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Uma dessas iniciativas é este material que você, professor, está recebendo. O projeto
TRILHAS visa promover o desenvolvimento da leitura, escrita e oralidade dos alunos
de 4 a 6 anos e também instrumentalizar e apoiar o trabalho do professor das redes
públicas de ensino.
Essa ação contribui para ampliar o universo cultural de alunos e professores, por meio do
acesso à leitura de bons livros de literatura infantil. A escolha da LEITURA como o principal
tema deve-se por ser uma estratégia mundialmente reconhecida como determinante para
a aprendizagem e para promover um melhor desempenho escolar ao longo de toda a vida.
Esperamos que o projeto possa ser útil a você e a todos os profissionais que trabalham para
a melhoria da educação infantil pública.
c om grande facilidade as práticas presentes nas escolas são criticadas. Dependendo do assunto, a
escola passa de salvadora a vilã. De uma maneira geral, a crítica mais corrente é a de que ela está
ultrapassada, trabalha de forma desatualizada e não corresponde às expectativas das crianças. Será mesmo?
As críticas não surgem do nada, alguma base elas têm, mas vale pensar mais detidamente e tentar separar
o joio do trigo, para poder dar respostas concretas e práticas aos problemas. A primeira questão a se pen-
sar é: o que da escola vale a pena manter e o que deve ser transformado? Sem sombra de dúvidas, o que
deve ser não apenas mantido, mas potencializado, é o papel da escola como espaço democrático de acesso
ao conhecimento e à formação de leitores.
Democrático aqui deve ser compreendido como espaço onde todos podem aprender. Se não for na escola,
onde isso será possível? Sem esse investimento reproduziremos o de sempre: aqueles com possibilidade
de receber essa formação em casa têm a chance de aproveitar muito mais as oportunidades da contempo-
raneidade; os que não tiverem acesso, esses correm riscos de não aproveitarem as oportunidades que
estão dadas.
Mas por que falar sobre isso na educação infantil se as crianças são tão pequenas? Justamente por essa
razão. A consciência e a criação de condições e oportunidades devem começar muito cedo. Nesse período
de escolaridade inicial, propício à introdução e criação de vínculos com o conhecimento e a leitura é que
essas questões devem ser enfrentadas. Depois, pode ser tarde.
A escola é o lugar ideal para oferecer a todos essa oportunidade. Pode e deve funcionar como um espaço
de acesso e contraponto inteligente ao mundo dinâmico que se caracteriza cada vez mais pela rapidez de
informações. Criar condições para ter a calma necessária para aprender em uma sociedade acelerada é
uma contribuição relevante.
Em vez de ficar se defendendo e justificando as críticas sobre sua obsolescência, a escola deve achar seu
lugar na sociedade atual sem concorrer com as tantas ofertas tecnológicas e dinâmicas. O desafio é afirmar
sua identidade dialogando com esses novos recursos sem tentar se confundir ou lutar contra eles.
Há lugar para videogame, TV e livros de literatura: eles podem ser complementares. É só oferecer às crianças
bons momentos literários.
Ver: Explorar, com qualidade e competência, a identidade característica da escola pode ser um grande diferencial.
Caderno de
estudos E como isso pode ser realizado? Por exemplo, lendo histórias clássicas para as crianças. Um professor e um
grupo de crianças configuram um ambiente propício, um terreno fértil para a formação de leitores. Mas,
para isso, um dos ingredientes principais é a seleção de bons livros. Nessa receita, histórias clássicas não
podem faltar, pela simples razão de que já foram selecionadas culturalmente por inúmeras gerações e
perduraram por sua qualidade. É tiro certeiro, pois são um patrimônio acumulado ao longo de séculos,
que não envelhecem. São livros que podem ser lidos em qualquer época e qualquer idade, são eternos e
se renovam.
As histórias clássicas
As histórias clássicas permitem a construção de um repertório literário compartilhado, que ao longo da
vida funciona como referência cultural. Oferecem vantagens interessantes, como a possibilidade de
conhecer histórias que lidam com a totalidade de uma situação, em que há uma organização temporal e
hierárquica entre os acontecimentos. Além do mais, essas histórias tradicionais exploram conteúdos de
extremo interesse para as crianças, como medos, anseios, abandono, crescimento, engano, o bem e o mal etc.
