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Capivara, no Piauí. Lá foi coletado na década de


ARTE E CULTURA BRASILEIRA I
70 grande quantidade de dados e vestígios
arqueológicos.

Com isso, concluiu-se que os primeiros


Pré-história
habitantes dessa região, provavelmente
caçador-coletores, nômades e seminômades
O território brasileiro possui um valioso se abrigaram nas grutas da região e teriam
patrimônio arqueológico. Em Minas Gerais, sido eles os autores das pinturas e gravações
podemos destacar o sítio arqueológico de Lapa lá encontradas.
Grande. O local é tombado pelo Iphan, o que
atesta sua importância e aumenta as chances Estas pinturas e gravuras podem ser divididas
de preservação. em obras com motivos naturalistas e obras
com motivos geométricos.
No interior das grutas e abrigos de Lapa da
Cerca Grande, nas pinturas pode ser Na Amazônia também foram encontrados
observadas figuras zoomorfas e vestígios da arte rupestre, principalmente no
antropomorfas. Pará.

A cor predominante nessas imagens é a


vermelha, porém se observa a amarela, a
branca e a preta. Arte indígena

Pintura corporal e arte plumária

Os índios brasileiros pintam o corpo para


enfeitá-lo e também para defendê-lo contra o
sol, os insetos e os espíritos maus. Além disso,
acreditam que com essa prática podem revelar
de quem se trata, como está se sentindo e o
Outro sítio importante também tombado pelo que pretende.
Iphan está no Parque Nacional da Serra da

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As cores e os desenhos falam por si, preparam as bebidas rituais, e ali acontecem
assumindo grande significado. Assim, boa tinta, as grandes festas.
boa pintura, bom desenho garantem boa sorte
na caça, na guerra, na pesca, na viagem. A oca é construída para durar no máximo 5
anos, e é erguida com varas, fechada e coberta
Cada tribo e cada família apresentam padrões com palhas ou folhas. Não recebe reparos e
de pintura que denotam seu jeito de ser. Nos quando inabitável os ocupantes a abandonam.
dias comuns, a pintura pode ser bastante
simples, porém nas festas, nos combates, Não possuem janelas, têm uma abertura em
mostra-se requintada, cobrindo também a cada extremidade e em seu interior não tem
testa, as faces e o nariz. A pintura corporal é nenhuma parede ou divisão aparente. Vivem de
função feminina, a mulher pinta os corpos dos modo harmonioso.
filhos e do marido.

Assim como a pintura corporal, a arte plumária Ornamentos


serve para enfeites: mantos, máscaras,
cocares, e passam aos seus portadores A disposição e as cores das penas do cocar não
elegância e majestade. Esta é uma arte muito são aleatórias. Além de bonito, ele indica a
especial porque não está associada a nenhum posição de chefe dentro do grupo e simboliza a
fim utilitário, mas apenas a pura busca da própria ordenação da vida. Em forma de arco,
beleza. uma grande roda a girar entre o presente e o
passado. A aldeia também é disposta assim.
Lá, cada um tem seu lugar e sua função
Arquitetura determinados.

Os índios se organizam em Tabas ou Aldeias


que são a reunião de 4 a 10 ocas. Em cada oca Trançados e cerâmica
vivem várias famílias, geralmente entre 300 a
400 pessoas. A variedade de plantas que são apropriadas ao
trançado no Brasil dá ao índio uma inesgotável
No centro da aldeia fica a ocara, a praça. Ali se fonte de matéria prima.
reúnem os conselheiros, as mulheres

