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Aprenda a falar em público

Módulo I

Parabéns por participar de um curso dos


Cursos 24 Horas.
Você está investindo no seu futuro!

Esperamos que este seja o começo de


um grande sucesso em sua carreira.

Desejamos boa sorte e bom estudo!

Em caso de dúvidas, contate-nos pelo


site

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Atenciosamente,
Equipe Cursos 24 Horas
Sumário

Introdução..................................................................................................................... 3
Unidade 1 – Abordagem inicial..................................................................................... 4
1.1 – Motivos para comunicar-se bem ....................................................................... 5
1.4 – Conhecendo o terreno..................................................................................... 16
Unidade 2 – Recursos audiovisuais ............................................................................. 19
2.1. – Recursos audiovisuais e multimídias.............................................................. 20
2.2 – Slides:............................................................................................................. 25
2.3 – Utilizando os recursos durante a apresentação ................................................ 29
2.4 – Microfone....................................................................................................... 29
2.5 – Salas e auditórios............................................................................................ 31
Unidade 3 – Tratando do público: Conhecer, conquistar e lidar ................................... 34
3.1 – Retórica.......................................................................................................... 35
3.2 – Perdendo o medo do público e conquistando a credibilidade........................... 36
3.3 – Conhecendo a plateia...................................................................................... 37
3.5 – Respondendo às dúvidas da plateia ................................................................. 40
3.6 – Lidando com eventuais situações de hostilidade ............................................. 41
Conclusão do Módulo 1 .............................................................................................. 43
Introdução

A comunicação pode ser definida como uma ferramenta de integração e troca


entre as pessoas. A capacidade de comunicar-se em diferentes situações imprime uma
marca pessoal positiva nas relações humanas, levando ao fortalecimento de carreiras,
com uma habilidade notada e apreciada pelos outros. Saber expor ideias e opiniões
podem, inclusive, garantir um bom emprego.

No entanto, expor-se pode não ser uma tarefa fácil. Principalmente quando se é
convidado a realizar uma palestra, fazer uma reunião, ou apresentar um projeto. Isso
porque a maior parte das pessoas tem medo de falar em público.

Neste curso, você vai conhecer as razões para comunicar-se bem, como reduzir o
nervosismo, e como organizar e realizar uma boa apresentação.

Além disso, você vai aprender a como utilizar os recursos multimídias a seu favor,
e extrair o melhor desses recursos. Você ainda vai aprender a utilizar a linguagem
corporal e qual a importância de uma boa aparência na hora de uma apresentação.

Estude com atenção e dedicação para que você possa tornar suas palestras
agradáveis e proveitosas e ser reconhecido pelas suas ideias.

Bons estudos!

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Unidade 1 – Abordagem inicial

Olá, aluno(a)!

Na primeira unidade deste curso serão apresentados os motivos para comunicar-


se bem, com foco em diversas áreas, como o autoconhecimento e as oportunidades
profissionais.

Você também vai aprender sobre o medo de falar em público, quais são os
sintomas mais frequentes e como ele pode contribuir para o fracasso de sua
apresentação. Além disso, você vai ver como tratar seu público e como deve agir o
comunicador perfeito.

Bons estudos!

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1.1 – Motivos para comunicar-se bem

O objetivo desta apostila é


ajudar você a falar melhor em
público. Estamos focados a ajudá-
lo(a) a realizar uma apresentação
séria e competente, investindo,
principalmente, em seu poder de
expressão e de comportamento
diante do outro. No entanto, para
que o nosso objetivo seja atingido,
precisamos entender alguns
conceitos básicos como, por
exemplo, o que é a comunicação,
elemento fundamental e originário de todas as relações que temos com o mundo. É a
partir dela que advém o sucesso de nossas apresentações.

Existe uma brincadeira bastante popular no Brasil chamada “Telefone sem fio”.
Essa brincadeira consiste em, numa roda de diversas pessoas, transmitir, por meio de
cochichos, uma palavra. A última pessoa que recebe essa palavra deve dizê-la em voz
alta, para que o resultado seja comparado com a palavra inicial. De modo geral, apesar
do empenho de todos da
roda, a palavra final chega
deformada e muito
diferente da original.

A partir desta
explicação podemos
concluir que a
comunicação nada mais é
do que o ato de transmitir
e receber ideias.

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Em contrapartida, podemos também concluir que, muitas vezes, esta
comunicação é falha e pode ter resultados desastrosos. No caso do Telefone sem fio, é
justamente essa deformação da informação original que causa o riso, mas, na vida real,
a falha na comunicação pode causar uma série de problemas e desentendimentos que
podem ocasionar sérias consequências.

Por isso, quanto melhor e mais eficaz for nossa comunicação, melhor será a
convivência que teremos com as pessoas, bem como melhor seremos compreendidos.
Do mesmo modo, quanto maior for a compreensão da informação que queremos passar,
menor serão as falhas.

Além disso, quando a comunicação é feita com eficiência, menores são as


chances de termos que nos ocupar mais de uma vez com uma ação. Imagine um trabalho
que dependa exclusivamente da comunicação interna e externa dos colaboradores. Se a
comunicação não for eficaz, é bem provável que a informação chegue com falhas e,
portanto, são grandes as chances dos colaboradores levarem mais tempo em um
trabalho, pois precisarão corrigir esses erros na comunicação, o que gera perda de tempo
e de dinheiro.

Devemos ter em mente que a comunicação é uma habilidade que depende de


recursos subjetivos para ser aperfeiçoada, tais como controle emocional e traquejo
social. Ela é considerada a habilidade mais importante nos dias de hoje, pois todos
dependem dela, independente das funções que exercem.

Essa habilidade é a principal responsável pela realização de nossos objetivos,


pois sempre que queremos algo, precisamos nos comunicar com alguém, mesmo que
seja apenas com nós mesmos. Além disso, ela é um diferencial competitivo, pois é
exigida a todo momento da vida profissional e pessoal. É por meio da comunicação que
persuadimos, convencemos, motivamos e ensinamos alguém. Por isso, aprimorando esta
capacidade podemos usar e valorizar o nosso potencial, realizarmo-nos pessoal e
profissionalmente, mostrarmos ao mundo como realmente somos e, com isso, sentimos
bem com nós mesmos.