Em geral, as histórias clássicas já fazem parte do repertório de leitura para as crianças pequenas. Muito prova-
velmente elas até já conhecem algumas das histórias mais tradicionais. Excelente: quanto mais conhecida,
melhor. A partir do que já sabem, torna-se possível promover atividades que permitam abordar diferentes
aspectos presentes no texto, que ficam invisíveis para as crianças, se não são abordados intencionalmente.
Este Caderno de orientações apresenta possibilidades de trabalho para uma história muito conhecida:
Chapeuzinho Vermelho. Em geral, as crianças sabem quem é este personagem e sabem algo sobre este
conto. Por isso mesmo, permite a transposição do texto para uma representação, bem como colocar espe-
cial atenção na entonação e intenção da fala dos diferentes personagens. Permite entrar em um texto
conhecido e destrinchar suas características. Essas são propostas que pretendem ampliar a maneira como
se costuma trabalhar os contos tradicionais.
Sobre os livros
O s dois livros escolhidos para este Caderno de orientações contêm histórias clássicas. Chamamos
de histórias clássicas aquelas que persistem no tempo, passam de geração em geração, tornam-se
inesquecíveis e ficam na nossa memória individual e coletiva. Essas histórias carregam consigo traços
culturais, elas têm origem na tradição oral e só vieram a ser escritas depois. As histórias clássicas sobrevivem
ao tempo, tratam de temas que são universais, como o medo, a amizade, o perigo e muitos outros.
Por isso, parecem estar sempre atualizadas, apesar de criadas e escritas há muito tempo.
Muitos autores que escreveram essas histórias tornaram-se clássicos: Esopo, Jean de La Fontaine, Charles
Perrault, Jacob e Wilhelm Grimm, Hans Christian Andersen. Alguns deles fazem parte deste Caderno de
orientações, que, além de dois livros de histórias, tem um livro de madeira.
Um livro sem texto nem imagens, com páginas de madeira que representam o “fundo” dos cenários em
que as histórias ocorrem. Juntamente com o livro, vem um conjunto de personagens. A estrutura do livro
permite que ele se transforme em um teatrinho e isso o torna um livro-brinquedo.
O formato desse livro é interativo, ou seja, a ideia é que as crianças representem a história montando as
cenas narradas. Ao representar a história, as crianças também podem ser convidadas a recontá-la.
Chapeuzinho Vermelho
De Charles Perrault, ilustrado por Georg Hallensleben.
Traduzido por Rosa Freire d’Aguiar.
São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2007.
Assim como a maioria dos contos de fadas, Chapeuzinho Vermelho tem algumas versões: uma primeira
história oral, uma segunda história que foi transcrita por Charles Perrault, uma terceira dos irmãos Jacob
e Wilhelm Grimm, e uma quarta de Christian Andersen. Outras versões foram escritas, mas já são
adaptações das histórias desses autores.
Esse livro traz a primeira versão literária dessa narrativa, realizada por Charles Perrault, em 1697. Uma
história tão antiga, por que será que sobrevive depois de três séculos? Porque, sem dúvida, retrata um fiel
conto infantil: trata-se de um conto que faz uma advertência – “tomar cuidado com o lobo” (que pode ser
encontrado em outros contos, como tomar cuidado com a bruxa etc.) – e também narra sobre “o perigo
de se atravessar o bosque”. Sabemos que hoje em dia as crianças não estão mais ameaçadas por esse tipo
de situação, mas continuam sujeitas a outras ameaças, reais ou imagináras. Em sua origem, esse conto
tinha como intenção advertir as crianças do perigo, e esse propósito continua sendo atual.
