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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS - UEMG

UNIDADE DIVINÓPOLIS

CORROSÃO NO CONCRETO ARMADO

Angelita Gabriele Santos


Augusto Flávio Rosa Dias
Eduardo Pereira Silva
Erik de Morais Chaves
Hellen Tereza Gato Martins
Izabela Fernanda de Oliveira

Divinópolis
2016
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Angelita Gabriele Santos


Augusto Flávio Rosa Dias
Eduardo Pereira Silva
Erik de Morais Chaves
Hellen Tereza Gato Martins
Izabela Fernanda de Oliveira

CORROSÃO NO CONCRETO ARMADO

Trabalho apresentado à disciplina


Química I do curso de Engenharia Civil
da Universidade do Estado de Minas
Gerais - UEMG
Professora: Gisele Capanema

Divinópolis
2016
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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO....................................................................................................... 3
2. CORROSÃO NO CONCRETO ARMADO............................................................. 4
3. FORMAS DE CORROSÃO NO CONCRETO ARMADO...................................... 5
3.1. Corrosão uniforme.............................................................................................. 5
3.2. Corrosão puntiforme.......................................................................................... 5
3.3. Corrosão intergranular....................................................................................... 5
3.4. Fragilização pelo hidrogênio............................................................................. 6
4. FATORES ACELERADORES DA CORROSÃO NO CONCRETO ARMADO..... 7
4.1. Lixiviação............................................................................................................. 7
4.2. Carbonatação...................................................................................................... 7
4.3. Ácidos.................................................................................................................. 8
4.4. Bases – Reações Álcali-Agregado.................................................................... 9
4.5. Sais....................................................................................................................... 9
4.6. Gás sulfídrico e sulfetos.................................................................................. 10
4.7. Porosidade e Permeabilidade.......................................................................... 11
4.8. Fissuras ou Trincas.......................................................................................... 11
5. REPARO E PROTEÇÃO DO CONCRETO ARMADO....................................... 12
5.1. Proteção Catódica............................................................................................ 12
5.2. Inibidores de Corrosão..................................................................................... 13
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................................... 15
7. CONCLUSÃO...................................................................................................... 17
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1. INTRODUÇÃO

A corrosão equivale-se à deterioração dos materiais pela ação química ou


eletroquímica do meio, sendo associados ou não a esforços mecânicos.
É preciso que o emprego de materiais na construção de equipamentos ou
instalações torne resistentes à ação do meio corrosivo, e apresentem propriedades
mecânicas suficientes e características de fabricação adequadas.
A corrosão incide de maneira diversificada em variados tipos de materiais,
sejam metálicos os aços ou as ligas de cobre, por exemplo, ou não metálicos, como
plásticos, cerâmicas ou concreto.
A partir do tipo de ação meio corrosivo sobre o material, os processos
corrosivos se se classificam em dois grandes possíveis grupos, englobando todos os
casos de deterioração por corrosão.
Contudo, este trabalho tem como objetivo falar sobre a corrosão no concreto
armado, as formas de corrosão que podem ocorrer, os fatores aceleradores e
também sobre as maneiras de como reparar e proteger o concreto armado.
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2. CORROSÃO NO CONCRETO ARMADO

