fama de seu nome, é

hoje que Matt com todas as falhas que a mídia tenta

exagerar ganha meu voto.

Quando saímos, Wilson nos pega no meio-fio.


Matt está calmo.

Eu também.

— Obrigado. — Sua voz é baixa e soa dolorosamente

honesta.

— Me deixou triste. — Minha própria voz falha, então eu

paro de falar.

Eu olho para fora da janela e tento me reagrupar. Ele parece

perceber que ele está fora de seu elemento com uma

mulher quase chorando no carro. — Vamos pegar um pouco

de comida.

— Não.

Ele franze a testa, em seguida, seus olhos brilham em

confusão e diversão. — Você é muito quente para a política,

Charlotte. Precisamos endurecê-la.

— Leve-me para uma luta de espadas, mas não para comer.

Não estou com fome agora. — Suspiro e atiro-lhe um olhar

de soslaio. — É sua culpa.

— Como é?

— Eu não estaria na política se você não tivesse me

convidado.

— Diz a senhora que se ofereceu para me ajudar quando ela

tinha o que? Sete anos.

Eu arco minhas sobrancelhas. — Onze. — Eu elevei o meu

queixo. — Ainda posso votar em Gordon.

— Deus, não. Não, — ele diz enfaticamente. Ele ri e passa a

mão em frustração sobre seu cabelo.

— Bem, alguém precisa te derrubar. Gordon Thompson tem

o meu voto, — declaro.

— Você me fere, Charlotte, — diz ele.

— Oh, você parece tão ferido, haha.

Ele parece mortalmente sóbrio, exceto com seus olhos,


rindo de mim. — Minhas feridas são profundas.

— Quão profundo? Isso de profundidade? — Eu prendo meus

dedos separados por um fio de cabelo. Ele olha de

sobrancelhas franzidas, em seguida, pega-os para reajustar

a um centímetro. — Esta profundidade.

Eu deveria rir.

Foi engraçado até que ele me tocou.

Agora é quente e grudento e ele está olhando para mim

com um sorriso congelado e olhos atentos.

Eu vejo um brilho de desejo em seus olhos – um anseio tão

profundo como eu me sinto, verdadeiramente profundo, não

medido em frações minúsculas.

Eu rio, finalmente, quando tento abafar as sensações

atirando através de mim. — Uau. — Eu olho para o

centímetro. — Um centímetro. Isso é profundo.

Refiro-me ao espaço entre os dedos, mas eu não sei o que

estamos falando mais.

— Eu disse a você. — Ele sorri. Ele abaixa suas mãos, e eu

não posso deixar de notar o quão forte os dedos longos são

quando caem ao seu lado.

Cada mulher que vive na América provavelmente teve

fantasias sobre Matt.

E eu tive o suficiente para que os meus sentidos rodassem

como um redemoinho.

Continuo afetada em toda a nossa viagem.

Minha mente corre, perguntando... simplesmente

perguntando.

Matt verifica alguns e-mails, a coxa tocando a minha.

Ele não se afasta.

Pergunto-me se eu quero afastá-lo.

Não, eu estou fora do ar e queimando por dentro. E eu não


quero.

Eu tenho que me lembrar que o que estou fazendo aqui é

muito mais valioso do que um pouco de paixão tola. O que

eu estou fazendo aqui transcende além de mim... além até

mesmo de Matt.

Não só a campanha era emocionante, mas ouvir sobre

pontos de vista e ideias de Matt continua renovando a

minha esperança.

Eu não havia percebido o quanto nós perdemos um líder

forte, um líder inspirador, até cada vez que eu olho para o

que quero.

Ele poderia fazer essa diferença. Um homem como ele

poderia fazer essa diferença.

Então nós seguimos com isso, em tensão silenciosa, minha

mente cheia de Matt e meu corpo vazio.

Seus olhos encontram os meus, queimando com

importância. — Eu quero que você seja meus olhos e meu

coração, para me manter em contato com as pessoas reais

lá fora, aqueles que por toda a minha vida eu nunca vou

chegar a conhecer.

— Ok, Matt, — eu digo.

E então ele se inclina, e eu recupero o fôlego e fecho os

olhos quando seus lábios escovam meu rosto e ele me beija

lá. É o mais breve beijo como o que ele me deu quando eu

tinha onze anos, mas eu sou uma mulher agora, e ele é todo

homem e, de repente, inesperadamente, seu braço começa

a entrar na minha cintura e ele me cambaleia em direção a

ele, pressionando-me contra o seu lado.

A próxima coisa, eu sinto sua cabeça mergulhando

lentamente até mim, seu nariz pastando minha bochecha.

Minha respiração fica presa na garganta, e eu sinto-me


lutando contra o desejo de virar a cabeça apenas um

pouquinho e beijá-lo na boca.

Ele tem cheiro de hortelã e um pouco de café misturado

com seu perfume. Aspiro trêmula e sinto seus lábios tocar o

local na minha bochecha onde o nariz tinha estado antes.

Seus lábios são quentes, suaves, mas firme.

Sua mão aperta meu quadril, me segurando perto dele,

quando inclina a cabeça e coloca um beijo no meu pescoço.

Deixo minha cabeça cair para trás, e ele ri sombriamente,

esfregando o nariz levemente contra o meu pescoço, me

acariciando.

Ele usa sua mão para virar a minha cabeça para encará-lo,

e quando eu olho em seus olhos, sinto a inclinação do meu

mundo sobre o seu eixo e giro em todas as direções.

Todo o resto é abafado como todos os pensamentos em

minha cabeça em torno do centro que é ele, e eu.

Tudo o que eu estou pensando é no que estou sentindo.

Quão forte meu coração está batendo. Como minha

respiração está chegando em intervalos mais rápidos. Como

a minha pele está quente e formigando; como todo o meu

corpo parece estar segurando a respiração em antecipação

doce para Matthew se mover novamente, para me tocar de

novo, para beijar outra parte de mim.

Eu sussurro seu nome e ele geme, — Você parece incrível.

Ele se inclina e beija minha clavícula, correndo o nariz ao

longo do meu pescoço e me inspirando.

— Deus, e você cheira tão bem... — Ele sussurra

entrecortado. Sua voz profunda queimando através de mim,

consumindo tudo em seu caminho e deixando apenas essa

necessidade profunda, quase primal ser o mais próximo a

este homem do que é possível.


Quando eu sinto a língua entre os lábios temporariamente

tocar a pele do meu pescoço, ouço-me gemer.

Ele me segura mais perto dele, até que eu estou quase

sentada em seu colo, a cabeça enterrada no meu pescoço,

beijando e acariciando, lambendo e degustando.

Começo a ficar preocupada, querendo saber onde estamos

e quando vamos chegar à sede de campanha. Eu sei que

ninguém pode nos ver, desde que seu carro tem vidros

escurecidos e uma partição que nos separa de seu

motorista, mas ainda assim, algo sobre isso parece escuro e

proibido.

— Eu...

— Shhh... apenas deixe-me fazer isso, Charlotte. Por favor,

— diz ele quando levanta a cabeça do meu pescoço e

segura minha cabeça entre as mãos, os olhos encarando os

meus e, em seguida, baixando para os meus lábios, depois

viajando de volta para os meus olhos.

Sinto-o mais perto de mim, e eu lentamente começo a

perceber que ele quer me beijar. Agora mesmo. Neste carro.

Matthew Hamilton, possível futuro Presidente dos Estados

Unidos e minha primeira paixão, quer me beijar.

Eu estendo a mão e mantenha seu rosto na minha mão

também, e seus olhos se incendeiam.

Eu não sei se deveria fazer isso ou não, mas agora tudo o

que eu ouço meu corpo dizer é que eu preciso tocar este

homem.

Beijar seu rosto, meus lábios persistente.

Sinto-o relaxar, mas suas mãos em mim apertam.

O que estamos fazendo?

— Senhor, nós estamos aqui, — a voz murmurou através da

divisória.
Acho que ouço Matt maldizer sob sua respiração. Movo-me

de seu colo poucos centímetros para sentar no meu próprio

assento, e inalo uma respiração instável quando Matt abre a

sua própria porta e vem em torno do carro para abrir a

minha.

O olhar que trocamos quando travamos os olhos enquanto

saio do carro, não posso possivelmente descrever. É cheio

de necessidade, luxúria, desejo, curiosidade, e algo mais...

Eu me forço a desviar o olhar e caminhar em direção ao

prédio, a sensação de seus lábios ainda na minha pele.

15

FICAR SOZINHO NO TOPO

Matt

AQUILO FOI eu sendo tolo e imprudente.

Eu estive pensando no cabelo vermelho, olhos azuis, lábios

macios, e quanto eu queria mergulhar minha língua e sentir

o gosto dela. Eu queria abrir a boca e beijá-la, lenta e

saboreando, e em seguida, rápido e selvagem. Neste ponto,

apenas dois podem se saciar.

Pensei que, depois de um impulso após o hospital fosse o

suficiente para acalmar o fogo me queimando...

Não é.

Ela está na minha cabeça durante as últimas dezoito horas.

Estou sem dormir. Eu preciso de um bom treino ou meu foco

ficará disperso, mas minha agenda não poderia permitir um

hoje. Meu avô veio da Virginia após o estrondoso sucesso de

nossos primeiros dois meses de campanha, e minha mãe –

quem optou por ignorar silenciosamente o fato de que eu

estou correndo – não tinha outra escolha, além de nos dar

boas-vindas para o café da manhã esta manhã.

Estou ciente dos problemas de campanha antecipada. Entre


eles, o meu avô.

Meu avô foi o motor da política incansável que levou meu

pai para o exército, ao Senado e, mais tarde, para a Casa

Branca. Ele mexeu os pauzinhos e colocou meu pai no

cavalo branco de George Washington, mas foi meu pai que

montou o cavalo como se fosse dono dele. Aquele que tinha

ganhado a reeleição pela maior margem na história,

mantendo quase 70 por cento do país feliz quando tomou

posse no seu primeiro mandato. Meu avô o levou lá, mas

meu pai permaneceu lá.

Eu não quero o motor da política do meu avô me apoiando

agora, porque seria necessário sacrificar o mérito de favores

durante a nomeação do meu gabinete. Isso é uma maneira

de impedir o país de crescer mais do que nunca, e isso é o

que tem nos impedido de ser irrefutavelmente a força mais

poderosa no mundo.

Hábitos precisam ser postos de lado, novas ideias serão

propostas, sangue novo trazido para refrescar as

perspectivas antiquada sobre como liderar a América.

O mundo está mudando, e temos de estar na vanguarda

dessa mudança.

Meu avô não guardou segredo de ninguém que ele me quer

na vanguarda... mas de uma das partes. Quem quiser

manter o status quo.

Eu sou o último a chegar ao tríplex da minha mãe.

Minha mãe se senta em uma cadeira alta, régia em pérolas

e uma saia branca com uma jaqueta. Ela é uma moderna

Jackie Kennedy, doce e composta, moralmente tão forte

como o titânio. Há fortes semelhanças entre nossas famílias,

os Kennedys e os Hamiltons. Até o ponto onde a mídia tem

especulado, após o assassinato do pai, se os Hamiltons


também têm uma maldição sobre a cabeça que não vai

deixá-los realizar os seus destinos brilhantes.

Mãe fica tão longe de meu avô quanto possível, com os

cabelos ainda com o mesmo tom quase negro quanto o

meu, seu equilíbrio notável.

Grande, brusco e sem noção, o relacionamento de Patrick

Hamilton com o meu pai era bem próximo. Até que meu pai

se foi, e meu avô se intrometeu e insistiu para que eu

entrasse na política. A última coisa que minha mãe queria

era me ver fazer isso.

— Tenha uma vida, Matt. Vá e estude o que quiser, seja o

que quiser. — Exceto um político. Ela não disse isso, mas ela

não precisava dizer. Em sua mente, ela não seria uma viúva,

mas em vez disso seria uma mulher feliz se meu pai não

fosse presidente. Em sua mente, ela teria vivido uma vida

feliz. Ela levou o dever em vez disso, e ela fez isso

formidavelmente, mas sem maquiagem e penteado não se

pode esconder as sombras nos olhos sobre o assassinato

não resolvido do meu pai.

Beijo sua testa em saudação. — Sinto muito que isso esteja

fazendo com que você se preocupe. Não, — eu comando.

Ela sorri levemente para mim e dá um tapinha na minha

mandíbula. — Matt.

Apenas uma palavra, mas combinado com o olhar em seus

olhos, estou calmamente lembrando que o meu pai foi um

dos cinco presidentes que foram mortos, todos com um tiro.

Lincoln, Garfield, McKinley, JFK, e Hamilton.

Sento-me na sala de estar e ela sinaliza para Maria, sua

cozinheira, para nos trazer café.

— Eu tinha almoço com os Democratas, — Avô diz enquanto

bebe seu café. — Eles querem que você se junte as


primárias; eles têm certeza que você vai ganhar

— Eu já lhes disse, eu estou concorrendo de forma

independente.

— Matt, o seu pai...

— Eu não sou o meu pai. Embora eu pretenda continuar o

seu legado. — Olho para a minha mãe, que parece estar

lutando contra um misto de orgulho e preocupação.

— Por que você não considera pelo menos os Democratas?

— Avô insiste.

— Por que... — inclino-me para frente, olhando-o

diretamente em seu globo ocular — eles falharam em

protegê-lo. Tanto quanto estou preocupado, eu estou melhor

sozinho. — Olho para fora. Ele não é o homem mais fácil de

lidar, mas eu posso ser tão difícil como ele é. — Meu pai me

disse para nunca confiar em minha própria sombra. Eu

mantive as pessoas na baía, mas agora eu estou

escolhendo quem eu deixo entrar. E fora. Lá fora é a minha

concorrência. Eu estou deixando de fora meu país. Eles

merecem mais do que aquilo que tem conseguido

ultimamente. Eu estou pavimentando o melhor caminho

para seguir.

— Porra, Matt, realmente! — meu avô explode.

Seu temperamento é formidável, e minha mãe rapidamente

avança com seu habitual charme calmante.

— Patrick, aprecio que você expresse suas opiniões para

Matt, mas não estou feliz com ele concorrendo. Matt... — ela

se vira e olha para mim suplicantemente — nós demos a

este país tudo o que tínhamos; demos seu pai. Nós não

devemos nada mais a ninguém.

— Nem todos nós tivemos. Ainda há mais Matt... — diz meu

avô. — Isto é o que Lawrence queria.


Mantenho minha atenção na minha mãe. Eu sei que este é o

seu pior pesadelo. Ela não quer que eu lidere o país. —

Estou terminando o que o pai iniciou – este é o nosso

legado. Tudo bem? — Aceno com firmeza, silenciosamente

pedindo sua compreensão.

Ela não superou o que aconteceu com meu pai.

Ela balança a cabeça com sua teimosia. — Você ainda é

muito jovem, Matt, você tem apenas trinta e cinco anos.

— Sim, bem, os meus trinta e cinco anos contam em dobro.

— Sorrio com ironia e inclino-me para trás na cadeira,

olhando para o meu avô. — Eu estava mais perto de meu

pai do que o vice-presidente para um mandato e meio.

Estou fazendo isso, e quando eu chegar ao topo, o meu

gabinete será nomeado com base no mérito, e não por

favores políticos que devo.

— Droga, menino, você tem vontade própria, mas você

precisa olhar para o retrato grande aqui. Recursos não

podem ser negado.

— Eu não estou negando. Simplesmente confio que tenho

meus próprios recursos para combatê-los.

Avô suspira. Ele se levanta e abotoa seu casaco, em

seguida, beija a minha mãe na bochecha. — Obrigado,

Eleanor. — Ele olha para mim quando levanto também. —

Você está fazendo inimigos poderosos, Matt.

— Eu vou ser ainda mais poderoso.

Ele ri e balança a cabeça em descrença, então dá um

tapinha nas minhas costas e diz: — Eu vou apoiá-lo. — Diz

relutante e mal-humorado, sai, e minha mãe suspira.

Eu olho atrás dele. Suas palavras atingiu um alvo, embora

não o alvo que meu avô tinha apontado.

Todo esse esforço, o sonho que estou perseguindo... Estive


determinado a fazê-lo sozinho. Eu vi o que a negligência do

meu pai fez com a minha mãe. Eu experimentei em primeira

mão o que isso fez para mim. Eu não gostaria de desejá-lo a

alguém que eu for cuidar.

Mas a ruiva, planejadora de olhos azuis com um coração

gentil e que tem um verdadeiro amor por seu país continua

martelando na minha cabeça. Pela primeira vez, eu me

pergunto como seria alcançar as alturas enquanto desejo

alguém ao meu lado.

— Matt. — Minha mãe aperta os lábios enquanto trava uma

batalha interna, uma batalha de mãe entre apoiar seu filho

ou protegê-lo. — Você quer usar a Casa Branca para mudar

o mundo, e eu vou apoiá-lo. — Ela caminha até mim e me

puxa em seus braços para falar no meu ouvido. — Mas isso

vai mudar você antes de você poder mudar um centímetro

dele, — diz ela, infelizmente, beijando minha bochecha.

Eu arrasto minha mão sobre meu rosto em frustração

quando a vejo subindo as escadas. Ela é uma mulher forte,

mas a força também se quebra. Quando o pai ganhou, ela

passou de cidadã privada para o público e tratada com

graça e estilo.

O país nunca viu seu sofrimento quieto quando lentamente

perdeu meu pai para o seu trabalho e, em seguida, duas

balas, uma no estômago e outra no seu coração.

Sim, a Casa Branca mudou a todos nós.

Mas o que acontece na Casa Branca se reflete em toda a

nação, e eu estou determinado a mudar as coisas para

melhor.

Eu ainda terei um dia muito agitado, quando saio e subo a

bordo do Lincoln preto que Wilson estacionou na porta da

frente.
Entro em silêncio e vou em direção a minha primeira

palestra do dia. Na minha mente, Charlotte está ofegando

enquanto deslizo meus lábios pela sua bochecha e na

direção dela. Ela está segurando a respiração quando

pressiono suavemente, testando ela, quase perdendo o

controle quando percebo o que ela quer.

Ela quer tanto quanto eu.

Empurro o pensamento de lado quando o carro para, e saio

para a multidão.

— Matt! — Ouço meu nome me cercando, e começo a

apertar as mãos em ambos os lados do povo que me cerca,

o maior número possível no meu caminho para o edifício

principal, agradecendo-lhes por terem vindo.

16

CAFÉ

Charlotte

ESTOU nervosa no dia seguinte depois do que

aconteceu no carro entre Matt e eu. Estou na cozinha, tipo

me perguntando se eu deveria ir e dar-lhe um copo de café.

Talvez porque eu queira falar sobre isso, para saber por que

ele me beijou. Ou talvez porque eu quero vê-lo.

Antes que eu possa pensar melhor, eu despejo duas xícaras

com a lembrança do momento que ele trouxe café para a

minha mesa naquela noite. Coloco o meu na minha mesa no

mesmo local que ele fez, então até o escritório dele e abro a

porta.

— Posso entrar?

Matt estava olhando algum documento e quando ele

levanta os olhos para me olhar por cima dos aros dos

óculos, meu coração tropeça um pouco. Ele acena uma

permissão, e eu começo a andar, mas Jack levanta de onde


ele estava deitado perto da mesa de Matt.

— Oi, Jack, — eu digo sem jeito. — Eu te trouxe café, — Digo

a Matt quando ele fica de pé.

Quando entrego o copo quente, o cão corre em direção a

Matt e salta tentando desesperadamente lamber a caneca

de café, acidentalmente derramando todo o seu conteúdo

sobre a camisa de Matt.

— Jack, senta! — O cachorro senta-se imediatamente, mas o

café já está encharcando a camisa. — O café é sua

fraqueza.

— Isso é definitivamente algo que você não pode opinar.

Como é a sensação de viver uma vida sem vícios? —

Pergunto.

Ele pisca para mim enquanto atravessa a sala para fechar a

porta. Quando passa, faz o calor aumentar uma vez mais, e

diz, perto do meu ouvido: — Eu não teria tanta certeza

sobre isso.

Parece que meu estômago se iluminou como fogo com a

combinação de suas palavras e o olhar em seus olhos

quando levanta as mãos e começa a desabotoar a camisa.

De repente, eu estou olhando para uma expansão de peito

nu.

Ele é tão quente que eu mal posso respirar.

Embora seja um fato bem publicado que Matt Hamilton

parece incrível em roupas, incrível não pode mesmo

capturar a perfeição atlética completa de sua forma e

músculos. Cada músculo do peito é definido e flexiona com

dureza. Ele também tem cabelos escuros sedosos em seu

peito e eu acho isso tão quente que o calor inunda entre

minhas pernas.

Algo quente e feminino começa piscando na minha barriga


quando olho impotente para ele.

— Pode me passar a camisa da campanha? — Ele pergunta.

Olho para as prateleiras atrás de mim. Pego uma camisa

branca com o logotipo roxo com o número 16 de Hamilton. É

como uma camisa esportiva.

Entrego, tentando não notar como sua calça acentua seus

quadris estreitos, junto com os ombros largos formam um

estilo de pirâmide invertida com sua cintura estreita, e com

esse abdômen de enlouquecer me faz querer rastrear cada

gominho com meus dedos. E essas armas incríveis ficam

bem visíveis, os bíceps protuberantes enquanto ele levanta

a camisa sobre a cabeça.

— Eu gosto disso. — Aponto nervosamente para a camisa.

— Queria que alguém testasse. Acho que encontrei.

Ele puxa-a sobre a cabeça, e eu engulo. Oh Deus.

Eu não posso parar a sondagem.

Ele joga a camisa manchada de lado e passa os dedos pelo

cabelo. Jack furtivamente se levanta e está lambendo o café

aos meus pés.

— Ah, não, Jack. — Eu me ajoelho e tento pará-lo. Matt trata

de agarrá-lo pelo colarinho e leva-lo embora.

— Bem, eu não acho que ele conseguirá dormir, — digo, por

meio de um olhar de desculpa.

— Nenhum de nós dois conseguirá.

Vejo-o sorrir para seu cachorro e passar a mão sobre a sua

cabeça, mesmo quando ele franze a testa para ele por ser

pernicioso. — Você nunca dorme, não é? — Deixo escapar.

Ele levanta o olhar. — Tem muito coisa na minha cabeça.

Tenho sorte se eu conseguir algumas horas seguidas. —

Vejo-o agarrar sua camisa encharcada e pendurar nas

costas da cadeira.
— Eu poderia lavar isso para você, Matt, — digo. Isso

apenas deslizou pelos meus lábios, mas estou mortificada

um segundo depois que me ouço dizer isso.

Matt olha para a camisa.

— Eu quero dizer... a menos que você tenha... que você

provavelmente tenha alguém para lavar a sua roupa.

— Sim. Lavagem a seco. — Ele ri. Sinto-me estúpida quando

ele se inclina com o guardanapo que tinha trazido com o

copo de café, então faz uma bola e joga na lata de lixo. —

Mas essa é a proposta mais excitante que já recebi de uma

mulher.

— Sério. Eu realmente teria suas roupas lavadas.

— Estou tão surpreso quanto você está.

Eu rio, então eu mordo o lábio e pego a camisa pendurada

na parte de trás da cadeira. Seus olhos estão super

quentes. Vou para fora da sala com sua camisa dobrada em

meu braço.

Eu não dormi mais do que quatro horas naquela noite.

Não consigo parar de pensar nele, e o fato de que

estávamos flertando e seus olhos eram quentes e ele é tão

quente, e eu não tenho certeza se eu gosto disso.

Viro e salto para fora da cama no início da manhã. Estou no

escritório antes de qualquer pessoa. Coloco a camisa limpa,

perfeitamente dobrada, em sua mesa para quando ele

chegar – sei que está perfeita, porque tentei dobrar um

milhão de vezes.

— Bom dia, Matt.

Eu ando até ele, e ele pega meus dedos por um segundo

enquanto passo. — Bom dia, Charlotte.

17

BACIA DAS MARÉS


Charlotte

NAQUELE DIA, DEPOIS DO ALMOÇO, Matt para no meu

cubículo, onde Alison está me mostrando alguma foto dele

em um evento que estão fazendo meus dedos enrolarem.

— Como está o meu mês? — Ele olha para mim, e de

alguma forma parece como se “mês” significasse outra

coisa, seu olhar é lancinante.

Eu engulo ao vê-lo em uma camisa de negócios e calças

pretas lisas. — Ocupado, — apresso-me em dizer.

Eu não sei como essa pequena inclinação de seus lábios

pode causar uma grande inclinação na minha cavidade

torácica. — Do jeito que eu gosto. — Ele sorri para mim,

acena para Alison, e Alison dobra rapidamente as imagens

contra o peito e sai.

Matt fica na entrada por um momento. A área é um pouco

menor quando ele vem, anda em volta da minha mesa, e se

inclina sobre meu ombro para olhar para o meu projeto. —

Quando estou livre esta noite? — Ele pergunta.

Um arrepio percorre minha espinha, ouvindo sua voz tão de

perto.

Tento parar o salto do meu coração quando baixo a página e

sinalizo com meu dedo para mostrar a ele.

— Perfeito. — Ele inclina mais um pouco junto ao meu

ouvido. — Eu vou buscá-la às seis.

Não pergunto para onde estamos indo ou por que,

simplesmente aceno quando ele sai.

Estou tremendo de nervosismo enquanto vou para casa

trocar de roupa. Nem sequer sei o que vestir, mas opto por

uma saia e um top de seda. Por alguma razão fico mudando

de sapatos para sapatilhas, e a instintiva vontade de

parecer feminina e um pouco sexy vence. Acho que não


estou orgulhosa disso, mas que seja. Coloco um salto alto.

ÀS 6 DA TARDE, Matt está lá embaixo esperando

dentro de um Lincoln Town preto, e com um detalhe, Wilson,

abrindo a porta para mim. Estou uma pilha de nervos. A

memória do seu sussurro mantém um formigamento na

minha espinha, quente e emocionante.

Subo na parte de trás do carro, surpreendida ao notar Matt

vestindo moletom preto e uma camiseta preta. E tênis.

Seu cabelo está perfeito. Ele parece como uma propaganda

de revista para a Nike.

Enquanto Wilson nos leva para o tráfego, estudo minha

própria roupa – uma saia e uma blusa e sapatos de salto – e,

finalmente pergunto: — Estamos indo correr?

Matt está olhando para os meus sapatos com uma

inclinação nos lábios, seus olhos subindo para os meus. —

Mais como algumas caminhadas à luz do dia.

— Eu... — Desamparada, olho para os sete centímetros. —

Isto vai ser um problema, — eu digo.

Ele apenas sorri para mim, mas não parece especialmente

com o coração partido. — Vai.

Ficamos na traseira do carro passando pela cidade em

silêncio, franzo a testa para ele, perguntando por que ele

não parece preocupado. Matt nunca me pareceu egoísta.

— Wilson, pare para que a Senhorita Wells consiga um par

de tênis.

— Espere. Matt! — Eu protesto.

Ele pega um boné da Nike branco na parte de trás do carro

e também coloca um par de óculos Ray-Ban. — Dois

minutos, nós estamos dentro e fora, — ele diz a Wilson

enquanto sai e olha para dentro. Uma sobrancelha sobe em

questão. — Você vem?


Dois minutos no interior do centro comercial acabam sendo

vinte.

Tento um par de Nike branco e rosa que eu sempre quis, e

quando eles se encaixam perfeitamente, Matt olha para

Wilson e Wilson pega a caixa e vai pagar, enquanto Matt e

eu esperamos do lado de fora da loja. As pessoas estão

olhando em sua direção especulando, mas não tem certeza,

e Matt mantém seu olho em seu telefone para evitar

atenção.

Quando estamos de volta no carro e ele empurra o boné e

os óculos de sol e os coloca de lado, eu digo: — Eu acho que

os Hamiltons nunca tem qualquer privacidade.

Ele sorri para mim, mas com um olhar assombrado em seus

olhos. — Nunca.

O carro anda.

Ele admite, — Eu tinha quase me esquecido como era mais

simples.

Mais simples.

Gostar... de andar comigo, eu percebo. As pessoas vão ver.

Estou ansiosa agora.

— Vire o carro.

Ele balança a cabeça, chocado. — Como?

— Vire o carro, Matt.

Ele ri e arrasta uma mão sobre o rosto, como se eu o

exasperasse.

— Sério. Isso pode parecer uma coisa que não é. Diga-lhe

para virar. — Arrasto meus olhos até Wilson, em seguida,

olho para Matt.

— Eu não posso. — Ele balança a cabeça em perplexidade.

— Por que não pode? — Eu estou ficando impaciente, e

assim ele também.


— É o único buraco na minha agenda aberto e minha única

chance de ficar sozinho com você por um tempo. — Ele olha

para Wilson pelo espelho retrovisor quando o carro para e

diz-lhe: — Vejo você no Memorial Jefferson daqui a duas

horas.

Ele abre a porta para mim e eu pego o bloco de notas para

manter isso profissional. Seus lábios sorriem quando ele vê

isso, mas não diz nada quando começamos a descer a

trilha, que fica em torno de uma grande massa de água azul

rodeada por um caminho que corre ao redor da

circunferência da Bacia8

. A partir daqui você pode ver o

monumento de Washington, as altas colunas e cúpula

branca majestosa do Memorial Jefferson, e à direita na

frente, o local onde as primeiras cerejeiras foram plantadas.

É primavera, e as árvores estão totalmente florescendo,

suas longas pernas finas pontilhada com flores de cerejeira.

É um dia frio, mas o sol aquece o meu rosto enquanto

caminhamos em direção ao memorial mais próximo, que foi

construído há poucos anos.

— Eu nunca fiz este passeio antes, — Admito. Paro na

enorme escultura em mármore de Martin Luther King Jr. —

Eu só estive nesta área uma vez, realmente, quando meu

pai me trouxe para o pedalinhos.

— Robert veio no pedalinhos? Gostaria de ter visto isso, —

Ele parece se divertir com o pensamento enquanto absorvo

o monumento de trinta pés de altura de um homem cuja

citação é uma das minhas favoritas, “A escuridão não pode

expulsar a escuridão; apenas a luz pode fazer isso. O ódio

não pode expulsar o ódio; só o amor pode fazer isso.”

Eu percebo que Matt está me observando, como se ele


soubesse a citação de memória, mas não a visão de mim.

Minhas bochechas aquecem quando começo a andar pela

trilha ao seu lado.

Ele olha para os nossos pés, para de andar e abaixa para

amarrar meus tênis de corrida.

Estou sem fôlego quando ele está de pé com toda a sua

altura intimidante e sacode a cabeça para a cúpula branca

do outro lado da água. — Vê aquilo?

Olho em volta, pensando que ele viu alguns repórteres.

Chame isso de paranoia.

— Não vi nada. — Eu estou tentando descobrir se alguém

está reconhecendo-o com seus um metro e oitenta, um

homem lindo de morrer, quem não olharia? Rapidamente

abro meu bloco de notas e finjo rabiscar alguma coisa.

Ele ri e vira a cabeça para me virar para enfrentar a água. O

toque envia uma corrente elétrica pela minha espinha e eu

não consigo ver direito. — Sério? Você acha que esse

pequeno bloco faz diferença? As pessoas vão ver o que eles

querem ver. Isso não é diferente do que as nossas corridas

matinais. Agora olhe.

— Para o quê?

Ele ri baixinho. — Pare de falar e olhe.

Matt vira meu rosto uns 30 centímetros sobre a água, e

vejo. Como os monumentos refletem na água, a água

redobra o efeito da sua beleza.

Olho para o edifício clássico branco através da água. — Oh.

E ele está olhando para mim, com seu dedo no meu queixo.

— Leve-me, — eu digo, em seguida, limpo a garganta

quando vejo a risada masculina em seus olhos quando

aponto para o Memorial Jefferson. — Quero dizer, me leve

lá. Eu nunca estive lá dentro.


— Esse é o plano. — Ele sorri, obviamente, sendo ainda

apenas um cara com a mente de um indivíduo com um

nome famoso.

Seguimos em frente, meu corpo extremamente consciente

do seu movimento ao meu lado.

Nós passamos uma pedra japonesa e outros memoriais, até

chegar ao Memorial Jefferson.

Damos alguns passos, atravessamos as colunas brancas

altas, e entramos no edifício cavernoso até estarmos de pé

sob uma enorme cúpula. Inscrições cobrem as paredes de

mármore. De frente e no centro, e de pé em cima de um

grande bloco de mármore está um monumento de seis

metros de altura maciço para Jefferson, terceiro presidente

dos Estados Unidos, um dos nossos fundadores.

Chegamos num banco perto de um dos painéis, que tem

uma citação da Declaração de Independência.

Olho em torno do lugar. É um daqueles monumentos que é

um pouco mais de difícil acesso, porque não há espaço de

estacionamento do lado de fora. Parece como se ele tivesse

sua própria ilha... longe de tudo, mas tão perto do coração

da cidade ao mesmo tempo.

— Você sempre encontra lugares distantes para fugir e

pensar? — Pergunto a Matt.

— Eu costumo vir sozinho.

As manchas escuras em seus olhos estão um pouco mais

escuras quando ele me leva sob as luzes amarelas quentes

acima de nós. Há uma chama brilhante ali, em seus olhos.

— Exceto que fico desejando algum tempo sozinho com

você. — Seus lábios se inclinam com travessura.

Seu sorriso logo desaparece e sombras entram nos seus

olhos.
— Seria mais fácil se eu não concorresse. Durante o tempo

do meu pai na Casa Branca, eu costumava sonhar com a

liberdade. Mil vezes, meu pai disse que eu seria presidente.

Ele disse aos seus amigos, aos amigos dos amigos, e muitas

vezes repetia para mim. Eu ria e desdenhava.

— Ele me disse também, — eu digo bem-humorada, e o

calor do seu sorriso envia arrepios pelo meu corpo.

Ele não faz nenhum esforço para esconder o fato de que

está olhando para mim com ternura. — Ele disse, não foi?

Os olhos dele.

Simplesmente me comem.

— Eu perdi meu pai no dia em que ele decidiu que ser

presidente seria o seu legado. — Seus olhos estão nivelados

nos meus sobre suas sobrancelhas desenhadas. — Ele

tentou fazer malabarismos com tudo, mas ele não

conseguiu. Nós ficamos pensando quando acabou que ele

seria nosso de novo. Mas ele continuou promissor quando

acabou, ele tinha tempo para nós de novo.

Engulo um nó de emoção na minha garganta. Eu sei o que

vem a seguir.

— Nunca aconteceu. — O brilho frio nos seus olhos envia

um frio através de mim.

— Já se passaram milhares de dias desde então. Muitos

anos vivendo no passado. Muitos anos me perguntando por

que. Muitas noites querendo que as coisas estejam bem no

nosso país.

Estamos em silêncio.

Existe uma tensão que emana dele, pulsando em torno de

mim, tentando envolver meus braços em torno dele e

simplesmente esmagá-lo contra mim se isso fosse mesmo

possível.
Matt olha para a estátua e arrasta a mão pela mandíbula.

— Charlotte, tenho um enorme respeito por você e sua

família. De muitas maneiras, eu me sinto responsável por

você.

— Matt, você não é, você não é responsável por mim...

— Eu não deveria querer você, — diz ele, me cortando.

— O quê? — Meus olhos se arregalam em descrença.

O que posso dizer quando ele olha para mim dessa

maneira?

Ele está olhando para mim como se estivesse frustrado por

me querer.

O silêncio se instala entre nós.

— Eu penso em você. Eu penso em você muitas vezes, se

você quiser saber, — diz ele.

Nervosamente dobro uma mecha de cabelo atrás da minha

orelha e olho para o meu colo. — Eu penso em você

também.

Meu comentário parece vir com nenhuma surpresa. — Então

o que vamos fazer sobre isso? — Ele pergunta baixinho.

— Nada, — eu digo.

Ele ri, e arrasta uma mão sobre o rosto e com impaciência,

balançando a cabeça. — Nada não tem significado no meu

vocabulário. É arriscado? Sim. É egoísta da minha parte?

Talvez. Mas eu não estou só fazendo nada.

Engulo. — Matt. — Olho em volta nervosamente, tentando

afastar-me do caminho que essa conversa tomou. — Você já

percebeu que as pessoas poderiam falar se alguém nos

reconhecer? Por que você me trouxe aqui?

— Não é óbvio? Eu sabia que você ia adorar isso aqui.

Sorrio. — Eu realmente adorei, seu homem perverso. —

Tento empurrar seu peito, brincando, mas ele pega meu


pulso e me puxa mais perto, seus olhos escuros.

— Eu sou tão perverso que você não tem ideia.

Ele está olhando para a minha boca como se quisesse beijála.

Matt está olhando para a minha boca como se fosse devorála.

— Você sabe que não pode me beijar, — falo enquanto

olhamos um para os lábios do outro.

Ele roça o polegar sobre meus lábios. — Eu posso beijar

você. Eu definitivamente quero beijar você. Acho que nós

dois sabemos que eu quero beijar você. Longa e

profundamente. Quero a minha língua rolando na sua,

Charlotte, e quero seus pequenos gemidos delicados,

também.

Deus me ajude. Tenho certeza de que nada poderia parar

este homem de conseguir qualquer coisa que quer. Exceto,

eu, talvez.

Porque Rhonda está certa.

O que estamos fazendo juntos me transcende, o transcende

também.

E mesmo que eu tenha vinte e dois anos, sei que fazer Matt

voltar para a Casa Branca será a maior coisa que já fiz.

— Exceto... que C é de campanha. Nós não podemos fazer

algo tolo, — eu digo, tentando fazer lavagem cerebral em

mim mesma afirmando que não quero isso tanto assim.

Ele sorri com ternura. — Se você me perguntar agora, C é

de Charlotte vindo nos meus braços.

Chocada e sem fôlego por sua franqueza, viro para olhar

cegamente a inscrição de liberdade na parede em frente de

mim, de todos nós tendo liberdade. E, no entanto nunca fui

mais consciente de não ter a liberdade de me apaixonar por

este homem.

— Não haverá nada disso, — eu digo.


Matt desliza a mão para acariciar o topo da minha, fazendo

uma pausa e deixando sobre a minha quando um grupo de

adolescentes entra na caverna, e ele aperta o maxilar e

permanece em silêncio enquanto, felizmente, eles não

olham em nossa direção.

Desloco-me no banco, uma polegada de distância do seu

toque, então volto para Matt e estreito os olhos em suspeita

exagerada, perguntando como muitas mulheres

conseguiram sua atenção. E quanto tempo dura. — Por que

você não está casado ainda, de qualquer maneira?

— Eu estava esperando que ela crescesse.

Ele está inclinado para frente agora para recuperar o espaço

que acabei de colocar entre nós, seus olhos dançando de

uma maneira que faz meu coração bater forte um milhão de

milhas por hora.

— Bem, — me atrapalho procurando uma resposta, — Acho

que é por isso que você é um playboy, você ficou praticando

todo esse tempo, então sua noiva criança pode,

eventualmente, apreciar a sua experiência...

— Ela vai adorar isso. — Ele acena com a cabeça.

— Ok, — eu digo levianamente. Como se meu estômago não

estivesse embrulhado e eu não estivesse apertando minhas

coxas juntas aqui sentada.

A sobrancelha de Matt levanta. — Você não acredita em

mim?

— Oh, eu não quero uma amostra. Obrigada. Além disso,

você não pode ter uma mulher como eu.

— Mulher? — Ele zomba. — Você tem o quê? Dezoito anos

de idade? — Ele se inclina para trás e estica o braço, me

olhando.

— Dezoito de seus cinquenta! — Atiro de volta.


Ele está inclinado para frente de novo, seu ombro tocando o

meu, e a provocação em seus olhos tornou-se mais perigosa

e excitante, um pouco mais desafiadora.

— Um dia eu vou fazer todas as coisas que eu preciso. E ela

vai ser minha. Marque minhas palavras.

— Será que ela já sabe disso? — Eu pergunto, em voz baixa.

— Eu já disse a ela, — diz ele.

Sua voz é grossa e baixa, mas seus olhos ainda estão

acesos com travessura.

— Talvez... talvez ela já seja sua.

— Ela é?

— Só um pouquinho, — eu digo, levantando o polegar e o

dedo indicador para desenhar um centímetro.

Ele olha para os dedos, depois para mim.

— Eu não sou um homem que está satisfeito com apenas

um pouco. — Ele sorri.

— Isso é tudo que ela tem.

Ele balança a cabeça. — Ela pode fazer melhor. Muito

melhor.

Os adolescentes saem do memorial, e Matt e eu estamos

sozinhos novamente.

Ele desliza a mão para a parte de trás do meu pescoço em

um gesto de propriedade, então ele olha nos meus olhos de

uma forma tão possessiva que um milhão de borboletas

vibram no meu estômago. Um sorriso começa a puxar os

cantos de sua boca. — Venha aqui, Charlotte, — ele

suavemente comanda.

Congelo.

Ele disse que não quer dizer para não fazer nada, e agora

eu posso ver em seus olhos que ele tem um monte de coisa

em mente.
O sorriso de Matt desaparece, e ele agarra a parte de trás

do meu pescoço e me puxa para mais perto, então ele

inclina a testa na minha, seus olhos me segurando

encantada. — Eles vão tentar encontrar sujeira em mim.

Qualquer coisa que possam encontrar. Eu não quero que

você esteja nessa lista. Você é melhor do que três minutos

no noticiário da noite para atacar meu caráter.

— Eu não estaria preocupada comigo se isso não afeta você,

— eu respiro.

— Eu posso lidar com seus ataques. Eu não quero que eles

ataquem você, — ele fala com raiva.