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Esperamos que ao ter chegado aqui você já esteja bastante convencido sobre a
importância da boa comunicação e animado para começar a aprimorar sua habilidade
comunicativa. Agora, caso você ainda não esteja convencido(a) das vantagens de uma
boa comunicação, veja abaixo o que você pode ganhar melhorando-a:

• Autoconfiança: Diretamente
relacionada ao autoconhecimento, a
autoconfiança é uma grande aliada na
comunicação. Quando reconhecemos
nossos pontos fracos e investimos nos
nossos pontos fortes, podemos direcionar
melhor nossas ações, o que melhora nossa relação com os nossos interlocutores.

• Liderança: Para ser líder é preciso demonstrar habilidades e pontos de vista,


compreender a necessidade do outro, estimular e fortalecer o trabalho em
equipe. É por meio de uma boa comunicação que os talentos do líder afloram e
asseguram-lhe uma posição de confiança.

• Oportunidades profissionais: Já dissemos que a comunicação é um diferencial


competitivo. Comunicando-nos eficientemente mostramos o que sabemos.

• Criatividade: As pessoas mais abertas às comunicações conseguem resolver


melhor os problemas, pois tendem a diversificar suas culturas. Além disso,
estabelecem novas conexões e relações entre os fatos.

• Flexibilidade nas relações interpessoais: Por meio de uma comunicação


aflorada desenvolvemos a capacidade de filtrar informações, detectando, assim,
as que são mais importantes, e excluindo as que não são. Essa capacidade nos
permite compreender melhor as pessoas e aprimorar nossos relacionamentos.

• Vitória sobre os nossos desafios: Tendemos a resolver melhor as nossas


dificuldades quando nos comunicamos melhor, pois, com a comunicação

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desenvolvida, temos uma visão mais ampla dos problemas e conseguimos
visualizar com mais facilidade estratégias e soluções.

1.2 – O medo de falar em público

Você viu no tópico anterior a


importância da comunicação e porque
devemos incluí-la da melhor forma em
nossas vidas. Conhecer essa informação
foi o pontapé inicial que demos para a
realização do nosso objetivo: aprender a
falar em público.

No entanto, de nada nos adiantará saber a importância da comunicação e as


técnicas para realizarmos uma boa apresentação, se não explorarmos o principal
causador do nosso fracasso, tanto na comunicação, quanto nas apresentações que
realizamos: o medo. Por isso, esta parte do curso tem como objetivo dedicar-se em
explorar o que é o medo e o que é o medo de falar em público.

Imagine-se em um grande auditório cheio


de pessoas que vieram assistir a uma apresentação
sua. Ao subir no palanque e ligar o microfone, a
plateia faz um silêncio absoluto e todos passam a
olhar com interesse para você, esperando com
ansiedade o que tem a dizer.

Se, ao pensar nesta situação, você sentiu


tensão, nervosismo, timidez, olhar perdido, boca
seca, tremedeira, mãos suadas, vontade de
desistir, adrenalina, medo, pernas bambas e nó na garganta, não se preocupe: você é
absolutamente normal!
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De acordo com uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, foi descoberto que
mais de 60% das pessoas de todo o mundo tem medo de falar em público. Esse medo é
tão grande que supera até o medo da morte.

Mas antes de falarmos sobre o medo de falar em público, precisamos entender o


que é este sentimento e como ele nos afeta quando tememos nos expor. O medo é um
mecanismo de defesa que existe desde o homem primitivo. Ele serve para nos alertar
sobre um perigo e nos preparar para uma eventual fuga. Assim, o nosso corpo e a nossa
mente descarregam uma alta quantidade de
adrenalina cada vez que pressentem uma situação
de risco.

Por exemplo, quando um homem primitivo


via um animal perigoso, como um leão, sentia
medo, fazendo com que a adrenalina fosse
descarregada, tornando-o hábil para fugir. No
entanto, hoje em dia, o homem aprendeu a
reconhecer o perigo em outros homens: nos colegas de trabalho, no chefe, em
recrutadores e grandes plateias. Portanto, quando vamos nos apresentar diante de outra
pessoa – seja em uma entrevista, uma reunião ou a apresentação de um projeto – e
sentimos medo, também recebemos uma descarga de adrenalina, ainda que não
possamos, e nem devamos, fugir. É neste momento em que os sintomas que listamos
acima, como suor e boca seca, aparecem.

Mas, você deve estar se perguntando, por que o medo aparece na hora em que
vamos realizar um discurso ou uma apresentação? Podemos dizer que os motivos são
diversos, embora seja possível citar, como principais, três deles: a falta de
conhecimento no assunto, a falta de autoconhecimento e a ausência de prática em
falar para um público.

A falta de conhecimento sobre um assunto que precisamos desenvolver nos leva


a caminhar por um terreno desconhecido. Esse terreno, por sua vez, nos faz sentir medo,
afinal, não estamos falando com propriedade sobre alguma coisa e sabemos que o
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público para quem falamos pode nos desmascarar a qualquer momento. Muitas vezes,
no entanto, conhecemos bem um assunto, mas acreditamos no contrário. Essa sensação
negativa também nos leva a sentir medo de sermos desmascarados. É por causa dela que
somos tomados por um súbito esquecimento, que faz com que pareçamos
despreparados. O que não é verdade.

Este tipo de
sensação negativa é o
principal fruto da falta de
autoconhecimento.
Imaginamos, normalmente,
que somos um orador
diferente do que o nosso
público vê. Baseamo-nos
em experiências pessoais
para criarmos uma imagem
pessoal negativa – e muitas
vezes falsa – de nós
mesmos. Como
consequência, achamos que
a nossa plateia nos censura,
o que nos assusta e libera
uma nova descarga de adrenalina.

Já a falta de prática em falarmos para um público também nos causa a sensação


de que caminhamos em terrenos desconhecidos e movediços. Como já vimos, essa
sensação nos traz insegurança, já que estamos realizando uma atividade na qual não
temos prática e/ou conhecimento frente a um público desconhecido. Preocupados em
falhar diante desse público, sentimos medo.

Até agora vimos os três principais motivos pelos quais sentimos medo de falar
em público. No entanto, outros sentimentos podem estar presentes, como
perfeccionismo, sensação de ridículo, instabilidade emocional, desmotivação para
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superar desafios e cobranças internas ou externas. O que devemos ter em mente é que,
independente da razão pela qual sentimos receio de falar em público, não devemos nos
deixar abater, pois estas barreiras, quando não superadas, podem, inclusive, podar o
nosso sucesso profissional e pessoal.

