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DESENHO ARQUITETÔNICO E NOÇÕES DE CONSTRUÇÃO CIVIL

1. O desenvolvimento da Arquitetura

O que é arquitetura?

Para André Moreux, escritor francês, é a arte de construir sobo signo da beleza.
Mas nem sempre foi assim.

Todos os animais tinham uma necessidade primitiva e inata de buscarem um


abrigo, e isso não foi diferente no homem. A chuva, o vento, o frio, os predadores
fizeram com que os primeiros homens buscassem abrigos seguros. Era o instinto de
conservação que os compelia a essa busca.

Nos primórdios da formação das civilizações humanas, a noção de habitação não


tinha o sentido de permanência e as moradias eram transitórias. Esse conceito foi aos
poucos se desenvolvendo e paulatinamente o homem passou a cuidar com mais desvelo
dos seus abrigos: desenhava nas paredes das cavernas, usava materiais mais duradouros
nas construções (dominaram a técnica de trabalhar a pedra) e, para se proteger, cuidar
dos rebanhos recém domesticados e a agricultura incipiente, agrupava-se. Assim, por
necessidade de sobrevivência, passou a ser um animal gregário, logo, um animal social.

A medida que o homem evoluiu, suas construções, além de serem locais de


refúgio, passaram a ser também lugares onde ele tem
prazer em estar. A sua preocupação não se restringia
apenas a se proteger, ele queria estar em local ao mesmo
tempo seguro, agradável e belo. Suas emoções não se
restringiam só ao medo, mas também ao prazer e à sua
religiosidade. Homenageavam os seus mortos e
reverenciavam as suas divindades. Suas construções
eram mais sólidas e duradouras, mais limpas e arejadas
e, sobretudo, o homem passava a ocupar-se com o
estético, isto é, procurava construir com a preocupação
voltada para o belo. Surgem as pinturas rupestres, como
as das grutas de Altamira, na Espanha, e as belas e
simétricas construções monolíticas, como as de Stonehenge, na Inglaterra.
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Das construções eminentemente utilitárias da pré-história, passamos pela


arquitetura monumental do Egito e da Mesopotâmia ou então aos estilos arquitetônicos
tão peculiares da Índia, do Japão, da China ou mesmo das Américas, cada qual com suas
particularidades culturais. Do harmônico dos estilos greco-romano, vamos ao soberbo
do gótico e o barroco da Idade Média e Renascença, depois de passar pelo neoclássico,
chegamos hoje à Arquitetura contemporânea.

Se, nos primórdios da história, o homem tinha na arte de construir a essência de


se resguardar, passando posteriormente a ser elemento de tributo aos deuses e a Deus,
hoje, o homem volta a si e consubstancia suas edificações ao seu conforto e bem-estar,
enfim ao seu prazer.

Nesta busca incessante, nesta inquietude humana, concluimos que a Arquitetura,


como arte de edificar, é, ao mesmo tempo, uma ciência dinâmica e ilimitada em sua
capacidade criadora, que aliou as necessidades fundamentais do homem, como:

1. Físicas: de abrigo;

2. Emocionais: de segurança e proteção;

3. Estéticas: de beleza e funcionalidade.

Assim, temos outras definições de Arquitetura.

“Arquitetura: produto ou resultado do trabalho arquitetônico, edifícios. Um estilo ou


método de construção de um povo ou período. A profissão de projetar edifícios e ou
ambientes habitáveis. A ação consciente de formar elementos que resultam em uma
estrutura unificadora e coerente.” (CHING, 2000, p.09)
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2. Definições básicas

Desenho: Suporte artístico ligado à produção de obras bidimensionais, diferindo,


porém, da pintura e da gravura. Neste sentido, o desenho é encarado tanto como
processo quanto como resultado artístico. No primeiro caso, refere-se ao processo pelo
qual uma superfície é marcada aplicando-se sobre ela a pressão de uma ferramenta (em
geral, um lápis, caneta ou pincel) e movendo-a, de forma a surgirem pontos, linhas e
formas planas. O resultado deste processo (a imagem obtida), portanto, também pode
ser chamada de desenho. Desta forma, um desenho manifesta-se essencialmente como
uma composição bidimensional formada por linhas, pontos e formas.