Na versão dos irmãos Grimm, que está no outro livro indicado para este Caderno de orientações,
Chapeuzinho e sua avó são salvas por um caçador, e o lobo recebe um grande castigo. Já na versão de
Perrault, o desfecho é diferente. Não há caçadores, a menina não consegue se salvar, tampouco a avó: elas
são enganadas e comidas pelo lobo. Outra diferença é que a advertência dos perigos do lobo não é dada
pela mãe da menina (como acontece, por exemplo, na versão dos irmãos Grimm), mas está em forma
de “moral da história”.
Esse livro, tal como nas demais versões clássicas, traz diversos diálogos que atraem as crianças, porque
tem uma estrutura repetitiva. O diálogo entre Chapeuzinho e o Lobo favorece memorização e
leitura autônoma.
O Príncipe-Rã
De Jacob e Wilhelm Grimm, ilustrado por A. Archiapowa.
In: Contos de Grimm, vol. 2. Traduzido por Maria Heloisa Penteado.
São Paulo, Editora Ática, 2008.
Esse conto trata da jovem princesa que, em um momento de “desespero”, faz a promessa de beijar uma rã,
porque tinha perdido sua bola de ouro. A princesa tem de cumprir sua palavra, mas não consegue, porque
sente muito nojo do animal. Acontece que a moça é obrigada a suportar sua repulsa, pelo simples fato de
ter prometido; afinal, “promessa é promessa”, repetiam seus pais, juntamente com a rã. O desfecho da his-
tória é feliz: príncipe e princesa se casam num reino maravilhoso.
11. Há presença da linguagem poética, em que a escolha das palavras é intencional, construindo um texto
belo que transmite ideias e sentimentos: “Com ela veio o Henrique, o fiel criado do príncipe, que, de tão
triste que ficou quando seu amo foi transformado em rã, mandou prender seu coração com três aros de
ferro, para que não se despedaçasse de tanta dor”. (O Príncipe-Rã);
12. Pode-se observar o valor da pontuação para diferenciar a narração em terceira pessoa do diálogo “Que
dentes grandes a senhora tem, Vovozinha!” “É para te comer” Ao dizer essas palavras, o Lobo Mau se
jogou sobre Chapeuzinho Vermelho e a comeu”;
13. Há transmissão de valores culturais, sociais e morais: “O rei olhou a filha severamente. — O que você
prometeu, tem que cumprir — disse.”
1. As ilustrações de Georg Hallensleben, no livro de Charles Perrault, apresentam as cenas que compõem
o conto, reforçando o que o texto conta e trazendo novas informações. Há páginas que são somente
ilustrações, de modo que é possível ler a história apenas pelas imagens. As imagens são carregadas de
tintas e cores, como pinturas de quadros que não apresentam contornos;
As atividades aqui desenvolvidas são referências para a exploração de livros com histórias clássicas. O
texto Chapeuzinho Vermelho serviu de referência para a elaboração das propostas apresentadas a seguir.
Nas atividades deste Caderno de orientações, você também usará o livro de madeira. Contudo, você pode
experimentar o mesmo tipo de atividade com outros livros que possuam a mesma estrutura. Este Caderno
de orientações é um convite para que você coloque em jogo seus conhecimentos, ampliando-os com as
sugestões apresentadas. É por essa razão que já indicamos, neste texto, outro livro que compõe o acervo
enviado junto com este material. Bom trabalho!
Lembrete
Sabemos que, quando gostam de uma história, as crianças pedem para que ela seja lida e relida
diversas vezes. Por isso, não hesite em contar várias vezes a mesma história. A formação de futuros
leitores se dará no equilíbrio de experiências em que eles possam ler e escutar histórias por puro
prazer – desfrutando de literatura de qualidade – com outros momentos em que possam apro-
fundar conhecimentos sobre o texto. Portanto, o desafio está em não transformar a leitura de
histórias numa atividade mecânica. Assim, procure garantir a leitura por prazer de maneira inde-
pendente das atividades com foco no texto. Este Caderno de orientações apresenta um roteiro de
trabalho que não deve ser escolarizado, mas, ao contrário, servir de instrumento para que as
crianças façam uma viagem pelo mundo da literatura e do conhecimento.
