Você está na página 1de 2

Trabalho de Repertório Musical I

Índice e Comentário ao Documentário da BBC “The Age of Discovery”

No Documentário analisado para o presente trabalho é traçada a jornada da música a


partir do zero até ao início do período barroco.
Em pleno século XXI sabemos que o acesso á música está á distância de um botão,
enquanto que não há muito tempo este acesso era impensável: “a música era um sussurro
fraco num deserto de silêncio”, assim é dito no Documentário. No passado, devido ao acesso
á música ser tão escasso, as pessoas poderiam passar semanas sem ouvir qualquer tipo de
música, o que para nós é hoje impensável. (No vídeo é dado o seguinte exemplo: no séc. XIX,
uma pessoa só ouviria a sua sinfonia favorita quatro ou cinco vezes na vida!)
32000 anos a.C. a música para os humanos eram apenas os sons provenientes da
Natureza, como os barulhos feitos pelos animais. No entanto, algumas dezenas de anos á
frente foram descobertos instrumentos como a flauta, em cavernas destes tempos.
Milhares de anos mais tarde, entre 9 mil e 7 mil anos a.C. crê-se que a música era já
utilizada como um elemento essencial (para ajudar no ritmo de trabalho por exemplo) e os
gregos já inseriam a música nas suas “sete disciplinas obrigatórias” nas escolas.
No que diz respeito á música coral, surgiu inicialmente o canto a uma só voz, depois
passaram a misturar vozes de adultos e crianças (sendo que estas cantavam uma 8ª acima), e
no séc. X d.C. existia já o “Organum”, ou seja, havia a ideia de algo polifónico e harmónico.
No âmbito da notação musical aparece a primeira pauta (composta por 4 linhas) e
consequentemente as notas musicais, ideia esta concebida por Guido de Arezzo. É a partir
deste momento que se desenvolve uma escrita que é utilizada até aos dias de hoje. Associado
a esta magnífica criação, surgiu também “o acorde”, por Perotin. Este senhor foi também
muito importante por ter sido o primeiro a escrever música ritmada para coros.
Depois de 600 anos de harmonia, John Dunstaple achou que faltava algo na música e
inseriu a noção de novos intervalos (como a quarta), e também a noção de intervalos
maiores/menores tornando a música muito mais rica! Com isto surgiu a noção de “cadência
final” na música.
Ao nível da instrumentação, no séc. XII d.C. foram inventados/descobertos a cítara, o
alaúde, a viola, e posteriormente o violino, enriquecendo de uma forma única o processo de
evolução da música. No século XV, invertendo agora o panorama de que anteriormente falei,
foram as palavras que passaram a ter principal importância na música, dada primeiramente
pelo compositor Josquin Des Prez.
No Séc. XVII d. C. deixa de ser difundida a música religiosa, sendo que o que se ouvia
mais eram as músicas de caráter popular e tradicional.
No ano 1600, a música tinha-se convertido numa mistura muito rica de música sacra e
secular, instrumental e vocal.
Foi então que nasceu um novo mundo: a Ópera, com “Orfeo” de C. Monteverdi.
“Agora a música estava ao serviço do Drama”, como é dito no Documentário.
100 Anos após Monteverdi surgiu uma nova explosão, com compositores como Vivaldi, Bach e
Haendel, e nasce assim um novo período da Historia da Música: o barroco.
Comentário pessoal

Este Documentário está muito completo, e explica na perfeição a evolução da música


desde os primeiros sons até ao período barroco. Para além de explicar o conteúdo da
evolução da música, mostra-o com diversos exemplos práticos, dando a ouvir muitos excertos
de músicas. Fala-nos também de génios como Guido de Arezzo, Perotin, John Dunstaple,
Josquin Des Prez e Monteverdi, que tiveram um poder decisivo na forma de como se escreve
música até aos nossos dias.

Lista de obras que pertencem ao Documentário:

– “The Marriage of Figaro” de W. Amadeus Mozart (introdução do


documentário);
– Canto em uníssono - “Cantus Planus”;
– “Credo” de Cantus Planus em duas oitavas;
– Canto em quintas paralelas - “Organum”;
– “Ex Rizis Agathis” de Kassia de Constantinopla, a primeira mulher
compositora - canto em quintas paralelas ou com uma nota bordão;
– “Pax Semptitermi xpistus illuxit” de Weichester Troper – 1ª
compilação de organum;
– Canto chão com sistema responsarial;
– “Viderunt Omnes” (1198) de Perotin (Escola de Notre Dame);
– “Deos Poderos” - música trovadoresca;
– “Gaudete”, da coletânea Piece Cantiones (1582);
– Obra de John Dunstable – utilização de terceiras;
– “In Dulce Jubilo” - música religiosa;
– “Miserere Mei” de Josquin des Prés;
– “Et Sidescendero Infernum Ades” - organum melismático;
– “Ein’ Feste Burg” (1528) de Martinho Lutero – hino protestante;
– “Margot Labourez les Vignes” (1554) de Jacques Arcadelt;
– “Flow My Tears” (1600) de John Downland – ayr;
– “L’Orfeo” de Claudio Monteverdi – abertura instrumental;
– “Ó Martiglio, Martiglio, anime mia” de C. Monteverdi – madrigal;
– Obra para coro responsarial de Giovanni Gabrielli;
– Excerto do dueto final da ópera “A Coroação de Pompeia” de Claudio
Monteverdi (1643);
– “As Quatro Estações” - “Verão” de Vivaldi.

Beatriz da Silva Baião, aluna nº 4150106.

Você também pode gostar