A habilidade da comunicação, ou seja,


o ato de falar em público, é um símbolo de
poder e autoridade. É a competência esperada
pelos líderes e bons profissionais, já que quem
sabe explicar suas ideias de maneira clara e
organizada é visto como porta voz de
colaboradores e tem sua posição de líder
assegurada. É uma habilidade que exige
disciplina, perspicácia e sensibilidade, além de
ser imprescindível para um gerenciamento de qualidade. Comunicar-se diante de uma
plateia deve ser antes um ato prazeroso, não um castigo.

1.3 – O comunicador perfeito

Se alguém lhe pedir para fazer uma palestra em público, qual será a sua reação?
Bem, já vimos que provavelmente você entrará em pânico, como a maioria das pessoas.
Estamos agora diante de sentimentos conflitantes: de um lado você sabe que comunicar-
se bem pode levá-lo(a) a galgar melhores posições, de outro, no entanto, o medo de
falhar, as cobranças e a falta de prática fazem você rejeitar com veemência a ideia de
expor-se.
Para resolver este impasse, você deve pensar em como vem agindo e como
gostaria de agir. Veja a tabela na tabela a seguir e identifique qual é o seu estado atual, e
o estado desejado.

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ESTADO ATUAL ESTADO DESEJADO

Fica incomodado em falar na frente de Sentir-se seguro e confortável para falar em


alguém, sente vergonha e falta de público.
confiança, desconfia do julgamento da Ter consciência que seus conhecimentos
plateia, e sente-se chateado com a podem motivar, influenciar e liderar pessoas.
sudorese, a gagueira e as pernas bambas.
Sente medo e desconforto. Conquistar a segurança para falar, fazer
Frequentemente repete que não é capaz perguntas, ler um texto em voz alta.
de fazer uma apresentação, que isso não Descobrir quais são suas qualidades e talentos
faz parte da sua personalidade. e aprender a usá-los em seu favor.
Por isso, foge da realidade, esquivando- Reconhecer que o investimento que fez em
se as responsabilidades e oportunidades, sua formação o tornou capacitado para a
inventando desculpas para isso. atividade em que foi requisitado.
Não acredita no próprio talento e
conhecimento.
Você consegue se expor em público, mas Dominar técnicas para fazer boas
não consegue ser objetivo. apresentações, com organização e
Quando alcança a objetividade, não planejamento.
consegue fazer com que sua apresentação Aprender a utilizar os recursos multimídias
se torne interessante, fazendo com que o em seu favor.
público perca o interesse no que você Falar com entusiasmo e emoção, conquistando
está falando. a plateia e a fazendo interagir com sua
apresentação.

Observe que, de um modo geral, os motivos pelos quais não conseguimos atingir os
nossos objetivos são a falta de confiança e o sentimento de inferioridade. Estas

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sensações negativas nos impedem de realizar um trabalho de qualidade, principalmente
quando estamos diante do público. Para falar bem é fundamental que características
como naturalidade e desenvoltura, criatividade e flexibilidade estejam presentes em nós
mesmos, pois, assim, elas se refletirão em nosso discurso. Além dessas características,
existem outras que não podem faltar para uma pessoa que deseja falar bem em público,
veja abaixo:

• Segurança ao comunicar-se com superiores;

• Poder de venda, negociação e persuasão;

• Simpatia e carisma;

• Capacidade de liderança;

• Brilho pessoal ao falar;

• Mais satisfação e prestígio pessoal;

• Sentir-se uma pessoa mais realizado (a);

É importante que você veja quais dessas características estão faltando para que você
se torne um bom profissional e um excelente comunicador. Afinal, o comunicador
perfeito é aquele que fala bem e se faz entender em toda e qualquer situação: formal ou
informal, quando fala para um pequeno grupo e para um grande grupo etc. Sempre com
fluidez e sofisticação.

Qualidades e defeitos dos bons comunicadores

Você, com certeza, já deve ter participado como espectador de apresentações de


variados tipos. Por isso, você já deve ter observado diferentes tipos de apresentadores,
dos mais extrovertidos e carismáticos, aos mais arrogantes e tímidos. Existem,

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naturalmente, oradores que reúnem uma série de qualidades positivas e outros que, em
contrapartida, exageram em características negativas. Observar essas qualidades e esses
problemas é muito importante, pois podemos, a partir da exposição dessas
características, identificar onde estamos errando, e o que valorizamos e não
conseguimos ver em prática. Veja abaixo alguns tipos positivos de comunicadores:

Exemplos de bons comunicadores:

• Bem informado: esse


comunicador fala com
propriedade do tema
escolhido e consegue
relacioná-lo com
diversos outros temas,
trazendo sempre
informações
pertinentes para o
tema discutido.

• Carismático: é o
orador que desperta admiração e entusiasmo por parte da plateia. Ele estabelece
uma relação forte com os seus ouvintes, conquistando-os para junto de seu ponto
de vista.

• Elegante: apresenta posturas equilibradas e harmoniosas, projeta sua voz


corretamente, tem uma postura corporal correta, é educado e inspira correção em
suas atitudes.

• Confiável: inspira, através de seus pontos de vista, confiança na plateia.

• Extrovertido: é expansivo e comunicativo, tem o coração aberto e é humilde.


Normalmente não tem barreiras com o público, aproximando-se dele.

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• Brilhante: É aquele orador que reúne as melhores qualidades dos outros
oradores e cuja apresentação é inesquecível.

Todos esses comunicadores reforçam identidades e proximidades com o público,


chamando a atenção dele e por isso ampliam suas probabilidades de sucesso. Suas
palestras têm grande participação do público, são dinâmicas e bastante comentadas logo
ao fim da apresentação. Os espectadores sentem que adquiriram mais conhecimentos e
que o tempo investido para aquela ocasião valeu a pena.

Em contrapartida, do mesmo modo que existem os bons oradores, também existem


os maus comunicadores, aqueles que, como falamos, apresentam diversas qualidades
negativas. Veja alguns exemplos abaixo:

• Mal preparado: é aquele comunicador


confuso. Não consegue terminar as
linhas de raciocínio que propõe
apresentar, comete erros de gramática e
pronúncia, não consegue responder as
perguntas feitas pela plateia, e não
consegue articular os argumentos,
entrando em descrédito.

