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AGRESSOR DO BULLYING
Daiane De Oliveira Silva1
Ana Carina Stelko-Pereira2
Eliane E. S. Paroschi3
1
Pós-graduada em Aconselhamento Familiar e Intervenção Psicossocial. E-mail: nane179@hotmail.com
2
Doutora em Psicologia e Mestre em Educação Especial pela Unviersidade Federal de São Carlos. Graduada em Psicóloga
pela Unviersidade Federal do Paraná. E-mail: anastelko@gmail.com
3
Mestre em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento pela Andrews University. Graduada em Pedagogia pelo Centro
Universitário Adventista de São Paulo. E-mail: eliane.paroschi@ucb.org.br
educativos. Todas essas estratégias podem promover melhores relaciona-
mentos interpessoais para que os alunos se tornam ativos, críticos e saudá-
veis.
Introdução
Cotidianamente existem conflitos entre as pessoas e esses podem culminar em vio-
lência. A violência infelizmente faz parte do dia-a-dia dos indivíduos, seja porque este - está
diretamente envolvido em situações violentas, como quando é vítima ou autor, seja porque
testemunha a violência e seus efeitos. Assim as pessoas gastam tempo e recursos financeiros
se protegendo de situações violentas. De acordo com a Organização Mundial da Saúde a vio-
lência envolve:
O uso deliberado ou a ameaça de uso deliberado da força física ou do poder, da ameaça, di-
reta ou indiretamente, contra si mesmo, contra outra pessoa, contra um grupo, comunidade;
que acarreta, ou corre forte risco de acarretar, um traumatismo, uma morte, um dano moral,
uma discriminação, um mau desenvolvimento ou uma carência (BLAYA, 2006, p.21).
Um tipo de violência que vem ganhando cada vez mais atenção dos pesquisadores é a
violência escolar. A violência escolar engloba “ameaças e agressões de alunos contra professo-
res, violência sexual entre alunos e alunas, uso de armas, consumo de drogas, roubos, furtos e
assaltos, violência contra o patrimônio” (ABRAMOVAY, 2002, p. 20). É importante também
destacar que a violência escolar pode envolver situações mais sutis de violência, como destaca
Pereira (2010, p. 10):
Compreende que a violência escolar incorpora tanto a perspectiva mais explícita da violência,
como agressão entre indivíduos, quanto a violência simbólica que ocorre por meio das regras,
normas e hábitos culturais de uma sociedade desigual.
No termo violência escolar tem o que se entende por violência simbólica, ou seja, é algo
que fica subentendido, não é um ato que está apresentável que todos compreendem, “esse ato
violento se insinua, frequentemente, como um ato natural, cuja essência passa despercebida”
(ODALIA, 2004 apud STELKO-PEREIRA; WILLIAMS, 2010, p. 48). A violência simbólica
atinge o alvo de maneira sutil, de modo que somente a vítima percebe a agressão, sem neces-
sariamente conseguir nomeá-la enquanto agressão e nem sempre compreende que o que lhe
ocorre possa causar algum dano.
Definir o conceito de violência é uma tarefa complexa, pois depende do contexto cul-
tural e de uma série de fatos que envolvem essa situação, pois a violência é algo dinâmico e
mutável, seus significados passam por modificações e adaptações à medida que a sociedade 11
se transforma conforme aponta Abramovay citado por Pereira (2005). Portanto “a partir das
investigações brasileiras, a partir de meados dos anos 1990, referem à expressão “violência
escolar” às agressões contra o patrimônio e contra a pessoa (alunos, professores, funcionários,
etc.)” (STELKO-PEREIRA; WILLIAMS, 2010, p. 46).
Muitos acreditam que a violência escolar é algo que acontece somente entre os muros
da escola, no entanto - pode ocorrer violência escolar fora do espaço escolar. A violência na
escola pode ocorrer dentro do espaço físico da escola, no trajeto casa-escola, em locais em que
se programem passeios e/ou festas escolares (FURLONG; MORISSON, 2000). Mesmo na pró-
pria residência e bairro do aluno, como em situações nas quais conflitos mal resolvidos dentro
das instituições gerem violência em outros espaços (STELKO-PEREIRA; WILLIAMS, 2010).