“O Homem Vitruniano,desenho do Da Vinci é um


estudo das proporções do corpo humano realizado em
base a textos de arquitetura de Vitruvio, um arquiteto
da antiga Roma e famoso pelos seus estudos de
engenharia e arquitetura. Este desenho é uma
representação da “Divina Proporção”. Em seus livros
Vitruvio estabeleceu quais serias as proporções ideais
do homem, e seguindo suas indicações, Da Vinci
chegou a fazer este desenho. Vitrúvio já havia tentado
encaixar as proporções do corpo humano dentro da
figura de um quadrado e um círculo, mas suas
tentativas ficaram imperfeitas. Foi apenas com Leonardo que o encaixe saiu
corretamente perfeito dentro dos padrões matemáticos esperados.”

Croqui ou Esboço:Usado geralmente no desenvolvimento de projeto, aplica-se bem


para comunicação de idéias em fase embrionária, o que faz com que seja bastante
utilizado durante o processo criativo. É feito de forma rápida com as mãos, mas procura
ser fiel às dimensões e proporções dos objetos retratados. Por isso o desenhista quando
vai a campo e precisa registrar de forma rápida elementos de máquinas ou construtivos
ele faz os esboços que posteriormente poderão ser desenhados de acordo com as normas
de desenho.
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Projetar: conceber ou idealizar a forma e a estrutura de um edifício ou outra


construção.
Projeto arquitetônico: é a solução de um problema de edificação, equacionando com
arte e técnica, os elementos fixos e variáveis existentes, visando a obtenção do objetivo
desejado, determinado por um programa estabelecido. Segundo elementos:
fixos: terrenos / programa / verba / exigências institucionais.
variáveis: programa / partido arquitetônico / funcionalidade / estética / volumetria.

3. O Desenho Técnico

Forma de representação gráfica,usada, entre outras finalidades, para ilustrar


instrumentos de trabalho, como máquinas, peças e ferramentas. E esse tipo de desenho
sofreu modificações, com o passar do tempo.

Existe o desenho artístico e temos que saber a diferença entre esses dois tipos de
desenho. Vamos observar os desenhos abaixo, para conhecer a características de cada
um.

Estes são exemplos de desenhos artísticos, nesses casos os artistas transmitiram


suas ideias e seus sentimentos de maneira pessoal. Um artista não tem o compromisso
de retratar fielmente a realidade. O desenho artístico reflete o gosto e a sensibilidade do
artista que o criou.
Mas no desenho técnico, ao contrário do artístico, deve transmitir com exatidão
todas as características do objeto que representa. E para isso, o desenhista deve seguir
regras estabelecidas previamente, chamadas de normas técnicas. Assim, todos os
elementos do desenho técnico obedecem a normas técnicas, ou seja, são normalizados.
Cada área ocupacional tem seu próprio desenho técnico, de acordo com normas
específicas. Vejamos alguns exemplos:
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4. Desenho de arquitetura

“O desenho arquitetônico não é a representação ideal de um projeto. Seu maior


defeito é mostrar pedaços de um projeto que deverá ser visualizado completo,
numa só operação da memória. perspectivas e maquetes dão boa ideia do conjunto
(MONTENEGRO, 1985, p.01).”

