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Manual Ginec Infanto Juvenil PDF
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Manual de Ginecologia
Infanto Juvenil
2013 - 2015
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FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
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DIRETORIA
Presidente:
Etelvino de Souza Trindade
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MANUAL DE ORIENTAÇÃO
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Presidência
Diretoria Administrativa
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Índice
Amenorréia Primária.......................................................................................................42
Puberdade precoce.........................................................................................................55
Traumatismo genital.......................................................................................................82
Endometriose................................................................................................................106
Anticoncepção...............................................................................................................113
Dismenorreia.................................................................................................................166
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Introdução
Em seu viver, o ser humano busca tornar habitável a parte do universo que
toma para si na totalidade do mundo natural. Dividir espaços, estabelecer maneiras
constantes de agir e criar hábitos faz parte deste processo de habitar humanamente.
O termo ética tem dupla origem no grego: êthos, significa morada, abrigo
permanente, refúgio; com épsilon inicial, significa o conjunto de costumes e normas de
conduta destinado a ordenar a morada dos seres humanos e os modos de convivência.
Também é denominada Ética a parte da Filosofia que faz a reflexão crítica sobre
a dimensão moral do comportamento humano. Cabe a ela investigar os fundamentos
dos valores, problematizá-los e buscar sua consciência.
Aspectos ético-legais
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O Ministério da Saúde (MS) definiu, em 2006, sua política nacional para orientar
as linhas prioritárias de ação no país, nomeada de Marco Teórico e Referencial – Saúde
Sexual e Reprodutiva de Adolescentes e Jovens, incluindo assim os direitos citados no
parágrafo anterior definidos pela revisão “Cairo + 5”3(D).
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onde será estimulada sua responsabilidade crescente com a saúde e/ou cuidado frente a
eventuais processos patológicos de gravidade e limitação variáveis.
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consciência a respeito dos aspectos que envolvem a sua saúde e a sua vida.
7. Nos casos em que haja referência explícita ou suspeita de abuso sexual, o profissional
está obrigado a notificar o conselho tutelar, de acordo com a Lei Federal nº 8069-90, ou
a Vara da Infância e Juventude, como determina o ECA, sendo relevante a presença de
outro profissional durante a consulta. Recomenda-se a discussão dos casos em equipe
multidisciplinar, de forma a avaliar a conduta, bem como, o momento mais adequado
para notificação.
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9. A orientação anticonceptiva deve incidir sobre todos os métodos, com ênfase na dupla
proteção (uso de preservativos), sem juízo de valor.
13. Nos casos de violência sexual, devem ser respeitadas as normas do Ministério da
Saúde, que inclui a contracepção de emergência, devendo esta estar disponibilizada nos
serviços que atendem estas adolescentes.
14. Os adolescentes de ambos os sexos têm direito à educação sexual, ao sigilo sobre
sua atividade sexual, ao acesso e disponibilidade gratuita dos métodos. A consciência
deste direito implica em reconhecer a individualidade do adolescente, estimulando a
responsabilidade com sua própria saúde. O respeito à sua autonomia faz com que eles
passem de objeto a sujeito de direito.
4. Os jovens devem ser estimulados a envolver seus pais e tutores adultos na atenção
que lhes é devida, sendo oferecida assessoria se recusarem a participar, especialmente
quando o abuso ou a exploração sexual explicarem sua resistência.
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5. A atenção deve ser oferecida sem juízo de valor, mas com conselhos sobre as
desvantagens das relações sexuais prematuras e risco de DSTs.
7. Aos jovens deve ser oferecida literatura compreensível ou linha telefônica de ajuda
sobre saúde sexual e reprodutiva.
Referências Bibliográficas
7. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos. Lei 12.015.
Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2009/Lei/
L12015.htm (acessado em 8/2/2010).
8. Ethical Issues in Obstetrics and Gynecology. Committee for the Study of Ethical
Aspects of Human Reproduction and Women’s Health. FIGO, 2009: 274-77.
Disponível em - http://www.figo.org/files/figo-corp/Ethical%20Issues%20-%20
Spanish.pdf (acessado em 8/2/2010).
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Recém-nascida
Faixa etária que compreende o período do parto até o primeiro mês de vida7(D).
Segundo Huffman5(D), o primeiro exame ginecológico deve ser realizado na sala de
parto e depois ser repetido periodicamente. A observação minuciosa permite detectar
precocemente não só as malformações, como também hérnias gonadais, genitália
ambígua e tumores6(D).
a) Exame clínico geral
À inspeção, determina-se a constituição física da recém-nascida, seu estado
nutricional, condições da pele, pigmentações anormais e/ou qualquer outro sintoma
que possa estar relacionado com o motivo da consulta4(D).
Podem também ser detectadas anomalias vinculadas ao desenvolvimento
genital como: nanismo pituitário, transtornos tireoidianos congênitos, hiperplasia de
suprarrenal, entre outros. O diagnóstico precoce de uma afecção como a disgenesia
gonádica é de suma importância, pois existem alterações que podem afetar de forma
irreversível o futuro da menina8(D).
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- Meato uretral: é uma estrutura de difícil visualização. Pode estar encoberto
por vernix ou ser confundido com as dobras himenais. Encontra-se logo acima do
orifício himenal.
e) Exame retoabdominal
É um exame pouco utilizado, pois temos condições de obter mais informações
com a ultrassonografia pélvica e/ou transperineal.
No momento do nascimento, o útero mede aproximadamente 3,5 cm a 4 cm;
logo diminui para 2,5 cm de comprimento e para apenas 0,5cm de largura, mantendo-
se assim até a segunda infância9(D). Os ovários raramente são palpáveis; medem 0,5 cm
a 1,5 cm de comprimento por 0,3 cm a 0,4 cm de largura6(D).
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c) Exame abdominal
A inspeção e a palpação abdominal sempre devem preceder o exame da
genitália.
Faz-se inicialmente a inspeção e é nesse momento que se tem a oportunidade
de observar eventuais abaulamentos, particularmente no hipogástrio. É importante
lembrar que a palpação de tumores intraperitoneais, particularmente dos ovários,
fica relativamente facilitada, uma vez que os mesmos não conseguem alojar-se na
exígua cavidade pélvica nessa faixa etária e são deslocados para o interior da cavidade
abdominal, tornando-se mais evidentes11(D).
d) Exame ginecológico
Huffman5(D) recomenda não ter pressa para iniciar o exame, assegurar que
será realizado com a máxima suavidade possível, informar que é de curta duração e
explicar como é realizado e mostrar, se possível, o material a ser utilizado. O médico
deve tranquilizar o responsável em relação à persistência da integridade da membrana
himenal, caso sejam necessárias manobras propedêuticas.
A posição adequada para o exame da genitália externa é a ginecológica; a
paciente ficará em decúbito dorsal com suas pernas separadas e flexionadas.
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e) Exame retoabdominal
O toque retal só deve ser realizado com o consentimento da paciente, quando
houver indicação precisa e, se possível, sob narcose. Este exame tem sido praticamente
substituído pela ecografia pélvica e/ou transperineal. Pode ser útil no diagnóstico
diferencial entre imperfuração himenal e agenesia parcial ou total da vagina, assim
como para detectar um corpo estranho endovaginal1(D). O útero é pequeno, mede cerca
de 3 cm de comprimento, sendo dois terços de colo17(D). A relação colo – corpo uterino
é de 2:1 na infância, passando para 1:1 até os dez anos; aos 13 anos, a relação colo –
corpo geralmente já é de 1:214(D).
f) Exame especular e colpovirgoscopia
Só devem ser realizados com indicações precisas, como perdas sanguíneas
por via vaginal a esclarecer, corpo estranho, traumatismos, suspeita de tumor, entre
outros17(D). Para a avaliação das crianças menores, o instrumento mais adequado é o
otoscópio infantil, enquanto para as maiores o mais recomendável é o colpovirgoscópio
de Bicalho. Pode-se utilizar também: espéculo nasal, cistoscópio infantil, espéculo de
virgens, espéculo veterinário e histeroscópio11,14(D).
Adolescência
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Referências Bibliográficas
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3. Imunizações na adolescência
O calendário de vacinação da adolescente e da mulher é uma continuidade do
calendário da criança. É preciso fazer a repescagem daquelas que na infância não se
vacinaram (até mesmo porque a maioria das vacinas hoje disponíveis para crianças
não existiam em sua infância); aplicar os reforços necessários; e incluí-las nos novos
programas de vacinação.
