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CENTRO UNIVERSITÁRIO DE ARARAQUARA

PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU

TERAPIA COGNITIVO-COMPORTAMENTAL

PEDRO LEITE MACHADO

AS POSSIBILIDADES DE INTERVENCÃO DA TERAPIA


COGNITIVO-COMPORTAMENTAL COM A FOBIA SOCIAL

ARARAQUARA – SP

2014
PEDRO LEITE MACHADO

AS POSSIBILIDADES DE INTERVENCÃO DA TERAPIA


COGNITIVO-COMPORTAMENTAL COM A FOBIA SOCIAL

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como exigência parcial para
a finalização do Curso de Especialização
em Terapia Cognitivo-comportamental,
pelo Centro Universitário de Araraquara –
Uniara.

Orientadora: Giseli Renata G. Lamoréa

ARARAQUARA – SP
2014
DECLARAÇÃO

Eu, Pedro Leite Machado, declaro ser o autor do texto apresentado


Trabalho de Conclusão de Curso, no programa de pós-graduação lato sensu em
Terapia Cognitivo-comportamental com o título “As possibilidades de intervenção
cognitivo-comportamental com a fobia social”.
Afirmo, também, ter seguido as normas do ABNT referentes às citações
textuais que utilizei e das quais eu não sou o autor, dessa forma, creditando a
autoria a seus verdadeiros autores.
Através dessa declaração dou ciência de minha responsabilidade sobre
o texto apresentado e assumo qualquer responsabilidade por eventuais problemas
legais, no tocante aos direitos autorais e originalidade do texto.

Araraquara, 09 de junho de 2014.

_____________________________________

Assinatura do autor
PEDRO LEITE MACHADO

AS POSSIBILIDADES DE INTERVENCÃO DA TERAPIA


COGNITIVO-COMPORTAMENTAL COM A FOBIA SOCIAL

Trabalho de Conclusão de Curso


apresentado como exigência parcial para
a finalização do Curso de Especialização
em Terapia Cognitivo-comportamental,
pelo Centro Universitário de Araraquara –
Uniara.

Orientadora: Giseli Renata G. Lamoréa

Data da defesa/entrega: ___/___/____

MEMBROS COMPONENTES DA BANCA EXAMINADORA:

Presidente e Orientador: Nome e título

Membro Titular: Nome e título

Membro Titular: Nome e título


Universidade.

Média______ Data: ___/___/____

Centro Universitário de Araraquara


Araraquara- SP
Dedicatória

Dedico a realização deste trabalho à minha esposa


Edmara, que me apoiou e me fortaleceu nesta
caminhada, e aos meus clientes que me proporcionaram
novas perspectivas e me instigaram na busca de novas
possibilidades na prática psicológica.
Agradecimentos

Agradeço a Deus, razão da minha existência, que a todo


instante ilumina os meus passos.

À Iris Teresa Lafuente Ávila, professora do curso de pós-


graduação em Psicologia, pelo carinho e companheirismo
durante todo este percurso.

À professora Giseli Renata Gouvea Lamoréa, minha


orientadora, pela paciência e colaboração para meus
conhecimentos.

Aos meus colegas de curso pelas contribuições que muito


auxiliaram no processo de aprendizagem.
RESUMO
Este trabalho de revisão bibliográfica tem por objetivo constatar a eficácia da Terapia
Cognitiva Comportamental (TCC), através da investigação das práticas e resultados
obtidos pela aplicação das suas técnicas e estratégias terapêuticas mais utilizadas
no enfrentamento da fobia social. Nesta amostra foram selecionados 21 estudos
produzidos entre os anos 2004 e 2013, que avaliaram a práticas da TCC nas
modalidades terapêuticas individuais e em grupo, bem como os estudos específicos
sobre as técnicas e/ou os efeitos da TCC na fobia social. Os estudos verificados
demonstraram que as técnicas e estratégias utilizadas pela TCC se constituem em
importantes instrumentos, sendo na maioria das vezes utilizadas em conjunto,
possibilitando uma adequação em cada caso e a progressão no processo
psicoterapêutico. Nesse sentido, observamos que as técnicas mais utilizadas em
conjunto foram a reestruturação cognitiva e o treino de exposição. Observou-se
também que a maioria dos trabalhos desta revisão enfatiza a utilização da Terapia
Cognitiva Comportamental na modalidade individual (TCCI), sendo que, apenas 4
dos 21 estudos abordaram detalhadamente a modalidade de grupo (TCCG),
evidenciando assim uma carência de produções acadêmicas e práticas clínicas na
modalidade grupal. De um modo geral, a maioria dos trabalhos apresentam seus
resultados indicando significativas melhoras no curso do processo psicoterapêutico,
apontado para a eficácia da Terapia Cognitiva Comportamental no enfrentamento da
fobia social.

Palavras-chave: Terapia Cognitiva Comportamental; Ansiedade Social; Fobia


Social.
ABSTRACT

This bibliographic review aims to verify the effectiveness of Cognitive Behavioral


Therapy (CBT), through research practices and results obtained by the application of
its techniques and therapeutic strategies most used in confronting social phobia. In
this sample 21 studies produced between 2004 and 2013, which reviewed the CBT
practices in individual and group treatment modalities were selected, as well as
specific studies on technical and/or the effects of CBT in social phobia. Verified
studies have shown that the techniques and strategies used by CBT constitute
important instruments, being most often used together, allowing an adjustment in
each case and the progression in the psychotherapeutic process. In this sense, we
note that the techniques used together were cognitive restructuring and workout of
exposure. It was also noted that most studies of this review emphasizes the use of
Cognitive Behavioral Therapy in individual mode (CBTI), while only 4 of the 21
studies addressed in detail the batch mode (CBTG), thus showing a lack of academic
productions and clinical practice in group mode. In general, most studies present
results indicating significant improvements in the course of the psychotherapeutic
process, pointed to the effectiveness of Cognitive Behavioral Therapy in confronting
social phobia.

Keywords: Cognitive Behavioral Therapy; Social Anxiety; Social Phobia.


LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Quadro 1 - Lista de estudos sobre intervenções da TCC na Fobia Social. 35


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Técnicas e estratégias da TCC abordadas nos estudos. 41


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

 APA – Associação Americana de Psiquiatria;

 DSM-IV - Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 4ª edição;

 EX - Exposição;

 EV - Exposição em vídeo;

 FB - Feedback;

 FS – Fobia Social;

 HS - Habilidades Sociais;

 RC - Reestruturação cognitiva;

 RL - Relaxamento;

 RV - Realidade Virtual;

 PS - Psicoeducação;

 TA - Treino de Atenção;

 TC - Tarefas para casa;

 TAS - Transtorno de Ansiedade Social;

 TCC - Terapia Cognitiva Comportamental;

 TCCG - Terapia Cognitiva Comportamental de Grupo;

 TCCI - Terapia Cognitiva Comportamental Individual;

 THS – Treino em Habilidades Sociais.


11

Sumário

INTRODUÇÃO.................................................................................................. 12

1. OBJETIVO.................................................................................................... 14

1.1. Geral...................................................................................................... 14

1.2. Específicos............................................................................................. 14

2. METODOLOGIA........................................................................................... 14

3. RESULTADOS ............................................................................................ 15

3.1. Fundamentos da Terapia Cognitiva Comportamental........................... 15

3.2. Transtorno de ansiedade social ou fobia social.................................... 22

3.3. Técnicas utilizadas pela TCC na fobia social....................................... 27

3.4. Revisão da Literatura............................................................................ 34

4. DISCUSSÃO................................................................................................ 40

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................... 45

REFERÊNCIAS............................................................................................... 46
12

INTRODUÇÃO

O interesse pelo tema da fobia social surgiu no período de realização da


pós-graduação em Terapia Cognitivo-comportamental (TCC), onde foram
estudadas diversas práticas de atendimento nesta abordagem psicológica. A
partir deste percurso foi possibilitado um novo olhar, através do contato com
indivíduos que apresentavam queixas deste transtorno mental, conhecido
também como transtorno de ansiedade social (TAS). Dessa forma, esta
experiência instigou a necessidade de novas descobertas a partir da busca de
mais informações sobre o tema. Nesta perspectiva, este trabalho é resultado
de uma breve revisão bibliográfica das principais práticas psicoterapêuticas
utilizadas no tratamento desse transtorno mental.

O termo fobia social ou transtorno de ansiedade social é usado para


designar um tipo de ansiedade intensa que ocorre em situações sociais e de
desempenho, que acaba produzindo sofrimento e perdas de oportunidades
(D’EL REY, 2001).

As situações sociais são evitadas ou suportadas com grande


ansiedade e sofrimento por esses pacientes, embora exista o
desejo de realizar o contato social temido. O comportamento
fóbico-evitativo determina grave prejuízo no funcionamento do
indivíduo, seja no trabalho, na escola ou nas relações sociais
habituais. (MULULO, 2009, p.1)

A fobia social apresenta significativa interferência nas rotinas de


trabalho, acadêmicas e sociais da pessoa. Essas situações tendem a
prejudicar a qualidade de vida dos indivíduos, provocando quase sempre a
interrupção prematura da vida acadêmica, ausência de lazer, falta de
relacionamento com amigos, desemprego constante e, em casos extremos, a
isolação social (PICON, 2004).

Devido os variados graus de comprometimento observados


clinicamente, a fobia social pode ser interpretada com um tipo de timidez
excessiva, observação esta, que não deve ser desprezada. Quando
diagnosticada precocemente há um leque de estratégias terapêuticas que
podem ser utilizadas para prevenir as consequências, principalmente nas
13

crianças e adolescentes. Dessa forma, o diagnóstico dos sintomas,


principalmente no âmbito escolar e orientação familiar, deve ser inserido na
abordagem clínica. Neste contexto, a principal estratégia terapêutica consiste
no tratamento psicológico adequado, associado ou não a medicamentos (DEL
REY & ABDALLAH, 2006).

