Você está na página 1de 3

DELEGAÇÃO REGIONAL DE LISBOA E VALE DO TEJO

CENTRO DE FORMAÇÃO E REABILITAÇÃO PROFISSIONAL DE ALCOITÃO

Literatura Oral e Tradicional.

As Lendas

O seu autor é o povo, que as transmitiu oralmente de geração em  geração,


e só mais tarde é que alguns autores as passaram para a forma escrita.

CARACTERÍSTICAS DAS LENDAS: 

* A lenda baseia-se em factos reais que são depois transformados


pela imaginação. Há, pois, uma mistura de realidade e fantasia.
* A maior parte das lendas enquadra-se num espaço e num tempo
determinado.
* As personagens também são reduzidas, mas, na maior parte das
vezes, estão identificadas pelo nome.

CLASSIFICAÇÃO DAS LENDAS: 

Podemos identificar alguns tipos de lendas:

a) Lendas religiosas  – são narrativas cristãs onde Jesus Cristo e Maria


intervêm na vida dos humanos.

b) Lendas mitológicas  – são contadas em certas localidades e abordam


factos que, segundo o povo, tiveram intervenções do diabo, de fantasmas,
de gigantes, de bruxas, de sereias, de feiticeiras ou de monstros.

c) Lendas históricas  – referem-se a personagens da História de um país,


locais ou monumentos históricos. Por vezes,  são contadas de uma forma
exagerada, extraordinária e simbólica (como por exemplo, a lenda da
Padeira de Aljubarrota).

d) Lendas etimológicas  – são aquelas que estão na origem de nomes de


povoações ou lugares (como por exemplo a lenda da Ilha da Madeira).

e) Lendas de mouros e mouras  – estão associadas ou à morte ou à


prosperidade. Na ação quase sempre  as mouras aparecem a pentear-se ao
luar com um pente de ouro. Estas lendas retratam a época da ocupação
árabe da Península Ibérica.
DELEGAÇÃO REGIONAL DE LISBOA E VALE DO TEJO
CENTRO DE FORMAÇÃO E REABILITAÇÃO PROFISSIONAL DE ALCOITÃO

Contos Tradicionais

ORIGEM: Antigamente, as pessoas, nos seus serões, contavam histórias


irreais ou  verídicas, pois não tinham outra diversão. Geralmente essas
histórias eram contadas à lareira.
O conto popular teve origem não nas camadas mais cultas da sociedade,
mas sim no povo. Talvez venha daí o facto de não ser escrito, pois as
pessoas, geralmente, não sabiam ler.
As pessoas mais velhas são os agentes de transmissão do conto. São elas
que, normalmente, transmitem esses contos aos seus netos. Assim, o conto
vai de geração em geração e muitas vezes é alterado, pois “Quem conta um
conto acrescenta um ponto”.
O conto é pois, uma narrativa com raiz na tradição oral. O seu relato
ocorria, em geral, num ambiente comunitário, ao serão.

CARACTERÍSTICAS: O conto prende-se pois, com o povo e com a


população mais rural, menos «letrada».
A estrutura, basicamente, desenvolvia-se em cinco momentos: 
          . a apresentação da situação; 
          . o acontecimento perturbador; 
          . os acontecimentos e peripécias passados pelo herói 
          . o desaparecimento do motivo perturbador 
          . a conclusão.

As personagens principais são, de um modo geral, anónimas e poucas,


envolvendo classes sociais diferentes; reduzem-se muitas vezes a  três
elementos: a heroína, o herói e  o elemento representativo do mal (fada,
bruxa ou velha).

O espaço e o tempo são muito vagos ou quase nulos; são indefinidos e


indeterminados.

O encantamento e a simbologia dos nomes e dos números impõem-se no


evoluir das histórias (é constante a referência ao número três). Uma das
características do conto é a presença do maravilhoso: é característico haver
dragões, fadas, feiticeiras, bruxas...

Os contos também têm uma característica muito importante: a moralidade


(que muitas vezes pode ser expressa em provérbio). Nela assistimos sempre
ao triunfo do Bem sobre o Mal.
DELEGAÇÃO REGIONAL DE LISBOA E VALE DO TEJO
CENTRO DE FORMAÇÃO E REABILITAÇÃO PROFISSIONAL DE ALCOITÃO

Os contos que, normalmente, são contados às crianças são muito


importantes, pois têm uma dupla função, lúdica e didática, ou seja, elas
podem divertir-se e aprender ao mesmo tempo. Destinavam-se, sobretudo,
a passar uma mensagem moralizadora, mas também a divertir e entreter o
núcleo familiar, os amigos e vizinhos.

EVOLUÇÃO: O conto passa a ser reconhecido literariamente como


género narrativo bastante tardiamente. Mas já no séc. XVI, em França,
Perraut reunira alguns contos tradicionais, passando-os à escrita. No séc.
XIX, os Irmãos Grimm, em Inglaterra, ou Teófilo Braga e Almeida Garrett,
em Portugal, fizeram o mesmo, publicando muitas histórias que até aí não
tinham sido escritas. No entanto, mantém características de conto popular
como, por exemplo, a curta extensão, o teor moralizante, a concentração do
espaço e do tempo e o número reduzido de personagens.

Você também pode gostar