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Contar

histórias
Como tudo começou...

Profª Márcia Funke Dieter


Curso CONTAR, ENCANTAR, TRANSFORMAR
PROFESSOR CONTADOR DE HISTÓRIAS
Homens das Cavernas
O ato de contar histórias é uma prática milenar. Para ser mais exato, desde que o Homem
existe, pensemos nele, então, lá no tempo das cavernas. O homem das cavernas contava as
histórias para se comunicar, inicialmente com gestos e inscrições rupestres e depois com a
ajuda dos sons que iam descobrindo. E, assim, o ato de contar histórias foi evoluindo até
que se descobriu a linguagem. Aí, passou a ser mais fácil contar as histórias.
Como as histórias passaram a
ser conhecidas no mundo

1 As pessoas contavam histórias a


quem quisesse ouvir;
Aqueles que seguiam viagem
2 levavam as histórias, de forma
oral, para todas as partes do
mundo;
Cada um contava do seu jeito e
3 como lembrava, colocando ali,
tirando lá;
Por conta disso, as mesmas
4 histórias são diferentes em
diferentes lugares do mundo.
Chapeuzinho Vermelho
● Esse conto é de origem incerta, justamente por ser levado de um lado para o outro.
Segundo pesquisas, a existência dessa história estaria no mito grego de Cronos
(Cronos engole os próprios filhos, os quais, conseguem sair de seu estômago de uma
forma miraculosa e o enchem o estômago dele de pedras);
● O tema dessa história também é encontrado numa fábula latina (sec. XI), Fecunda
Ratis, que conta a história de uma menina com o capuz vermelho, devorada por um
lobo, escapando e enchendo a barriga dele com pedras.

Esses são exemplos de como as histórias são contadas em lugares diferentes e de


formas diferentes, concluindo que foram contadas, modificadas, acrescentando o
que era comum naquele povo. Qual versão está certa e qual está errada? Todas são
histórias, todas são contadas em cada lugar, todas têm suas verdades. Cada povo se
agarra às suas histórias, não há história errada, há histórias com versões diferentes,
numa época em que as histórias eram passadas adiante, oralmente, histórias de
tradição oral. Esse é um exemplo de conto que possui mais de uma versão, existem
outros.
“O conto clássico ou o conto de fadas popular, à diferença dos contos inventados
mais recentemente, é o resultado de uma história ter sido moldada e remoldada ao ser
narrada milhões de vezes por diferentes adultos para todo tipo de outros adultos e
crianças. Cada narrador, ao contar a história, eliminava e acrescentava elementos para
torná-la mais significativa para si próprio e para os ouvintes, que conhecia bem.”
(Bruno Bettelheim)
As histórias pelo
Mundo

Histórias de Histórias levadas


diferentes por mercadores,
culturas viajantes

Histórias que explicavam Histórias


os mistérios, aquilo que passadas de
não compreendiam geração em
geração
As histórias serviam para...

Divertir Alertar Ensinar


Era a forma que o Era a forma de alertar
Era a forma de ensinar
povo tinha de rir um as crianças e os jovens
as crianças .
pouco. dos perigos.

Difundir Denunciar Explicar


Era a forma de Era a forma de
Era a forma do povo
difundir a cultura dos explicar o que não
mostrar sua insatisfação,
povos. entendiam, os
denunciar o que
achavam errado. “mistérios do mundo”.
Imaginação
As histórias mexiam com o
imaginário das pessoas, e elas
levavam muito a sério aquilo que
ouviam e passavam a imaginar.
Assim, compartilhavam histórias
e passavam, de geração em
geração, para que nunca fossem
esquecidas. Dessa forma as
culturas dos povos são
conhecidas.
As histórias passaram a ser
registradas
LIVROS
As histórias contadas
pelo povo, começaram
a ser registradas La Fontaine
Perreault França (séc. XVII) Durante
25 anos dedicou-se em
França (séc. XVII) Contos resgatar antigas historietas
da Mãe Gansa (1697): moralistas de memória
primeira coletânea de popular. Também procurou
contos infantis, recolhidos por fontes documentais:
da memória popular.. Grécia (Fábulas de Esopo),
Roma (Fábulas de Fedro),
Irmãos Grimm parábolas bíblicas, narrativas
Alemanha (séc. medievais...
XVIII)Pesquisam a língua
nas histórias contadas
Andersen
Dinamarca (séc. XIX: registrou
pelo povo, a partir daí histórias contadas pelo povo e
começaram os registros criou as suas, histórias para
dessas histórias. crianças
Alguns contos de Perrault:
A Bela Adormecida no bosque;
Chapeuzinho Vermelho;
O Barba Azul;
O Gato de Botas;
As Fadas;
A Gata Borralheira (ou Cinderela);
Henrique de topete;
O Pequeno Polegar;
Pele de Asno;
Grisélidis;
Desejos ridículos.