Na busca de dar ao portador de fobia social uma melhor qualidade de


vida, para que se minimizem os efeitos incapacitantes desse transtorno mental,
faz-se necessária uma prática terapêutica que o auxilie em sua autoavaliação,
para que este tenha possibilidade de rever seus medos irracionais e passe a
adotar comportamentos de enfrentamento que o leve a um novo patamar de
qualidade de vida. Nesse sentido, as pesquisas tem comprovado que terapia
cognitivo-comportamental vem apresentando melhores resultados, se
comparados a outros modelos de psicoterapia. Assim, a TCC tem se mostrado
mais eficaz e com efeitos terapêuticos duradouros, o que tem despertado a
atenção dos pesquisadores e clínicos no tratamento da fobia social, em relação
aos demais tratamentos psicológicos (LINCON et al., 2003; OTTO, 1999;
DYCK, 1996; BUTLER et al., 1984 apud DEL REY & PACINI, 2005, p.232).

Considerando que a fobia social tem representado um grande problema


de saúde mental, por suas características incapacitantes e por suas diferentes
formas de manifestação na vida das pessoas, esta pesquisa busca demonstrar
como a TCC vem construindo suas práticas terapêuticas de forma a adaptar-se
às exigências no campo da saúde mental na atualidade.

Nesse sentido, este estudo busca constatar como as intervenções da


TCC têm promovido a diminuição da ansiedade social a partir da mudança no
padrão de comportamentos das pessoas portadoras desse transtorno mental.
Assim, esse trabalho apresentará uma visão resumida dos fundamentos
teóricos da TCC; abordará o transtorno de ansiedade social (TAS) e na
sequência serão descritas as técnicas da TCC, reconhecidamente eficazes
para o tratamento da fobia social.
14

1. OBJETIVOS

1.1. Objetivo Geral

Diante do interesse pela temática da fobia social, este trabalho tem por
objetivo principal verificar, por meio de revisão bibliográfica, a eficácia da
terapia cognitivo-comportamental em indivíduos com fobia social.

1.2. Objetivos Específicos

Os objetivos específicos desta pesquisa são: a) buscar as práticas


reconhecidamente eficazes e mais utilizadas pela TCC no enfrentamento da
fobia social; b) verificar os resultados descritos nas produções acadêmicas a
partir da utilização dos instrumentos terapêuticos da TCC na fobia social.

2. METODOLOGIA

A realização deste trabalho se deu a partir de buscas realizadas na


internet da referida literatura nas bases de dados das bibliotecas eletrônicas:
SCIELO, MEDLINE, GOOGLE ACADÊMICO, BIREME e LILACS. Nas buscas
digitais serão utilizadas as seguintes palavras-chave: Fobia Social, Ansiedade
Social, Transtorno de Ansiedade Social (TAS) e Terapia Cognitivo-
comportamental (TCC). Serão incluídos nos levantamentos os artigos que
avaliaram conjuntamente as modalidades terapêuticas individuais e em grupo,
em indivíduos com fobia social.

Após o levantamento das obras existentes nessas bases, serão


consideradas publicações no idioma em português, no período de publicação
entre 2000 e 2013, com estudos específicos sobre as técnicas e/ou os efeitos
da TCC na fobia social. Serão descartados estudos abrangendo comorbidades
com outros transtornos.
15

3. RESULTADOS

3.1. Fundamentos da Terapia Cognitiva Comportamental

A Terapia Cognitiva surgiu na década de 1950, a partir de uma pesquisa


realizada pelo psiquiatra e psicanalista Aaron Beck, que realizou um estudo
onde buscava explicar os processos psicológicos na depressão, em uma
tentativa de provar a teoria freudiana de depressão como hostilidade
retrofletida reprimida. Após análises em pacientes deprimidos, Beck propôs em
seus estudos que os sintomas observados poderiam ser explicados em termos
cognitivos, considerando que as interpretações das situações vivenciadas
poderiam ser tendenciosas, devido estarem sendo atribuídas à ativação de
representações negativas que possuíam de si mesmo, do seu mundo e da sua
imagem do futuro (KNAPP & BECK, 2008).

A Teoria Cognitiva tem como principal objeto de estudo a natureza e a


função dos aspectos cognitivos, ou seja, como se realiza o processamento de
informações e a atribuição de significado às coisas ou eventos. Assim, busca
caracterizar a natureza de processos contidos em determinada psicopatologia,
de maneira que, se ativados dentro de contextos específicos, caracterizam-se
como disfuncionais ou mal adaptados. Outro objetivo implica em fornecer
estratégias capazes de retificar estes conceitos particulares construídos pelo
indivíduo (BECK & ALFORD, 2000).

A Terapia Cognitiva baseia-se na comprovação de inúmeras pesquisas,


e já teve sua eficácia comprovada em indivíduos de ambos os sexos, de
diferentes faixas etárias e de diversos níveis socioeconômicos. Por essa razão,
tem sido a mais indicada para os tratamentos mentais como: Transtornos de
Ansiedade Generalizada, Transtorno do Pânico, Transtorno Depressivo, Fobia
Social, dentre outros. Em sua prática clínica, constitui-se de uma terapia breve,
que se utiliza de técnicas comportamentais, como: exposição, prevenção da
resposta, modelagem, role-playing e relaxamento. É estruturada e orientada
para o presente, para a solução de problemas e modificação de
comportamentos e pensamentos disfuncionais. Por mesclar os processos
cognitivos aos comportamentais, em sua teoria e prática, a Terapia Cognitiva é
16

denominada mais precisamente de Terapia Cognitiva Comportamental (BECK,


1997).

Aaron Beck, o fundador da terapia cognitiva, formulou uma


base teórica coerente antes do desenvolvimento de estratégias
terapêuticas. As diretrizes para desenvolver e avaliar o novo
sistema de psicopatologia e psicoterapia foram: 1) construir
uma teoria abrangente de psicopatologia que dialogasse bem
com a abordagem psicoterápica; 2) pesquisar as bases
empíricas para a teoria; e 3) conduzir estudos empíricos para
testar a eficácia da terapia. (KNAPP & BECK, 2008, p.55).

A premissa básica Terapia Cognitiva Comportamental diz que o modo


dos indivíduos se sentirem e se comportarem serão determinados pela da
maneira como eles interpretam suas experiências. Assim, é pela maneira como
os indivíduos interpretam os fatos que se produzem os problemas emocionais e
não o fato em si mesmo (RANGÉ, 1995).

As crenças que temos sobre nós mesmos, sobre o mundo e sobre o


futuro, determinam o modo como nos sentimos: o que e como as pessoas
pensam afeta profundamente o seu bem-estar emocional (BECK et al., 1979).

Os cognitivistas defendem a ideia de que o homem primeiro pensa e


depois se comporta, valorizando a função mental. Assim, a importância e
relevância da função cognitiva e percepção das coisas e do mundo que irá
influenciar a nossa emoção e comportamento (RANGÉ, 1998).

A Terapia cognitiva Comportamental está fundamentada nos princípios


filosóficos do racionalismo de Karl Popper e no construtivismo. Estas teorias
defendem a ideia que o sujeito tem uma participação ativa no processo de
interação e conhecimento do mundo, e a partir daí constrói hipóteses e teorias
do mundo, das situações e das coisas. Com isso, a proposta positivista do
construtivismo indica que a realidade que o homem tem do mundo provém dos
erros, das hipóteses. Assim, as representações formuladas pelo homem não
seriam determinadas pelo objetivo, mas seriam construídas por ele mesmo a
partir das hipóteses (BAHLS, 2003).
17

Outra premissa apresentada pela proposta cognitivista é como a


relevância das crenças e do pensamento podem determinar a emoção e bem
estar. Nessa perspectiva, os pensamentos têm a capacidade de influenciar as
emoções e, de modo contínuo, as emoções influenciam os pensamentos.
Baseados nessa tese retifica-se que as emoções e comportamentos são
influenciados pela forma de processamento. A partir do processamento, o
significado que se atribui à situação ou objeto seria fruto da percepção
particular, individual da pessoa. Assim, a intervenção do cognitivismo seria
para trabalhar com as emoções e comportamentos (HAWTON et al., 1997).

O objetivo da Terapia Cognitiva Comportamental é promover avaliações


realistas e adaptativas dos fatos da vida em lugar de distorções cognitivas.
Para tal, é utilizada uma abordagem colaborativa psicoeducacional de
tratamento, na qual experiências de aprendizagens específicas buscam ensinar
os indivíduos a monitorar seus pensamentos automáticos; reconhecer as
relações entre cognição, afeto e comportamento; testar a validade dos
pensamentos automáticos, substituir os pensamentos distorcidos por cognições
mais realistas; identificar e alterar as crenças, pressupostos ou esquemas
subjacentes aos padrões errôneos de pensamentos (KNAPP & COLS, 2004).

A Terapia Cognitiva apresenta seus principais conceitos, propostos por


Beck, como: esquema, crença central, crença intermediária, pensamento
automático e distorções cognitivas (BECK et al. 1979).

Os esquemas são estruturas cognitivas que formam significado, a partir


da experiência que nos ajudam a interpretar o mundo. A partir dos esquemas
nossas experiências são filtradas, avaliadas, codificadas, categorizadas e
interpretadas. Eles se formam a partir das primeiras relações do indivíduo com
o meio, com isto, valoriza-se a fase da infância, pois o mundo externo é
apresentado logo após o nascimento (BECK & ALFORD, 2000).

O conceito de “Crença Central”, também conhecido como crença


nuclear, defende que este tipo crença constitui o nível mais profundo da
estrutura cognitiva e são compostas por ideias rígidas, absolutistas e globais
que o indivíduo tem sobre si mesmo. Estas crenças são formadas por ideias e
18

conceitos a respeito de nós mesmos, das pessoas e do mundo. Elas são


aceitas sem grandes questionamentos, são mantidas passivamente e
reforçadas sistematicamente (RANGÉ, 2001).

