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porque estou longe de possuir a perfeição do hábito, e além disso não conheço suficientemente
a teologia mística da Igreja. No entanto, considerando que o mundo inteiro enlouqueceu e a fé
católica praticamente desapareceu da face da terra, até mesmo os conhecimentos de uma alma
insipiente como a minha podem ser de alguma utilidade.
Quando cobrimos a face com as mãos, por exemplo, tal como Moisés fez diante da sarça
ardente, manifestamos a reverência pela qual nos consideramos indignos de contemplar a
majestade divina. E por outro lado, com a coluna ereta, as mãos abertas e a face voltada pro
céu, nos gratificamos no reconhecimento de que todas as coisas pertencem a Deus, inclusive
nossa própria alma e corpo: o qual não concebemos como uma espécie de invólucro provisório
e descartável, e sim como uma parte integrante e indispensável da nossa estrutura ontológica,
digno de ser amado com o amor de caridade por lhe ser possível participar da glória eterna
onde entraremos, se Deus quiser, em plena comunhão com o corpo, a alma e a divindade de
Nosso Senhor Jesus Cristo, associados aos espíritos angélicos e aos santos homens e mulheres
predestinados pelo Altíssimo a compor sua Santa Igreja.
Em primeiro lugar, realizamos o sinal da Cruz: a palavra Pai é marcada com um toque
sobre a testa, a palavra Filho com um toque sobre o tórax e ao termo Espírito Santo
corresponde um toque sobre cada ombro. Com efeito, por esse ato indicamos a relação entre a
cruz de Cristo e a própria Santíssima Trindade: o Deus verdadeiro em nome do qual falamos e
cujo auxílio e testemunho invocamos.
A sua oração íntima deve ser um reflexo sincero do seu estado cognitivo e corporal. E
nesse sentido, se você está cansado, diga que está cansado. E se está confuso, confesse a
própria ignorância. E se está triste, reflita sobre a própria tristeza. Ou seja: não tente encenar
diante de Deus o mesmo teatrinho que você exibe pra sociedade, querendo se fazer de forte e
bonzinho o tempo todo. Saia detrás do arbusto e una-se ao Crucificado, gritando interiormente
"Pai, porque me abandonates?" quantas vezes for preciso, e quem sabe assim você não acaba
descobrindo que, no fundo, Deus nunca te abandonou: mas é você mesmo que se abandona e
se destrói, fazendo do pecado e do autoesquecimento um projeto de vida - ou melhor dizendo,
de morte.
Dentro das trevas interiores, sob o influxo da graça a alma é como um espelho límpido
no qual a ordem da criação se reflete de forma clara e nítida. E assim como Adão permitiu que
Deus passasse diante de seus olhos todos os animais, dando nome a cada um deles,
restaurados pelos sacramentos de Cristo e o poder do Espírito Santo os membros do seu Corpo
Místico permitem que Deus passe diante da inteligência todas as verdades, dando nome
apropriado a cada uma delas, isto é, reconhecendo e confessando as coisas como ela são, por
mais belas ou dolorosas que possam ser.
Deus nos ama e nos conhece até o último fio dos cabelos, e por isso não precisa ser
ensinado sobre o que somos, o que fazemos ou deixamos de fazer. É nós que precisamos do
seu ensinamento.
Quando rezemos não queremos mudar a vontade Deus; pelo contrário, queremos sim
que Deus mude a nossa própria vontade pervertida.
Mais ainda, não rezamos para mudar a vontade imutável de Deus, mas para que Deus mude a
nossa própria vontade pervertida: deve-se sobretudo contemplar o próprio apetite desordenad
Como bem diz o nosso querido Padre Paulo Ricardo de Azevedo, antes de se encontrar
com Deus é preciso encontrar com si mesmo
Deus nos ama como filhos e nos conhece até o último fio
Nós não rezamos para mudar a vontade de Deus, mas para mudar a nossa própria vontade
pervertida: fechamos os olhos para retrair o nosso apetite pela
Deus quer um coração sincero e contrito de quem reconhece os próprios pecados: nada
é mais repugnante do que essa geração dos bonzinhos que acham podem
e a verdadeira arte do agradecimento lhe será dada. Ou seja: não reze pensando queDeposite
todas as suas angústias nas mãos do CriadorMuitas coisas são aprendidas por tentativa e erro,
mas a fé uma virtude sobrenatural que só pode ser concedida pela infusão do Espírito Santo. O
que não quer dizer que alma
que não é uma "humilhação", e sim uma honra: O mistério sublime da Santíssima Trindade é
incompreensível, mas pode ser contemplado indiretamente incompreensível e não pode ser
contemplado diretamente, mas apenas indiretamente: quando proferir a palavra Pai, pense no
universo e em todas as belezas naturais
Trata-se de um simples que encerra Com efeito, cabeça, peito e ombros significam,
respectivamente, inteligência, vontade e ação; por esse ato indicamos a relação entre a Cruz de
Cristo e a própria Santíssima Trindade:
Acima de tudo, deve-se compreender em primeiro lugar que não existe verdadeiro ato de fé
Em primeiro lugar, é necessário o hábito da solidão
Na verdade, sem este culto íntimo é impossível ao homem ser agradável a Deus ou
adiquirir qualquer tipo de virtude. Como diz São Carlos Borromeu, citado por Santo Afonso
Maria de Ligório em seu famoso livro Sobre a Oração, "a oração é o princípio, o progresso e o
complemento de todas as virtudes.". Mais ainda, a oração é a vida da alma, como diz Santo
Agostinho,
Como ensina a tradição budista, três coisas são necessárias para se obter a "iluminação": sila,
samadhi e pranna - o que corresponde aos conceitos de moralidade, meditação e sabedoria.
Os gregos também já sabiam que não existe verdadeira sabedoria sem a prática da
virtude, isto é, a moralidade. E sendo assim, se você é um psicopata mentiroso, desses que
vivem blasfemando compulsivamente contra o Espírito Santo, envolto no conhecimento de
futilidades e escravo dos próprios apetites, incapaz de compreender os seus próprios
sentimentos, então transmitir os mistérios da fé é mesmo pior do que atirar pérolas aos porcos:
pois os porcos ao menos comem as pérolas, enquanto você cospe e vomita sua estupidez sobre
o sangue dos mártires que preservaram as verdades ensinadas por Cristo.
A condição natural mais básica que contribui para o desenvolvimento do hábito da oração é o
hábito da solidão.
De fato, toda a nossa vida interior deve estar fundamentada nesse culto íntimo: pois apenas
diante de Deus o homem encontra-se realmente e cognitivamente situado na estrutura do real.
Nesse sentido, se ajoelhar diante de Deus e conhecer a realidade são uma única e mesma coisa:
pois compreender a realidade significa justamente compreendê-la como a obra de uma
Inteligência Suprema.
Os tolos não compreendem essas coisas e por isso as rejeitam: escravizados ao apetite
sensível e o conhecimento. Com efeito, transmitir os mistérios da fé a essas pessoas que
blasfemam compulsivamente contra o Espírito Santo é pior do que atirar pérolas aos porcos:
pois os porcos ao menos comem as pérolas, enquanto os idiotas cospem e vomitam sobre o
sangue dos mártires e a sabedoria dos doutores.