O desenho é a linguagem própria para explicar o projeto arquitetônico, seja por


meio de representações puramente geométricas destinadas a especialistas, seja por meio
de perspectivas ou ilustrações artísticas apresentadas ao público leigo. Em todos os
casos, seu entendimento deve ser universal.
Dominar a linguagem do desenho facilita a concepção do edifício e é muito
importante para impressionar favoravelmente o cliente. Porém, o desenho de arquitetura
é apenas um processo auxiliar de representação da edificação, não um fim em si mesmo,
como na pintura.
O desenho de arquitetura não é a representação ideal de um projeto. Seu maior
defeito é mostrar pedaços de um projeto que só será visualizado completo numa
imagem mental. O desenho de arquitetura é bidimensional, simbólico, não reflete a
escala humana, é estático (não muda seus pontos de vista), não denota o espaço
(sobretudo o interior), não mostra as cores, a luz, os cheiros nem os sons. Para conhecer
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sua linguagem simbólica, o aluno deve pesquisar e pensar criticamente as normas e


convenções existentes. (MONTENEGRO, 2001)

O desenho de arquitetura, ou desenho arquitetônico, como toda atividade


técnica, é regido por um conjunto de normas que, no Brasil, são definidas pela ABNT.
As normas e convenções definidas pela ABNT seguem os padrões internacionais,
visando a unificação e a ordem da linguagem técnica.

A ABNT é um sistema de padronização que é o alicerce para garantir a qualidade de um


projeto. Todos os componentes que envolvem o desenho de arquitetura e engenharia são
padronizados e normalizados em todo o país.

Mas qual o objetivo dessas normas?


É conseguir melhores resultados a partir do uso de padrões que supostamente
descrevem o projeto de maneira mais adequada e permitem a sua compreensão e
execução por profissionais diferentes independente da presença daquele que o
concebeu.

São exemplos destas normas:

• NBR 10067 – Princípios gerais de representação em desenho técnico


• NBR 10068 – Folha de desenho: layout e dimensões
• NBR 6492 – Representação de projetos de arquitetura
• NBR 8402 – Caligrafia Técnica
• NBR 8403 – Aplicação de linhas em desenho, tipos de linhas – larguras de
linhas - procedimento

A NBR 10.068,padroniza as características dimensionais das folhas em branco e


pré-impressas a serem aplicadas em todos os desenhos técnicos. Dimensões, layout,
dobraduras e a posição da legenda, garantindo desta forma uniformidade e legibilidade.

Alguns itens a serem observados na NBR, são os seguintes:


• posição e dimensões da legenda;
• margem e quadro;
• marcas de centro;
• escala métrica de referência;
• marcas de corte.
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A legenda do projeto tem a finalidade de


uniformizar as informações que devem
acompanhar os desenhos.
O carimbo deve possuir as seguintes
informações principais, como:
• Nome do escritório , Companhia etc;
• Título do projeto ;
• Nome do arquiteto ou engenheiro ;
• Nome do desenhista e data ;
• Escalas ;
• Número de folhas e número da folha
• Assinatura do responsável técnico
pelo projeto e execução da obra ;
• Nome e assinatura do cliente ;
• Local para nomenclatura necessária
ao arquivamento do desenho;
• Conteúdo da prancha

Já a NBR 8402, ela rege a caligrafia técnica que deve ser utilizada no desenho
técnico e documentos semelhantes. Suas principais exigências são: elegibilidade,
uniformidade e adequação à microfilmagem e a outros processos de reprodução.

A NBR 8403, fixa tipos e o escalonamento de larguras de linhas para uso em desenhos
técnicos e documentos semelhantes.

As linhas são os principais elementos do desenho arquitetônico.


Além de definirem o formato, dimensão e posicionamento das paredes, portas,
janelas, pilares, vigas, objetos e etc, determinam as dimensões e informam as
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características de cada elemento projetado. Sendo assim, estas deverão estar


perfeitamente representadas dentro do desenho.
As linhas de um desenho normatizado devem ser regulares, legíveis (visíveis) e
devem possuir contraste umas com as outras.
Nas plantas, cortes e fachadas, para sugerir profundidade, as linhas sofrem uma
gradação no traçado em função do plano onde se encontram. As linhas em primeiro
plano – mais próximo – serão sempre mais grossas e escuras, enquanto as do segundo e
demais planos visualizados – mais afastados – serão menos intensas.

Traço forte: As linhas grossas e escuras são utilizadas para representar, nas plantas
baixas e cortes, as paredes e todos os demais elementos interceptados pelo plano de
corte.