Surtos recentes de sarampo em países como o Reino Unido, Alemanha, Itália e Holanda
constituem uma ameaça para a eliminação, além da circulação endêmica em países da
África, Ásia e Oceania. Durante o período de novembro de 2012 a outubro de 2013,
a união europeia registrou 12.096 casos de sarampo, com oito casos de encefalite
e três óbitos. No Brasil, não havia evidências da transmissão autóctone do vírus do
sarampo desde o ano 2000. Porém, o Ministério da Saúde confirmou vários casos
importados de sarampo entre os anos de 2001 e 2013. No entanto, em 2014, até a
semana epidemiológica 53 (01/01 a 31/12/2014), foram confirmados casos no Ceará
(690 casos), em Pernambuco (24 casos) e em São Paulo (7 casos) (Figura 2). Em 2015,
casos de sarampo continuam sendo confirmados no Ceará.
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Vacina Hepatite B
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Considerações Importantes:
• três doses de vacina contra hepatite B induzem títulos protetores de anticorpos
em mais de 90% dos adultos e jovens sadios, e em mais de 95% dos lactentes,
crianças e adolescentes. A eficácia diminui com a idade e é bem menor em maiores
de 40 anos, quando se situa em torno de 40 a 60%.
• O teste sorológico pós-vacinal não é rotineiramente indicado para pessoas que
não pertencem a grupos de risco, devido à alta eficácia da vacina e ao fato de
ser freqüente “falsa” sorologia negativa. Os indivíduos pertencentes a grupos
de risco que não responderem com nível adequado de anticorpos, devem ser
revacinados com mais três doses de vacina. Aqueles que permanecerem anti-HBs
negativos após dois esquemas completos de três doses devem ser considerados
não respondedores e suscetíveis, em caso de exposição.
• O aleitamento materno não é contra-indicado para filhos de mãe HBsAg positivas,
se eles tiverem recebido imunoprofilaxia adequada.
• Recomenda-se aplicar doses mais elevadas e em maior número de vezes que os
esquemas habituais em imunodeprimidos, inclusive os HIV-positivo, porque há
estudos demonstrando que nestes indivíduos a resposta imunológica é menor.
• Pacientes ainda não vacinados contra hepatite B, desde que maiores de um ano,
podem receber a vacina combinada contra os dois tipos de hepatite (A e B), com
esquema de duas doses para os menores de 15 anos e de três doses para os
maiores (0-6 a 12meses, ou 0-1-6, respectivamente).
Vacina Hepatite A
Vacina Hepatite A e B
Os indivíduos que não responderem com nível adequado de anticorpos, devem ser
revacinados com mais três doses de vacina. Aqueles que permanecerem anti-HBs
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negativos após dois esquemas completos de três doses devem ser considerados não
respondedores e suscetíveis, em caso de exposição.
Recomenda-se aplicar doses dobradas e em maior número de vezes que os
esquemas habituais em imunodeprimidos, inclusive os HIV-positivo e os renais crônicos,
já que estes indivíduos apresentam menor resposta imunológica.
Importante dizer que o aleitamento materno não é contraindicado para filhos de mães
HBsAg- positivo, se os mesmos tiverem recebido imunoprofilaxia adequada ao nascer.
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Esquema de doses:
• Adolescentes e adultos que completaram a série básica com cinco doses de DTP/
DTPa e que tenham recebido dT, mas não dTpa no último reforço, devem receber
uma dose única da dTpa, a qualquer momento, para prover proteção contra
coqueluche, sem intervalo mínimo recomendado.
• Adolescentes e adultos que nunca foram vacinados com DTP/DTPa/DT ou dT
devem receber série de três doses dos toxóides tetânico e diftérico. De acordo
com a SBIm, o esquema preferido é de uma dose inicial da vacina dTpa, seguida
por uma dose de dT após quatro semanas e uma segunda dose de dT, após seis
a 12 meses após a dT. No entanto, a dTpa pode substituir qualquer uma das 3
doses da dT.
• Para a gestante, mesmo que vacinada em gestação anterior, recomenda-se a
aplicação de uma dose de dTpa entre a 27a e a 36a semana de gestação. Na
gestante sem esquema completo para o tétano (mínimo de três doses na vida)
recomenda-se a aplicação de uma dose de dTpa e que se complete o esquema de
três doses com a dT.3,4,5,6
Vacinas varicela3,4,5
Indicações: rotina em crianças a partir de um ano. Vacinar também:
adolescentes e adultos que não tiveram a doença ou sem vacinação anterior, mesmo
em caso de dúvida; mulheres não grávidas em idade fértil, sem história clínica de
varicela e sem vacinação anterior.
Contra-indicações: anafilaxia a algum componente ou a dose anterior da
vacina. Doenças ou tratamentos imunodepressores, gestação.
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Esquema de Doses:
• Para maiores de 13 anos e adultos: duas doses com intervalo de um a três
meses entre elas.
• Via de administração: IM ou SC
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Considerações Importantes:
A vacina influenza só confere proteção contra as cepas do vírus da Influenza contidos
na mesma, não protegendo de outros vírus causadores de quadros similares ao da
gripe (VSR, adenovírus, rinovírus, etc).
Associação com outras vacinas: desde que aplicadas em locais anatômicos
diferentes pode ser aplicada no mesmo dia com outras vacinas.3,4,5
Contraindicações:
- Imunodeficiência congênita ou adquirida, tratamentos imunossupressores,
gestação, história de anafilaxia após ingestão de proteína do ovo de galinha. Mulheres
amamentando lactentes com menos de seis meses não devem ser vacinadas, caso
necessário, o aleitamento deverá ser interrompido por 15 a 28 dias após a aplicação
da vacina.
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Esquema de Doses: duas doses com intervalo de 10 anos entre elas, desde
que mantida a indicação.
Doença meningocócica3
A doença meningocócica (principal causa de meningite no Brasil) é uma das
mais temidas infecções em todo o mundo, por ser uma doença aguda, de progressão
rápida e, muitas vezes fulminante, com elevada taxa de letalidade e frequente
ocorrência de complicações e sequelas.
É causada pela bactéria Neisseria meningitidis classificada em 13 sorogrupos diferentes.
Os sorogrupos A, B, C, X, Y e W135 são os causadores de mais que 95% das infecções
invasivas no homem. No Brasil, é endêmica com ocorrência de casos durante todo o
ano.
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Vacina meningocócica B7
Indicações: está licenciada para indivíduos a partir dos dois meses até os 50
anos de idade, e recomendada de forma rotineira para crianças e adolescentes.
Contraindicações: anafilaxia a algum componente ou a dose anterior da
vacina.
Esquema de doses:
Para adolescentes e adultos, o esquema recomendado é de duas doses com intervalo
de um mês.
Eventos Adversos: eventos locais e febre podem ocorrer nas 24/48 horas
seguintes.
Associação com outras vacinas: Desde que aplicadas em locais anatômicos
diferentes pode ser aplicada no mesmo dia com outras vacinas.
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Doença pneumocócica3,5
Vacinas pneumocócicas3,5
As doenças causadas pela bactéria Streptococcus pneumoniae (Pneumococo)
são as principais causas de morbimortalidade no mundo, em todas as faixas etárias,
principalmente nos extremos de idade e para pacientes de todas as idades com
comorbidades como, asplenia, diabetes mellitus, cardiopatia, pneumopatia crônica,
imunossupressão, entre outras.3,5
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Esquema de doses
Ambas as vacinas (HPV6,11,16,18 e HPV16,18) são aplicadas em três doses
via IM, preferencialmente no músculo deltoide, com os seguintes esquemas:
Conflito de interesse:
A autora declara que profere, eventualmente, palestras para o laboratório
GSK, MSD e Bayer.
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Referências Bibliográficas
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Nódulos mamários
É natural que a presença de tumor na mama desperte preocupação para a
adolescente e seus familiares, que chegam ansiosos à consulta, uma vez que a primeira
correlação que fazem é com câncer. Daí a importância de se conduzir adequadamente
os casos em que se detecta qualquer massa tumoral mamária.
Câncer de mama
O câncer de mama representa menos de 1% de todos os tipos de neoplasias
malignas na infância e adolescência1. No Instituto Nacional do Câncer dos Estados
Unidos, menos de 1% de pacientes com câncer de mama têm menos de 30 anos
de idade2. A casuística da clínica ginecológica do Hospital das Clínicas da Faculdade
de Medicina da USP registra apenas dois casos de tumor maligno de mama, em
adolescente. Em ambos os casos, o diagnóstico foi rabdomiossarcoma e o diagnóstico
clínico foi estabelecido sem dificuldade, desde a primeira consulta. O sarcoma tem
crescimento rápido, é fixo aos planos adjacentes e compromete rapidamente o estado
geral da paciente. Nenhum caso de carcinoma foi registrado até o momento em menor
de 19 anos de idade.