Ele raspa o polegar sobre meu lábio inferior.

Impulsivamente, lambo a ponta de seu dedo.

Em um piscar de olhos, seus olhos escurecem com

necessidade. Então ele cautelosamente inclina meu rosto

quando abaixa para trazer nossos olhos para o mesmo

nível. Primeiro ele fuça meu nariz e acaricia seu polegar

novamente em meu lábio inferior. Ele pressiona suavemente

em meus lábios para abrir minha boca. Meus olhos fecham.

Cada pensamento na minha cabeça se torna nada quando

ele rapidamente pega minha boca com a sua.

Tudo desmorona.

Ele me beija suavemente no primeiro segundo, e então sem

desculpas, profundamente, acelerando como um motor de

um foguete, seguido pelo lançamento para o espaço, e

então eu estou em uma galáxia de estrelas brilhantes e

noite sem fim, perdida e flutuando, aquecida por um sol que

não posso ver, e sua boca um vórtice com fome, um buraco

negro delicioso, me sugando.

Ele segura meu rosto com uma das mãos, fazendo as coisas

mais perversas com minha língua até que ele retira seus
lábios, olhando para minha boca.

Olha meus lábios beijados enquanto desliza a mão por baixo

da minha saia, tocando a pele nua no interior da minha

coxa. A ponta do dedo me toca por cima da minha roupa

íntima – trilhando um caminho suave no meu sexo molhado.

É um toque fantasma – mal está lá, mas provoca um tremor

arrepiante em mim.

Gemo, e sua testa paira sobre a minha enquanto

arquejamos e deslizamos nossos lábios um no outro. Matt

lambe meu lábio inferior, então dentro da minha boca antes

de recuar.

Ele coloca seu rosto no meu e cheira meu pescoço. Ele

geme novamente e me beija, língua mergulhando

acaloradamente. E abandonando-me segundos depois.

— Você está me torturando? — Suspiro, tão excitada que

meu corpo inteiro está tremendo.

Ele está respirando com dificuldade, seu peito se

expandindo a cada respiração. — Se eu estou torturando

você, então o que estou fazendo a mim mesmo não tem

nome.

— Você é inalcançável, Matt. — Eu olho para o rosto de capa

de revista. — Matt Hamilton. Você é tão inalcançável, você é

como um cartaz, algo que eu posso olhar, mas não tocar.

Um olhar sombrio se instala em seu rosto quando ele se

inclina para frente novamente.

Estou irrefletida, e sem mente quando ele pressiona

novamente seus lábios nos meus. Um beijo com apenas um

movimento de sua língua. Tão perfeito e tão certo, que me

esqueço que é errado. Eu inspiro, e ele me inala através de

sua boca.

Eu gemo seu nome neste momento.


— Matt.

Isso não pode funcionar. Não vai funcionar. O escândalo que

causaria, a forma como iria arruinar tudo o que ele – pelo

que nós – tão metodicamente trabalhamos.

— Eu vou encontrar uma maneira de fazê-la ficar sozinha

comigo. Eu quero passar tempo com você. Eu quero sentir

mais de você, — ele fala grosso, beijando minha orelha, sua

respiração quente e batendo na minha pele, trilhando os

dedos para cima e para baixo da minha coxa, debaixo da

minha saia.

Seus dedos varrem toda a minha calcinha de novo,

provocando outro gemido dos meus lábios.

— Eu gostaria disso, — eu gemo quando ele esfrega minha

protuberância um pouco.

Ele olha para mim com possessividade, observando-me

recuperar o fôlego e gemer enquanto esfrega mais forte,

quando um novo grupo de pessoas passa pelo monumento.

Ele aperta a mandíbula, então suavemente puxa sua mão.

Eu respiro, — Isto é um erro?

— Não vai ser. — Sua voz é firme. Olhos piscando e

determinados quando levanta a cabeça para fazer a

varredura da multidão. — Vamos, — ele diz gentilmente,

tomando meu cotovelo e me guiando.

Nós voltamos para o carro em silêncio, a mão na parte

inferior das minhas costas enquanto ele me guia para o

banco traseiro. Seu toque me queimando – lembrando onde

esteve mais cedo.

Matt

CONDUZO Charlotte para dentro do carro, e Wilson me

lança um olhar pelo espelho retrovisor quando se instala.

Atiro outro de volta, dizendo para salvá-lo.


Fecho a partição entre nós, e meu olhar pousa em Charlotte.

Ela senta-se calmamente na parte de trás do carro, e porra,

não posso tirar o gosto dela da minha boca. Meu coração

está retrocedendo em minha caixa torácica, o meu corpo

tenso de desejo. A sensação do local úmido que eu

acariciava entre suas pernas está gravado na ponta dos

meus dedos.

Eu poderia me sobressair em estar no controle e posso me

sentir protetor com ela, mas eu sou um homem. Eu tenho

instintos; tenho necessidades. E essas necessidades estão

sendo construídas todos os dias olhando para ela, a cada

noite pensando nela, e agora eu só preciso muito dela. Eu

quero provar sua boca novamente. Eu quero provar cada

polegada sua até que ambos nos afoguemos em prazer e,

em seguida, eu quero fazer tudo novamente.

Eu estudo o perfil dela e Deus, ela é tão bonita.

— Devemos esquecer o que aconteceu? — Ela pergunta,

trazendo seus olhos nos meus.

Eu sorrio, balançando a cabeça negativamente.

— Não, — eu digo a ela, minha voz grossa.

Eu estendo a mão e gentilmente pego a parte de trás do

seu pescoço, puxando-a para mim, incapaz de resistir ao

esmagamento dos seus lábios sob o meu.

Quando a sinto, esfrego minha língua ao longo da sua,

persuadindo-a a deixar ir enquanto uso minha outra mão

para apertá-la, em volta da cintura e costas, puxando-a

para que seus seios sejam esmagados contra meu peito e a

única coisa entre mim e sentir seus mamilos pequenos

exuberantes, é nossas roupas.

Ela é toda macia, e Deus, como cheira bem, e todo o resto

dela.
Gemo com o pensamento de tê-la debaixo de mim, devassa

e selvagem. Quando as coisas esquentam e eu tenho seu

peito em uma mão, o mamilo enruga quando meu polegar o

circula, nossas respirações ofegantes se tornam audível na

parte de trás do carro e eu beijo seus lábios, então sigo um

caminho da pele no pescoço e mandíbula. E paro na parte

de trás da orelha dela, onde a sinto tremer e parece ficar

ainda mais louca de desejo.

Nós dois estamos fora de controle, uma urgência com

nossos beijos, nossos movimentos, nossa necessidade.

Eu deslizo minha mão sob sua saia e coloco sua calcinha de

lado, facilitando meu dedo médio através de sua abertura.

Ela sacode e seus dedos afundam em meus ombros, suas

respirações explodem para fora dos lábios e na minha boca.

— Eu quero você, — eu digo a ela, mergulhando minha

língua em sua boca enquanto eu puxo o dedo e insiro-o de

volta, sentindo-a estremecer de prazer. — Quero que você

se contorça de prazer assim, — eu prometo.

Alivio a pressão e olho para ela, e Charlotte inala

profundamente enquanto afago meu dedo do lado exterior

das suas dobras, agora liso e me querendo.

Eu sorrio e esfrego a ponta do meu dedo polegar da outra

mão ao longo de seu lábio inferior, puxando-o para além do

topo.

Eu gemo quando a sua respiração pega, recebendo um

último gosto dela e uma última sensação do seu sexo

apertando ao redor do meu dedo quando o conduzo para

dentro.

Estou brincando com fogo e não me importo.

Esta garota faz isso comigo, da maneira como seu cabelo

cheira à maneira como ela se move agora enquanto movo


meu dedo. Eu nunca quis ter uma mulher da maneira que

eu quero ela.

Quando o carro para, seguro seu rosto entre as mãos, alivio

de volta, e abaixo minha testa na dela, o meu olhar

pairando no rosto dela enquanto eu olho em seus olhos

vidrados, cheios de luxúria. — Vou encontrar o momento

certo para nós. Vamos manter a nossa cabeça no jogo. Por

agora. — digo.

Um sorriso trêmulo aparece em seus lábios, em seguida, ela

sai do carro para seu apartamento. Pressiono o botão do

microfone.

— Espere até que ela esteja em segurança lá dentro, — digo

a Wilson. — E nem sequer diga uma palavra.

— Eu não disse merda nenhuma, — diz Wilson.

Rio para mim mesmo, meus olhos caindo sobre as costas

dela. Meu sangue está fervendo em minhas veias quando a

vejo desaparecer. Levo meu dedo até minha boca, chupo

seu sabor doce e ácido, e fecho os olhos. Deixo cair a minha

cabeça para trás e olho para o teto do carro, exalando

fortemente enquanto abaixo minha mão.

Manter a nossa cabeça no jogo, eu disse. Embora ela e eu

saibamos que há outro jogo que estamos jogando agora.

QUANDO CHEGO ao meu apartamento, meu melhor

amigo da faculdade, Beckett, está à porta, vestido com

jeans e uma gola alta, com a sua habitual camisa formal

envolto em torno de seu pescoço.

— Bem, olá, Romeo, — ele ri.

Franzo a testa com o comentário, abro a porta e o deixo

entrar, jogando minhas chaves e minha carteira na mesa de

café.

— Temperamental. Suponho que é a ruiva, — diz Beckett.


— O quê? — Viro-me para encará-lo, e Beckett parece

surpreso com o quão rápido ele foi capaz de me fisgar,

quando normalmente... Eu nunca mordo a isca.

— Está tudo nas notícias. Você a levou para fazer compras.

Que delicado, — Beckett explica, rindo na última palavra.

O que...

Ando pela sala de estar, ligo a televisão e pego uma

manchete.

“Matt Hamilton faz compras com misteriosa ruiva...”

— Jesus. — Eu jogo o controle remoto de lado, soco minha

mão em um travesseiro, então tomo uma cerveja e jogo

uma para Beckett quando caio no sofá. — Esta garota me

faz perder a cabeça. — Arrasto minha mão sobre meu rosto,

meus molares cerram com força suficiente para quebrar o

queixo de um homem.

— O que está acontecendo?

— Ela está na minha campanha. É a filha do Senador Wells.

Ele suspira. — Matt, merda, cara, você precisa ter cuidado.

— Que inferno, eu sei disso. Você acha que eu não sei? —

Raspo minha mão em meu queixo, tentando soltá-lo, então

tomo um gole da minha cerveja, deixo cair a cabeça para

trás no sofá, e expiro. — Eu estou tão envolvido com esta

garota. Com a tensão da eleição, e o fato de que a vejo

todos os dias, eu estou ficando louco. — Balanço minha

cabeça.

Foi imprudente – e isso não importava. Nada importava,

além de alimentar essa sede selvagem. Livrar-se da porra

da sensação de ter as mãos atadas. Saciar a fome de tocála, sabendo muito bem que ela
queria, desejava tanto

quanto eu.

Eu não só desejo esta garota, eu gosto de estar com ela.


Crescendo do jeito que cresci, parece que mil e uma

expectativas estavam empilhadas em mim, uma após a

outra. Pode ser estranho quando as pessoas te colocam em

um pedestal.

Isso desgasta você, ter que ser o melhor homem o tempo

todo, para viver sempre com o nome Hamilton.

Todo mundo sempre quis que eu fosse algo maior do que eu

sou. Para guardar e seguir o legado de meu pai e o nome da

família.

Mesmo que pareça que meu único desejo é ser exatamente

isso, com ela, parece que ela quer que eu seja nada mais do

que eu sou, e nada menos. Os poucos momentos juntos que

tivemos, eu fui capaz de ser livre com ela. Ser real com ela.

Ela é a única mulher que eu já estive verdadeiramente

confiante de que não vai sair da minha cama e levar a

nossa história para a imprensa. A única garota com quem

estou, não há desconfiança nenhuma, nem de mim, e nem

dela.

Mas também sei que eu posso ter uma dose de pó mágico

com o público. Eles têm me perdoado por todas as minhas

transgressões, rumores ou reais. Mas não posso dizer que

seriam tão bons com ela se isso vazar.

— Sim. Eu preciso ser mais cuidadoso. — Eu olho para

Beckett com uma tonelada de frustração pesando sobre

mim.

Três familiares batidas de Wilson ressoam na sala, e ele abre

a porta. Eu sei o que ele está prestes a dizer. A imprensa

está provavelmente do lado de fora. E eles querem um

comunicado.

— Estão todos lá fora? — Ele sabe muito bem quem são.

— Sim.
Eu fico de pé. — Vamos, Beckett, vamos dar-lhes uma

diversão para mantê-los longe de sua porta.

— Como você pode ficar tendo que dar uma declaração

para cada vez que você fizer uma merda, cara? — Rosna

Beckett.

— Você se acostuma com isso.

18

RUMORES

Charlotte

NA MANHÃ SEGUINTE, todo mundo está falando sobre o

caso.

Ontem à noite, às onze horas, a primeira manchete era Matt

e eu aparecendo em um canal local. “Imagens da câmera

de segurança flagraram Matt e uma ruiva misteriosa que

pensamos ser uma assessora de campanha 'secreta'

tentando comprar sapatos...”

Eu odeio vê-lo, eu odeio isso com todas as fibras do meu

ser, mas os momentos que compartilhamos... a sensação

persistente de suas mãos sobre mim na Bacia das Marés...

quase faz os rumores escandalosos da compra valer a pena.

Desço para verificar minha caixa de correio, só para

encontrar dois repórteres na minha porta. Eu sei que Matt

deve lidar com muito mais, só que para mim, dois

repórteres já é muito.

— Senhorita Wells...

— Sem comentários, obrigada. — Eu me esforço para abrir a

porta mais uma vez.

— Era você e Matt Hamilton naquele vídeo?

Deslizo para dentro do prédio e vejo minha secretária

eletrônica piscando loucamente com cinquenta e duas –

cinquenta e duas – mensagens. Preciso desliga-la.


Eu recebo um email de meus pais. ESCÂNDALO, é o título.

Eu não o abro.

Kayla me envia mensagens.

Respondo:

Eu estou bem, obrigada por se preocupar. EU NÃO

ESTOU ENVOLVIDA ROMANTICAMENTE COM MATT

HAMILTON!

Envio. Não estou envolvida, digo a mim mesma.

Mulheres eleitoras estão enlouquecendo, porém, e naquela

noite, Matt está no noticiário.

— Não é verdade que eu estou em um relacionamento com

a Senhorita Wells. Nós caminhamos em torno da Bacia

enquanto analisávamos a minha agenda da campanha,

então vamos manter o foco sobre isso.

Desligo a TV com uma sensação de peso no estômago.

Como frango grelhado e salada enquanto penso sobre a

situação, em seguida, coloco minha roupa de corrida.

Naquela noite, eu mergulho em uma corrida, e corro como

se estivesse correndo uma maratona quando eu vou para a

casa dos meus pais para dizer adeus antes da viagem de

campanha.

Eles estão me esperando na sala de estar e eu sei que eles

estavam discutindo a notícia. Os olhares sombrios em seus

rostos dizem tudo. Meu pai só me abraça e me diz do seu

jeito áspero para cuidar de mim mesma, então vai lá para

cima.

Minha mãe me dá um copo de limonada e me observa

preocupada quando nos sentamos em sofás opostos na sala

de estar. — Nós vimos a notícia.

Eu gemo. — Você também não, mãe.

Ela balança a cabeça. — Definitivamente sim, Charlotte.


Durante décadas, seu pai e eu temos evitado qualquer tipo

de escândalo. Escândalo é um assassino de carreira na

política.

— Mãe, eu sei, foi algo completamente inocente.

— Basta lembrar que você é uma mulher, Charlotte. Damas

são sempre damas primeiramente, e apenas depois são

mulheres. Compreende?

— Sim, eu entendo. Não se preocupe, eu não iria causar

nenhum escândalo para nós.

— Não é que Matt não seja... bondoso, ele é um sopro de ar

fresco para este país e ele está trabalhando de forma

independente. Charlotte, alguns vão querer destruí-lo e

você não quer alimentar o fogo. Ele pertence à América

agora. Ele sempre vai pertencer.

— Eu sei, Mãe, eu sei, — eu digo.

— Não se apaixone por ele.

Abaixo minha cabeça, rindo melancolicamente. — Por que

você diria isso?

Seus olhos brilham com simpatia e compreensão. — Porque

qualquer mulher faria. Mas você não é qualquer mulher.

Você é filha do seu pai e minha filha.

Eu a aplaco pela próxima meia hora, e eu sei que eu deveria

estar preocupada, e estou preocupada. Mas nada pode me

impedir de bater na minha cama e reviver os beijos de Matt

mil vezes.

19

VIAJANDO

Charlotte

ESTAMOS VIAJANDO em um avião bimotor para a

campanha. Nossa primeira parada é Dallas, e eu sou a única

mulher a voar entre um grupo de quatro homens e um


cachorro. O agente de campanha de Matt, Hessler, seu avô

intimidante Patrick, Carlisle, Jack, e seu dono quente, Matt.

Beijador Celestial.

Hamilton.

Estou nervosa com a notícia. Os beijos que compartilhamos

eram tão perigosos. Eu não tinha ideia de que eu poderia

ser tão imprudente e impulsiva até aquela noite.

Matt sorri para mim com tristeza quando ele me

cumprimenta e juro que cada borboleta existente no meu

estômago toma voo porque ele parece genuinamente feliz

em me ver. Como se ele se arrependesse de quase ser

pego, mas ele não se arrepende dos beijos nem um pouco.

Deus. Seus beijos.

Eu tento não me lembrar da corrente de calor que causou

dentro de mim enquanto saúdo os homens que entram no

avião. Carlisle, a julgar pela tensão em seus ombros quando

olha para mim, parece muito infeliz com a notícia.

E a primeira pista que eu consegui que implica que eu não

deveria sequer estar viajando com Matt vem de seu avô. Ele

me vê e pergunta: — Quem é ela?

— Minha planejadora. Ela é filha do Senador Wells e um

velho amigo da família. — Matt nos apresenta. — Charlotte,

Patrick Hamilton, o meu avô.

— Eu sei quem ela é, por que ela está aqui? — Seu avô

bufa, virando-se e embarcando no avião.

Uau.

O homem me odeia.

Matt atira-me um olhar de ignore-o e põe a mão

protetoramente na parte de trás do meu pescoço enquanto

ele me insta a caminhar pelo avião. Uma corrente elétrica

dispara na minha espinha e, embora o toque durasse


apenas um segundo, a sensação de seu toque dura por

muito mais tempo. Matt larga seu grande corpo na cadeira

da frente para a cabine do piloto. Eu tomo o assento atrás

do seu.

Eu nunca antes fui tão grata por Matt trazer Jack. Ele deixao fora do seu transporte após a
decolagem e Jack vem

imediatamente me cheirar e lamber minhas mãos. Ele está

mantendo os olhos em Matt, enquanto ligo meus fones de

ouvido para dar aos homens um pouco de privacidade

enquanto falam.

Ainda assim, ouço-os discutindo vários assuntos – como a

estabilização da economia, Matt vindo Independente na

campanha.

— Você é um graduando de Harvard, como seu pai... Você

viveu no exterior; você sabe o que está lá fora, — seu avô

apaixonadamente argumenta. — Seu pai era muito jovem a

primeira vez que ele queria se eleger e foi dito a ele para

esperar e ele fez. Você toma o bolo de tudo, Matthew,

realmente você faz.

— As pessoas são leais a ele, Patrick, — Carlisle apazigua. —

Ninguém cavou nada sobre Lawrence depois de sua morte.

Não houve vazamentos não autorizado de informações a

respeito de sua presidência. As pessoas são incrivelmente

leais aos Hamiltons.

— Mas eles são leais a seus partidos, também, — Patrick

interpõe com um olhar significativo na direção de Carlisle.

— O que você quer que eu seja, um senador? — Matt

pergunta em uma voz de aço que silencia a todos.

Mesmo seu avô finalmente parece calar a boca.

Estou ciente de seu avô constantemente olhando em minha

direção durante o voo. Ele nem sequer tenta diminuir sua


voz quando diz: — Você mantenha suas mãos longe dela.

Você pertence ao país agora.

Silêncio mortal recai no ambiente.

As orelhas de Jack se agitam como se ele sentisse alguma

coisa. E embora o ar seja grosso com a tensão, Matt se

inclina para trás em descanso para pousar seus olhos no de

seu avô. — Sim, vovô. Eu aprecio você estar aqui... mas eu

sei o que estou fazendo.

Pulando fora do assento ao meu lado, Jack delimita o

corredor e senta-se aos pés de Matt, empurrando a coxa de

Matt com seu nariz.

Matt mantém seu olhar intimidante em seu avô enquanto

ele distraidamente acaricia a mão sobre a cabeça de Jack e

olha para mim. Ele tem as mangas da camisa enroladas até

os cotovelos e ele é tão musculoso que as veias saltam em

seus braços.

Lembro-me de nossa conversa e as palavras de minha mãe,

não completamente diferente das do seu avô, e eu

rapidamente desvio dos olhares – me sinto sugada pelo

escuro, flash de propriedade em seus olhos – que me obtêm

ocupada mais uma vez, olhando os nomes dos locais que

teremos reunião de assessores e saudação na sede de

Dallas hoje.

NÓS VERIFICAMOS o hotel e seguimos para o nosso

escritório local, e até a próxima semana, a maratona de

mídia e multidões começa em todos os estados do sul.

Onde quer que haja terra, há sempre um comitê de

recepção de pessoas agitando cartazes e cantando.

— HAMILTON PARA O PAÍS.

— NASCIDO PARA ISSO!

Eu estou tão orgulhosa do estúpido e maravilhoso Matt e


como ele está afetando as pessoas.

Seu carisma fácil simplesmente ganha as pessoas

instantaneamente. Durante anos, ele protegeu sua

privacidade, enquanto desprendia o ar de uma beleza

cultivada com dinheiro ilimitado e apetites desatados. Ele se

parece com um bad boy da política, ao mesmo tempo em

que ele se parece com o homem que você quer confiar a si

mesmo e seus filhos.

Ele já tem respeito internacional. Seu pai tem uma

biblioteca inteira em seu nome, como muitos ex-presidentes

têm, e uma história de relíquias preservadas, e agora

parece que a mídia tem esperado décadas antes do

poderoso legado Hamilton novamente.

Ele sabe exatamente como cumprimentar os repórteres; ele

nem sabe os nomes da maioria. As luzes de flash reluziam

quando pousamos em Miami e saímos do jato na direção de

um SUV prata.

— Como você faz isso? — Eu olho para Matt, que está

vestido com jeans e uma camisa de botão branca, que

emite mais calor do que o sol da Flórida.

Ele me lança um olhar questionador de lado. — O quê? —

Ele pergunta com um sorriso, o vento brincando com seu

cabelo. Maldito vento. Meus dedos estão com inveja.

— Saber exatamente como tratá-los, — acrescento.

Ele dá de ombros, como se dando bem com a imprensa é

simplesmente uma segunda natureza para ele.

— A coisa com a imprensa é, — diz ele, — você precisa

mantê-los alimentados para que eles não roubem sua casa

e façam um piquenique à sua custa. Mantê-los saciado com

apenas a quantidade certa de informações para que eles

não fiquem com fome o suficiente para tentar a vasculhar


todo o conteúdo da sua cozinha.

Eu sorrio. — Você é astuto.

— Cauteloso, — ele facilmente contradiz.

— Calculista.

Ele continua a sorrir, em silêncio, então ele olha para os

meus lábios por tempo suficiente para fazer meu estômago

vibrar e ele silenciosamente admite: — Sem resposta.

Eu rio e tento me livrar do seu efeito sobre mim à medida

que subimos no SUV.

Eu estou nervosa.

Minha barriga está apertando, e borboletas voam de tanto

nervoso.

Não por causa da viagem. Mas você sabe que as vibrações

estão lá, mesmo quando sua mente está em outro lugar? Eu

tenho constantemente. Eu tive por toda a semana passada.

Eu não pude me livrar delas.

Minha respiração está fraca quando Matt encontra meu

olhar. Eu continuo sentindo meu sexo apertar quando ele

olha para a minha boca, ou me pede alguma coisa e parece

arrastar propositadamente a ponta do dedo sobre o meu

polegar quando eu entrego.

Estamos no carro agora.

Estou imprensada entre ele e seu avô, e mesmo assim o

carro tem tudo de Matt. O cheiro de Matt, o espaço do corpo

que Matt ocupa.

Este é o primeiro cara que eu já fantasiei, e a nova versão

dele foi apenas uma vaga ideia do homem que ele é agora.

Todo o passeio para o nosso hotel, estou ciente de um

zumbido baixo na boca do estômago e as coisas que suas

mãos estão fazendo enquanto ele brinca com o seu telefone

e recebe uma ligação de alguém chamado Beckett, que eu


aprendi é um de seus amigos de Harvard e que parece que

vai recuperar o atraso com a gente depois.

Silenciosamente eu olho para fora da janela para a

paisagem, e então opto por rever o itinerário da semana.

Quando Matt termina a sua chamada, ele se inclina sobre

meu ombro. Sua mandíbula está a poucos centímetros de

tocar o meu ombro.

E é estranho que meu ombro está quente, simplesmente

por essa proximidade dele?

Meu estômago aperta mais do que antes, e levanto a

agenda para que Matt possa olhar para ela.

Seus bonitos lábios se curvam, e ele balança a cabeça,

aquele sorriso adorável ainda em seus lábios. — Não mostre

isso para mim. Tenho dificuldade em ler letras pequenas.

Lembra? — Ele repreende, mas depois ele pega seus óculos

de leitura, desliza-os, pega a minha cópia – arrastando o seu

polegar sobre a parte de trás do meu – e roça.

Meus pulmões se tornam rochas; realmente não posso dizer

que eu estou respirando direito.

Mas eu não quero desmaiar aqui, na frente dele e seu avô!

Eu estudo os planos de seu rosto enquanto ele lê, seu

cabelo macio cai em sua testa. Ele fecha a agenda e remove

seus óculos. — Eu vou estar ocupado, — diz ele.

— Eu sei que você gosta de estar ocupado. E, neste ponto,

você meio que não têm outra escolha.

Ele franze a testa, como se ofendido, eu mesmo insinuo

isso. — Eu não quero isso. — Em seguida, um brilho de

admiração instala-se em seus olhos. Ele abaixa a voz para

que só eu possa ouvi-lo. — Você está fazendo um grande

trabalho, Charlotte. Você é uma das pessoas mais

trabalhadoras que já conheci. Eu posso dizer que você


realmente acredita no que está fazendo.

Sua voz tão perto dispara um milhão de faíscas ao longo do

meu corpo. Eu mantenho o meu olhar no seu.

Eu mantenho a minha voz baixa também. — Eu nasci aqui.

E eu vou morrer aqui. E eu quero que meus filhos vivam

aqui. E os meus netos. E eu quero que seja tão maravilhoso

quanto foi para mim, ainda mais maravilhoso do que é

agora.

Ele olha fixamente nos meus olhos, e por um mero segundo,

um sorriso aparece. — Bem, eu não estou pensando em

filhos ou netos, mas eu gostaria de ter certeza de que o seu

seja tão maravilhoso como você quer que seja.

Eu não esperava isso.

Ouvindo Matt – jovem, viril e a fantasia de todas as

mulheres – dizer me confunde.

— Por quê?

Há um silêncio.

— Por que você não planeja ter filhos? — Pergunto, desta

vez sendo mais específica. Minha voz ainda baixa.

Soa um pouco atordoada e talvez um pouco lamentável,

mas isso é porque eu acho que Matt seria um grande pai.

Matt Hamilton seria o mais quente pai de um bebê no

continente.

No mundo.

Um sorriso puxa um dos cantos de seus lábios e a diversão

ilumina os olhos sobre o meu descaramento. — Eu não

gosto de fazer as coisas pela metade.

Quando registro o que ele disse, olho para o meu colo. Com

o canto do meu olho, eu estou ciente do avô de Matt

olhando para mim com uma careta.

E então aquilo me atinge. Seu plano para ser presidente


terá precedência sobre tudo o mais, até mesmo os seus

planos pessoais.

Eu nem sei o que dizer.

Dói saber disso, mas além disso...

Não acho que seja possível admirá-lo mais do que já faço.

— CHARLOTTE — Alison diz ao meu lado enquanto se

mistura com a multidão, a câmera sempre pronta para tirar

a fotografia seguinte. Estamos em um evento que consiste

principalmente de empresários e mulheres, e a sala está em

sua total capacidade, quase mil pessoas aqui nesse evento

exclusivo, todos com o desejo de conhecer o seu candidato.

— Vocês duas estão adoráveis esta noite, — Mark diz

quando se junta a nós para se misturar.

Estamos em Miami, e porque o evento caiu no fim de

semana, Mark surpreendeu-nos, unindo-se a nós

inesperadamente.

— Não poderia perder a diversão, Mark? — brinca Alison.

Há um silêncio entre eles e Alison ri, e todo o tempo, eu

continuo roubando olhares secretos até Matt. Um segundo,

seus olhos deslizam por cima da multidão e em minha

direção como se ele tivesse um sexto sentido. Eu me afasto

e rio com Mark.

— Uh, o que é tão engraçado?

— Me desculpe, eu... — Balanço minha cabeça e sorrio.

Enquanto Alison vai tirar uma boa foto de Matt, Mark e eu

compartilhamos histórias de vida, a minha um pouco

protegida, eu acho, e eu sei que ele se casou com sua

namorada de infância e se divorciou apenas com trinta

anos.

— Soa difícil, — digo a ele.

— Isto é. Amor adulto é diferente, muito mais... sacrificante


do que pensávamos. É uma espécie de abertura de olhos.

Nós nos separamos. Mas o suficiente de lágrimas. E agora

quero saber sobre você.

— Mark.

Ele se vira para um dos nossos colegas de trabalho, um

homem de meia-idade que está no comando da publicidade

na web. — Quando eu voltar, — Mark termina. Ele pisca e

me deixa no momento em que Alison retorna.

— Ele é legal e ele está dando em cima de você, para sua

informação, — diz ela.

— Ele é legal e ele não está dando em cima de mim.

Vejo-o ir embora e procuro em mim uma pequena faísca e

não, não há nenhuma faísca. Alison começa a circular pela

sala, tirando fotos de outras figuras significativas. Olho para

onde Matt foi e sinto um pontapé de decepção que ele não

está mais lá.

— Ele estava com sede.

Oscilo ao redor quando ouço sua voz atrás de mim, e ele me

mostra um copo de vinho.

Franzo a testa. — Eu estava procurando por Mark, — minto.

— Hmm. — Seus olhos brilham, e ele toma um gole. Nós

estamos lado a lado, seu ombro tocando o meu.

Eu olho para Carlisle do outro lado da sala, cuja expressão é

mais do que êxtase – obviamente, porque a arrecadação de

recursos está indo bem, e o comparecimento às urnas foi

maior do que tínhamos previsto. — Você parece ter uma

habilidade inata para atrair multidões, — eu elogio.

Matt olha em torno do salão de baile, e depois de volta para

mim. Com essa cara mercurial, ele faria qualquer outro

presidente suar durante as negociações.

— Você não está bebendo nada, — ele finalmente diz.


— Sou muito preguiçosa para ir ao bar e eu prefiro que os

garçons cuidem dos convidados, mas Mark se ofereceu.

— Mark está com Carlisle. — Ele acena para um dos

garçons, que vem imediatamente à frente. — A senhora

gostaria... o que você gostaria, Charlotte?

— Qualquer vinho branco está muito bom. — Borboletas

correm pelos meus braços quando ele arranca uma taça da

bandeja e a entrega.

Ele está olhando para mim, observando-me saborear,

quando ele é abordado por um grupo de recém-chegados, e

eu, relutantemente, tomo distância e começo a me misturar

com a multidão novamente.

— Charlotte, ah, sim.

Virando de surpresa com a voz, vejo um jovem, afroamericano com uma bela altura. Seu rosto
é vagamente

familiar, mas eu não consigo identificá-lo. — Eu conheço

você?

Ele balança a cabeça na direção de nosso candidato. — Eu

sou amigo de Hamilton.

— Ahhh.

— Dias de faculdade, — explica ele.

— Ahhhh! — Aponto para ele descaradamente. — Eu aposto

que você sabe algumas coisas. — Roubo uma olhada para

Matt, mas ele está em um grupo tão grande que não

consigo localizá-lo.

Ele levanta os dedos e invisivelmente fecha os lábios. —

Definitivamente não estarei dizendo nada.

— Oh, vamos lá. — Agora percebo por que ele parecia

familiar. Vestido com jeans e um suéter formal, percebo que

Beckett é o melhor amigo de Matt. Ele tem a cabeça

raspada, tez imaculadamente lisa, olhos quentes e lábios


cheios, e os dentes que transmitem um flash branco contra

o sorriso.

Ele sorri e sinaliza para que eu tome um assento em uma

das mesas próximas, juntando-me. — Nós costumávamos

tentar despistar o Serviço Secreto, que iam onde quer que

ele fosse. Incomodava Matt. Ele tentou perdê-los por toda a

vida. E olhe para ele agora.

Rio. De alguma forma, eu posso dizer que ele é protetor

com Matt.

Em seguida, falamos sobre o pai de Matt e a era de ouro, e

o que o matou.

Caímos em silêncio quando vemos Matt se aproximar de

nós.

— Beckett estava me contando algumas histórias... — Digo

a ele.

Ele olha seu amigo de forma duvidosa como se de repente,

ele simplesmente não confiasse nele.

— Ele disse que você faria qualquer coisa para se livrar de

seus detalhes. Que você aprendeu a voar no helicóptero

Marine One como seu décimo oitavo presente de aniversário

dado pelo seu pai, e que o seu primeiro cachorro na Casa

Branca tinha o nome de Lucky, mas sua mãe o chamava

Loki porque ele amava rasgar as camas de tulipa.

— Ele lhe contou tudo isso? — Ele abaixa uma sobrancelha

um pouco mais longe do que a outra e lhe dá um olhar de

você não deveria, e Beckett ri.

— Eu não pude resistir.

Ele dá um tapa em suas costas e, quando Beckett levantase para ceder seu assento ao meu
lado, eu juro que ele lhe

diz: — Eu não culpo você.

Borboletas pipocam no meu estômago, rápida e


violentamente. Não é apenas as palavras, mas o tom

carinhoso que me surpreende. Desvio o olhar e olho para o

copo na minha mão, de repente muito preocupada com a

quantidade de líquido que está lá dentro, e a situação exata

do vinho.

Matt diz simplesmente algo para Beckett que não posso

ouvir, a mão apoiada na parte de trás da cadeira que

Beckett acabou de desocupar.

Fico sentada aqui, lutando com todas as minhas emoções.

— Se essa é a multidão que você projeta como candidato,

não vou querer saber que tipo de poder você terá como

presidente — eu digo quando olho em volta.

Matt me observa todo esse tempo. Seus olhos do tipo café

expresso diminuem um pouco. — O que mais Beckett disse

a você? — Pergunta ele, desconfiado.

Eu dou de ombros misteriosamente, e seus lábios tremem

por causa da minha teimosia quando Carlisle vem e pede a

Matt para dar um discurso.

Quando Matt se levanta e atravessa a sala, a multidão

irrompe em aplausos, e eu sou atingida pelo momento ISTO

É O QUE VOCÊ É. ISTO É O QUE VOCÊ ESTÁ FAZENDO.

Eu não consigo parar de sorrir.

Ele está calmo quando vai até um pequeno pódio. Matt

Hamilton. Eu quero o calor da luz que Matt Hamilton

representa.

Matt espera para que todos possam se estabelecer e, em

seguida, todo mundo espera em silêncio, todos os olhos

sobre ele.

— Eu gostaria de agradecer a todos por terem vindo esta

noite, é bom ver tantos rostos familiares e tantos outros

novos também. — Ele acena para todos. — Tenho certeza


que vocês notaram que nos falta slogans na decoração de

hoje à noite... Eu gostaria de agradecer a minha equipe por

seus esforços – a verdade é que ninguém presta mais

atenção aos slogans.

— Eles precisam saber o que você traz a mesa! — Um

homem idoso muito barulhento grita.

— Eu trouxe a mim.

Silêncio.

Ele espalha as palmas das mãos no pódio e se inclina para

frente. — Durante anos, o público passou a acreditar em

cada promessa feita por cada candidato, o que acabou

sendo uma mentira. Ninguém acredita neles mais. Política

foi totalmente contaminada pela propaganda. Quero que

fique claro que estamos executando uma campanha de

slogan muito fácil, e uma campanha sem calunia. Sirvo meu

país. Quando perguntado como eu pretendo servir, minha

equipe, — ele olha incisivamente para mim, — e eu tivemos

que vir com isto. — Ele acena atrás dele para onde Carlisle

se virou visualmente. — Estamos chamando de campanha

alfabeto. Estamos preparando, reformulando e melhorando

tudo de A a Z neste país. É um objetivo ambicioso e que eu

vou trabalhar incansavelmente para alcançar. Há tantas

coisas certas sobre este país, e tantas coisas que podem ser

melhoradas. Queremos voltar aos tempos em que queremos

até ultrapassar os tempos em que foram fenomenais. — Ele

começa a nomeá-los. — Artes. Burocracia. Cultura. Dívida.

Educação. Políticas de relações exteriores...

Há risinhos de excitação correndo pela sala.

Fico ali, impressionada como o resto da sala, sentindo uma

conexão com ele.

Um tipo de conexão que eu nunca na minha vida senti


antes.

20

UM TOQUE

Charlotte

AS MULTIDÕES ESTÃO AUMENTANDO.

Até o mês passado, tivemos mais de 500.000 pessoas em

cada estado.

Estranho. Mas de alguma maneira eu sinto que conheço

essas pessoas. Às vezes é o olhar em seus olhos. Como se

Matt fosse a única esperança do mundo.

Ele fala com eles sobre tudo, não apenas o presente, mas

como podemos moldar o futuro dentro do nosso presente.

Como as decisões que tomamos agora afetam aqueles que

ainda não viveram.

Nossos melhores compromissos são com crianças. Mas

adivinhem?

Eles não podem votar!

E mesmo assim, eles são meus favoritos.

Há algo sobre Matt quando está com as crianças que me

atinge em muitos níveis.

Hoje nós estamos deixando um hospital infantil, e estou

distribuindo guloseimas para as crianças quando Matt anda

até mim e me diz que é hora de sair.

Foi quando um deles gritou: — Beije ela, Matt, beije ela!

Carlisle murmura instantaneamente na direção de Matt: —

Sim, é provavelmente a oposição querendo enforcá-lo por

isso mais tarde.

— Ele é uma criança, — diz Matt para Carlisle, rindo.

Ele atira um olhar divertido, então me olha, algo malicioso

escondido em seu olhar enquanto ele levanta a minha mão

e passa seus quentes lábios de veludo em meus dedos.


Há um brilho escuro em seu olhar, lembrando-me que nós

dois sabemos de um segredo que ninguém além dele e eu

sabemos.

Acabou cedo demais; e eu solto minha mão como se ele me

queimasse e tento focar nas crianças que estão encantadas,

todas rindo por causa do que Matt fez.

O toque fica comigo. Ele fica comigo enquanto nos dirigimos

para o carro, onde estão os repórteres experientes que

estavam espiando através das janelas do hospital.

— Matt, faça novamente, nós perdemos isso! — Grita um

repórter.

— Bom. — Ele sorri quando me ajuda a entrar no carro e

fecha a porta. Todos nós vamos embora.

Fico em silêncio, a mão que ele beijou está enrolada

protetoramente sobre meu colo. Estou ciente dos nossos

ombros com poucos centímetros nos separando. Nossas

coxas se tocam, o cheiro dele em meus pulmões.

E seu beijo permanece. Seu toque permanece. Ele

permanece.

Movo-me e coloco alguma distância entre nós, enquanto

pretendo olhar pela janela. Meus pensamentos correm com

as batidas do meu coração. Sinto-o olhando para o meu

perfil, seu olhar como um peso, tangível sobre mim. Ele

saberá como você se sente, Charlotte.

Ele saberá que uma parte de você está pensando — beijeme. Beije-me quando estivermos
sozinhos. Beije-me porque

você quer, como você fez em D.C.

Luto contra o sentimento toda a noite em meu quarto de

hotel, dizendo-me que é melhor que não fiquemos juntos

depois daquela noite na Bacia das Marés. É arriscado, e o

futuro do país importa mais do que uma semana ou um mês


de atividade sexual deliciosa.

Matt estava apenas entregando-se a criança no hospital, eu

me lembro. Mas não importa o quanto eu analise-o, as

vibrações não vão parar; esta falta dele só aumenta e

aumenta dentro de mim sem ter para onde ir.

Vou para a cama cedo, com imagens de observá-lo

trabalhar naquela manhã na academia de dança do hotel na

minha cabeça.

Ele adora trabalhar fora. Ele está dando a esta campanha

tudo que ele tem. Eu me pergunto se ele é tão árduo em

amar como ele é no resto das coisas que faz. Imagino-o no

mais alto cargo na terra, sua cama sempre aquecida por

alguém capaz de aliviar as tensões que um presidente deve

suportar. E sinto uma pontada de ciúme, em seguida,

pressionando meus lábios em desgosto e empurrando os

pensamentos da minha mente, optando por pegar alguns

dos meus arquivos de trabalho, porque eu já sei que não

vou ser capaz de dormir ainda.

Pego minhas canetas e começo a fazer anotações quando

há uma batida na porta.

21

REUNIÃO

Charlotte

É MEIA-NOITE.

Então porque há uma batida na porta?

Matt.