• Exagerado: fala muito alto, abusa das metáforas, faz caretas enquanto fala,
gesticula em demasia. Sua linguagem corporal não acompanha o conteúdo que
ele tenta transmitir verbalmente.

• Leitor: depende da leitura para falar com o público, recorrendo às suas


anotações com bastante frequência. Muitas vezes, lê grandes trechos, cansando a
plateia que precisa se concentrar mais para compreender o que está sendo
exposto.

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• Egocêntrico: é autoconfiante demais e possui autoestima elevada. Costuma ser
arrogante, prepotente e antipático. Olha a plateia de cima para baixo e despreza
as perguntas feitas por ela.

Muitos dos problemas apontados parecem graves, mas representam apenas um


pequeno erro de estratégia que reflete o nervosismo ou a falta de preparo do orador.
Muitas vezes, esses oradores não têm consciência de suas atitudes, pois não se
conhecem ou possuem uma imagem distorcida deles. Ficar atento, localizar e
corrigir problemas nem sempre é fácil, mas pode trazer inúmeras recompensas,
contanto que se tenha em mente que não é possível haver progresso sem mudanças.

No próximo tópico você verá algumas táticas e técnicas que podem ser utilizadas
para minimizar os efeitos do nervosismo e garantir um desempenho melhor na sua
apresentação.

1.4 – Conhecendo o terreno

Existem maneiras de melhorar sua


apresentação que independem do conteúdo que
vai apresentar. A isso chamamos preparação.
Quando nos preparamos para algo,
dificilmente cometemos falhas graves e caímos
em armadilha.

Precisamos ter consciência de que a maior parte das empresas e organizações


possui regras bem definidas em relação ao tempo, local, recursos disponíveis, e público.
Ao conhecer essas regras de antemão é possível programar-se para aproveitar melhor,
pensar na linguagem a ser utilizada, no tempo gasto e no grau de formalidade que a
palestra deve assumir.

Por isso, reserve um tempo para alinhar o conteúdo proposto pela sua palestra
com outros recursos, tais como duração, local e público. Assim sendo, definimos quais
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são os pontos chaves que devem ser acertados para validar a nossa apresentação, já que
são tão importantes quanto a exposição em si.

Local:

Saiba qual é o tipo de local em que fará a apresentação. Se o auditório é grande


ou pequeno, se você vai falar durante uma refeição, se haverá uma elevação, ou palco,
para que você se apresente, ar condicionado etc. Essas informações ajudam a preparar o
tipo de discurso, a postura que deve adotar, quais acessórios deve utilizar e qual deverá
será a modulação de sua voz. É importante também saber quais são os recursos
multimídias que o espaço oferece como microfone, data show, computadores etc, e se
eles estarão disponíveis para você no dia da apresentação.

Tempo:

É bastante comum que os responsáveis pela


organização das apresentações sejam rigorosos com o
tempo limite para uma apresentação por causa das
regras impostas pelas empresas e organizações, como
já dissemos anteriormente. Por isso, a grande maioria
dos responsáveis costuma notificar o apresentador
quanto ao tempo restante para a exposição. Além disso, costumam interromper o
palestrante ao final do tempo determinado independente de ter apresentado ou não o
conteúdo. Sendo assim, é fundamental apresentar-se no tempo previsto.

É importante lembrar que a plateia também programou o tempo dela para ver sua
apresentação, por isso, não extrapole , e seja pontual no início de sua palestra.

Descubra quanto tempo você terá para fazer a sua apresentação. Assim, você
poderá planejar o tempo que levará para fazer cada etapa de sua exposição, ajustando
um tempo maior para as partes mais relevantes do material elaborado. Procure saber
também se será o único orador e qual será a ordem das apresentações. Normalmente
nestas situações o tempo é menor e também a paciência da plateia.
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Público:

Conheça o público para quem vai se apresentar: qual a idade das pessoas, a
formação delas e suas expectativas. Verifique se o conteúdo que vai expor não fará com
que alguém se sinta prejudicado ou ameaçado.

Fique atento ao fato de que algumas pessoas podem ser contra a sua abordagem,
suas ideias ou mesmo contra o tema que você vai apresentar. Tente saber quem são
essas pessoas e prepare-se para conquistá-la. Em contrapartida, descobrir se há um
especialista do assunto na sua plateia pode ajudá-lo em momentos mais difíceis.
Estabeleça contato com ele e peça auxílio
quando for o caso.

Prepara-se para responder perguntas


de sua plateia. Faça uma lista dos tópicos
que possam gerar mais controvérsias ou
mais difíceis e elabore algumas dúvidas que
possam ser levantadas. É bastante provável também que o público levante questões
menos exploradas na sua apresentação. Por isso, mesmo que vá abordar mais um
conteúdo que outro, estude-os da mesma forma.

Muitas pessoas acreditam que seja paranoia antecipar-se a problemas e pode ser
que, de fato, seja. No entanto, planejar-se, estudar probabilidades e preparar-se para
erros e inconvenientes, ainda é a melhor solução, visto que ajuda-o a eliminar o medo
do inesperado. Prevenir-se minimiza os efeitos negativos de sua exposição, bem como
situações delicadas. Se, ainda assim, passar por uma situação embaraçosa, como não
saber responder a uma pergunta, avalie o momento e a situação. Algumas vezes é
possível assumir seu desconhecimento no assunto sem que isso prejudique sua
exposição. Quando não for este o caso, tente devolver a pergunta para a sua plateia,
alguém certamente pode ajudá-lo(a) a responder e fazê-lo(a) ganhar tempo. Uma outra
alternativa é dar referências ainda que não saiba uma resposta.

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Unidade 2 – Recursos audiovisuais

Olá, aluno(a)!

Nesta unidade do curso serão apresentados os principais recursos audiovisuais e


multimídias; A apresentação desses recursos tem como objetivo auxiliá-lo tanto na
escolha, quanto na utilização desses materiais em suas apresentações, tendo em vista os
melhores espaços e públicos para utilizá-los.

Você Também vai saber quais são as melhores maneiras de utilizar o microfone
e fazer exposições em slides digitais por meio do Power Point, aprendendo a
harmonizar fontes, cores e conteúdo.