Fibroadenoma
O fibroadenoma (FA) representa 75% a 94% entre todos os nódulos da
mama em adolescentes3,4. É nódulo benigno e surge nos lóbulos, sendo composto de
epitélio e estroma. Tem forma arredondada ou ovoide, a superfície é lisa ou lobulada,
sua consistência é elástica e firme, é móvel e bem delimitado, sem aderências aos
planos adjacentes, geralmente de evolução lenta. O FA é mais frequente em mulheres
de 15 a 25 anos de idade, podendo ser encontrado em qualquer idade. Em 15%
a 20% das pacientes encontram-se mais de um nódulo, em uma ou em ambas as
mamas. É denominado FA gigante quando ultrapassa 5,0 cm no maior eixo ou pesa
500g ou mais5.
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A conduta a ser tomada deve ser discutida com a paciente e seus familiares
com muita objetividade para que ela seja aceita pela paciente, sem preocupação.
Em nódulos de até 3,0 cm no seu maior eixo, faz-se o controle clínico trimestral
nos primeiros seis meses e semestral a seguir. Em experiência do nosso serviço, houve
involução dos nódulos em 55,3% das pacientes; aumentaram de tamanho em 39,3%
enquanto em 7,1% das pacientes os nódulos não se modificaram, em seguimento
de 1 ano9. Na literatura, a cirurgia é indicada quando o nódulo ultrapassa 3,0 cm. Na
nossa rotina não operamos nódulos até 4,0cm, desde que não haja crescimento rápido
dele. Em mulheres adultas com FA o risco para câncer é igual ao da população geral10,
11
. É muito importante que o médico demonstre segurança quanto ao diagnóstico e
prognóstico, enfatize com clareza que não há relação com câncer, para que a paciente
aceite a conduta expectante.
Em crianças, deve-se ter atenção especial para não confundir nódulo com
telarca unilateral, condição comum e reconhecida universalmente. Geralmente o broto
na outra mama não tarda a surgir12.
Tumor Phyllodes
Este tumor acomete mulheres na perimenopausa, com média de idade de 45
anos, mas pode ocorrer em adolescente. Tem como características: crescimento rápido,
superfície lobulada e circulação colateral exacerbada na pele. Em mulheres adultas pode
ter comportamento maligno caracterizado por recidiva local. A metástase é rara4. Se
o complexo areolopapilar for envolvido pode haver descarga papilar sanguinolente13.
Em adolescente, o diagnóstico clínico é auxiliado pela ultrassonografia que demonstra
lesão lobulada, cavidade com líquido e ausência de microcalcificações14. Por ser o
tumor menos agressivo biologicamente em adolescentes, a cirurgia pode ser com
incisão econômica, se possível com margem de segurança de até 1cm15. Também
incisão periareolar deve ser a preferida.
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Cistos mamários
Podem apresentar-se como nódulos. No capítulo Mastalgia na Adolescência
deste manual, comenta-se sobre o tema.
Outros nódulos como lipoma e cisto sebáceo, embora raros, podem ser
encontrados. Estas lesões, quando pequenas, geralmente não merecem cirurgia.
Politelia
É a presença de papilas e aréolas supranumerárias, sem parênquima mamário.
É a mais comum das anomalias congênitas da mama. A politelia resulta de falha
na reabsorção na linha mamária primitiva, na vida intrauterina19. Normalmente é
reconhecida ao nascimento, mas a presença isolada da papila pode ser confundida
com nevus ou outra lesão da pele. A presença de politelia requer investigação (USG
das vias urinárias) de anomalias renais. A politelia é condição benigna e normalmente
sem sintomatologia. Sua remoção cirúrgica só se justifica do ponto de vista estético20.
Polimastia
Este termo é aplicado para a presença de tecido glandular mamário além do
par de mamas tópicas. Pode ser formada por tecido mamário e complexo areolopapilar
ou sem estes últimos componentes 21. A mama supranumerária completa é muito rara.
Classificação de Kajava22 para polimastia
a- Mama completa, com tecido glandular, aréola e papila.
b- Mama supranumerária sem aréola, mas com tecido glandular e papila.
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Atelia
É a ausência do complexo areolopapilar, podendo ser uni ou bilateral, isolada
ou associada a outras síndromes raras. A real incidência não é bem conhecida.
Amastia
É a ausência de tecido mamário e do complexo areolopapilar. É extremamente
rara e mais comumente unilateral. Com muita frequência acompanham-se de atrofia
acentuada ou agenesia do músculo peitoral, anomalias do hemitórax do mesmo lado
e sine dactilia, constituindo a Síndrome de Poland. Quando bilateral, está associada
com outras anomalias congênitas em 40% das pacientes25.
Amasia
Caracterizada pela presença do complexo areolopapilar e ausência de tecido
mamário. Na amasia bilateral se faz necessário o diagnóstico diferencial com disgenesia
gonadal, falência ovariana prematura ou mesmo com distúrbio do desenvolvimento
sexual. Se há evidentes sinais de hiperandrogenismo, deve-se fazer o diferencial com
hiperplasia congênita da suprarrenal (HCSR) ou tumor virilizante (adrenal ou ovário).
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Hipomastia
É a denominação para o desenvolvimento incompleto das mamas e pode ser
uni ou bilateral. Na primeira hipótese, no exame clínico percebe-se nítida assimetria
entre as mamas.
Hipertrofia
A anomalia mamária adquirida é representada pela hipertrofia virginal ou
gigantomastia.
Mamas tuberosas
Com vasta sinonímia (hérnia da aréola, mama constrita, deformidade
tuberosa, mama tubular) não tem ainda sua etiologia definida.
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Referências bibliográficas
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1983; 28:129-132.
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5. Amenorreia Primária
Introdução
Conceito
A amenorreia consiste na ausência de menstruação em paciente no menacme.
Pode ser dividida em primária e secundária.
A amenorreia primária consiste na ausência de menstruação aos 16 anos de
idade na presença de caracteres sexuais secundários normais ou aos 14 anos quando
não há desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários3.
Já a amenorreia secundária é a ausência de menstruação por seis meses ou
por período de três ciclos menstruais em paciente que previamente menstruava3.
A amenorreia também pode ser um evento fisiológico quando presente em situações
naturais como a infância, gestação, lactação e menopausa.
Etiologia
Do ponto de vista didático, podemos dividir a etiologia da amenorreia
primária em dois grupos: com caracteres sexuais secundários e sem caracteres sexuais
secundários. (quadros 1 e 2).
Quadro 1- Etiologia da amenorreia primária com caracteres sexuais secundários
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Causas hipotalâmicas:
• Atraso constitucional da puberdade
• Síndrome de Kallmann
• Síndrome de Laurence Moon Biedl
• Síndrome de Prader-Willi
• Neoplasia do SNC
• Disfuncional: anorexia nervosa, perda excessiva de peso, estresse, excesso de
exercícios, doenças crônicas debilitantes
Causas hipofisárias:
• Tumor de hipófise: adenomas funcionantes e não funcionantes, craneofaringeoma,
teratoma, glioma
• Síndrome da sela vazia/aneurisma
• Radioterapia
• Infecção
Causas ovarianas:
• Síndrome de Turner (45, X0) e Mosaicismos
• Disgenesia gonadal pura (46, XX) e Síndrome de Swyer (46, XY)
• Deficiência da 17 a hidroxilase
• Radioterapia ou quimioterapia
• Síndrome de Savage
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FSH a partir de estradiol e inibinas A e B. A maior parte das pacientes com amenorreia
primária e falência ovariana tem síndrome de Turner (45, X0), seguido por disgenesia
gonadal pura 46, XX e mais raramente, 46, XY5.
44
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Tratamento:
A abordagem terapêutica das amenorreias primárias se fará de acordo com
sua etiologia, com a remoção ou tratamento da causa base.
45
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46
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INTRODUÇÃO
Puberdade é o período de transição entre a infância e a vida adulta, durante
o qual é adquirida a maturidade reprodutiva. Caracteriza-se por transformações físicas
e psíquicas complexas e depende da integridade do eixo hipotálamo-hipófise-ovários
(H-H-O). Os sinais clínicos da puberdade em ambos os sexos são o desenvolvimento
dos caracteres sexuais secundários e a aceleração na velocidade de crescimento.
A puberdade tem início com a ativação do eixo H-H-O, antes mesmo do
aparecimento de qualquer sinal externo de desenvolvimento de caracteres sexuais
secundários e do estirão de crescimento, o que corresponde à idade óssea de 11 anos
nas meninas. Termina quando se estabelecem os ciclos ovulatórios, último fenômeno
deste período. A duração da puberdade é variável, sendo em média de quatro a cinco
anos, mas pode estender-se por até seis anos1.