A corrosão das armaduras é a transformação de aço metálico em ferrugem


acompanhado por um aumento no volume. É visto que o este seja a principal causa
da expansão e fissuração do concreto. Os termos vida útil e durabilidade são dois
aspectos muito próximos. A durabilidade é uma qualidade da estrutura e a vida útil, a
quantificação dessa qualidade.
O concreto é um material essencial na construção civil, daí vem á
necessidade da avaliação de sua durabilidade, sendo que a corrosão é uma das
principais manifestações patológicas em estruturas de concreto da atualidade. A
incidência cresce cada vez mais, e com isso consequentemente se associa aos altos
custos envolvidos para a recuperação do material, além de comprometer a
estabilidade estrutural, provocando assim sua deterioração.
Os processos corrosivos se apresentam de diversas formas. No concreto, a
corrosão inicia na despassivação da armadura que faz com que os agentes
agressivos penetrem pela rede de poros existente no concreto.
Os principais processos que ocasionam a deterioração do concreto podem
ser agrupados, de acordo com sua natureza, em mecânicos, físicos, químicos,
biológicos e eletromagnéticos. Na realidade, a deterioração do concreto advém,
muitas vezes, como fruto da combinação de diferentes fatores externos e internos.
São processos complexos e determinados pelas propriedades físico-químicas do
concreto e da forma como esse está exposto. Os processos de degradação influem
no desempenho das funções do material, e por poucas vezes essa mudança se
torna visível. Os três principais sintomas que hão de surgir de maneira isolada, ou
simultânea são: a fissuração, o destacamento e a desagregação.
A análise da corrosão no concreto deve ser feita de modo preciso e cauteloso,
pois provoca não somente a sua deterioração, mas também pode afetar a
estabilidade e a durabilidade das estruturas. A armadura, em si só, não é suscetível
de sofrer corrosão, a exceção de ocorrer a contaminação e a deterioração do
concreto.
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3. FORMAS DE CORROSÃO NO CONCRETO ARMADO

Os processos de corrosão são considerados reações químicas heterogêneas


ou eletroquímica que passam geralmente na superfície. Quando ocorre a
deterioração do concreto por ação química pode-se observar a expansibilidade do
concreto, lixiviação de componentes, ataque do cimento por ácidos, com
aparecimento do aspecto típico do agregado.
A corrosão pode ocorrer sob diferentes formas, e serem apresentadas
considerando-se aparência ou forma de ataque e as diferentes causas da corrosão e
seus mecanismos.
A corrosão eletroquímica do aço empregado em armaduras pode apresentar,
principalmente, as formas de corrosão uniforme, puntiforme, intergranular, e
fragilização pelo hidrogênio.

3.1. Corrosão uniforme


É a da armadura em toda sua extensão, quando exposta ao meio corrosivo.
Ela se processa em toda a extensão da superfície ocorrendo perda uniforme de
espessura.

3.2. Corrosão puntiforme

É a armadura com desgaste localizado sob a forma de pites ou alvéolos. Essa


corrosão se dá em pontos ou pequenas áreas localizadas na superfície metálica
produzindo pentes, que são cavidades que apresentam o fundo em forma angulosa
e profundidade geralmente maior que o diâmetro. É uma das formas mais
destrutivas devido à pequena dimensão dos pites e por ser geralmente escondido
por produtos de corrosão, torna difícil a sua detecção.

3.3. Corrosão intergranular

Ocorre há perda das propriedades mecânicas de um material metálico, em


função da corrosão sob tensão fraturante que é gerada entre os grãos da rede
cristalina. Pode ser provocado por impurezas nos contornos de grão, aumento da
concentração de um dos elementos de liga ou redução da concentração de um
destes elementos na região dos contornos de grão. Quando as armaduras são
submetidas a solicitação mecânicas, podem sofrer fratura frágil, perdendo o material
toda condição de utilização. Além disso, ficam evidenciadas no contorno dos grãos
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as perdas de propriedades mecânicas do material metálico, podendo fraturar ao


menor esforço mecânico.

3.4. Fragilização pelo hidrogênio

Corrosão ocasionada por hidrogênio atômico que, difunde-se para o interior


do aço na armadura, possibilita a fragilização com consequente perda de ductilidade
e possível fratura da armadura.
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4. FATORES ACELERADORES DA CORROSÃO NO CONCRETO ARMADO


Os principais mecanismos que deterioram o concreto armado podem ser
agrupados, de acordo com sua natureza, em mecânicos, físicos, químicos,
biológicos e eletromagnéticos. Na realidade a deterioração do concreto ocorre
muitas vezes como resultado de uma combinação de diferentes fatores externos e
internos. São processos complexos, determinados pelas propriedades físico-
químicas do concreto e da forma como está exposto. Os processos de degradação
alteram a capacidade de o material desempenhar as suas funções, e nem sempre
se manifestam visualmente. Os três principais sintomas que podem surgir
isoladamente ou simultaneamente são: a fissuração, o destacamento e a
desagregação. (SILVA, 2008)