O espaço escolar deve ser um lugar onde crianças de diversas faixas etárias, cada uma
com seu conhecimento prévio já adquirido em suas experiências extraescolar poderão inte-
ragir com pares, para troca de ideias, aprimoramento de conhecimento, desenvolvimento e
aprendizagem significativa. Contudo toda relação interpessoal pode haver conflitos e a violên-
cia pode “ocorrer com maior frequência e intensidade quando há desigualdade de condições
de poder entre os indivíduos” (STELKO-PEREIRA; WILLIAMS, 2010, p. 49).
A violência escolar pode se manifestar de diversas formas. Conforme Stelko-Pereira; Willia-
ms (2010, p. 23) atos violentos tendem “a ter características semelhantes, eles costumam ser agru-
pados em categorias específicas a fim de que obtenham destaque pelos pesquisadores, instituições
A Plan Brasil realizou uma pesquisa em 2009 em cinco regiões do país, com o objetivo
de conhecer as situações de violência entre pares em escolas brasileiras. Esse estudo foi rea-
12 lizado por meio da coleta e análise de dados quantitativos e qualitativos. Percebeu-se como
resultados que:
Essa pesquisa mostrou que “o bullying é mais comum nas regiões Sudeste e Centro-
-Oeste do País e que a incidência maior está entre os adolescentes na faixa de 11 a 15 anos de
idade e alocados na sexta série do ensino fundamental”; e cerca de 20% dos alunos já presencia
atos de violência dentro da escola com uma frequência muito alta. Concluiu-se que o bullying
era realidade nas escolas investigadas.
Pensar que essa violência e esse índice não incluem determinadas escolas é um engano, pois
esse problema está presente em diversas escolas. Seja de um modo mais ou menos significativo,
em toda escola a violência direta ou indireta faz parte do cotidiano escolar sendo que “o bullying
é um fenômeno tão antigo quanto à própria instituição denominada escola” (SILVA, 2010, p. 117).
das escolas em todo o mundo, públicas ou particulares. O que pode variar são os índices en-
contrados em cada realidade escolar. Isso decorre do conhecimento da situação e da postura
que cada instituição de ensino adota, ao se deparar com casos de violência entre os alunos.
Diante então do fato de ser frequente a violência escolar no Brasil, haveria profissionais
capacitados para lidar com situações de violência escolar? Quem pode dar um suporte para a
equipe pedagógica? Os professores segundo a Plan (2009, p. 63) afirmaram que não há profis-
sional na educação habilitado para essa função;
Metodologia
Para o estudo desse trabalho de conclusão de curso, foi realizado um estudo teórico o
qual pretende definir conceitos e estratégias relevantes para o aconselhamento de alunos ví-
timas e autores de bullying. Para definir o papel da vítima e agressor do bullying, foram feitas
revisões nas literaturas de Gabriel Chalita (2008), Isabel Fernández (2005), Catherine Blaya
(2006), e em artigos de cunho científicos referentes ao mesmo.
Que saiba demonstrar, em seus relacionamentos, calor humano. Nesse processo, ele se pre-
dispõe a ajudar os que procuram a encontrar soluções e encaminhamentos para as dificulda-
des que manifestam, sejam de que ordem for.
Estudos apontam que “aconselhamento consiste em uma ação de ajuda com o intui-
to de curar, sustentar, orientar, encaminhar e reconciliar pessoas problemáticas para que
sarem de seus problemas e retornem à vida” (MOLOCHENCO, 2008, p. 22); “aconselhar é
o ato de uma pessoa com disposição de ajudar com o intuito de modificar o aconselhando”
Indubitavelmente para que atos de violências sejam amenizados nos espaços escola-
res é fundamental o trabalho conjunto de toda a equipe. Silva (2010, p.162) afirma que o
primeiro passo é reconhecer a existência da violência (bullying); o segundo é capacitar os
profissionais para a identificação, o diagnóstico, a intervenção e o encaminhamento ade-
quado; o terceiro é as instituições conduzirem o tema a uma discussão ampla, que possibi-
lite à comunidade escolar implantar as estratégias preventivas e imediatas definidas para
enfrentar a situação presente.
A fim de que o enfrentamento à violência escolar seja expressivo;
A luta antibullying deve ser iniciada desde muito cedo, já nos primeiros anos de esco-
larização. A importância da precocidade das ações educacionais se deve ao incalculá-
vel poder que as crianças possuem para propagar e difundir ideias. Elas facilmente se
transformam em agentes multiplicadores, capazes de educar, por vias alternativas, seus
familiares e funcionários domésticos, criando-se, assim, um círculo virtuoso no empe-
nho da paz (SILVA, 2010, p.173-174).