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Estudo realizado com bailarinas demonstrou que elas apresentam uma ingesta
calórica deficiente para a atividade física que realizam e um retardo na maturação óssea
que é compensado ao longo do desenvolvimento puberal, não afetando a estatura
final e houve atraso de um ano na idade da menarca8. Provavelmente esse retardo no
desenvolvimento deve-se ao exercício físico intenso associado a um aporte calórico
insuficiente8.
Pode ser que a leptina, um peptídeo secretado pelos adipócitos, tenha
relação com o início da puberdade. Agindo sobre o SNC, regula o comportamento
alimentar e o consumo de energia, sinalizando ao hipotálamo a quantidade de tecido
adiposo disponível e o peso corporal9. Em roedores, a administração de leptina acelera
a puberdade e sua ausência correlaciona-se à infertilidade. Baixos níveis de leptina
induzidos por um balanço energético negativo levam a um atraso no amadurecimento
sexual, que pode ser corrigido pela administração de leptina10.
FISIOLOGIA DA PUBERDADE
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Ao redor dos sete anos de idade inicia-se a ativação do eixo H-H-O, com pulsos
noturnos de GnRH. Neste período identifica-se a liberação do gonadostato, resultante
da diminuição da inibição central intrínseca ao GnRH e da menor sensibilidade do
feedback negativo dos esteroides sexuais.
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ADRENARCA
Paralelamente ao início da secreção de GnRH, mas independentemente
dele, observa-se a ativação da zona reticular das suprarrenais, que recebe o nome
de adrenarca. Inicia-se a secreção dos hormônios androgênicos, principalmente a
deidroepiandrosterona (DHEA), o sulfato de deidroepiandrosterona (DHEA-S) e a
androstenediona. Ocorre também o aumento da atividade da 17 alfa hidroxilase e
do P450 e 17. Observa-se o crescimento dos pelos pubianos (pubarca), dos axilares
(axilarca) e a secreção das glândulas sebáceas17-18.
51
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52
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53
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7. Puberdade Precoce
CONCEITO
Desordem neuroendócrina relativamente frequente, também conhecida
como precocidade sexual, é definida como o desenvolvimento de caracteres sexuais
secundários antes dos oito anos de idade, nas meninas, e dos nove anos, nos meninos.
No entanto, o critério idade deve ser mais bem avaliado, uma vez que se observou
nas últimas três a cinco décadas a diminuição da época de aparecimento dos eventos
puberais de forma global1. Estudos americanos Pediatric Reserch in Office Settings –
PROS e National Health and Nutrition Examination Survey – NHANES identificaram
telarca e pubarca antes dos oito anos em 10,5% das meninas brancas e em 37,8%
das meninas negras, e antes dos sete anos em 5% das meninas brancas e em 15,4%
das meninas negras. Apesar da diminuição da idade da telarca, não se observou uma
diminuição na idade de ocorrência da menarca, estando este intervalo em cerca de 2,3
anos nos trabalhos de Marshal e Tanner e 3,3 anos nos estudo NHANES1,2,3. Chama à
atenção a associação destas alterações com a obesidade e índice de massa corporal
aumentado na infância, com aceleração da velocidade de crescimento. Observa-se
ainda associação com níveis de leptina elevados1,4. Questiona-se ainda o papel de
substâncias químicas presentes no meio ambiente, como pesticidas e fitoestrogênios
nos alimentos, que podem atuar sobre o eixo hipotálamo-hipófise-ovariano com ação
semelhante a do estrogênio1.
CLASSIFICAÇÃO
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Pseudopuberdade precoce
• Causas
- Ovariana: a causa mais frequente é a presença de tumor ovariano, produtor
de esteroides sexuais, sendo que em 60% dos casos são tumores de células da granulosa.
Outros tumores ovarianos também podem estar relacionados com a pseudopuberdade
precoce, tais como arrenoblastomas, cistadenomas, gonadoblastomas, carcinomas,
tecomas, cistos ovarianos benignos (foliculares ou luteínicos) e tumores produtores de
hCG. Quadro clínico de progressão rápida.
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QUADRO CLÍNICO
Manifestação clínica variável, mas em geral a telarca precoce é o sinal mais
comum, seguido pela aceleração do crescimento. Presença de secreção vaginal branca,
inodora e assintomática. Perda sanguínea discreta e menstruação. Alteração no
comportamento e labilidade emocional.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico da puberdade precoce é eminentemente clínico, baseado na
observação da presença de caracteres sexuais secundários, principalmente telarca, e
da aceleração da velocidade de crescimento antes dos oito anos. Identificar etiologia,
separando os casos patológicos dos distúrbios benignos do desenvolvimento puberal,
tais como telarca e pubarca isoladas. Exames devem ser solicitados de acordo com a
suspeita diagnóstica.
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TRATAMENTO
Os objetivos do tratamento da puberdade precoce são:
- identificar a etiologia e tratar a causa quando possível;
- interromper o desenvolvimento dos caracteres sexuais secundários
prematuros até o início da puberdade em idade normal;
- diminuir o impacto sobre a estatura final e o desenvolvimento psicossocial
do indivíduo, inclusive com diminuição do risco de abuso sexual14 .
O tratamento da puberdade precoce deve ser iniciado tão logo seja feito o
diagnóstico, pois os estudos correlacionam a eficiência terapêutica à idade em que foi
empregada a medicação. No que se refere à estatura final prevista, o maior ganho é
observado no grupo de meninas tratadas antes do seis anos de idade cronológica.
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PROGNÓSTICO
O prognóstico depende do agente causal, sendo mais reservado nos casos
de tumores do SNC, ovários e adrenais. No que se refere à preservação da estatura
final, parece haver uma relação direta com a idade de início do tratamento. Não existe
impacto negativo sobre a função reprodutiva.
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62
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CLASSIFICAÇÃO
HIPOGONADISMO HIPOGONADOTRÓFICO
Consiste em distúrbio hipotalâmico-hipofisário primário, com diminuição ou
abolição da produção de gonadotrofinas, levando a quadro clínico variável, dependendo
do déficit gonadotrófico. Corresponde a cerca de 30% dos casos de puberdade tardia.
Durante a última década, vários genes foram identificados e parecem elucidar a
etiologia de alguns diagnósticos de hipogonadismo hipogonadotrófico. Novos estudos
por vir trarão melhor entendimento sobre o papel destes genes na neurofisiologia do
início da puberdade2.
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HIPOGONADISMO HIPERGONADOTRÓFICO
Decorre de graus variáveis de disfunção gonadal, congênita ou adquirida,
identificando-se hipotálamo e hipófise normais, produzindo níveis elevados de
gonadotrofinas. Corresponde a cerca de 43% dos casos de retardo puberal. O quadro
clínico é variável, dependendo do grau de comprometimento da atividade ovariana.
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DIAGNÓSTICO
Investigação cuidadosa para determinar se a condição deve-se ao atraso
constitucional ou se representa patologia que deve ser investigada1. A avaliação clínica
pode ser completada, se necessário, por exames laboratoriais, dosagens hormonais,
exames de imagem e investigação genética4.
• Métodos de imagem:
- Idade óssea: uma diferença superior ou igual a dois desvios padrão entre
idade óssea e idade cronológica indica estímulo estrogênico insuficiente.
- Ultrassonografia: diagnóstico de malformações da genitália interna;
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TRATAMENTO
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Referências Bibliografias
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2. Traumatismos:
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3. Parasitoses:
4. Corpo estranho:
5. Distúrbios dermatológicos:
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regulares e simétricas em região genital. Pode acometer toda a região vulvar, perianal
e pregas inguinais. Fatores autoimunes, genéticos, infecciosos e endocrinológicos
parecem participar da gênese da patologia.
Pode se apresentar com prurido, escoriações, sangramento e infecção
sobreposta. De evolução crônica, melhora na adolescência em 75% dos casos, porém
18% a 35% evoluem com atrofia moderada e severa7(D). O tratamento na infância e
adolescência consiste de medidas de higiene, corticoides em caso de prurido intenso,
creme à base de progesterona natural a 0,3% em base hidrófila com vitaminas A e
E, e antibióticos na ocorrência de infecção sobreposta7(D). Devido à cronicidade da
patologia, a observação e acompanhamento médicos frequentes são prioritários.