O nome floreia na minha mente e, de repente, no fundo do

meu estômago e na minha cavidade torácica, a esperança

está chutando e pulando e gritando quando puxo um robe

sobre mim, amarro a faixa, e com pressa vou abrir a porta.

Que seja Matt.


Que seja Matt.

Wilson está no outro lado. — Ele quer ver você. — Ele varre

meu quarto por cima do meu ombro. — Sozinha.

Oh. Deus.

Dez.

Já se passaram dez dias desde que ele disse que me queria.

Gostaria de saber quando seria o dia. Eu mesma comecei a

acreditar que podia não acontecer.

Mas agora Wilson está em minha porta. Dizendo que Matt

quer me ver.

Eu nem sequer sabia o que esperar desta reunião. Ele

poderia muito bem não querer nada, além de debater – ou

talvez me dizer que é uma má ideia, agora que ele teve

tempo para refletir sobre isso.

Ele estaria certo. Tão certo.

Então eu tento acalmar meu desejo imprudente por Matt

Beijador Celestial Hamilton e me preparar para uma reunião

com o computador portátil profissional na mão, pronto para

gravar quaisquer ideias ou alterações. Mesmo que Wilson

tenha dito que ele queria me ver sozinho, eu me recuso a

ter esperanças... ou afogá-las.

Eu tenho dificuldade para engolir quando balanço a cabeça

e digo: — Encontro você no banco do elevador em dois

minutos.

Fecho a porta e inclino-me nela, tentando pegar um grande

fôlego.

Porra.

Matt vai ser o meu fim.

Talvez o fim da minha carreira, também.

E eu provavelmente deveria levar isso em séria

consideração antes de fazer algo imprudente.


Eu não.

Parto para ação e corro até o meu armário pequeno. Pego

uma saia e blusa, recolho minhas coisas, pego minha chave

do quarto e fecho a porta, seguindo Wilson para os

elevadores, depois pela saída de volta para o

estacionamento subterrâneo do hotel.

A porta se abre de dentro do carro quando me aproximo.

— Charlotte, — uma voz deliciosamente perversa murmura

das sombras do banco de trás.

— Matt.

Engulo o nó de emoção e desejo que reúne na minha

garganta. Estou já molhada. Mamilos pressionam no tecido

do meu sutiã e na blusa. Ele abre um espaço e eu deslizo

para dentro, fechando a porta atrás de mim.

Ele está vestido de preto.

Tem um cheiro caro.

E ele parece mais quente do que o pecado.

Ele também se move mais rápido que o pecado quando

pega meu queixo entre o polegar e o dedo indicador e me

obriga a olhar em seus belos olhos escuros. — Espero não

ter perturbado seu sono.

Sua voz é rouca, e tão minha.

— Na verdade, você fez. Mas você não teve que enviar

Wilson para bater na minha porta para fazer isso.

Ele sorri e olha para mim, deslizando a outra mão sobre o

assento até cobrir a minha. Recupero o fôlego com o toque.

Ele aperta os meus dedos, forçando-me a encontrar o seu

olhar.

Wilson dirige pelas ruas escuras, enquanto Matt levanta

minha mão com as suas, envolvendo-a e deixando cair um

beijo no interior da palma da minha mão.


Recupero o fôlego, a ponta quente e sedosa de sua língua

aparecendo. Circulando a pele sensível no centro da palma

da minha mão.

Eu gemo, avançando mais perto de seu corpo. Emanando

calor.

Matt agarra-me pela cintura e me puxa o resto do caminho

para ele. Ele escova meu cabelo da minha testa. — Eu pedi

a Wilson para me ajudar a garantir um pouco de privacidade

para nós. — Ele estuda meu rosto.

— Estou feliz com isso, — eu admito, densamente.

Chego até o seu rosto sombreado.

Deus, isso está acontecendo?

Sério?

Estou acariciando meus dedos levemente sobre sua carne

tensa. Amando a sensação da sombra da barba em seu

queixo sob meus dedos. A forma como a mandíbula aperta

enquanto me deixa tocá-lo, seus olhos absolutamente se

banqueteando no meu rosto.

— Se você não parar de olhar para mim desse jeito, não

vamos chegar nos elevadores, — adverte.

— Como estou olhando para você?

— Do mesmo jeito que você olhou para mim quando eu

beijei sua mão no hospital.

— Ah não! Olhei para você de que jeito? Isso não pode ser

muito bom! As pessoas podiam ver.

Seus lábios puxam nos cantos. — Eles estão acostumados

com meninas que flertam comigo. São minhas próprias

reações que preciso me concentrar. — Ele sorri, se

inclinando e bicando meus lábios.

Eu lambo meus lábios, provando-o sobre eles. — Você é

muito bom em controlar suas reações.


— Eu não teria tanta certeza. Meu avô está comigo.

— Ele me odeia, não é?

— Ele odeia a ideia de qualquer coisa de pé entre mim e o

que ele quer para mim.

Exalo.

— Você estava ótima com as crianças lá hoje. No hospital, —

diz ele. Voz baixa e sensibilizada.

— Eu? É você que elas amam.

Ele ri, balançando a cabeça lentamente. — Se isso for

verdade, então você os conquistou também; se não por que

eles me pediriam para beijar uma garota se não é alguém

que gostariam de me ver junto? — Ele sorri e se inclina para

trás, olhando-me. — Veja, as crianças não são afetadas por

normas e regras. Elas só veem a verdade e sabem

exatamente como elas gostariam que fosse.

— Isso me fez rir porque você se entregou as crianças, mas

não aos repórteres curiosos.

— Eles me jogaram uma isca, eu não estou dando-lhes isso.

Pelo menos, não por vontade deles. — Ele olha para mim, e

a compreensão dos riscos pesa com o silêncio entre nós.

Wilson estaciona em um pequeno hotel apenas a alguns

quarteirões de distância do nosso.

É mais discreto, não exatamente uma estrela, mas não

cinco de qualquer forma. Um lugar onde não seria de se

esperar que Matt ficasse.

— Estou bem atrás de você. Desligue o telefone, — instrui

Matt.

Estou tão nervosa que estou mordendo meu lábio inferior

quando pego a chave do quarto que Matt me entrega antes

de eu abrir a porta do carro.

— Não brinque muito duro com esses lábios – isso é para eu


fazer mais tarde.

Faço uma pausa.

Libero meu lábio.

Assisto a curva de seus lábios em um sorriso lento e

satisfeito.

E eu sorrio de volta.

Então rapidamente desligo meu telefone, expiro, guardo a

chave no bolso lateral, e sigo para os elevadores.

Isto é tão imprudente. Tão imprudente, mas a perspectiva

de seu toque é muito emocionante.

Uma mulher em um suéter vermelho entra no elevador

comigo.

Meu coração começa vibrando no meu peito.

Eu mantenho minha cabeça para baixo, ocupada olhando

para a minha Mary Janes. Meu pulso pulsa com adrenalina,

expectativa e medo. No final do corredor, deslizo a chave na

fechadura e entro no quarto.

Espaçoso, simples, moderno e elegante.

Corro para o banheiro, deixo meu cabelo solto, belisco meu

rosto, e depois saio e ando pelo quarto.

Eu espero alguns minutos, até...

A porta se abre.

Sua forma alta enche a porta. Ainda vestido de preto,

exceto por um boné na cabeça.

O único cara que eu sempre quis.

Ele entra em cena e fecha a porta com um cotovelo.

Exalo. — Alguém viu você? — pergunto.

Ele tira o boné de New York. — Não.

— Eu tive a certeza de manter minha cabeça abaixada, eu...

Grande e ágil e lindo, ele atravessa a sala, pega a minha

mão, levanta à boca, e planta um beijo sobre o dorso dos


meus dedos.

Assisto paralisada quando ele começa a chupar as pontas

dos meus dedos em sua boca quente. Seu olhar é como um

míssil de calor com o objetivo direto para o ponto quente

entre minhas pernas enquanto ele me lambe. Observandome com os olhos aquecidos
enquanto ele mordisca e suga

cuidadosamente cada um. Eu gemo baixinho.

Ele solta a minha mão, os dedos quentes curvam em torno

de meu quadril. Eu sinto o nariz no topo da minha cabeça,

contra o meu couro cabeludo.

O movimento de uma mão no meu cabelo, a partir do topo

da minha cabeça para a minha volta.

Sob a minha camisa, seu braço agora corre em volta da

minha cintura, puxando-nos.

Estou tão desfeita, um tremor me dilacera. Fazendo-o

apertar mais minhas costas.

Eu sei que não deveria querer essas coisas.

Ele não vai ser o tipo de homem para me dá um beijo de

boa noite todas as noites. Ele pode estar tão ocupado que

seria muito compreensível se ele esquecesse seu próprio

aniversário. Ele não é o cara que você pode ter a sua vida

feliz junto; ele é o cara que mulheres se atiram, ele é o cara

que quer mais do que aquilo que você pode dar e ele

sempre vai perseguir isso.

Eu sei de tudo isso, mas eu não consigo parar de chegar

mais perto e sentir o seu batimento cardíaco através do

algodão da sua camisa.

Temos trabalhado incansavelmente durante meses.

Ele parece muito bem agora.

E parece bom demais sentir seus olhos em silêncio me

acariciando enquanto suas mãos lentamente acariciam


meus cabelos e ele me diz: — Você já pensou sobre isso?

Eu concordo.

Ele agarra a parte de trás do meu pescoço e me segura e

me beija.

Nos próximos minutos, eu estou tremendo sob seus beijos e

carícias. Sua mão corre a partir do topo da minha cabeça

até meus pés enquanto remove meus sapatos. Sinto-me

protegida, amada...

O que estamos fazendo é arriscado, mas como isso pode ser

errado quando parece tão certo?

Matt relaxa e pega meu rosto, e ele parece tão quente

agora, eu poderia estar olhando para o sol. Ele está olhando

para mim como se eu o deslumbrasse também, e o sorriso

nos lábios suaviza um pouco quando seus olhos começam a

pulsar como uma coisa viva, respirando. Nós dois estamos

altos com a adrenalina, a proibição de finalmente,

finalmente ceder a esta atração entre nós.

Ele me apanha pelos quadris e me levanta no ar, apenas

alguns centímetros, de modo que os meus lábios estão

exatamente onde ele quer que estejam.

E ele toma-os. Vorazmente.

Seus lábios forçando os meus, mergulhando sua língua, sua

cabeça inclinada para o melhor acesso.

O desejo que está aumentando dentro de mim borbulha e

envolvo meus braços ao redor de seus ombros.

É como se todos os dias desde que entrei para a sua

campanha, eu estive esperando por isso. Para sentir as

mãos de Matt em torno de mim, segurando-me em seu

peito duro. Engolindo-me em seu forte abraço.

Toda a minha resistência desaparece quando sua língua

acaricia a minha, e eu chupo e lambo e esfrego sua língua


em um turbilhão de calor e paixão e imprudência. Eu aperto

meus braços em volta do seu pescoço, e ele faz um som

baixo que vem do fundo do peito, como se ele aprovasse o

meu beijo selvagem.

Ele está respirando rápido, mas eu estou respirando mais

rápido. Ele me coloca em pé, e sua mão cobre meu rosto e

seus dedos causam um acidente vascular cerebral ao longo

das minhas têmporas. — Eu tenho tentado fazer a coisa

certa. Porra, eu não posso, — diz ele.

— Não faça isso.

Eu viro meus lábios para beliscar a palma da sua mão. Ele

libera um som que eu nunca o ouvi fazer antes, como um

rosnado que contém uma palavra dentro dele: Charlotte.

Seus lábios esmagam os meus.

Beijamo-nos loucamente por cerca de trinta segundos, em

seguida, ficamos livres para estudar um ao outro.

Eu olho para o rosto dele, e ele olha para mim, ainda é o

cara que eu desejava quando era mais jovem, mas agora

muito mais quente, e mais inatingível do que nunca.

Nada importa, não importa.

Tudo que eu sei é que eu o quero. Meu corpo está em

chamas e eu poderia estilhaçar a qualquer segundo.

Eu tomo sua mão e coloco-a em minha camisa e a arrasto

mais para baixo, por baixo do tecido da minha blusa, depois

para cima, pressionando-a para o meu peito – até meu

sutiã.

Matt me recompensa com um largo sorriso sensual quando

põe as mãos quentes em mim.

Ele se inclina e me beija lentamente desta vez, acariciando

o polegar sobre meu mamilo. Deixo a mão permanecer no

meu peito, emocionada quando ele abre um botão com a


mão livre e a coloca dentro da minha camisa. Agora, ambos

os meus seios serão acariciados.

Brincando.

Massageando.

Engolindo um gemido, aperto seus ombros e amasso o

tecido da camisa em minhas mãos, arqueando-me contra

ele.

— Eu quero deitar você e correr minha língua sobre cada

polegada do seu corpo, — ele diz com a voz grossa. Seu

corpo vibra com o seu desejo, e eu posso ver que ele gosta

de como eu estou esfregando-me contra ele como um gato.

Ele retira minha blusa e me expõe apenas com meu sutiã de

renda.

— Deus, você é tão bonita que eu preciso ver tudo de você.

— Ele me venera com os seus olhos, então nossas bocas

estão fundindo de volta juntas. Ele me beija com prazer,

como se ele pretendesse me aproveitar toda a noite. Sim!

As coisas estão ficando quentes quando há ruídos no

corredor do hotel.

Matt toma distância.

Ele levanta a cabeça e se vira para vigiar a porta, e eu

espero, prendendo a respiração. Suas narinas se alargam

quando os ruídos desaparecem.

Dúvidas tentam se infiltrar, mas elas não têm chance contra

isto – contra ele.

Ele olha para mim, com o peito arfando, os lábios inclinando

um pouco. Ele olha para mim e lambe os lábios. —

Charlotte, Charlotte. Você não tem ideia do tipo de coisas

que eu quero fazer com você, querida.

Mostre-me! Faça!

Por longos segundos, ele olha para o meu sutiã de renda e,


lentamente, abaixa a cabeça e captura um mamilo. Ele

passa rapidamente a língua. Já está duro, mas quando ele

suga sobre o tecido fino, endurece mais.

Seu rosnado me excita.

Eu gemo e esfrego as mãos sobre suas costas quando ele

leva as mãos entre nossos corpos, sob o cós da minha saia.

Seus dedos deslizam em minha calcinha, roçando em

minhas dobras.

— Dê-me isso, linda, — ele rosna, como se estivesse

cantando quando encontra minha protuberância, minhas

dobras, e provoca o dedo ao longo da minha umidade. —

Deus, eu quero tudo.

— Por favor. — Inclino meus quadris enquanto ele empurra o

dedo dentro de mim.

Aperto em torno dele, todo o meu corpo apertando

enquanto um miado baixo borbulha da minha garganta.

— Isso é maravilhoso, querida, você gosta quando eu faço

isso? — Pergunta ele densamente enquanto ele insere um

segundo dedo.

Ele está tirando meu sutiã do caminho e circulando a ponta

da sua língua em meu mamilo à mostra, murmurando: —

Deus, você é tão linda assim, — então há uma batida na

porta.

Matt retira os lábios do meu corpo e amaldiçoa em voz

baixa, extraindo seu dedo e lambendo-o para limpar.

Isso tem que ser a coisa mais sexy que eu já vi, que Deus

me ajude.

Sorrindo, ele se dirige para a porta. Ele olha pelo olho

mágico e aguarda até que eu arrume minhas roupas antes

de abrir.

Wilson entra rapidamente e fecha a porta. — Alguém deve


tê-lo reconhecido e avisou a imprensa. Precisamos sair,

Matt. — Ele está franzindo a testa e parece estar evitando

olhar para mim.

— Jesus, — rosna Matt.

Ele raspa os cinco dedos pelos cabelos, obviamente

chateado. Então Matt olha para mim com um pedido de

desculpas. Ele lança um olhar rápido para Wilson. — Dê-nos

um minuto.

Wilson sai, e eu não posso me mover rápido o suficiente.

Posso dizer que Matt consegue ver que estou mortificada

quando atravessa a sala, enquanto corro para arrumar

minhas roupas.

Ele pega meu rosto e me olha de perto, nossos olhos com

apenas alguns centímetros de distância. — Ei, mantenha a

calma, querida. Nós somos adultos. Nós não estamos

prejudicando ninguém.

— Eu sei. Eu só não quero estragar nada. É que, desde

aquela noite...

Balanço minha cabeça. Eu poderia apenas bater-me por ser

tão fraca em torno dele, por ter essa falta de controle

quando se trata dele.

— Eu não poderia me esquecer de você, nem alguns anos

foram suficientes. Eu acompanhava você em todos os

lugares que ia. Eu não tinha certeza se deveria aceitar o

trabalho. Quando Carlisle veio me oferecer o emprego,

pensei que se eu ainda sentisse a faísca que sentia com o

simples pensamento de você, eu ficaria longe. Eu deveria

ficar longe...

— Conte-me sobre a faísca, — diz ele, com os olhos

brilhando agora.

Pressiono meus lábios, franzindo a testa, de repente brava


com ele por me olhar com esse sorriso agora. — Não é uma

faísca.

— Não?

Cerro os dentes, atirando fogo para ele com o meu olhar. —

São... faíscas, plural. — Balanço minha cabeça. — É uma

tocha. A tocha olímpica.

— Ahhhh, — diz ele.

Eu juro que este homem pode rir em silêncio com os olhos.

Eu não sei como ele faz isso!

Empurro seu peito duro com força e mantenho o cenho

franzido. — Por que não consigo não gostar de você como

eu faço com seus adversários?

— Porque você quer dormir comigo.

Eu ri apesar de tudo, em seguida, viro para a janela.

Calma agora.

Ele dá um passo atrás de mim, inala o meu cabelo

lentamente. Meu coração vira no peito, porque ele está

escovando seu nariz levemente em meu couro cabeludo.

Sua voz está perto do meu ouvido. — Durma comigo quando

chegarmos a D.C. neste fim de semana.

— Matt... — Eu começo.

Sim!

Não. Não. NÃO.

Estou dividida quando o enfrento lentamente.

Ele é O Homem Mais Sexy do Mundo pela People’s, apesar

de anos trabalhando para ser levado a sério. Brincando com

uma jovem estagiária não é a imagem que ele trabalhou

para conseguir.

— Nós começamos algo aqui. E não estou prestes a deixar

isso ir, — diz ele, me cortando.

Uau. Ele é muito teimoso.


Exalo.

Ele pega meu queixo e sorri para mim. Ele repete, — Durma

comigo em D.C...

Dou um passo para trás, longe do seu toque. — Eu só estou

percebendo que não sei se posso fazer isso.

— Por quê?

— Porque eu não tenho certeza de que não quero mais.

Minha admissão é decepcionante para mim. E para ele.

— Mais, — ele repete.

Ele deixa cair seu aperto. Em seguida, passa uma mão pelo

cabelo, enquanto um pequeno músculo inquieto começa a

trabalhar na parte de trás de sua mandíbula.

— Meu maior medo é que meus filhos vão experimentar

coisas na vida e eu não vou saber nada sobre isso. Que eu

vou ser o último a desejar-lhes um feliz aniversário. Que

minha mulher vai estar sozinha todas as noites, porque eu

estou muito ocupado até mesmo para dar-lhe um beijo de

boa noite. Eu não podia fazer isso com você, Charlotte. Eu vi

minha mãe sofrer muito ao lado do meu pai quando ele

assumiu o cargo.

Ele enfia as mãos em punho nos bolsos, olhando para mim

atentamente.

— Eu quero você, Charlotte. Quero você. Isto. Mas se eu

ganhar...

Sombras caem sobre seus olhos e a realidade inunda meu

coração para as palavras não ditas que pendem fortemente

no ar – ganhar não tem um mais. É um sacrifício que ele

está disposto a fazer para tornar-se líder deste país, e eu o

admiro por isso.

— Você vai ganhar, — digo a ele.

Estou lutando para manter o arrependimento da minha voz.


Matt apenas olha para mim, meus lábios, meu rosto,

levantando seus dedos enquanto seus lábios ondulam. —

Toda essa convicção, — ele canta, esfregando a ponta do

polegar sobre meus lábios.

Meu coração está tropeçando.

Não posso deixar de olhar para seus lábios cheios, sensuais.

Eu não poderia ter mais, mas não posso negar-me outro

beijo deste homem.

Eu inclino-me na ponta dos pés, deslizando meus braços em

volta do seu pescoço. Em torno desse pescoço de homem

rebelde, teimoso, confiante, amável, sexy e maior do que a

vida.

E os meus lábios se encontram com os dele.

Nós estamos nos beijando calorosamente, e há uma leve

batida na porta, e os momentos roubados desaparecem – e

enquanto ele mexe o queixo e sorri, e sai pela porta, a

realidade começa a afundar.

22

FLERTANDO COM O PERIGO

Charlotte

PUXO O zíper do meu casaco preto até o pescoço.

Coloco um boné de beisebol, enfiando o rabo de cavalo no

pequeno orifício na parte de trás do boné, e os óculos no

meu rosto, embora o sol já esteja se pondo.

Estou no meu apartamento em Washington e é uma tarde

de sábado.

Desde a nossa — reunião — no quarto de hotel, e quase ser

pego, que não consigo parar com essa sensação

esmagadora de pavor. Meu estômago torce e dá voltas em

nós pensando o que eu estou prestes a fazer.

Eu sei que isso é arriscado, muito além de arriscado, indo


para a sua casa numa noite livre, mas eu preciso falar com

ele. Em particular.

Se eu não fizer essa única coisa arriscada, vamos continuar

fazendo um milhão de coisas arriscadas até o Dia da

Eleição.

Eu preciso parar com isso antes de estarmos mais

profundo... ao ponto de não retorno. Uma parte de mim

teme que já estejamos, e uma parte da minha alma me diz

que nenhuma tentativa de qualquer uma das partes pode

realmente parar a avalanche de emoções agora surgindo

entre nós, presente em cada olhar, toque, sorriso, e beijo.

Eu preciso que ele saiba que não podemos continuar esta

coisa perigosa que começamos, porque eu nunca iria me

perdoar se lhe custasse a Presidência. As eleições

presidenciais e campanhas, especialmente as presidenciais,

é uma coisa muito delicada.

Um movimento errado, um comentário errado, um deslize

pode significar perder. E para Matt, um candidato

Independente já tendo que lutar contra dois partidos de

longa data na história, lealdade, truques sujos, e um monte

de dinheiro aos seus lados... ele não pode ter nenhum

deslize.

Pergunto aos meus pais se eu posso pegar o carro

emprestado por uma noite e digo que eu vou sair para

beber com meus amigos.

No entanto, dirijo para a casa de Matt Hamilton. Eu não

queria tomar um táxi porque não queria que ninguém mais

soubesse da minha pequena viagem.

Quando vou até sua casa, sinto meu estômago virar e torcer

em um milhão de nós. Eu me forço para abrir a porta do

carro e subir os degraus para tocar a campainha.


Um par de respirações trêmulas, e mais um par de

pensamentos para me controlar, então Matt Hamilton está

na porta. Descalço, cabelo despenteado, com jeans pretos e

uma camisa azul escura.

Ele inala uma respiração profunda quando me vê, e passeia

os olhos sobre o meu corpo antes de me perguntar com voz

rouca: — Por que você está aqui, Charlotte?

Eu sorrio, mas sei que não chega a atingir meus olhos.

— Posso entrar?

Ele não responde, apenas me olha com curiosidade e dar

um passo de lado para me deixar passar por ele. Ele se

movimenta apenas o suficiente para me deixar passar, mas

não o suficiente para eu fazê-lo sem tocá-lo.

Meu ombro esfrega em seu peito, e o cheiro dele me

envolve.

Ele me leva à sua sala de estar, onde vejo que a TV está

ligada com o volume baixo. E sua mesa é uma confusão de

papéis e pastas.

Ele fica em frente a mim e aperta as mãos atrás da cabeça,

seus olhos nunca deixando os meus. Ele se senta em

silêncio me olhando profundamente, e eu apenas observo.

Cada fibra do meu ser me dizendo para rastejar em seu colo

e deixar seu calor me acalmar, afastado qualquer dúvida ou

medo da minha cabeça, mas não posso me mover.

— Eu não posso fazer isso, Matt. O que aconteceu em seu

quarto de hotel...

Encontro seu olhar, seus olhos como brasas, sua mandíbula

apertada com força.

Engulo em seco e continuo. — Nós quase fomos pegos. Eu

não posso ser a razão para você perder a presidência.

— Você não vai ser a razão se eu perder. Se tiver uma


razão, você vai ser a razão para eu vencer.

Balanço a cabeça. — Você sabe que nós estamos brincando

com fogo. Este é o Salão Oval. A Casa Branca. Eu não posso

deixar que você o jogue fora por minha causa.

— Eu não vou jogar nada fora, Charlotte. — Ele me olha de

forma constante. — Por que você está tão preocupada? —

ele estimula.

— O que você acha? Toda a nação tem os olhos em você,

Matt! A última coisa que você precisa é um escândalo.

— Não haverá um escândalo. Eu não vou permitir isso. Você

precisa confiar em mim. — Ele se inclina para frente, os

olhos varrendo minhas feições, com a voz firme, duro e

muito sério. — Eu nunca iria deixar nada acontecer com

você. E mesmo se algo estourar como uma notícia, eu iria

protegê-la.

— Se alguma coisa acontecer, você sabe que terá que me

jogar debaixo do ônibus. Seria a única maneira de salvar

sua imagem com as pessoas e seguir com a campanha. —

Meu coração se parte com minhas palavras, porque, tanto

quanto dói, essa é a verdade. Ele teria que colocar a culpa

em mim, controlar os danos de uma forma que me faria

parecer uma menina com fome de poder procurando o

caminho para a Casa Branca, e fazer Matt parecer à vítima.

Isso é apenas política.

Ele se levanta e começa a andar, e solta uma risada

sarcástica. — Você realmente acha que eu faria isso com

você?

Fico em silêncio, incapaz de falar.

— Jesus, eu preferiria perder a presidência a machucar

você, — ele rosna, em uma voz tão baixa que eu não tinha

certeza se o ouvi direito.


— Isso é exatamente porque precisamos parar! — defendo.

Ele passa a mão em seu cabelo em um movimento

exasperado.

— Eu não quero parar, — diz ele, olhando para mim com

tanta convicção e desejo em seus olhos, que quase me

assusta.

— Nem eu, — eu sussurro, — mas temos.

— Porra, Charlotte, apenas deixe-me ter você! Deixe-me ter

isso! — Seus olhos me prendem na cadeira, sua frustração

bruta e desenfreada queima. — Eu posso ser o próximo

Presidente dos Estados Unidos! Eu serei amaldiçoado se eu

não tiver o que eu quero, — ele rosna, — e eu quero você.

Eu não só quero você, eu preciso de você. Não importa o

que eu estou fazendo, eu estou pensando em você. Não

importa com quem estou eu preferiria que fosse você...

Ele fica lá, seu peito subindo e descendo com cada

respiração, com os punhos cerrados ao lado do corpo, o

músculo em sua mandíbula ondulando.

Fico sentada em choque com sua explosão... com suas

palavras.

Meu coração está praticamente estourando no meu peito

com a adoração que sinto por este homem e eu me deixo ir.

Eu me deixo ir até ele. Porque eu quero.

Levanto-me da cadeira e suas pupilas dilatam enquanto

ando em direção a ele, os punhos ainda cerrados ao lado do

corpo. Vejo-o lutando contra o desejo de estender a mão

para mim.

Ando até ele, nossos peitos quase se tocando. Matt abaixa a

cabeça para olhar para mim, já que ele é mais alto, e a

turbulência nos seus olhos me incendeia.

Eu envolvo meus braços em volta do seu pescoço e me


prendo contra seu corpo, e começo a beijá-lo com tudo o

que tenho.

Eu não me importo com mais nada. Não me importo que

não haja futuro para nós se ele ganhar. Eu não vou negar a

nós dois este momento. Ele disse que precisa de mim. E eu

preciso dele.

Beijo-o e nos meus beijos, desencadeio todo o desejo, toda

a paixão, toda a necessidade que eu tinha tentado tão

desesperadamente reprimir; e ele faz o mesmo.

Imediatamente seus braços envolvem em torno da minha

cintura e sinto-o me levantar. Instintivamente, coloco

minhas pernas em volta da sua cintura. Suas mãos agarram

minha bunda, me segurando contra ele, e continua

devolvendo meus beijos com igual intensidade.

Ele me beija com tudo que tem. Todas as memórias de tudo

que existe no universo que não seja este homem, neste

momento, desaparecem completamente.

Ele rosna contra meus lábios e o sinto começar a andar

enquanto me beija.

Ele quebra o beijo por um momento para me levar até as

escadas, mas não posso manter minha boca fora dele, de

sua mandíbula... do seu pescoço... mordiscando e sugando

sua pele deliciosa.

Ele chuta a porta aberta, e acho que quebrou as dobradiças,

mas não me importo.

O quarto está escuro, exceto por uma lâmpada ao lado da

cama.

Ele me coloca em cima da cômoda, a primeira coisa que ele

encontra, e fica entre as minhas pernas, sua boca de volta

na minha — tira o meu fôlego.

Seu beijo é droga, os lábios quentes e macios, porém firme.


Sua língua é quente também e cada vez que ele coloca

dentro da minha boca, eu sinto arrepios. É uma sensação

íntima e incrível. Eu suspiro contra ele, mas meu suspiro

rapidamente se transforma em um gemido quando sua mão

viaja para baixo e abre meu casaco. Ele empurra até

metade dos meus ombros, e as alças da minha blusa vão

em seguida. Ele nem sequer tira meu sutiã, apenas puxa

para baixo uma das alças e pega meu mamilo na boca. Eu

suspiro, colocando minhas pernas mais apertadas em torno

dele, e deixando minha cabeça cair para trás por causa de

como todo o sentimento é requintado.

— Matt...

Ele suga com mais força, girando sua língua contra meu

mamilo, deixando-me mais molhada e úmida a cada

segundo.

— Eu poderia fazer isso o dia todo, — ele geme quando

puxa a outra alça e toma o outro mamilo na boca.

Então, quando me acostumo com o calor de sua boca em

mim, ele puxa para trás, ganhando um gemido de mim em

sinal de protesto.

Ele olha para mim e toca meu rosto, dando-me um beijo

lento, terno antes de alcançar entre nós e desabotoar meu

jeans.

Sinto meu batimento cardíaco ficar mais rápido, quando

percebo o que ele quer fazer.

Salto rapidamente para fora da cômoda e tiro minha calça

jeans, meu casaco, e minha blusa, deixando apenas minha

calcinha e sutiã.

Matt puxa sua camisa, revelando milhas de músculos

rígidos, fortes no seu peito muito másculo.

Ele me venera, de pé lá, apenas de calcinha e sutiã, seus


olhos se enchem de admiração e desejo.

Eu olho para ele, silenciosamente implorando-lhe para me

levar para a cama logo.

E ele faz.

Ele me pega e me estabelece na cama, seguindo de perto.

Ele encontra-se em cima de mim, beijando-me sem sentido,

as mãos viajando pelo meu tronco e agarrando minha

bunda.

Ele suga meu pescoço, lambendo e mordendo.

Raspo minhas unhas pelas suas costas e gemo, balançando

meus quadris contra sua dureza.

— Por favor... — Eu imploro.

Ele ri contra o meu pescoço, e então levanta a cabeça para

me olhar nos olhos quando coloca a mão sobre a minha

calcinha.

— O que você quer? Minha adorável, linda, sexy Charlotte.

— Ele continua beijando meu pescoço e esfregando os

dedos contra minha calcinha molhada.

Antes que eu possa responder, ele puxa minha calcinha

para o lado e desliza o dedo dentro de mim, e eu suspiro em

resposta.

Minha respiração está ficando rápida e arfante, e estou fora

de controle com a necessidade quando puxo sua cabeça

para que ele possa me beijar novamente.

Ele não precisa perguntar. Seus lábios se prendem aos meus

sem desculpas ou restrição, então ele passa a língua pelo

meu pescoço, beijando e mordiscando minha pele.

Eu estou alta, absolutamente vidrada nele neste momento.

Matt arrasta os dedos ao longo da minha barriga.

Acaricio seu peito e beijo seu mamilo também. Um gemido

de fome e aprovação ecoa do seu peito. Eu empurro a


camisa sobre sua cabeça, e seu cabelo fica amarrotado e

sexy.

Ele se inclina sobre mim novamente.

Matthew desprende meu sutiã e expõe os meus seios.

Ele me toca.

Meus mamilos endurecem sob o toque sensível e tomo uma

respiração. Eu espero, com meu corpo tenso, querendo. Ele

acaricia a ponta do polegar sobre a ponta do meu seio,

enviando um arrepio até minha espinha.

— Tão sensível, — diz ele enquanto se inclina e beija o

interior da minha coxa. Contorço-me um pouco, e sua risada

acaricia minha pele. — Tão doce. — Ele move os lábios

sobre o meu sexo. Oh Deus. Ele arrasta a mão para cima do

meu quadril, até meus seios. Meus músculos contraem

profundamente e um gemido baixo sai de mim.

Ele puxa minha calcinha e joga-a no chão. Seu polegar

circunda meu clitóris e passa por cima de minhas dobras

molhadas, então me penetra. Cerro os músculos, até os

músculos da barriga. — Ohhh.

Ele puxa meu peito com uma mão.

Ele respira minha pele e lambe duas vezes meu mamilo.

Sua língua quente move-se languidamente sobre a minha

pele e meu corpo abaixo dele está em chamas.

Ele passa a língua sobre minha barriga e no meu sexo outra

vez.

Ele está com muita fome. Eu estou com muita fome.

Eu quero tocá-lo. Corro meus dedos sobre seu peito, os

músculos visíveis tremulam com as luzes da cidade que

passa através da janela.

Ele beija o interior da minha coxa outra vez. Contorço-me e

empurro meus quadris para cima em um apelo silencioso.


Sua língua mergulha no meu sexo, me degustando.

Estou prestes a gozar. Isso é tão bom. Eu estou tão quente

para ele, e isso não é nada engraçado.

— Não estou conseguindo entender quão bom é seu gosto.

Você é tão linda.

Seus olhar terno e selvagem vem até mim enquanto beija

meu sexo por mais um minuto, observando a minha reação,

e é uma combinação intoxicante.

Puxo-o para cima e o beijo. Ele me beija de volta, sentindo

meu gosto. Nossas línguas se movem, nossas mãos

buscando, explorando, amassando.

Ele agarra meus quadris e se inclina para lamber meu

mamilo. Eu suspiro e empurrou meu peito para cima, e sua

risada novamente roça ma minha pele.

— Não ria de mim, isso é sério, — eu gemo.

— É muito sério.

Ele beija os lábios do meu sexo com uma língua lânguida e

molhada. Sinto-me oprimida, mas ele me acalma com uma

mão no osso do meu quadril. Ele facilita o polegar sobre

meu clitóris e começa a esfregar em círculos, enquanto sua

língua mergulha languidamente dentro de mim.

Meu clitóris está sendo agitado em pequenos círculos

deliciosos pela ponta do polegar, e eu estou mordendo meu

lábio inferior para não gemer muito alto.

Minha respiração vem em um ritmo rápido, irregular quando

Matt desloca para trás e retira as calças jeans com rápidos

empurrões poderosos de suas mãos, vejo tudo dele, sua

pele dourada e os músculos, e eu salivo em silêncio.

Ele é bem delineado, com uma constituição atlética e de

proporções perfeitas, e eu quero cada polegada dele. Ele

coloca um preservativo. Ele é tão grande e grosso, lambo


meus lábios, gritando silenciosamente em antecipação.

— Isto é o que você quer, Charlotte.

E então ele empurra.

Ele é tão espesso e ele move-se rapidamente, levando-me

de surpresa com a deliciosa sensação de alongamento no

meu sexo.

Eu faço um barulho alto.

— Oh deus, Matt!

Meu orgasmo ganha intensidade, com uma ondulação,

torcendo, apertando, que se estende desde as pontas dos

meus dedos dos pés até as pontas dos meus dedos da mão.

Eu gemo em um segundo, e no próximo, eu estou

enfrentando o mais intenso orgasmo — de tirar o fôlego,

que abala a alma, agita meu corpo — que eu já tive na

minha vida, causada pelo pau grosso de Matt dentro de

mim. Eu estou resistindo debaixo dele, o prazer quase

agonizante, agarrando seus ombros como se fosse a vida.

Ele me agarra pela cintura e move-se dentro de mim, mais

rápido, mais profundo, e grita quando goza.

Ele me segura contra ele enquanto goza, de forma muito

intensa, seu pau empurrando várias vezes dentro de mim,

trazendo-me a um segundo orgasmo.

Xingando baixinho, ele continua a balançar seus quadris

enquanto escova o cabelo para trás do meu rosto,

prolongando o prazer, olhando para mim até que as

convulsões em meu corpo se transformem em tremores e,

depois em pequenos arrepios. Em seguida, ele rola de

costas na cama e me leva com ele, escovando uma mecha

molhada teimosa de cabelo vermelho novamente.

Eu estou ofegante contra seu pescoço. Estou suada; nós

dois estamos.
Fecho os olhos, não é certo o que acabou de acontecer e

não tenho certeza se não quero desesperadamente que isso

aconteça de novo, mesmo que não deveria.

Meu corpo pulsa a partir da maneira como ele me fodeu.

Meus mamilos estão sensíveis.

Acaricio meu dedo em seu peito.

Estou encolhida ao seu lado. Minha boca está

provavelmente vermelha. Eu amo que sua boca esteja

vermelha por causa dos meus beijos também, seu cabelo

está amarrotado, e mesmo neste estado, ele parece que

poderia enfrentar o mundo.

E então lembro que em breve, ele vai.

Olho para o relógio na mesa de cabeceira, desejando que o

tempo parasse. Que pudéssemos ficar nesse momento. Para

que nossas vidas fossem diferentes. Ele é apenas um rapaz.

E sou apenas uma garota. E nós dois estamos aqui, sem

expectativas de qualquer pessoa, além de um do outro.

Nenhuma campanha. Nenhuma mídia minuciosa. Sem culpa

sabendo que nossas ações não afetam apenas nós dois,

mas aqueles em torno de nós, a equipe. Meus pais. A mãe

dele... o país.

— Sua mãe não está feliz que você está concorrendo, está?

— Eu pergunto, acariciando meu dedo no seu peito, como

as pontas de seus dedos como pena nas minhas costas.

Matt olha de perto para o meu rosto, parecendo confuso e

divertido que escolhi lhe perguntar algo sobre a campanha,

em vez de o que aconteceu. — Como você sabe?

— Ela tem evitado cada evento e não está falando sobre

isso.

Ele arrasta a mão sobre o rosto, em seguida dobra seu

braço atrás dele enquanto desliza a mão debaixo do


travesseiro. — Ela se preocupa.

Ele aperta o outro braço em volta de mim e eu chego mais

perto, desejando seu calor.

Matt está olhando para o teto, pensativo. Sei que eles são

próximos, ele e sua mãe. E eu realmente sinto por sua mãe.

Seu marido foi brutalmente assassinado. Matt é tudo que

ela tem; é claro que ela está preocupada. Mas eu posso ver

que Matt não seria um homem que recua de qualquer coisa.

— Matt? Quando você me disse sobre o seu maior medo? —

Faço uma pausa por um momento. — O meu é decepcionar

meus pais. Falhar em ser tudo o que eles queriam que eu

fosse, alguém grande, responsável, respeitável. Olhe para

mim agora. — Eu gemo.

Ele olha para o meu rosto, pensativo. Só um pouco

preocupado. — Somos completamente um casal, não

somos?— Ele corre o dedo no meu nariz. — Playboy da

América e queridinha da América.

Eu sorrio para ele, ainda sem fôlego. — Eles podem ter

pensado que você era apenas um rosto lindo, mas eles te

levam a sério agora.

— Eu os levo a sério. E eu levo você a sério. — Ele acaricia a

mão pelo meu rosto, seu olhar tão quente e cativante. — Eu

não quero que você se machuque. Isto não devia mesmo

estar acontecendo. Eu não deveria ter minhas mãos em

você. — Ele acaricia um caminho pelo meu corpo com

aquelas mãos, as mais deliciosas mãos. Em seguida, ele

abaixa a cabeça e acrescenta: — Eu definitivamente não

devia fazer isso. — Ele coloca a mão no meu sexo e acaricia

com um beijo ao longo da minha bochecha.

Eu pego sua mandíbula e puxo-o para a minha boca,

sussurrando: — Sim, você deve.


Ele muda em cima de mim, todo discreto e puro músculo. —

Eu não me canso de você, linda. Eu simplesmente não

consigo ter o suficiente.

Ele está tão duro que imediatamente coloca um novo

preservativo.

Eu envolvo meus braços ao redor de seus ombros enquanto

ele vem para mim lentamente, como se eu fosse preciosa.

Ou como se ele soubesse que estou um pouco dolorida.

Ele move-se dentro de mim. Eu gemo e o saboreio,

arranhando suas costas com minhas unhas.

Movo-me debaixo dele. Eu sei que isso é louco, perigoso,

terrível para nós dois. E eu sei que também é emocionante,

inevitável, e nada que eu pudesse pensar em me negar.

Eu não posso negar isso. Se eu quiser parar esse

sentimento mesmo depois de onze anos, ele será o único

antídoto.

Ligando as mãos atrás do seu pescoço grosso, levanto a

cabeça e coloco meus lábios nos dele. Estou com fome,

gemendo quando Matt agarra meu rosto para me segurar e

coloca sua língua em mim.