4.1. Lixiviação
Ao processo de dissolução e transporte da cal hidratada dá-se o nome de
lixiviação. A lixiviação é nociva ao concreto por várias razões: com a remoção de
sólidos, ocorre redução na resistência mecânica do material e abre-se caminho para
a entrada de gases e líquidos agressivos às armaduras e ao próprio concreto, além
da penetração de água e oxigênio que normalmente redunda na corrosão de
armaduras em peças de concreto armado ou concreto protendido. (Rosa,Thomaz,
2009)
O concreto produzido com cimento Portland comum é um material bastante
alcalino. Logo após a produção, apresenta pH em torno de 11 ou 12, situação que
não favorece o desencadeamento de reações de corrosão nas armaduras, salvo no
caso de ataque por cloretos. Nessas condições, diz-se que as armaduras se
encontram passivadas, com importante depósito sobre suas superfícies de
hidróxidos de sódio, potássio e, principalmente, cálcio e magnésio. O ar que
respiramos é composto por diversos gases, ou seja, nitrogênio, oxigênio, gás
carbônico e outros em menor proporção. Com a penetração de ar nos poros do
concreto, através de fissuras ou nos espaços oriundos da lixiviação de cal hidratada,
ocorre contato do CO2 do ar com Ca(OH)2 e Mg(OH)2.(Rosa,Thomaz, 2009)

4.2. Carbonatação
O teor de umidade está diretamente ligado a carbonatação. E através da água
que o CO₂ se difundi através dos poros do concreto
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A porosidade do concreto e o item por onde se inicia a carbonatação, pois e


pelos vazios ou fissuras do concreto que penetra o CO₂, o causador da
carbonatação que degrada o concreto armado.
Conforme CASCUDO (1997), nas superfícies expostas das estruturas de
concreto, a alta alcalinidade, obtida através do hidróxido de cálcio, pode ser reduzida
com o tempo, essa redução ocorre pela ação provocada pelo CO₂ do ar entre outros
gases ácidos como SO₂ e H₂S. Este processo e chamado carbonatação, o qual se
inicia através de processo lento, atenuando-se com o tempo. A hidratação crescente
do cimento e os próprios produtos da reação de carbonatação, que dificultam o
acesso de CO₂ do ar para a parte interior do concreto. Segundo a reação:
Ca (OH)₂ + CO₂ → CaCO₃ + H₂O
Podendo também ocorrer reações do tipo
Na + KOH + CO₂ → Na₂ K₂ CO₃ + H₂O
O processo pode ocorrer com diversas reações, mas sempre um dos produtos finais
será carbonato de cálcio (CaCO₃).

4.3. Ácidos
Em ambientes úmidos o CO2, o SO2 e outros gases ácidos presentes na
atmosfera atacam o concreto, dissolvendo e removendo parte da pasta de cimento
Portland endurecido, que não é resistente aos ácidos. (SILVA, 2008)
Os concretos também são atacados por águas contendo CO 2 livre em
terrenos pantanosos, com pH em torno de 4,4, e pelas águas puras com pouco CO 2.
As tubulações com esgotos sofrem deteriorações acentuadas quando os compostos
de enxofre são transformados em H2S por bactérias anaeróbicas. (SILVA, 2008)
Este agente, mesmo não sendo agressivo, sofre oxidação pelas bactérias
aeróbicas, dando como produto final o ácido sulfúrico, sendo que o ataque se
processa acima do nível do líquido. O cimento se dissolve gradativamente e degrada
o concreto. (SILVA, 2008)
A resistência ao ataque químico aumenta quando a superfície está seca antes
de ser exposta. A película de carbonato de cálcio, formada pela ação do CO 2 sobre
cal, obstrui os poros e aumenta a permeabilidade da camada superficial