Traço médio: As linhas médias, ou seja, finas e escuras, representam elementos em


vista ou tudo que esteja abaixo do plano de corte, como peitoris, soleiras,
mobiliário, ressaltos no piso, paredes em vista, etc.

Traço fino: Para linhas de construção do desenho – que não precisam ser apagadas –
utiliza-se linha bem fina. Nas texturas de piso ou parede (azulejos, cerâmicas, pedras,
etc), as juntas são representadas por linhas finas. Também para linhas de cota,
auxiliares e de projeção.
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Sempre que possível o desenho deve estar bem paginado, dentro de pranchas
padronizadas com margens e carimbo com as informações necessárias. Deve estar limpo
e sem rasuras. Conter traços homogêneos, com espessuras diferenciadas que
identifiquem e facilitem a compreensão dos
elementos desenhados. Textos com caracteres claros que não gerem dúvidas ou dupla
interpretação. Dimensões e demais indicações que permitam a boa leitura e perfeita
execução da obra. Sempre que possível seguir uma norma de desenho estabelecida
(NBR 6492).
A base para a maior parte do desenho arquitetônico é a linha, cuja essência é a
continuidade. Em um desenho constituído somente de linhas, a informação
arquitetônica transmitida (espaço volumétrico; definição dos elementos planos, sólidos
e vazios; profundidade) depende primordialmente das diferenças discerníveis no peso
visual dos tipos de linhas usados.

Na representação de uma reforma é indispensável diferenciar muito bem o que


existe e o que será demolido ou acrescentado. Estas indicações podem ser feitas usando
as seguintes convenções:

A NBR 6492, fixa as condições exigíveis para representação gráfica de projetos


de arquitetura, visando a sua boa compreensão. Falaremos aqui de Escala e mais a frente
sobre o que compõem o projeto de arquitetura.

5. Escalas

Segundo Montenegro, “escala é a relação entre cada medida do desenho e a sua


dimensão real no objeto”.

A impossibilidade de representar em verdadeira grandeza objetos cujas dimensões


não permitem o uso dos tamanhos de papel recomendados pelas Normas Técnicas
requerem escalas de redução ou ampliação.
A escolha de uma escala deve ter em vista: o tamanho do objeto a representar, as
dimensões do papel, a clareza do desenho.
Existe três tipos de escala: Natural ou Real, De Redução e de Ampliação.

Escala Natural: Quando o objeto que está sendo representado no desenho,


apresenta a mesma medida do real, chamamos de escala natural. A escala natural está na
razão 1 para 1, ou seja, o real está para o desenho na razão de uma medida do real para
uma medida do desenho.
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Escala de Redução: A mais utilizada no desenho de arquitetura. Quando o objeto


que está sendo representado é de grandes dimensões, usamos escala de redução, para
possibilitar sua representação no papel.

Escala de Ampliação: Quando o objeto que está sendo representado é muito


pequeno, necessitando ser ampliado para melhor interpretação do projeto.

6. Dimensionamento

Os desenho de arquitetura, como os demais desenhos técnicos, devem trazer


corretamente indicadas todas as suas medidas. Qualquer medida errada ou mal indicada
costuma dar prejuízos e aborrecimentos.
As cotas devem ser escritas acompanhando a direção das linhas de cota. Qualquer
que seja a escala do desenho, as cotas representam a verdadeira grandeza das
dimensões.

7. Etapas do projeto

O projeto de arquitetura apresenta uma série de peculiaridades, que são importantes


para a elaboração de um projeto, desde a escolha do lote até a aprovação nos órgãos
competentes.