Perrault trazia as histórias da forma que o povo contava, com palavras duras,
passagens assustadoras e sangrentas, contos mais fortes e diretos. Na
verdade, não eram contos recolhidos para crianças, mas, na época, a criança
vivia entre adultos e era tratada como “adulto”
Algumas fábulas de La Fontaine:
Algumas fábulas:

O Lobo e o Cordeiro;
O Leão e o Rato;
A Cigarra e a Formiga;
A Raposa e as uvas;
Perrette;
Entre muitas outras…

Essas fábulas eram textos curtos que denunciavam as intrigas, as


injustiças que aconteciam na vida do povo e da corte.
Alguns contos dos
irmãos Grimm:
Alguns contos:
A Bela Adormecida;
Branca de Neve e os sete Anões;
Chapeuzinho Vermelho;
A Gata Borralheira;
O Ganso de Ouro;
Os sete Corvos;
Os Músicos de Bremem;
Joãozinho e Maria;
O Pequeno Polegar;
O Prícipe Sapo…

Resgataram muitos contos (mais de 200) e lapidaram o que lhes era


contado, ou seja, suavizaram os textos, deixando-os menos
aterrorizantes. Esses contos abriram caminho para o gênero
Literatura Infantil.
Alguns contos de Hans
Christian Andersen:
O Patinho Feio;
Os Sapatinhos vermelhos;
O Soldadinho de chumbo;
A Pequena Vendedora de fósforos;
O Rouxinol e o Imperador da China;
A Roupa Nova do Imperador;
A Rainha da Neve;
A Pastora e o Limpador de chaminés;
Os Cisnes Selvagens...

Andersen tornou-se a grande voz a falar às crianças, seus contos


tinham cunho religioso, mostrando o que cada um deve passar para
alcançar o céu. Histórias extraídas da memória popular e outras que
ele mesmo criava a partir da realidade cotidiana.
Por que contar os contos
clássicos e originais às crianças?
01 02
Diverte Esclarece sobre si próprio
Os contos divertem muito Reconhecem-se nos
as crianças. personagens e situações
vividas por eles
03 04
Colabora no Traz à tona emoções
desenvolvimento da As emoções aparecem ao
personalidade ouvi e os contos e
descobre-se muito a partir
Refletem sobre o certo e o
dessas emoções.
errado e que tudo tem
consequências
Por que contar os contos clássicos e
originais às crianças?

Ouça o áudio do podcast abaixo:


https://open.spotify.com/episode/0DXw6liaZjrXCkUI17FNw
K
A evolução da Contação de Histórias

Tempos das cavernas


(super antigamente)
O homem conta histórias através dos
gestos, sons, desenhos rupestres ele
contava os seus feitos do dia ao
outros.
Hoje
As histórias são contadas em
todos os lugares: nas casas,
escolas, palestras, vendas...e
Tempos medievias através de vários recursos.
(bem antigamente)
O homem contava para Antigamente
proteger, divertir, Histórias passaram de m
denunciar geração em geração, dentro das
famílias, em rodas de histórias,
ao lado do fogão à lenha
Onde encontramos histórias, hoje?

Na memória do povo
As pessoas contam
suas histórias e
outras que lembram
Nos livros
Existem milhares e
milhares de livros
com histórias
Na internet
São quase infinitas
as histórias na
internet
Hoje,
temos muitas histórias para
contar, podemos escolher boas
histórias e compartilhar com
nossos alunos.
Contar para encantar e transformar!
Direitos Autorais

Precisamos pedir
autorização do autor para
contar a sua história e
compartilhá-la nas redes
sociais. Histórias em
domínio público podemos
contar e compartilhar sem
autorização.
Márcia Funke Dieter
Professora há 24 anos. Escritora, Contadora de
histórias, Produtora Editorial, Especialista em
Cultura e Literatura, Literatura Infantil e Artes
Visuais, Professora de Língua Portuguesa,
Professora das séries iniciais.

www.marciafunkedieter.com.br
OBRIGADA!
Pesquisas:
BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de
fadas. São Paulo: Paz e Terra, 2007, 24ª reimpressão;

COELHO, Novais Nelly. O conto de fadas: Símbolos –


Mitos – Arquétipos. São Paulo: Paulinas, 2012.

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