6. Papilomavírus:
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7. Hemangioma:
9. Distúrbios urológicos:
Prolapso de uretra
É a eversão parcial ou total da mucosa uretral através do meato externo,
apresentando-se como uma massa, de aparência carnosa, friável, edemaciada e
arroxeada, acometendo toda a circunferência do introito uretral (às vezes projetando-
se sobre todo o introito vaginal), levando à secreção serossanguinolenta, dificuldade
miccional e sangrando com facilidade. Ramos (1998) chama a atenção para não existir
de fato um prolapso ou descida desta mucosa, mas sim sua eversão12(D). Mais comum
em crianças negras, entre quatro e cinco anos de idade. Entre os fatores predisponentes
estão o hipoestrogenismo e a pouca aderência desta mucosa ao tecido subjacente,
agravados pela retenção urinária e episódios de aumento da pressão intra-abdominal,
comuns nesta idade2(D).
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Carúnculas uretrais
Com quadro clínico semelhante ao do prolapso de uretra, apresenta-se
de forma diferente ao exame físico, uma vez que a carúncula localiza-se na porção
posterior do meato, raramente na porção lateral e nunca o circundando, como no
prolapso14(D). O tratamento consiste da remoção cirúrgica.
Hipercalciúria
Em sangramento genital, onde causas ginecológicas foram descartadas após
investigação, e presença de hematúria sem prolapso uretral, infecção de trato urinário
ou urolitíase visualizada em exame de imagem, a hipercalciúria com microcistos e
irritação uretral deve ser considerada como diagnóstico diferencial nos casos de
sangramento genital em meninas.
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FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
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75
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76
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
Definição
O SUD pode ser definido como todo e qualquer sangramento uterino anormal
decorrente de uma disfunção do eixo neuroendócrino; na ausência de alterações do
aparelho genital; de complicações da gravidez ou de doença sistêmica3.
Etiologia
O sangramento uterino disfuncional pode ser decorrente de ciclo menstrual
sem ovulação ou com ovulação inadequada3.
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FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
Diagnóstico
O diagnóstico do SUD baseia-se na anamnese minuciosa, exame físico geral, exame
ginecológico e exames complementares. Nos casos de urgência, procura-se fazer o
diagnóstico concomitante às medidas para coibir o sangramento. O diagnóstico
definitivo é estabelecido após a exclusão das complicações da gravidez, alterações dos
órgãos genitais, doenças sistêmicas. Como diagnóstico diferencial, em adolescentes,
as doenças hematológicas devem ser consideradas7. Na história clínica são importantes
os dados referentes à idade da menarca, ao intervalo entre as menstruações, à duração
e à quantidade do fluxo menstrual; história pregressa de sangramento profuso não
genital e antecedente familiar de coagulopatias. Não pode ser esquecido o uso
de anticoagulantes, anticonvulsivantes, antidepressivos tricíclicos e digitálicos6.
A quantidade de sangue perdida pode ser avaliada pela freqüência de troca dos
absorventes e ou tampões vaginais, podendo ser classificada em leve, moderada
ou intensa. Para essa avaliação, as adolescentes devem ser orientadas a realizar um
calendário menstrual por um período mínimo de 3 meses8. Os hábitos de vida devem
ser avaliados, incluindo as dietas para emagrecimento, prática de esportes competitivos
e risco de doenças sexualmente transmissíveis. O uso irregular dos contraceptivos
hormonais, a associação destes com outros medicamentos ou adaptação inicial ao
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contraceptivo também podem ser causas de perda sanguínea irregular assim como o
uso de DIU. Os sintomas de endocrinopatias são relevantes na investigação9.
Tratamento
O tratamento do SUD depende da forma clínica manifestada (ovulatório ou
não) e objetiva o bem estar da paciente, coibindo a hemorragia e restabelecendo o
ciclo menstrual em padrões normais.
1- Estrogênio e progestagênio
1.a- Anticoncepcionais orais combinados com 30mg de etinilestradiol,
um cp três vezes ao dia por sete dias e redução da dose após este período até o final
da cartela.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Conceito
Trauma físico que atinge a genitália externa pode determinar lesões de graus
variáveis3(D), inclusive acometimento da genitália interna e outros órgãos pélvicos e
intra-abdominais2(D). As manifestações clínicas dependem dos órgãos comprometidos,
da natureza do agente causador do trauma, da intensidade e profundidade da lesão e
da ruptura vascular concomitante2(D).
Epidemiologia
Causas acidentais
Resultam do impacto direto de objetos ou superfícies sobre a genitália e o
períneo1(D). Descritas como “queda a cavaleiro”, estas lesões estão associadas à intensa
atividade física da criança e têm sua incidência maior em torno dos sete anos, sendo
incomuns antes dos dois anos. Os traumatismos3(D), podem se apresentar desde simples
escoriações até lesões extensas da genitália externa, uretra e períneo.
Acidentes com objeto penetrante são mais raros, resultados da queda sobre
um objeto pontiagudo (caneta, lápis, estiletes, latas com bordos cortantes, objetos de
vidros etc.). A idade mais afetada é entre dois e quatro anos. As lesões geralmente não
se limitam à vulva, podendo comprometer o períneo, a vagina, a uretra, o reto e até
órgãos pélvicos e/ou intra-abdominais4,5(D). Podem ser classificadas como superficiais
ou profundas, de acordo com a profundidade, e como simples ou complicadas, de
acordo com o aspecto e o comprometimento de outras estruturas ginecológicas2(D).
Segundo Dowd e cols. (1994), 15% das crianças que apresentavam lesões himenais
e vaginais, com história de queda sobre objetos pontiagudos, foram posteriormente
diagnosticadas como vítimas de abuso sexual6(D).
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FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
Causas sinusiogenéticas
Constituem as lesões decorrentes do ato sexual, presentes na atividade sexual
consentida ou naquela resultante da agressão sexual. A gravidade das lesões está
diretamente relacionada ao grau de maturidade da genitália e às técnicas de coito4(D),
sendo os ferimentos considerados graves quando se trata de estupro, particularmente
em crianças5(D).
Causas iatrogênicas
São decorrentes de atos médicos tanto propedêuticos quanto terapêuticos3(D).
Representam causa incomum de traumatismo e podem ocorrer durante a avaliação
ginecológica da criança e da adolescente, se esta não for realizada por profissional
habilitado e com instrumentos adequados. Causa menos frequente ainda, mas que
deve ser lembrada, são as lesões que podem ocorrer na genitália de um feto do sexo
feminino durante o parto pélvico por via vaginal3,4(D).
Manifestações clínicas
Lesões mais encontradas: hematoma, laceração, perfuração, eritema,
equimose e queimadura.
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FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
Lesões por objeto cortante podem atingir vulva, perínet e vagina, e nesses
casos é frequente o acometimento himenal e da mucosa vestibular circundante.
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coagida a não revelar este fato durante a anamnese1(D). As lesões podem estar presentes
no hímen, na vagina, no períneo e região perianal. Lesões decorrentes da atividade
sexual consentida, geralmente relacionadas às primeiras relações, incluem lacerações
inócuas em ambas as comissuras ou em situação mediana e excepcionalmente lesões
vaginais, acompanhadas por dor de leve intensidade e perda sanguínea que cessa
espontaneamente. Quando a menina tem uma coagulopatia ou membrana himenal
espessa e muito vascularizada, pode ocorrer hemorragia profusa que necessite de
assistência médica de urgência2(D).
Diagnóstico
Nos traumatismos genitais, a sintomatologia dependerá da natureza da lesão
e da sua gravidade. O quadro clínico inclui dor e sangramento vulvovaginal de graus
variáveis e, mais raramente, hematúria, disúria até irritação peritonial.
O exame deve ser sempre acompanhado por uma pessoa que transmita
segurança à paciente9(D). Nos casos em que as lesões traumáticas são de pequena
ou média gravidade, o exame ginecológico pode ser realizado de maneira delicada
e sem o emprego de anestesia. Os ferimentos profundos, com ou sem perfurações,
exigem sedação prévia para a avaliação completa. Quando as lesões corporais se fazem
acompanhar de sangramento significativo, a avaliação do estado geral e das condições
hemodinâmicas é obrigatória, além da pesquisa de sinais de hemoperitôneo. Deve-se
avaliar a presença de diurese espontânea após o trauma.
Exames complementares
Os exames complementares são pouco úteis nos casos de trauma genital leve
ou moderado, devendo ser utilizados de forma subsidiária. Hemograma, coagulograma,
leucograma, nos casos de hemorragia ou infecções. Frente à hemorragia de grande
porte, a avaliação hematológica é obrigatória. Lacerações extensas exigem avaliação
85
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
Tratamento
Lacerações: lesões superficiais podem ser tratadas com oclusão e gelo. Nas
lesões mais extensas, o sangramento deve ser controlado antes de se suturar a mucosa
lacerada para evitar a formação de hematomas. Nas lacerações profundas, a dor e o
sangramento são maiores, especialmente quando os bulbos vestibulares são atingidos.