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É com o trançando que o índio constrói a sua feitorias, construções muito simples com cerca
casa e uma grande variedade de utensílios. de pau a pique ao redor, pois os portugueses
Entre eles estão cestos para uso doméstico, temiam ser atacados pelo índios.
para transporte de alimentos e objetos
trançados para ajudar no preparo de Preocupado com que outros povos ocupassem
alimentos, armadilhas para caça e pesca, terras brasileiras, o rei de Portugal enviou, em
abanos para aliviar o calor e avivar o fogo, 1530, uma expedição comandada por Martim
objetos de adorno pessoal, redes para pescar e Afonso de Sousa para dar início à colonização.
dormir, instrumentos musicais para uso em Com isso foi fundada a vila de são Vicente onde
rituais religiosos, etc. Tudo isso sem perder a se instalou o primeiro engenho de açúcar,
beleza e feito com muita perfeição. iniciando-se o plantio de cana-de-açúcar que
se tornaria a principal fonte de riqueza
produzida no Brasil.

Após a divisão em capitanias hereditárias,


houve grande necessidade de construir
moradias para os colonizadores que aqui
chegaram e engenhos para a fabricação de
açúcar.

A cerâmica destacou-se principalmente pela


utilidade, buscando a sua forma nas cores e na Arquitetura
decoração exterior, o seu ponto alto ocorreu na
ilha de Marajó. A arquitetura era muito simples, com
estruturas retangulares e cobertura de palha
sustentada por madeira roliça inclinada. Eram

Arte colonial conhecidas por tejupares, palavra que vem do


tupi-guarani. Com o tempo os colonizadores
passaram a construir casas de taipa.
Após a chegada de Cabral ao Brasil, Portugal
tomou posse do território e transformou as
Com a evolução começam a aparecer as
novas terras descobertas em sua colônia. Em
capelas, os centros das vilas, dirigidas por
um primeiro momento foram construídas as

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missionários jesuítas. Nas capelas há crucifixo, Barroco


a imagem de Nossa Senhora e de algum santo,
trazidos de Portugal. O estilo barroco desenvolveu-se no Brasil
durante o século XVIII, se estendendo até o
Eram erguidas igrejas em todos os lugares século XIX. O barroco brasileiro é intimamente
aonde chegavam os colonizadores, associado à religião católica.
especialmente no litoral. Os principais
arquitetos do período colonial foram: Francisco
Dias, Francisco Frias de Mesquita, Gregório de
Magalhães e Fernandes Pinto Alpoim.

A liberdade de estilo dada ao arquiteto modifica


o esquema simples, mas talvez pela falta de
tempo ou por deficiência técnica não se deu um
acabamento mais aprimorado.

No entanto, o Barroco brasileiro se divide em


duas linhas diferentes. Em regiões
Escultura enriquecidas pelo comércio de açúcar e pela
mineração, as igrejas apresentam trabalhos
Os jesuítas ensinaram aos índios e negros o em relevos feitos em madeira, entalhados, e
alfabeto, a religião e a trabalhar o barro, a recobertos por finas camadas de ouro, com
madeira e a pedra. janelas, cornijas e portas decoradas com
detalhados trabalhos de escultura.
O índio é muito hábil na imitação, mas, também
muito primário e rústico na execução. O negro Contudo, em regiões onde o açúcar e o ouro
adapta-se mais facilmente e é exuberante no não faziam parte da economia local, as igrejas
desenho, na arte, no talhe e nas lavras. apresentavam talhas modestas e os trabalhos
foram realizados por artistas menos
Sob direção dos religiosos e de mestres, vindos experientes e famosos do que os que viviam
além-mar, o índio e o negro esculpiram muitos nas regiões mais ricas.
trabalhos, que são a base da arte Barroca no
Brasil.

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Em Minas Gerais, o Barroco brasileiro encontra encarregados da fundação da Academia de


seu ápice na integração entre arquitetura, Belas Artes, na qual os alunos poderiam
escultura, talha e pintura a partir dos trabalhos aprender as artes e os ofícios artísticos.
de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho e Esse grupo, conhecido como Missão Artística
Manuel da Costa Ataíde, o Mestre Ataíde. Francesa pintava, desenhava, esculpia e
construía à moda europeia. Seguiam
claramente o estilo neoclássico, o qual
propunha a volta aos padrões da arte da
Antiguidade.

