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Migrações: principais causas

e tipos

DELEGAÇÃO REGIONAL DE LISBOA E VALE DO TEJO


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Migrações: principais causas e tipos

O ser humano sempre se deslocou pelos diferentes territórios, procurando áreas


geográficas mais favoráveis que lhe proporcionem melhores condições e perspetivas
de vida, e afastando-se de outras menos favoráveis.

Esta mobilidade da população designa-se de:

MIGRAÇÃO OU MOVIMENTO MIGRATÓRIO  movimento de pessoas de uma


área para outra que impliquem alteração de residência (mesmo que essa alteração
não seja oficial).
CAUSAS DAS
MIGRAÇÕES:
A decisão de partida nem sempre é fácil....e muitas são as razões que levam
os migrantes a abandonar o seu lugar de origem....

Causas Naturais
-devido à ocorrência de catástrofes naturais (ex: sismos, vulcões, inundações e
secas prolongadas).
 ex: a saída de muitos açorianos em direção ao Canadá – erupção dos Capelinhos (1957);
as migrações de milhões africanos e sul-americanos para fugir às secas prolongadas.
CAUSAS DAS
MIGRAÇÕES:
Causas Económicas
- devido à forte pressão demográfica que se faz sentir nas áreas de menor
desenvolvimento, às elevadas taxas de desemprego e trabalhos mal
remunerados  busca de melhores condições de vida.
 ex: a deslocação de portugueses em direção à França, Alemanha  após a II Guerra Mundial;
a vinda de milhares de africanos para a Europa;
a vinda para Portugal de imigrantes do Leste (ex: Ucrânia, Moldávia, Eslovénia, Sérvia...)

Causas Políticas
- devido à inexistência de liberdade e à repressão de regimes políticos  há um
desrespeito aos direitos humanos (ex: a democracia, a liberdade de expressão...)
 ex: a população cubana que abandona/foge ao seu país e se refugia nos EUA.
CAUSAS DAS
MIGRAÇÕES:
Causas Religiosas
- devido às perseguições religiosas, que
originam a deslocação de milhares de
pessoas, com medo de represálias e
temendo pela sua vida.
 ex: o povo Judeu durante a II Guerra
Mundial

Causas Étnicas
- devido às rivalidades étnicas, que afetam
particularmente as minorias ou
comunidades mais fracas, pois são
frequentemente expulsas dos locais onde
habitam.
 ex: perseguições na ex-Jugoslávia.
expulsão dos ciganos de França pelo
Governo de Sarkozy.
TIPOS DE MIGRAÇÕES:

ESPAÇO

Externas ou Internacionais (são as Internas (são as deslocações que se efetuam Pendulares (são os
deslocações que se efetuam para fora do dentro do território nacional). movimentos diários
território nacional). realizados pela população,
entre o local de trabalho e
o local de residência.
Êxodo rural Êxodo urbano
Intercontinentais Intracontinentais
(são fluxos (são fluxos
(são os movimentos (são os movimentos populacionais das populacionais das
que se realizam para que se realizam para áreas rurais para as áreas urbanas para
países localizados países localizados no áreas urbanas). as rurais).
em diferentes mesmo continente
continentes (ex: de (ex: de Portugal para
Portugal para o França).
Brasil).
TIPOS DE MIGRAÇÕES:

TEMPO DE DURAÇÃO

Definitivas (quando o Temporárias (quando o


emigrante permanece na emigrante permanece na
região/país de chegada por região/país de chegada
um longo período de tempo por um período de tempo
ou para sempre. inferior a um ano).