Nestes casos, o exame deve ser realizado sob narcose possibilitando a exploração da
ferida, sua profundidade e possíveis complicações, além de permitir o tratamento
com hemostasia cuidadosa e sutura. Recomenda-se o uso de antibióticos no pós-
operatório e de vacina antitetânica quando necessário2(D). É obrigatória a investigação
86
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
complementar para descartar lesão de vagina, reto e/ou bexiga. Deve-se observar a
micção espontânea ou, se necessário, colocar sonda vesical por 24 horas6(D). Caso
haja comprometimento destes órgãos, deve-se proceder a laparotomia e realizar as
condutas cirúrgicas adequadas; procedimento este precedido por retossigmoidoscopia
e cistoscopia. Lacerações que atingem a uretra e bexiga e/ou o reto, se não tratadas,
podem resultar em sequelas graves9(D).
Considerações finais
87
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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88
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
Introdução
Apesar de a VS ser um dos crimes mais cruéis contra o ser humano, é o menos
notificado6(D).
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• violência sexual sem contato físico: assédio sexual; abuso sexual verbal;
telefonemas obscenos; exibicionismo; voyeurismo; pornografia ou através da internet.
• violência sexual com contato físico: são atos físicos genitais que
incluem carícias nos órgão sexuais, tentativa de relações sexuais, masturbação, sexo
oral9(D).
A violência sexual pode ser praticada com uso da força física ou ser realizada
com modos bastante sutis. Com frequência ocorre no recesso do lar, perpetrado pelo pai
biológico ou padrasto com a “conivência” da mãe. Esta, geralmente, tem dificuldade
em identificar que a violência vem ocorrendo por medo de perder o companheiro
ou por também ter sido uma vítima sexual na sua infância e ou adolescência; isso
a deixa “imobilizada” para interromper a violência que a sua filha esta vivendo. Em
levantamento realizado no Adolescentro, ambulatório de vivência de violência sexual,
da Secretaria de Saúde do DF, de maio de 2005 a março de 2007 com 136 incidentes,
encontrou-se a seguinte distribuição5(A) conforme ilustra a figura 1:
90
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
Os estudos sobre violência indicam que, como na maioria das situações este ato é
praticado em contexto familiar, tal prática é mais difícil de ser denunciada. Estima-
se que menos de 10% das ocorrências chegam às delegacias e frequentemente seu
índice é baixo nas pesquisas se comparado a outras modalidades de violência. No
entanto, a pouca significância do dado quantitativo revela sua significância qualitativa.
Ou seja, a escassa notificação está associada ao tabu cultural que cerca as questões
da sexualidade. Há ainda um aspecto a ser levado em consideração: quando a
violência sexual é em crianças, muitas vezes não se admite que sua palavra possa
ter a mesma credibilidade que oferecemos à do agressor; tende-se a considerar seus
relatos fantasiosos e achá-las incapazes de diferenciar o lúdico do real, protegendo,
incompreensivelmente, o abusador.
91
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
“O ideal é que este tipo de atendimento seja prestado por equipe multiprofissional,
composta de médicos, psicólogos, enfermeiros e assistentes sociais. Entretanto, a falta
de um dos profissionais da equipe – com exceção do(a) médico(a) – não inviabiliza o
atendimento.”12(D)
EXAMES LABORATORIAIS
O espaço físico hospitalar
ASSISTENTE para atendimento das
SOCIAL TRATAMENTO DAS LESÕES vítimas deverá refletir
a preocupação com a
privacidade, sem, no
COMISSÃO DE MAUS TRATOS
entanto, estigmatizar as
crianças e adolescentes
ali atendidas, com placas indicativas nas salas para atendimento a vítimas
de violência. O espaço ideal deve constar de sala privativa para atendimento
onde possam atuar a assistente social e a psicóloga e um consultório médico
com sala de exame ginecológico, medicamentos para a profilaxia de DST/AIDS
e anticoncepção de emergência. É importante dispor de centro cirúrgico,
mesmo que pequeno, para os atendimentos que necessitem de correção cirúrgica
de urgência (lacerações) e para a realização dos abortos previstos por lei.
92
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CONSULTA MÉDICA
• Exame físico completo com especial atenção para: boca, mamas, genitais,
região perineal, nádegas e ânus. Importante descrever detalhadamente as lesões.
• Dos pelos pubianos: caso tenha secreção na região dos pêlos pubianos,
coletar uma amostra e acondicionar em papel, deixar secar ao ar ambiente e guardar
em envelope comum.
EXAMES LABORATORIAIS
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PROFILAXIA
A profilaxia das DSTs deve ser iniciada até 72 horas após a violência.
Indica-se:
CONTRACEPÇÃO DE EMERGÊNCIA
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OUTRAS MEDIDAS
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FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
Qualquer atendimento médico que for necessário deve ser realizado sem a
preocupação de estar prejudicando a avaliação pericial, pois, no ordenamento jurídico
de nosso país, consta que o bem maior do indivíduo é a sua própria vida.
Atestados e relatórios
96
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
Refereências Bibliograficas
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98
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2 de 3 critérios
1. Oligo/ anovulação
3. Ovários policísticos ao US
+
Com exclusão de outras etiologias: hiperplasia adrenal congênita de
início tradio, disfunção tireoidiana, Tu secretores andrógenos,S.
Cushing, hiperprolactinemia
99
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100
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Anamnese:
Exame clínico:
Figura 2: Índice de Ferriman-Gallwey modificado (Hatch et al. Am. J. Obstet. Gynecol., 1981)
Exames complementares:
101
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• Cortisol basal;
A síndrome metabólica (SM) é descrita como uma associação de fatores de
risco, entre os quais a obesidade é um importante fator, que predispõem os indivíduos
afetados à maior morbidade e mortalidade por doença cardiovascular20,21 (DCV). Na
população brasileira a prevalência de SM na SOP em diferentes regiões do país variou
entre 28,4% e 38,4%22-25, o que justifica a sua identificação nas pacientes portadoras
de síndrome dos ovários policísticos.
Circunferência da cintura > ao percentil 90o para sexo e idade (dez a 15 anos)
e > 80 cm (adolescentes maiores ou iguais a 16 anos) associado a pelo menos dois
critérios abaixo:
102
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2. Glicemia de jejum > 100 mg/dL e/ou diagnóstico de DM-2 pelo TTGO
(glicemia aos 120 minutos > 140 mg/dL e < 200 mg/dL )
Tratamento
O tratamento da SOP visa a mudanças nos hábitos de vida (para obter redução
do IMC e melhora da resistência à insulina); tratamento do hirsutismo e da resistência
insulínica e correção da irregularidade menstrual.
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105
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
14. Endometriose
Introdução
Conceito
Epidemiologia
Fisiopatologia
Manifestações clínicas
106
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
Diagnóstico
O toque bimanual, o toque retal, a dosagem do CA- 125 têm pouco valor
no diagnóstico de endometriose4(A), assim como a ultrassonografia pélvica e/ou
transvaginal e a ressonância magnética (RNM) da pelve nos estágios I e II12. Entretanto,
os métodos de imagem têm valor no diagnóstico diferencial de endometriomas, de
endometriose profunda e de outras patologias pélvicas causadoras de dor pélvica e/ou
dismenorreia, como malformações obstrutivas4(A).
Laparoscopia
107
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
A laparoscopia de second look não tem sido usada mais de rotina, mas apenas
em casos refratários ao tratamento clínico pós-operatório.
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Tratamento
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FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
Tratamento empírico
110
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
Prognóstico
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112
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
15. Anticoncepção
Introdução
1- Métodos comportamentais
113
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
2- Métodos de barreira
O DIU com cobre pode ser uma alternativa, mas não é a primeira escolha para
as adolescentes e as nulíparas. Com índices de falha teórica de 0,6% e real de 0,8%,
não interfere com a ovulação e promove uma resposta inflamatória intrauterina de
ação espermicida2(A). Para a OMS, o risco de sua associação com doença inflamatória
pélvica (DIP) depende mais da técnica de inserção e da adequada seleção da usuária
do que da idade, devendo-se considerar o número de parceiros sexuais, dependência
ou não de álcool e drogas e de estar ou não em um relacionamento sexual estável.
Pode ser uma alternativa para as adolescentes que já engravidaram, quando houver
contraindicação à anticoncepção hormonal ou quando os benefícios superarem os
riscos. O risco de perfuração está associado à habilidade do profissional e, apesar do
risco de DIP ser maior nos 20 dias seguintes a inserção, a literatura não recomenda
antibioticoterapia profilática para mulheres de baixo risco para DSTs, mas sim seleção
adequada das pacientes e assepsia correta3(B),4(D).