As superfícies de concreto sujeitas aos ataques químicos devem ser


protegidas com pinturas de borracha, resinas epóxicas e outras barreiras.
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4.4. Bases – Reações Álcali-Agregado


A reação álcali- agregado pode criar expansões e severas fissuras nas
estruturas de concreto. O mecanismo que causa esta reação não é perfeitamente
entendido. É conhecido que certos agregados, como algumas formas reativas de
sílica, reagem com o potássio, sódio e hidróxido de cálcio do cimento, e formam um
gel em volta dos agregados reativos. Quando o gel é exposto à umidade ele
expande- se, criando tensões internas que causam fissuras em torno dos agregados
(umidade interna do concreto em torno de 80%) (ANDRADE, 2005).
O concreto sob reação álcali- agregado exibe em sua superfície um mapa de
fissuras, que permite a entrada de mais umidade, acelerando ainda mais a reação.
Esta reação pode passar desapercebida durante um período de tempo,
possivelmente anos, antes que possa estar evidenciada. Para se confirmar a reação
álcali- agregado é necessário exames com microscopia eletrônica (EMMONS, 1993).
Geralmente ocorrem dois tipos de ataque. O ataque álcali- carbonato,
envolvendo alguns agregados calcários dolomíticos e o ataque álcali- sílica, com
agregados silicosos, como calcedônia, opalas e quartzo tectonizado (FERREIRA,
2000).

4.5. Sais
Os três tipos de reações, baseadas na troca de cátions e que degradam o
concreto formam sais de hidrólise ácida, estas três reações vão ser mais bem
explicadas a seguir.
O primeiro sal a ser explicado são os sais solúveis de cálcio, soluções ácidas
contendo ânions que formam sais solúveis de cálcio são encontradas com
frequência nos processos industriais; ácido hidroclórico, ácido sulfúrico e ácido
nítrico são alguns deles. As reações por troca de cátions entre as soluções ácidas e
constituintes da pasta de cimento geram sais solúveis de cálcio que podem ser
removidos pela lixiviação, degradando o concreto.
O segundo sal a ser explicado são os sais de cálcio insolúveis e não
expansivos, os sais insolúveis de cálcio, resultantes de reações de águas agressivas
que contêm certos ânions, com a pasta de cimento, se não forem expansivos e nem
removidos por infiltrações, não degradam o concreto. A exposição do concreto a
restos de animais em decomposição ou a materiais vegetais, causa a degradação
química do concreto através da ação do ácido húmico.
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O terceiro sal a ser explicado são sais de magnésio, a água do mar, as águas
subterrâneas e alguns efluentes industriais podem conter cloretos, sulfatos e
bicarbonatos de magnésio em concentrações danosas ao concreto. As soluções de
magnésio reagem com o hidróxido de cálcio presente na pasta de cimento Portland,
para formar sais solúveis de cálcio que podem ser lixiviados. O ataque prolongado
de soluções de magnésio pode evoluir até provocar a perda de algumas
características cimentícias, com grande degradação do concreto.