Escolha do lote: Alguns itens são de extrema importância serem levados, como:
Localização, posição em relação ao Norte, topografia, afastamentos exigidos pela
prefeitura ( uso do solo), resistência do solo, índice de ocupação.
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Compra do lote –Verificar se toda a documentação está correta, e passar


imediatamente para o nome do comprador.
Contratação do arquiteto –Profissional adequado para dar orientações sobre a
compra do lote ( antes da negociação) , e sobre o projeto futuro a ser feito.
Encomenda do projeto –Ocorrerá uma conversa detalhada entre o cliente e o
arquiteto, nesse momento o arquiteto solicitará o levantamento topográfico ( realizado
por um Topográfo) e as normas de Uso de Solo concedida pela prefeitura do município
onde se localiza o terreno. Nesta etapa o profissional colherá dados do cliente,
conhecerá suas necessidades e expectativas, para a elaboração do Programa de
Necessidades, colhendo todas as informações necessárias para dar início à fase, a qual
chamamos de Estudo Preliminar.
Estudo preliminar–Sabendo das necessidades e objetivos do seu cliente, irá
começara elaboração de um croqui, ou melhor, de um esboço, que dará início a nova
fase, denominada de Anteprojeto.
Anteprojeto- É o projeto desenhado, seguindo todas as normas do desenho técnico
e da ABNT. É este o desenho que o cliente irá ser consultado para aprovar ou não o
trabalho do arquiteto.
Projeto final - Logo após a aprovação do projeto pelo cliente, o arquiteto passa a
finalizá-lo, incluindo todos os desenhos necessários para a aprovação na prefeitura e no
CREA.
Crea/ART- O Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia é o
órgão onde o arquiteto registra um documento denominado ART – Anotação de
Responsabilidade Técnica, que é o registro do contrato (escrito ou verbal) entre o
profissional e seu cliente. Instituída pela Lei Federal 6.496/77, a ART define obrigações
contratuais e identifica os responsáveis pelos empreendimentos relativos à área
tecnológica. O documento é exigido na elaboração de projetos, consultoria, execução de
obras e serviços, independentemente do nível de atuação do profissional.

Prefeitura – O cliente ou o profissional deverá levar o projeto para ser aprovado


pela prefeitura; caso seja aprovado, deverá providenciar cinco jogos de cópia para serem
registrados e carimbados.

8. Levantamento Topográfico

Nem sempre os terrenos são lotes retangulares e planos. Há terrenos de contorno


irregular e outros com altos e baixos. A representação da superfície do terreno e
objeto de estudo da topografia.

Um terreno plano e horizontal fica definido por seu perímetro ou


contorno.
Levantar um terreno é fazer a medição dos ângulos e das distancias de
modo que ele possa ser desenhado.
O levantamento pode ser feito no local por meio de instrumentos (trena,
mira, bússola, teodolito,etc) ou por meio de fotografias aéreas, quando se
trata de uma região muito extensa.
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Levantamento Planimétrico – É o desenho da projeção horizontal de um terreno.


Também chamado, Planimetria.

A orientação do terreno é obtida por meio da bússola. A ponta azulada da agulha


indica o Norte Magnético (N.M).
O Norte Verdadeiro (N.V) ou Norte Astronômico é, em geral diferente do N.M.
Trata-se de um fator muito importante que o arquiteto faça o projeto levando em
conta a posição do sol (insolação) e a direção dos ventos nas diferentes épocas
do ano.

Quando o terreno é acidentado ou é inclinado o levantamento planimétrico não é


suficiente para seu conhecimento. O relevo, a variação de alturas, será medida no
levantamento altimétrico e representada por meio de curvas de nível.
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Curvas de nível é a representação dos pontos de mesma cota ou altura em relação a


um plano horizontal tomado como referência.

9. Situação do terreno – termos técnicos

Para melhor compreensão, o Técnico em Transações Imobiliárias precisa estar


por dentro de alguns termos técnicos relacionados à situação do terreno, para ter
argumentos em uma explanação para o cliente.