As crenças centrais são ideias e conceitos mais enraizados e


cristalizados acerca de nós mesmos, dos outros e do mundo. São constituídas
desde as nossas primeiras experiências na infância e se solidificam ao longo
da vida, moldando assim nosso jeito de ser e agir no mundo. Tratando-se de
crenças disfuncionais, aquilo que não é modificado ou corrigido em fase
desadaptativa, pode chegar à fase adulta como verdades absolutas (KNAPP,
2004).

As Crenças intermediárias correspondem ao segundo nível de


pensamento e não são diretamente relacionadas às situações, ocorrendo sob a
forma de suposições ou regras. São construções cognitivas disfuncionais,
expressas em forma de regras, normas, premissas e atitudes que adotamos e
que guiam a nossa conduta. Estas crenças encontram-se presentes em
inúmeras situações existenciais. Elas derivam e reforçam as crenças centrais,
pois pressupõem que, desde que determinadas regras, normas e atitudes
sejam cumpridas, não haverá problema, e o indivíduo se mantém relativamente
estável e produtivo. Embora os indivíduos construam e mantenham as crenças
intermediárias como tentativa de lidar com suas crenças e esquemas
desadaptativos, eles acabam confirmando e reforçando (KNAPP, 2004).

O conceito de “Pensamento Automático" parte da compreensão de que


existem pensamentos que ocorrem espontânea e rapidamente nas fronteiras
da consciência, sendo interpretações imediatas das mais variadas situações.
Tais pensamentos são chamados de “automáticos”, pois são diferentes do fluxo
normal de pensamentos observado no raciocínio reflexivo ou na livre
associação. Geralmente estes pensamentos são avaliados como razoáveis e
são aceitos como verdadeiros (KNAPP & BECK, 2008).

Conforme Beck (1997), mesmo que alguns pensamentos automáticos


sejam verdadeiros, a maioria deles é falsa ou trazem em seu conteúdo apenas
19

verdades parciais. Assim, a autora descreve, na lista a seguir, os erros típicos


destes pensamentos disfuncionais:

1. Pensamento do tipo tudo-ou-nada (também chamado de


pensamento preto-e-branco, polarizado ou dicotômico): Você
vê uma situação em apenas duas categorias em vez de em um
contínuo. Exemplo: “Se eu não for um sucesso total, eu sou um
fracasso”.
2. Catastrofizando (também denominado adivinhação): Você
prevê o futuro negativamente sem considerar outros resultados
mais prováveis. Exemplo: “Eu ficarei tão aborrecida que não
serei capaz de agir direito”.
3. Desqualificando ou desconsiderando o positivo: Você
irrazoavelmente diz para si mesmo que experiências, atos ou
qualidades positivos não contam. Exemplo: “Eu fiz bem aquele
projeto, mas isso não significa que eu seja competente; eu
apenas tive sorte”.
4. Argumentação emocional: Você pensa que algo deve ser
verdade porque você “sente” (em realidade, acredita) isso de
maneira tão convincente que acaba por ignorar ou
desconsiderar evidências contrárias. Exemplo: “Eu sei que eu
faço muitas coisas certas no trabalho, mas eu ainda me sinto
como se eu fosse um fracasso”.
5. Rotulando: Você coloca um rótulo global e fixo sobre si
mesmo ou sobre os outros sem considerar que as evidências
poderiam ser mais razoavelmente conduzidas a uma conclusão
menos desastrosa. Exemplo: “Eu sou um perdedor. Ele não
presta”.
6. Magnificação/minimização: Quando você avalia a si
mesmo, outra pessoa ou uma situação, você magnifica
irracionalmente o negativo e/ou minimiza o positivo. Exemplo:
“Receber uma nota medíocre prova quão inadequada eu sou.
Obter notas altas não significa que eu sou inteligente”.
7. Filtro mental (também denominado abstração seletiva):
Você presta atenção indevida a um detalhe negativo em vez de
considerar o quadro geral. Exemplo: “Porque eu tirei uma nota
baixa na minha avaliação [que também continha várias notas
altas] isso significa que eu estou fazendo um trabalho
deplorável”.
8. Leitura mental: Você acha que sabe o que os outros estão
pensando, falhando assim ao considerar outras possibilidades
mais prováveis. Exemplo: “Ele está pensando que eu não sei
nada sobre esse projeto”.
9. Supergeneralização: Você tira uma conclusão negativa
radical que vai muito além da situação atual. Exemplo: “[Porque
eu me senti desconfortável no encontro] eu não tenho o que é
necessário para fazer amigos”.
10. Personalização: Você acredita que os outros estão se
comportando negativamente devido a você, sem considerar
20

explicações mais plausíveis para o seu comportamento.


Exemplo: “O encanador foi rude comigo porque eu fiz algo
errado”.
11. Declarações do tipo “eu deveria” e “eu devo” (também
chamadas imperativas): Você tem uma ideia exata
estabelecida de como você ou os outros deveriam comportar-
se e você superestima quão ruim é que essas expectativas não
sejam preenchidas. Exemplo: “É terrível que eu tenha cometido
um erro. Eu deveria sempre dar o melhor de mim”.
12. Visão em túnel: Você vê apenas os aspectos negativos de
uma situação. Exemplo: “O professor do meu filho não sabe
fazer nada direito. Ele é crítico, insensível e ensina mal”.
(BECK, 1997, p. 129-130)

As Distorções cognitivas podem ser compreendidas como erros


sistemáticos na percepção e no processamento de informações de um
indivíduo. Pessoas com depressão tendem a estruturar suas experiências de
forma absolutista e inflexível, resultando assim em erros de interpretação
quanto ao desempenho pessoal e ao julgamento das situações externas
(BECK, 1995; SCHER et al., 2005 apud POWELL, 2008).

As Distorções cognitivas sistemáticas ocorrem à medida que esquemas


disfuncionais são ativados. Como estratégias de enfrentamento, na tentativa de
evitar o contato com suas crenças centrais e intermediárias, o indivíduo pode
utilizar estratégias compensatórias. Apesar dessas manobras cognitivas e
comportamentais aliviarem momentaneamente o sofrimento emocional
produzido, em longo prazo estas estratégias compensatórias tendem reforçar e
piorar essas crenças disfuncionais (KNAPP & BECK, 2008).

A “tríade cognitiva” é outro conceito utilizado pela Terapia cognitiva, que


indica a percepção que o indivíduo tem de si mesmo, do outro e do mundo, ou
a perspectiva de futuro. Nessa perspectiva entendemos que a ideia que temos
de nós mesmos, do outro e do mundo se constituem em estruturas que nos
dão a compreensão de realidade. Dessa maneira, a partir destes três
componentes (ele, o outro e o mundo, ou que o rodeia, o que está na frente), o
indivíduo passa a reconhece-se em sua singularidade (RANGÉ, 1998).

Na Terapia Cognitiva Comportamental, é fundamental que a o processo


de psicoterapia tenha como objetivo trabalhar junto com o paciente as mais
21

diversas estratégias para a resolução de problemas, e formas de pensar mais


próximos à realidade, sem distorções e percepções distorcidas que causam e
despertam angustia, e sim, buscar facilitadores das mais diversas formas de
pensar para ampliar a percepção de si mesmo, do outro e do mundo, bem
como das expectativas e perspectivas do futuro (LETTNER, 1998).

Normalmente, a TCC é praticada no formato individual (TCCI).


Entretanto, Beck, Rush, Shaw e Emery (1979), relatam a utilização na
modalidade em grupo no tratamento da depressão. Inicialmente esta
adaptação foi motivada buscando atender mais pacientes no mesmo intervalo
de tempo e reduzir o investimento recursos financeiros do sistema de saúde.
Entretanto, esta modalidade da terapia cognitivo-comportamental em grupo
(TCCG) mostrou-se ir muito além da relação custo-benefício desejada. Em
especial, no tratamento dos Transtornos de Ansiedade, existem vários estudos
que comprovam sua eficácia e efetividade. Embora a abordagem em grupo
esteja cada vez mais difundida, existe uma carência na produção de literatura
referente às suas especificidades e às possibilidades que este modelo
proporciona (BECK et al., 1979 apud BIELING et al., 2008).
22

3.2. Transtorno de ansiedade social ou fobia social

A fobia social, também conhecida como transtorno de ansiedade social


(TAS) é classificada no DSM-IV-TR em duas categorias: o generalizado e o
circunscrito. A forma generalizada é a mais irracional, pois os indivíduos sofrem
de ansiedade grave e de maior comprometimento, relacionado a uma série de
situações, como por exemplo: o desempenho em público, interações sociais
em participar de festas, pequenos grupos, iniciarem conversas, etc. Já a forma
circunscrita restringe-se a uma ou duas situações de desempenho tais como:
falar em público, escrever ou comer na presença de outras pessoas. De uma
maneira geral, a fobia social é caracterizada por um medo acentuado e
persistente de uma ou mais situações sociais ou de desempenho. A pessoa
passa a ter medo que suas ações denunciem os sintomas de ansiedade que
lhe sejam humilhantes e embaraçosos, levando isso a produzir uma resposta
de ansiedade intensa pela exposição à situação social temida. Geralmente a
pessoa passa a evitar tais situações ou as suporta com intenso sofrimento
(APA, 2002).

Segundo Picon (2003), até a década de 80, os casos de ansiedade ou


fobia social eram descritos na literatura da área de Psicologia como timidez
patológica, ansiedade de encontro ou mesmo insegurança. O transtorno de
ansiedade social (TAS) recebeu pouca atenção dos pesquisadores durante
muito tempo, somente em meados da década de 80 deixou de ser
negligenciado, passando a ser mais bem estudado. Com a publicação do DSM-
III, a fobia social passou a ser reconhecida oficialmente como um transtorno
psiquiátrico, ganhando a partir daí, o interesse significativo por sua terapêutica,
o que é observado pelo crescente número de publicações sobre o tema a partir
de então. Mesmo assim, a fobia social continua sendo um transtorno mental
que necessita de mais estudos e aprofundamentos que deem conta de
preencher dúvidas existentes e solucionar possíveis distorções produzidas
sobre esse tema (LIEBOWITZ et al., 1985).