Bullying é uma subcategoria do comportamento agressivo que ocorre entre os pares. Cons
titui-se num relacionamento interpessoal caracterizado por um desequilíbrio de forças, o
que pode ocorrer de várias maneiras: o alvo da agressão pode ser fisicamente mais fraco, ou
16 pode perceber-se como sendo física ou mentalmente mais fraco que o perpetrador. Pode ain-
da existir uma diferença numérica, em que vários estudantes agem contra uma única vítima
(OLWEUS; RIGBY apud BANDEIRA; HUTZ, 2012, p. 36).
As consequências do bullying pode ter uma duração de curto ou longo prazo, dependen-
do da frequência e da intensidade que a vítima ficou exposta aos assédios. Veja o que Albu-
querque (2013, p. 93). Expõe:
As características das pessoas que se tornam “alvo” dos autores do bullying são de acordo
com o Observatório da Infância
Podem ser considerados tanto como bons alunos quanto, possuidores de alguma dificuldade
de aprender, de impor-se ao grupo, dificuldade motora, de visão ou de audição. Com relação
às demandas, com frequência falam com sotaque diferente, têm a pele de outra cor, vestem-
-se de modo pouco usual, estão acima do peso ou muito abaixo, entre outras características. 17
De modo geral, são considerados pelos demais como pertencentes a um status social inferior
e são transformados em objeto de diversão e prazer por meio de “brincadeiras” maldosas e
intimidadoras realizadas por um indivíduo ou grupo (SCHULTZ, 2008, p. 12).
As vítimas podem ser reconhecidas por apresentar em alta frequência, desculpas para
não ir à escola, ou a qualquer lugar onde esteja o agressor ou um grupo que a agride. Em
horários que antecede a ida para a escola, a vítima pode apresentar indisposições como: dor
de cabeça ou de estômago, diarreia, vômito, febre e náuseas. O aluno alvo pode também
solicitar aos pais para mudança da sala ou até mesmo da escola, sem apresentar um motivo
plausível. O rendimento escolar diminui, apresenta desmotivação para com os estudos e
o comportamento na sala de aula é de dificuldades de concentração e de aprendizagem. O
regresso para casa é com o humor alterado, irritadiço ou triste. O aluno pode apresentar
pequenos machucados, roupas ou materiais escolares sujos ou danificados. Apresenta ainda
expressão contrariada, deprimida e aflita ou medo de voltar sozinho da escola. Há dificul-
dade de relacionamento com os colegas, se isola, sem querer contato com outras pessoas que
não sejam os familiares (SCHULTZ, 2008).
Deve-se ressaltar que esta somatizando as dores e aflições que passa no cotidiano escolar
e tem medo de falar para as pessoas responsáveis. As vítimas de bullying possuem até três vezes
mais chances de sofrer com dores de cabeça e abdominais, até cinco vezes mais chances de ter
A intervenção terapêutica para com a vítima será de empatia, de escuta, ouvir, aceitação
da pessoa, intervenção para a reconstrução do self, e essa reconstrução será por meio das for-
mas de fortalecer os valores, ampliar o conceito de amor, auto aceitação, apontar que ainda
tem suas qualidades; levar a vítima a refletir sobre os comportamentos que ela apresentou; su-
gerir caminhos, e construir juntamente opções de escolha para modificar seus comportamen-
tos em relação a suas atitudes. “E a vítima precisará ajudar-se, aprender a se defender sozinha
apoiada pelo contexto escolar que deve favorecer a sua inserção no grupo da classe com uma
margem de normalidade” (FERNÁNDEZ, 2005, p. 134).
Deve se ressaltar que o CEF desempenha uma intervenção primária, se ocorrer conse-
quências psicológicas importantes, como as mencionadas por Silva (2010), tais como sinto-
mas psicossomáticos, Transtorno do Pânico, Fobia Escolar, Transtorno de Ansiedade Social,
Transtorno de Ansiedade Generalizada, Depressão, Anorexia, Bulimia, Transtorno Obses-
sivo-Compulsivo, Transtorno do Estresse Pós-Traumático, o aluno deverá ser encaminhado
para avaliação e tratamento junto a especialistas como psicólogos e psiquiatras, pois o CEF
não é habilitado para fazer sessões de terapia.