Missão artística francesa


Os pintores desse período deveriam seguir
Quando os exércitos de Napoleão Bonaparte algumas regras na pintura. Entre elas a
invadiram Portugal, obrigando D. João VI, sua inspiração nas esculturas clássicas gregas e
família e sua corte a virem para o Brasil, o rei na pintura renascentista italiana, sobretudo em
preocupado com o desenvolvimento cultural, Rafael, mestre inegável do equilíbrio da
trouxe consigo, material para montar a composição e da harmonia do colorido.
primeira gráfica brasileira, na qual foram
impressos inúmeros livros e um jornal Thomas Ender, de origem austríaca chegou ao
chamado A Gazeta do Rio de Janeiro. Com isso, Brasil e viajou pelo interior retratando
o Brasil recebe forte influência cultural paisagens e cenas da vida no nosso povo em
europeia, que se intensifica mais ainda com a Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro.
chegada de um grupo de artistas franceses

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Johann-Moritz Rugendas, alemão, esteve no sociedade brasileira. Seus temas preferidos


Brasil entre 1821 e 1825. Além do nosso país, são a nobreza e as cenas do cotidiano
visitou outros países da América Latina, brasileiro e suas obras nos dão uma excelente
documentando, por meio de desenhos e ideia da sociedade brasileira do século XIX.
aquarelas, a paisagem e os costumes dos
povos que conheceu.

Pintura acadêmica

Por volta do século XIX, o Império Brasileiro


passou por um período de prosperidade
econômica proporcionada pelo café, como
também estabilidade política após Dom Pedro II
assumir o governo e dominar as muitas
rebeliões que agitaram o Brasil até 1848.

Além disso, o imperador procurou potencializar


Além destes artistas é importante citar a vinda
o desenvolvimento cultural, incentivando as
de Nicolas-Antonine Taunay, pintor francês de
letras, as ciências e as artes.
grande destaque na corte de Napoleão
Bonaparte. Ele foi considerado um dos mais
No campo artístico, a tendência estilística se
importantes da Missão Francesa. Durante os
mostra nitidamente conservadora, refletindo os
cinco anos que residiu no Brasil, retratou
modelos clássicos europeus.
várias paisagens do Rio de Janeiro.
No entanto, Jean-Baptiste Debret foi
A pintura acadêmica segue os padrões de
considerado a alma da Missão Artística
beleza da Academia de Belas Artes. Dessa
Francesa. Ele foi desenhista, aquarelista, pintor
forma, o artista não deve imitar a realidade,
cenográfico, decorador, professor de pintura e
mas tentar recriar a beleza ideal em suas
organizador da primeira exposição de arte no
obras, por meio da imitação dos clássicos,
Brasil em 1829. Contudo, em uma viagem
principalmente os gregos, na arquitetura e dos
pitoresca ao Brasil, produziu uma coleção
renascentistas, na pintura.
composta de três volumes com um total de 150
ilustrações, na qual retrata e descreve a

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Como principais artistas acadêmicos, podemos


citar Pedro Américo de Figueiredo e Melo. Ele
trabalhou temas bíblicos e históricos, como
também imponentes retratos, como o de Dom
Pedro II na Abertura da Assembleia Geral,
porém sendo sua obra mais divulgada, O Grito
do Ipiranga.

Vitor Meireles de Lima tem como obra mais


conhecida, A Primeira Missa no Brasil. Pintou
também Moema. Assim como Pedro Américo,
seus temas mais recorrentes eram históricos,
bíblicos e retratos.

José Ferraz de Almeida Júnior foi considerado


o mais brasileiro dos pintores nacionais do
século XIX. Em seus trabalhos aparecem temas
históricos, religiosos e regionalistas. Produziu
também retratos, paisagens e composições.
Suas obras mais conhecidas são Picando
Fumo, O Violeiro e Leitura.

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