Como a fobia social se manifesta entre a infância e a adolescência, é


bem provável que o adiamento ou a procura tardia para tratamento seja devido
o desconhecimento ou uma identificação equivocada da fobia social, que
23

muitas vezes é interpretada como uma timidez ou parte da personalidade do


indivíduo. Na medida em que as situações sociais ficam mais complexas estes
sintomas tendem a se agravarem, trazendo prejuízos em várias áreas na vida
do portador de fobia social. Muitas vezes tais sintomas acabam evoluindo para
comorbidades como: depressão, pânico, adicção e outros transtornos de
ansiedade. Assim, o portador de fobia social acaba desenvolvendo um medo
central de ser avaliado negativamente pelas pessoas, transformando todo
contato social num motivo de intensa ansiedade. Por possuir uma autoimagem
negativa, este indivíduo acaba mantendo e intensificando esse medo, devido
foco excessivo em si mesmo e a autocrítica e a autocobrança a respeito do
próprio desempenho nas situações sociais (LEAHY, 2011).

A ansiedade social é descrita também como uma sensação


desagradável que ocorre quando o indivíduo está em companhia de outras
pessoas, sendo que, este desconforto aumenta na proporção em que
aumentam as formalidades ou em situações em que o mesmo se sinta exposto
à avaliação dos outros. Esta reação também é acompanhada por um desejo de
fugir da situação social. Dessa forma, o indivíduo com fobia social acaba
desenvolvendo comportamentos de evitação e de fuga, incorporando-os de
forma sistemática à sua rotina de vida, fazendo destes comportamentos um
padrão sintomático e crônico do transtorno (CABALLO, 2000 apud D'EL REY &
PACINI, 2006).

O indivíduo com fobia social, ao entrar em contato com situações


temidas, ativa crenças centrais de autoimagem em que ele é inadequado em
termos sociais. Esse procedimento cognitivo dá margem para que ele tenha
alterações cognitivas típicas da fobia social: autoafirmações depreciativas,
avaliação negativa do seu desempenho social, juntamente com um padrão de
exigência excessiva em relação a este desempenho. Somado a isso, estão a
atenção e memória, voltadas para situações de desempenho negativas no
passado e no presente e a presença constante da autoconsciência da sua
exposição pública (CLARK & WELLS, 1995 apud D'EL REY & PACINI, 2006).

Além da ansiedade resultante da percepção distorcida da realidade, são


comuns nos portadores de fobia social as manifestações fisiológicas como:
24

rubor, sudorese, palpitação, tremor nas mãos e urgência em evacuar. Vale


ressaltar que alguns indivíduos com esse transtorno, descrevem apenas uma
autoconsciência constante e medo (RANGÉ, 2001). Buscando contornar essa
situação incômoda, os portadores de fobia social passam a executar
comportamentos com o propósito de reduzir a ansiedade e os sintomas
fisiológicos associados. Os comportamentos decorrentes desta situação
incluem: comportamentos de segurança, inibição das habilidades sociais,
evitações e fuga das situações temidas (KNAPP, 2004).

Conforme Clark & Wells (1995), o comportamento de segurança, citado


anteriormente, são evitações sutis que passam despercebidos, a maior parte
do tempo. Nesta mesma perspectiva, Knapp (2004) relata que os indivíduos
com fobia social utilizam este recurso ao se depararem com as situações
interpretadas como perigosas e eliciadoras de ansiedade. Na busca de
disfarçar seu sofrimento e reduzir essa ansiedade, o indivíduo enfrenta a
situação fazendo uso desses comportamentos para minimizar sua ansiedade.
Todavia, a utilização dessas estratégias acaba impedindo que essa experiência
corrija os pensamentos disfuncionais, por não confirmarem as crenças
disfuncionais sobre os comportamentos temidos (KNAPP, 2004).

Os primeiros modelos explicativos da fobia social se orientavam pela


hipótese na qual o portador destes sintomas inadequados possuiria um
repertório de comportamentos resultante da falta de aprendizado, o que
repercutia na inadequação deste indivíduo às demandas do ambiente
(CURRAN, 1977; SEGRIN & FLORA, 2000 apud LEVITAN et al., 2008).

Atualmente os modelos explicativos da fobia social são mais complexos,


enfatizando especialmente os aspectos cognitivos envolvidos no transtorno. A
partir dessa perspectiva, há uma compreensão de que os indivíduos com
ansiedade social antecipam negativamente a experiência de interação social,
bem como os resultados relacionados a essa situação. Isso é mantido devido à
visão negativa de si mesmo aliado às crenças de serem rejeitados pelos
outros, devido o seu desempenho ou passar por constrangimentos. Assim,
acabam hipervigilantes a sinais que indiquem uma ansiedade visível aos
outros. Esse comportamento acaba contribuindo na formação e manutenção do
25

ciclo da fobia social (BECK et al., 1985; LUCOCK & SALKOVSKIS, 1988 apud
LEVITAN et al., 2008).

Segundo Knapp (2004), é através dos mecanismos de ordem cognitiva,


afetiva e comportamental que o indivíduo com fobia social mantém em
funcionamento esse ciclo vicioso. Os pensamentos distorcidos geram sintomas
de ansiedade, estes sintomas acabam reforçando ainda mais os pensamentos
automáticos, juntamente com o processamento autofocado, aliado aos
comportamentos de segurança esse ciclo se consolida. Assim, o indivíduo fica
impossibilitado de realizar uma avaliação adequada e realista do ambiente que
o leve a corrigir esse padrão disfuncional de pensamentos.

Existe também um modelo cognitivo-comportamental proposto por


Heimberg, Juster, Hope e Mattia (1995), que presume a existência de
predisposição para o desenvolvimento da fobia social na infância ou na
adolescência, a partir de fatores herdados que acabam sensibilizando indivíduo
nos aspectos produzidos nas situações sociais, aprendidos como sendo
ameaçadores.

Tais fatores podem incluir pais com ansiedade social, padrões


exagerados de perfeição no funcionamento, superproteção
e/ou isolamento dos contatos sociais. Estes mesmos autores,
indicam que estes fatores vividos na infância ou adolescência
aumentam a probabilidade de a pessoa entrar em situações
sociais de forma apreensiva, desta maneira sentindo muita
ansiedade ou tentando evitá-las. Estas pessoas formam
cognições de que as situações sociais são perigosas e que a
única maneira de prevenir resultados negativos é evitá-las.
Consequentemente tendem a antecipar uma possível
humilhação e embaraço, e devido a isto evitam as situações
sociais ou de desempenho; e quando não conseguem evitá-las
sofrem em demasia antes e durante a situação (HEIMBERG et
al., 1995 apud D'EL REY & PACINI, 2006).

Na busca de outros fatores relacionados à fobia social, Stein (1998)


pesquisou possíveis fatores que podem estar relacionados às causas desse
transtorno mental. Assim, ficou demonstrado em estudos familiares, que na
fobia social ocorre um padrão de agregação familiar, principalmente do subtipo
generalizada. Observou-se também uma maior ocorrência de fobia social em
26

parentes de primeiro grau, sugerindo que esse transtorno possa ser herdado
geneticamente (STEIN, 1998 apud ITO, 2008).

Segundo Bernik (2004), a fobia social é extremamente complexa na sua


origem e não apenas a uma herança genética, mas também à forte influência
do meio familiar e contexto social. Para a criança, a família se constitui no
primeiro modelo conhecido, e neste ambiente ela observa como seus
integrantes lidam com adversidades, como interpretam o ambiente social, se
são tímidos ou têm muitos amigos. Os filhos de indivíduos com fobia social
constituem o grupo de maior risco para desenvolver esse transtorno, pois
compartilham tanto o ambiente quanto a carga genética dos pais.

Outra questão abordada por Bernik (2004), diz espeito às crianças que
sofrem maus tratos e agressões no ambiente escolar. Tais crianças, que desde
cedo vivenciam experiências de rejeição e sofrimento produzidas pelo
relacionamento interpessoal, acabam mais propensas ao surgimento da fobia
social.

Nesta perspectiva, Knapp (2004) comenta que o indivíduo com fobia


social, apesar de manter sua estrutura de crenças, pressupostos e regras, nele
está intrínseco uma vontade intensa de ser aceito pelas pessoas e de ter um
desempenho aprovado socialmente, mesmo com toda insegurança referente à
capacidade à realização dessa vontade.

Clark & Wells (1995), afirmam além dessa estrutura cognitiva que orienta
o portador de fobia social, existem três fatores inerentes a este indivíduo que
estruturam a dinâmica desse transtorno, que são: a) Critérios próprios e
exagerados de desempenho social (Ex.: “preciso agradar a todos sempre”); b)
Crenças condicionadas sobre a avaliação social (Ex.: “se eu errar, eles irão me
criticar”); c) Crenças não condicionadas sobre si mesmo (Ex.: “sou incapaz, sou
inaceitável, sou anormal ou inferior”) (CLARK & WELLS, 1995 apud KNAPP,
2004).
27

3.3. Técnicas utilizadas pela TCC na fobia social

Segundo Heimberg (2002), a Terapia Cognitiva Comportamental (TCC)


é uma abordagem que possui um perfil educativo, de natureza focal. Em seu
contexto clínico, o terapeuta assume uma postura colaborativa e ativa junto ao
cliente, priorizando suas ações a partir das discussões e levantamentos
realizados durante as sessões e nas tarefas destinadas para casa. Dessa
maneira, a partir da identificação do tipo de fobia social e sua intensidade,
realiza-se um percurso terapêutico com a utilização de técnicas e verificação
dos resultados em cada etapa.