A intervenção com o agressor também é bastante complexa, no entanto não quer dizer
que o mesmo não esteja sofrendo. De acordo com Chalita (2008) esses valentões fazem parte
de famílias com perfil que normalmente o afeto é escasso e os responsáveis não supervisionam
adequadamente os filhos, deixando os alunos sem orientação ou supervisão. Uma das caracte-
rísticas bem marcantes no agressor é a falta de empatia para com a vítima, é um dos principais
focos que o CEF terá que trabalhar no aconselhamento, além da falta de controle da raiva, falta
de sentimento de culpa e o alto nível de tendência à hostilidade (FERNÁNDEZ, 2008, p. 134).
Com o agressor pode-se trabalhar a Teoria Diretiva, ou seja, aquela em que se busca
conhecer a realidade através de uma ampliação de informações com colegas, irmãos, pais e
outras pessoas envolvidas no caso, tendo como objetivo ampliar a perspectiva do aluno sobre
a realidade. Quando a Teoria Diretiva é utilizada com o agressor poderá criar um seu diag-
nóstico que seja correto, para que a busca e o processo do aconselhamento tenha sucesso (MO-
LOCHENCO, 2008, p.64). É preciso conversar com o agressor, esclarecer quais são as regras
da escola e aconselhar sobre que não é permitido abuso entre semelhantes intra e extramuros
escolares. E chamar familiares/responsáveis para explicar o que ocorreu, para proporem um
plano conjunto entre família e escola para auxiliar o aluno.
Após a intervenção individualizada será de grande importância uma proposta em grupo,
conforme Fernández (2008); um grupo para que as vítimas e os agressores sintam a necessida-
de de ajuda e de colaboração. O tratamento individualizado é necessário sempre no primeiro
momento assim que o Bullying é detectado pela coordenação, pela equipe educacional e de-
nunciado pela vítima ou por algum espectador, no entanto já no segundo momento a inter-
venção deverá ser no grupo.
Deve-se destacar que o principal caminho deverá desenvolver vínculos entre conselhei-
ro e aconselhando, como uma atitude de proteção, como aborda Chalita (2008) não uma pro-
teção que irá aprisionar o aluno, mas, uma proteção que irá acolher, que cuidará, que ajudará
para o desenvolvimento da autonomia e do sonho. Pois tanto a vítima e o agressor sentem
medo, e esses medos perturbam, eles não sabem como expor através de palavras os seus ver-
dadeiros sentimentos, então somente na base da confiança, do vínculo e do afeto que poderão
ser orientados, e colocar em prática os aconselhamentos.
O vínculo protege, pois é uma forma de amizade que compreende (CHALITA, 2008,
p. 45), a amizade é algo grandioso, é a aceitação da pessoa, e a vítima do bullying quando se
ACONSELHAMENTO EDUCACIONAL E FAMILIAR À VÍTIMA E AO AGRESSOR DO BULLYING
depara com essa situação de ser aceita pelas suas qualidades e habilidades, seu self é reconstru-
ído, e esse papel o CEF tem que desempenhar com muita habilidade.
O conselheiro não esquecerá o primeiro princípio da Declaração Universal do Direito da
Criança Princípio I - À igualdade, sem distinção de raça, religião ou nacionalidade.
A criança desfrutará de todos os direitos enunciados nesta Declaração. Estes direitos serão
outorgados a todas as crianças, sem qualquer exceção, distinção ou discriminação por moti-
vos de raça, cor, sexo, idioma, religião, opiniões políticas ou de outra natureza, nacionalidade
ou origem social, posição econômica, nascimento ou outra condição, seja inerente à própria
criança ou à sua família (UNICEF, 1959).
Pondera-se que o CEF dever desenvolver trocas afetivas saudáveis, ou seja, conforme
22 Tiba (2010) são trocas onde todos ganham e se sentem bem com elas. É fundamental que se
aplique o princípio educacional da coerência, constância e consequência de modo que se de-
senvolve um amor que ensina. Chalita (2001, p. 11) destaca que,
o ato de educar não pode ser visto apenas como depositar informações nem transmitir co-
nhecimentos. Há muitas formas de transmissão de conhecimento, mas o ato de educar só se
dá com afeto, só se completa com amor.