23

MUDANÇAS

Charlotte

QUANDO CHEGO à sede da campanha na manhã de

segunda-feira, eu não estou totalmente certa se eu deveria

estar sentindo pavor,

ansiedade,

incerteza,

medo,

excitação,

felicidade,
ou simplesmente só felicidade.

Tudo o que sei é que ainda posso senti-lo entre as minhas

pernas.

Visões de sábado vibram pela minha mente durante todo o

dia e servem como um belo lembrete, fugazes de uma noite

que nunca vou esquecer.

Há uma mudança visível, invisível para qualquer outra

pessoa que não seja Matt e eu. Cada vez que encontrarmos

nossos olhos há uma compreensão silenciosa que agora

compartilhamos algo especial.

Toda vez que ouço o som de sua voz dirigir seu pessoal ou

tomar decisões relacionadas à campanha, lembro-me dele

sussurrando coisas sujas no meu ouvido, gemendo meu

nome, gemendo quando gozou. Várias vezes.

As coisas mudaram. Estive com ele de maneiras mais

íntimas do que qualquer um pode ser com o outro, e isso

me deixa absolutamente feliz. Quando eu olho para ele, fico

tonta e meu coração começa a bater mais rápido e mais

rápido. Se alguém falasse comigo naquele momento, eu não

ouviria quem quer que fosse por causa do som do meu

coração, enlouquecendo por este homem.

Há uma mudança nele também.

É como se a sua masculinidade fosse multiplicada por mil.

Seu sorriso tem mais travessuras. Sua caminhada é agora

um andar mais confiante, e Deus, a sua voz... Ele poderia

estar falando sobre impostos estaduais e pelo tom de sua

voz, você poderia pensar que ele está descrevendo posições

sexuais.

Os olhares estão me matando. Às vezes eles vêm com um

sorriso sexy privado. Às vezes com nenhum sorriso em tudo,

sua expressão quase como uma expressão pensativa. Às


vezes eles vêm com um olhar de surpresa, como se ele

fosse surpreendido ao pegar-se olhando para mim.

Eu tento não ser pega olhando também, mas há sempre um

segundo quando eu estou olhando para o seu perfil, e no

próximo, quando ele de alguma forma sente e me olha e eu

rapidamente desvio o olhar. É apenas um segundo, mas é o

suficiente. Faz com que me esforce mais para não olhar e é

mais difícil de ser totalmente profissional. Porque eu sei

que, quando ele olha de volta, sei que está pensando

naquela noite também.

ESSA QUINTA-FEIRA, estamos em um dos maiores

campus universitários no Colorado e Matt está falando com

uma multidão de dezenas de milhares. Ele estava muito

animado sobre esta visita.

— Nosso futuro está em nossos estudantes universitários e

os nossos filhos. Inferno, eu não posso enfatizar o suficiente

o quanto é importante inspirá-los a se envolver ativamente,

fazer uma contribuição. — Ele me disse isso durante o voo,

e isso me fez duplamente determinada a certificar-me de

que tudo corresse bem.

Até mesmo o clima parece ter sido sobre o plano (e o clima

é o pior pesadelo para um programador). O céu está claro, e

a multidão é maior do que esperávamos.

O poderoso discurso de Matt não deixa dúvidas de sua

capacidade de liderança.

Enquanto Matt está por trás do pódio, há uma voz da

multidão. — Vai, Hamilton!

Outro grito da multidão. — Onde você esteve, Hamilton?

— Desculpe ter mantido vocês esperando, — diz ele, os

lábios moldado em um de seus sorrisos assassinos.

Meu estômago estremece de emoção.


A multidão continua interrompendo, gritando: — Matt! Você

é o nosso candidato, Matt!

Às vezes Matt ri, ou saúda-os, como se fossem velhos

amigos. Mas quando ele se torna sério, o mesmo acontece

com as pessoas. Suas mãos estão no pódio, ele fica ereto e

confiante quando fala de nós sermos o melhor, de como, a

fim de ser grande você precisa trabalhar mais duro do que o

resto.

Como as mesmas portas velhas não abrirão novas

oportunidades.

Como facilmente estar no topo nos deixa tentado a deixar a

bola cair e relaxar na nossa própria glória... uma glória que

precisamos acender, como uma nação, juntos. — Nenhum

homem vai lhe trazer o que você procura. Ninguém vai

soltar seus sonhos realizados à sua porta. Então o que é que

você quer? E mais importante, o que está fazendo para

obtê-lo?

— Hamilton, Hamilton, Hamilton! — As pessoas gritam.

Uma onda de felicidade percorre meu corpo quando o coro

toma toda a arquibancada.

Deus! Eles o amam, eles o adoram, e pela forma como ele

sorri e ri pelos louvores que eles lançam em seu caminho,

ele os adora de volta.

Nenhum outro candidato na história dos EUA ganhou a

presidência nesta idade, mas as multidões estão vindo vêlo. Sua riqueza e nome teriam
ganhado alguns seguidores,

mas é o seu carisma, sua terrena, essa relatividade que ele

tem que faz você sentir como se ele te pegasse, os seus

problemas, como se ele soubesse o que você precisa,

mesmo que você não saiba.

E não é só isso, mas em comparação com os seus


concorrentes, o candidato Republicano principal e o

presidente Democrata (fósseis, eles dois), ele parece tão

jovem e forte, cercado por uma equipe, com novas ideias

frescas. As probabilidades estão contra ele, mas os pontos

estão em seu favor. América quer uma mudança. América

quer crescer. América quer ser jovem e poderosa

novamente.

— COMO você acha que foi? — Matt me pergunta

quando nos dirigimos para o hotel.

Balanço a cabeça e tento um olhar decepcionado, mas

quando aquele sorriso aparece, não posso manter a fachada

por mais tempo. — Aplaudido de pé, — eu digo, levantando

as sobrancelhas. — As pessoas se conectaram. Isso foi

insano!

Matt sorri e olha pela janela do carro, coçando o queixo,

pensativo, seu sorriso ainda lá enquanto ele suavemente

admite, — Isso foi insano.

Corro para tomar banho e chegar a tempo para um jantar

com a equipe. Estou indo lá embaixo para encontrar Carlisle

e outros membros da equipe em um dos restaurantes do

hotel. Quando as portas do elevador se abrem, apenas Matt

está lá dentro.

Meu coração salta, e nós compartilhamos um sorriso

quando entro.

Ele cheira tão bem, como colônia e sabonete, e o calor de

seu corpo junto ao meu me embriaga.

— O que você está usando por baixo?

— Você nunca vai saber, — eu digo, em tom de gozação.

— Hmm. Mas vou saber lá pela meia-noite. — Ele levanta

uma sobrancelha, me avisando, e me beijando com seu

olhar.
O simples pensamento de estar em uma sala sozinha com

Matt esta noite não faz nada para acalmar meu corpo agora.

Nós saímos do elevador, caminhando lado a lado com uma

boa distância entre nós. Ele puxa minha cadeira quando

chegamos a nossa mesa, mas Matt é tipicamente cortês,

por isso, felizmente, ninguém parece prestar atenção extra

nisso.

Só que ele roça o polegar ao longo da parte de trás do meu

pescoço enquanto eu tomo meu assento — é um toque

sutil.

Completamente roubado.

E leva todo o meu esforço impedir que meu corpo inteiro

trema abertamente em resposta.

Sentamos para o jantar, e a equipe discute, analisa e

discute, e eu não consigo acalmar o zumbido dentro de

mim. Ele está me observando do outro lado da mesa. Vejo-o

tomar um gole de água antes de deslizar os óculos para ler

os números das pesquisas que Hessler trouxe.

De repente, estou com sede e tomo um gole rápido,

tentando ler a pasta na frente de mim. Quando saio e

misturo-me em grupos para os elevadores, Matt entra no

mesmo que eu.

Ele fica à minha esquerda até o andar de cima. Sua

proximidade me afeta tanto que eu quase não posso

esperar para fugir.

Meu coração está batendo loucamente no meu peito.

Meu ombro queima onde o seu bate no meu. Estou ciente

de como ele é alto ao meu lado, pelo menos uma cabeça

mais alto.

Estou ciente de cada respiração sua, mais lenta do que a

minha.
Meu andar surge, e quando saio, dou a volta para dizer

adeus ao grupo. Eu olho para Matt uma última vez.

Ele está olhando para mim, furiosamente, com as

sobrancelhas inclinadas, parecendo um pouco pensativo e

com muita fome, como se nós não tivéssemos acabado de

jantar.

Volto para o meu quarto e espero que ele me envie uma

mensagem de que o caminho está livre. Dez minutos

depois, a campainha do meu telefone soa.

Dez minutos mais, as mãos quentes estão deslizando pela

minha saia para revelar a minha roupa íntima. Puxando-a

para baixo. Revelando cada dobra molhada por baixo.

Eu estou no seu quarto, e a próxima coisa que eu sei, é que

a língua molhada de Matt está em mim.

24

TOALHA

Charlotte

NÓS ESTAMOS EM WASHINGTON NOVAMENTE.

Matt terminou nossa última viagem mais cedo e pediu um

novo cronograma acelerado, o qual eu tenho trabalhado a

noite inteira.

Ele disse que ia me encontrar na sua suíte do Jefferson, que

ele usou esta noite, quando dois membros da informação

nos disseram que sua casa fervilhava com muitos paparazzi.

No final da manhã, bato na porta da sua suíte.

Enfeitei meu cabelo e depois repreendi a mim mesmo.

Pare de se embelezar, Charlotte!

Espero encontrar Carlisle aqui, mas quando Wilson abre a

porta e permite-me entrar, encontro apenas o silêncio.

Ando pela sala de estar com as folhas na mão.

Eu congelo quando Matt entra na minha linha de visão, seu


grande corpo aparecendo nas portas duplas do quarto.

Ele está vestindo nada além de uma toalha branca do hotel

envolta em torno de seus quadris, sua pele dourada e

suave.

Deus me ajude.

A toalha está pendurada tão perigosamente baixo que eu

posso ver o V em seus quadris. Ele tem pernas longas, com

coxas e panturrilhas musculosas, depiladas e bronzeadas.

Ele também está com os pés descalços.

Seu cabelo está molhado pelo banho e penteado para trás,

revelando o sua testa forte, com traços perfeitos. Embora

ele pareça incrível em roupas, — incrível — não posso

sequer começar a capturar a perfeição atlética completa de

sua forma e músculos. Cada músculo é definido e

flexionado.

E aqueles braços incríveis... os bíceps ficam salientes

quando ele levanta a pequena toalha que ele tem em seu

punho e a coloca sobre os cabelos para secá-lo.

Ele joga a toalha de lado e passa os dedos pelo cabelo

enquanto volta sua atenção para mim. — Será que você

conseguiu fazer?

Oh.

Sim.

AQUILO.

— Charlotte. — Olhos chocolate começam a piscar, e meu

corpo inteiro cora quando percebo que ele claramente me

observa boquiaberto, seu cabelo desordenado e ainda mais

sexy quando ele coloca os óculos no nariz e lê.

Tentei mudar nos próximos compromissos para que a nossa

equipe de campo tivesse tempo para chegar ao ônibus, mas

eu não posso fazer nada se sempre que voamos chegamos


mais cedo, mesmo que Matt odeie perder tempo esperando.

— Isso nos deixa em desvantagem de um dia, — diz ele.

Ele geme de desagrado, e dentro de mim, sinto um aperto

instintivo profundo, visceral dos meus músculos da barriga

com o som. Não apenas minha barriga. Meu sexo aperta

também. Mesmo meu peito parece contrair. Tudo isso em

reação a esse som muito masculino, muito sexy.

Lembrando-me muito de sexo. Entre Matt Hamilton e eu.

— Sinto muito, Matt, eu apenas... Não consigo descobrir

como fazer o resto da equipe chegar a tempo para estar no

seu discurso. Talvez algo pequeno...

— Ei. Está tudo bem. — Ele fecha a pasta e me olha. Ele

pode dizer que eu quase não dormi? Seu olhar amolece. —

Eu deveria levá-la em algum lugar. Cuidar para que tivesse

um café da manhã.

Mordo meu lábio.

Os olhos de Matt escurecem.

Libero-o.

— Eu não diria não a um grande café de baunilha.

— Vamos fazer isso.

Eu me sinto ruborizar porque isso soa muito como um

encontro.

— Nós não podemos! — Eu rio. — Eu não posso nem ficar

aqui por mais do que alguns minutos por medo de que nos

observem ainda mais.

Ele se senta, e suas coxas grossas são reveladas pela

toalha. — Eu sinto muito. Eu realmente não posso culpá-los

por estarem obcecados com você, — acrescento.

Ele olha para mim.

Tudo o que posso pensar são as suas mãos em mim. Minhas

mãos rastejando sob a toalha. Dedos tocando seu peito. E


aquele grande, pau pesado dele.

Uau. Eu só penso nisso?

O que esta acontecendo comigo?

— Venha me beijar.

Matt parece ler minha mente.

Mesmo assustada com o comando, sorrio e mordo o lábio

inferior. — O que?

— Eu disse: venha me beijar. Eu sou o único que deveria

estar mordiscando esse lábio.

Dou um passo em frente, os olhos de Matt escurecendo

enquanto ele me observa.

Há uma batida na porta. Seguido pelo som de uma chave na

fechadura. Rapidamente retomo o passo em frente que dei.

Carlisle e Hessler se juntam a nós.

Carlisle mergulha direto para negócios depois de uma

breve, — Como está o nosso príncipe americano hoje? — e

uma piscadela em minha direção. Matt vai para o quarto,

suponho que para se trocar.

— Eu devo ir.

Matt sai com uma calça e uma camisa azul. — Não. Vou

levá-la para casa.

— Não, está tudo bem. Vou me encontrar com uma amiga,

na verdade, para um croissant, são a três quarteirões de

distância. E seu aniversário está chegando; prometi que iria.

Estarei em casa mais tarde. Chame se precisar de mim.

Corro lá para fora, em seguida, verifico a hora e me dirijo

para meu bar favorito perto de Mulheres do Mundo. Eu

espero lá pela minha amiga Larissa. Ela chega com dez

minutos de atraso, e todo esse tempo, eu estou com raiva

de mim mesma por responder fisicamente a Matt.

Eu tentei tão intensamente estar focada no trabalho e na


minha carreira. Por que eu preciso estar me apaixonando

pelo homem que trabalho?

Expiro quando vejo Larissa correndo em frente do

restaurante, tentando empurrar o Príncipe da América fora

de minha mente.

Acabamos tomando café, em seguida, fazemos compras, e

depois, bebidas.

— Então, como é trabalhar para deus? — Ela pergunta-me,

baixando a voz quando se senta no bar de um dos nossos

cafés favoritos. — Não. Sério. Diga-me, estou morrendo de

vontade de saber.

— É cansativo, — eu digo.

Por favor, Deus, não deixe minha expressão revelar nada.

Que eu quero ele.

Que, milagrosamente, ele me quer.

Que nós dormimos juntos.

Que eu ainda não quero que isso acabe e tenho certeza por

causa da maneira possessiva que ele olhou para mim em

seu quarto de hotel, nem ele quer que acabe.

Quando eu sento lá mentindo através dos meus malditos

dentes, percebo que, pela primeira vez na minha vida, eu

estou fazendo algo que eu não deveria.

Percebo como é desconfortável ter um segredo. Quero gritar

algo para o mundo, mas, ao mesmo tempo, não quero nada

mais do que protegê-lo. Que o mundo nunca, nunca toque

em qualquer parte deste nosso precioso segredo.

Que ninguém saiba que sua fraqueza tem um nome, um

coração batendo, e um rosto muito famoso.

— Eu mataria por apenas um dia nessa campanha,

Charlotte. Quer dizer, Matt Hammy! Ele é tão lindo em

pessoa como eles dizem que ele é?


— Mais ainda, — eu gemo, revirando os olhos.

Desvio a atenção para seu novo namorado, e felizmente,

isso é o fim da minha conversa sobre Matt Hamilton.

Se ao menos fosse tão fácil afastá-lo dos meus

pensamentos.

NO MOMENTO EM QUE CHEGO ao meu apartamento

naquela noite, tive muitos cafés misturados com álcool. A

exaustão está pesando em mim e há uma dor nas minhas

têmporas quando saio do elevador para o meu andar. Uma

figura está sentada a minha porta, uma figura grande. Com

um boné azul.

Matt.

Delicioso.

Hamilton.

— Eu precisava fugir. Se importa se eu ficar aqui esta noite?

— A luz diabólica em seus olhos lampeja, e seus lábios

levantam nos cantos quando ele percebe o choque no meu

rosto.

Por dentro, eu estou balbuciando e tropeçando.

Como ele se livrou da imprensa?

Tenho certeza de que Wilson deve ter mantido tudo

escondido para ele escapar despercebido, mas... oh meu

deus, Matt está na porta do meu apartamento.

Minha mãe iria morrer se soubesse que ele está no meu

pequeno apartamento de “merda”.

Abro a porta com as mãos trêmulas, deixando-o entrar, me

preocupando que ela pode estar certa. Ele está olhando em

volta com uma careta, e de repente as minhas

preocupações se multiplicam, pego sua mão e tento distrailo.

— Eu tenho uma grande cama. Vamos, — eu sussurro.

— Você realmente não deve viver aqui sozinha, — diz ele,


franzindo a testa profundamente para mim.

Eu sorrio e o puxo em direção a mim, balançando meus

quadris até o quarto para chamar sua atenção.

Ele segue em silêncio, seus olhos em mim agora, em vez do

meu apartamento.

Chuto meus sapatos e deito na cama, me perguntando por

que ele não está no Hotel Jefferson com um não perturbe na

porta. Por que ele está aqui. E o pego olhando ao redor do

meu quarto e na minha janela, um olhar de protecionismo

em seus olhos, mas quando seus olhos voltam para mim e

ele me vê aqui, — deitada na cama, ofegante, esperando —

seu olhar muda. Torna-se em parte macio, em parte quente,

e isso apenas me dá uma dica de por que ele está aqui.

Além disso, sabendo que sua equipe nunca realmente o

deixa descansar, eu suspeito que os momentos comigo

sejam seus únicos momentos de descanso — as únicas

vezes que ele realmente desconecta.

— O seu lugar foi invadido hoje à noite de novo? —

Pergunto.

— Sim, mas sempre é.

Ele fala casualmente.

Ele tira os sapatos, joga o boné de lado, e estende-se na

cama ao meu lado, estamos de lado, nossas cabeças

suspensas pelo cotovelo, um de frente para o outro. Ele sorri

e estende a mão para passar o dedo indicador pela minha

bochecha. — Não poderia ficar longe. Queria ver se você

tem uma casa segura.

— Ou só queria me ver, — eu sussurro.

— Sim.

De repente, ele se desloca por cima de mim, e eu estou de

costas, com o grande corpo de Matt em cima do meu.


Ele está acariciando sua mão pelo meu braço, seu polegar

acariciando a minha pele, seu peso a melhor sensação do

mundo ao lado do... sexo com ele.

— Você realmente quer passar a noite aqui? — Pergunto,

sem fôlego, esfregando os meus dedos dos pés ao longo dos

seus pés descalços. — Tenho certeza de que sua cama é

muito mais confortável. Ou a do hotel. Estou balbuciando,

não estou? Eu só...

Ele está acenando com a cabeça lentamente, olhando para

mim.

— É uma surpresa vê-lo aqui, — eu finalmente admito.

— Uma boa surpresa?

Isso me leva um tempo para admitir, mas eu faço.

Concordando. — Uma boa surpresa.

— Você terminou? — Pergunta ele, enrolando a mão sob

meu cabelo para levantar minha cabeça acima algumas

polegadas. Seus olhos são incrivelmente escuros quando

continuo acenando com a cabeça.

Engulo, em seguida, sorrio e levanto a cabeça um pouco

mais alta. Eu não tenho que levantá-la longe demais. Matt

fecha a distância entre nós, seus lábios e os meus, e eu

estou sendo beijada pela primeira vez na minha própria

cama. Pequena como ela é.

— Devemos conseguir um bairro mais seguro e um

apartamento melhor, — diz ele, mordiscando meu queixo.

— Não, — eu disse, inclinando a cabeça para trás para lhe

dar acesso.

— Por quê? — Ele volta.

— Porque não há um nós aqui. Eu não sou sua mulher.

Ele se afasta e suas sobrancelhas reúnem. — Você trabalha

para mim.
— Eu estou debaixo de você agora, Matthew.

Ele sorri, balança a cabeça censurando, em seguida, volta a

me olhar enquanto alisa a mão para escovar meu cabelo

para trás.

— Eu gosto de como real você é, Charlotte. A maneira como

você se levanta por si mesma, e a maneira como você se

levanta pelos outros. Eu gosto como honesta e trabalhadora

você é. Como você é doce. — Ele capta os meus lábios entre

os dele, roçando a mão ao longo da minha testa novamente,

olhando nos meus olhos.

— Você pode me culpar por querer protegê-la? Eu nunca

pensei que iria encontrar uma mulher como você. Que

empurra todos os meus botões. Eu quero você contra

qualquer superfície dura disponível e quero protegê-la de

tudo ao mesmo tempo. Eu nunca esperei você. E eu não

esperava por você agora.

Demora alguns segundos para encontrar a minha voz. —

Você realmente acreditava que nunca iria encontrar alguém

que estivesse com você?

— A maioria se preocupa demais em colocar uma fachada

que acreditam que corresponde a minha.

— Eu não.

— Eu sei. O que faz você mais rara do que qualquer coisa

para mim. Tão preciosa. — Sua voz engrossa quando

expressa sua apreciação.

Eu pego sua mandíbula e beijo-o, e Matt agarra minhas

mãos e coloca sobre a minha cabeça, me beijando,

suavemente, mas com uma urgência e uma força

subjacente. E então eu estou ficando despida e levada, em

uma cama que eu sempre dormia sozinha, pelo único

homem que eu já quis e o único que eu realmente não


posso ter. Não se ele fizer isso.

Mas eu pego o que eu posso conseguir, gemendo baixinho

sob seu beijo enquanto suas mãos se movem sobre mim.

25

A ÚLTIMA PRIMÁRIA

Charlotte

O PRÓXIMO FIM DE SEMANA, Matt visita seu avô na

Virginia.

Estou meio que feliz pela distância. Estamos afundando

muito rápido. Embora uma parte de mim queira entrar ainda

mais profundo, profundo o suficiente para afogar, eu sei que

não é o melhor para ele, para mim, para qualquer um.

Matt é um garanhão na cama. Passamos toda a noite nos

tocando, gozando, e conversando. Ninguém dormiu, e

ninguém parecia querer dormir. Eu não queria deixa-lo.

Estou viciada nos tempos que passamos juntos.

Eu continuo querendo mais.

Mas nesta fase da campanha, não estamos brincando com

fogo. Nosso caso secreto escandaloso é uma bomba

nuclear, e qualquer deslize em mantê-lo escondido será o

jogo que o define.

Meus pais me chamaram para um jantar numa noite e me

preparam para a campanha. Eu sei desde que cresci em sua

casa, onde na política, a discrição é uma obrigação. A última

das primárias será amanhã, e papai disse que ouviu Matt

ser cortejado por ambas as partes, mas tinha declinado.

— Você está fazendo um bom trabalho contra décadas e

décadas de mudanças de poder entre as duas partes, mas

isso vai ser suficiente, Charlotte? Qual é o plano de Matt se

eles atacarem, encontrar algum escândalo em seu passado?

— Pai, eu não sou a sua sombra e eu não sou uma leitora de


mente, porque estou ocupada ajudando a organizar sua

agenda e é isso.

— Será que vamos ser convidados para a arrecadação de

fundos para a alfabetização que ele estará fazendo nessa

campanha? — Mamãe pergunta.

— Você está na lista. Todo mundo está na lista, mesmo toda

a Hollywood e Nashville; Matt ama a música e ele ama

cientistas e geeks da tecnologia. A campanha teve apoio de

tão longe de quase seis dezenas de figuras públicas. Mesmo

Mayweather postou em suas mídias sociais com uma

imagem de pilhas e pilhas de dinheiro e uma mensagem

que dizia “Floyd Money Mayweather não faz arrecadações

de duzentos dólares, eu faço o dinheiro, e acrescento um

par de zeros a mais.”

Percebo quão fantástico tudo soa uma vez que me ouço

falando isso. Como é que Matt dorme com tudo isso

acontecendo?

Como é que alguém carrega as expectativas de um país

inteiro em seus ombros, e se mantem também?

— Não temos certeza de que podemos assistir à gala,

porém, — Papai me avisa em voz baixa. — Você percebe

que a minha aparição em um evento como esse seria um

apoio também?

Encontro o seu olhar e aceno em silêncio, querendo pedirlhe para agradar e, por favor, apoiar
Matt, mas eu o respeito

muito para perguntar o que ele está esperando. Eu

simplesmente sei que ele tem medo de que não importa as

pessoas, as partes irão se certificar de que aquele que

termina no topo não será Matt Hamilton.

MAIS TARDE, NAQUELA MESMA NOITE, encontro com

meus amigos no mesmo bar onde eu comemorei meu


aniversário meses atrás. — Hamilton para a vitória, — Kayla

diz durante o jantar. — Ele tem o meu voto. E eu sei que ele

tem o seu!

Sorrio, dizendo: — É claro.

Ela franze a testa. — Espere. O quê? Será que ele tem mais

do que o seu voto?

Rio, mas, oh, Deus, não é nada engraçado.

Como eu poderia deixar isso acontecer? Eu estava com

medo que seria, e admito para mim mesma que era

principalmente a razão pela qual estava hesitante em

participar da sua campanha.

Mas... você não pode controlar por quem você se apaixona.

Exceto uma parte de mim acredita que eu posso, mesmo

sendo errado eu me apaixonar do jeito que eu fiz, porque

sei que isso não vai a lugar nenhum. Mas ainda o quero. E

eu penso nele. E, apesar de saber que deixei as coisas irem

longe demais, talvez eu devesse parar antes de ficar pior,

mas já ficou.

O desejo de fazer a diferença. Desejo... de estar com ele.

Eu olho para Kayla, e ela tem um bom rapaz; ela é a única a

ser levada para casa hoje à noite, que tem um trabalho que

ama e pais que não se importam se ela é uma professora ou

um guitarrista (ela é, na verdade, ambos).

Eu tenho um trabalho que é temporário, um homem que eu

nunca posso realmente ter, e se minha mãe perceber que

estou perigosamente atraída por Matt, ela vai se preocupar.

Eles me queriam nos braços de um político promissor, é

verdade, mas não um candidato à presidência, que todas as

mulheres do país acreditam que pertence a elas.

Eu jurei que nunca seria uma garota de político – que

engana você com outra mulher ou com seus empregos, ou


os verdadeiramente desprezíveis que enganam os eleitores

que o colocaram em seus tronos.

Mas não importa o quão desagradável eu ache tudo, vivo

em D.C. e respiro política. A política tem me alimentado

toda a minha vida, me colocou em uma carreira. A política é

agora o meu trabalho.

A política está em cada poro e célula do homem que

consome meus sonhos.

O fato de que ele está conduzindo e é a pessoa mais não

corrompida no mundo político a partir de agora só

acrescenta ao seu apelo, a minha admiração, e o meu

respeito. Meu desejo de permanecer ao seu lado até o fim é

muito grande, não importa o quanto dói na menina dentro

de mim que só queria um cara para amar e que a ame de

volta.

Naquela noite subo na minha cama, no meu pequeno

apartamento, percebendo o quão solitária realmente estou

quando tudo ao meu redor está calmo. Campanha é

desgastante. Também é revigorante e esclarecedor.

Nós nos encontramos com centenas de milhares de

pessoas. Você começa a ver todas as variedades, todas as

etnias que agora compõem os americanos. Você começa a

ver a coragem, o sofrimento, a esperança, educação,

grosseria, raiva, desespero, tudo isso é a América.

A tristeza é quando você não ouve aqueles com dor até que

eles estão chorando. Você não ouve aqueles que sofrem,

porque às vezes eles são os mais silenciosos.

NO DIA SEGUINTE, estamos todos reunidos nos preparando

para assistir os resultados das primárias. E eu sinto falta

dele.

Eu sinto falta de sua energia e paixão que sinto quando


estou perto dele. Eu sinto falta de viajar com ele, dele me

pedindo favores, como trazer um café, e como eu perco o

foco quando ele coloca os óculos e lê os horários que trago

ou os arquivos que ele me pede para imprimir.

Hoje à noite, quase uma centena de membros de nossa

equipe está aqui, assistindo a TV de tela plana em um dos

quartos de mídia quando vemos a última primária. Os dois

homens na liderança são o democrata Presidente Jacobs, e

o republicano Gordon Thompson.

Presidente Jacobs. A única coisa boa que ele fez para o

nosso país, ele ainda tem que fazer, que é passar o

escritório e deixar alguém mais competitivo com ideias

melhores intervir.

Gordon Thompson. Ele quer aumentar o orçamento militar

ao reduzir gastos em programas sociais. Ele parece

realmente pró-guerra.

E claramente interessado nas classificações, Thompson

parece reunir tudo, a mídia sendo incessante em repetir o

que ele vê em blogs, no Facebook e jorrando na TV —

quando Matt chega.

Ele encontra o meu olhar. Nossos olhos parecem bloquear

por uma eternidade.

Matt para de olhar apenas quando todos começam a

recebê-lo. Ele cumprimenta de volta de forma amigável e,

em seguida, senta-se à minha direita.

As luzes são reduzidas e, em seguida, estão fora.

A TV pisca e todos estão em silêncio, observando e ouvindo

as especulações sobre os candidatos do partido Democrata

e Republicano.

E eu estou tentando me controlar, mesmo Matt estando

sentado exatamente a cinco centímetros de distância. Estou


ciente do calor do seu corpo. E espantada com a trilha

crepitante de fogo em minhas veias, porque ele está muito

perto. Seu limpo perfume viril faz meus pulmões doerem.

Um desejo incontrolável de me aproximar não me deixa.

Inclino-me para trás um pouco na minha cadeira. Respiro, e

depois percebo que ele virou para olhar para mim.

Ele está olhando para o meu rosto como se estivesse

marcando em sua memória, e parece frustrá-lo, porque ele

passa a mão inquieta sobre as costas de seu pescoço.

Ele se levanta e vai pegar um café, então ele está a alguns

passos à minha direita, olhando para a TV, franzindo a testa

mais forte.

Ele parece tão bom.

Estivemos em um borrão de campanha em salões de

recepção, ensino médio e ginásios universitários, correndo

em direção ao Dia da Eleição. As coisas vão ficar ainda mais

intensas a partir de hoje, estou certa de que vamos gastar

mais alguns meses longe de D.C.

E de repente eu não sei se posso fazer isso. Se eu posso

viver com esta pequena dor implacável enquanto viajo com

ele, vê-lo beijar os bebês e realmente, realmente pegá-los

no colo, porque ele quer, não por causa da imprensa.

Enquanto a notícia continua, ele pisca na tela. Uma cabeça

cheia de cabelo negro despenteado aparece. Com sua roupa

informal só o faz se destacar mais. — Bom senso, unidade e

a disciplina de Matthew Hamilton vão ser fortes armas

contra os candidatos Republicano e Democrata, — o

apresentador está dizendo antes de voltar para contabilizar

os resultados.

Então aqui estamos nós, vendo os primeiros resultados

quando os indicados presumíveis das partes opostas são


nomeados.

Sem surpresas nenhuma — Jacobs e Thompson. Embora

Hessler ainda esteja surpreso.

— Que porcaria. Um deles é quase tão antigo como um

maldito sacerdote. E não me fale sobre o outro. Não há

lixeiras suficientes no país para encher com todas as

besteiras que ele jorra, — Hessler geme por causa dos

adversários.

Nós todos olhamos para Matt esperando por sua opinião.

Matt passa as mãos pelo pescoço, franzindo a testa,

pensativo. — Nosso governo vai manter quem ganha em

cheque. Essa é a beleza do nosso sistema.

Hessler bufa. — Enquanto eles não se aconchegarem com a

ideia de emitir uma tonelada de ordens executivas.

Matt sorri, em seguida, olha pensativo para a TV,

obviamente, pesando nas virtudes e defeitos de seus

oponentes.

Levanto-me e sigo para a cozinha fora da sala de

visualização e tenho que passar por Matt. Ele não se move

para me deixar passar. Seu olhar escurece quando me

aproximo, e ele estende a mão impulsivamente para o meu

pescoço.

Delicadamente, ele aproveita o broche de águia na minha

gola. Acaricia a águia com a ponta do polegar. Uma vez, isso

é tudo, seus olhos brilhando com orgulho enquanto ele faz.

Prendo a respiração. Ele procura a minha expressão com

curiosidade. E seu sorriso desaparece. Ele ainda está

segurando o broche. Tenho medo de que ele pode ver que

eu estou quase ofegante — essa porra de corpo! Há um

pequeno furacão de borboletas se agitando no meu

estômago e tenho medo que esse cara — tão extremamente


perspicaz o tempo todo — possa vê-lo também.

Estou nervosa avançando para trás, e o movimento faz com

que ele solte sua mão. Ele finalmente se move para me

deixar passar, e Mark de repente me segue para um

refresco.

— Alguma coisa acontecendo com vocês dois? — Pergunta

ele.

— Sim, — eu digo, irritada com a forma como intrometido

ele é. — Nada.

— Bom. Ufa! Eu estava preocupado por um momento.

Pressiono meus lábios e tiro uma garrafa de água do

pequeno frigobar.

— Tudo o que todo mundo está falando aqui, todos aqueles

telefonemas de meninas alegando que são Charlotte e elas

querem falar com Matt.

— Talvez os seus nomes sejam mesmo Charlotte. — Fecho o

frigobar e abro a garrafa.

— Todas as três dúzias? De jeito nenhum. — Ele balança a

cabeça e mexe as sobrancelhas. — Há apenas uma

Charlotte, tanto quanto eu estou preocupado... e

infelizmente, também há apenas uma Charlotte, tanto

quanto Matt está preocupado. Ele não pode parar de olhar

para você.

— Mark... nada está acontecendo.

Ele sorri então, e se inclina com um cotovelo na maçaneta

da porta.

— Bom. Você quer sair comigo neste fim de semana?

— Como?

— Um encontro. — Ele sorri.

Hesito, em seguida, percebo que Matt está apenas a alguns

passos atrás dele. Ele tinha estado em uma conversa com


Carlisle, mas agora está olhando na minha direção.

Se eu estou determinada a tirá-lo do meu sistema e

quaisquer rumores sobre nós, talvez um encontro seja bom.

Há outros peixes no mar, sem necessidade de ir para o

Grande Tubarão Branco. Mas tudo o que posso dizer é: —

Não até nós ganharmos.

Então, eu calmamente saio e volto para a sala de

visualização, bebendo minha água.

A multidão logo se dispersa, e eu me vejo lutando contra o

desejo de ficar para trás e perguntar a Matt sobre seu fim

de semana. Vou para os elevadores com a multidão,

fazendo o meu melhor para me forçar a ir para casa.

Matt franze a testa quando passo por ele com desdém. Ele

se move abruptamente para me parar, levando-me pelo

cotovelo. — Ei.

Eu olho para cima e olho em volta, preocupada que alguém

pudesse ter visto. Mas todos eles vão para os elevadores.

Nós olhamos um para o outro, e há milhares de mensagens

em seu olhar que não consigo decifrar, mas de alguma

forma sinto na minha barriga, como um emaranhado de

crepitação.

Lábios se inclinando para cima em uma maneira adorável e

eu tento não notar, Matt acena para frente. E eu

cautelosamente ando com ele. Ele tem tanto poder que não

é apenas uma pessoa, mas uma presença.

Ele está vestindo um sorriso, um pouco de brilho perverso

nos olhos, como se soubesse... tudo.

Ele franze a testa para mim e empurra a maçaneta da porta

de seu escritório. — Depois de você, Senhorita Wells.

Ele sorri como um cavalheiro, mas seu olhar é de um

homem das cavernas impertinente quando entro e ele fecha


a porta atrás de si.

Aspiro por coragem, mas há uma coisa sobre o seu

escritório aqui na sede. A metade superior é de vidro, e

qualquer um que retornar ao edifício poderia nos ver.

Meu coração está batendo loucamente quando ouço sua

abordagem por trás. Ele desliza uma mão ao redor da minha

cintura e me puxa para trás contra a parede do seu peito. —

Hmm. Seu cabelo cheira tão bem.

Exalo.

— Sempre diferente, — acrescenta ele como uma reflexão

tardia.

— Estamos sempre nos mudando de hotel; estou à mercê

do que é oferecido no meu quarto.

— Este é real, embora. Este é o seu, — ele murmura.

Ele agarra meus ombros. Sua mão bronzeada com dedos

longos, dando-me um delicioso pequeno aperto.

Tento suprimir minhas reações quando giro em torno do seu

domínio e levanto os olhos para o rosto dele. Ele está

olhando para mim em silêncio, como se estivesse tentando

me descobrir.

— Então, Mark, — diz ele, seus olhos me digitalizando.

— Que Mark?

Ele levanta as sobrancelhas sugestivamente.

— Oh, você quer dizer Mark.

— Mark Conelly. — Seus olhos vão levemente para a porta,

então para mim. — O que ele quer com você?

— Nada. Ele é apenas um amigo.

— Tem certeza?

Há um pouco de barulho estranho no meu corpo quando eu

vejo os redemoinhos turvos da escuridão em seus olhos.

É Matthew Hamilton, o homem que tem tudo, o mundo a


seus pés, ciumento?

O ângulo de sua mandíbula parece tão afiado como sempre.

— Tenho certeza. Nada está acontecendo ainda.

— Ainda?

— Ele quer um encontro, mas quero concentrar-me primeiro

na campanha. Não recusei diretamente, pois ele estava...

especulando sobre nós.

— Entendo.

Eu quero saber o que ele está pensando, mas ele fecha os

olhos e depois os abre olhando diretamente para mim.

— Ele é velho demais para você, — ele finalmente afirma.

— Ele é um ano mais novo do que você, — contrario.

— Ele é divorciado. Completamente inelegível para você.

Eu dou de ombros. — Tenho outras opções. Meu amigo Alan

tem tentado manter as coisas sérias durante anos.

Seus olhos se arregalam. — Não há como vencer isso com

você? — Ele ri e passa os dedos pelo cabelo, franzindo a

testa em uma mistura de diversão e confusão.

Embora Matt pareça estar calmo, temo que haja algum tipo

de tempestade à espreita em seu olhar. Algo que está sendo

mantido firmemente sob controle.

Permaneço em silêncio enquanto luto com mil coisas que eu

quero fazer ou dizer. Eu senti falta dele. Eu senti falta do seu

rosto e a forma como ele cheira e a forma como o escritório

vibra quando ele está aqui. Eu senti falta de acordar com

minha barriga cheia de borboletas porque simplesmente sei

que vou vê-lo. Eu também não gosto desses sentimentos,

mas é difícil afastá-los quando eles estão simplesmente...

lá. Mais forte do que nunca, quando ele está perto.

— Por que você está mesmo considerando sair com ele?

— Por que. — Eu olho para longe, e, em seguida, sussurro,


— Isso poderia ajudar a dissipar quaisquer rumores entre

nós. E por que... você está sob minha pele, Matt.

Há um silêncio.

Eu fico no lugar, mesmo quando todos os meus instintos me

dizem para ir embora e não olhar para trás.

— Não saia com ele. — Ele espera um momento, em

seguida, acrescenta: — Com qualquer um deles.

Ele me puxa para o seu peito, balançando a cabeça para

mim.

Hesito, então me inclino para frente e coloco meu rosto lá.

Ele vira a cabeça no meu couro cabeludo e inala. Então ele

fuça meu nariz e acaricia seu polegar em meus lábios. Ele

pressiona suavemente para baixo no meu lábio inferior para

abrir minha boca e esfregar o polegar sobre minha língua.

Meus olhos se fecham. Chupo o polegar e, em seguida,

pego a mão dele e mudo para beijar a palma da mão. Ele

me aperta mais forte, e arrasta seu rosto para baixo, sua

mandíbula ligeiramente ralada quando ele pressiona seus

lábios nos meus.

Gememos enquanto nossas línguas mexem uma contra a

outra, uma e outra vez.

Minha mão segura forte sua camisa. Ele desliza a mão para

cobrir minha bunda e me arrasta um pouco mais perto

quando tira sua boca da minha, volta e me beija

novamente.

Eu gemo seu nome.

— Matt.

Ele separa nossos lábios e olha para mim, respirando com

dificuldade. Realidade vem a mim lentamente. Estamos na

sede, com vidro nos rodeando. Estou beijando o Príncipe da

América.
Presidente Jacobs. Thompson. Eles iriam adorar isso.

Matt parece saber o que eu estou pensando.

— O cara para quem você faz a campanha, eu não sei como

não ser ele. Isso é o que todo mundo espera que eu seja. —

Ele toca seus dedos na minha bochecha. — Mas com você é

diferente.

Exalo quando entendo suas palavras. O que ele quer dizer é

que, no escuro da noite, ele não quer ser presidente, ou

Matthew Hamilton. Ele quer ser apenas um homem capaz

de perder o controle sem ter uma história no dia seguinte

na mídia.

Eu quero segurá-lo para mim, e eu quero dizer a ele que eu

amo o jeito que ele perde o controle, e que eu amo o fato de

que ele usa todas as expectativas que o mundo já colocou

em cima dele, porque ele só fez o nome Hamilton ser muito

bom.

Em vez disso eu simplesmente peço-lhe uma carona para

casa, perguntando se um homem tão isolado como Matt já

baixou a guarda assim com alguém antes.