Sumário
Atividade 1
Comentar o conto
Propor às crianças que falem sobre o que conhecem do conto. Para essa conversa você pode perguntar:
“Onde acontece esse conto? Quem são os personagens? Como começa a história? Onde a Chapeuzinho se encon-
tra com o Lobo? O que o Lobo propõe para a menina? Como termina a história?”
Compartilhar com as crianças que irá anotar em um cartaz as informações que se recordam do conto.
Escutar a leitura
Anunciar que irá ler a história e dizer que depois irão conversar sobre ela, comparando-a com outras
do conto. versões que conhecem. Você pode dizer: “Vou ler essa história e depois vamos conversar sobre ela. Será que
nessa história o Lobo consegue comer a Chapeuzinho? Vamos ler para descobrir?”
Reconhecer diferenças
Ler o livro até o final e perguntar o que tem de diferente e de parecido nessa história em relação às outras
e semelhanças entre versões que conhecem. Retomar o cartaz com as informações que recordaram do conto antes de sua leitura.
versões de um
mesmo conto.
Comentar que essas mudanças acontecem porque esse é um conto que foi contado por muitas pessoas
antes de virar um texto escrito e por isso há versões diferentes.
Mostrar as páginas finais do livro em que há informações sobre o autor e o conto. Comentar com elas
que ali está escrito que na versão que Perrault ouvia quando era criança, a Chapeuzinho conseguia escapar
do Lobo, mas, quando foi escrever sua versão, preferiu mudar o final para que essa história servisse de
lição para algumas crianças.
Ler outras partes interessantes do final do livro às crianças, por exemplo: “Vocês sabiam que Perrault foi
o primeiro autor que escreveu esse conto? Ele ouvia essa história quando criança, porém ela era contada para
adultos e não para crianças. Quando Perrault cresceu, ele escreveu um livro chamado Contos da Mãe Ganso,
onde colocou todas essas histórias que ele ouvia. Nele, a história da Chapeuzinho chamava-se: A avozinha e o
lobo. Quando Perrault escreveu esse conto, modificou a história que ele ouvia da Chapeuzinho Vermelho”.
Ao propor que as crianças retomem o que conhecem sobre o conto antes de ler, e depois comparar o
conto lido com outras versões conhecidas, favorece-se que aprendam sobre o que há de parecido e o que
há de diferente nas diferentes versões (os espaços, os objetos, os personagens etc.).
Atividade 2
Recuperar a sequência da história
Roteiro de trabalho
Preparação
Separar o livro de madeira. Marcar no livro de Perrault as cenas do conto que solicitará que as crianças
representem: diálogo entre Mãe e Chapeuzinho; encontro do Lobo e Chapeuzinho na floresta; diálogo
entre Lobo e Vovozinha e diálogo do Lobo com a Chapeuzinho.
Explicar às crianças, já no pequeno grupo, que elas irão acompanhar a história Chapeuzinho Vermelho,
representando-a. Contar que enquanto você lê o conto elas vão representá-lo no livro de madeira. Você
pode dizer: “Vou ler a história Chapeuzinho Vermelho e vocês vão representá-la, utilizando esse livro de madeira”.
Apresentar o livro de madeira às crianças, mostrando seus cenários e os personagens. Propor às crianças
que reconheçam e denominem os personagens e as situações do conto relacionando esse material com a
história que você leu de Perrault. Deixar que explorem o livro.
Explicar que enquanto você lê a história Chapeuzinho Vermelho, elas vão representá-la no cenário do
livro usando os personagens. Combinar que cada criança do grupo ficará responsável por um persona-
gem: “Agora vamos representar a história. Primeiro vocês vão escolher por qual personagem cada um vai ficar
responsável. Enquanto eu leio a história, vocês irão colocar no cenário do livro de madeira os personagens de
cada parte que vou contando”.
Anunciar que irá começar a ler e que vai parar quando for o momento de elas montarem a cena.
O que as crianças
podem pensar,
dizer e fazer.