Sazonais

Laborais (quando durante vários Turísticas (quando o


anos, na mesma altura do ano, o indivíduo se desloca,
emigrante se desloca para trabalhar numa época do ano,
(ex: a vindima no Douro; a apanha para áreas turísticas e aí
da maçã em França…). usufruir as suas férias.
TIPOS DE MIGRAÇÕES:

TOMADA DE DECISÃO RELAÇÃO COM A LEI

Voluntárias (as Forçadas (as pessoas Legais ou Clandestinas ou


deslocações são obrigadas a sair da
Documentadas indocumentadas
surgem por sua casa, região ou
(quando o emigrante (quando o emigrante
vontade própria). país, por uma questão
tem autorização de NÃO tem
de sobrevivência ou
entrada, autorização de
segurança (por
permanência e de entrada,
exemplo: catástrofes
trabalho no país de permanência e de
naturais, guerras,
chegada. trabalho no país de
perseguições políticas
chegada.
ou religiosas, etc.).
2.3 Grandes Fluxos Migratórios

Os fluxos de migrantes têm sofrido alterações ao longo da história, protagonizando-se


a diferentes escalas – na própria região, dentro do mesmo país ou entre países.

No início do séc. XX, muitos europeus migraram para outros continentes, mas
atualmente, o fluxo inverteu-se, e o continente europeu e americano e a Austrália
passaram a ser das principais áreas de destino.

Na atualidade, as migrações têm adquirido uma importância cada vez mais significativa.
Todos os anos, milhões de pessoas abandonam o seu país, a sua casa e por vezes, a sua
família…em busca de melhores condições de vida.

Hoje, as migrações são


sobretudo uma consequência
das desigualdades de
desenvolvimento entre as
diferentes regiões do Mundo.
Migrações Internas - são as deslocações que se efetuam dentro do território nacional.

As migrações internas intensificaram-se com o processo de industrialização, verificam-


se fluxos populacionais em direção aos grandes centros urbanos, onde a indústria
necessitava de muita mão de obra.
A atração da indústria e da oportunidade de emprego e melhor qualidade de vida,
motivaram uma boa parte da população rural a abandonar o campo e a ir viver
para a cidade.
Êxodo Rural
Países Desenvolvidos Países em Desenvolvimento

- o êxodo rural tem vindo a diminuir e - o êxodo rural tem vindo a aumentar ,
hoje apresenta uma reduzida expressão. levando a um aumento excessivo da taxa de
urbanização (a percentagem de população
- começa a verificar-se um movimento que vive nas cidades em relação à
em sentido contrário – Êxodo Urbano – população total do território).
a saída dos centros urbanos em direção
ao campo, devido à saturação da vida na - o motivo de deslocação deve-se à
cidade (stress, barulho, agitação, pobreza, ao superpovoamento dos campos,
poluição  perda da qualidade de vida). os baixos rendimentos agrícolas, a
insegurança, a fuga à guerra e às catástrofes
naturais.
- Migrações Internas - são as deslocações que se efetuam dentro do território nacional.

Outro movimento interno resultante do crescimento das cidades, sobretudo nos PD,
são as deslocações diárias que as pessoas realizam entre o local de residência e o local de
trabalho.
Migrações Pendulares
Este movimento diário provoca:

 congestionamentos do trânsito, sobretudo


nas “horas de ponta”;
 consumo exagerado de combustível;
 poluição atmosférica acrescida;
 perdas de tempo e stress dos condutores;
Atualmente, os movimentos migratórios internacionais realizam-se
sobretudo para as cidades, sendo as grandes metrópoles que acolhem maiores
quantitativos de imigrantes.

A nível mundial podemos identificar como principais polos de partida e de


chegada os seguintes:

Polos de Partida: bacia das Caraíbas e suas


margens; norte de África e Médio Oriente; África
subsariana; Ásia do Sul e Sudeste; África Ocidental;
países da Europa de Leste.

Polos de Chegada: Europa ocidental e do sul (Reino


Unido, Alemanha, França e Espanha); América do
Norte; Austrália; Ásia oriental e do sudeste (Japão,
Singapura, Coreia do Sul, etc.); e países produtores
de petróleo do Médio Oriente.
Fig. 1 – Os fluxos migratórios no Mundo, 2006
Fig. 2 – A população
estrangeira na Europa, 2006
Migrações Internas em Portugal

O êxodo rural foi mais intenso entre


1950 e 1980:
 veio agravar os desequilíbrios
demográficos inter-regionais (ex.:
natalidade, mortalidade, crescimento da
população, renovação das gerações..)