— Vamos despistar. Eu quero deixar Charlotte em casa, —

Matt diz para Wilson depois de entrar no carro, e Wilson faz

alguns movimentos passando por vários estacionamentos

subterrâneos distraindo alguém que possa estar nos

acompanhando antes de estacionar na frente do meu

apartamento.

Matt me segue para dentro do prédio.

Seu rosto está determinado, e ele parece pensativo.

— Se você ainda está pensando sobre a coisa com Mark,

agora você sabe como eu me sinto assistindo mil lindas

mulheres se atirando em você.

Ele ri, em seguida, arrasta a mão sobre o rosto. — Estou


com ciúmes. Eu sou homem o suficiente para admitir isso.

Estou com inveja de qualquer cara que pode sair com você,

andar na rua com você em seus braços.

Meus olhos se arregalam com a confissão.

Matt Hamilton com ciúmes como qualquer cara normal?

Eu sinto que não se pode comparar qualquer coisa com a

corrente elétrica deliciosa sob o efeito que suas palavras

enviam através de mim.

Minhas coxas estão derretendo aos meus pés, enquanto

ando para o meu apartamento.

Um dos meus vizinhos do sexo feminino aparece.

— Charlotte, eu...

Matt gira.

Minha vizinha gagueja. — Oh, uau.

— Prazer em conhecê-la. — Matt sorri facilmente, e os olhos

da minha vizinha não podem ficar maiores.

Matt me dá um olhar interrogativo, e eu rapidamente

anuncio: — Matt, minha vizinha Tracy.

— O prazer é meu, Matt! — Minha vizinha diz.

Matt cumprimenta-a e então o levo para o meu

apartamento. — A papelada está bem aqui, Sr. Hamilton, —

digo, quando o conduzo para dentro, certificando-me que

Tracy ouça e rezando para que vai mantê-la apaziguada.

Uma vez que estamos dentro digo a ele incisivamente, —

Meu ponto. Sobre as meninas quererem se jogar em você ou

limpar o chão para você passar.

É tão escuro no meu apartamento, acendo uma lâmpada e

ainda parece como se sombras estivessem nos engolindo.

Entro na cozinha e retiro um pedaço de pão apenas para

tentar manter minhas mãos ocupadas, não indo para sua

camisa, sua mandíbula, seu cabelo. — Vou pegar algo para


comer. Às vezes eu fico tonta quando não como por um

tempo... Quer um pouco?

Ele cai em um banquinho e arrasta o outro com a ponta do

pé para que ele possa sustentar o pé no apoio para os pés e

inclina para frente. — Olhe para você, — diz ele.

— O que?

— Como uma pequena dona de casa, — ele canta em

apreciação.

Preparo um sanduíche, rindo. Eu não posso pensar com Matt

na minha cozinha.

— Eu conheço algumas receitas, — me vanglorio. — Jessa

me ensinou quando eu era jovem. O dia que você e seu pai

vieram, fiquei chocada que a comida do presidente iria ser

provada antes que ele pudesse comer. — Eu olho para ele.

— Foi o destaque da minha vida. Eu senti como se tivesse

sido selecionada para algo especial, e é por isso que eu

comprei o broche. Eu estava mesmo inspirada para me

juntar a Mulheres do Mundo por causa disso. Eu mantive

você muito presente em minha mente. — Sorrio.

Ele só olha para mim, e percebo que ele parece um pouco

pensativo.

— Por favor. Não seja tão encantador. Não tente me

impressionar. Eu provavelmente iria votar em você de

qualquer maneira. — Eu sorrio, e ele não ri. Ele permanece

assim enquanto mordo meu sanduíche, e quando mastigo,

levanto o sanduíche em oferta. Ele observa-me terminar de

mastigar, e quando coloco meu sanduíche meio comido e

limpo meus lábios com um guardanapo, ele silenciosamente

enfia meu cabelo atrás da minha orelha, inclinando-se como

se quisesse estar perto.

Digo nervosa agora, — Realmente, eu já estou apaixonada


por cada parte de você.

Eu congelo quando percebo o que disse, e meus olhos se

arregalam, e seus olhos escurecem, estreitando quando ele

levanta a mão e arrasta o dedo em meus lábios – uma

mistura de áspero e suave, lascivo e amoroso.

— Se você está tão apaixonada, por que está dando a Mark

um segundo pensamento? — Ele diz com desprezo.

Estou ofegante. — Você não desistiu disso? Isso é

totalmente uma síndrome de filho único. Não compartilhar

seus brinquedos? — Eu estalo.

Ele olha como se me quisesse contra a parede, e eu quero

correr a minha língua e os dedos nele.

— Eu posso dar um segundo pensamento sobre Mark, —

acrescento. — Mais do que isso, após a eleição. Você não

pode ter tudo, Matt.

— Mas eu quero tudo, é você que eu quero, você quer que

eu queira você – é disso que se trata? Com Mark e agora

esse outro cara?

— Não.

— Não saia com Mark. Não sai com esse outro que eu nem

sei o nome. Ele não é certo para você. — Ele balança a

cabeça e acaricia meus lábios com os dedos agora. — Não

dê esses lábios a qualquer um. Eles são muito bonitos. E

muito raros. E eles são meus.

Eu gemo e coloco minhas mãos no meu rosto, odiando que

eu ainda sou aquela garotinha de onze anos de idade, com

uma queda, só que agora a minha queda está me

esmagando em seu abraço. — Matt... — Eu levanto o meu

olhar. — Minha vizinha viu você. Você tem que ir.

— Você está preocupada que ela vai sonhar comigo? —

Desaforo voa em suas palavras e em seus lábios.


— Não, — eu nego, mas talvez eu esteja!

— São os rumores, então, — diz ele, seu olhar escurecendo.

Eu concordo. — Mas eu vou dizer que eu te seduzi. Que eu

tinha más concepções para a Casa Branca.

Um sorriso joga em seus belos lábios quando uma textura

nova envolve sua voz, fazendo o som sair mais áspero. —

Charlotte, não há nada remotamente mal sobre você.

— Há sim. Porque eu não deveria estar aqui, querendo o

que eu quero de você, sabendo o que está em risco. Sou a

personificação da maldade. Na verdade, eu nunca tinha

descido tão baixo.

Ele leva uma mecha do meu cabelo vermelho selvagem,

enrolando-o em torno de seu dedo indicador. Seu cenho

franzido é confuso, mas seus olhos parecem nada, além de

fascinado. — Por que você insiste em afirmar que você é um

coração de pedra e malvada – isso é uma fantasia secreta

sua? — Ele puxa o cabelo um pouco para frente, que atrai

toda a minha cabeça um pouco para frente quando ele

acrescenta, — porque eu gosto de você exatamente do jeito

que você é.

Minha voz fica esfumaçada. — Eu simplesmente gostaria de

salientar que eu sou multifacetária... — Ele puxa meu

cabelo mais perto e meu cérebro começa a dispersar. — Há

muitas partes de mim que você não conhece. Como, — ele

libera o fio e usa seu dedo para rastrear o lóbulo da minha

orelha... — o fato de eu ter a coragem de... Eu ter a

coragem de seduzi-lo.

— Sério? — Lá vai ele, rindo de mim com os olhos de novo e

fazendo minha barriga se agitar selvagemente.

Dou um passo para trás e puxo minha blusa de dentro da

saia, meu coração batendo mais rápido e mais rápido


enquanto Matt continua olhando para mim, seu sorriso

começando a desaparecer.

— Você não acredita em mim? — Eu estimulo.

Ele só olha para mim, seu olhar fixo e intenso.

Cerro os dentes com determinação e, lentamente, desfaço

todos os botões, então abro a blusa e empurro o material

sobre um ombro.

O rastro do riso em seus olhos torna-se sombreado com o

calor enquanto seu olhar recai sobre meu ombro nu.

De repente, não há nada além do silêncio na sala.

Nada além do silêncio e seus olhos traçando meu ombro,

até meu pescoço, para os meus lábios, em seguida, olhando

direto nos meus olhos.

Perco todo o poder de respirar.

Ele sempre paira sobre mim quando está perto e agora ele

parece todo masculino, escuro, e há um pouco demais de

testosterona no ar.

Matt nunca pareceu mais sexy do que ele está agora, ali de

pé lutando uma batalha que não quero que ele ganhe.

Lambo meus lábios e reúno a coragem quando me livro de

um lado do ombro e elaboro meus braços para cobrir a

minha frente. Eu vejo seu rosto, com medo da sua rejeição,

medo da minha própria imprudência.

Eu provavelmente deveria parar agora.

Não. Matt deveria me parar agora.

Eu deveria sair de seu espaço pessoal, ou, mais

provavelmente ele deveria sair do meu, e ainda assim deixo

cair minha blusa, e Matt permanece diante de mim, com os

olhos fixos no meu rosto – escuro como crepúsculo.

Mais silêncio.

Matt é tão concentrado, tão apaixonado; Eu nunca vi tanta


paixão nos olhos de um homem antes, quando ele fala

sobre os Estados Unidos da América. Eu amo isso, mas eu

também amo a forma como ele olha para mim com a

mesma paixão agora. Eu. Apenas eu.

Ele pode ter qualquer mulher que ele quiser e ainda assim

ele escolhe ninguém. Ele escolheu seu país, por agora, e eu

sei que eu deveria respeitar isso. O que você está fazendo,

Charlotte?!

Os segundos pulsam, e estou diante dele apenas de saia e

sutiã.

Eu não consigo pensar em nada quando ele levanta a mão

para tocar-me e lentamente arrasta os dedos, para cima de

meu umbigo, entre os meus seios, até meu pescoço, em

seguida, de volta para baixo.

Uma carícia, suave como uma pluma, a colisão de seus

dedos mal pastando em minha pele – seu olhar pastando no

meu com aquela delicadeza e uma frustração atormentada

que nunca tinha visto antes. Está gravado em cada linha de

seu rosto bonito e perfeito, na linha da sua mandíbula, no

conjunto de seus lábios, como se eles estivessem apertados

para evitar pressionar contra os meus.

Não tenho palavras para definir – o que quer que seja – que

estou sentindo.

Eu nunca quis nada do jeito que eu quero – a necessidade

de Matt me beijar agora.

Eu mal posso falar. — Você acredita em mim agora? — Eu

engulo. — Você não vai me impedir de... de tirar o resto?

Ele corre os nós dos dedos até meu tronco novamente,

desta vez pela minha garganta, onde ele espalha seus

dedos abertos debaixo do meu queixo, sua mão aberta

abrangendo meu rosto enquanto a palma da mão embala


meu queixo.

— Quieta agora. Vou olhar para você por um longo, longo

tempo. — Seus olhos quentes transformam meus ossos a

cinzas.

Engulo, atordoada com o desejo sob seu olhar.

Ele roça um beijo na minha bochecha, seu hálito quente. —

Vou deixar essas bochechas ficarem ruborizada com um

vermelho brilhante com o jeito que meus dedos vão brincar

com você, — diz ele, então ele deixa o nariz lá e inala contra

a minha pele.

Ele acaricia os meus lados, o nariz passando pelo meu

ouvido agora.

— Você é tão apaixonada... Você tem mais amor por seu

país do que qualquer um que eu já vi. E isso me deixa louco

quando todo esse fogo vivo vem para mim. Eu não me

importo de ver esse fogo queimar agora.

Minha voz é grossa com a luxúria e desejo. — Nosso país é

maravilhoso, — eu digo, apenas respondendo ao primeiro

comentário. E você é maravilhoso na cama, eu penso

comigo, mas eu não estou alimentando o seu ego mais. O

mundo faz isso em excesso já.

— Você sabe o que seria maravilhoso? — Diz ele, contraindo

os lábios pensativamente para o lado.

Ele agarra minha bunda em suas mãos.

— O que seria requintado? — Ele continua.

Ele aperta os montes e com um empurrão, me aperta contra

seu peito.

— Você.

Ele mergulha sua cabeça.

E Matt está me beijando. Ardentemente. Quase como se me

punindo pela coisa com Mark, por tentá-lo, por eu nem sei o
que.

Sua língua empurra, aquele primeiro impulso molhado e

duro e oh tão bom. Sua mão aperta meu pescoço,

possessivo. Ele aprofunda o beijo, se isso é mesmo possível.

— Eu pensei nesta boca, todo fim de semana. E esses seios

lindos...

Ele enrola uma mão envolta do meu peito, a outra na parte

de trás do meu pescoço.

Sua mão está quente e suave na minha nuca enquanto ele

acaricia meu peito. O toque é tão desejado, tudo o que

posso fazer é absorver a sensação de que a mão grande

está provocando meu mamilo, me quebrando. Enquanto a

outra está colocada na parte de trás do meu pescoço como

se sozinha, segurasse minha espinha junta, impedindo meu

corpo de cair, mantendo minhas células unidas.

Ele olha para mim e aperta meu mamilo e me puxa para

perto um pouco mais ou menos, e eu prendo a respiração –

a respiração que é perfumada com ele.

Seus lábios ondulam um pouco, e enche meu corpo de calor.

Inalo bruscamente quando ele levanta a mão e corre por

minhas curvas, olhando nos meus olhos enquanto traça os

contornos. Carne e sangue.

Mas ele olha para mim como se achasse que eu sou feita de

outra coisa.

Seus dedos bordam a minha cintura e, em seguida, na

minha calcinha enquanto ele começa a gentilmente me

beijar novamente.

Abro a boca e respiro, — Matt.

Ele me inspira, em seguida, começa a beijar meus lábios

novamente. Quente. Firme. Urgente.

Eu gemo e envolvo meu braço em torno do seu pescoço.


— Matt... não acho. Você precisa ir, — eu gemo, empurrando

minha língua na sua boca, agarrando punhados de seu

cabelo sedoso. — Eu sei que isso é... nós não podemos...

você vai parar ou eu vou ter que pará-lo? Por favor, não me

faça parar. Eu não sei se eu posso... — Eu gemo.

Eu não só me preocupo que minha vizinha vai nos ouvir,

mas que um escândalo vai entrar em erupção, mas eu

também não sei o quanto mais dele eu posso tomar antes

de atingir o ponto de não retorno.

Ou talvez eu já tenha chegado a esse ponto.

Nunca haverá – nunca – um homem que me excita como

este.

Ele é tudo o que respiro, tudo o que vejo, tudo que eu quero

é que ele me leve até o balcão da cozinha, e eu suspiro de

surpresa, me penduro em seus ombros em busca de apoio.

Ele chega por baixo da minha saia para puxar minha

calcinha. Seus olhos encontram os meus e me sustento com

seu olhar penetrante enquanto pega minha boca com a dele

e começa a esfregar minhas dobras entre os dedos.

Eu não sei como me sentir, como reagir – meu mundo está

se fragmentando, peça por peça; não há nenhuma

realidade, nada, além de meus braços ao redor de seu

pescoço, apertando, e sua boca quente, e seus dedos

peritos, dando-me o que eu preciso.

— Matt.

Ele me mantém no balcão da cozinha e meus joelhos estão

fracos quando ele abre as minhas coxas para dar mais

espaço para os dedos.

Necessidade queima brilhante como fogo quando ele desliza

dois dedos dentro de mim. Cobrindo meu peito em sua mão,

acariciando. Puxando a boca livre da minha para vaguear


pelo meu pescoço, para chupar um mamilo. Eu quebro em

seus braços, sob seu toque e seu beijo.

Só depois que eu gozo, com ele me dizendo shh, eu tenho

você em meus lábios, eu pareço retornar a Terra.

Eu estou com as pernas trêmulas, e ele agarra meus quadris

e descansa sua testa na minha. Seus olhos estão iluminados

com calor e travessura diabólica, me derretendo um pouco

mais, se isso é mesmo possível.

Minha voz sai sussurrada. — Uau. — Eu levanto a minha

mão e coloco sobre sua mandíbula, acariciando-o com uma

ternura que eu não tenho certeza que já lhe havia

demonstrado. — Nunca parece o suficiente. Eu continuo

desejando mais você.

Ele vira a cabeça, colocando um beijo suave no interior da

palma da minha mão. Com a voz mais grossa e mais

espessa do que nunca, ele diz: — Nós não terminamos

ainda.

Ele cautelosamente beija o interior do meu pulso quando

passa minha mão para enrolar em torno da volta do seu

pescoço.

Quando nos alinhamos, ele abaixa a cabeça e me dá um

beijo de boa noite. Um beijo lento e lânguido, uma fome

subjacente em cada impulso de sua língua. Eu estou

tremendo, fraca do meu orgasmo, enquanto ele está

sussurrando, — Eu te vejo amanhã, linda, — e ele bica meus

lábios, lentamente, quase como se em gratidão, e ele vai

embora, dizendo-me antes que ele saia, — Tranque.

Na manhã seguinte, eu estou corando enquanto me visto

para o trabalho, antecipando o momento em que vou vê-lo.

Quando o ritmo agitado da nossa campanha fica entre Matt

e eu, gastamos todas as manhãs correndo, quase acho que


inventei isso, que isso não aconteceu, todas as coisas que

ele disse, todas as maneiras que me mantêm afundando

cada vez mais, mas minha boca sente esse último pingo dos

seus lábios nos meus.

E quando Matt finalmente entra na sede e olha para mim, o

olhar em seus belos olhos escuro continua me lembrando de

que definitivamente aconteceu, e que para ele significa que

isso vai acontecer novamente.

26

NUNCA O SUFICIENTE DE VOCÊ

Matt

EU NÃO CONSIGO ter o suficiente dela. Estive

mordendo, mordiscando, beijando-a, chupando-a...

Estamos no chuveiro e eu a tenho despojado de camisola e

calcinha branca frágil.

Mudo o chuveiro e aponto-o na direção de Charlotte, em

seguida, assisto a lâmina de água ir para baixo nas suas

curvas.

Pego os picos rosados de seus mamilos. O algodão agarrado

ao seu corpo molhado. Meus olhos arrastam para baixo,

para a renda de sua calcinha e seu sexo visível através do

tecido molhado. Meus olhos sobem lentamente até seu

rosto, e sua língua se lança para fora, seus olhos

arregalados com preocupação. Há mais do que preocupação

lá. Há desejo, e um pouco de imprudência.

— Matt?

Minha garganta fica grossa quando chego para tocar seu

rosto com o polegar, arrastando-o para baixo em sua

mandíbula quando me inclino no seu ouvido. — Sim? — Eu

digo, olhando em seus olhos, em seguida, em sua doce

boca.
A boca que quero debaixo da minha novamente. Aqui, não

há nenhuma razão para não levá-la, devorar sua suavidade

até que ela engasgue. Eu desço e deslizo meus braços ao

redor da cintura dela, puxando-a para mais perto, então

escovo sua boca molhada com meus lábios.

Eu estou a usando. Não posso usá-la assim. Mas eu não

posso me conter.

Meu alarme me acorda.

Empurro meu braço para fora e desligo, em seguida, saio do

chuveiro. Dez minutos sob a água fria e eu ainda não posso

esfriar, contando as horas até que eu possa ficar sozinho

com ela novamente.

— EU QUERO ver Charlotte esta noite. Preciso da sua

ajuda novamente.

Wilson olha para mim enquanto tomamos café na minha

suíte no The Jefferson, esperando até que o resto da minha

equipe esteja aqui.

Wilson me olha em silêncio, então arrasta a mão sobre a

cabeça careca. — O que você está fazendo, Matt? Achei que

você tinha tirado essa merda de seu sistema na faculdade,

cara.

Balanço minha cabeça. — Não é o que você pensa, é

diferente com ela. — Encontro seu olhar. — Eu quero que

você trate-a de forma diferente. Eu quero que você a proteja

como se ela fosse eu. Se esta merda vazar, eu não quero

Hessler ou Carlisle jogando-a sob o ônibus.

— Isso não vai vazar. Não se eu puder evitar, — Wilson

afirma.

Aperto meu queixo e olho para o meu café e apenas a vejo.

Apenas ela.

— Não posso deixar de persegui-la. Não posso deixá-la


ainda. — Eu rio sarcasticamente. — Você provavelmente

acha que é uma obsessão... mas é mais do que isso. Ela

significa mais do que isso.

Ela me motiva.

Ela me fascina.

Ela me alimenta.

Esta mulher não só me faz querer ser um grande homem,

ela me faz querer ser o melhor maldito presidente que já

viveu.

Ela é o que eu nunca soube que queria e descobri que

preciso.

Sei muito bem que eu vou ter que deixá-la em breve, mas

eu não posso desistir dela ainda.

Wilson concorda. — Estou com você.

27

INTENSO

Charlotte

ANTES DE SAIRMOS DE D.C, Matt nos reserva uma

suíte em um pequeno hotel cinco estrelas, onde tem um dos

melhores restaurantes da cidade que oferecem um jantar

surpreendente. Parece um encontro muito secreto, muito

maravilhoso com o homem que todo o país desmaia e o

único pelo qual estou lentamente e, secretamente,

apaixonada, e agora cada vez que nossos olhos se

encontraram, parece que estamos lembrando a noite e a

noite de sexo quente que compartilhamos.

Infelizmente, a última vez por um tempo.

Ao longo das últimas duas semanas, nós estivemos com a

cabeça na campanha intensamente. A eleição parece tão

real agora. Estamos na suíte de Matt no Hotel Wynn, em Las

Vegas. O trabalho tem sido tão desgastante, não tivemos a


oportunidade de desfrutar de todos os momentos mais

privados para salvar um – todos os outros foram segundos

roubados que quase sempre aconteceram com uma sala

cheia de pessoas.

Um beijo aqui.

Um roçar de seus dedos lá.

Hessler, um homem com ainda menos sentido de humor do

que Carlisle parece ter tido seu primeiro sorriso em todos os

meses que o conheço quando ele vem com os resultados

mais recentes da pesquisa. — As pesquisas estão lhe dando

a liderança.

— Não há tempo para sentar e cantar uma canção de vitória

ainda, — Matt diz, seu Starbucks na mão.

Eu já terminei o meu café.

Quando o café não consegue fazer o truque para mantê-lo

acordado, é realmente hora de mudar para Red Bull.

Estou mal acordada agora.

Estou sentada no sofá, e minha cabeça está inclinada na

minha mão enquanto tento manter meus olhos abertos. Eu

não quero perder uma única palavra das âncoras na TV, e,

ao mesmo tempo, ouvir a conversa dos homens ao redor

me acalma. Desde que começamos, tem sido assim por

muitos meses de extensa viagem e noites como esta.

Ideias geniais, planejamento, pensando, e, para mim,

querendo. Querendo ele... muito.

Eu pensei que com o tempo, isso iria ficar mais fácil. Sua

proximidade.

E em vez disso, está ficando mais difícil.

Ainda temos alguns meses de campanha. Estranho como eu

anseio que seja mais para que eu possa passar com ele, e,

ao mesmo tempo, estou tão viva – que sinto que estou


participando de algo histórico, algo que vai definir o nosso

futuro – e só não quero que isso acabe.

— Charlotte, vá dormir um pouco, — diz Matt.

Eu tento me manter acordada quando ouço o comando nas

proximidades.

Deus. Eu estava cochilando no sofá?

Amplio meus olhos e Matt está inclinando-se sobre mim, sua

sombra cobrindo todo o meu corpo.

Seus olhos são um redemoinho de bronze, e me pergunto se

eles veem através de mim. Sua mão é uma marca própria,

que penetra na minha pele. Como o toque de um fio vivo,

seu aperto no meu ombro atira faíscas através do meu

corpo. Como posso possivelmente sentar aqui e ficar parada

enquanto tudo isso acontece dentro de mim é um mistério.

— Vou dormir quando morrer, — eu digo, sorrindo sem

entusiasmo.

Um breve sorriso toca seus lábios.

É o seu sorriso divertido, o que faz com que seus olhos

ganhem um tom mais claro.

Sento-me na posição vertical, feliz que o gerente da

campanha está tomando notas, se mantendo ocupado. Matt

me entrega um copo de café, e eu sei que é o seu, porque

foi eu a única que trouxe e está marcado com a caneta. O

seu tem a palavra Matt inscrito na minha própria caligrafia.

Pego o copo, e ainda está quente. Ele toma um assento ao

meu lado e meu cansaço desaparece um pouco.

É difícil não sentir as coisas que sinto por este homem

quando temos viajado juntos por tantos meses. Quando o

vejo segurando bebês, dançando com senhoras de idade;

quando o vejo agitar as multidões em um rugido; e,

especialmente, quando vejo seu cabelo despenteado e um


par de óculos de leitura que ele coloca para ler os jornais de

manhã, taticamente meço os efeitos da campanha que

estamos travando contra os Republicanos e os Democratas.

Jack encosta no sofá entre nós, mas uma parte da sua

cabeça está em Matt e seu corpo está totalmente em mim.

É incrível o quanto eu aprendi a amar seu cachorro,

considerando a forma como nos conhecemos, que foi menos

do que estelar. Agora eu almejo seu calor difuso, a lambida

de sua língua quente e úmida nas minhas bochechas.

Enquanto saboreio meu café, Matt chega para acariciá-lo,

ao mesmo tempo em que eu.

O polegar de Matt traça a parte de trás de uma das orelhas

do cachorro, acariciando lento e longo, enquanto eu estou

na outra, nós dois olhando para Jack enquanto o

acariciamos.

Roubo um olhar para o perfil de Matt e ele parece pensativo,

um músculo trabalha na parte de trás de sua mandíbula.

Estou me lembrando da nossa última vez sozinhos, um

encontro de quinze minutos onde ele me seguiu até o

banheiro das mulheres, trancou-nos, e beijou-me como um

louco ao mesmo tempo em que colocou os dedos na minha

calcinha. Ele lambeu os dedos depois, e eu passei o dia todo

desmaiando quando ele encontrava meu olhar, trazendo a

ponta do seu dedo nos lábios, em seguida, a sua língua e

lambendo.

O sorriso dele depois que o lambeu?

Seu sorriso era o mais sexy de todos.

Estou pensando em tudo isso, quando o polegar se move da

parte de trás da orelha do seu cachorro para escovar sobre

o meu.

Levanto meus olhos, e ele sorri para mim, um sorriso que


sinto por toda parte, e sorrio de volta, acariciando Jack de

forma mais vigorosa, eletrificada cada vez que Matt

propositadamente passa a mão sobre a minha enquanto ele

faz o mesmo.

— Você é um bom cachorro, não é? Muito desportivo com o

seu colar de pulgas, — digo a Jack, e olho para Matt.

O sorriso no seu rosto é divertido. Sensível. Começo a ficar

vermelha, e seu sorriso começa a desvanecer-se, e seu

olhar se torna um pouco escuro e muito íntimo.

Claro que ele sabe o seu efeito sobre mim. Ele sabe do seu

efeito sobre cada mulher, e embora eu saiba que ele não

gosta de sua beleza física para diminuir as questões que ele

quer discutir, não parece incomodá-lo um pouco que ele

tem esse efeito sobre mim.

O pior de tudo, não é apenas a sua beleza. É sua mente, sua

paixão, sua dedicação, e a maneira como ele me faz sentir

viva, ambiciosa, esperançosa, vital.

Evito seu olhar e me concentro em Jack.

Logo, a equipe começa a se mover. Eu continuo brincando

com Jack, relutante em sair até que ouço que a última

pessoa da equipe saiu pela porta e Matt fala com Wilson,

que está do lado de fora, montando guarda.

— Wilson, você pode entrar por um momento?

Eu estou saindo quando Matt faz Wilson entrar.

— Fique, Charlotte.

Viro-me para ele, e Matt admira meu rosto quando olha nos

meus olhos. — Já faz duas semanas. Eu preciso de você. Eu

preciso tocar em você.

— Estamos esgotados.

Ele sorri, balançando a cabeça.

Wilson fecha a porta atrás dele, e Matt levanta a cabeça. —


Wilson, acha que pode nos tirar daqui? Eu gostaria de levar

Charlotte a algum lugar privado. Não em um hotel.

— Com certeza. Qualquer ideia de onde?

— Na casa do meu pai.

Wilson levanta as sobrancelhas, depois assente e sai.

— Não podemos ficar aqui, a equipe pode entrar a qualquer

momento, — Matt me diz.

— Onde estamos indo?

— Meu pai tinha um refúgio secreto e nunca vendeu. — Ele

vai pegar sua chave do quarto e seu telefone, e quinze

minutos depois, estamos saindo por uma saída diferente do

hotel.

ACONTECE QUE o refúgio do presidente Law Hamilton

é em Laguna Beach. Nós pegamos um avião que nos leva

de Vegas para Los Angeles, e o piloto é um velho amigo de

Matt e jura segredo. Matt e eu voamos sozinho na cabine,

enquanto Wilson vai com o piloto. Ao resto da equipe de

Matt foi dito que ele não precisava de cobertura durante a

noite enquanto se hospedava. O piloto parece feliz de ver

Matt comigo. Ele sorri enquanto cumprimenta-nos e se

despede com uma expressão “vai lá, homem!”

Uma vez em terra, há uma BMW preta SUV esperando no

hangar, e Matt leva-me à porta do passageiro, em seguida,

sobe ao volante, dizendo a Wilson, — Tenha uma noite de

folga. Encontre-nos no início da manhã.

— Ok.

Wilson aperta a mão estendida de Matt, então ele espia

dentro e sorri para mim. — Cuide bem dele, tudo bem?

— Eu vou, — eu digo, rindo.

Wilson sorri e fecha a porta uma vez que Matt está ao

volante.
Nós dirigimos por trinta e cinco milhas tendo como cenário

a praia, e Matt estendendo a mão para pegar a minha e

levá-la à boca para que possa escovar os lábios nas costas

da minha palma. — Quase vale a pena ter esperado para

ficar a sós com você de novo.

— Eu quase me sinto estranha que estamos completamente

sozinhos.

Ele ri, em seguida, aperta minhas mãos e continua dirigindo

com este sorriso suave, satisfeito nos lábios, muitas vezes

trazendo a minha mão para beijar a parte de trás dela ou

lamber as pontas dos meus dedos.

Ele estaciona na garagem de uma bela casa moderna à

direita na praia.

— Eu pensei que os Hamiltons tinham uma casa em Carmel,

não em Laguna.

— Nós temos. Este é o lugar secreto do meu pai. Ele

costumava vir aqui para ficar longe de tudo, e pensar. Agora

é minha. — Ele pisca quando abre a porta do carro para sair.

Ele me leva para dentro passando pela porta da garagem e

com um comando, — Luzes, — recebe as luzes que

começam imediatamente na sala de estar e cozinha.

Quando o sigo para dentro, estou impressionada pela forma

como a casa de um presidente é. Muito normal. Moderno e

simples, e também é bastante acolhedora, com estantes

cheias de um lado, fotos de família pontilhando as

prateleiras e, em vez de obras de arte, mapas de todo o

mundo decoram as paredes.

Seu pai amou o mundo, como Matt faz.

— Venho aqui algumas vezes. Lembra-me muito dele. Venho

aqui para estar próximo, e para fugir e pensar.

Movida por suas palavras, sigo-o até o que parece ser a


biblioteca e vamos para a sala de estar, e fico sem fôlego

com a vista.

— Isso é como um monumento que te ajuda a pensar.

Ele ri, então se dirige para a cozinha adjacente e abre

alguns armários. — Nada fresco aqui, mas você gosta de...

feijões enlatados?

— Deus, o que é isso? — Eu sorrio, então o vejo puxar uma

garrafa de vinho.

— O vinho é bom. Não estou com fome, apesar de tudo.

— Você está cansada? — Ele pega dois copos, os coloca de

lado, e abre seus braços. Eu ando para dentro daqueles

braços e pressiono meu rosto em seu peito. Expiro muito

alto.

— Como você faz isso? — Pergunto-lhe.

— Às vezes, eu não sei. — Estou encantada com a

honestidade em sua voz, mas ele também soa confiante,

como se soubesse, como se não tivesse dúvida sobre ser

capaz de fazê-lo todos os dias. Ele nos leva até um dos

sofás, seu braço ainda em torno de mim.

— Às vezes eu acho que estou apenas entrando em colapso.

Ele se mexe para nos deixar mais confortável e mais perto,

acariciando a mão pelo meu cabelo. — Sinta-se livre para

entrar em colapso aqui. Você está segura, e vou cuidar de

você.

— Eu posso ouvir o mar. E eu posso ouvir o seu batimento

cardíaco. — E eu posso ouvir sua respiração. Encontro-me

inalando também, inalando o cheiro quente, caro dele. —

Você deve ir para a cama. Você tem um dia agitado

amanhã, — advirto.

— Se você quiser deixar minha agenda mais fácil, eu

poderia até mesmo saber o que significa dormir em uma


cama de verdade.

Rio.

Ele se desloca para frente. — Eu não quero dormir. Eu não

quero perder um segundo disso.

— Você vai ter mais momentos como este se continuar

suavemente organizando nossas fugas.

— Eu passei tanto tempo planejando nossas fugas, é

embaraçoso. — Ele sorri. — Para ser honesto, você é a única

mulher que já passei tanto tempo pensando.

— Uau, Senhor Suave Candidato Presidencial. Você com

êxito conseguiu me fazer soar como uma tarefa.

— A tarefa não é você. É não ter você como eu quero. É não

ter tudo de você.

Ele se inclina para trás, acariciando sua mão distraidamente

pelo meu braço.

— Então, muitas pessoas acidentalmente caem no que se

tornariam suas realizações mais renomadas. Steve Jobs, sua

amizade com Wozniak. Mesmo Escobar não acordar uma

manhã e decidir se ele seria o mais famoso barão da droga;

ele era um contrabandista – a droga basicamente veio até

ele.

— E você?

— Eu não iria concorrer se meu pai estivesse vivo. Eu queria

algo ao longo das linhas normais da vida. Não que os meios

de comunicação tornem isso possível; eles queriam que eu

concorresse desde... sempre.

Ele estende a mão para saborear o seu vinho, em seguida,

coloca-o de lado e se volta para mim. Sento e estou ciente

dos nervos se animando que passam por mim quando ele

levanta a mão para me tocar.

— Mas não podemos viver em um país onde os nossos


presidentes são assassinados e nunca descobrir quem é o

responsável. Somos mais do que isso, mais esperto do que

isso. Nós não esquecemos o que significa ser um americano

– a Constituição não diz “Eu, tudo para mim”. Diz “nós, o

povo.” Todo mundo está fora de si agora, e não é isso que

somos. — Ele diz isso com a certeza de alguém que nunca

se contenta com menos que o melhor.

Ele estende a mão para mim e minha barriga vibra. —

Portanto, não é apenas sobre mim. — Ele beija minha

bochecha de uma forma que é quase fraternal. — Lembreme que eu nunca posso manter
minhas mãos longe de você

na frente da equipe, — ele sussurra, antes de beijar a parte

de trás da minha orelha, com os olhos brilhando. — A

propósito, você tem um cheiro divinal.

Eu sorrio e encontro seu olhar.

Exalo e chego meu rosto mais perto, deslizo minha mão

sobre seu peito e pressiono meus lábios nos dele.

Matt geme baixinho, seu corpo apertando sob meus dedos,

seu aperto firme em torno de mim quando ele suga minha

língua, a sua fome palpável, desencadeada. A sombra de

barba ao longo de sua mandíbula faz cócegas em minha

pele.

— Eu quero seus devassos gemidos esta noite, — ele

murmura baixinho na minha boca, encontrando o meu olhar

enquanto desliza a mão sobre minha blusa. — Eu quero que

você me molhe até os pulsos. — Ele mergulha sua língua

dentro e abocanha meu seio, sacudindo meu mamilo. — Eu

quero você se desfazendo para mim, porra, que você esteja

tão desfeita que eu pense que está quebrando.

— Sim, — eu respiro, movendo os braços, segurando-o perto

quando me mexo embaixo dele e o puxo para cima de mim


no sofá.

— Você não está cansada demais para gozar, não é? — Ele

acaricia os dedos sobre o meu sexo.

Solto um miado.

— Não se preocupe, querida, eu vou te dar o que você

precisa. Entendo tudo sobre você. Apenas relaxe, deixe-me

te dar tudo o que precisa, — diz ele em voz baixa,

arrastando seus lábios ao longo do meu rosto, meu pescoço.

Gemo baixinho e deslizo minhas mãos para cima de seus

braços rígidos.

— Você é linda. Deus, você é linda. Eu só quero estar em

você. Quero estar olhando para você, assim. Contorcendose e barulhenta. Você é tão doce,
querida, ninguém sabe

que há uma bomba sexual por baixo daqueles terninhos de

negócios. Só eu.

— Sim, Matt, você, — Eu concordo, deslocando debaixo dele

quando ele abre as calças e a tira, e então ele coloca um

preservativo e enche-me, e eu estou perdida nisso, nele.

Vamos para o quarto uma hora mais tarde, abraçados nus

na cama. — Eu gosto daqui, — eu digo.

— Você é a primeira boa memória deste lugar que tive por

um tempo. — Ele escova meu cabelo para trás e sorri para

mim. — Eu estou feliz que te trouxe aqui. — Ele me beija, o

beijo mais doce que eu já tive na minha vida, e não importa

quão exausta estou não consigo dormir. Como ele, eu não

quero perder um momento disto, nem mesmo um segundo.

Esta não é uma paixão infantil mais. Eu o amo. Eu amo Matt

com todo o meu ser. Eu o respiro, respiro por ele.

Eu respiro para ajudá-lo a ganhar, mesmo se isso signifique

que não vou nunca, nunca sentir seus braços em volta de

mim assim novamente.


EU ACORDO COM UMA VOZ ROUCA. — Charlotte,

vamos embora.

Agito-me. — Que horas são?

— Cinco. Nós precisamos ir. — Ele acaricia o topo da minha

cabeça e acena para uma xícara de café. — No caso de

você precisar dele. Você teve uma boa noite de sono? Ou

devemos chamá-la de uma soneca, foi tão breve?

Eu sorrio e dou um aceno de cabeça, e eu não esperava que

ele fosse beijar minha boca porque estamos com pressa.

Mas ele faz, com os olhos possessivos quando vem por trás

e dá um tapinha no lado da minha bunda. — Tudo bem,

levante-se e brilhe, linda.

Caio de volta na cama, apertando os olhos fechados, e

mordo de volta um sorriso antes de me empurrar para fora

da cama.

28

FAÇA CHUVA OU SOL

Charlotte

PAREÇO ser eficiente em organizar a equipe de

campo, bem como todos os compromissos de Matt

perfeitamente, mas sou muito ruim em coisas que as

pessoas mais normais são boas.

Não consigo dormir.

Mal posso comer.

Estou alta por causa dele, por causa da aparência, os

toques roubados, o desejo secreto, observando-o em

reunião após reunião, falando com firmeza e de coração

para multidões chamando seu nome.

Já faz oito dias desde que estávamos na casa de seu pai na

praia, e eu ainda estou afetada pela intimidade que

compartilhamos.
Estou apaixonada por ele; não há dúvida disso. Não é

apenas sexo, não apenas uma quedinha. Tudo ficou claro

durante o nosso tempo juntos. Estar com ele em seu refúgio

secreto foi especial – tão especial como a noite que Matt

veio para jantar com seu pai. Sinto-me culpada por cair

pelos meus desejos, potencialmente colocando sua

candidatura em perigo quando sei que este homem seria

tão bom para o país. Mas eu anseio por mais tempo com

ele.

Na tentativa de colocar um pouco de espaço entre nós, eu

disse a Carlisle que iria de ônibus com a equipe de

campanha para Nova York, mas Matt simplesmente enviou

Wilson ao meu quarto de hotel para me dizer a que horas

ele me esperava no aeroporto.

Eu subi no avião junto com Hessler, Carlisle, um estrategista

político famoso chamado Lane Idris, Matt, e Jack. Estava

grata pelo avô de Matt estar ocupado com seu negócio

imobiliário na Virgínia e não estaria voando com a gente.

Escuto os homens falarem de política e observo Matt,

pensando em suas sugestões. Quando a conversa se volta

para outros assuntos, Matt se vira para mim e olho para o

livro no meu colo.

O livro que estou lendo é Democracia na América por Alexis

de Tocqueville.

Eu amo isso porque não é sobre quão perfeita a democracia

é, mas sim como imperfeita ela é. Como tudo na vida, a

democracia precisa ser equilibrada.

É estranho estar pensando em equilíbrio quando nunca me

senti tão desequilibrada na minha vida.

Passamos por um voo curto discutindo política e

democracia.
Aprendo que o livro favorito de Matt é A Mente Correta, que

examina como os conservadores, liberais e libertários têm

opiniões diferentes sobre o que é certo e errado, a maioria

com base em seus sentimentos. Ele chama isso de um

abridor de olho em todas as nossas maldições e virtudes, e

diz que o candidato deve unir as pessoas.

Quando chegamos à Nova York, faço um bom trabalho de

agir fria e calma, até que Matt me diz que ele está indo para

uma refeição com Hessler e me pede para ir junto.

— Claro, — eu digo, com toda a calma que posso.

Mas quando paramos no escritório de campanha local

primeiro, faço um desvio para o banheiro e retiro meu kit de

maquiagem, certificando-me de parecer surpreendente. Só

porque nunca tinha saído com ele, e parece que esta é a

coisa mais próxima de um encontro que poderíamos ter.

Matt pede a seu motorista para nos deixar em Nolita, para

que possamos caminhar um pouco antes de chegamos ao

restaurante em Chinatown. Estamos presos por quatro

guardas de segurança quando Hessler, Matt, e eu passamos

pela rua Mott ao Peking Duck House, um restaurante que

ele carinhosamente se lembra de vir com seus pais em

ocasiões especiais.