Ainda são necessários mais estudos específicos com o SIU com levonorgestrel
na adolescência, mas a OMS não relata influência sobre a densidade óssea. Índices
de falha teórica e real de 0,1%2(A). Provável baixa incidência de DIP devido ao
espessamento do muco cervical, atrofia endometrial e diminuição do sangramento
uterino. Nas nulíparas, o maior calibre do insertor do SIU parece estar relacionado à
maior intensidade de dor à sua inserção, sem associação com maior risco de perfuração
ou expulsão4(D).
4- Métodos hormonais
114
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
mas pode-se optar por outras vias como a de depósito, a transdérmica e a vaginal:
evitam a primeira passagem hepática e interferência da absorção gastrointestinal,
permitem níveis séricos mais constantes e dosagens mais reduzidas além de dispensar
a tomada diária de pílula5(D).
Os regimes tradicionais de 21/7 dias são bem aceitos. Para aumentar a adesão
e eficácia, além de diminuir as queixas associadas ao período menstrual, novos regimes
são sugeridos (monofásico, bifásico, quadrifásico) com períodos de pausa mais curtos
ou em regime estendido.
Fármacos e drogas podem interagir com os contraceptivos orais por meio de alteração
na ligação a proteínas séricas e aumento do metabolismo hepático pela indução das
enzimas do citocromo P-450, podendo um diminuir a eficácia do outro e vice-versa,
como visto na Tabela12(A)11(A).
115
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Carbamazepina e oxcarbazepina
Felbamate
Fenitoína
Topiramato
Vigabatrina
Ethosuximide *
Gabapentin †
Lamotrigina †
Levetiracetam
Tiagabina †
Ácido valpróico
Zonisamida
116
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Rifampicina
Ampicilina
Doxiciclina
Fluconazol
Metronidazol
Miconazol *
Amprenavir ↓
Indinavir Não há dados
Saquinavir Sem alteração
117
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- Mensal (AIM): inibe a ovulação e torna o muco cervical espesso. Falha real de
3%2(A). Por utilizarem estrogênio natural e não sintético, apresentam poucos efeitos comuns
aos orais, como os sobre a pressão arterial, homeostase e coagulação, metabolismo lipídico
e função hepática. É uma boa opção para adolescentes que não tenham a disciplina da
tomada diária da pílula ou apresentem intolerância gástrica com a via oral.
Para ser utilizado em situações excepcionais: após uma relação sexual sem
proteção, falha potencial de um método já utilizado ou estupro. A terminologia
“pílula do dia seguinte” sugere um uso equivocado, uma vez que pode ser utilizada
até o 5º dia após a relação sexual desprotegida (se utilizado em até 72 horas reduz
a possibilidade de gravidez em 75%)2(A). O MS e a OMS sugerem o uso isolado de
levonorgestrel (dose única de 1,5 mg) porque é mais efetivo, não há efeitos adversos
do estrógeno e nem interage com medicamentos retrovirais. O mecanismo de ação
varia: se utilizada na primeira fase do ciclo menstrual impede a ovulação, na segunda
fase atua principalmente pelo espessamento do muco cervical. Atualmente não há
registros de que tenha efeitos teratogênicos, de que interfira na implantação ou de
que altere o endométrio2(A),11(D).
e) Implante subdérmico
118
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
f) Anel vaginal
g) Adesivo transdérmico
Conclusão
119
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
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120
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
Assistência pré-natal
121
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
A avaliação clínica da idade gestacional deve ser feita pela medida do fundo
uterino e a ausculta dos batimentos cardiofetais (BCF), já possível após 10 a 12 semanas16.
122
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
Rh, reações sorológicas para lues (A), toxoplasmose (C), hepatite B (A) e pesquisa
anti-HIV (A). Urina: tipo1 (D) e urina tipo 2 (URC e TSA). Fezes: parasitológico (C).
Em adolescentes RH negativas, realizar o teste de Coombs indireto, independente da
tipagem sanguínea do pai (há relato de adolescentes isoimunizadas ainda na primeira
gestação por compartilhamento de seringas). Se o resultado do teste de Coombs
indireto for negativo, repeti-lo em torno da 28ª semana, caso seja negativo repetir a
cada quatro semanas (32, 36 e pós-parto) e quando positivo, a adolescente deverá ser
encaminhada a pré-natal de alto risco10,11,12,16(D). O MS recomenda repetir a sorologia
para lues na 32ª semana e no momento do parto ou abortamento (D) e não recomenda
a solicitação de sorologia para rubéola de rotina durante a gravidez (D)17. O MS
preconiza a repetição do teste anti-HIV durante a gestação em situações de exposição
constante ao risco de aquisição do vírus ou quando se encontra no período de janela
imunológica8,11(D). Repetir anti-HIV três meses antes do parto (+/- 34 semanas)17.
123
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
124
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
Referências bibliográficas
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127
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
I – VULVOVAGINITE NA INFÂNCIA
Fatores de risco
Quadro clínico
O quadro clínico varia de acordo com o agente etiológico e é descrito mais adiante.
Etiologia
128
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
129
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
Diagnóstico
b) Exame físico: sempre que possível, sugere-se que o exame seja realizado
em posição de litotomia e que sejam usadas técnicas de dessensibilização: iniciar o
exame físico pelas partes superiores (cabeça, tórax etc.) e examinar o períneo por último.
Pode-se também oferecer objetos que distraiam a paciente (bonecas, fotos etc.) para
diminuir o estresse. É importante avisar à mãe que não haverá colocação de espéculo e
nem perda da virgindade durante o exame, além de manter o acompanhante durante
o exame físico. Observar presença de eritema, escoriações, liquinificação, leucorreia,
dilatação himenal e anal, eritema em “8”.
130
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
131
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
Tratamento
a) Leucorreia fisiológica
b) Vulvovaginite inespecífica
132
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c) Vulvovaginites específicas
• Chlamydia trachomatis:
< 45 kg: Eritromicina base 50 mg/kg/dia divididos em quatro doses por 14 dias;
• Neisseria gonorrheae:
133
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II - VULVOVAGINITE NA ADOLESCÊNCIA
Fisiologia da vagina
Etiologia
134
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
Fatores de risco
O exame físico deve iniciar pelo exame físico geral, passando pelo exame
das mamas e deixando o exame ginecológico para o final, explicando cada passo à
paciente. Na inspeção da vulva, observa-se o desenvolvimento dos caracteres sexuais
secundários de acordo com a classificação de Tanner e se existem ou não sinais de
processo inflamatório e/ou traumatismo. A coleta do conteúdo vaginal será realizada
no tempo seguinte, com utilização de espéculo se a paciente já tiver vida sexual ativa.
Caso haja integridade himenal, o material poderá ser colhido com pipeta ou swab, ou
mesmo utilizando-se espéculo de virgem, dependendo do relaxamento himenal.
Diagnóstico laboratorial
Tratamento
135
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
Referências bibliográficas
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136
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
Nos EUA e Europa, os adolescentes são o grupo mais acometido pelas DSTs,
sendo que 85% destas doenças se verificam em jovens de idade inferior a 25 anos2(D).
137
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3 - Diagnóstico laboratorial:
138
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5 - Tratamento¹(D):
139
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140
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3 – Diagnóstico laboratorial:
4- Tratamento¹(D):
Cefixime 400mg V.O., dose única (somente quando não for possível esquema
anterior), ou dose única do esquema com Cefalosporina injetável, citado anteriormente,
associado à Azitromicina 1 g V.O. dose única ou Doxiciclina 100 mg V.O., 12 em 12
horas por sete dias.
141
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
• Crianças: adequar dose de Ceftriaxona para 125 mg I.M., dose única (< 45
kg) ou de 125 mg a 250 mg I.M., dose única (> 45 kg).
“Screnning” anual é sugerido para toda mulher com idade inferior ou igual a
25 anos sexualmente ativa, assim como para mulheres de mais idade que apresentem
fatores de risco (novo parceiro sexual ou múltiplos parceiros sexuais)¹(D).
3 – Diagnóstico laboratorial:
142
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4 – Tratamento1(D):
• Adultos e adolescentes:
• Crianças:
- Crianças com peso > 45 kg, e idade inferior a oito anos: Azitromicina
1 g V.O., dose única.
• Gestantes:
143
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3 – Diagnóstico laboratorial:
• Biópsia, se necessário.
4 – Tratamento¹(D):
• Adultos e adolescentes:
• Crianças:
144
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3 – Diagnóstico laboratorial:
• Biópsia, se necessário.
4 – Tratamento¹(D):
• Adultos e adolescentes:
2 – Quadro clínico: em sua fase aguda pode ocorrer mal-estar geral, febre,
icterícia, aumento do volume hepático, dor abdominal, colúria, dentre outros. Na
fase crônica da doença, os sintomas podem ser bastante inespecíficos ou, mesmo, o
paciente evoluir assintomático.