Estudos indicam que, para a FS circunscrita, 12 a 16 sessões


semanais em grupo ou individuais são suficientes para a
redução significativa da sintomatologia. Já para a FS
generalizada, a resposta ao tratamento depende do número de
comorbidades e da gravidade dos sintomas, sendo o
tratamento, em geral, mais prolongado e os resultados mais
limitados (HEIMBERG, 2002 apud ITO, 2008, p.97).

Sobre as modalidades de terapia cognitiva comportamental individual


(TCCI) e em grupo (TCCG), Bieling et al. (2008) chamam a atenção para a
particularidade do processo grupal, que possui técnicas específicas para esse
formato, nas diferentes abordagens terapêuticas. No caso da Terapia Cognitiva
Comportamental, seja ela no modelo individual ou grupal, é imprescindível a
aplicação das técnicas referentes à estrutura da sessão, o foco na tarefa e as
estratégias cognitivas e comportamentais. Em especial na TCCG, soma-se a
estas estratégias o efeito promovido pelo processo grupal, que são os fatores
resultantes das interações interpessoais ocorridas entre os participantes do
grupo.

De acordo com o modelo cognitivo proposto por Clark & Wells (1995), os
objetivos da TCC na fobia social englobam os diferentes aspectos envolvidos
no surgimento e na sua manutenção. Nesta perspectiva, as metas da TCC para
a fobia social buscam reduzir a ansiedade antecipatória e suas reações
fisiológicas decorrentes, corrigir e reestruturar as cognições de autoavaliação
negativa, reduzir a frequência dos comportamentos de evitação e dos
comportamentos de segurança (CLARK & WELLS, 1995 apud KNAPP, 2004).
28

O planejamento do processo terapêutico da fobia social deve ser


precedido por uma entrevista, para que se elabore um panorama da vida do
indivíduo com base nas seguintes informações: a) O resgate histórico da
doença, pontuando seu início e tempo de duração; b) A história familiar e
predisposição biológica; c) As experiências no contexto familiar e escolar; d) Os
relacionamentos sociais, afetivos e sexuais; d) Os sintomas fisiológicos,
cognitivos e comportamentais; e) A identificação das comorbidades; f) Se há
necessidade de avaliação psiquiátrica; g) Que situações eliciam sintomas e
qual o grau de interferência e prejuízo para o indivíduo; h) Como os fatores
ambientais e influência familiar contribuem; i) A ocorrência de habilidades
sociais pré-existentes. De posse dessas informações e a partir da identificação
da intensidade do transtorno fóbico, do grau de esquiva e da disponibilidade, o
indivíduo poderá ser encaminhado para atendimento na modalidade individual
ou em grupo. Assim, o processo terapêutico priorizará inicialmente o
enfrentamento dos sintomas mais intensos, que produzem maior prejuízo e
sofrimento para o indivíduo (ITO et al., 2008).

As principais técnicas que vem sendo utilizadas pela Terapia Cognitiva


Comportamental na fobia social são: reestruturação cognitiva, treinamento de
habilidades sociais, exposição imaginária e ao vivo e técnicas de relaxamento
(HEIMBERG, 2001; LINCOLN et al., 2003 apud D'EL REY & PACINI, 2006).

a) Reestruturação Cognitiva

A reestruturação cognitiva é uma técnica que tem por objetivo o


enfrentamento das crenças disfuncionais, substituindo-as por outras mais
adaptativas. Esta técnica é aplicada aos pensamentos disfuncionais ocorridos
antes, durante e depois da situação social eliciadora de ocorrências fóbicas.
Este processo de redefinição e retificação das cognições distorcidas possibilita
a este indivíduo rever o seu comportamento, onde, na maioria das vezes,
hipervalorizava negativamente uma situação, menosprezando sua capacidade
de enfrentamento. Dessa forma, a reestruturação cognitiva busca
primeiramente a identificação de pensamentos distorcidos, as crenças
condicionais e a crença central do indivíduo, para que, a partir daí o terapeuta
29

tenha uma compreensão maior sobre o funcionamento cognitivo do seu cliente.


Vários estudos mostram que a reestruturação cognitiva é um método eficiente
no tratamento da fobia social principalmente se utilizada conjuntamente com
técnicas de exposição (LINCOLN et al., 2003; CLARK & WELLS, 1995 apud
ITO et al., 2008).

Conforme Ito, Roso, Tiwari, Kendall e Asbahr (2008), na prática clinica, a


técnica de reestruturação cognitiva é realizada pelo cliente sob orientação do
terapeuta, conforme instruções descritas a seguir:

Um diário deve ser utilizado para auxiliar o paciente a registrar


seus pensamentos automáticos distorcidos e a respectiva
ansiedade em uma situação social. A seguir, o paciente é
orientado a observar estes pensamentos com distância e
questioná-los, de modo a perceber suas distorções e corrigi-los
de maneira a baixar a ansiedade gerada por eles. O desafio
dos pensamentos automáticos distorcidos é feito através da
técnica de questionamento socrático, com a revisão de
evidências que confirmem ou não as hipóteses negativas do
paciente (ITO et al., 2008, p. 98).

O questionamento socrático é um método utilizado para guiar o indivíduo


em uma revisão consciente dos seus pensamentos, possibilitando que este
faça descobertas sobre o seu padrão disfuncional de pensar (KNAPP & BECK,
2008).

Com o aprendizado do questionamento dos pensamentos disfuncionais


é possível identificar os erros lógicos ocorridos na fobia social. Segundo
Falcone (2001), os erros mais observados são: a) leitura mental (“ele me acha
incompetente”); b) adivinhação e catastrofização (“se eu tiver que assinar o
meu nome, não vou conseguir escrever”); c) personalização (“eles não estão
me dando atenção. Devo ter falado besteira”) (FALCONE, 2001 apud ITO et al.,
2008).

Na reestruturação cognitiva, os pacientes com fobia social são


ensinados a identificar as cognições disfuncionais, fazer o teste
da realidade e corrigir os conteúdos distorcidos. Basicamente,
as estratégias de reestruturação cognitiva objetivam ensinar ao
paciente as seguintes modificações: observação e controle dos
pensamentos irracionais e negativos, exame das evidências
favoráveis e contrárias aos pensamentos distorcidos e correção
das interpretações tendenciosas por interpretações calcadas
30

na realidade (BECK, 1997; TAYLOR et al., 1997 apud D'EL


REY & PACINI, 2005).

Conforme Ito, Roso, Tiwari, Kendall e Asbahr (2008), a partir do


aprendizado de identificação dos pensamentos disfuncionais, o indivíduo com
fobia social pode reduzir a ação negativa destes pensamentos sobre as
emoções, resultando assim um maior controle e autoconfiança diante de
situações sociais temidas.

Uma vez identificados os pensamentos distorcidos, é possível


encontrar a crença central subjacente que gerou e mantém tais
pensamentos, bem como as crenças condicionais e estratégias
compensatórias que o paciente utiliza para lidar com sua
crença. Para isso, questiona-se o paciente a respeito do
significado dos pensamentos que ele identificou: “O que
significa esse pensamento para você, o que quer dizer a seu
respeito?” (ITO et al., 2008, p. 98).

b) Treinamento de Habilidades Sociais (THS)

O objetivo do Treinamento de Habilidades sociais (THS) é disponibilizar


ao portador de fobia social um repertório de comportamentos que sejam mais
adaptados socialmente. A utilização do THS tem sido indicada para indivíduos
que tenham apresentado ou não dificuldade nas habilidades sociais, pois este
recurso tem se mostrado eficaz na redução dos níveis de ansiedade ocorridos
no contato interpessoal (LINCOLN et al., 2003).

O THS é indicado a indivíduos com fobia social devido à tendência dos


mesmos de apresentarem comportamentos indesejados que, por sua vez,
aumentariam as possibilidades de avaliações negativas por outras pessoas,
levando os mesmos ao fortalecimento da autoimagem negativa. Dessa
maneira, a baixa habilidade social observada nestes indivíduos pode ser
decorrente da falta de conhecimento, falta de habilidade, inibição
comportamental e ou evitação, resultantes do próprio quadro de ansiedade
(HEIMBERG, 2002).

As principais dificuldades comumente descritas pelos pacientes


com FS a serem abordadas incluem: iniciar, estabelecer,
manter e finalizar uma conversa; manter o foco e o interesse no
assunto; tolerar silêncios; eleger temas e saber discorrer sobre
31

o mesmo; mudar o assunto se necessário, estabelecer e


manter amizades (CABALLO et al, 1997 apud ITO et al., 2008,
p. 98).

O THS mostra ao indivíduo um amplo e variado repertório de


comportamentos adaptados socialmente, planejados para cada situação
específica no contexto social no qual ele está inserido (PICON, 2004). Nessa
perspectiva, um dos propósitos do THS é auxiliar o indivíduo na identificação
das deficiências em suas habilidades sociais e reconhecer quais tipos de
comportamentos não estão adaptados socialmente. O THS abrange variadas
ações, tais como: exposição gradual e sistemática às situações sociais
temidas, modelação e dramatização (CAMINHA et al., 2003).

Conforme Bieling, Mccabe e Antony (2008), o THS beneficia de forma


direta os indivíduos com fobia social, pois a partir deste treinamento é possível
lidar de forma adequada com seus conflitos, desenvolver a assertividade,
avaliar a qualidade de sua comunicação não verbal, melhorar sua
apresentação e sua capacidade de consolidar relacionamentos íntimos.

c) Treino de exposição imaginária e ao vivo

As estratégias da TCC mais indicadas para fobia social são a exposição


ao vivo combinada com a reestruturação cognitiva (RANGÉ, 2001). A técnica
de exposição ao vivo é realizada através do confronto direto e gradativo aos
objetos ou situações temidas, sem utilização de técnica de relaxamento na
maioria das vezes. A aplicação desta técnica está baseada na premissa que
considera a ansiedade como uma resposta condicionada, que tende a diminuir
através da habituação que ocorre a partir do processo de exposição
sistemática aos estímulos temidos (BUTLER et al.,1984 apud D'EL REY &
PACINI, 2005).