• Terraplanagem – Processo de preparação do terreno, para dar início a


construção.
• Aterro – Preenchimento de uma área em desnível, com terra ou entulho.
• Desaterro – Retirada de terra de uma área.
• Declive – Quando a inclinação do terreno está abaixo do nível da rua.
• Aclive – Quando a inclinação do terreno está acima do nível da rua.
• Logradouro – Locais públicos, como praças, ruas, avenidas, parques etc...
• Arruamento – Processo de criação das ruas.
• Caixa de Rolamento – Parte da rua destinada para o trânsito de veículos.
• Passeio – Parte da rua destinada para o passeio de pedestre.
• Afastamento – Distâncias exigidas pelo Uso do Solo, da edificação em
relação ao terreno.

10. Projeto de Arquitetura

Um projeto arquitetônico deve acompanhar os seguintes tipos de desenho:

Planta Baixa / Corte Transversal / Corte Longitudinal / Planta de Situação /


Fachada Principal / Planta de Cobertura / Planta de Implantação ou Locação.

O Técnico em Transações Imobiliárias precisa entender todas esses tipos de


desenhos que fazem parte de um projeto, mas os desenhos que ele irá mais usar são:

Planta Baixa
Planta de Situação
Planta de Implantação ou Locação
Perspectiva
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Planta Baixa

É o corte da edificação por um plano horizontal, numa altura aproximada de


1,50m acima do piso. Cada ambiente é visto de cima, sem o telhado. Ela serve para
representar as diversas peças do imóvel, suas dimensões e suas diversas aberturas
(esquadrias). Mostra medidas, larguras e comprimentos.
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Planta de Corte

É a secção da edificação por um plano vertical, esse plano vertical divide a


edificação em duas partes: no sentido transversal e no sentido longitudinal e deve
mostrar o máximo possível de detalhes construtivos. Essa planta indica as alturas do
projeto. Desenho que apresenta uma construção sem as paredes externas, deixando à
mostra uma série de detalhes como: pé-direito, divisões internas, comprimentos,
escadas, etc. Caso haja necessidade de mais algum corte ou planta, deverão constar
outros desenhos para um perfeito detalhamento mais específico do projeto.
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Planta de Fachada

Cada uma das faces de qualquer construção, a de frente é denominada fachada


principal, e as demais: fachada posterior ou fachada lateral.
Fachada é, como o próprio nome sugere, aquilo que está na frente. A fachada é a
exteriorização do projeto, é a forma que a obra adquire. Fachada ou vista frontal é a
vista ortográfica da face da edificação em relação ao logradouro, onde está situado o
observador.
Os elementos usualmente apresentados nas fachadas são:
Portas e Janelas / Gradil / Revestimentos decorativos / Cobertura e Tipo de Telha /
Varandas

Planta de Situação

Indica a Localização do terreno. Deve indicar terrenos vizinhos, vias de acesso,


orientação, área, contorno e dimensões do terreno, construções projetadas, existentes e a
demolir.
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Planta de Coberta

É uma vista superior da obra necessitando assim a representação de todos os detalhes


relativos à coberta, como:
- tipo de telha;
- inclinação correspondente ao tipo de telha,
- se houver, indicar beiral, platibanda, rufos, marquises...
- Determinar as cotas parciais e totais da edificação.

Planta de Implantação/Locação

Indica a posição da construção dentro do terreno. Deve mostrar os muros,


portões, árvores existentes, um ponto de referência na vizinhança, a calçada ou passeio e
– se necessário – as construções vizinhas. Serve, comumente, como ponto de partida
para marcação da construção no terreno.
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Especificações

Indicação, no projeto, dos materiais, acabamentos e cores da edificação – “planta


falada”. A especificação dos materiais em planta é feita utilizando-se letras, algarismos
e símbolos gráficos. Exemplo.:
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Perspectiva

Enquanto Plantas e fachadas são desenhos com duas dimensões, a perspectiva


mostra as coisas como nós vemos, com três dimensões. Ela mostra os objetos como eles
aparecem à nossa vista, como um volume, dá a visão de conjunto do objeto, mas não
permite tomar medidas.