4.6. Gás sulfídrico


É muito comum que a corrosão pela ação do gás sulfídrico ocorra no concreto
presente nos esgotos e em áreas poluídas visto que esta corrosão é decorrente da
atmosfera gerada pela decomposição de rejeitos e materiais orgânicos com teores
elevados desse gás mais conhecido por ter odor de ovo podre.
Muitas bactérias oxidam enxofre ou compostos de enxofre a ácido sulfúrico,
provocando a diminuição do pH e formação de sulfoaluminato de cálcio com
deterioração do concreto e posterior ataque da armadura.
A presença de sulfetos no esgoto pode ter origem na descarga direta de
alguns esgotos industriais nos coletores. Entretanto, sua presença é geralmente
causada pela redução bacteriológica dos sulfatos, os quais são encontrados na água
potável, e cuja concentração aumenta com o uso da mesma pelo homem. Esta
atividade bacteriológica é concentrada numa camada de limo que tipicamente se
desenvolve nas superfícies submersas dos coletores. As bactérias necessitam de
oxigênio para consumir a matéria orgânica e, quando o oxigênio livre não é
disponível, certas espécies obtêm oxigênio do íon sulfato (SO4--), deixando o íon
sulfeto (S--). A reação do sulfeto com a água resulta numa mistura do íon HS- e gás
sulfídrico, H2S. Esse H2S escapa do esgoto para a zona de ventilação do coletor e
para as superfícies acima do nível da água, sendo oxidado bacteriologicamente,
resultando na formação de ácido sulfúrico, H2SO4. Esse ácido H2SO4 ataca o
concreto nas partes superior, transformado o hidróxido de cálcio Ca(OH)2, do
concreto em gesso, CaSO4.2H2O. O ataque desses agentes agressivos ao concreto
diminui sua alcalinidade, despassivando a armadura, ocasionando dessa forma a
corrosão. Quando os coletores são construídos com materiais que não são imunes
ao ataque pelo ácido sulfúrico, como o concreto e o aço, ocorrerá uma corrosão
gradual. (Ludwig, Almeida, 1979). Reação que ocorre: H2S + 2O2 → H2SO4
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4.7. Porosidade e Permeabilidade


A facilidade com qual os líquidos e gases conseguem se movimentar através
do concreto é chamada de permeabilidade e ela se mostra mais em estruturas como
tanques de esgotos, purificadores de gás e em vasos de pressão em reatores
nucleares. Quanto maior os poros capilares do cimento hidratado, maior será a
permeabilidade do concreto.
A baixa permeabilidade aumenta a resistividade elétrica do concreto, o que
impede o fluxo de correntes elétricas entre áreas anódicas e catódicas que causam
a corrosão eletroquímica. Além de tudo, a baixa permeabilidade proporciona uma
proteção física a entrada de substâncias agressivas presentes no meio externo que
podem corroer o concreto.
Contudo, por natureza e desde que bem executado, o concreto pode proteger
a armadura da corrosão através de um bom cobrimento das armaduras, com um
concreto da alta compacidade, com teor de argamassa adequado e homogêneo,
garante, por impermeabilidade, a proteção do aço.

4.8. Fissuras ou Trincas

Um dos principais problemas patológicos das construções, em especial no


concreto armado, são as fissuras e trincas, as quais podem aparecer desde o
processo da concretagem e até mesmo depois.
Quando as fissuras ocorrem, o concreto fica mais propenso ao ataque
corrosivo, pois haverá a penetração de soluções de eletrólitos, gases e correntes de
fuga. Já as trincas se originam do produto da corrosão - o óxido de Ferro (III)
hidratado (F2O3H2O) – o qual, dependendo do volume, exercerá pressão sobre o
concreto, acarretando seu lascamento ou fratura.
Há várias maneiras de proteger e inibir a corrosão, porém, as fissuras são
patologias próprias e inevitáveis no Concreto Armado e que podem se manifestar
em qualquer fase do concreto desde o lançamento até o concreto já endurecido.
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5. REPAROS E PROTEÇÃO DO CONCRETO ARMADO


Depois de caracterizada a ocorrência de processo corrosivo com deterioração
do concreto, deve-se analisar um levantamento de dados de forma a identificar a
origem e o agente causador. Com base nesse levantamento, são tomadas medidas
de intervenção para reparar ou reforçar as estruturas danificadas. A execução é feita
seguindo algumas etapas:

 Retirada dos materiais deteriorados;


 Se não houver comprometimento da armadura, pode-se repor o concreto ou
aplicar argamassas de base epóxi, para preenchimento de cavidades;
 Se houver comprometimento de armadura e da massa de concreto, é usual
soldar nova armadura e usar, em caso de extensão do reparo, concreto
projetado.