A exposição nos quadros de Fobia Social tem por objetivo levar


o paciente ao enfrentamento das situações sociais temidas,
mantendo-o psicologicamente engajado, de forma que o
processo natural de condicionamento, envolvido no medo da
situação social, apresente redução da ansiedade desperta por
meio da habituação e da extinção. Elas devem ocorrer de
forma gradual, das situações menos ansiogênicas para as mais
32

ansiogênicas, obtendo-se, assim, um grau de maestria


crescente no paciente, em relação às suas capacidades de
lidar com as situações alvo, aumentado sua autoeficácia, sua
segurança em lidar com as situações sociais e aumentando
sua autoestima (VIANA, 2008, p. 88).

O treino de exposição deve ser precedido pela elaboração de uma lista


em conjunto com o cliente, onde deverão ser informadas as situações temidas,
classificando as mesmas hierarquicamente, desde aquela que causa menor até
aquela que causa maior nível de ansiedade. A partir daí inicia-se a técnica,
pela exposição à situação menos temida, até alcançar aquelas que produzem
maior desconforto. Na técnica de exposição, seja ele ao vivo ou por
imaginação, é necessário que o indivíduo confronte diretamente ou exercite
sua imaginação no enfrentamento das situações temidas (WOLPE, 1973 apud
D'EL REY & PACINI, 2006).

Nos estágios iniciais do tratamento com exposição, as


situações são enfrentadas na companhia do terapeuta, até que
possa ocorrer a habituação da ansiedade no item da hierarquia
que está sendo confrontado. Após a exposição repetida e
prolongada e quando a situação não eliciar mais altos níveis de
ansiedade e desconforto, passa-se ao próximo item da lista de
situações problemáticas. O processo continua até o paciente
poder enfrentar todos os itens da hierarquia com significativa
redução da ansiedade e do desconforto (D'EL REY & PACINI,
2006, p. 272).

O treino de exposição pode ser ao vivo, onde o indivíduo é instruído a


confrontar deliberadamente as situações reais temidas ou por imaginação,
conhecido também como dessensibilização sistemática. A exposição
imaginária também pode ser utilizada para treinar o indivíduo antes que esse
enfrente uma situação real. É muito importante que o terapeuta tenha uma
atenção especial na consolidação da lista de hierarquia das situações temidas,
pois isso pode gerar dificuldades durante o treino de exposição, devido
determinadas situações possuírem a capacidade de eliciar níveis imprevisíveis
de ansiedade, mas de curta duração, interferindo assim no processo de
habituação (ITO et al., 2008).
33

d) Técnicas de relaxamento

Segundo Rangé (2001), o relaxamento é um processo psicofisiológico


que envolve respostas de ordem somática e autônoma, num estado de
aquiescência motora, produzido por estímulos verbais de tranquilidade. Neste
processo de aprendizagem corporal o indivíduo é instruído a reconhecer as
respostas biológicas resultantes do relaxamento a partir da identificação das
partes tensionadas ou relaxadas em seu corpo.

As técnicas de manejo de estresse e relaxamento são


utilizadas no tratamento da FS com o objetivo de fazer com que
o paciente aprenda a ter maior controle das respostas
fisiológicas próprias da ansiedade. Dessa forma, tais técnicas
são bastante utilizadas no tratamento de todos os quadros
ansiosos. No manejo do estresse, o paciente é orientado a
identificar os sinais que indicam um aumento de sua ansiedade
e a utilizar a distração e/ou um exercício respiratório de
maneira a não permitir que a ansiedade aumente (ITO et al.,
2008, p 98).

As técnicas de relaxamento na fobia social são utilizadas no controle dos


sintomas fisiológicos que ocorrem antes ou durante as situações temidas.
Basicamente, essa técnica é composta por exercícios de respiração e treino de
relaxamento. No exercício de respiração o indivíduo é orientado a respirar de
forma ritmada, realizando inspirações e expirações profundas e diafragmáticas.
Já no treino de relaxamento, o indivíduo aprende a tencionar e relaxar
diferentes grupos musculares na busca de conforto e bem estar. Estas técnicas
tem o objetivo de treinar o portador de fobia social para executá-la no
enfrentamento de situações de crise (CAMINHA et al., 2003).
34

3.4. Revisão da Literatura

Esta revisão bibliográfica selecionou 21 estudos, realizados entre os


anos 2004 e 2013, sobre a utilização da TCC como instrumento terapêutico no
enfrentamento da fobia social. Nesta revisão estão incluídos artigos e
monografias que avaliaram a práticas da TCC nas modalidades terapêuticas
individuais e em grupo, bem como os estudos específicos sobre as técnicas
e/ou os efeitos da TCC na fobia social. Vale ressaltar que não foram incluídos
nesta revisão os estudos que abordaram comorbidades da fobia social com
outros transtornos mentais.

Nos 21 estudos, descritos no quadro 1, foi adotado o critério de


ordenação cronológica para facilitar a visualização das produções em cada
ano, destacando-se a síntese dos seus resultados para possibilitar uma rápida
análise destes trabalhos selecionados nesta amostra.

O conteúdo dos 21 estudos dessa revisão bibliográfica abordam as


seguintes temáticas:

 4 são revisões bibliográficas sobre as técnicas utilizadas pela TCC na


fobia social;

 4 abordaram as técnicas e procedimentos utilizados na terapia cognitiva


comportamental de grupo (TCCG);

 3 avaliaram a eficácia da TCC no tratamento da fobia social


generalizada;

 2 avaliaram a ocorrência da fobia social no âmbito acadêmico;

 2 são estudos de caso de processo terapêutico;

 1 avaliou a eficácia da TCC no tratamento da fobia social circunscrita;

 1 avaliou os prejuízos funcionais causados pela fobia social,

 1 realizou uma pesquisa sobre as produções acadêmicas (Teses e


Dissertações) da CAPES;
35

 1 avaliou a importância da reestruturação cognitiva como componente


terapêutico essencial da TCC;

 1 pesquisou a utilização do treino de habilidades sociais (THS) como


componente terapêutico da TCC na fobia social;

 1 pesquisou os modelos e técnicas mais utilizados pela TCC na fobia


social.

Quadro 1. Estudos sobre intervenções da TCC na Fobia Social, ordenados


cronologicamente com a síntese dos seus resultados.
(Continua)
Tema Autor Resultados

Estratégias de Os resultados alcançados reafirmam que a


reestruturação técnica de reestruturação cognitiva para o
PRIULI, R.
cognitiva no tratamento da fobia social é efetiva, utilizando-
M. A. (2004)
tratamento da se também de estratégias combinadas de
fobia social exposição.

Um rápido progresso foi conseguido neste caso.


A paciente seguiu todas as instruções
Tratamento da terapêuticas e manteve um registro completo de
fobia social seu progresso. Na terceira semana de
circunscrita por D'EL REY, G. tratamento, ela era capaz de realizar a tarefa
exposição ao vivo J. F.; Pancini, mais difícil na hierarquia previamente
e reestruturação C. A. (2005) construída, quando acompanhada pelo
cognitiva – Relato terapeuta. Ao final da oitava semana, alcançou
de Caso o objetivo elaborado no início da terapia.
Apenas níveis suaves de ansiedade eram
experienciados ao final do tratamento.

Após 6 meses de tratamento, a paciente


apresentou redução significativa no seu nível de
ansiedade e depressão, assim como
Um estudo de desenvolveu um melhor manejo de habilidades
caso de Fobia sociais e assertividade. Também foi observada
MONTAÑO,
Social à luz da uma diminuição da sua própria exigência ao
P. C. (2005)
Terapia Cognitivo perfeccionismo, a qual possivelmente tenha sido
Comportamental a desencadeadora de sua ansiedade social nas
situações de avaliação. Ao finalizar o
tratamento, a paciente não apresentava os
critérios para o diagnóstico de Fobia Social.
36

Quadro 1. Estudos sobre intervenções da TCC na Fobia Social, ordenados


cronologicamente com a síntese dos seus resultados.
(Continuação)
Tema Autor Resultados

A análise das qualidades psicométricas de15


instrumentos mostrou que os mesmos têm
assegurado boas qualidades psicométricas.
OSÓRIO,
Instrumentos de Contudo, faz-se necessário aprimorar o estudo
F.L.; Crippa,
avaliação do de tais qualidades psicométricas por meio de
J.A.S.;
transtorno de estudos empíricos que tenham por
Loureiro,
ansiedade social delineamento o rastreamento em populações
S.R. (2005)
clínicas e não-clínicas de indivíduos com TAS, e
em pessoas mais jovens, com rigoroso controle
quanto as comorbidades.

Verificou-se que os estudos sobre a eficácia do


treino de habilidades sociais (THS) não
Fobia social e ANGÉLICO,
mantiveram uma homogeneidade de
habilidades A. P.; Crippa,
procedimentos adotados quanto ao número de
sociais: uma J. A. S. &
sessões e técnicas empregadas nas
revisão da Loureiro, S.
intervenções, não oferecendo, portanto, um
literatura R. (2006)
modelo de delineamento típico que possa ser
prescrito para o tratamento de fobia social.

Neste estudo, a terapia de grupo com


treinamento de habilidades sociais (THS) e
reestruturação cognitiva (RC) mostrou-se como
Tratamento da D'EL REY, G.
um tratamento superior ao treinamento de
fobia social J. F.; Beidel,
habilidades sociais usados isoladamente no
generalizada: D. C.;
tratamento da fobia social generalizada. A
comparação Pancini, C. A.
combinação de técnicas (THS-RC) provou ser
entre técnicas (2006)
significativamente mais efetiva nos vários
instrumentos de avaliação ao final do tratamento
de 8 semanas e no follow-up de três meses.