Representar a cena,
Ler até a parte em que a Mãe de Chapeuzinho pede que ela leve os bolinhos para a Vovó. Explicar que vai
colocando os personagens esperar um pouco até que todos tenham montado a cena para continuar a leitura.
e o cenário referente a cada
parte lida do texto.
Acompanhar a produção das crianças. Caso haja algum equívoco, como, por exemplo, personagens fora
do lugar, você pode problematizar e fazer questões sobre a sequência da narrativa. Ou retomar o trecho
da história.
Possíveis adaptações
Caso o desafio proposto nessa atividade se mostre difícil, você pode propor que as crianças representem
apenas a parte da história em que Chapeuzinho Vermelho se encontra com o Lobo na floresta. Para essa
representação, deixe que as crianças recuperem a história de memória.
Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil para algumas crianças, você pode sugerir que
o grupo reconte a história representado-a sem o apoio de sua leitura.
Atividade 3
Conversar sobre as intenções e as falas
dos personagens
Roteiro de trabalho
Preparação
Estudar e marcar as falas que aparecem no conto.
Conversar com as crianças sobre a parte da história em que o Lobo se encontra com a Vovó e o
segundo momento em que Chapeuzinho o encontra. Fazer perguntas que ajudem a perceber as situações
de engano presentes na narrativa: “Para que o Lobo imita a voz da Chapeuzinho quando bate na porta da
casa da Vovó?”
Pedir para que as crianças retomem as falas dos personagens da história para pensar em suas entona-
ções: “Agora que já sabemos que nessa história o Lobo engana a Vovozinha e a Chapeuzinho, vamos retomar os
diálogos do conto, na ordem em que aparecem no texto, para conversarmos sobre qual a melhor forma de
expressar aquilo que está escrito no texto”. Caso as crianças não recordem alguma fala, você pode recorrer
ao livro e reler o texto.
Pensar sobre as
Pedir para que as crianças pensem sobre como deve ser a entonação das falas dos personagens: “A Mãe de
entonações e formas Chapeuzinho está pedindo para que ela leve a cesta para a Vovó. Quando a mãe de vocês faz um pedido, como
de expressão das falas
dos personagens,
ela fala? O Lobo está tentando enganar a Chapeuzinho na floresta. Quem sabe mostrar como alguém fala quan-
relacionando informações do está tentando enganar o outro? Quando o Lobo pergunta ‘Ela mora muito longe?’, como podemos falar
sobre a história com
situações vividas
indicando que ele está perguntando algo?”
no dia-a-dia.
Repetir o texto
Solicitar às crianças que repitam as falas dos personagens, considerando a melhor entonação para elas.
literalmente
preocupando-se
com a entonação Possíveis adaptações
adequada de cada fala. Caso o desafio proposto nessa atividade esteja muito difícil para algumas crianças, você pode ler a história
parando em cada fala e conversando com as crianças sobre as diferentes formas de entonação possíveis.
Se o desafio proposto nessa atividade se mostrar muito fácil para algumas crianças, você pode dividir
a sala em pequenos grupos e fazer essa atividade pedindo que as crianças localizem as falas dos perso-
nagens no texto do livro.
Ao propor que as crianças prestem atenção nas diferentes entonações que usamos para falar, favorece-
se que elas coloquem em jogo seus conhecimentos de situações de uso da linguagem.
Atividade 4
Memorizar as falas dos personagens
Preparação
Preparar a leitura em voz alta.
Perguntar às crianças quem são os personagens da história. Depois de responderem, você pode escrever
o nome deles na lousa e perguntar às crianças quem gostaria de representar cada um dos personagens.
Você pode anotar o nome das crianças na lousa embaixo do nome do personagem escolhido, montando
os grupos. Caso você prefira, pode levar às crianças uma proposta de agrupamento já pronta.
Contar que hoje elas irão realizar o primeiro treino: “Eu vou ler a história da Chapeuzinho, e toda vez que um
personagem falar vou parar a leitura e quem vai dizer essa parte é o grupo responsável por aquele personagem”.
O que as crianças Dividir os grupos segundo os personagens que cada um deles representará.
podem pensar,
dizer e fazer.