As medidas de proteção a fim de evitar corrosão em concreto armado são de


várias naturezas. Algumas medidas são tomadas na fabricação do cimento e do
concreto, e outras após a montagem final.
Para um bom desempenho das medidas de proteção devem-se ter materiais
de qualidades, previsão da agressividade do meio ambiente sobre a estrutura
montada, execução correta do projeto para o ambiente, etc.
As principais medidas utilizadas para proteger a armadura do concreto
armado contra corrosão são: utilização de aditivos inibidores de corrosão; proteção
catódica da armadura; revestimentos da armadura através de um depósito a base de
zinco ou de uma camada polimérica; substituição da armadura de aço carbono por
materiais resistentes a corrosão, tais como aço inoxidável, e compósitos poliméricos
reforçado com fibra de vidro, além do revestimento do concreto com recobrimentos
protetores.

5.1. Proteção Catódica


Reconhecida como a técnica que melhor protege a corrosão das armaduras
em estruturas expostas a ambientes agressivos e expostos a ambientes marítimos.
A implementação de proteção catódica, é feita durante o processo de construção da
estrutura, sendo geralmente por corrente impressa, mas também existem sistemas
que utilizam o princípio da proteção catódica galvânica evitando a corrosão
prematura ou então diminuindo um processo corrosivo em curso. A proteção
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catódica por impressão tem como função transferir a corrosão a um ânodo


enterrado. Porém, ele utiliza uma fonte externa de energia, de corrente contínua,
chamada de retificador. Dessa forma, se faz a ligação entre o ânodo instalado no
solo e a tubulação (cátodo) a ser protegida.

5.2. Inibidores de Corrosão


Inibidores de corrosão são produtos químicos adicionados a massa de
concreto, diminuindo a velocidade de corrosão sem alterar significativamente a
concentração de qualquer agente corrosivo. No entanto, o inibidor não deve
prejudicar as propriedades químicas e físicas do concreto, como a sua resistência
mecânica. A utilização de inibidores de corrosão é considerada por muitos autores
como um dos melhores métodos para a proteção contra a corrosão.
Para um bom resultado na utilização de inibidores é preciso considerar alguns
aspectos: a causa da corrosão; o custo de sua utilização; as propriedades e
mecanismo dos inibidores, e as condições adequadas de adição e controle. E assim
classificados segundo a sua função em anódicos, catódicos ou mistos.
Muitas são as vezes em que um Engenheiro Civil encontra-se diante de
algum problema de corrosão de armaduras nas estruturas de concreto armado.
Apesar de um concreto de qualidade proporcionar excelente proteção anticorrosiva à
armadura, a agressividade do meio pode propiciar condições para a perda ou
ruptura dessa proteção, através dos fenômenos da carbonatação e de contaminação
por cloretos no concreto de cobrimento de armadura.
A carbonatação ocorre principalmente em lugares com grande concentração
de gás carbônico (CO2) tais como túneis e viadutos.
Numerosos aditivos químicos orgânicos e inorgânicos tem sido objeto de
estudo para utilização como inibidores específicos da corrosão do aço. Os efeitos
dos inibidores baseiam-se na ruptura do circuito eletroquímico formado pela célula
de corrosão.
Destaca-se na indústria a ampla utilização de inibidores à base de Nitritos
(NO2) como, por exemplo, o Nitrito de Sódio que é utilizado mais frequentemente.
São comumente empregados como método preventivo, pois não exigem mão-de-
obra especializada e possuem baixo custo em relação a outras soluções. Os
inibidores são adicionados à água de amassamento.
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É necessário conhecer e utilizar teores específicos para cada inibidor, tendo


em vista que a adição de uma concentração errada de inibidores pode causar
aceleração no processo corrosivo. Devido a essa condição são intitulados inibidores
perigosos.

Danos ao Concreto devido à Corrosão das Armaduras


Carbonatação Cloretos Corrosivos
 Reação do dióxido de carbono  Cloretos aceleram o processo
(CO2) com a atmosfera com o de corrosão,
hidróxido de cálcio presente na independentemente das
água dos poros do concreto causas originais.
 CO2 + Ca(OH)2 -> CaCO3 +  Teores entre 0,2% e 0,4%
H2O podem quebrar a película
passiva de óxido das barras.
 Solúvel com pH 12-13 ->  Cloretos estão presentes em
Quase insolúvel com pH9 atmosferas marinhas e sais de
degelo
 Armadura passivada ->  Tem o uso como aceleradores
Armadura desprotegida. de pega em concreto armado
proibido.
 O concreto mal curado possui  Em função da grande costa
microfissuras que facilitam a marítima do Brasil, a ação de
entrada do CO2. íons cloretos é a mais
significativa, deteriorando
estruturas e levando a
necessidade de manutenções
periódicas.
Tabela 1. Os Danos ao Concreto devido à Corrosão das Armaduras.