Concluiu-se que o correto diagnóstico e


encaminhamento para o tratamento adequado
Terapia Cognitivo fobia social minimizam, se não todos, pelo
Comportamental D'EL REY, G. menos os principais efeitos negativos que esta
da Fobia Social: J. F.; Pancini, grave condição de saúde mental impõe a seus
Modelos e C. A. (2006) portadores. A TCC e a farmacologia, segundo a
Técnicas literatura científica, constituem-se hoje como as
principais intervenções terapêuticas para os
quadros de fobia social.
37

Quadro 1. Estudos sobre intervenções da TCC na Fobia Social, ordenados


cronologicamente com a síntese dos seus resultados.
(Continuação)
Tema Autor Resultados

Os participantes da pesquisa relataram que,


durante os seminários acadêmicos, sentiram o
FIGUEREDO rosto ruborizado, tremedeiras, palpitações,
Fobia social em
, L. Z. P.; desejo de fuga e insegurança quanto à
estudantes
Barbosa, R. avaliação dos outros. Esses dados são
universitários
V. (2006) compatíveis com os descritos pela literatura que
menciona sintomas similares aos encontrados
como critério diagnóstico da Fobia Social.

Protocolo de D’EL REY,


Neste trabalho estão descritos os protocolos da
Terapia Cognitivo G. J. F.;
TCC para o atendimento de portadores de fobia
Comportamental Greenberg,
social, delineando o passo-a-passo prático
de grupo para P. N.;
desenvolvido em 12 seções, para a modalidade
fobia social Lacava; J. P.
individual e em grupo.
circunscrita L. (2007b)

As evidências encontradas neste estudo


D’EL REY,
Terapia Cognitivo sugerem que a TCCG que deve ser empregado
G. J. F;
Comportamental na assistência a pacientes com fobia social,
Greenberg,
de Grupo no para que os efeitos negativos sejam
P. N.;
Tratamento da minimizados. A TCCG mostrou-se como um
Abdallah, M.
Fobia Social tratamento superior ao realizado com um grupo
H.; Cejkinski,
Generalizada controle placebo de credibilidade (CPC) na fobia
A. (2007a)
social generalizada.

Os trabalhos relativos ao impacto na qualidade


de vida e nas atividades cotidianas constataram
Os prejuízos
MORAIS, L. a presença de insatisfação com a vida e com a
funcionais de
V.; Crippa, J. saúde em pacientes com transtorno de
pessoas com
A. S.; ansiedade social. A análise da literatura apontou
transtorno de
Loureiro, S. para a importância da avaliação dos prejuízos
ansiedade social:
R. (2007) funcionais do transtorno de ansiedade social no
uma revisão
funcionamento cotidiano, por meio de medidas
objetivas.

A Terapia
Ficou evidente que as técnicas têm seu
Cognitivo
potencial, contudo, no que se refere a
Comportamental ANTUNES,
determinados tipos de transtornos como a fobia
e seus efeitos no J. A. A.;
social generalizada e transtornos de Eixo II,
tratamento dos Silva, R. S.
esse potencial fica reduzido e depende de
transtornos da (2008)
intervenções auxiliares, como o uso dos
Fobia Social
medicamentos.
Generalizada
38

Quadro 1. Estudos sobre intervenções da TCC na Fobia Social, ordenados


cronologicamente com a síntese dos seus resultados.
(Continuação)
Tema Autor Resultados

Neste ensaio clínico randomizado, simples-


D’EL REY, G. cego, a terapia cognitivo-comportamental de
Terapia Cognitivo
J. F.; Lacava, grupo (TCCG) foi superior à Lista de Espera
Comportamental
J. P. L.; (LE) no tratamento da fobia social
de grupo na fobia
Cejkinski, A.; generalizada. Em todas as medidas de
social: resultados
Mello, S. L. avaliações, ao final de 12 semanas, os
de 12 semanas
(2008) pacientes que receberam TCCG apresentaram
melhoras superiores aos da LE.

Este estudo concluiu que sintomas


compatíveis com o diagnóstico de fobia social
são prevalentes em adolescentes, com
Fobia social – tendência de maior frequência em meninas.
estudo da FERNANDES, Embora correlação entre fobia social e
prevalência em G. C.; Terra, repetência escolar não tenha sido encontrada
duas escolas em M. B. (2008) no estudo, é provável que os adolescentes
Porto Alegre fóbicos-sociais, sem tratamento adequado,
não conseguirão atingir o nível esperado de
desempenho, com maior índice de sofrimento
e perdas de oportunidades.

Revisão da literatura sugere que a fobia social


é uma condição prevalente e crônica,
ITO, L. M; caracterizada por inibição social e timidez
Roso, M. C.; excessiva. Tanto o diagnóstico como o
Terapia Cognitivo
Tiwari, S.; tratamento desse transtorno são comumente
Comportamental
Kendall, P. C.; determinados pelo nível de incômodo e pelo
da fobia social
Asbahr, F. R. prejuízo funcional. Há consenso geral na
(2008) literatura de que a TCC é eficaz tanto para o
tratamento de jovens como de adultos com
fobia social.

Quando comparada ao grupo controle, a TCC


Eficácia do
MULULO, S. é eficaz na redução dos sintomas de
tratamento
C. C.; ansiedade social, tanto no seu formato padrão
cognitivo e/ou
Menezes; G. quanto nas novas formas de intervenção. A
comportamental
B.; Fontenelle; exceção foi o treino em habilidades sociais,
para o transtorno
L.; Versiani, M. que, isoladamente, não se mostrou eficaz. A
de ansiedade
(2009a) TCC também demonstrou ser superior aos
social.
outros tipos de psicoterapias.
39

Quadro 1. Estudos sobre intervenções da TCC na Fobia Social, ordenados


cronologicamente com a síntese dos seus resultados.
(Conclusão)
Tema Autor Resultados
Não se encontrou consenso sobre a eficácia
TCC, terapias
da associação da terapia cognitiva com
cognitivas e MULULO, S. C.
técnicas comportamentais. Novas técnicas
técnicas C.; Menezes; G.
(tratamento por realidade virtual, tarefa de
comportamentais B.; Fontenelle;
casa via computador e autoterapia com
para o transtorno L.; Versiani, M.
assistência terapêutica) demonstraram
de ansiedade (2009b)
serem tão eficazes quanto aquelas utilizadas
social
na TCC convencional.
A realização dos protocolos de intervenção
A TCC e o treino estruturada em THS é indicada para
LEAL, B. B. K.;
de Habilidades indivíduos com fobia social, buscando a sua
Quadros, S. A.;
Sociais no adaptação no grupo social pela mudança das
Reis, M. E. A.
tratamento da crenças, eliminação dos comportamentos de
(2011)
Fobia Social evitação, auxiliando no manejo das reações
de ansiedade.
Percebeu-se um aumento do interesse na
temática e de pesquisas que buscam
encontrar fatores causadores de fobia social.
Periódicos da Houve também o desenvolvimento de
CAPES: trabalhos referente às comorbidades que são
Perspectiva das tão comuns no transtorno e que usualmente
Dissertações e MARTINEZ, A. são graves e causam severos prejuízos aos
Teses sobre S. et al. (2012) sujeitos. Além dessas duas dimensões de
Transtorno de estudo, encontramos ainda trabalhos que
Ansiedade Social buscam desenvolver instrumentos de rastreio
/ Fobia Social que possuam propriedades psicométricas
confiáveis para que possam ser utilizados na
população, melhorando a identificação
precoce da Fobia Social.

As pesquisas averiguadas demonstraram


variação quanto ao formato e composição da
A Terapia
TCCG para a fobia social e confirmaram, em
Cognitivo
sua maior parte, a eficácia do tratamento. No
Comportamental
ALMEIDA, entanto, poucos estudos abordaram fatores
em Grupo no
Cinthia (2013) terapêuticos grupais. De forma geral a TCC
Tratamento da
em grupo é um tratamento eficaz. No
Ansiedade Social
entanto, quando comparada à TCC individual
em Adultos
ou a tratamentos com ênfase na dinâmica
grupal, a TCCG tem sua eficácia diminuída.

A revisão demonstrou que as técnicas


A Eficácia da principais do tratamento com TCC para a
Terapia Cognitivo fobia social foram: a reestruturação cognitiva
NASCIMENTO,
Comportamental e a terapia de exposição. Todos os estudos
C. M. V. (2013)
no Transtorno de analisados evidenciaram que o tratamento da
Fobia Social fobia social por meio da TCC produziu efeitos
terapêuticos superiores aos esperados.
40

4. DISCUSSÃO

Este trabalho de revisão bibliográfica teve como objetivos buscar as


práticas reconhecidamente eficazes utilizadas pela Terapia Cognitivo
Comportamental no enfrentamento da fobia social e verificar os resultados
descritos nas produções acadêmicas a partir da utilização destes instrumentos
terapêuticos. De modo geral, esta revisão busca constatar a eficácia da TCC
em indivíduos com sintomas de fobia social.

Esta amostra de estudos utilizados nesta revisão bibliográfica indica que


as técnicas utilizadas pela TCC se constituem em importantes estratégias e
instrumentos, sendo na maioria das vezes utilizadas em conjunto,
possibilitando uma adequação em cada caso e a progressão no processo
psicoterapêutico. Nesse sentido, podemos observar na tabela 1 que as
técnicas mais utilizadas em conjunto foram a reestruturação cognitiva e o treino
de exposição.

Conforme descrito na tabela 1, os estudos são muito similares, no que


se refere à aplicação das técnicas terapêuticas da TCC, sendo que as mais
comentadas foram: a) Reestruturação cognitiva, abordada em 16 estudos; b)
Treino de Exposição, abordado em 14 estudos; c) Treino de Habilidades
Sociais, abordado em 13 estudos; d) Relaxamento, abordado em 9 estudos; e)
Psicoeducação, abordada em 9 estudos; f) Tarefas de casa, abordadas em 9
estudos.