Há algo tão vibrante sobre as ruas de Nova York. E Matt se

encaixa bem. Ele chamou muita atenção nas outras cidades

que visitamos, mas Nova York é usada por celebridades. No

meio da agitação, todo mundo está fazendo suas próprias

coisas e Matt Hamilton não é Matt Hamilton hoje. Ele é

apenas um cara quente vestido casualmente em jeans e

uma camisa com decote V, caminhando ao lado de uma

menina que está tendo problemas para manter a calma. É

bom ser capaz de caminhar ao lado dele sem atrair a


atenção de todos que passavam.

— Isso é incrível, — eu digo, sorrindo enquanto percebo

tudo que nos rodeia.

Hessler está fumando à minha esquerda; Matt está com as

mãos nos bolsos, um olhar de prazer pensativo em seu

rosto enquanto ele estuda o meu perfil.

— Você está com fome? — Ele pergunta.

Gemo e agarro meu estômago. — Extremamente. Você?

— Eu definitivamente estou de olho em algo saboroso, — diz

ele com um brilho perverso nos olhos. E ele se inclina para

sussurrar, — Como sempre, você está incrível.

Eu sinto meu rosto quente na aspereza da sua voz. Eu olho

para a minha blusa de corte baixo de renda preta, saia preta

curta e sandálias de salto alto pretos.

Ele sorri para mim, divertindo-se com o rubor subindo pelas

minhas bochechas enquanto levanta o braço sobre a minha

cabeça e pega a porta que Hessler acabou de abrir. No

movimento, sinto no ar o delicioso aroma de sua colônia

Bond No. 9.

Quando Hessler caminha em direção a nossa mesa, Matt

suavemente escova os dedos sobre minhas costas, logo

abaixo da queda do meu cabelo. O gesto é simples, um

pouco possessivo, e tão inesperado que uma fita intensa de

calor dispara na minha espinha.

Eu não posso acreditar o quão ligada estou na hora que

sento. E fico mais molhada cada vez que Matt move sua

mão debaixo da mesa ao longo da minha coxa, seus dedos

acariciando o interior das minhas pernas sob a barra da

minha saia.

Ele ocasionalmente retira a mão, mas nunca por muito

tempo.
Posso ver quando olho além do restaurante, confirmando

que seu toque é privado — somente para nós.

Temos o mais delicioso almoço enquanto ouço Matt e

Hessler falando sobre os seus interesses fora da política.

Hessler é um ávido jogador de golfe. Matt cresceu jogando

beisebol e ainda segue de perto os Mets, seu time favorito.

Hessler sai cedo para fumar antes de ir ao comício no

Parque Washington Square. Matt pega a conta, enquanto

Wilson e os outros três guardas de segurança nos esperam

lá fora.

Assisto pingos de chuva começar escorrendo ao longo das

janelas enquanto esperamos pelo seu cartão de crédito ser

devolvido. No momento em que saímos, ela está caindo

mais forte. Matt diz a Wilson e os outros guardas para

ficarem seis metros atrás de nós. Meu batimento cardíaco

acelera quando antecipo um tempo a sós.

Eu sorrio para os guardas quando começamos a caminhar, e

eu puxo um guarda-chuva para fora da minha bolsa. Matt

segura-o sobre nossas cabeças quando me aproximo mais

dele e começamos a caminhar até a rua.

A chuva está caindo com tanta força que o guarda-chuva

fornece pouca proteção. Eu começo a rir e aponto para uma

banca de frutas coberta deserta. — Devemos ficar sob esse

toldo.

— Uma boa estratégia. — Ele me lança um sorriso e um

olhar como se soubesse que estou intencionalmente

tentando guiá-lo para o lado.

Eu abro minha boca para falar o que pensei, mas antes que

consiga, Matt firmemente me puxa para ele e ternamente

pressiona seus lábios nos meus. Sua mão desliza ao redor

da minha cintura, para baixo na minha bunda, me


agarrando firmemente contra ele.

Ele abaixa o guarda-chuva um pouco, nos protegendo de

olhares indiscretos. Ele me aperta com vontade, sua boca

devorando avidamente a minha.

O momento é elétrico, surpreendente — sua boca tão

molhada como os pingos de chuva em meu cabelo, doce e

hortelã e com fome. A camisa molhada, colada contra seu

peito esculpido.

Sua língua se move sobre a minha. Eu profundamente inalo

o cheiro de sua colônia.

Delicioso. Intoxicante.

Então, como se acordada de um lindo sonho, de repente

volto aos meus sentidos.

— Você está louco? — Sussurro e saio do seu agarre, minha

voz quase inaudível através da chuva batendo.

Ele sorri, os olhos dançando. — Sim.

Eu ri, e ele está sorrindo, mas o sorriso não dura muito

tempo.

Ele me puxa de volta contra ele e descansa sua testa na

minha, seus olhos procurando os meus. — Diga-me como

posso satisfazer este país quando me sinto tão carente?

Diga-me. — Ele me aperta, silenciosamente pedindo uma

resposta.

Sei o que isso significa.

Ele quer dizer que me tem, mas não publicamente, e eu o

tenho, mas não por muito tempo. O que temos satisfaz

nossos desejos físicos, mas somos deixados querendo mais.

Matt cautelosamente inclina meu queixo enquanto ele

abaixa seu rosto no meu. Primeiro ele fuça meu nariz e

acaricia seu polegar em meus lábios. Ele pressiona

suavemente para baixo no meu lábio inferior para abrir


minha boca. Meus olhos lentamente fecham e minha mente

fica vazia quando ele ternamente pressiona os lábios na

minha bochecha. Inspiro profundamente, e ele também.

— Como você não fica incomodado com isso? A imprensa

seguindo cada movimento seu? Esta é a primeira vez que

estivemos fora sem sermos seguidos, — eu digo sem fôlego.

— Eu cresci com dezenas de lentes em torno de mim, eles

nunca foram muito longe. Eu cresci cego para os olhos

externos, e na maioria dos dias eu não me importo de estar

sendo observado. — Ele olha para os meus lábios, em

seguida, retorna o olhar para os meus, e silenciosamente

acrescenta: — Mas às vezes eles estão tão perto que eu

sinto que não tenho nenhum espaço para respirar. — Ele

sorri para mim e levanta o guarda-chuva. — Vamos, nós

temos uma reunião para participar.

— Parque Washington Square. Eu ainda não posso acreditar

que consegui uma autorização, embora, provavelmente é

porque sua família é proprietária de uma boa parte de Nova

York.

Ele sorri. — Talvez seja porque eu sou charmoso.

— Oh, eu não apostaria nisso, — minto.

A CHUVA mal parou no tempo para a reunião, mas isso

não impediu a multidão. Pelo contrário. Eles encheram o

parque, e até mesmo as ruas circundantes ficaram lotadas.

Ele arrasou no comício no Parque Washington Square.

Depois de despertar o público para um — HAMILTON!

HAMILTON! HAMILTON! — Voltamos para o hotel em vários

carros. Vou com ele e Carlisle. A cidade está viva, repleta de

luz e de ruídos à medida que nos aproximamos do nosso

hotel.

Fico em silêncio e em reverência. Estou em Nova York com o


homem mais quente que eu já vi, sentada na parte traseira

de um carro de luxo, o coração batendo com emoção e um

pouco de formigamento quente entre as minhas coxas por

causa de sua proximidade e porque ele está com a mão

descansando apenas numa distância em que ele consiga

passar o polegar na minha coxa e descansando em seu

assento como se essa mão pertencesse lá.

Suponho que deveria tirá-lo, mas eu gosto da maneira como

me sinto quando ele faz isso.

E me excita, é verdade. Mas também me relaxa. Estou

passando pelo Village, Midtown, e, em seguida, Quinta

Avenida ao longo do lado leste do Central Park.

— Estamos recebendo uma boa cobertura da mídia, —

anuncia Carlisle.

— Isso é bom, — diz Matt.

Eu sorrio, tão orgulhosa dele hoje.

Faça chuva ou faça sol, haverá campanha da equipe de

Hamilton.

Naquela noite, espero que ele me envie uma mensagem de

que a barra está limpa, e quando ele me diz que está vindo

para cá, abro minha porta e puxo-o para dentro do meu

quarto.

EU AINDA ESTOU DELICIOSAMENTE DOLORIDA da foda

ele me deu ontem à noite — fodas — porque na verdade

foram três: uma lenta e gentil, outra rápida e primal, e uma

muito molhada e apaixonada no chuveiro — quando cheguei

ao escritório de campo de Nova York na manhã seguinte.

Carlisle e Hessler nos convocaram para uma reunião, como

eles frequentemente fazem. Somos recebidos num quarto

de oito por oito, lotado. Matt está no canto, encostado na

parede, braços cruzados enquanto permite que seus


gerentes falem.

Meus olhos encontram o dele no meio da multidão. É

apenas um olhar. Isso é tudo que damos um ao outro. Mas é

o suficiente para fazer minha barriga ficar louca.

— Vamos atualizar o que está acontecendo, — começa

Carlisle.

Deslizo meus olhos de volta para Carlisle e foco no resumo.

Merda está ficando real e vamos precisar trazer as grandes

armas para cada evento, e estar ciente de que a nossa

concorrência estará ciente de todos os nossos movimentos.

Presidente Jacobs, sessenta e cinco anos, conservador, um

pacificador, um pouco fraco.

Gordon Thompson, cinquenta e nove anos, radical, um

pouco de guerra em suas veias.

Carlisle nos atira um olhar terrível e, em seguida, olha para

mim um pouco descaradamente. — Só para ficar claro,

estamos trabalhando com o melhor candidato independente

que os EUA já viu. O terceiro candidato já ganhou. Este será

sem precedentes. Matt Hamilton nasceu para isso; todos

nós sabemos disso. Nem sempre o favorito prevalece na

política. É o único que disputou mais apoio em sua

campanha. Portanto, cabe a nós fazer com que seus

partidários multipliquem como Jesus fez com o pão. OK?

Todo mundo concorda.

Minha garganta fecha e culpa começa subindo minha

garganta. Concordo com a cabeça vigorosamente.

Acenando para Carlisle, apaziguado.

— Vamos levar nosso candidato de volta para a Casa

Branca, onde ele pertence. — Ele dá um aceno final, e todos

nós dispersamos. Vou para a porta do escritório de Matt

com seu itinerário na mão.


— Bom dia, Charlotte, — diz ele enquanto entra e me

acompanha para dentro.

— Bom dia, Matt.

O momento que fecho a porta, Matt me coloca na mesa, e

eu suspiro de surpresa, mas penduro sobre seus ombros em

busca de apoio. A possibilidade de ser pego me faz fazer

uma varredura pelo escritório, então percebo que não

estamos na sede, que este escritório não tem janelas.

Paredes significam privacidade para nós, então me solto e

fico flexível em seus braços, molhada e imediatamente

pronta.

Ele chega por baixo do meu vestido para puxar minha

calcinha para baixo. Seus olhos encontram os meus e

seguro em seu olhar nublado e tempestuoso enquanto ele

pega minha boca na dele e começa a esfregar minhas

dobras com os dedos. Eu suspiro, e ele sufoca o meu suspiro

sob seus lábios, meus braços apertando ao redor de seu

pescoço e sua boca quente e dedos peritos dando-me o que

eu preciso.

— Matt...

Ele me mantém sobre a mesa e meus joelhos estão fracos

quando ele faz minhas coxas abrirem mais para ele se

encaixar entre elas. Necessidade queima brilhante como

fogo quando ele começa a entrar em mim.

Ele faz uma pausa. — Deus, eu não tenho um preservativo.

Pego sua mandíbula. — Eu estou protegida, estou tomando

pílula. Estou limpa.

— Estou limpo também. Eu nunca... — Ele sai enquanto olha

para mim, toma meu seio na mão, acariciando, me

beijando, em seguida, puxa a boca livre para percorrer meu

pescoço, para chupar um mamilo através do tecido do meu


vestido. Estou irrefletida, arqueando.

Matt me ajuda a ficar de pé, então me vira e levanta a saia

sobre a minha bunda, abrindo minhas pernas.

Eu engulo um gemido quando o sinto entrar em mim. Ele se

inclina sobre mim, beliscando a parte de trás do meu

pescoço. — Deus, você é o paraíso, — diz ele, as mãos nos

meus quadris enquanto ele bate em mim por trás. Gemo

desta vez; ele alcança e cobre minha boca. Lambo a palma

da sua mão, e ele empurra dentro de mim novamente.

Choro contra sua mão novamente. Ele me bate tão forte

quanto ele precisa. Tão forte quanto eu preciso. Ele abafa

meu grito de satisfação com a palma da mão e enterra seu

próprio rosnado no topo da minha cabeça.

Nós não falamos disso quando terminamos. Apenas sorrio

nervosamente, e ele sorri e acaricia minhas costas,

endireitando-se até que ele parece tão perfeito como

sempre.

— Charlotte, — diz ele antes de eu sair.

— Sim?

— Se eu ganhar, eu quero você na Casa Branca.

Trabalhando lá. — Ele se deixa cair atrás de sua cadeira. —

Eu estou no meu melhor jogo quando você está ao meu

redor, vamos colocar dessa maneira.

— Você está me chantageando? Emocionalmente?

— Estou lhe fazendo um pedido.

— Você está me perguntando com aquele olhar exigindo, o

que significa que você está exigindo.

— Então eu estou exigindo-barra-pedindo.

Franzo a testa.

Ele olha para mim, mudando para apoiar os cotovelos na

mesa. — Se eu for eleito, vou fazer tudo o que prometi


aquelas pessoas lá fora que eu faria. Eu preciso da melhor

equipe possível; um presidente só pode realizar o que seu

sistema de apoio permite. Eu quero você na Casa Branca.

— Eu nunca tive a ambição de trabalhar na Casa Branca, —

eu digo. — Não é um lugar que eu quero ter uma carreira. É

mais como o tipo de lugar que eu acho emocionante para

visitar e amar de longe.

E eu não acho que eu poderia suportar o quão difícil seria

vê-lo todos os dias e lembrar...

Seus olhos estão frustrados. Tenho medo de que ele vai

empurrar, e não quero isso. Ele é muito tentador para mim.

Estar com ele é muito viciante. Eu quero ser madura e

realista sobre isso. Sobre nós.

Portanto, antes de Matt insistir, vou para fora e volto ao

trabalho, trazendo a minha atenção para o nosso objetivo

final: dar ao nosso país a chance de se juntar ao líder forte e

carismático que estávamos esperando.

29

MAIS

Charlotte

ESTAMOS em San Francisco agora.

É meio-dia, quando nos reunimos em nossos escritórios

locais de campanha improvisados, quando Carlisle deixa

cair um jornal sobre a mesa de Matt. Na parte inferior da

primeira página tem duas imagens – uma de Matt sorrindo

para mim e me ajudando a sair do carro para o nosso hotel.

A legenda abaixo de ambas as imagens, O amor está no

ar para Matthew Hamilton?

Ele não leu o artigo. Em vez disso ele pega o seu telefone

celular para fora, colocando-o no alto-falante e marcando

uma discagem rápida enquanto ele digitaliza o resto da


notícia. Uma voz masculina fala, indicando o seu nome e o

nome do jornal de onde colocaram essa imagem. Matt

cumprimenta-o e imediatamente chega ao ponto.

— Quem tirou essas fotos?

— Não fui eu, Matt, por Deus, eu juro.

Matt passa a mão sobre as costas de seu pescoço e suspira,

franzindo a testa para o telefone.

— Nós estamos fazendo uma campanha aqui, não uma

temporada de The Bachelor9

. Vamos manter o nosso olhar

sobre o que é importante, tudo bem?

— Claro que sim, Matt. E ei, obrigado pelo livro que você

enviou no último Natal. Minha mulher mantém sobre a

lareira como exposição.

— Estou feliz, Tom. E obrigado pela cobertura.

Ele desliga e olha para mim, depois para Carlisle, em

seguida, ele retoma a leitura da notícia, tomando

calmamente seu café enquanto eu me esforço para parecer

discreta.

Temos uma reunião com duas dúzias de nossos membros da

equipe de campanha em seguida.

Pelas duas horas e meia, a equipe está fazendo anotações

com canetas com logotipo da campanha de Matt, e, em

seguida, eles estão todos em pé, como se fossem levantar

para sair e começam a apertar as mãos, agradecendo-lhes.

Estou surpresa que muitos dos membros da equipe do sexo

masculino se aproximam de mim para dizer adeus também.

Matt caminha ao meu lado enquanto saímos da sala de

conferência.

Deixamos o prédio e andamos dois quarteirões do nosso

hotel. Normalmente, há outros membros da equipe


arrastando atrás de nós, mas hoje parece que estamos indo

em direção ao hotel sozinhos. Meu batimento cardíaco

acelera.

Matt deveria tomar banho e ter um almoço rápido antes de

acompanhar Carlisle para atender o Senador Lewis, que tem

uma grande quantidade de delegados e apoio neste Estado.

Estou esperando para tomar um bom banho e talvez tirar

um cochilo; a noite anterior está pesando um pouco sobre

mim. Espanta-me que não parece pesar sobre Matt um

pouco. Ele parece melhor do que nunca, embora a verdade

seja que ele está sempre ativo, cheio de calma, de energia

constante.

O silêncio engolfa o elevador quando chegamos ao nosso

andar. Matt enfia as mãos nos bolsos da calça e olha para

mim.

O fato de que nós estávamos nos beijando calorosamente

recentemente em público, em Nova York, de repente é a

única coisa que eu posso pensar.

Ele me pergunta se eu gostaria de ir até o terraço superior

do edifício por dez minutos.

Eu concordo. O sol está quase se pondo quando saímos. O

grande terraço tem uma bela vista da cidade,

especialmente no horizonte, laranja com o brilho do sol

poente.

Nós estamos lá e apreciamos a paisagem por um momento.

Estamos em silêncio por um tempo, o tipo de calma onde

você realmente não precisa dizer nada, onde apenas

estarmos naquele lugar já é suficiente.

— Estamos na reta final agora. — Ele sorri, então olha

significativamente no elevador atrás de nós e balança a

cabeça. — Esta pequena fuga é agradável, mas não privada


o suficiente para me satisfazer. Quero continuar vendo você

o máximo que puder. Sozinho, Charlotte.

Minhas bochechas ruborizam com as suas palavras. Pego

meu cabelo quando ricocheteia com o vento.

— Tenho certeza de que a medida que avançarmos na

eleição nossos momentos se tornarão mais e mais fugazes,

— Eu admito, rindo.

— Não vou permitir que isso aconteça. — Ele mergulha as

mãos nos bolsos. — Quero passar cada momento do meu

tempo livre com você, e eu quero que você gaste o seu

comigo.

Eu me sinto tímida, de repente. — Você precisa dormir, —

eu sussurro, atirando-lhe um olhar de repreensão.

Levemente sorrindo, ele estende a mão para escovar a

parte traseira de seu polegar ao longo do meu. — Eu tenho

notícias para você, Senhorita Wells, meu tempo livre é meu

para fazer o que eu quiser. E eu pretendo estar com você

em cada um deles.

Oh deus, meu sexo se contraiu totalmente.

Ele é tão sexy quando ele fala assim para mim.

Estou ruborizada, incerta sobre continuar a jogar este jogo,

especialmente quando está chegando perto do dia da

eleição, quando o olho da câmera aumentara mais e mais

sobre ele enquanto continua fazendo notícia e acumular

eleitores.

— Gostaria disso. Mas eu não sei se é uma boa ideia

continuar a correr riscos... Estamos terminando isso em

breve. — Dou um olhar tímido para ele. — Não estamos?

Ele solta a mão, apertando sua mandíbula. — Assisti minha

mãe tomar um banco traseiro para este país. Eu não posso

permitir que você faça isso também, — diz ele.


— Talvez eu não me importe de tomar um banco traseiro

para o presidente... — Eu paro, de repente percebendo o

que está saindo da minha boca.

— Isso não está acontecendo. Nunca. — Seus olhos piscam,

e fico muito chocada com a determinação em suas palavras

e voz.

Eu rapidamente tento explicar. — Olha, as necessidades de

uma mulher não devem vir antes de um país inteiro. Eu não

iria esperar...

— Você não precisa fazer isso por ninguém. Nem mesmo

por um país. Eu não estou fazendo isso para você, não me

peça para fazer isso. Nem eu, nem ninguém. — Ele olha

para mim, em seguida, passa a mão pelo cabelo. — Deus.

Você ainda tem muito pela frente, você tem muito a

oferecer, você não merece passar por isso por oito anos,

quatro anos ao menos... — Ele sai com os olhos escuros,

como se odiasse lembrar.

— Não seria um inferno se eu passasse com você, —

sussurro.

Somos interrompidos quando um dos nossos membros da

equipe aparece no terraço. Damos um passo para trás longe

um do outro quando ouvimos o elevador soar e depois

Hessler vem instantaneamente para falar de negócios com

Matt.

O sorriso de Matt desaparece, e ele abre um botão na

manga da camisa e dobra o punho da camisa enquanto

escuta. Começando o trabalho sujo.

Passo mais tempo ouvindo do que os cinco minutos que

passamos juntos sozinhos agora, e então me desculpo

rapidamente.

Percebo a frustração em seu olhar quando saio, a forma


como sua mandíbula aperta como se ele estivesse se

impedindo de dizer algo.

30

NOTÍCIAS

Charlotte

QUASE NÃO DORMI. Eu continuava querendo ir para

ele, porque abri uma ferida, lembrando como Matt ficou

incomodado apenas pensando em mim na mesma situação

que sua mãe uma vez suportou. Eu ficava pensando nele

querendo passar mais tempo comigo, e eu continuei

verificando minha agenda, fazendo outro X em outro dia

com ele que nunca vou recuperar.

Eu também recebi um telefonema da minha mãe, e se eu já

não tivesse o suficiente na minha mente, esse telefonema

também tinha me feito virar a noite toda.

Ela está preocupada com os rumores e preocupada se eu

poderia estar prejudicando esta campanha mais do que

fazendo algo bom.

— Metade da imprensa está especulando sobre vocês dois,

— avisa. — Tem certeza de que não quer considerar desistir

enquanto vocês estão em vantagem e Matt é o favorito do

país, e voltar para Mulheres do Mundo? —Perguntou ela.

— Eu tenho certeza, — digo a ela, mas ontem à noite,

quando o sono me iludiu, com a avalanche de dúvidas que

ela plantou foi como uma tonelada de tijolos em cima de

mim.

Esta manhã eu estou com pressa de ficar pronta. A TV está

no noticiário local, e eu estou escutando parcialmente

quando ouço meu nome sendo citado.

Congelo no banheiro, onde estou aplicando maquiagem.

Incrédula, saio do quarto e olho para meu rosto na tela da


TV – uma foto minha de um anuário do ensino médio, outra

de mim que está discretamente atrás de Matt em um dos

eventos.

Um círculo vermelho grande está em torno de mim e de

Matt naquela foto. A próxima imagem que aparece é da

minha mídia social que a equipe de campanha tinha. Estou

de biquíni, com Kayla, Sam e Alan. Será que a imprensa tem

acesso a isso através de outras mensagens nos perfis dos

meus amigos?

É um choque ver minha imagem na TV. Minhas imagens

pessoais lá fora. Verdade, mídia social é público. Mas na TV?

Coloco o batom de lado na mesa de cabeceira, meus olhos

arregalados enquanto escuto.

Eles agora estão especulando sobre mim? Apenas eu?

— Acho que haverá um romance...?

— Talvez, Carl. Seus colegas em Georgetown descrevem-na

como sendo uma menina doce, trabalhadora, que sempre

fez a coisa certa.

— O Presidente Lawrence ou como eles o chamavam, 'Law'

Hamilton e o Senador Wells tinham uma amizade que

remonta aos seus anos no exército, então talvez isso seja

apenas uma amizade entre Matt Hamilton e Charlotte Wells.

O tempo dirá.

Lembro-me da última noite que passei nos braços de Matt.

O quarto do hotel se torna pequeno e claustrofóbico. Estou

tropeçando como uma bêbada, e a avalanche de medo que

minha mãe plantou parece crescer mil vezes.

Realmente, existem outras notícias a serem contadas.

Passo pelos canais. Em outra estação, eles estão falando

que Gordon ter um acordo para canalizar apoiantes dos

candidatos Republicanos que perderam a sua candidatura à


presidência.

Em outro tem uma história sobre o Presidente Jacobs e sua

mais recente ordem executiva.

Eu lanço para outro canal, que está mostrando Matt falando

durante um de seus compromissos. — Nosso país está à

beira da transformação. — E a multidão, embriagada com

ele, está delirando com o momento.

Franzo a testa, marcho para o armário do hotel para

procurar as roupas que eu embalei, e pego meu terno com a

energia mais poderosa que diz que eu significo

simplesmente negócio e isso é tudo o que quero dizer.

Sou grata pelo resto do dia se concentrar em outro assunto.

A campanha.

Ainda mais grata ao descobrir que Matt tinha decidido

cortar as asas dos especuladores.

O comentário de Matt sobre a questão da nossa relação na

TV naquela noite: — Senhorita Wells é uma velha amiga da

família, e mais importante, ela é perfeita em seu trabalho.

Obrigado. — E com um aceno e um sorriso, ele os deixa

sussurrando e sorrindo.

Alimentá-los com migalhas... mas por quanto tempo será o

suficiente para saciar seus apetites?

31

DEBATE

Charlotte

CAMINHO PARA o primeiro debate com Hessler e

Alison, e chego ao evento bem a tempo de assistir Matt

saindo do carro em frente a nós, as câmeras perseguindo

ele como abelhas ao mel. Eu sei que fisicalidade é

importante em debates e palestras. Matt não tem qualquer

problema com isso. Ele caminha em linha reta, o casaco na


mão, um rastro de pessoas atrás dele.

— O que você fez para se preparar para isso esta manhã?

— Qual é o seu plano para ganhar o debate esta noite?

— Nenhuma preparação. Eu nasci para isso. — Seus lábios

enrolam maliciosamente e então ele acena formalmente ao

repórter.

Nós seguimos pelo corredor de debate, preparando-se,

vendo o palco e a sua posição à direita do centro, onde o

presidente Jacobs estará.

Há emoção no ar, a vibração tão carregada, você pode

sentir a antecipação. Matt parece estar calmo, mas ele tem

a sua cara de jogo.

Eu sei que este não é um momento para mudar os planos

ou repensar as estratégias; é um momento para se sentir

confiante, calmo e estável.

Carlisle, também, parece relaxado. Ele sabe que Matt faz

bem este tipo de configuração. Ele tem uma força inata

para se conectar com o público e os eleitores, até mesmo

repórteres.

Antes de o debate começar, Alison está tirando fotos como

se fosse a última vez.

Vejo-o ficar lá, composto e poderoso, cada palavra sai

comedida e suave. Sei que ele está improvisando tudo; seus

discursos são muito coloquiais, muitas vezes faz as pessoas

sorrir, mesmo quando ele não está tentando ser engraçado.

Ele é simplesmente natural e encantador quando conhece

as pessoas, trata-os como igual, algo que muitos políticos

fingem fazer, mas na verdade não. Matt não tem nenhum

osso político em seu corpo.

E talvez isso seja o que acabe fazendo-nos perder esta

eleição. Ele não quer fazer as coisas que Carlisle nos


assegurou que tinha trabalhado para a campanha de seu

pai, como o apoio com troca de futuras posições no

governo. Matt não pretende vender nada. Ele quer que as

pessoas trabalhem em altas posições devido ao seu valor,

não porque ele precisa de seu apoio.

Ele é o único candidato a financiar plenamente sua própria

campanha. Todo o dinheiro da arrecadação de recursos

passou a apoiar algumas das causas que ocupa alguma

importância, fiquei surpresa quando recebi um telefonema

da minha mãe, agradecendo a sua doação para Mulheres do

Mundo.

O calor está demais. Gotas de suor estão ao longo da minha

testa enquanto os candidatos tomam suas posições.

Matt está falando sobre os direitos das mulheres, e olha

para mim brevemente antes de o assunto virar para direitos

iguais para todos. Eu não posso acreditar quão ligada fico

olhando para ele enquanto fala sobre sua visão e seus

planos. Isso me estimula em todos os sentidos –

mentalmente, emocionalmente e fisicamente. Ele fala do

que eu espero para o futuro do meu país.

Gordon continua, culpando os Democratas pelos nossos

problemas, culpando todos, mas não fornece soluções. Ele

fala duro, mas sua linguagem corporal diz o contrário; ele

mantém os ombros nos ouvidos e fala com um tom

suplicante.

O moderador continua voltando para Matt.

Ele tem uma linguagem corporal mais confiante e assertivo,

a voz firme. A postura alfa é atraente, e Matt é um

candidato muito simpático, sua voz mais firme e mais forte.

As pessoas querem alguém que assuma o comando, que vai

lutar por aquilo em que acreditam. Eles também querem


alguém que possa manter a calma, alguém autêntico

quando fala, como se ele não memorize o discurso.

Ele olha com respeito os outros candidatos, ouve o que eles

discutem sem revirar os olhos ou zombar – como Gordon

faz.

Gordon escuta com desdém ao que Matt e Presidente Jacobs

dizem, mostrando abertamente seu ódio. Matt não

interrompe seus adversários; ele está em silêncio, olhos

focado e atento enquanto escuta, um ar presidencial já está

nele. Eu amo como ele continua desmoronando os

comentários sexistas de Gordon.

— Como pode Matt Hamilton aqui, — Presidente Jacobs

ridiculariza o nome, — ser o comandante chefe quando ele

nunca serviu no exército por um dia, enquanto eu servi

quatro anos?

— Matt? — O moderador pergunta. — Você se importaria de

responder ao Presidente Jacobs?

Matt sorri para o presidente, como se ele não tivesse sido

insultado, então ele olha para o público e fala diretamente a

eles. — Qualquer um que me conhece sabe que esta é uma

das minhas maiores frustrações. Meu desejo era me alistar

na Marinha, e foi o pedido do meu pai que eu o fizesse

depois que terminasse minha graduação de Direito. O verão

depois que me formei, meu pai foi baleado, e eu escolhi

ficar aqui para apoiar a minha mãe, que temia perder-me

em seguida.

Há um silêncio completo.

— Se você está questionando a minha capacidade de dar

uma chamada dura quando é necessário ou comandar

nossas forças armadas adequadamente, devo lembrá-lo, é

você que teve ampla oportunidade para retaliar contra


ataques terroristas e recusou...

— Você está sugerindo que os Estados Unidos vá para a

guerra?

— Guerra, não. Eu não acredito em uma raça inteira

pagando pelos erros cometidos de poucos. Mas eu acredito

que nós temos mais músculos para empunhar do que o que

temos empunhado até agora.

Eles falam sobre imigração, impostos, e, em seguida, é

claro, a questão da falta de uma Primeira-Dama de Matt é

abordada.

— Você está quebrando com a tradição! Os dignitários da

Casa Branca precisam de uma anfitriã, — diz o Presidente

Jacobs.

— Quem seria eu para negar-lhes? — Matt sorri, e o público

ri. Uma vez que o riso diminui, Matt fica sóbrio e se inclina

para o microfone. — Ao longo de nossas presidências, tem

havido um número de mulheres formidáveis que serviram

como Primeira-Dama, sem ser casada com o presidente.

Harriet Lane agiu como Primeira-Dama durante a

presidência de seu tio, James Buchanan, e houve pelo

menos doze outras que serviram em uma forma similar.

Nessa qualidade, tenho mulheres incríveis na minha equipe,

senhoras com classe e paixão e mais humanidade do que

muitos de nós juntos.

Ele olha para o centro da câmera.

— E também acontece de eu ter uma mãe viva, que não só

serviu como Primeira-Dama antes, mas continua até hoje a

ser uma das mais amadas.

Há aplausos.

— Então você teria uma Primeira-Dama não tradicional? Em

uma idade tão moderna? — Pergunta Jacobs.


Ele atira a Jacobs uma olhada. — Primeiro você me critica

por não ter uma, agora você me critica porque eu acho que

há vantagens em ter uma? A Primeira-Dama deve ser mais

do que uma anfitriã bonita no braço do presidente. Eu

prefiro me cercar de pessoas capazes que merecem o papel.

As pessoas ficam em silêncio enquanto eles absorvem isso,

mas a tensão é alta.

Carlisle está franzindo a testa para mim como se ele não

esperasse esta parte do debate.

Ele se recupera rapidamente quando vê a reação na sala.

Logo, os candidatos fazem suas declarações finais, com a

declaração final de Matt.

— Debates são cercados de divisões, sobre diferentes

pontos de vista, mas existem algumas verdades universais

que não podem ser negadas. A verdade universal de ciclos

de primavera, verão, inverno, outono; a verdade universal

da gravidade; e uma verdade universal que nós

descobrimos desde o primeiro momento que nossos

antepassados apareceram na terra há mais de seis milhões

de anos – o homem se adapta.

— O homem tem usado seu cérebro para enganar

predadores que são mais forte, mais rápido, mais numeroso.

O homem aprendeu a domar alguns desses predadores: os

lobos se tornaram nossos amigos, os animais foram criados

para alimentação. O homem aprendeu a cultivar,

alimentando milhões onde antes alimentavam menos de um

quarto disso; o homem inventou abrigo, roupas, armas,

escrita, comércio, arquitetura, que desafiou suas

capacidades físicas e, agora, uma rede e infraestrutura que

conecta todos nós. Planos, tradução, a internet. Estamos

mais entrelaçados do que já fomos.


— Então, por que nós ainda estamos divididos?

— Vivemos em um mundo onde ainda existe o racismo e a

pobreza. Vivemos em um país onde ainda há oportunidade

desigual para todos nós... Um mundo onde milhões de

nossos filhos continuam sem educação. Eu sou a

possibilidade de cada americano encontrando realização em

sua vida – fazendo a diferença para os outros e para si

mesmos.

Não consigo recuperar o oxigênio. As declarações de Gordon

e Presidente Jacobs parecem estúpidas agora. Focados

apenas em pequenos pedaços do que Matt acabou de nos

lembrar, é na verdade, um mundo vivo e respirando.

ESTAMOS na suíte de Matt em Dayton, Ohio. A boa

notícia é que não só é o primeiro debate como também

Carlisle está excitado. A cobertura da mídia que influencia

os eleitores realmente parece pró-Matt.

— Estou muito velho para toda essa excitação, — Carlisle

diz, suspirando exausto, mas feliz.

Trago-lhe um café quente. — Na sua idade, a maioria dos

homens concorre para presidente. — Eu sorrio e lanço um

olhar para Matt, notando que ele sentiu a piada vinda em

sua direção e está sorrindo para si mesmo.

A imprensa tem especulado interminavelmente que ele é

muito jovem para ser presidente. E ainda hoje ele era o

único homem no palco.

Carlisle ri da minha piada com a idade de Matt. — Eu já

coloquei um no lugar e estaria muito feliz com minha

empresa de consultoria, se não fosse por este. — Ele dá um

sinal de positivo com o dedo para Matt enquanto se dirige

para a janela.

— Ele atraiu você, — eu digo.


— Ele atraiu você, — contraria Carlisle.

Eu sorrio.

— Ele é o único, — ele diz com convicção firme. — Se eu

não puder levá-lo para a Casa Branca...

— Ele vai concorrer novamente.

— Menina, eu tenho uma doença cardíaca. Mais um é tudo o

que posso tomar. — Ele dá um tapinha em seu estômago

como se seu peso fosse o culpado pelo seu problema de

coração, o que poderia estar certo, e me acena com a mão.

Ando até Matt e fico ao lado dele, e nós olhamos pela janela

por um momento. Sei que nunca vamos chegar perto o

suficiente para que sua respiração se confunda com a

minha. Então, só fico o mais próxima dele possível de um

modo que não me queime.

32

SENHORA HAMILTON

Charlotte

ESTAMOS FAZENDO uma parada em D.C. mais uma

vez. Carlisle e Hessler estão reunidos com um par de

delegados esta noite, e eles me pediram para acompanhar

Matt para um jantar com sua mãe e seu avô.

— Esse velho idiota, pelo menos, segura a língua com

alguém que ele considera um estranho. — Carlisle me diz.

— Você odeia o Sr. Hamilton? — Pergunto-lhe quando

andamos para a reunião de avaliação esta manhã.

— Eu admiro muito ele. Só quero que ele saia das costas de

Matt; já temos o suficiente. Você percebe que ao obter a

liderança nas pesquisas, estamos realizando algo que nunca

foi feito?

— Matt sabe que você me quer lá?

— Claro que ele sabe. Ele é o único que sugeriu isso.


— Oh.

Meu pobre coração dá uma guinada, porque de repente

tenho a certeza que Matt orquestrou tudo isso para sua

vantagem em primeiro lugar.

Carlisle assente em demissão e me apresso para terminar

de me certificar que temos o resultado da votação em

cópias para cada gerente e diretor da campanha que vai

assistir à reunião desta manhã.

Recebo um chute de emoção com o pensamento de

encontrar uma mulher que tem sido adorada pela mídia

durante anos.

— Eu poderia estar menos apreensiva em conhecer a rainha

do que a sua mãe, — eu digo a Matt naquela noite enquanto

ele me leva para sua casa.

É a primeira vez que verei a mãe de Matt em pessoa, e

estou impressionada com sua beleza e classe. A primeira e

única Eleanor Hamilton. Ela é tão polida e elegante como

Matt é; seus olhos escuros e cabelos vêm dela. Minha mãe

sempre a admirava - todo mundo a admirava. Ela e Matt são

a personificação da força sob a adversidade.

— Charlotte, é muito bom finalmente conhecê-la. — Sua voz

é suave e quente enquanto ela pega a minha mão. — Eu

posso ver porque todo mundo está tão atraído por você.

Sorrio, mas sinto pontos de calor em minhas bochechas

quando ela olha para Matt.

A decoração em sua casa é moderna e elegante também.

Pisos de madeira. Tapetes intocados com uma pitada de fios

de ouro num padrão delicado. Os papéis de paredes são

suaves como obra de arte. Eu realmente não tinha notado

que eu não conseguia parar o que quer que tivesse

começado.
Bem, veja como isso foi.

Um frio corre pelas minhas costas quando ouço o avô de

Matt.

— Matt. — Ele bate nas costas de seu neto e me ignora.

Matt leva-me pelo braço e me traz um passo à frente, sua

voz severa e baixa. — Charlotte, avô. Você a conheceu

algumas vezes durante a campanha.

— Ahh, sim, Charlotte, — diz ele secamente.

— Senhor. — Retorno seu aceno.

— Eu estou dando-lhe um passeio pela casa, — Matt diz a

sua mãe.

— Primeira vez aqui? Eu não acredito nisso, — diz o avô.

Matt ignora e me leva até uma sala com painéis de madeira

de frente para uma janela com vista para Washington.

À sua direita, há uma grande sala com vista para a Casa

Branca.

— Uau. — Eu tenho dificuldade em encontrar a minha voz,

meus olhos arregalados quando percebo a majestade da

casa presidencial, iluminada à noite. — Deve ser difícil

acreditar que você viveu lá uma vez.

Sinto-o dar de ombros ao meu lado, com a voz baixa. — Na

verdade, é mais difícil de acreditar que este é meu ponto de

vista agora. E às vezes ainda mais difícil pensar que eu

nunca vou vê-lo novamente.

Eu não posso evitar, pergunto: — Alguma vez você já quis

saber por que isso aconteceu?

— Pergunto-me isso a cada dia. Vem.

Ele me leva para o quarto; a vista do terraço é arrebatadora

e sem fim.

— Tudo isso representa liberdade e esperança, — eu digo,

sinalizando para D.C. — Como você pode ainda acreditar na


justiça depois disso?

— Você acabou de fazer. — Ele abre a porta de vidro. —

Você pode sentir o cheiro no ar.

— Já tentou descobrir?

— Eu tentei. Porque, porque e pode ter sido uma

encomenda. Eu penso nisso constantemente. Eu sonho com

a cena, mais e mais, mas eu não quero viver nesse lugar. —

Ele aponta a seus pés. — Eu quero viver no agora. — Ele

aponta para fora da janela. — E isso é onde estamos indo.

Isso é onde minha cabeça está no agora. — Eu posso dizer

pela sua expressão que ele está sendo puxado pelas

memórias. — Naqueles primeiros meses, eu estava

consumido com isso. Os investigadores misteriosamente

desapareceram ou foram substituídos por uma nova equipe.

Minha mãe não conseguia dormir sem ajuda médica. Seu

maior medo é me perder também. Sua esperança era que

eu seria um advogado.

— E sua?

— Minha esperança? — Ele pergunta, aparentemente

surpreso que eu ainda tenho uma pergunta. — Nossas

esperanças mudam, não é? Como os nossos caminhos se

desdobram. Agora é fazer o que ele queria que eu fizesse,

algo pelo país.

Eu ouço vozes na sala de estar. — Por que seu avô não

gosta de mim?

— Ele não gosta de quem fica em seu caminho.

— Eu não estou em seu caminho; tento ficar longe dele

tanto quanto eu posso. — Eu rio.

Os lábios de Matt contraem sardonicamente. — Você é mais

uma ameaça para a minha candidatura do que qualquer dos

candidatos reais.
— Como pode ser possível? — Sinalizo para mim mesma. —

Eu não sou ninguém, não tenho aspirações políticas.

Ele bate com a ponta do dedo na ponte do meu nariz, que

me parece estar amassando. — Você está me distraindo.

— Um décimo do que você está, no máximo! — Gemo.

Ele ri.

Voltamos para a sala de estar e tomamos uma bebida com o

avô e a mãe de Matt. Eu observo que a conversa é tensa;

acho que o fato de Patrick e Eleanor serem tão opostos

agora é uma das razões por que a tensão está tão espessa

no ar. Mal posso tomar uma boa respiração.

Mesmo Jack – que está descansando à beira da lareira na

sala de estar parece estar um pouco mais alerta, a cabeça

inclinando como se ele estivesse tentando acompanhar a

conversa.