Repetir as falas dos
Lembrar que elas devem falar as partes preocupando-se em colocar a entonação certa para cada fala e
personagens usando as repetindo-a tal como aparece no texto.
entonações adequadas.
Possíveis adaptações
Caso o desafio proposto se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode trabalhar individualmente
com cada grupo, favorecendo que memorizem o texto dos personagens que irão representar.
Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil para algumas crianças, você pode, ao invés de ler as
partes do narrador, deixar que um grupo as leia.
Ao propor que falem partes do texto preocupando-se em colocar a entonação adequada e em memorizá-lo,
possibilita-se que as crianças aprendam procedimentos de memorização e de representação.
Ao ter de falar uma parte específica do texto, favorece-se que as crianças identifiquem partes do texto.
Atividade 5
Representar parte da história
Roteiro de trabalho
Preparação
Separar cartaz para escrita dos diálogos (pode ser papel grande) e preparar um conjunto de tiras com as
frases do diálogo entre Chapeuzinho e o Lobo. Por exemplo:
Chamar atenção das crianças para a ordem e repetição das palavras que aparecem nas frases: sempre
Observar a ordem dos
diálogos, a repetição começa com QUE... e termina com ...A SENHORA TEM, VOVOZINHA! E o que muda é a parte do corpo
das palavras e o que é
do Lobo e sua característica, por exemplo: BRAÇOS COMPRIDOS, PERNAS COMPRIDAS. Nesse momento
diferente nas frases.
você pode circular essas palavras para dar destaque a elas.
Seguir as mesmas orientações para as falas do Lobo, chamando a atenção das crianças para o que muda
na frase e circulando essas palavras. Destacar que sua fala está relacionada com o que a Chapeuzinho diz.
Braços são para abraçar melhor, olhos para ver melhor etc.
Guardar o cartaz e explicar às crianças que agora elas irão trabalhar em pequenos grupos, mas de um
modo diferente. Você pode dizer: “Agora eu vou separar vocês em grupos e, enquanto eu trabalho com um,
os demais poderão escolher um jogo para brincar”.
Entregar, já no pequeno grupo, o livro de madeira com as tiras. Compartilhar com as crianças que, nas
Selecionar os diálogos
correspondentes com a tiras, as frases estão escritas do mesmo modo que estão no livro e na lousa.
narrativa relacionando
as informações
do texto. Ler o primeiro diálogo e pedir que elas encontrem as tiras correspondentes e representem a cena no
livro repetindo as diferentes partes do diálogo.
Caso as crianças estejam com dificuldades para encontrar as tiras, você pode propor que, para facilitar,
primeiro separem as que representam as falas de Chapeuzinho das que representam as falas do Lobo.
Possíveis adaptações
Caso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode retomar
o cartaz com as frases listadas para ajudá-las.
Se o desafio proposto nessa atividade for muito fácil para algumas crianças, você pode entregar as tiras em
branco e pedir para as crianças preencherem.
Atividade 6
Caracterizar os personagens da história
Preparação
Levantar perguntas que ajudem as crianças a pensar sobre as características dos personagens do conto.
Conversar com as crianças sobre as características de cada um dos personagens: “Para pensarmos sobre os
detalhes dos personagens, precisamos lembrar da história e pensar um pouco sobre cada um deles: como se
vestem, o que sentem, se têm óculos ou chapéu etc.”
Compartilhar com as crianças que enquanto se lembram das características dos personagens, você irá
fazer uma lista na lousa: ”Vou escrever na lousa duas listas com tudo o que vocês se lembram: aqui vou escrever
O que as crianças o que tem cada personagem, e desse outro lado as características de como é cada um deles”.
podem pensar,
dizer e fazer.
Relacionar informações
Conversar sobre o estado de espírito dos personagens: “Para representar a Chapeuzinho Vermelho, como
sobre a história e podemos fazer a expressão de seu rosto? Ela está feliz? Ela tem medo?” Fazer perguntas dessa natureza sobre
identificar características
dos personagens.
os diferentes personagens.