Observou-se também que a maioria dos trabalhos selecionados nesta


amostra enfatiza a utilização da Terapia Cognitivo Comportamental na
modalidade individual (TCCI) para o tratamento da fobia social. Referente à
modalidade de grupo (TCCG), constatou-se que apenas 4 dos 21 estudos da
amostra abordaram detalhadamente esta prática. Isso evidencia que há uma
carência de produções acadêmicas e práticas clínicas na modalidade em grupo
(TCCG).
41

Tabela 1. Técnicas e estratégias da TCC abordadas nos estudos pesquisados.

ESTUDO RC EX HS RL PS TC TA FB RV EV

PRIULI, R. M. A. (2004) x x

D'EL REY & PANCINI (2005) x x x

MONTAÑO, P. C. (2005) x x x x

ANGÉLICO, A. P. et al. (2006) x x x x x x x

D’EL REY, G. J. F. et al. (2006) x x x

D'EL REY & PANCINI (2006) x x x x

D’EL REY, G. J. F. et al. (2007a) x x x x x

D’EL REY, G. J. F. et al. (2007b) x x x x

D’EL REY, G. J. F. et al. (2008) x x x x x x

ANTUNES & SILVA (2008) x x x x x

ITO, L. M. et al. (2008) x x x x x x

MULULO, S. C. C. et al. (2009a) x x x x x x

MULULO, S. C. C. et al. (2009b) x x x x x x x

LEAL, B. B. K. et al (2011) x x x x x x

MARTINEZ, A. S. et al. (2012) x x

ALMEIDA, Cinthia de (2013) x x x x x x x

NASCIMENTO, C. M. V. (2013) x x x x

RC: Reestruturação cognitiva; EX: Exposição; HS: Habilidades Sociais;


RL: Relaxamento; PS: Psicoeducação; TC: Tarefas para casa; TA: Treino de Atenção;
FB: Feedback; RV: Realidade Virtual (via internet); EV: Exposição em vídeo.

O estudo sobre TCCG, elaborado por Almeida (2013), relata que as


pesquisas demonstraram variação quanto ao formato e composição da TCCG
para a fobia social e confirmaram, em sua maior parte, a eficácia do
tratamento. No entanto, poucos estudos abordaram fatores terapêuticos
42

grupais. Quando comparada à TCCI ou a tratamentos com ênfase na dinâmica


grupal, a TCCG tem sua eficácia diminuída. Nesta perspectiva, constatamos
que a TCCG ainda necessita desenvolver-se como abordagem terapêutica,
buscando ampliar suas práticas para atender as necessidades terapêuticas
grupais e colaborar na construção de protocolos, técnicas e estratégias
específicas para essa modalidade de atendimento.

O estudo realizado por Fernandes & Terra (2008), buscou constatar a


prevalência da fobia social em escolas de ensino fundamental e concluiu que
sintomas compatíveis são prevalentes em adolescentes, indicando uma
tendência de maior frequência em meninas.

Nesta mesma linha de pesquisa, Figueiredo & Barbosa (2006),


pontuaram relatos de sintomas de fobia social em estudantes do ensino
superior. Concluindo assim, que os dados obtidos a partir dos instrumentos de
avaliação, são compatíveis com os descritos pela literatura que menciona
sintomas similares aos encontrados como critério diagnóstico da Fobia Social.

O estudo de Osório e colaboradores (2005), sobre a utilização de


Instrumentos de avaliação do transtorno de ansiedade social, concluiu que as
qualidades psicométricas dos instrumentos avaliados asseguram boas
qualidades psicométricas. Ressalvando a necessidade de se aprimorar o
estudo de tais qualidades psicométricas por meio de estudos empíricos.

Nesta mesma perspectiva, Morais e colaboradores (2007) abordaram os


prejuízos funcionais em indivíduos com ansiedade social a partir da utilização
de instrumentos de referência para avaliar o impacto desse transtorno nas
ocupações diárias de populações clínicas em comparação a populações não-
clínicas, com as mesmas características sociodemográficas. A análise da
literatura apontou para a importância da avaliação dos prejuízos funcionais do
transtorno de ansiedade social no funcionamento cotidiano, por meio de
medidas objetivas.

Sobre a utilização de técnicas da TCC, o estudo de Priuli (2004)


comenta o tratamento do transtorno da fobia social a partir da reestruturação
cognitiva, possibilita ao indivíduo a criação de pensamentos alternativos, mais
43

realistas e menos catastróficos, resultando no rebaixamento do nível de


ansiedade e menor frequência de comportamentos de segurança. Ao realizar
os procedimentos que caracterizam o modelo cognitivo aliado à técnica de
exposição para o manejo da ansiedade, foram alcançadas mudanças
cognitivas, seguidas de rebaixamento na intensidade do humor ansioso,
resultando em maior adaptação da paciente às situações de sua vida. Estas
mudanças indicam que os resultados alcançados nesse relato de caso
reafirmam que a terapia de reestruturação cognitiva para o tratamento da fobia
social é efetiva, utilizando-se também de estratégias combinadas de exposição.

Ainda demonstrando a utilização das técnicas de reestruturação


cognitiva e exposição, D'el Rey & Pacini (2005) relatam um caso incapacitante
de fobia social circunscrita (medo de escrever em público) de três anos de
duração com rápido progresso, em um curto período de oito semanas de
tratamento. A paciente ao final da oitava semana alcançou o objetivo elaborado
no início da terapia, sendo observados apenas níveis suaves de ansiedade.

O estudo de Leal e colaboradores (2011) apresenta uma proposta de


intervenção baseada na utilização de treino de habilidades Sociais (THS),
seguindo protocolos de intervenção estruturada para indivíduos com fobia
social, buscando assim a sua adaptação no grupo social pela mudança das
crenças, eliminação dos comportamentos de evitação e auxiliando no manejo
das reações de ansiedade.

Já o estudo de Angélico e colaboradores (2006), ao examinar 16


estudos sobre a utilização da THS na fobia social, constatou a inexistência de
um instrumento ou medida padrão para avaliação de habilidades sociais que
confira uma maior validade e confiabilidade aos dados coletados, levando em
conta a diversidade de instrumentos utilizados com este objetivo. No conjunto
de artigos analisados, observou-se também a necessidade de reconhecimento
de um instrumento sistematicamente estudado como “padrão-ouro” para a
avaliação de habilidades sociais e/ou competência social dos indivíduos.

Ainda sobre a utilização do THS no tratamento da fobia social


generalizada, D’el Rey e colaboradores (2006) elaboraram um estudo
44

abordando a terapia de grupo com treinamento de habilidades sociais (THS) e


reestruturação cognitiva (RC). A combinação de técnicas (THS-RC) provou ser
significativamente mais efetiva nos vários instrumentos de avaliação ao final do
tratamento de 8 semanas e no follow-up de três meses. Comparando-se os
dois tratamentos, o grupo que recebeu a combinação de treinamento de
habilidades sociais e reestruturação cognitiva (THS-RC) apresentou, em todas
as medidas de avaliação, uma superioridade na melhora da fobia social em
relação ao grupo que recebeu apenas o treinamento de habilidades sociais
(THS), sugerindo que a combinação destas duas técnicas é um tratamento
efetivo para esta grave condição de ansiedade.

Por fim, os estudos apresentados por Mululo e colaboradores (2009)


apresentam novas estratégias TCC, onde é comparada a eficácia da
autoterapia através de um livro-guia, a terapia via internet e a realização da
tarefa de casa auxiliada por programa de computador como alternativas
promissoras no tratamento para a fobia social. Nesse sentido, essas
intervenções representariam importantes alternativas aumentando a
acessibilidade e a disponibilidade do tratamento. Segundo estes estudos estas
técnicas demonstraram ser tão eficazes quanto aquelas utilizadas na TCC
convencional.

Os estudos apresentados nessa revisão bibliográfica abordaram a fobia


social circunscrita e generalizada nas mais diversificadas manifestações, como:
medo de falar em público; medo de escrever ou assinar o nome em público,
fobia social no trabalho; fobia social em escolas. De um modo geral, a maioria
dos trabalhos apresentam seus resultados indicando significativas melhoras no
curso do processo psicoterapêutico, apontado para a eficácia das técnicas e
estratégias utilizadas pela Terapia Cognitiva Comportamental no enfrentamento
da fobia social.
45

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta revisão bibliográfica possibilitou um olhar mais focado sobre as


técnicas e estratégias utilizadas pela Terapia Cognitiva Comportamental no
tratamento da fobia social. Constatou-se, de uma maneira geral, que esta
modalidade terapêutica, seja no formato individual ou em grupo, tem se
configurado como uma das mais eficazes e a mais requisitada atualmente para
o enfrentamento das variadas formas de fobia social.

Vale ressaltar que a grande maioria das ofertas terapêuticas da TCC


para a fobia social ainda se concentram no modelo individual (TCCI), existindo
assim um vasto campo para o crescimento da modalidade de grupo (TCCG),
onde há ainda uma maior carência de aperfeiçoamento das técnicas e
consolidação de protocolos específicos para este modelo terapêutico.

Essa revisão possibilitou constatar que tão importante quanto a escolha


e o manejo das técnicas é o diagnóstico correto através de instrumentos
apropriados e profissionais preparados na identificação da fobia social. Só
assim, será possível contribuir para a minimização e até cessação dos efeitos
negativos produzidos por este grave transtorno mental aos seus portadores.

Esta revisão bibliográfica também oportuniza a reflexão sobre as


práticas terapêuticas mais eficazes, o conhecimento de novas possibilidades e
a adoção de novos modelos que estão num processo contínuo de
desenvolvimento dentro deste campo de estudo tão relevante na saúde mental.

Reconheço, neste contexto, ter assimilado novos paradigmas no campo


da Psicologia, e ser este o momento disponibilizado para potencializar minhas
capacidades dentro de um espaço de reflexão destinado àqueles que serão os
novos profissionais e porta-vozes da Terapia Cognitiva Comportamental.
46

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