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Fundamentos da
Contação de Histórias
Caros(as) alunos(as),
Por meio desses tópicos, esperamos contribuir para que tenham algumas
dúvidas sanadas e que ampliem o conhecimento de vocês sobre as discussões
propostas.
Qualquer dúvida, contatem-nos através do quadro de avisos, ok?
Olá cursistas,
Iniciemos nosso primeiro módulo com alguns questionamentos:
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A Arte de Contar Histórias - Curso Livre - UNIGRAN / 2015
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uma daquelas obras que devemos ter ao nosso lado sempre que formos
estudar, discutir ou trabalhar com Literatura Infantil.
O Homem e a Serpente
Disse o rato:
- Conta-se que um homem ia de viagem, quando encontrou em seu
caminho’ uma serpente enroscada e enregelada pelo frio. Apiedou-se dela
e colocou-a debaixo de seu casaco, a fim de lhe dar calor. Pouco tempo
depois, a serpente, aquecida, desenroscou-se e deu uma forte mordida em
seu protetor.
- É assim que recompensas a quem cuida de ti e te salva? perguntou
o homem agonizando.
- Assim sou eu - respondeu a serpente. - Estes são meu caráter
e meus costumes. A traição e a ingratidão formam a essência de minha
natureza. Quando me socorreste, devias ter pensado nisto, e não esperar
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Fábulas de Esopo
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Fábulas de La Fontaine
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recolheu-a no folclore francês, no séc. XVII. Sua fonte mais antiga é Calila
e Dimna, onde tem o título de “O Eremita e a Jarra de Manteiga”. Aparece
também na cena dos pastores em busca do gado perdido no Auto de
Mofina Mendes, de Gil Vicente (séc. XVI); e na coletânea oriental As Mil
e Uma Noites, como “O Asceta e a Jarra de Manteiga”. Monteiro Lobato
reinventou-a como “A Menina do Leite”. (Uma análise de confronto entre
todos esses textos será bastante elucidativa para o conhecimento da
evolução das ideias e transformação dos valores literários.)
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As Fadas
Era uma vez uma viúva que tinha duas filhas: a mais velha parecia-
se tanto com ela em gênio e feições, que quem a olhava era como se visse
a mãe. Eram as duas tão desagradáveis e orgulhosas que ninguém podia
viver com elas. A caçula, que era o próprio retrato do pai, pela doçura
e gentileza, era uma das moças mais belas que era dado ver. Como,
naturalmente, amamos o que nos é semelhante, aquela mãe era louca pela
filha mais velha e, ao mesmo tempo, tinha uma terrível aversão pela caçula.
Fazia-a comer na cozinha e trabalhar sem parar.
Era preciso, entre outras coisas, que essa pobre criança fosse, duas
vezes por dia, buscar água a uma légua de distância da casa e carregar
bem cheia uma grande bilha. Um dia, quando estava na fonte, chegou uma
pobre mulher que lhe pediu água para beber.
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Moedas de Estrelas
Era uma vez uma meninazinha. Seu pai e sua mãe haviam morrido,
e ela ficou tão pobre que não tinha sequer um cantinho onde morar, nem
uma caminha onde dormir. Não lhe restava nada mais do que a roupa do
corpo e um pedacinho de pão em sua mão, que um coração compadecido
lhe havia dado. Era, porém, uma menina boa e piedosa e, por estar sozinha
no mundo, saiu pelo campo afora, depositando toda a confiança em Deus.
Nisto, encontrou-se com um pobre homem que lhe disse:
- Ah! Dá-me alguma coisa para comer. Tenho tanta fome ...
A narrativa prossegue com os atos de caridade da menina que
foi dando o pouquíssimo que tinha a todos que lhe solicitavam, acabando
quase despida, só com uma camisinha sobre o corpo, numa noite bastante
fria.
Estando assim, sem ter mais nada, eis que de repente caíram
as estrelas do céu, e elas eram verdadeiras moedas duras e polidas. E
embora tivesse dado a sua camisinha, estava a menina vestida com uma
outra nova de finíssimo linho. Nela, então, ela recolheu as moedas e ficou
rica para toda a vida.
Aí também temos, fundidos, os ideais cristãos (humildade,
generosidade, resignação) e os burgueses (valorização do dinheiro e
incentivo à caridade ou ao paternalismo); convergência de atitudes como
estas são bastante frequentes nos contos tradicionais recriados pelos
Irmãos Grimm ou por Andersen, pois esses autores representam, de
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Contos de Andersen
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Monteiro Lobato
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