Matt parece estar acostumado com isso, no entanto, e uma

vez que Patrick vai embora, eu relaxo um pouco. Peço

desculpas para ir ao banheiro, deixo Matt sozinho por um

momento com sua mãe.

Ouço-os falando quando volto. — Eu vejo a maneira como

você olha para aquela menina e me pergunto por que

concorrer, por que não se acalma? — Sua mãe está pedindo

a ele.

Matt suspira e fica olhando para fora da janela. — Se eu não

concorrer, a morte do pai terá sido por nada.

— Não, isso nunca poderia ser por nada, — sua mãe diz

apaixonadamente, indo até ele.

— Pode ser para nada se não mudarmos e tudo permanecer

o mesmo, — Matt diz a ela com um suspiro.

Ele a abraça de lado e beija sua testa, e ela repousa a

cabeça em seu ombro.


Há um poderoso vínculo mãe e filho muito suave. Ela parece

mais velha e frágil, quando está ao lado dele; sua força é

notável em comparação com a sua fragilidade.

Em uma entrevista, a mãe de Matt confessou que no dia do

tiroteio, ela pensou que tinha perdido os dois. Quão

devastador deve ter sido para ela! Ela deve estar com medo

porque o atirador nunca foi pego.

O assassinato do Presidente Hamilton passou a ser um

mistério por resolver, como tantos assassinatos políticos

antes disso.

Depois de tanto sofrimento, no entanto, a mãe de Matt é

ainda tão refinada. Há uma força sob a seda.

Suas roupas farfalham quando ela retorna para sentar no

sofá da sala de estar. Depois, há confusão na voz dela

enquanto olha para as costas de Matt. — Você teve uma

vida difícil lá, dando o seu pai para a melhoria do povo.

Dificilmente teve qualquer privacidade, sem normalidade,

mesmo quando eu tentei tanto dar a você. Por que você

quer voltar?

— Você não quer voltar? — ele pergunta a ela, parecendo

confuso quando ele se vira e caminha para ter um assento

ao lado dela. — Cuidar das suas tulipas? Galas eram sua

vida. Você foi a melhor Primeira-Dama que este país já viu.

Você não quer preencher aquela fonte da frente com patos

de novo? Chegar com o Marine One no gramado sul da Casa

Branca toda iluminada durante a noite?

Seus olhos lacrimejam e ela dá um tapinha de leve nos

cantos para mantê-los secos.

— Eu quero ver os navios que papai tinha lá nas paredes do

Salão Oval novamente. Eu quero estar no outro lado da

mesa de papai, fazer as chamadas que ele nunca pode


fazer.

— Matt! — Diz ela.

— Foi a sua casa durante sete anos. — Ele espera um

momento. — A Casa Branca não é apenas a Casa Branca,

mãe; eu vejo isso agora. A Casa Branca é o mundo. Ajudeme a mudá-lo.

— Eu sei o que você está pensando. Todo presidente viúvo

ou solteiro teve que fazer algo em relação à Primeira-Dama.

Ouvi você no debate. Mas Matt, eu não posso agir como

Primeira-Dama mais. — Ela se levanta, em seguida, coloca a

mão no topo de sua cabeça, como ela provavelmente fez

quando ele era um menino. — Por favor, repense isso. A

Casa Branca é apenas a Casa Branca. Aqui fora, você pode

ter uma vida.

Ela olha para mim quando entro na sala em silêncio, sem

saber se eu deveria ficar quieta ou deixá-los saber que

estou aqui. — Eu sei que você quer uma, — ela diz a ele,

ainda olhando para mim. Beijando sua testa e agarrando

sua bolsa de grife cintilante, ela sorri radiante para mim,

como uma rainha recebendo seus rolamentos. — Então,

prazer em conhecê-la, Charlotte.

Matt passa as mãos pelo seu rosto enquanto ela sai, e por

um longo momento, sento-me com Matt na sala, deixando-o

recolher seus pensamentos.

— Charlotte, você poderia reorganizar as coisas e me dar

alguns dias de folga? Eu preciso ficar sozinho. Eu preciso

pensar.

Sobressalto-me com seu pedido, não esperava por isso. —

Claro. Claro, Matt.

Ele olha para o relógio. — Nós provavelmente devemos

levá-la para casa. A mídia vai contar exatamente quantos

minutos você permaneceu em minha casa depois que


minha mãe a deixou.

Fico em pé rapidamente.

— Espera. Não tão rápido. — Ele pega a minha mão e me

puxa para baixo novamente para que eu tome um assento

ao lado dele.

Meu coração começa a bater descontroladamente no meu

peito.

— Desde que eu vi você caminhar através da porta da festa

inaugural da campanha, ninguém mais vale a pena pensar.

A partir do momento em que começamos a conversar, eu

sabia que queria você ao redor. — Ele me puxa para mais

perto. — Eu quero um beijo agora.

Com esforço, levanto Jack pelas patas e ele lambe os lábios

de Matt e Matt ri e limpa a mandíbula e a boca, acariciando

o topo da cabeça de Jack enquanto ele me lança um olhar.

— Correção, eu quero o seu beijo agora.

Eu sei, mas eu não posso resistir a provocá-lo, então me

inclino e beijo sua mandíbula, sentindo o calor da cabeça de

Jack entre nossas barrigas quando ele se instala no colo de

Matt.

— Não me beije como você beija seu pai. Beije-me como

beijaria seu amante secreto. Assim. — Ele segura meu rosto

em uma mão e pressiona a boca para a minha. Ele abre

meus lábios com os seus.

Um beijo lento.

O tipo que enrola seus dedos do pé e faz todos os sentidos

ficarem intensos.

Eu respondo, tomando seu queixo em minhas mãos,

sentindo seus músculos flexíveis sob as palmas das mãos

enquanto ele move a boca sobre a minha, sentindo a

sombra da barba em sua pele. Ele diz, — Hmm, — e


aprofunda o beijo enquanto o beijo suavemente de volta.

Minha boca está molhada e inchada e formigando quando

tomo distância. — Venha aqui, — diz áspero. — Jack, sai, —

Matt ordena.

Jack vai para o seu lugar ao lado da lareira e eu de alguma

forma acabo no colo de Matt, e nos beijamos de novo, mais

profundo, mais pesado, a respiração começando a ficar

intensa.

Ele parou, ou fui eu, me pergunto aturdida alguns segundos

mais tarde.

Suas mãos estão em meus quadris e ele está olhando para

mim com olhos escuros.

— Acho que é drasticamente inconveniente que eu pense

em você nos momentos mais inoportunos. Como vou

governar um país quando eu não posso controlar os meus

próprios pensamentos sobre você?

— Todo momento em que você pensa em mim não pode ser

inoportuno. Tem de haver algo de bom.

— Verdade. — Ele franze a testa enquanto pensa sobre isso.

— No chuveiro, e ainda mais definitivamente na minha

cama.

Fecho meus olhos bem apertados. — Não ponha essa ideia

na minha cabeça.

Ele ri. — Como se ela não estivesse lá.

Estou corando.

Eu amo quando seus lábios cheios sorriem com humor e um

sorriso se espalha e ilumina seus olhos. Mas então seu

queixo quadrado fica tenso visivelmente. Ele se inclina para

frente e move sua boca sobre a minha, devorando. Sua

boca diminui, torna-se mais suave e ainda mais firme.

Ele se retira, deixando minha boca ardendo em fogo.


Sinto algo cru, vulnerável, e eu não quero que ele veja.

Então eu fecho meus olhos e beijo-o suavemente. Seus

lábios deixam os meus para mordiscar minha orelha, e

depois quando tento recuperar o fôlego, sua língua vem e

pasta sobre a minha, brincando, degustando, acariciando.

Ele inclina meu queixo e me obriga a encontrar seu olhar. —

Eu não me importaria de acordar com o seu rosto todas as

manhãs. — Eu posso ver pela dobra de seus olhos que ele

está sorrindo. Sorridente quando olha para mim, mas então

seu sorriso desaparece, e eu sei no que ele está pensando.

Ele não quer uma mulher. Não alguém a longo prazo. Não

na Casa Branca. Quero dizer-lhe que estou disposta a

tentar, que eu estaria disposta a ficar atrás dele, apoiá-lo,

não pedir mais do que ele poderia me dar. Em vez disso eu

tenho medo de que estaria mentindo, que eu realmente não

teria nenhuma ideia no que estaria me metendo, que eu

poderia ressentir-me dele e ansiar seu tempo e sua atenção,

seu amor e conforto, coisas que um homem normal daria

prontamente à mulher que ama.

E então, lhe digo: — Você tem muito em suas mãos, não há

espaço para mim em sua cama.

Somos um casal perfeito, na situação mais imperfeita.

Ele não será um homem que vai estar lá para sempre me

dar um beijo de boa noite. Não como o presidente.

Se eu pudesse desejar uma coisa, eu gostaria de ouvi-lo

dizer que me ama.

E ele nunca fará. Ele não pode.

Ouvindo a forma apaixonada que ele falou com sua mãe

sobre o retorno à Casa Branca, vejo isso claramente: ele

tem uma missão, uma vocação, e nada vai impedi-lo.

Você já amou tanto alguém que doeu como o inferno?


Eu não tinha até agora.

Saio do seu colo e ficamos lá sentados tranquilamente.

Nos conhecemos onze anos atrás, quase doze agora. Nesse

meio tempo, parece que ele nunca saiu da minha cabeça. E

me pergunto se já estive na dele. Por um momento, pelo

menos. Até que ele me viu de novo na festa de inauguração

da campanha.

Não há necessidade de falar. Meu conhecimento sobre ele é

mais profundo agora do que quando começamos a

campanha. E ele me conhece. Ele sabe que eu tenho medo

de altura e ainda assim eu não consigo me impedir de

segui-lo para lugares altos. Ele sabe que eu tenho uma

fraqueza por crianças e animais e sou tão protetora sobre

minha privacidade como ele era quando seu pai era

presidente e ele foi empurrado para o centro das atenções.

Ele sabe que talvez eu suporte esta situação só porque eu

quero estar perto dele e porque ele está certo: eu amo o

meu país e eu quero fazer o que puder para torná-lo um

lugar melhor, se não fosse por mim, para as crianças e

animais que eu tanto amo.

33

SAIR

Charlotte

ESTOU ORGANIZANDO sua agenda para que ele possa

tirar três dias de folga. Já é de conhecimento que os

Hamiltons têm uma enorme mansão em Carmel e o imagino

lá, pensando, tomando banhos de sol, talvez encontrandose com seus amigos, limpando a
cabeça de tudo, quando

chega uma mensagem no início da segunda-feira.

TIRANDO MAIS UM DIA DE FOLGA. Você vai ter que lidar com as

coisas por aí.


M

Eu respondo:

CONTE COM ISSO.

SUSPIRO e deixo o meu telefone de lado, preocupada.

Após o debate, Gordon e Jacobs estavam atacando Matt

implacavelmente. Estamos chegando mais perto do dia da

votação, e ele perdeu dois pontos nas últimas pesquisas por

conta de uma campanha implacável contra ele de ambas as

partes. Presidente Jacobs o acusa de ser um namorador sem

os valores da família, com nenhuma mulher.

Gordon o acusa de ser um playboy, listando dezenas e

dezenas de mulheres que ele teve um caso, alegando que

sua fobia de compromisso é um indício da sua incapacidade

de ficar em algo. Se ele não pode se comprometer a uma

mulher, como você pode esperar que ele se comprometesse

com um país inteiro?

Engraçado, isto vindo de um homem que teve quatro

mulher.

E nessa lista de mulheres, é claro, ele me menciona.

Charlotte Wells. Como é ridículo Matt considerar trazer uma

inexperiente de vinte e poucos anos de idade para a Casa

Branca.

Gostaria de saber se Matt viu tudo isso, e o que ele pensa.

Imagino-o, dizendo: — As pessoas vão pensar o que querem

pensar, — e deixar por isso mesmo. Mas eu não posso sentir

o mesmo. Eu sinto um arrepio de humilhação quando penso

em duas coisas.

No que as pessoas acreditam. No que meus pais vão estar

expostos se Matt e eu continuarmos brincando com fogo.

E de perder para os dois homens que não merecem o lugar

que eu acredito que meu candidato merece.


Meus pensamentos estão correndo perigosamente quando

abro meu computador e há um fluxo de notícias.

Fotos de mim e de Matt correndo...

De Matt comprando sapatos para mim...

De Matt olhando para mim durante eventos de campanha...

Continuo esperando, temendo que alguém tenha uma foto

nossa se beijando em Nova York. Mas não aparece. Eu

continuo vendo, mas ainda não aparece.

Eu não posso continuar com a culpa e a preocupação, de

que tudo irá se foder em um segundo.

Fecho a aba de notícias, minha garganta apertada enquanto

abro um novo arquivo no computador. Meus dedos estão

tremendo, mas em meu coração, por baixo da dor, eu sei

que isso é o que eu preciso fazer.

ANDO ATÉ O escritório de Carlisle naquela noite.

Sento-me e deslizo o papel sobre a mesa. A carta está de

frente para ele, mas ele não a lê; seus olhos estão fixos em

mim.

— Minha demissão, — digo em voz baixa.

Ele lê, sua expressão opaca, então ele abaixa o papel e gira

em torno de mim. — Você tem certeza sobre isso? — Ele

coloca uma caneta ao lado, para que eu possa torná-lo

oficial e assiná-lo.

Fico olhando para ele e minha garganta começa a fechar

quando leio minha carta de demissão.

Matt tinha um monte de coisas para pensar. E eu não sabia

que, na sua ausência, eu também teria.

— Eu não poderia me perdoar se ele perder a eleição por

minha causa, —digo a Carlisle.

— Eu conheço Matt. Eu o conheço desde que era um

adolescente nos ajudando com a campanha de seu próprio


pai. — Ele aperta os lábios. — Ele não vai aceitar sua

demissão, — acrescenta.

— Ele tem que aceitar. Você precisa fazê-lo ver com razão.

Carlisle, estamos tão perto de ganhar; nós estamos falando

sobre a diferença que poderia fazer não para uma pessoa,

para milhões.

— Eu sei, eu sei, caramba. — Ele suspira, coloca as mãos

nos bolsos, e olha para mim. — Mas ele quer o que ele quer.

Ele quer você na campanha. Todos concordamos. — Ele

balança a cabeça. — Nós vamos tirar o que quer que venha

em nosso caminho; você não vai ser um bode expiatório.

Matt não vai permitir isso, ele mesmo disse.

Engulo. — Não estou preocupado comigo, estou preocupada

com ele.

— Esse é meu trabalho, menina. — Ele se levanta e me dá

um tapinha no meu ombro. — Não pense que só porque

Matt é um cara legal, que ele não está disposto a descer e

jogar sujo com eles, se ele precisar.

— Isso não é o que ele representa; isso não é o que ele

acredita.

Carlisle se inclina para trás e me olha com atenção. — Eu te

julguei mal, Charlotte. — Ele sorri para mim, e acena com a

cabeça de novo quando finalmente aceita minha carta de

demissão.

— Obrigada; isso significa muito vindo de você. Eu aprendi

muito nestes últimos meses. — Hesito na porta, mas, em

seguida, volto para dar-lhe um abraço. — Obrigada por me

dar uma chance, com inexperiência e tudo.

— Bem, você era inexperiente apenas uma vez, e agora

você não é mais. — Ele sorri para mim com a maior ternura
que já vi enquanto pega minha carta de sua mesa e deslizaa no topo de uma pilha na gaveta
direita.

— Nós vamos lidar com isso de forma discreta, — diz ele. —

Rhonda pode ser a programadora. Vamos dizer que você

decidiu continuar a trabalhar e fazer a diferença nas

Mulheres do Mundo.

— Obrigada, e não se preocupe em falar com a mídia, — eu

digo quando ando para a porta, de repente sobrecarregada

com tristeza. Arrumo minhas coisas só depois de todos

saírem do edifício para que não haja perguntas que eu não

posso responder.

Não posso acreditar que estou desistindo dele. Eu não posso

acreditar que não serei capaz de ficar e ver isso. Tudo o que

eu queria fazer foi agora reduzido no fato de o melhor a

fazer é desistir? Estou desapontada que deixei minhas

próprias emoções egoístas ficar no caminho. Mas eu não

posso me arrepender do tempo que passei com ele.

Vou até a mesa de Matt e removo o broche que sempre

usei. O broche que homenageia meu presidente favorito, e

que estou esperando que seu filho substitua. Coloco-o sobre

a mesa e espero que ele saiba o que isso significa...

Bem, isso significa que estou saindo porque me importo.

Naquela noite, eu faço o que minha mãe tem implorado que

eu fizesse. Pego minhas coisas e vou dormir na casa dos

meus pais. Quando ela entra no meu quarto, há um longo

silêncio entre nós.

— Você quer falar sobre isso? — Ela pergunta baixinho.

Balanço minha cabeça. Uma lágrima desliza pelo meu rosto.

Rapidamente limpo a lágrima. Dou de ombros e olho para

fora da janela, segurando as outras lágrimas.

Ela calmamente vem e me abraça em seus braços quentes.


— Você está fazendo o que você precisa fazer. A política não

é para os fracos de coração, — ela me tranquiliza. Eu sei

que ela sabe que me apaixonei por ele. Ela veio e me avisou

desde o início.

— Eu sei. — Eu aceno. — Eu sei, é por isso que eu nunca

realmente quis até... bem, até ele.

— Você fez a coisa certa. — Ela aperta meu ombro. — Então,

muitas carreiras em torno da política têm sido arruinadas

por um escândalo e...

— Preciso da sua ajuda. Por favor. O que eu faço? Eu só não

sei o que fazer... Eu não quero estar apaixonada por ele

para sempre.

— Nada, Charlotte. Você continua como se nada tivesse

acontecido. Na segunda-feira, você volta para Mulheres do

Mundo. Você vai sorrir, você vai pensar nos outros, você vai

esquecer isso, você vai esquecê-lo. Vocês dois...

Eu não posso falar em voz alta, enquanto estou tão

impotente durante esse momento em que tudo o que eu

queria era os braços de Matt em torno de mim e nada mais.

Durante uma de nossas conversas mais confortável durante

todos esses meses de campanha, Matt uma vez me disse

que uma mentira marca para sempre o público. Você não

pode mentir, nunca. Torça as verdades, talvez, brinque com

as palavras... mas uma mentira, nunca, jamais.

Saí para que ele não tivesse que mentir sobre mim.

Quando a minha mãe sai, tomo um banho extra longo no

meu velho banheiro, então entro no meu pijama mais

quente e vou para a cama. A mesma cama onde eu

fantasiei sobre Matthew Hamilton a primeira vez.

Estou tão confusa, me sinto pesada, como se o ódio do

mundo estivesse nos meus ombros.


— Aqui, gatinha, — chamo minha gata.

Doodles é uma bola de pele branca enrolada no parapeito

da janela. Ela não se move do seu lugar.

— O que? Você vai me dar o tratamento do silêncio, porque

eu estava fora por tanto tempo? Oh, vamos lá, Doodles, eu

preciso de um abraço agora.

Nenhuma resposta.

Abraço meu travesseiro, e, eventualmente, sinto minha gata

se juntar a mim na cama no meio da noite, quando ainda

estou acordada, olhando pela mesma janela.

MÃE PENSOU QUE É melhor esperar uma semana

antes de voltar ao trabalho, apenas no caso de qualquer

imprensa vir bater à nossa porta de escritório. Ela quer me

proteger disso, e eu quero proteger Matt disso, então eu

concordo.

Naquela noite, jantamos – meu pai, minha mãe e eu.

— Eu acho que você deveria voltar a morar com a gente por

um tempo. Até tudo isso se estabelecer.

— Não há nenhuma poeira para assentar. — Balanço minha

cabeça com firmeza para a minha mãe. — Eu vou voltar

para meu apartamento amanhã.

No momento em que chega a sobremesa, verifico a hora

novamente.

— Existe algum lugar que você precisa estar, Charlotte? —

Meu pai perguntou. Ele soa terrivelmente exasperado.

— Não eu, Matt, — Distraidamente respondo quando olho

para a televisão na sala de estar. — Ele tem um

compromisso esta noite. Tenho certeza de que vai ser

transmitido pela televisão.

Pego o controle remoto no topo da TV e percorro os canais.

Carlisle é exibido na tela, ali de pé, em vez de Matt.


— Desculpas, amigos e simpatizantes, esta noite foi

necessário que Matt cancelasse. Estou aqui para responder

a quaisquer dúvidas que possam ter...

Ele cancelou?

Estou chocada.

Ele nunca cancela. Mesmo quando ele tinha uma dor de

cabeça, ele simplesmente acabava com todos os Advils que

colocava na sua mesa.

Largo o controle remoto e vejo como Carlisle começa a

responder a perguntas. E se alguma coisa deu errado?

Quero chamar Carlisle, mas ele está claramente ocupado.

Se eu chamasse Hessler, ele me diria? E talvez Mark ou

Alison – será que qualquer um deles sabe?

Pego meu telefone e rapidamente passeio pelos meus

contatos, minha mão tremendo.

— Venha tomar chá conosco, Charlotte, — minha mãe

chama.

A campainha toca e minha mãe se vira. — Jessa, querida,

você pode ver quem está na porta?

Jessa corre da cozinha para a porta da frente, passando pela

sala de jantar e pela sala de estar como sempre faz, então

volta para onde estou sentada. — É o Sr. Matt, senhorita.

A xícara de chá da minha mãe faz barulho, meu pai levanta

a cabeça, e eu não acho que estou respirando.

— Bem, não fique aí, faça-o entrar, — minha mãe insiste.

Eu estou no meio da sala, enquanto os meus pais parecem

estar congelados em extremos opostos da mesa de jantar,

quando Matt aparece. Eu não acho que estou respirando

quando o vejo. Só não esperava vê-lo tão cedo. E de

repente dói. Meus olhos doem. Meu peito dói. Tudo dói.

Sinto como se algo estivesse apertando em volta do meu


coração, e leva todo meu esforço consciente para impedir

que meus pais percebam.

Matt está vestindo uma camiseta preta e calças pretas, com

o cabelo molhado da chuva lá fora, e ele nunca pareceu tão

quente. Tão sexy. Tão no controle.

Seus olhos encontram os meus, e depois de um breve olhar

crepitante, ele olha para meus pais. — Senador Wells, — diz

ele.

A cadeira do meu pai chia quando ele levanta. — É um

prazer tê-lo em nossa casa, Matt.

Ele cumprimenta minha mãe, e ela o abraça com carinho. —

Você chegou a tempo de tomar um chá ou café, — diz ela.

— Você gostaria de algum?

— Obrigado. Na verdade, estou aqui por Charlotte. — Seus

olhos estão encapuzados misteriosamente, até o ponto

onde eu não posso ler o que ele está pensando.

— Isso é o que nós pensamos, — meu pai diz com um aceno

de cabeça. — Obrigado, Matt, pela oportunidade que deu a

ela, fazendo campanha para você; nós nunca a vimos

mergulhar em qualquer coisa com tanta paixão.

— É a ela que eu vim agradecer por seu apoio, — diz Matt.

Seus olhos deslizam na minha direção e ele bebe-me como

se a mera visão de mim fornecesse uma dose de vitaminas

para sua alma.

Coro num vermelho intenso com o pensamento enquanto

meus pais sobem as escadas. Caio no sofá, e Matt toma um

assento em frente a mim. A casa dos meus pais parece

menor com ele dentro. Tão pequeno como senti quando seu

pai e o Serviço Secreto estavam aqui, só que agora é só ele.

Matt.

Doodles está balançando o rabo, nos olhando. — Qual é o


nome dela? — Matt estende a mão, palma para cima, e

Doodles vai para ele, apenas com isso.

— Doodles.

Ele levanta a sobrancelha e sorri, puxa-a para cima, e a

coloca no colo.

Sinto-me quase devastada pela vontade de ir e substituir

Doodles do seu colo e beijá-lo, mas o barulho vindo do

andar de cima me faz lembrar onde estamos, que estamos

na casa dos meus pais.

E de repente sinto falta de Jack tanto quanto sinto de Matt e

seu toque. Eu sinto falta de tocá-lo quando não posso tocar

em Matt, enrolando a mão na pele de sua cabeça e sentir o

seu grande peso de cachorro em meu colo, tão confiante,

que não há nada que eu poderia fazer de errado aos seus

olhos.

Aparentemente, ele compartilha isso com seu mestre.

Oh Deus. Matt. Por que ele está me olhando assim?

Por que ele está aqui? — Você não deveria estar aqui, — eu

digo sem fôlego. — Você sabe que não deveria estar aqui.

— Mas eu estou. — Ele coloca Doodles a seus pés e se

inclina para frente, com um brilho de determinação nos

olhos.

Eu tenho que lutar por moderação para evitar ir direto para

ele dizendo...

Dizer o quê?

— Como foi a pausa? — pergunto em voz baixa.

Eu não quero que meus pais nos ouçam. Não quero que

ninguém nos ouça. Parece que meu tempo com Matt é

sempre roubado, e muito pouco desses momentos fico

sozinha como ele.

Eu valorizo nosso tempo juntos.


— Fui ver o meu pai. — Há um traço de tristeza em seus

olhos. — Eu sempre vou visita-lo no Cemitério Nacional de

Arlington, quando preciso me sentir ligado aterrado. — Ele

está acariciando minha gata com sua grande mão, mas seus

olhos não me deixam, nem por um segundo, enquanto ele

fala. — Então eu fui para a nossa casa em Carmel. Apenas

para ficar sozinho por um tempo.

— As coisas ficaram muito agitadas, eu sei, — eu digo.

Quando ele fala, sua voz é quente. — Eu deveria concentrarme na campanha e eu continuei
pensando em você. — Seu

sorriso é tão íntimo como um beijo. — Você pode imaginar a

minha decepção quando eu voltei para D.C. para saber que

você tinha ido.

— Foi o melhor; você sabe.

Seu sorriso de repente ganha uma centelha de erotismo. —

Na verdade, eu não sei.

— Matt, Gordon e Jacobs estão atrás de qualquer coisa que

eles podem tirar de você.

— E confie em mim quando eu digo que não vou deixar que

seja você.

Expiro, em seguida, coloco meus braços em volta de mim.

— Por que você saiu? — Ele pergunta.

Tento manter o meu nível de voz. — Eu pensei que era o

melhor.

— Nunca. Essa é a última coisa que eu queria quando isso

começou. — Seus olhos seguram os meus, um músculo

trabalha na parte de trás da sua mandíbula. — Eu não quero

que você saia. Se há alguma coisa, eu quero você perto de

mim.

Coro e tento manter qualquer conversa sobre a conexão

entre nós de lado. — As pesquisas, Matt...


— Dois pontos perdidos são dois pontos que posso ganhar

de volta. Nós vamos ganhá-lo de volta. Você vai acumular

minha agenda, mesmo se eu não dormir.

Eu rio, mas ele não faz. Ele se inclina para frente, suas

coxas esticando o material de seus jeans e o algodão dos

ombros da sua camiseta. — Volte para a campanha.

— Charlotte, — ouço Jessa dizer quando traz uma bandeja

de chá da cozinha, — sua mãe queria que eu trouxesse isso.

— Ela manda um olhar radiante na direção de Matt, cora

como se ela tinha dezenove anos, ao invés de sessenta e

três anos.

— Obrigada, Jessa.

— Obrigado, — Matt diz calorosamente, estendendo a mão

para um copo e tomando um gole.

Ela parece corar ainda mais quando ela volta para a

cozinha.

— Minha mãe vai estar preocupada com um escândalo.

Você precisa ir, Matt.

Levanto e puxo sua mão, forçando-o a soltar o copo, colocoo na mesa, e ele pega meus dedos
enquanto se levanta. —

Posso contar com você?

Sua proximidade de repente me engole. Cada átomo do

meu corpo está acordado e movimentado com seu calor

estar tão perto, a sensação de seus olhos no meu rosto,

expectante, quente como o sol e apenas tão brilhante.

— Sempre, — coaxo.

Sua mão e a minha estão ligadas e queima.

Ele sorri para mim, um sorriso deslumbrante, e aperta os

dedos, olhando para mim com a expressão mais adorável

no rosto. — Obrigado.

Ele me solta e acaricia a gata uma última vez antes de


caminhar até a porta, e eu ando com ele.

— Obrigada por ter vindo. Vou levar minhas coisas de volta

amanhã, — eu digo.

— Amanhã é a gala... — ele começa, e o corto.

— Eu vou estar lá também, — asseguro-lhe, empurrando-o

para fora da porta antes que ele possa me beijar. Mesmo

um beijo na bochecha vai me devastar, e eu tenho medo de

ceder ao impulso de fazer mais.

Ele está sorrindo, divertido quando me vê fechar a porta.

Fecho os olhos e inalo, odiando que eu sei a mesma coisa

que eu já sabia: que ele nunca pode realmente ser meu.

Mas, para citá-lo de volta, isso não me impede de querer

ele.

34

GALA

Charlotte

A GALA DESTA NOITE parece ser a maior e mais

movimentada de todas as galas que já foi realizada.

Estamos no grande salão de baile do Hotel Jefferson.

A Casa Branca está tão perto, você pode praticamente

sentir o seu poder de agitação e de afluência que o rodeia.

Olhei para as suas colunas brancas quando cheguei, e não

pela primeira vez me perguntei como a vida de Matt seria

lá. Se havia alguma normalidade em tudo.

O salão de baile está brilhando esta noite, todo mundo que

é alguém está participando – de grandes industriais a

artistas proeminentes, músicos, médicos e professores e

minha atenção está focada em detectar apenas uma

pessoa. O único.

Estou em um vestido branco e meus olhos estão espantados

com as luxuosas decorações que me cercam em minha


busca da única coisa que mais quero ver.

A figura do homem que deixa meu coração batendo assim.

— Charlotte! — Alison lança-se e me abraça. — Uma visão

em branco, eu aprovo! — Ela diz feliz, então se inclina para

trás e levanta a câmera. Clique.

— Alison, vamos lá! — Gemo, e ela me puxa para a

multidão, onde digo olá para os meus colegas da equipe.

Ninguém sequer chegou a perceber ou saber que eu tinha

me demitido, e eu tenho certeza que foi a mão perita de

Carlisle no controle de danos.

Continuo procurando por Matt no outro lado da sala com

meu coração batendo e um nó de antecipação nervosa no

meu estômago. Parece uma eternidade até que meus olhos

encontram a figura alta e escura de um homem e eles fica

lá, absorvendo tudo o que é Matt Hamilton.

Vestido em um terno escuro como breu e gravata preta,

suas mãos com dedos longos e magros, balançando quando

as pessoas andam para cumprimentá-lo. Os contornos de

seus ombros pressionados contra o paletó. Ele está entre a

multidão, perversamente bonito, com o rosto animado

quando fala com eles sobre algo que está claramente

apaixonado.

O nosso país, eu sei...

E então seus olhos se erguem e ele me vê através de um

mar de cabeças. Os toques de humor em torno da boca e

dos olhos desaparecem quando nossos olhos se encontram.

A intensidade de seu olhar me atinge como um soco. Seu

olhar é tão apaixonado, que envia um tremor através de

mim. Quanto mais eu tento esconder o que eu sinto por ele,

mais difícil isso me atinge. Eu olho para longe, em qualquer

lugar, realmente.
Isso é quando os meus olhos caem sobre um casal entrando

no salão de baile. Meus pais.

Meus olhos se arregalam em surpresa.

Minha mãe me vê e agita suas mãos como uma rainha em

minha direção. Os olhos do meu pai estão em algo – em

alguém.

Estou tão surpresa que meu pai concordou em participar,

isso me leva algumas piscadas para me certificar de que ele

está realmente aqui. Sendo um Senador Democrata, é uma

enorme prova de seu apoio para Matt. Enorme.

Ao me aproximar para cumprimentá-los, vejo Matt fazer o

mesmo. Sua caminhada é toda com confiança e vitalidade.

— Senador Wells, — diz ele, quando cumprimenta meu pai.

Seu aperto de mão é firme e rápido, cheio de graça e

virilidade.

Deus, a sua voz. Como você pode até mesmo sentir falta da

voz de alguém?

Um calor enche meu estômago quando vejo o respeito

genuíno nos olhos dos dois homens quando se

cumprimentam.

Pensei que talvez meu pai estando aqui significasse que ele

estava me apoiando quando resolvi me aventurar no mundo

da política, onde meus pais sempre quiseram me ver. Mas

quando os vejo, sei que o meu pai não só está aqui para me

apoiar – ele quer que Matt vença.

Saber que meu pai finalmente apoia Matt – e saber que

Matt, sua campanha, o seu contato com as pessoas,

ganhou-o como seu próprio pai fez todos aqueles anos

atrás, faz com que minha admiração e respeito por Matt

cresça.

Estou morrendo de vontade de falar com ele, mas é


impossível com ele sendo o centro das atenções. O centro

de tudo. Ando para cumprimentar meus pais também, e eu

sinto os olhos de Matt em mim.

Por alguma razão, ele muda sua postura para ficar mais

perto de mim quando é recebido pelo prefeito de D.C e sua

mulher, e, instintivamente, eu permaneço onde estou e

deixo-o me apresentar também.

A conversa gira em torno de nós, e todo esse tempo, eu só

estou ciente da baixa pulsação, maçante dentro de mim.

Matt está casualmente ao meu lado, uma tensão quase

imperceptível emana de seu corpo.

Ele aproveita o momento em que está livre da atenção dos

outros para olhar para mim.

— Esse é um vestido muito bonito.

A sala fica um borrão em torno de mim quando me perco

em seus olhos de café expresso.

Quero levantar na ponta dos pés e beijá-lo, fazer o que uma

menina faz com um cara que ela ama, dizer que senti a

falta dele, que o quero, e que penso nele. Eu quero colocar

sua mão no meu corpo. Isso é tudo o que eu quero. Apenas

sua mão no meu corpo, mesmo se for apenas um toque

suave.

Ele estende a mão para pressionar os dedos na parte

inferior das minhas costas para me guiar longe de alguém

que quer passar. O movimento nos coloca em vista de um

grupo de homens conversando, e um deles chama

alegremente, — Matt! — E caminha imediatamente.

— Ahh, sim, Congressista Sanders. — Ele cumprimenta o

homem que se aproxima com um aperto firme de sua mão.

Eles começam a conversar e entre as trocas, ele olha para

mim por três segundos. Encontro o seu olhar e estou ciente


dos nervos passando por mim.

Subo na ponta dos pés e digo: — Quero meu broche de

volta, — antes de passar por ele para dizer olá a alguém.

Quando olho para ele minutos depois, ele está sorrindo para

algo que alguém diz quando nossos olhos se encontram.

Seu sorriso vacila por um minuto com o calor que rouba em

seus olhos, mas ele consegue mantê-lo no lugar, mesmo

quando ele olha para mim.

O olhar em seus olhos me diz exatamente o que ele quer

fazer comigo, como ele me quer. Cada parte do meu sexo

sente. Sabe disso.

Matt vai me foder sem sentido hoje à noite.

35

ENCONTRO SECRETO

Charlotte

WILSON ME LEVA para uma casa em Washington, D.C.

Ele estaciona na frente de um belo arenito de dois andares,

e por que o império dos Hamiltons consiste em uma vasta

corporação imobiliária de bilhões de dólares, eu presumo

que pertence a Matt. Subo os degraus quando Wilson abre a

porta e me deixa entrar.

— Ele está lá em cima, — diz Wilson.

Subo as escadas e vou em direção ao raio de luz que sai de

uma porta aberta.

Do outro lado da porta, Matt olha pela janela. Calças pretas

cobrindo suas longas pernas, presas por um cinto brilhante

e uma camisa branca de botões com os primeiros botões

abertos, e ele segura um copo de vinho na mão. Ele se vira

quando me sente – como não sentiria? E lentamente coloca

o copo de lado com um tilintar.

Fecho a porta atrás de mim e estou perdida no turbilhão de


bronze em seus olhos. É como se eu estivesse em um

subespaço. Não há pensamentos ou razão, só preciso...

apenas calor e desejo e ele.

Sombras dançam pela sala, brincando com a luz de velas.

Matt aperta sua mandíbula quando olha para mim. Seus

olhos brilham como fogo no meio da noite e ele começa a

caminhar em direção a mim com tal propósito único de que

eu faça o mesmo.

— Amanhã, isso nunca aconteceu, — digo com urgência.

Ele me pega pelas nádegas e levanta-me, minhas pernas

enrolando em torno dele enquanto nossos lábios esmagam

juntos.

Uma parte de mim quer que Matt me diga que isso poderia

funcionar entre nós, que embora eu seja uma garota normal

e ele é um homem em circunstâncias extraordinárias,

poderíamos trabalhar com isso. Mas ele não é um homem

que você conseguirá manter. Assim, ao mesmo tempo, eu

quero a sua garantia. Eu sei que é impossível. Eu sei que

isto é tudo o que tenho – os poucos momentos que vou ter a

sós com ele enquanto ele é apenas Matt. O homem pelo

qual eu me apaixonei.

— Você não consegue desistir de mim, — diz ele, aquela

escuridão de seus olhos se intensificando. — Você não

consegue se afastar de mim. Da próxima vez que você fizer

isso, tudo que você terá que fazer é olhar para trás para

perceber que estarei perseguindo você.

Ele abaixa a cabeça novamente, abre meus lábios com os

seus, e nossas línguas colidem.

— Você não pode ter tudo, Matt, — respiro em sua boca.

Estou beijando-o descontroladamente agora, sem restrição,

mordendo os lábios um pouco quando agarro seu cabelo.


Seus olhos estão com as pálpebras pesadas enquanto ele

começa a desabotoar a camisa. Ele parece quente como o

calor em si, os lábios vermelhos de mim.

Meu coração dá uma guinada quando ele abre sua camisa.

Eu vejo uma extensão de pele bronzeada, suave e

músculos. Ele dá de ombros fora de sua camisa, seus

ombros e bíceps flexionam com o movimento.

Estou tentando rapidamente abrir meu vestido. Encolho os

ombros e o deixo deslizar pelas minhas pernas.

Ele tira o cinto e cai com um barulho, e antes que ele possa

remover suas calças, estou de volta nele e estamos nos

beijando.

Estamos nos beijando sem retenção, selvagem, nossas

mãos e bocas umas sobre as outras. Ele geme entre seus

selvagens, beijos ferozes, — Eu não posso mesmo encontrar

as palavras para descrever quão perfeita você é. — Ele

segura meu rosto e me beija, e seguro sua mandíbula e

beijo-o de volta, então me afasto e com facilidade vou para

a cama.

Ele me segue. — Eu senti falta desses olhos azuis. E até

mesmo senti falta do jeito que você enruga o nariz para

mim.

Eu enrugo meu nariz.

Seus olhos riem silenciosamente, e rio em voz alta, mas

ficamos sóbrios.

Senti falta de seus olhos também.

Minhas panturrilhas chegam a cama e ele chega em mim,

sua mão enrolando em volta da minha cintura enquanto

agarro o seu ombro para me preparar.

Seu peito sacode com um suspiro, como se meu toque o

chamuscasse. Ele está sorrindo enquanto me puxa para ele.


Meu tronco toca o seu e fogo rasteja em minhas veias.

Um tremor corre por minhas terminações nervosas

enquanto seus dedos se espalham nas minhas costas.

Pressionada contra seu peito, meus mamilos se tornaram

duros como rubis.

Eu quero que ele tire meu sutiã e os exponha para ele.

Eu quero que ele tome-os em sua boca e os prove.

Eu quero tanto ele, eu queimo por ele, em minhas veias e

meu coração e entre as minhas pernas.

Ele desliza os dedos no meu cabelo e exerce apenas a

quantidade certa de pressão para puxar minha cabeça um

pouco mais perto, mesmo quando ele inclina a cabeça na

minha. Um músculo vibra atrás de sua mandíbula enquanto

ele aperta os lábios na minha bochecha, arrastando-os para

baixo do meu queixo até meu pescoço. Sua respiração é

quente na minha pele quando ele sussurra, — Perfeição.

Antes que eu saiba, ele já tirou minha calcinha e está

tirando meu sutiã. Tremendo quando um vento atinge

minha pele, me inclino para trás na cama –nua. Deixando-o

olhar para mim enquanto olho para ele.

Seu corpo poderia estar na página central duma revista – e

contudo é real. Está aqui, e é tudo meu.

Uma última vez...

Ele está em cima de mim no instante seguinte, com fome.

Tão faminto.

Ele chupa meu mamilo e separa minhas pernas com a mão,

acariciando o interior das minhas coxas enquanto vai para

cima.

Eu nunca quis devorar outro ser humano da maneira que eu

quero devorá-lo.
Beijo sua mandíbula e balanço meus quadris para persuadilo a me tocar. Ele faz, em primeiro
lugar acariciando com

um dedo ao longo das dobras do meu sexo. Eu posso ouvir

um som molhado, liso quando o dedo indicador trilhas para

cima e para baixo, para cima e para baixo. Então, ele

introduz a ponta em mim.

— Deus... Matt.

— Diga isso de novo. Diga novamente desse mesmo jeito, —

diz ele, fazendo um caminho com beijos até meu outro seio

e tomando o mamilo. Sugando. Lambendo. Banhando.

Degustando.

Minha voz fica por um fio. — Matt.

Ele agarra meu cabelo e me mantém no lugar enquanto

arrasta sua boca para baixo, seus ombros flexionando, à luz

das velas fazendo amor com seu peito musculoso quando

ele começa a beijar entre minhas pernas. Ele conduz sua

língua ao longo das minhas pregas e eu gemo, sua língua

imerge dentro de mim.