Relacionar as características apontadas pelas crianças com as expressões faciais e corporais que podem
Usar informações sobre
os personagens na fazer quando forem representar os personagens: “Se vocês acham que a Chapeuzinho tem medo do Lobo, como
história para pensar
podemos fazer para representar na nossa peça a Chapeuzinho com medo? Como pode estar o seu rosto?
como representar.
E o seu corpo?”
Relacionar informações
Conversar sobre as características físicas dos diferentes personagens, fazendo perguntas: “Como é o Lobo?
sobre a história e Ele usa roupa? E a Vovó? Qual a sua roupa?”
identificar características
físicas dos personagens.
Ler a lista às crianças para que possam confirmar as informações e, se preciso, alterar ou acrescentar alguma.
Pedir que sugiram como podem produzir ou arranjar o que é necessário para compor as vestimentas,
acessórios e objetos usados pelos personagens. Caso seja possível, proponha, em outro dia, um momento
para a confecção desse material.
Possíveis adaptações
Caso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil, você pode ir mostrando as ilustrações do
livro e perguntando sobre os personagens, deixando com que se apoiem nas ilustrações para falar sobre eles.
Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil, você pode propor que, depois de conversar
sobre os personagens, em grupos, elas façam a lista do que precisam produzir.
Ao fazer perguntas sobre os personagens da história, favorece-se que as crianças atentem para as
características psicológicas e físicas dos personagens.
Ao pedir que as crianças pensem sobre como representar os personagens usando as informações das
suas características, favorece-se que aprendam procedimentos de representação (expressão corporal,
entonação etc.).
Atividade 7
Treinar a entonação dos diálogos
Roteiro de trabalho
Preparação
Preparar um gravador (pode ser o gravador de um celular). Caso não seja possível utilizar um gravador,
você pode propor que enquanto uma das crianças do grupo diz um diálogo, as demais escutam.
Dividir as crianças em quatro grupos e dizer que cada um ficará responsável pela fala de um personagem.
Explicar a atividade: “Para essa atividade cada grupo vai fazer uma proposta diferente. Alguns terão jogos
para brincar e um único grupo sentará comigo para gravar a fala dos personagens”.
Explicar às crianças, já no pequeno grupo, que hoje elas irão gravar as falas de seu personagem. Explicar
que cada criança do grupo irá gravar, pelo menos, uma fala (ou, no caso de não usar gravador, cada criança
irá falar para os colegas pelos menos uma fala).
Combinar que você irá ajudá-las, fazendo a parte dos outros personagens.
Retomar as falas daquele personagem da história, mostrando as ilustrações do livro e pedindo que recu-
O que as crianças perem de memória. Dividir qual fala cada uma das crianças do grupo irá gravar.
podem pensar,
dizer e fazer.
Dizer a fala do
Conversar com as crianças, antes de iniciar a gravação, sobre qual seria a melhor maneira de falar essas
personagem com partes em razão das intenções dos personagens.
entonação, considerando
as informações sobre as
intenções e pensamentos
dos personagens na história.
Gravar as falas das crianças do grupo e, em seguida, retomar a gravação para que elas possam se ouvir e
Ouvir e pensar sobre como
melhorar a representação pensar sobre como foi dita a fala do personagem e o que devem melhorar.
da fala dos personagens.
Possíveis adaptações
Caso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil, você pode ler o texto antes de ser grava-
do por cada criança, conversando sobre a melhor forma de representá-lo.
Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil, você pode sugerir que os grupos pensem as
melhores formas de falar seus diálogos e, quando estiverem prontos, você grava a fala deles.
Ao propor que as crianças gravem suas falas para depois ouvi-las, possibilita-se que aprimorem alguns
procedimentos de representação, como a entonação da voz.
Ao propor que gravem sua voz e escutem em seguida, favorece-se que desenvolvam atenção sobre a
linguagem e que pensem sobre sua própria ação.
Atividade 8
Ensaiar e apresentar o teatro
Roteiro de trabalho
Preparação
Separar os materiais elaborados anteriormente para que as crianças possam se caracterizar.
Entregar os materiais para que as crianças possam se caracterizar de acordo com o que combinaram.