Origens dos Danos no Concreto


Mecânicos Químicos
 Impacto, vibração e explosão.  Reação álcali-agregado.
 Abrasão.  Ataque químico.
 Desgaste.  Ação de bactérias.
 Sobrecarga.  Ação de gelo/degelo.
 Terremotos.  Expansão por cristalização de
sais.
Tabela 2. As origens dos Danos no Concreto.
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6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ANDRADE, T. Tópicos sobre Durabilidade do Concreto In: ISAIA, Geraldo
Cechella (Ed.) Concreto: Ensino, Pesquisa e Realizações. São Paulo: IBRACON,
2005. v. 1, cap. 25, p. 752- 792. ISBN 85- 98576- 04- 2

CASCUDO, O., 1997. O controle de armaduras em concreto: inspeção e


técnicas eletroquímicas. 1ª ed. São Paulo: Pini. 237 p. ISBN 85-72660-080-1.

CASCUDO, Osvaldo. Estrutura de Concreto com Problemas de Corrosão da


Armadura. Capítulo 35. pg. 1071-1108. São Paulo: IBRACON, 2005. V.2.

DINIZ, F. E. G., 2001. Corrosão de materiais metálicos ferrosos empregados em


dutos coletores de esgotos. 139 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia
Mecânica) – Universidade Federal da Paraíba, João Pessoa.

FERREIRA, Rui Miguel. Avaliação dos ensaios de durabilidade do betão. 2000.


246 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil) – Escola de Engenharia,
Universidade do Minho, Braga, 2000.

HELENE, Paulo Roberto do Lago. Corrosão em Armaduras para Concreto


Armado, São Paulo: Pini, 1986

LIMA, M.G. Influência dos componentes do concreto na corrosão das


armaduras. Porto Alegre, 1990, 133p. Dissertação (Mestrado). CPGEC.
Universidade Federal do Rio Grande do Sul.

Ludwig, R. G.; Almeida, S. A. S., 1979. “Controle da corrosão por sulfatos no


projeto de interceptores de esgoto”. Revista D.A.E., São Paulo. 34(121): 70-81.

RAMACHANDRAN, V.S. Concrete Admixture Handbook – Properties, Science


and Technology. Noyes Publications, N. Jersey, 1984, p.540-547.
16

SILVA José Lapa Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Engenharia,


Departamento de Engenharia de Materiais e Construção, Curso de Especialização
em Construção Civil, PATOLOGIA, RECUPERAÇÃO E REPARO DAS
ESTRUTURAS DE CONCRETO, Belo Horizonte, 2008

SILVA, Paulo Fernando A. Durabilidade das estruturas de concreto aparente em


atmosfera urbana. 1. ed. São Paulo: Pini, 1995. 152 p. ISBN 85- 7266-043- 7
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7. CONCLUSÃO
Este trabalho teve como um dos seus objetivos falar de como ocorre a
corrosão de estruturas de concreto, buscando entender os fatores influem neste
processo, os tipos de corrosão de podem ocorrer e quais mecanismos podem ser
usados para a proteção e reparação. Portanto, chegamos as seguintes conclusões:

 Depois de iniciada a corrosão, o único meio seguro de parar o processo e


proteger a estrutura é pela proteção catódica.

 O principal causador corrosão de armadura do concreto, por unanimidade dos


autores consultados é o CO2.

 A corrosão que ocorre é um processo eminentemente eletroquímico.

 Geralmente a corrosão do concreto irá acontecer devido à interação entre o


concreto e o meio ambiente.

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