Bons estudos!

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2.1. – Recursos audiovisuais e multimídias

As tecnologias de informação e
comunicação têm ocasionado grandes
transformações na organização da sociedade
como um todo, principalmente no que diz
respeito à elaboração de apresentações, que
vem exigindo cada vez mais os recursos
audiovisuais. Por isso, muitas vezes, o medo
de falar em público pode ser agravado pela obrigação de utilizar algum destes recursos.
Mas afinal, o que são esses recursos e para que servem?

O que são:

Os recursos audiovisuais são elementos que servem de suporte para as


apresentações. Eles têm o objetivo de tornar as apresentações mais dinâmicas e criar
uma interação máxima entre palestrante e público.

Quais são os recursos:

• Computador;
• Microfone;
• Retroprojetor;
• Projetor Multimídia;
• Quadro branco;
• Indicadores a laser;
• Flipchart;
• Vídeos;
• Aparelho de TV e DVD;

• Aparelhagem de Som • Projetor de originais.


(CD/DVD);

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Por que eles são tão importantes:

Eles são importantes para que os ouvintes compreendam melhor a mensagem e


guardem as informações passadas por mais tempo. Segundo pesquisas, os ouvintes
conseguem reter até 65% das informações de uma apresentação quando estas são auxiliadas
por recursos audiovisuais, e apenas 10% quando a apresentação é feita sem nenhum
recurso.

Além do mais, facilitam a boa ordenação da mensagem, que é apresentada de


maneira coerente, tendo os principais tópicos destacados. E ainda garantem ao apresentador
que nem um tópico seja esquecido.

Nos tópicos seguintes vamos falar um pouco sobre alguns desses recursos, quais são
suas vantagens e desvantagens e como usá-los com eficiência.

Quadro branco ou lousa:

O quadro branco permite a escrita de novas


ideias e contribuições dos participantes enquanto o
palestrante fala. Ele é visto como um recurso
audiovisual de fácil manuseio e baixo custo, porém deve
ser utilizado apenas para salas e turmas pequenas, pois
pode ser difícil de ser visto.

A principal dica para a utilização deste recurso é


manter uma boa caligrafia, preferencialmente grande,
para que todos possam ver, e utilização de cores
diversas.

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Retroprojetor:

O retroprojetor é um equipamento utilizado na


projeção de transparências previamente preparadas. Ele
exige certo domínio das técnicas de preparo das
transparências e do controle da iluminação e superfície.

Além disso, exige um grande preparo por parte do


apresentador e, principalmente, organização por parte deste.
Apesar de estar perdendo espaço para o datashow, o
retroprojetor ainda é bastante encontrado.

Para fazer um bom uso deste equipamento é preciso saber regulá-lo e fazer
transparências com letras claras, legíveis e grandes. Sua vantagem está em poder ser usado
para diferentes tipos de plateia, grandes ou pequenas, além de oferecer bastante qualidade à
exposição.

Datashow:

O painel de projeção ou display de cristal


líquido, mais conhecido como datashow, é hoje o
principal sintetizador dos recursos utilizados para
fazer uma apresentação, por isso é considerado um
equipamento sofisticado e interativo. Por meio dele é
possível passar vídeos, slides, imagens, sons etc.

Ele permite, ainda, fazer uma projeção de ampla visibilidade para um grande público, além
de reproduzir imagens, textos e vídeos com nitidez e qualidade. Sua maior desvantagem é
exigir experiência com aparelhos eletrônicos e computadores.

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Computador:

O computador é hoje o recurso


básico e fundamental para quem quer
realizar uma apresentação com recursos
audiovisuais. Isso porque ele é o
recurso mais facilmente encontrado em
uma sala de apresentação, e possui
recursos visivelmente importantes, tais
como internet, áudio, entrada para
CD/DVD e USB, documentos de
edição de texto, fotos e planilhas etc.

A associação dos computadores aos projetores não só facilitou a vida de quem


precisa fazer apresentações, como também as tornou mais eficientes, dinâmicas e
interativas, bem ao gosto do mundo contemporâneo que aprecia cada vez mais as
combinações de mídias, como fotos, imagens, gráficos, vídeos, entre outras.

O principal recurso do computador utilizado pelos palestrantes é o uso da


ferramenta Power Point, que produz slides, ou seja, lâminas e transparências com diversas
cores, imagens e textos. O uso de vídeos também está associado hoje em dia aos
computadores e tem sido cada vez mais utilizado pelos palestrantes em apresentações.
Veja a seguir como esses dois recursos – o Power Point e o vídeo – do computador
auxiliam, e muito, na elaboração e desenvolvimento de uma apresentação em público.

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Power Point

O Power Point é um editor de slides e


transparências bastante popular entre os
comunicadores por permitir que os oradores
comuniquem suas ideias de modo sintético.

Apesar de exigir um conhecimento


médio em informática, ele é considerado uma
ferramenta de fácil manuseio e bastante
acessível. Mais a frente neste curso, você verá
dicas importantes de como elaborar slides eficazes para a sua apresentação.

Vídeos:

O vídeo é um recurso
audiovisual bastante poderoso para os
palestrantes. Ele possibilita a síntese
entre imagem e som, pode causar
sensações diversas nos espectadores e
complementam a fala do comunicador.

Por estar associado ao lazer e ao


entretenimento, esse recurso constitui
em uma forma diferenciada e dinâmica
de aprendizagem porque atrai o
espectador e auxilia o palestrante.

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Sua popularidade aumentou graças às ferramentas tecnológicas disponíveis em
abundância hoje, como o computador e o datashow, e também pela sua popularização na
internet.
Seja cuidadoso para não passar vídeos longos, pois você pode aborrecer a plateia e
parecer um mau orador. Lembre-se, qualquer recurso multimídia deve auxiliar sua
exposição, mas não tomar o seu lugar como orador. Não se esqueça de apontar as razões
pelas quais gostaria que os espectadores assistissem ao vídeo e fazer comentários sobre as
questões que acha importante.

2.2 – Slides:

Já falamos como funcionam o


retroprojetor e o Power point e como essas
ferramentas são úteis e populares. Mas, para
utilizar esses recursos com eficácia, é preciso
conhecer as vantagens dos slides, as telas ou
transparências utilizadas neste tipo de exposição,
e saber como usá-las com eficiência.