Organizar as crianças separadas por personagens que irão representar. Colocar cada grupo em um
O que as crianças espaço diferente da sala.
podem pensar,
dizer e fazer.
Perguntar qual a primeira cena e chamar uma criança para representar a Chapeuzinho, e outra, a Mãe.
Representar os
personagens dizendo
suas falas. Lembrar que você fará o papel do narrador que anuncia o que as crianças devem fazer e que elas devem
se preocupar em dizer as falas que já memorizaram. Terminada a cena, as crianças voltam aos seus lugares.
Organizar a próxima cena com outras crianças para representar, e assim sucessivamente, até que todas as
crianças tenham participado do ensaio. Caso seja preciso, dramatize o conto mais de uma vez.
Chamar atenção para o lugar onde fica cada personagem no decorrer da cena e as ações que farão:
Pensar sobre as ações
dos personagens e “O que a mamãe da Chapeuzinho faz nessa cena? Onde ela pode ficar posicionada?” Você pode fazer
treinar a posição marcações no chão com giz para ajudar as crianças a se posicionarem.
que cada um ocupa
no cenário.
Combinar que elas irão ensaiar até que estejam seguras para convidar seus pais ou outras crianças da
escola para apresentar a peça. Lembrar sempre às crianças que precisam se preocupar com o público que
irá assistir a apresentação, de forma que devem usar os ensaios para se organizarem, garantindo que o
público consiga entender a história, escutar os personagens falando e visualizar suas ações.
Possíveis adaptações
Caso o desafio proposto nessa atividade se mostre muito difícil para algumas crianças, você pode propor
um ensaio em etapas, onde cada grupinho de crianças representa uma parte da história.
Se o desafio proposto nessa atividade parecer muito fácil para algumas crianças, você pode agrupá-las,
agora com um personagem em cada grupo, e com sua ajuda elas encenam toda a história.
Ao propor que as crianças revezem na representação dos personagens e ensaiem como devem representar
coletivamente, favorece-se que aprendam a seguir decisões tomadas coletivamente e respeitar as ações
dos colegas.
Créditos institucionais
TRILHAS
Iniciativa:
Natura Cosméticos
Realização:
Programa Crer para Ver, Natura Cosméticos
Desenvolvimento:
Cedac
Ficha Técnica
Cedac
Coordenação:
Beatriz Cardoso e Tereza Perez
Direção editorial:
Beatriz Cardoso e Beatriz Ferraz
Consultoria literária:
Maria José Nóbrega
Equipe de redação:
Ângela Carvalho, Beatriz Cardoso, Beatriz Ferraz, Debora Samori, Maria Grembecki, Milou Sequerra, Patrícia Diaz
Edição de texto:
Marco Antonio Araujo
Coordenação de produção:
Fátima Assumpção
Projeto gráfico:
SM&A Design
Ilustrações:
Vicente Mendonça
Revisão:
Ali Onaissi
“ESTE CADERNO TEM OS DIREITOS RESERVADOS E NÃO PODE SER COPIADO OU REPRODUZIDO, PARCIAL OU TOTALMENTE,
SEM AUTORIZAÇÃO PRÉVIA E EXPRESSA DO PROGRAMA CRER PARA VER, DA NATURA COSMÉTICOS, E DO CEDAC.”
Uma dessas iniciativas é este material que você, professor, está recebendo. O projeto
TRILHAS visa promover o desenvolvimento da leitura, escrita e oralidade dos alunos
de 4 a 6 anos e também instrumentalizar e apoiar o trabalho do professor das redes
públicas de ensino.
Essa ação contribui para ampliar o universo cultural de alunos e professores, por meio do
acesso à leitura de bons livros de literatura infantil. A escolha da LEITURA como o principal
tema deve-se por ser uma estratégia mundialmente reconhecida como determinante para
a aprendizagem e para promover um melhor desempenho escolar ao longo de toda a vida.
Esperamos que o projeto possa ser útil a você e a todos os profissionais que trabalham para
a melhoria da educação infantil pública.