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DIREITO ADMINISTRATIVO
PRINCÍPIOS BÁSICOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
PODERES ADMINISTRATIVOS
São a idéia central de um sistema, possibilitando uma Os princípios fundamentais orientadores de toda a
adequada compreensão de sua estrutura, balizando atividade da Administração Pública encontram-se,
a interpretação e a própria produção normativa. implícita e explicitamente, no texto da CF/88, sendo
os mais importantes aqueles encontrados no caput
do art. 37. Existem outros princípios que encontram-
se na legislação infraconstitucional.
O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
Decorre do próprio Estado de Direito, do ordenamento jurídico, do ‘Império da Lei’.
3 OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
1. Aplica-se, de forma diferenciada, 2. Aplica-se, igualmente, os 3. O Poder Executivo só inova no
ao particular (autonomia de vontade) demais atos normativos, como direito se for por meio de
e ao agente público (só quando a lei decretos, portarias e Medidas Provisórias, Leis
determinar ou autorizar) regulamentos, com a diferença Delegadas ou por Decretos
que estes não inovam no direito. Autônomos.
O PRINCÍPIO DA MORALIDADE
Trata-se de uma atuação ética, de decoro e de boa-fé, dentro de um padrão de conduta aceitável pela
sociedade, pois nem tudo o que é legal é honesto. É a vedação ao exercício abusivo das atribuições do agente.
3 OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
1. A moralidade não se confunde com 2. A moralidade não se confunde 3. Já há decisões judiciais
o mérito administrativo, que é o juízo com o desvio de poder, que é condenando agentes por
de conveniência e oportunidade da tido com ato administrativo ilegal imoralidade no serviço público,
ADM. pela legislação administrativista. baseadas na Ação Popular.
O PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
É a ampla divulgação dos atos praticados pela Administração, ressalvadas as hipóteses previstas em lei.
1º PRISMA (ou sentido) 2º PRISMA (ou sentido)
A exigência de PUBLICAÇÃO como requisito de A exigência de TRANSPARÊNCIA da atuação
eficácia do ato, pois se não há publicação, não administrativa. Seu controle é feito pelo povo e pela
produz efeitos. Visa coibir atos sigilosos ou sociedade civil organizada: é a cidadania em ação!
confidenciais sem motivação plausível.
O Diário Oficial
Exemplos → A motivação dos atos administrativos
O direito de petição e obtenção de certidões
O PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
É a idéia da qualidade, da economicidade e da rapidez no desempenho e na realização de atividades públicas,
visando o bem-estar do povo, o qual pode exigir a efetividade de serviços como saúde, segurança, lazer, etc.
1º PRISMA (ou sentido) 2º PRISMA (ou sentido)
Do AGENTE PÚBLICO espera-se o melhor Da ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA espera-se o mais
desempenho possível de suas atribuições. racional possível na prestação de serviços públicos.
O estágio probatório pelo servidor público
Exemplos → O orçamento-programa pelo Estado
Parcerias do Estado com o Terceiro Setor
EXEMPLOS
1. Um Fiscal da vigilância sanitária aplica sanção 2. Um concurso público para Técnico Administrativo
máxima de interdição por 15 dias, a grande exige, como requisito para sua nomeação, altura
supermercado, por verificar alguns poucos produtos mínima de 1,80m, sexo masculino e residência no
vencidos numa de suas gôndolas de exposição. Distrito Federal.
3 OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
1. São tidos como princípios 2. São, às vezes, tratados como 3. São muito exploradas no controle
gerais do direito em qualquer sinônimos, mas é mais usual a de atos discricionários que implique
ramo da ciência jurídica. RAZOABILIDADE como gênero e a restrição de direitos ou imposição
PROPORCIONALIDADE como de sanções aos particulares.
espécie.
O PRINCÍPIO JURISPRUDENCIAL
DICA IMPORTANTE
Esse princípio guarda semelhança com o princípio constitucional da Inafastabilidade de Jurisdição
(art. 5º, XXXV), que neste caso aplica-se tão somente ao particular.
2 DISTINÇÕES IMPORTANTES
1. Não confundir esse controle administrativo 2. Não confundir esse controle administrativo
(autotutela) com o controle judicial, pois este precisa (autotutela) com a tutela administrativa usada no
ser provocado, enquanto aquele, não. Controle Finalístico da ADM Direta sobre a Indireta –
também chamado de Supervisão Ministerial.