Vantagens:

Entre as inúmeras vantagens dos slides


digitais, ou seja, aqueles feitos no computador,
podemos citar:

• Apresentação organizada de uma aula de forma resumida;


• Com os slides é possível utilizar gráficos, desenhos e qualquer tipo de imagem;
• Além das imagens, é possível utilizar sons, movimento e filmes;
• Os slides costumam conferir um aspecto profissional em seu trabalho;

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• Apresentações feitas no computador podem ser modificadas, armazenadas e
reaproveitadas;
• O custo é baixo;
• Não é necessário um conhecimento aprofundado em informática.

Dicas para melhor utilização dos slides:

Veja agora algumas dicas para a confecção de bons slides e quais os erros que você
deve evitar:

• O slide deve ser motivador, instrutivo e divulgador;


• Deve ser simples, ou seja, não deve conter informações supérfluas;
• Coloque o mínimo de informações e mantenha o foco;
• O conteúdo dos slides deve estar relacionado com o que você está falando;
• Busque alternativas para mostrar gráficos;
• Use figuras para transmitir uma ideia;
• Use fontes grandes para os títulos de slides;
• Não use muitos tipos de fontes em um slide;
• Utilize bastantes imagens, pois elas ampliam o entendimento, envolvem melhor o
público e explicam melhor um conteúdo;
• Seja claro ao passar sua ideia para o slide. O entendimento deve ser imediato.
• Destaque o que for mais importante no slide. Você pode fazer isso aumentando a
fonte, usando o negrito ou cores diferentes;
• Fique atento às cores de fundo dos slides. Cores escuras e sombreadas, bem como
fotografias, só têm o efeito desejado quando expostas em ambientes mais escuros.
• Use o maior contraste possível entre o texto e o fundo para que a qualidade não seja
perdida na projeção. Por exemplo, fundo preto e fonte branca. Evite cores que
causam confusão no público, como vermelho e verde juntas;

26
• Cuidado com a utilização de sons e músicas, pois podem dispersar a plateia e até
causar aborrecimento.

Como as cores podem influenciar em sua apresentação

As cores podem representar diferentes sentidos e estados emocionais. Por isso, vale
a pena pensar um pouco sobre a escolha da cor dos slides e das fontes e aumentar o efeito
desejado. Veja a seguir o que cada cor representa:

Azul:
Relaxa os músculos;
Violeta: Favorece a meditação;
Diminui o medo e a angústia; Aumenta a sensação de
tranquilidade;
Seu uso constante pode
estimular a preguiça;

Vermelho:
Amarelo: Abre o apetite;
Estimula o funcionamento Desperta o senso de
do cérebro; competitividade;
Deve ser usada para ilustrar
PREJUÍZO;

27
Laranja:
Combate o cansaço;
Melhora a respiração; Verde:
Aumenta o otimismo; Reduz a tensão;

Checkilist de equipamentos:

O checklist é um recurso que auxilia você a organizar-se de forma simples e rápida,


além de ajudá-lo a não se esquecer de nada no dia de sua apresentação.

Antes de fazer uma apresentação, faça um checklist de tudo o que você considera
importante e/ou se programou para levar, e se você está de posse de todas as informações
que lhe foram concedidas.

Por exemplo, faça um checklist dos equipamentos que você vai precisar e quais são
os que estarão disponíveis no dia de sua apresentação.

Além disso, anote o nome e o telefone dos responsáveis pela manutenção da sala e
dos equipamentos, a voltagem do local e o telefone dos organizadores do evento.

No item 5.6 do segundo módulo do nosso curso, falaremos mais sobre esse assunto,
onde você poderá encontrar, inclusive, um modelo para se basear.

28
2.3 – Utilizando os recursos durante a apresentação

Veja abaixo algumas dicas que você


deve seguir para que os recursos
multimídias não atrapalhem na hora de
sua apresentação:

• Revise sempre os slides para


evitar erros de gramática;

• Não se limite a ler o que está projetado na tela;

• Se for usar o retroprojetor, numere as transparências e chegue com elas organizadas;

• Não se desvie do tema que está projetando;

• Não dê as costas para a sua plateia;

• Avise seu público quando for projetar algo, deixe que eles observem, faça um breve
comentário explicativo sobre a tela, e continue a sua explanação;

2.4 – Microfone

O microfone permite uma comunicação


mais eficiente por parte do orador, além de mais
natural e espontânea. Ele permite que um
expositor fale para grandes plateias do mesmo
modo se conversa com uma ou duas pessoas.

29
Apesar das variadas vantagens, o microfone é visto por muitas pessoas como um
inimigo, pois, quando mal utilizado, pode ser desastroso. Por causa disso, muitas pessoas
passam a evitar o microfone ao máximo.
A maior parte das situações desagradáveis causadas por microfones, tal como a microfonia,
é causada pelo próprio orador. Por isso, veja abaixo algumas dicas de como utilizá-lo com
eficácia.

• Verifique como funciona o microfone;

• Teste a sensibilidade do microfone para saber qual é a distância ideal para falar;
Normalmente, recomenda-se uma distância de 10 cm do microfone, mas esse valor
pode variar;

• Se for um microfone de pedestal, ajuste-o para que fique 2 cm abaixo do queixo.


Não deixe nunca que o microfone esconda seu semblante;

• Se a sala for pequena, e todos que falaram antes de você conseguiram fazê-lo sem o
microfone, evite-o;

• Não grite, não assobie ou sopre quando falar no microfone; evite também tossir;

• Não se aproxime demais das caixas de som, pois elas causam microfonia;

• Não tape a cápsula. Fazer isso abafa o som, dificultando o entendimento;

• Se estiver usando um microfone de lapela, não encoste no fio enquanto fala, e evite
fazer comentários enquanto estiver utilizando-o.

30
2.5 – Salas e auditórios

Diferentes espaços pedem diferentes disposições, recursos, acessórios, modulação de


voz e até apresentação. Pensando nisso, selecionamos alguns tipos de salas e auditórios
mais comuns em palestras e reuniões. Observe cada uma delas e imagine como organizaria
uma apresentação em cada um destes lugares.

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• Sala em U:

Ideal para ministrar cursos e reuniões para pequenos grupos.

• Sala Espinha de peixe:

Sala adequada para seminários e workshops. Promove interação entre os participantes.