Verifica-se o abandono das áreas


interiores em direção ao litoral, com
destaque para Lisboa e Porto.

Fig. 2 – Variação da população, por concelho,


entre 1960 e 2001
Migrações Externas - são as deslocações que se efetuam fora do território nacional.

As migrações internacionais tiveram o seu início nos séculos XV e XVI (época


dos Descobrimentos, a colonização da América Latina pelos europeus…),
percorrendo todos os séculos seguintes:

 séc. XVIII e princípios do séc. XIX - os movimentos de escravos africanos para a


América;

 séc. XIX e primeiras décadas séc. XX – emigração significativa de europeus em


direção aos EUA, Canadá, América Latina, Austrália e Nova Zelândia.

 entre 1950 e 1960 – uma vaga de emigração significativa, com a emigração dos
países mais pobres da Europa Mediterrânica (Espanha, Itália, Portugal, ex-Jugoslávia,
Grécia e Turquia) e do Norte de África (Marrocos, Argélia e Tunísia) em direção a países
europeus que necessitavam de mão de obra para a recuperação económica dos países
destruídos pela II Guerra Mundial (Alemanha, França, Reino Unido, Suíça, Bélgica, Holanda
e Luxemburgo).
Migrações Externas

 Anos 90 – ocorreu a segunda grande vaga migratória, com a deslocação de milhões


de emigrantes provenientes dos PED em direção aos EUA, Canadá e Europa Ocidental,
alguns de forma legal…outros, de modo clandestino.

A migração legal e clandestina assumiram grandes proporções depois dos anos 90,
obrigando os países de acolhimento a rever as suas políticas sobre imigração, de modo
a conseguir travar a entrada de estrangeiros nos seus territórios
Fig. 3 – Os fluxos migratórios no Mundo
Fig. 4 – Grandes fluxos migratórios na atualidade
Fig. 5 – Principais países de origem e de destino das
migrações europeias na atualidade.
Migrações Externas em Portugal

PORTUGAL JÁ FOI UM PAÍS DE EMIGRANTES, particularmente, até à década de


60 do séc. XX, quando os portugueses se dirigiam para o Brasil, Venezuela, Argentina,
EUA e Canadá e depois da década de 60, rumo à Europa Central (França e Alemanha).

As alterações sociais trazidas pela Revolução do 25 de abril de 1974 (liberdade de


expressão, fim da guerra colonial e empregos mais bem remunerados), fizeram com que
o número de emigrantes diminuísse.

No final do séc. XX, de uma forma mais acentuada na década de 90, PORTUGAL
TRANSFORMOU-SE NUM PAÍS DE IMIGRANTES.
Esta inversão do sentido da migração portuguesa
foi a resposta a fenómenos muito diversos, tais como:

- o envelhecimento da população portuguesa que


conduziu à falta de mão de obra;

- as más condições de vida nos PALOP (Países


Africanos de Língua Oficial Portuguesa), que levaram
muitas pessoas a procurar emprego em Portugal.

- a crise económica nos países da Europa de Leste,


resultante da instabilidade política e social, que trouxe
muitos imigrantes à procura de melhores condições de
vida.

Fig. 6 – Evolução do número de


cidadãos estrangeiros residentes em
Portugal (1980-2005).
Atualmente, a origem dos imigrantes chegados a Portugal alterou-se
novamente, sendo as comunidades de imigrantes mais representativas as seguintes:

- a africana e a brasileira, que se ocupam dos trabalhos da construção civil,


limpezas e restauração;
- os cidadãos da Europa de Leste, com muitos licenciados a desempenharem
funções pouco qualificadas;
- os chineses, que invadiram o setor do comércio.
Consequências das Migrações

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