É um poder-dever, onde a Administração fica É um poder onde a Administração possui uma maior
adstrita à Lei, possuindo uma liberdade reduzida, liberdade na tomada de decisões, baseado no chamado
ou mesmo inexistente, na sua atuação cotidiana, Mérito Administrativo (conveniência e oportunidade). A
sem muito espaço para qualquer conveniência em base continua sendo a lei, e o abuso desse poder é
suas decisões. A Administração, então, vincula-se combatido aplicando-se os princípios da razoabilidade e da
à Lei, obriga-se à Lei, para praticar seus atos. proporcionalidade.
É o poder de comandar, de dar ordens, de É o poder de aplicar sanções, de punir por infrações
controle direto da repartição e de seus agentes funcionais ou administrativas. Alcança todos aqueles que
pelo chefe, que delega e avoca competências possuem vínculo com a Administração, sejam funcionais
conforme o interesse público. É um poder que (servidores) ou contratuais (particulares). Não se trata do
ocorre no âmbito interno, com caráter de Jus Puniendi do Estado, pois isso é questão penal.
subordinação.
Exemplos: Uma portaria designando um Exemplos: demissão de servidor, multa por falta de alvará
subordinado, um rodízio pelo chefe etc. de construção de residência, etc.
PODER REGULAMENTAR
É o poder para editar atos de caráter normativo, para regulamentar dispositivos de Lei ou da própria CF/88,
para pormenorizar, detalhar os procedimentos da Administração Pública. Em regra, não inovam no
ordenamento jurídico, ou seja, não criam direitos ou obrigações à coletividade.
3 OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
É a faculdade da Administração para condicionar ou restringir o uso e gozo de bens, atividades e direitos
individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado. (CTN, art. 78). É um poder de uso exclusivo do
Estado, indelegável ao particular, traduzida na chamada atividade de Polícia Administrativa, que só incide na
seara das infrações administrativas, nos diversos ramos de atuação, como saúde, educação, trabalho,
previdência, etc.
DISTINÇÃO IMPORTANTE
NÃO CONFUNDIR com Polícia Federal, Polícia Militar, Polícia Civil, etc. Eles formam a chamada Polícia
Judiciária, que incide sobre as pessoas em sua liberdade de ir, vir e permanecer, combatendo crimes
previstos no Código Penal, o qual é realizado, privativamente, por essas Corporações Especializadas. Tem
caráter mais REPRESSIVO.
CLASSIFICAÇÃO
INTERDIÇÃO de estabelecimentos
SUSPENSÃO de atividades
DEMOLIÇÃO de construções
APREENSÃO de coisas
EXEMPLOS
3 OBSERVAÇÕES IMPORTANTES
Obs. 1: Pode-se afirmar que o Poder de Polícia é tanto discricionário quanto vinculado.
Obs. 2: Sobre a Auto-executoriedade, Di Pietro adota a ideia de que esse atributo se desdobra em:
EXIGIBILIDADE EXECUTORIEDADE
Tomar decisões administrativas sem necessitar de Executar a decisão tomada usando a força pública, se
uma autorização judicial. necessário for – o que é uma COERÇÃO.
Obs. 3: Há mais um atributo que Di Pietro considera, mas apenas para distinguir Poder de Polícia de Serviço
Público: enquanto Serviço Público é atividade positiva de Estado, o Poder de Polícia é atividade negativa.
O Uso de Poder é o uso, de maneira ordinária, regular, lícita e cotidiana, pela Administração Pública, dos Poderes
Instrumentais que ele tem à sua disposição, que são os 6 poderes administrativos já descritos (poderes vinculado,
discricionário, hierárquico, disciplinar, regulamentar e de polícia).
ABUSO DE PODER
É o uso desmedido, irregular e, algumas vezes, ilícito, dos poderes administrativos, e se dá:
É quando o agente atua FORA da área de sua Ou Desvio de Finalidade. É quando o agente atua
competência legal, ou seja, ALÉM das atribuições DENTRO de sua competência, MAS COM FINALIDADE
regulares de seu cargo. DIVERSA daquela expressamente prevista em lei para a
sua regular atuação funcional.
Exemplo 1: Servidor punido com demissão pela chefia Exemplo 1: Servidor removido da repartição pelo chefe
imediata ou mesmo pelo superior desta chefia. imediato por questões pessoais, ciúmes ou vingança.
Exemplo 2: Agente de Fiscalização interdita açougue, Exemplo 2: Agente de Trânsito aplica multa a desafeto
que é competência do Chefe de Fiscalização. por uso de celular no interior de veículo estacionado.