3 – Diagnóstico laboratorial3(D):
145
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
• Medidas de segurança:
Atenção especial deve ser dada à infecção na gestante, a qual pode ser causa
de abortamento espontâneo, óbito fetal intraútero, sequelas neurológicas no recém-
nascido e outras complicações.
146
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3 – Diagnóstico laboratorial:
• Citologia.
• Histologia, se necessário.
a) Infecção primária:
• Adultos e adolescentes:
Aciclovir 400 mg V.O. Três vezes ao dia, por sete a dez dias ou até
resolução das lesões, ou 200 mg V.O. Cinco vezes ao dia, por sete a
dez dias ou
Famciclovir 250 mg V.O. de 8/8 horas, por sete a dez dias ou até
resolução das lesões ou
b) Infecção recorrente:
• Adultos e adolescentes:
147
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
Referências Bibliográficas
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Vagina y Cuello”, Buenos Aires, Editorial Médica Panamericana S.A., 1
148
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
Prevalência e incidência
Fatores predisponentes
Quadro clínico
149
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
Métodos de rastreio
150
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Caso, inadvertidamente, o teste HPV-DNA seja realizado, o resultado positivo não deve
influenciar a conduta13(A).
Tratamento
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A citologia em meio líquido é opção que pode ser utilizada em casos onde a
citopatologia convencional mostrou-se anormal ou insatisfatória. A mesma conduta é
indicada para os casos rastreados com citopatologia em meio líquido, já que não há
evidências de sua superioridade em relação à citopatologia tradicional16,17(B).
• Conduta na HSIL: mulheres até esta idade não estão incluídas na faixa
etária alvo do rastreamento do câncer do colo do útero, mas é importante orientar
os profissionais quanto às condutas adequadas nesta situação para reduzir a
probabilidade de malefícios decorrentes de procedimentos diagnósticos e terapêuticos
desnecessários. Apesar de ser considerada lesão de alto grau, a NIC2 nas adolescentes
comporta-se como uma doença transitória, com elevadas taxas de regressão e com
mínimo potencial oncogênico. Estudos mostram que a história natural da NIC2 nesta
população está muito próxima daquela da NIC1. Moscicki & Cox (2010) relatam que
a história natural da NIC2 em 12 meses de seguimento em adolescentes se compara
àquela da NIC1, com 60% de regressão neste período20(B). Monteiro et al (2010)
encontraram regressão da NIC2 em 50% do grupo de adolescentes estudadas no Rio
de Janeiro19(B).
repetir a citologia entre três e seis meses a contar do dia da realização da biopsia(B) e
adotar conduta específica de acordo com esse novo laudo citopatológico. Um ponto
importante acrescentado a essa nova diretriz é a necessidade de avaliação minuciosa
da vagina da paciente em vigência de detecção de HSIL(A), independente se há NIC2 ou
3 na biópsia ou não11.
152
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
Se a biópsia mostrar NIC 2/3, a paciente deverá ser seguida com citologia
semestral por até dois anos(A). Após este período, na persistência da lesão, poderá
ser mantida em seguimento ou tratada de forma excisional ou destrutiva(A). Durante
este período, caso seja constatada ausência de lesão, a mulher deverá ser mantida
em seguimento citológico até que apresente dois exames consecutivos negativos com
intervalo de seis meses e, a seguir, trienal(B). Uma nova conduta deverá ser definida se
houver novo resultado de exame citopatológico alterado11(B).
153
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
154
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
Vacinas
Referências bibliográficas
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157
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
Introdução
I - Câncer de ovário
Conceito
Epidemiologia
158
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Cistoadenocarcinoma seroso
Cistoadenocarcinoma mucinoso
Carcinoma endometrioide
Tumor de Brenner
Carcinoma indiferenciado
Disgerminoma
Teratomas imaturos
Coriocarcinoma
Carcinoma embrionário
Androblastomas (arrenoblastomas)
Ginandroblastomas
Manifestações clínicas
159
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Diagnóstico
AFP disgerminomas
DHL disgerminomas
Tratamento
160
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tumores não epiteliais, passou a ser admitida também nos carcinomas em fase muito
inicial, estádio Ia. Após a prole completa, ou, segundo outros, após a menopausa, é
sugerido o tratamento complementar com histerectomia e anexectomia contralateral.
Prognóstico
Aspectos preventivos
Conceito
O câncer do colo uterino, raro antes dos 30 anos de idade, tem diminuído a
161
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
sua faixa etária, hoje com alta prevalência inclusive nas idades próximas dos 20 anos e
alguns raros casos na adolescência.
Epidemiologia
Aspectos clínicos
Meios diagnósticos
6. Prova de Schiller.
7. Biópsia dirigida.
162
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
Tratamento
Prognóstico
163
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
Aspectos preventivos
REFERÊNCIAS BibliografiaS
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165
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
21. Dismenorreia
Introdução
A dismenorreia é um dos problemas ginecológicos mais comuns que afetam
as mulheres em idade reprodutiva, sendo o mais frequente entre as adolescentes.
Afeta a qualidade de vida, sendo responsável por limitações às atividades diárias,
como eventos esportivos e sociais, e é a causa mais comum de absenteísmo escolar de
curta duração nesta faixa etária. Contudo, apenas 15% das mulheres procuram auxílio
médico em virtude da dismenorreia, sinalizando a importância de rastreá-la entre todas
as adolescentes.
Conceito
É definida como uma dor do tipo cólica, em abdome inferior, recorrente, com
aparecimento durante as menstruações.
Classificação
Epidemiologia
Fatores de risco
166
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
casada ou em uma relação estável; paridade elevada com primeiro parto em idade
precoce parecem atuar como fatores de proteção contra dismenorreia².
Fisiopatologia
Quadro clínico
Diagnóstico
Clínico
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Diferencial
Doença inflamatória pélvica: naquelas pacientes com vida sexual ativa e que
desenvolvem um quadro de dismenorreia ou apresentam um agravamento de uma
dismenorreia prévia, o exame pélvico deve ser realizado buscando rastrear a existência
de uma doença inflamatória pélvica4.
Laboratorial
168
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Tratamento
169
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Ácido Propiônico
Ibuprofeno 800 mg de 400 mg a 800 mg
de 8/8 horas
Naproxeno 500 mg 250 mg de 8/8 horas
Fonte: Adaptado de Smith RP. Ciclic pelvic pain and dysmenorrhea. Obstet Gynecol
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adults: un update on pharmacological treatments and management strategies. Expert
Opin Pharmacother. 2012; 13(15): 2157-2170.
Aquelas adolescentes que não têm vida sexual ativa e que, usualmente,
apresentam um quadro álgico importante acompanhado de náuseas dificultando a
administração por via oral, o medicamento pode ser iniciado um a dois dias antes
do início da menstruação³. Devem, ainda, ser instruídas para fazer a tomada do
medicamento junto com alimentação e para aumentar a ingesta hídrica durante o
período de uso, visando a diminuir o risco de efeitos colaterais gástricos e renais,
respectivamente4.
170
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
Acompanhamento
171
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
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172
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
INTRODUÇÃO
Muito embora a ocorrência da DIPA esteja diminuindo nos últimos anos, pelo
menos as formas mais graves, sua incidência tem sido maior em adolescentes e mulheres
jovens, com aumento nas mulheres com menor paridade, de classes econômicas mais
baixas, com múltiplos parceiros sexuais, usuárias de DIU e não usuárias de camisinha
ou contraceptivo hormonal oral2.
ETIOPATOGENIA
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DIAGNÓSTICO
174
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1. Dor/espessamento anexial.
3. VHS elevado.
1. Hemograma.
3. Ecografia transvaginal.
6. Laparotomia exploradora.
7. Laparoscopia.
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• Achados obrigatórios
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TRATAMENTO
Apesar de a adolescência, por si, não ser indicada para hospitalização, há uma
liberdade maior na indicação de tratamento hospitalar para adolescentes com DIPA,
tendo em vista características próprias da idade, como a baixa adesão ao tratamento
oral e o fato de estar no início da vida reprodutiva, por isso a possibilidade de se
indicar o tratamento por via parenteral mesmo em casos considerados leves, porém
acompanhados de forte dor abdominal.
CASOS LEVES:
177
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endovenoso. Se houver leucorreia, ela deverá ser tratada e, no caso de uso de DIU, ele
deve ser retirado2.
CASOS MODERADOS:
Via parenteral:
• Abscesso pélvico.
CASOS GRAVES:
178
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• Na vigência de gravidez.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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181
FEBRASGO - Manual de Ginecologia Infanto Juvenil
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