Movimento-me urgentemente debaixo dele enquanto ele

brinca com meu corpo em um frenesi, me deixando tonta.

As almofadas dos seus dedos sobre as pontas dos meus

seios, acariciando meus mamilos. Gemo no fundo da minha

garganta novamente. Ele amaldiçoa baixo em sua garganta,

indo para trás, e retira o resto de suas roupas rápido – sem

tirar os olhos de mim.

Deus, seu pau é tão grosso e longo, tão enooorme...

Ele rasteja sobre mim e eu estou ofegante, seus olhos

explorando.

Seus dedos curvam ao redor do meu quadril, segurando-me

ainda. E depois de forma lenta, mas poderosa de seus

quadris, Matt empurra dentro de mim.


Eu quase gozo quando ele faz todo o caminho, cada

polegada de seu pênis acariciando cada polegada do meu

canal. Eu suspiro, segurando minhas pernas em volta de seu

corpo de modo que meu sexo se agarra a cada polegada

dele.

Nós não estamos falando. Deixando não dito o fato de que

estamos nos despedindo, roubando este momento, e nós

dois parecemos querer saboreá-lo com todas as nossas

sensações. Visão, audição, tato, paladar, cheiro.

Movo-me com ele enquanto ele impulsiona

propositadamente. Eu estou contorcendo e torcendo,

beijando e tocando-o tanto quanto possível até mesmo

quando Matt me beija e me toca. Ele faz o que qualquer

homem vivo, que repira, e com sangue nas veias faria com

uma garota como eu.

Meus olhos seguram os seus, se agarram ao seu, ampliando

enquanto levo-o dentro de mim – longo, duro, pulsando com

a vida. Ele não tira os olhos de mim. Eles estão pesados e

tão masculinos, e olhando para mim como se eu fosse

alguma Mona Lisa viva, ou a Estátua da Liberdade que

respira. Não há ar suficiente no mundo para encher meus

pulmões no momento. Ele está respirando tão forte.

Ele balança os quadris e continua entrando, me observando.

Meu corpo se contrai com dolorosa necessidade, e cada vez

que eu sinto-o se mexer – tão duro, tão grande, tão perto –

fico mais molhada e úmida, absorvendo tudo. Os

movimentos de sucção suave de sua boca nos meus

mamilos enviam para meu sexo, que continua apertando ao

redor dele.

Corro os dedos pelo peito dele e deixo a minha própria boca

vagar, degustando, degustando, degustando. Ele está


quente, suado, e salgado. Ele geme e empurra para dentro,

puxando minha cabeça para trás, vendo o arco do meu

pescoço, e ele me diz para continuar a fazer esses sons, que

eles estão o deixando louco.

Eu sou a única que está perdendo a cabeça agora. Estou

amando o jeito que ele geme, me olha, sente, saboreia,

quando nos movemos sem controle.

Ele entra em mim de novo, profundo e duro, com as mãos

segurando-me pelos quadris, nossos quadris balançando,

nossos corpos arqueando, e nossas bocas torcendo em

torno de si.

— Você está comigo? Charlotte, você está comigo?

Respondo-lhe com um sussurro, somente — sim — quando

meu corpo se debate com o orgasmo.

Ele pressiona um beijo na minha orelha, enrijece seu corpo

quando ele goza também.

Estamos respirando com dificuldade quando viramos de

lado, um de frente para o outro. Ele se apoia em um braço.

Eu não tenho energia para fazer isso. Mas com nossos olhos,

estamos nos comunicando.

— Matt...

— Ei. — Ele leva meu queixo, sério agora. — Não pense

sobre isso. Estamos tendo cuidado.

Eu fecho meus olhos.

Rolando em suas costas, ele exala e olha para o teto. —

Quando toda esta campanha começou, eu não tinha ideia.

— Ele olha para mim. — Não fazia ideia sobre você, C.

— C? Você quer que eu te chame M?

— Não, mas estou ansioso para ter uma grande ereção no

dia em que você me chamar de Sr. Presidente... — Ele rola

de volta para seu lado e toca entre as minhas pernas e eu


realmente não posso reclamar mais.

— Deus, Matt...

— Eu sou um homem. Eu sou de carne e osso. E eu quero

você. Você foi enviada para cá para me torturar? Enviada

por Jacobs ou Gordon para me arruinar?

— Você é o único que tem a ideia de me torturar. Fazendome viajar com você, sempre tão
perto de você. O que você

acha que isso faz comigo? Não faz o meu trabalho ser fácil.

— Mas não é apenas sobre mim, Charlotte. — Ele olha para

a janela. — Isso, desde o momento que decidi que isto é o

que eu quero fazer acima de tudo. Não é apenas sobre mim.

— Ele toma meu rosto na mão, alguma tortura silenciosa em

seus olhos, mesmo quando ele move o dedo dentro de mim.

— Eu sei. — Engulo, e meu rosto arde sob a sua palma da

mão quente enquanto meu quadril se move

involuntariamente. — Então tire a sua mão. Quanto mais eu

ficar aqui, mais perigoso isso se torna.

Ele move a outra mão para a parte de trás do meu pescoço,

sussurrando quando ele esfrega o polegar sobre meu

clitóris, — Eu vou, depois de você me beijar. Essa noite é

sobre você.

Fecho os olhos, levantando a cabeça. Sua respiração banha

meus lábios. — Você me faz querer ser a melhor versão de

mim mesmo que jamais pude ser. — Ele lambe meus lábios.

Beijo sua boca. Beijo sua boca e viro-o e me arrasto para

baixo em seu corpo. Mais baixo. E mais abaixo. Trilho beijos

na linha de cabelo escuro de seda que viaja por seu peito, a

pele lisa acima do seu umbigo, e depois para baixo no

tapete de cabelo que leva a seu pênis. O pego em minhas

mãos. Cheio. Grosso. A coroa de seu pênis inchada ao

máximo e gotejando de desejo por mim.


Lambo a gota.

Matt está me observando, um olhar predatório em seus

olhos quando ele pega a parte de trás da minha cabeça e

me puxa para mais próximo, mais perto de seu pênis, até

que eu segure a base com as minhas mãos e leve-o em

minha boca.

36

MANHÃ

Charlotte

EU DESLIZO em um moletom cinza confortável que

pertence a Matt enquanto tomamos café muito cedo na

manhã seguinte. Eu estou enrolada no sofá enquanto Matt

fica perto da janela, uma mão segurando seu café enquanto

olha pensativamente para fora. Ele usa apenas as calças, e

eu posso ver marcas de unha parte de trás de seus braços

musculosos.

Eu fiz isso?

— Ainda estamos prontos para sair para a última parte da

campanha na segunda-feira? — Ouço-me perguntar.

Ele se vira para mim, sua expressão pensativa. — Tudo

pronto. — Ele faz uma pausa, sua voz mais rude. — Você

percebe o quão difícil é dar tudo de mim nessa última parte

da campanha quando eu sei que se eu ganhar, eu perco

você?

— Você iria concorrer novamente. Se você perder.

Ele aperta a mandíbula.

Eu rapidamente tento me desviar das lágrimas e fortaleço

minha voz.

— Matt, eu estava nos bastidores durante meses, olhando

para mil e um estranhos, e eu percebi que todos nós temos

algo em comum. Você. Você é como uma parte da história


deste país. Você representa um momento doloroso, e a

força para continuar e prosperar. Você inspira as pessoas

apenas por ser quem você é. Matt.

Vou até ele, e ele coloca sua caneca de café de lado. Ele

pega a minha mão e levanta-a aos lábios, beijando meus

dedos. — Em muitas maneiras eu concorri por você.

— O quê? — Eu ri, incrédula.

— Pensando que você e pessoas como você estão lá fora.

Merecendo muito mais.

— Então nos dê mais.

Seu olhar desliza para a janela, o rosto gravado com o

pensamento. — Quanto mais é o suficiente? Quantos

monstros terão de ser mortos? Quantas vozes dissidentes

terão de ser caladas?

— Eu não sei, mas você vai descobrir ao longo do caminho.

Matt aperta a mandíbula e abaixa nossas mãos, apertando

meus dedos.

— Matt, se alguém é digno de qualquer coisa, é você. Se

alguém é digno de liderar nosso país, é você. Quem você

quer que esteja lá? Thompson? Jacobs?

— Deus, não, porra, não.

Ele se vira para mim, e eu encontro seu olhar de frente,

sabendo que isso é um adeus. Sabendo que esta é a última

manhã em que irei acordar com ele, e vendo nos olhos dele

que ele sabe disso também, mesmo que ele não goste.

Aspiro trêmula. — Você está a dois pontos de distância da

liderança. Vá lá fora e consiga isso, Matt. Porque você sabe

o quê? Não vou ajudá-lo no próximo ano. — Faço uma

careta, e empurro seu peito como se ele tivesse me

intimidado em dizer isso.

Ele ri, em seguida, agarra o meu pulso e me puxa contra a


superfície plana de seu peito enquanto ele olha para mim.

— O que você vai fazer então? No próximo ano?

Ele observa sua mão enquanto acaricia as pontas dos dedos

ao longo da minha bochecha, deixando-me sem fôlego.

Engulo. — Em um ano? Eu vou estar vivendo o sonho

americano, porque você vai ser meu presidente.

Ele aperta a mandíbula e sussurra: — Venha aqui, —

envolvendo os dois braços firmemente em torno de mim

enquanto abaixa a cabeça.

— Você não pode me beijar de novo, não mais, — Eu

protesto sem reservas.

Mas enquanto digo isso, fico na ponta dos pés e o deixo me

beijar, lentamente, um beijo de adeus. Eu tremo quando

penso nisso sendo a última vez que sentirei seus lábios nos

meus.

— Você está chorando? — Sua voz é um murmúrio.

Eu pisco de voltas as lágrimas com orgulho, mas ele é mais

rápido do que eu e limpa meu rosto.

— Charlotte... — Sua voz parece surpresa e protetora. Seus

olhos escurecem quando ele olha para mim e acaricia a

parte de trás da minha cabeça. — Foda-se, isto não é um

adeus. Eu poderia perder. Eu poderia perder, porra.

— Não! — Eu dou um passo para trás, colocando alguma

distância entre nós. — Matt, eu quero que você ganhe essa

presidência.

Um flash de determinação passa pelas suas feições. Ele

aperta os dedos nas palmas da mão, em seguida, rosna, —

E eu quero ganhar esta presidência, Charlotte.

Concordo com a cabeça neste momento, chegamos a um

entendimento. Já expulsamos um ao outro dos nossos

sistemas na última hora. Acabou. Está feito.


Então caminho até seus braços e apenas nos abraçamos.

Sabendo que isto é um adeus. Não um adeus de mim

deixando a campanha novamente. Mas um adeus... do que

poderia ter sido.

Política não é simples, é confuso; há sempre engano e algo

escondido embaixo. Desta vez é o fato de que eu o amo, e

acho que ele poderia, em outro tempo ou lugar, vir a me

amar, mas você não pode fazer duas coisas ao mesmo

tempo...

Minha mãe diz que, infelizmente, ela não acha que já houve

uma Primeira Dama verdadeiramente feliz na Casa Branca

ou um presidente capaz de fazer uma pessoa feliz. Ele

ocupa o cargo mais poderoso na terra, mas é tão

desgastante, o amor não tem lugar na Casa Branca.

Quase de uma forma fraternal, da mesma forma que ele me

beijou quando eu tinha onze anos, Matt beija minha

bochecha. Ele envolve seus braços em volta de mim e eu

inalo seu cheiro, fechando os olhos, enrolando minhas mãos

em torno dele, forçando as minhas lágrimas de volta,

porque embora uma parte de mim queira ficar com ele, eu

quero que ele ganhe também.

Não há tempo para isso. Nós temos uma eleição para

ganhar.

ONDE QUER QUE VAMOS, todas as pessoas parecem

estar assistindo Matt e se ele olha para mim, sorri para

mim, ou tanto quanto fica perto de mim. Carlisle me enviou

olhares de aviso para evitar dar a Gordon ou Jacobs algum

tipo de munição. Ainda assim, Hewitt, como gerente de

imprensa, está jogando o cartão de amigos de infância, e

Matt é tão teimoso e, secretamente, louco por dar ao

público tal acesso aos seus assuntos particulares. Ele tem


estado descaradamente usando a especialidade do gerente

de imprensa para manipular a situação para me manter

perto e continuar a olhar para mim tanto quanto lhe agrada.

Que por sua vez, tanto agrada e me angustia.

Nós viajamos para Des Moines, Iowa; Manchester, New

Hampshire; Milwaukee, Wisconsin; Charleston, Carolina do

Sul; e numa tarde, vamos visitar uma árvore chamada de

Presidente.

Estamos diante dela, perto do sinal de madeira que a

identifica, no meio da floresta gigante do Parque Nacional

da Sequoia na Califórnia.

A árvore tem mais de três mil anos de idade, e a coisa mais

divertida é as sequoias menores que a rodeiam chamadas

de Grupo Congresso: dois densos montes de sequoias

médias representam a Câmara e o Senado.

— Se você ganhar e seu ego começar a ficar muito grande,

uma viagem aqui e ele vai ser esmagado novamente. Eu

nunca me senti tão pequena ao lado de uma árvore. — Eu

olho para a sua altura, seu tronco no topo, onde suas folhas

sussurram com a brisa.

Ficando aqui, fico maravilhada com quantas pessoas eu

conheci e todas as paisagens que já vi. Fui retirada da

minha bolha em D.C. para ver o manto colorido que compõe

o nosso país.

É incrível, excursionar por todos os estados, cada um

original do seu próprio jeito, cada um com seus próprios

surtos de crescimento e desafios. Você não conhece a

América até que você dê um passo para trás e realmente

olhe para ela.

Isso me faz querer ver mais do mundo – viajar, fazer tudo,

ver tudo, ser tocada por tudo e tocar de volta em troca.


Isso me ajuda a lembrar da razão pela qual eu vou ficar

longe de Matt... mesmo quando Matt ainda esculpe sem

esforço tempo para passar momentos a sós comigo.

37

RETORNO PARA D.C.

Charlotte

NÓS CHEGAMOS em D.C. cedo no dia seguinte. Minha

secretária eletrônica está inundada com telefonemas.

Minha mãe amaria que eu passasse a noite em casa.

Kayla, Alan, e Sam querem me ver.

Olho em volta do meu apartamento, em seguida, percorro

os contatos do meu telefone.

Depois de negar tudo. Depois de tudo. Uma noite.

Amanhã vamos votar, e é isso.

Mas não posso deixar por isso mesmo.

Gostaria de dizer a ele que eu o amo, mas isso não é algo

que você faz para alguém quando você sabe que ele pode

ter um caminho muito difícil e exigente pela frente. Isso é

algo que você pode fazer se ele não conseguir, se o público

escolher outra pessoa, e talvez então ele esteja livre... para

me escolher.

Mas eu não quero imaginar alguém que não o escolha,

negando o que ele tem para dar. Eu também sou humana e

não importa o quanto eu quero fazer a diferença, eu quero

coisas para mim também. Essas coisas ficaram em segundo

plano até que tudo o que eu estou consciente de querer, a

cada segundo do dia, é ele, de qualquer maneira que eu

posso tê-lo, mesmo que seja apenas um pequeno pedaço.

Hoje à noite eu poderia tê-lo todo, tudo dele. E eu quero ele

– não quero guardar nada, exceto as palavras. Mas posso

dizer-lhe com cada beijo que eu não posso fazer nada sobre
o jeito que eu tremo, a maneira de ser tocada por ele me

faz sentir como se a única coisa no mundo para mim é ele

naqueles momentos.

Sento e penso nele, e antes que eu possa pensar melhor,

envio uma mensagem perguntando se eu posso vê-lo.

Eu não sei o que é que eu quero, mas eu sei que não posso

ir à sua casa, nem Matt poderia vir aqui. Ele está sendo

muito observado de perto, e eu estou sendo observada, e

não vai ser justo. Isso precisava parar naquela última noite

que compartilhamos, mas eu não vou ser mais sua

programadora de campanha. Depois de amanhã, eu não

tenho certeza para onde ir a partir daqui, e se irei vê-lo

novamente.

Nos encontramos no Memorial de Abraham Lincoln. Estamos

sentados nos degraus, olhando para D.C. quando o vento

chicoteia através do meu cabelo e meu rosto arde.

— Você poderia realmente ganhar amanhã, — eu sussurro.

— Eu sei.

— Eu quero você ganhe.

— Você quer? — Ele estuda minhas feições.

Silêncio. Eu tremo. — O que está feito está feito, o que não

está feito não está feito, eu acho. — Eu dou de ombros. —

Fizemos tudo o que podíamos, não é?

— Está certo.

Antes que eu saiba, ele tira o casaco do corpo e coloca

sobre meus ombros. — Charlotte, — diz ele suavemente, —

nós não estaríamos aqui sem você.

— Sim, nós estaríamos... — eu asseguro-lhe.

Esperamos por um jovem casal passar por nós, então ele

aproxima sua mão da minha, nos degraus, escondida pelo

casaco caindo, e arrasta o dedo sobre a parte de trás da


minha. — Se eu perder, eu quero que você saia em um

encontro oficial comigo.

Deixo minha cabeça cair e de repente me sinto mais

emocional do que eu já estive, um ano inteiro de campanha

tanto para ele e contra meus sentimentos por ele me atinge

com força. Eu não quero que ele perca, mas eu odeio ansiar

por ele neste momento. — Isso é muito injusto. — Minha voz

embarga.

Meu rosto está subitamente molhado. Eu não sei por que

estou chorando; apenas estou.

— As chances de você perder são tão grande, — eu digo

com os meus dedos.

Eu estou fungando agora, e levanto e dobro seu casaco

mais perto dos meus ombros para que eu possa esconder

meu rosto dentro da gola.

Ele se levanta também, aproximando-se, com sua voz

suave. — Mostre-me as minhas chances de novo, — diz ele.

Aperto a jaqueta fechada com uma mão e levanto a outra,

fazendo um pequeno espaço entre meus dedos magros.

Ele pega meus dedos nas mãos e amplia o espaço entre

eles um pouco. — Eu diria mais como isto. — Ele sorri para

mim, tentando me animar, eu o amo ainda mais por isso,

porque o sorriso não alcançou seus olhos em tudo.

— Eu amo você. Eu amo você e seus óculos bobos, — eu

digo, alargando meus dedos, tanto quanto eu posso, e

então eu acrescento, rindo e chorando: — Eu não posso

nem mesmo usar os braços para mostrar a você.

Num segundo o seu sorriso está lá, o próximo ele é

substituído com um olhar de emoção feroz. Seus olhos

turvam com isso, com algo que eu nunca tinha visto nos

olhos de Matt antes. Impotência.


Eu começo a andar, abaixando minha cabeça no casaco

para me esconder de outro grupo de transeuntes. Ouço o

burburinho começar atrás de mim antes que o parem.

— Puta merda, Matt Hamilton! — Diz o cara. — Quero dizer,

senhor... é um prazer, um verdadeiro prazer.

Ouço Matt cumprimentá-los, mas posso sentir seus olhos

em mim enquanto deslizo meus braços nas mangas do

casaco e uso-o como um escudo contra o frio e vou embora.

Pego o trem para o meu apartamento. A primeira coisa que

faço quando chego é jogar água fria no meu rosto. Estou

secando quando ouço uma batida.

Soltando a toalha, abro a porta, e Matt está do outro lado.

Suas mãos estão caídas ao seu lado, seu olhar um pouco

selvagem.

Eu suspiro. — Matt! — Eu olho ao redor do corredor, aliviada

por encontrá-lo vazio. — O que você está fazendo aqui?

Minha vizinha podia ver você...

Num segundo Matt está do outro lado da porta, no próximo

ele está fechando-a atrás dele e a parte de trás da minha

cabeça está em suas mãos, e os seus lábios desabam nos

meus.

38

DIA DE ELEIÇÃO

Charlotte

NA MANHÃ SEGUINTE acordo sozinha na cama. Pelo

chão, a poucos pés da cama e ao lado das minhas roupas,

está o casaco de Matt.

Seu casaco – Dia de Eleição!

Levanto apressada e ligo a TV enquanto troco de roupa.

Trinta minutos depois, estou na fila no meu local de votação.

Observo a fila dos eleitores e sei em quem cada um vai


votar. A votação já foi mais emocionante? Há uma

antecipação no ar, ou talvez seja apenas eu, meus dedos

coçando quando finalmente deslizo por trás da cortina de

privacidade e olho para a folha de votação.

Por um segundo, meu peito dói. Eu sei o que estou

perdendo. Eu sei o que eu estou escolhendo. Mas o desejo

de vê-lo ganhar supera meu próprio egoísmo, e eu marco

um X ao lado de seu nome.

Fico olhando para a cédula por um momento.

Eu perdi a votação para o último presidente quando eu

estava presa em casa por causa da gripe. É a primeira vez

na minha vida que realmente voto, e aos onze anos de

idade, prometi ajudá-lo se ele alguma vez concorresse para

presidente e mal posso acreditar que é hoje, que estou de

pé aqui e votando nele.

Sinto uma estranha sensação de perda quando saio e ainda

me distraio enquanto tento ter certeza que ninguém está

me seguindo quando pego o trem, em seguida, caminho

algumas quadras até o Hotel Jefferson.

Desvio do lobby para o banheiro por um momento, retiro

meu kit de maquiagem. Coloco apenas batom, blush, e

rímel, mas dou uma pincelada de um pouco de cada um no

meu rosto.

Eu não preciso adicionar cor. A tonalidade vermelha mancha

minhas bochechas, e meus olhos parecem um pouco mais

redondo, muito escuro, e muito brilhante. Oh Deus. É quase

como se eu estivesse com medo de ir lá para cima, entrar

na sala, e todo mundo ver através de mim.

Exalando com coragem, vou para fora, pego os elevadores,

e me dirijo para a suíte de Matt.

A última vez que estivemos em D.C., foi organizada uma


festa beneficente no salão de baile do hotel. Uma vida atrás

e, ao mesmo tempo, parece que foi ontem.

Bato na porta e quando Alison abre, meus olhos se fixam

em uma alta e grande figura de pé junto à janela do outro

lado da sala, com as mãos nos bolsos. Ele é o único mais

distante da porta, e há dezenas de pessoas entre nós. Mas

isso não importa; espaço não importa.

Ele me vê; eu o vejo.

Seu olhar parece muito masculino quando nossos olhos se

encontram. É tão escuro como foi na noite passada, e ele

faz o meu estômago contrair dolorosamente. O calor se

espalha por mim quando entro. Será que ele é capaz de

dizer que ele me deixa nervosa?

Claro que sim.

Saúdo todos quando ando pela suíte, deixando-o por último.

— Matt. — Sorrio para ele, animada que o dia finalmente

chegou.

— Charlotte.

Ele retorna o meu sorriso, mas a maneira como ele diz meu

nome soa rouca.

Ele não parece esgotado, como o resto de nós. Parece que

ele apenas acabou de sair do spa e centros bem-estar de

um dos andares inferiores.

Deus, eu invejo a sua capacidade de manter a calma.

Mas um ano é tempo suficiente para conhecer alguém e eu

conheço a sombra de fome em seus olhos escuros muito

bem, e eu sei que sua mente está trabalhando a toda

velocidade.

Talvez especulando sobre as pesquisas quando ouvimos os

locutores num segundo plano, enquanto os segundos vão

passando, e os minutos viram horas no que parece que é o


dia mais longo do ano.

Quando me sento em um dos sofás ao lado de Alison e Mark

e alterno entre assistir Carlisle fumando e olhando para a

TV, estou perfeitamente ciente de Matt e onde ele se senta

e respira, e cada polegada que ele fisicamente ocupa nesta

sala.

Com o canto do meu olho, vejo-o levantar os olhos e dar um

sorriso satisfeito, e isso me faz contorcer e lembrar mais do

que isso.

Ele está lendo algo, a cabeça de Jack em seu colo, a mão de

Matt no topo da cabeça preta peluda de Jack. Lembro-me da

sua mão na noite passada...

Nós bloqueamos o mundo quando ele fechou a porta.

Lembro-me dele me apoiando no meu quarto, com as mãos

abrindo seu casaco, deslizando sob a minha camisa.

Possessivo e firme, que é como o seu toque parecia. Seu

beijo. Eu precisava dele tanto que quando ele me despiu, eu

queria correr, agarrando-o enquanto eu o despia também.

Mas Matt não estava com pressa.

Ele me beijou e ternamente fez shh enquanto ele me deitou

na cama, e ele me pegou na luz da lua que entrava pela

janela enquanto me acariciava.

Eu derreti em uma necessidade incandescente pura

enquanto ele beijava minha boca, minhas bochechas,

mordiscou a linha da minha garganta. Sua boca se moveu

ao redor e sobre os picos dos meus seios, por todo o meu

estômago, pelo o interior das minhas coxas, e então passou

um longo tempo entre elas.

Sua língua foi para dentro de mim com movimentos lentos e

profundos que pareciam ser o que ele precisava para matar

a sede.
Suas mãos seguravam minhas coxas abertas enquanto eu

tremia tentando fechá-las, os sentimentos muito intensos.

Quente e firme, ele usou os lábios e sugou apenas a

quantidade certa de pressão para me desfazer.

E eu realmente me desfiz.

Senti como se estivesse cortado uma corda em mil. Gozei

contra sua boca com seu cabelo entre meus dedos, mas

mesmo assim, ele parecia com fome. Seus olhos, quando

saiu de entre as minhas pernas, brilhavam marrom escuro

enquanto ele acariciava seus dedos pelo meu rosto e

capturava minha boca em um beijo esmagador que enrolou

os dedos dos meus pés.

Eu me lembro da sua fome. Como construiu e construiu e

não diminuiu. Não depois de uma hora, nua sob os lençóis

com ele, nem mesmo depois de mais uma hora.

E eu me lembro do som que fiz depois que ele me fez gozar

com seus dedos e então, finalmente, deslizou as mãos para

o recanto na parte baixa das costas e apertou minha bunda

enquanto ele entrava em mim. Gemi seu nome. E eu me

lembro da maneira como ele sorriu contra a minha boca, um

sorriso de alívio, e se moveu, gemendo meu nome, me

dizendo que eu era maravilhosa, muito maravilhosa.

Eu me lembro como nós fizemos isso, durante toda a noite.

Ele, sussurrando coisas tão bruscamente que eu não

entendia o que ele disse, só ouvi a fome e ternura em sua

voz e o raspar de seus dentes na minha pele quando

ficamos mais ásperos, mais desesperados, com a respiração

mais rápida.

Lembro-me de tudo isso, hoje, de todos os dias, e eu sinto

meu rosto começar a ficar vermelho brilhante quando tento

empurrar tudo para fora da minha mente.


Incrível como eu posso esquecer as coisas que sonhei,

minhas chaves do apartamento, meu celular, mas não um

único detalhe sobre ele.

Coisas do passado vêm à tona. Segurando o seu casaco

para ele, bebendo acidentalmente da sua xícara de café,

derramando minhas pastas a seus pés e ele ajoelhando-se

para me ajudar.

Eu levanto o meu olhar para encontrá-lo lendo a cópia diária

do Washington Post. Ele está usando seus óculos.

Quando ele levanta o olhar e me olha por cima dos aros de

ouro, os olhos escurecem e os meus seios de repente ficam

sensíveis sob o meu sutiã. Eu lambo os meus lábios e eles

parecem mais sensíveis depois de ser beijada por ele a

noite toda.

O olhar de Matt cai brevemente para os meus lábios, e eu

não posso fazer nada, além de deixar meu olhar cair para

sua boca, que parece completa e firme. De repente, tudo o

que eu quero é sentir isso de novo, firme e com fome, sua

língua voraz contra a minha.

Eu não sei como vou fazer isso.

Como foi possível apaixonar assim por ele.

Mas isso é o que eu preciso fazer. Porque isto foi apenas

temporário, pois o encontro que ele propôs não vai

acontecer.

Eu preciso esquecê-lo e eu preciso colocar o máximo de

esforço nesta tarefa, como fiz em sua campanha.

Ainda assim, ele está olhando para mim do outro lado da

mesa com aqueles olhos escuros que parecem ao mesmo

tempo quentes e macios.

Com uma sacudida, lembro-me do casaco espalhado pelo

chão do meu apartamento junto com minha roupa íntima.


O pensamento de alguém vendo que eu tenho isso em meu

poder me preocupa, e meus olhos se arregalam e levanto.

Matt franze a testa fica de pé tirando seus óculos,

instintivamente, como se para me ajudar.

— Eu esqueci que tenho algo para você, — digo.

Eu posso ver que ele não gosta da ideia de eu deixar esta

suíte, mas não lhe dou tempo para me parar quando corro

para a porta.

— Fique longe dos paparazzi e se eles te questionarem,

você sabe o que fazer, — Carlisle disse atrás de mim.

— Sem comentários, — asseguro-lhe quando abro a porta.

Meus olhos se encontram com Matt, e eu sinto um salto

familiar do meu coração. Fecho a porta atrás de mim, os

nervos multiplicando em segundos.

Eu mantenho minha cabeça abaixada para evitar qualquer

paparazzi, que eu felizmente consigo desviar quando vou ao

meu apartamento para pegar o casaco de Matt.

Uma vez que eu chego ao meu prédio, entro

apressadamente e o encontro no mesmo lugar que deixei.

Meu coração faz isso de novo.

Ando em direção a ele lentamente, quase como se

esperasse que ele me mordesse como uma cobra. Mas isso

não é verdade por que de repente o tempo parece abrandar

– porque de repente não quero levá-lo de volta.

Eu quero deslizar o casaco em torno de mim mais uma vez.

Quero usá-lo e abraçar-me e fingir que meus braços são os

seus braços. Eu quero colocar o meu rosto de volta em seu

colarinho e respirar o cheiro dele.

O desejo de fazer isso é tão enorme. Reprimo o impulso,

com muito esforço, chamando de volta o meu lado

profissional, o lado que sabe que a noite passada foi apenas


não planejada, mas foi um erro.

Então levo o casaco em minhas mãos e dobro-o

perfeitamente em um saco de compras de lojas de

departamento, então volto para o Hotel Jefferson,

determinada a ser profissional e deixar a noite passada para

trás como nossa despedida.

39

SEU NOME É CHARLOTTE

Matthew

HÁ uma calma que eu não esperava enquanto

esperamos que os resultados da votação popular saia.

Charlotte trouxe meu casaco há um tempo. Inferno, eu não

quero isso. Eu queria um pedaço de mim com ela. Eu não

posso deixa-la, sou egoísta o suficiente para não querer que

ela se livre de mim também. Sua preocupação com os

outros me deixa desconcertado. Ela tem estado mais

preocupada com um escândalo do que eu tenho todo esse

tempo. Mais preocupada em ter a certeza de que o homem

que o país vê é o que ela me faz querer ser.

Ela está em minhas veias, esta menina.

Ninguém diria que estou sentado, observando e esperando,

levantando os olhos para encontrá-la olhando para a tela,

girando seu cabelo em um dedo, mordendo os lábios, às

vezes olhando para mim - ninguém adivinharia o quanto eu

quero cada polegada e pedaço da respiração dela.

A suíte está inundada com os membros integrantes da

minha equipe. Carlisle, é claro, assim como o nosso

estrategista-chefe, o nosso diretor de comunicação, e

alguns agentes de campo.

Há um zumbido no ar. Carlisle fuma, escorrendo tensão.

E aqui estou eu, mais calmo do que eu esperava, a minha


mente dividida em duas partes iguais: uma querendo saber

sobre cada voto, cada Estado, cada resultado da pesquisa; o

outro fixo na mulher do outro lado da sala, que estava em

meus braços apenas algumas horas atrás.

Uma parte de mim quer atraí-la para um lugar privado e

dizer algo que vai satisfazer a nós dois, mas mesmo eu sei

que não existem tais palavras. Estou concorrendo para o

mais poderoso cargo na terra. Irônico que eu não posso

prometer algo tão simples como o meu amor para ela.

Minha mente voa quando imagino o que eu faria se Jacobs

ou Gordon me ultrapassassem nesta eleição. Imagino-me

indo para o Senado, fazendo meu caminho novamente para

a eleição, dividindo a atenção entre o trabalho e a mulher

que estou obcecado. Mas quando eu estiver de volta na

corrida eleitoral novamente, o que vai acontecer?

Minha mãe e eu perdemos meu pai no dia em que ele se

tornou presidente. Eu não quero que Charlotte me perca. Eu

não quero perder a faísca em seus olhos quando ela olha

para mim, cheia de admiração e respeito e desejo – a faísca

que inevitavelmente morre quando você fere aqueles que

você ama, mesmo que involuntariamente.

Isso não vai funcionar, digo a mim mesmo. Você sabia disso

e ainda assim não conseguiu se manter afastado. Você

ainda quer segurar esta garota e nunca deixá-la ir, mesmo

que seja o que seja exatamente o que você se prepara para

fazer com cada pedaço de notícias que chega no quarto.

É transmitido na TV e em podcasts ao vivo alguns dos

jovens membros da equipe estão brincando em seus

telefones.

— A vitória de Matthew Hamilton requer que todos os jovens

eleitores lá fora, cada minoria, cada mulher, saia e vote, e o


comparecimento às urnas tem sido sem precedentes hoje...

— Retornos iniciais têm sido surpreendentes...

— Hamilton lidera no Texas. Alabama. Nova York. As

pessoas querem mudanças e eles querem isso agora.

— Eles estão dizendo que você tem Ohio, — diz Carlisle.

— Sim? — Eu levanto minha sobrancelha, um pontapé de

inquietação se instalando na minha barriga. Algo que não

posso fazer sair do meu sistema agora. Eu faço a varredura

do quarto para Jack e o chamo. Ele pula no sofá e coloca sua

cabeça no meu colo. Afago sua cabeça distraidamente,

enquanto Carlisle passa pelos canais, o controle remoto em

uma mão, cigarro na outra. Ele para em um.

— É isso mesmo, Roger, a campanha Hamilton teve um feito

impressionante este ano, até que, bem, esse incidente em

que Hamilton não compareceu e deu razão aos rumores — a

âncora está dizendo, e pego o controle remoto e desligo a

TV, olhando para Charlotte em silêncio.

Incomoda-me que os meios de comunicação especulem

sobre ela, e hoje não tenho paciência para isso.

Seus olhos azuis cristalinos olham para mim e uma cor rosa

rasteja até suas bochechas doces. Não haverá nenhum beijo

de rosa longe dessas bochechas. E de repente a sensação

de impotência me incomoda muito.

A sala fica em silêncio enquanto jogo o controle remoto de

lado. Carlisle acende outro cigarro na janela, e eu logo deixo

Jack no sofá e me junto a ele. Quase posso ouvir o relógio

na minha cabeça quando Mark entra.

Tic, tac, tic, tac, tic, tac.

— O comparecimento às urnas foi sem precedentes, —

começa Mark.

Ela olha para mim, impotente por um segundo, e meus


olhos encontram os dela, a excitação na voz de Mark

crepitante na sala.

— Você ganhou estados suficientes para garantir o voto do

colégio eleitoral.

Um coro de suspiros e exclamações segue sua declaração.

— Puta merda!

— OH MEU DEUS!

— Porra, eu sabia! — Esta última observação é de Carlisle.

Leva um segundo para processar o que eu ouvi, eu sou

como meu pai. Ele está de pé nesta sala usando aquele

sorriso orgulhoso que ele costumava ter quando ele falava

sobre mim, e ele está dizendo Charlotte, ele vai ser

presidente um dia...

Meus olhos parecem ter uma vontade própria quando

deslizam infalivelmente para encontrar os de Charlotte.

Ela está olhando para baixo em seu colo, com um sorriso

nos lábios e uma única lágrima no rosto enquanto fica de

frente para mim. Parece que leva um momento para

perceber totalmente o que ela ouviu também. Ela é a coisa

mais sexy que eu já vi quando enxuga uma lágrima, salta

como uma menina, e aperta as mãos. Seu pulso vibra, e

minha boca quer estar sobre a dela, eu quero minhas mãos

sobre a dela, eu quero estar nela.

Ela mantém uma distância e permite que os outros venham

e me felicite em primeiro lugar. Abraços e alegria, e palmas,

Carlisle ligando a TV para ainda mais confirmação, e eu olho

para a tela, fortemente decidido a cuidar do que me foi

dado. A América é minha.

Eu estou sendo engolido por Carlisle, as mãos tremendo,

todo com felicitações.

— Matt! Agora é a hora para o champanhe.


Alguém está trazendo uma garrafa que os fiz remover mais

cedo.

Charlotte pende atrás, e não é até que todos na sala

tiveram uma palavra a dizer que ela anda em frente, sua

voz não traindo nada.

— Você está tão perto de ser presidente, Matt, — diz ela,

mostrando-me uma pequena distância com seus pequenos

dedos.

Eu sorrio e penso comigo mesmo, Não tão perto como eu

estava em dizer que te amo também.

Ela é a última a me abraçar, e quando eu puxo seu pequeno

corpo em meus braços, ela puxa de volta apressadamente;

Charlotte se certifica de que a abracei pelo mesmo período

de tempo que abracei todos os outros.

Não é o suficiente.

Abraço-a com os meus malditos olhos enquanto ela sai dos

meus braços. Ela reúne suas coisas e enfia uma mecha

gloriosa de cabelo vermelho atrás da orelha, e depois vai

embora.

Eu nunca estive tão consciente do preço que eu paguei pela

minha vitória.

Continua em COMMANDER IN CHIEF...

Caros leitores

MUITO OBRIGADA POR LER MINHA NOVA SÉRIE CASA

BRANCA. A história de Matt e Charlotte me consumiu desde

o início, e eu estive trabalhando sem parar para lhes trazer

uma sequência, COMMANDER IN CHIEF, no início do próximo

ano. Tem sido uma experiência fantástica para mim,

diferente, emocionante, brilhando com esperança e cheio

de paixão. Eu não posso esperar para compartilhar a

continuação do romance ardente entre Matt e Charlotte.


Obrigada por seu apoio e entusiasmo com meu trabalho.

XOXO,

Katy

Agradecimentos

Mal posso acreditar que este livro aconteceu. Comecei

no ano passado e trabalhei nele esporadicamente, às vezes

pensando que seria um projeto de estimação só para mim.

Em outras ocasiões, eu estava muito consumida por ele

para me preocupar com o que iria acontecer. Então eu

terminei, e estava tão ansiosa para ir logo para Commander

in Chief, que eu simplesmente não poderia mantê-lo só para

mim.

Este livro é para Amy, que é a mais incrível – a melhor

agente, conselheira e amiga. Sou tão abençoada por tê-la

na minha equipe, assim como todas as outras pessoas

incríveis na Agência Rotrosen Jane.

Eu também não poderia ter feito isso sem o amor de minha

família e seu apoio, e tantas outras pessoas que

contribuíram de maneiras pequenas e grandes para apoiar a

minha escrita.

Um enorme, enorme obrigada aos meus editores: Kelli

Collins e Sue Rohan por sua experiência, Gwen Hayes,

minha editora Lisa, minha revisora Anita Saunders, e

minhas betas Nina, Angie, Kim J., Kim K., Jenn, Monica,

Mara, e CeCe.

Para a fabulosa Nina da Social Butterfly e toda a equipe de

Relações Públicas da Social Butterfly, as senhoras são

verdadeiramente fenomenais. Obrigada por estarem tão

animadas com meus livros como eu e por tudo que vocês

fazem.

Para Melissa, obrigada por tudo, e para Gel, por seu incrível
material de apoio e promoção.

Obrigada aos meus editores estrangeiros por traduzir

minhas histórias para que eles possam ser lidos em todo o

mundo.

Para Julie da JT Formatting e minha designer de capa, James

da Bookfly Covers, você fez um trabalho incrível!

Bloggers, estou sempre tão grata por seu apoio e

entusiasmo pela leitura. Vocês sempre fazem o meu dia

quando optam por partilhar e promover o meu trabalho,

dentre tantas outras histórias surpreendente que

compartilham, leem e avaliam. Obrigada!

E para meus leitores. Vocês estão sempre no fundo da

minha mente, cada vez que eu estou escrevendo. Quando

chego às partes que me fazem sorrir ou em outras

pequenas coisas especiais para mim, e eu penso sempre

comigo: “Eu me pergunto se eles vão sentir isso, desse

jeito.” Esse é sempre o meu objetivo para vocês, por isso

estou sempre grata ao ser dada a oportunidade de

persuadi-los a entrar no meu mundo.

Obrigada por seu apoio e seu amor. Obrigada a todos que

pegaram, compartilharam e leram este livro.

Katy

Notes

[←1]

É uma revista voltada para o público masculino, com dicas de estilo,

cultura pop e últimas tendências em entretenimento.

[←2]

D.C é a abreviatura de Distrito de Colúmbia, onde a cidade de Washington

está localizada.

[←3]

Potomac é um rio que banha os estados de Washington, Virgínia Ocidental,


Virgínia e Maryland.

[←4]

Camp David é referência aos Acordos de Paz sempre feitos na Casa de

Campo Presidencial em Maryland.

[←5]

Marine One é como é chamado o helicóptero oficial que leva o Presidente

dos EUA.

[←6]

É uma corrida com quatro quilômetros de distância e feita em 40

minutos.

[←7]

No original, ela diz Heart of Stone.

[←8]

A autora está fazendo referência à Tidal Basin (Bacia das Marés). É uma

enseada adjacente ao Rio Patamac, que tem uma vista maravilhosa, que

em certa época do ano tem um Festival da Flor de Cerejeira.

[←9

The Bacharelor é um

reality show sobre encontros amorosos

roteirizados.

Você também pode gostar