O CEF é mais um agente para auxiliar na formação de alunos para que sejam criativos,
refletivos-ativos, transformando a sociedade, desvendando novos caminhos e acreditando que
é possível serem seres humanos felizes e equilibrados, Chalita (2001), ajudando tantos os agres-
sores e quanto as vítimas a atuar de modo cidadão tanto na família quanto na comunidade.
Conclusão
Após o estudo e a tentativa da definição do papel do CEF, e as análises sobre as caracte-
rísticas do bullying, seus agressores e suas vítimas, e o apontamento como o CEF pode realizar
aconselhamento de alunos vítimas e autores de bullying, conclui-se que o processo mais eficaz
será o do afeto, empatia, saber colocar-se no lugar do outro e desenvolver estratégias para com
os alunos, para com os alunos e suas famílias e estratégias a todos da escola (funcionários,
alunos testemunha etc.).
Ao transmitir o calor humano nas conversações e diálogos entre o aconselhando e acon-
selhado, se desenvolverá um vínculo de segurança e confiança entre ambos, dando a opção de
traçarem caminhos para a solução dos conflitos existentes nos relacionamentos interpessoal e
intrapessoal dos aconselhados. O criar vínculos é essencial para que o aconselhamento ocorra
com qualidade e excelência. O CEF não poderá atuar se não criar vínculos e não ter empatia
para com seus aconselhados, pois são habilidades fundamentais que fazem parte da estratégia
a ser utilizada pelo conselheiro.
A vítima do bullying tem suas características peculiares aos quais podemos destacar,
conforme Lopes (2005) aquela criança que sofre calada com a agressão física, verbal, emocio-
nal e não dá conta de reagir para se defender, sendo constante essa violência. Já o agressor tem
o perfil de ser valentão, não sentir culpa nem remorso, impõe muito respeito ou medo e é po-
pular. Quando observado os motivos dessas agressões são motivos aparentemente superficiais,
que sugerem falta de habilidades para identificar os próprios sentimentos e o dos outros, para
comunicar dificuldades, problemas, necessidades e elaborar soluções pacíficas dos conflitos.
O CEF auxiliará para que os aconselhados descubram quais são suas qualidades e quais são
suas maiores necessidades, de acordo com Molochenco (2008), esse é o papel do conselheiro.
Mediante os estudos realizados, pode-se ver que o CFE utilizará no primeiro momento
estratégias com fundamentos afetivos para amenizar as situações de conflitos e orientar os
alunos, vítimas ou agressores do bullying, que na sua maioria não tem habilidades para criar e 23
manter relacionamentos saudáveis. No segundo momento se trabalhará com a família de modo
a se verificar as potencialidades da mesma, os pontos fortes os quais podem se tornar mais evi-
dentes com a ajuda do CEF de modo a melhorar a relação entre pais e filhos, ajudando vítimas
e autores a saírem da condição de envolvidos no bullying. No terceiro momento o CFE estará
envolvendo toda a escola, alunos, pais, professores e funcionários, é claro, o trabalho com toda
comunidade escolar, deverá ser realizado através de projetos educativos e pedagógicos.
Desta forma o CFE dará um respaldo com competência profissional e segura tanto no
âmbito escolar e familiar, cooperando para uma educação mais justa e solidária entre os pró-
prios educandos, sem prejuízos psicológicos e afetivos, contribuindo para formação de cida-
dãos mais saudáveis e seguros.
Referências
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CARNEIRO, M. A. LDB fácil: leitura crítico-compreensiva. 16. ed. Petrópolis: Vozes, 2009.
CHALITA, G. Educação: a solução está no afeto. São Paulo: Editora Gente, 2004.
__________. Pedagogia da amizade – Bullying: o sofrimento das vítimas e dos agressores. São
Paulo: Editora Gente, 2008.
FURLONG, M.; MARRISON, G. The school in school violence: Definitions and facts. Journal
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24
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MOLOCHENCO, S. Curso Vida Nova de Teologia Básica: aconselhamento. São Paulo: Vida
Nova, 2008.
NJAINE, K. Violência na Escola: Identificando pistas para a prevenção. Disponível em: <https://
goo.gl/pt8alh>. Acesso em: 02 de abr. 2013.