32
• Auditório:

Espaço ideal para palestras e cursos


com um grande número de pessoas.

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Unidade 3 – Tratando do público: Conhecer, conquistar e lidar

Esta unidade é dedicada ao público de sua apresentação. Por isso, vamos aprender
um pouco sobre os fundamentos da retórica, uma arte e técnica grega utilizadas para tornar
os discursos mais eficientes.

Você também vai saber como conhecer a plateia, perder o medo do público,
conquistar a credibilidade e conquistar seus ouvintes, fazendo com que sua palestra tenha
adesão por parte dos espectadores.

Além disso, você vai aprender a interagir com a plateia, suscitar um debate,
responder dúvidas e lidar com possíveis situações de hostilidade.

34
3.1 – Retórica

Sempre que falamos pressupomos que alguém nos


escuta. Essa pessoa que nos escuta é chamada de
interlocutor, e ela pode concordar ou não concordar com o
que dizemos. Na maior parte das vezes, falamos para
expressarmos o modo como pensamos e com a intenção de
convencer o outro a pensar do mesmo modo que nós.

A consciência deste fato fez com que há milhares


de anos atrás, século V a.C, fosse proposto um método de
formular discursos: a Retórica. A Retórica é considerada
uma arte, a arte de usar a linguagem para comunicar-se de
forma eficaz. Essa disciplina foi tão importante que até o século XIX d.C. ela foi ensinada e
considerada parte fundamental da educação.

Foi o filósofo grego Aristóteles quem escreveu amplamente sobre o assunto, criando
seu tratado sobre o tema. Para ele, existiam três classes de meios de persuasão, ou seja, de
apelos ao público: o ethos, que tinha como objetivo convencer o interlocutor da nossa
qualificação para falar ou fazer algo, o pathos, um discurso que procurava convencer pela
emoção, por meio de metáforas, alegorias, e histórias que mexem com o público, e o logos,
discurso voltado para o convencimento por meio da razão da plateia, utilizando-se de
estatísticas, objetividade e lógica.

Desta pequena explanação, podemos concluir que o papel da plateia é básico para o
sucesso ou o fracasso do nosso discurso. Afinal, não vivemos sozinhos no mundo, portanto
nossas opiniões precisam ser ditas, ouvidas, discutidas, aceitas ou rejeitadas.

35
3.2 – Perdendo o medo do público e conquistando a credibilidade

Quando vimos, no item “O


medo de falar em público”, as razões
pelas quais temíamos falar em frente
aos outros – exemplos como o medo
do ridículo, da censura, cobranças e
perfeccionismo – ficamos diante,
justamente, do medo da plateia, do
nosso interlocutor.

Portanto, é preciso dar uma atenção especial à plateia quando vamos fazer uma
apresentação. Precisamos nos conectar a ela e fazer com que ela se conecte a nós.
Precisamos cativá-la para que o nosso discurso seja aceito por ela e que a comunicação se
efetive. É preciso que haja uma confiança mútua entre você e o público na hora de realizar
sua apresentação.

Para que haja a confiança mútua é preciso que você perca o medo do público.
Apesar de ser um medo comum, é preciso deixar claro que o público não está lá para
criticá-lo ou censurá-lo, ele está lá para ouvi-lo; ele precisa das informações que você
possui. É claro que um público só se interessará pelo que você tem a dizer se isso lhes
acrescentar algo de novo ou importante, mas isso vai depender única e exclusivamente de
como você organizou sua apresentação.

Para garantir uma comunhão entre você e o público, é preciso ter credibilidade ao
falar com ele. A credibilidade está associada ao modo como você se comporta, como utiliza
as palavras e os gestos, ao modo como você organizou e se planejou para a exposição e,
principalmente, aos seus conhecimentos. Para ganhar a credibilidade do seu público você
deve:
36
• Mostrar que você conhece bem um assunto,

• Dar argumentos fortes e múltiplos,

• Oferecer uma nova abordagem com materiais extras, que dificilmente seriam
encontrados em livros e vídeos,

• Incitar o público a participar de sua explanação.

Quando o público acreditar na sua competência, com certeza você terá ganhado a
credibilidade deles e deve focar-se para mantê-la, conquistando a atenção dele e
preparando-os para que tenham uma boa recepção do seu discurso. Conforme veremos
adiante, é no momento da introdução que devemos conquistar a credibilidade.

3.3 – Conhecendo a plateia

No tópico anterior falamos sobre a importância de


conhecermos o público para quem falamos. Saber com
quem e para quem se fala é uma ferramenta importante
para direcionar o discurso e fazer com que atinja seu
objetivo.

Idade, classe social, sexo, profissão, orientação


política, interesses, entre outros elementos, podem dar um
panorama geral das necessidades e desejos da plateia, e podem fazer com que você mude a
orientação do seu discurso, adaptando-se melhor aos objetivos da plateia. Lembre-se, você
está expondo suas ideias e, por mais interessantes e corretas que elas possam parecer a
você, o que está em jogo é promover a compreensão e a assimilação do conteúdo.

37
Você deve conhecer os problemas atuais e reais da plateia. Se estiver falando para
um cliente ou uma empresa, tente conhecer as metas dele, assim, fica mais fácil mudar de
atitudes e realçar outros pontos que você não pretendia dar tanta atenção. Por isso, tente
relacionar o tema da sua explicação à realidade do espectador.

Quando você conhece o seu público, fica mais fácil saber se vai adotar uma postura
formal ou informal, se deve parecer mais sério ou mais relaxado, qual deve ser o
vocabulário a ser utilizado etc. Tenha claro que quanto mais você conhecer seu público,
melhor será seu planejamento, e maiores serão suas chances de conquistar a plateia e ter
sucesso em sua apresentação.

3.4 – Conquistando a plateia

Conquistar a plateia é o seu


maior desafio. Quando conquistada, a
plateia se une a você, sua confiança
aumenta e a sua apresentação flui com
mais tranquilidade. Como foi dito
anteriormente, o público está em sua
apresentação para ouvir o que você tem
a dizer sobre algum assunto, mas é você
quem deve dar motivos para ele manter-se interessado no que está dizendo.

Para conquistar a sua plateia, o clima da sua apresentação deverá ser empático e
você deve demonstrar a seriedade com qual encara o seu trabalho. Identificar-se com o
público, responder suas dúvidas e passar o conteúdo é a sua prioridade.

Você já conheceu sua plateia, estabeleceu o primeiro contato e conseguiu que ela lhe
atribuísse credibilidade. A credibilidade é o primeiro passo para obter a empatia das
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pessoas, portanto você está no caminho certo. Veja quais devem ser as atitudes adotadas
por você para que obtenha a atenção da plateia:

• Faça uma apresentação atualizada e esteja preparado. Não corra o risco de o


público saber mais que você, além de embaraçoso, pode colocar a plateia contra
você.

• Olhe para o público. Ficar com o olhar perdido denuncia o seu nervosismo e
despreparo. Escolha algumas pessoas e se foque nelas; caso você esteja em uma
reunião, foque-se nos seus superiores.

• Tente criar alguma intimidade com as pessoas. Cada pessoa da plateia deve
sentir que você está falando apenas para ela. Mostrar familiaridade e profundidade
no tema ajuda a construir intimidade.

• Provoque a plateia. Incite seu público a participar de sua exposição com perguntas
e comentários construtivos. Apresente raciocínios instigantes e tente estabelecer
relações entre o tema e a realidade. Uma maneira de fazer com que o público
participe de sua apresentação é realizando diversas perguntas a ele, pedindo que
levantem a mão em caso positivo ou negativo. Isso chama a atenção da plateia para
o que está dizendo, descontrai e é um ótimo recurso para que você a conheça
melhor.

• Tente superar a expectativa dos ouvintes, mas evite fazer uma apresentação
inadequada ao seu público. Por exemplo, se você é médico e vai fazer uma
exposição para uma comunidade carente sobre como prevenir-se da dengue não
adianta montar uma apresentação recheada de termos técnicos para os sintomas e
linguagem rebuscada e esquecer-se de dizer que a dengue aparece quando há
recipientes com água parada e limpa. Tente falar um pouco para cada público, nem
acima e nem abaixo da expectativa.
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• Não se preocupe tanto com o comportamento do seu público. Se alguém bocejar
no meio de sua apresentação, é bem provável que é o motivo seja uma noite de sono
mal dormida. Se alguém sair de sua apresentação, pode ser porque precisou atender
a uma chamada importante. Compreenda o que sua plateia quer, mas livre-se da
ideia de que estão achando sua palestra ruim ou tediosa.

• Ofereça algo surpreendente para o seu público e sempre tente deixar uma
mensagem. Utilize no momento certo algum fato surpreendente, que deixe seu
público cativado pela sua exposição. Ao final de suas apresentações, tente deixar
uma mensagem memorável, transformando sua fala em possibilidade de ação.

3.5 – Respondendo às dúvidas da plateia

Durante a sua apresentação,


abra espaço para as dúvidas e tente
esclarecer ao máximo os pontos que
ficarem obscuros em sua
apresentação. Refaça a pergunta que
lhe é dirigida para ter certeza que a
compreendeu, evitando, assim, uma
resposta desnecessária e tempo
perdido.

Caso não saiba a resposta, tente ganhar tempo para pensar em uma. Uma estratégia
é devolver a pergunta para a plateia, pois é possível que alguém possa auxiliá-lo(a) na
resposta. Se não souber mesmo como responder, avalie a situação e veja se é possível dizer
que não sabe a resposta.

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No caso de ser uma reunião ou a apresentação de um projeto para suas empresas,
evite esses dois últimos recursos, afinal, seus superiores querem saber o quão preparado
você está para desenvolver o seu trabalho na empresa, e qual é a sua seriedade em relação
trabalho que desenvolve. Uma alternativa é dar referências e convidá-lo a ilustrar melhor
sua pergunta, ganhando tempo para formular uma resposta satisfatória.

3.6 – Lidando com eventuais situações de hostilidade

Você está expondo o conteúdo para o seu


público, quando começa a sentir que a plateia está
dividida. Algumas pessoas parecem não concordar
com o que você está expondo, mesmo que você
redirecione o andamento de sua apresentação.
Como você deve agir?

Em primeiro lugar, você deve manter-se calmo e assertivo. Lembre-se que você já
se preparou para um eventual imprevisto deste tipo e que domina bem o assunto de sua
exposição. Afinal, você se organizou, se planejou, estruturou a sua apresentação, conhece o
tema com profundidade e está seguro sobre o que está dizendo.

No entanto, não seja arrogante e nem fique mal humorado. Todos têm o direito de
ter opiniões e pontos de vista diferentes do seu, e não há nunca um lado certo ou errado,
mas, sim, o mais adequado para o momento. Se você perceber que a oposição possui
diversos pontos fortes, reconheça alguns, mas levante dúvidas para incitar o debate na
plateia. Fique atento para fazer isso com simplicidade e educação, sem parecer nervoso ou
arrogante.

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Atitudes como as mencionadas no parágrafo anterior fazem com que você pareça
justo e equilibrado aos olhos da plateia, conquistam a oposição que, mesmo sem concordar
com seus pontos de vista, tendem a respeitar o resto da explanação, e retomam a
tranquilidade de sua apresentação. O importante é que você faça com que todos saiam
satisfeitos de sua apresentação, felizes por concordar com você, sem terem a sensação de
que perderam uma discussão.

Cuidado apenas para não tirar a harmonia de sua apresentação. Dê espaço para a
plateia debater um pouco os pontos da oposição, mas não o suficiente para que elas mudem
de ideia a respeito de sua exposição. Por isso, lembre-se de preparar-se com bastante
empenho e estudar os prós e os contras do que vai apresentar.

Caso a oposição mantenha-se hostil, seja


simpático, agradeça a colaboração que ela fez
para a sua palestra e peça licença para continuar.
Usar o recurso da ausência de tempo para um
debate profundo pode ser uma alternativa, mas
convide-o a discutir a questão no fim da
apresentação.

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Conclusão do Módulo 1

Parabéns por ter chegado até aqui!

Esperamos que tenha compreendido os conteúdos propostos e que eles tenham


auxiliado você no processo de reflexão sobre seus erros e acertos na comunicação.
No próximo módulo estudaremos os recursos multimídias, como organizar e realizar
uma apresentação.
Para dar continuidade ao seu curso, faça a avaliação referente ao Módulo I em
seguida você terá acesso ao material do Módulo II.

Boa sorte!

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