Quadro de aberturas

Legenda a qual possui informações sobre as aberturas, portas e janelas.Quando a


referencia é para janela, denominamos a sigla J , e para porta P.
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Planta humanizada

É o principal desenho voltado para a compreensão do leigo. Normalmente o cliente é


desconhecedor da linguagem arquitetônica, portanto sem condições de visualizar
perfeitamente as plantas baixas voltadas para a construção. As plantas humanizadas o
ajudam a perceber as propostas de arranjos (lay-outs) para os ambientes, e também suas
proporções, já que os espaços deverão estar equipados com o máximo de elementos
possíveis (camas,cadeiras, mesas, objetos, cortinas, e etc.), de forma a facilitar sua
compreensão. É importante que ele possa perceber as dimensões dos espaços, o que
ocorre quando percebe a escala dos equipamentos colocados no interior. O desenho
base, a planta, deverá estar perfeitamente desenhada, com os traços fortes e médios bem
caracterizados. É também um desenho que necessita um pouco de arte, já que será
necessário desenhar os equipamentos de forma clara e o mais próximo possível do real.
"Quando na planta, olharmos para um ambiente que seja um quarto, deveremos ter a
leitura perfeita do espaço em função dos equipamentos e mobiliário nele desenhado".
Idem para os demais, podendo até chegar ao ponto de desenharmos alguns detalhes
como pisos, tapetes, talheres, copos, garrafas, eletro-eletrônicos e elementos de
decoração. Estes desenhos, em conjunto com as perspectivas, são também responsáveis

pela venda do projeto, já que retratam os espaços projetados.

11. Instalações prediais

Um projeto arquitetônico completo deve ser acompanhado dos projetos


complementares de água / esgoto / aguas pluviais / luz e força / telefone / proteção
contra incêndio / estrutura / instalações especiais.

Aqui iremos falar dos projetos de elétricas e hidráulicas. Os responsáveis por esses
projetos, não é o arquiteto, apesar de saber faze-lo, mas compete a outros profissionais
projeta-los para que possam sair com perfeição.
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No projeto elétrico, o engenheiro elétrico define o caminho das tubulações elétricas


desde a caixa de entrada de energia que vem da rua até a sua chegada aos equipamentos
elétricos.
Algumas convenções que devem ser usadas nas plantas de elétrica.
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Já no projeto hidráulico, o objetivo é dimensionar as tubulações necessárias, para cada


área molhada(banheiros, lavabos, área de serviço, cozinha e outros). O projeto hidro-
sanitário apresenta os pontos e as tubulações de água fria, quente, esgoto e pluvial.

12. Portas e Portões

Como corretores, precisamos identificar as aberturas de portas e portões em um


desenho de arquitetura. Iremos mostrar alguns exemplos com representação em planta.

Porta Giratória

Porta de Abrir ou de Giro


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Porta Sanfonada

Porta Pantográfica ou Camarão

Porta de Correr
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Porta Pivotante de Eixo Central

Portão Basculante

Portão de Enrolar

Portão de abrir ou de giro


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13. Janelas

As janelas em planta, geralmente são representadas conforme a figura abaixo

Janela Baixa: normalmente a janela é representada


como baixa, se o peitoril dela for abaixo de 1.50m.

Janela Alta: toda janela onde o peitoril esteja acima


de 1.50m.

Tipos:

Basculante - as peças das janelas giram em torno de um eixo superior, tendo o


movimento limitado por hastes laterais.

Máximo-ar- Janela cuja abertura deixa os vidros numa posição perpendicular ao


caixilho, permitindo total ventilação e iluminação em relação ao batente.

Abertura tipo guilhotina - a abertura da janela é na posição vertical.


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De correr - a abertura da janela é na posição horizontal.

Tipo veneziana – permite a ventilação permanente dos ambientes, impedindo a


visibilidade do exterior e a entrada de água da chuva. É formada por palhetas inclinadas
e paralelas.

Com bandeirola - situado na parte superior das janelas ou das portas.

Fixo ou móvel, favorecendo a iluminação e ventilação dos ambientes.

14. Método tradicional de desenho

Muito pouco utilizado nos dias atuais, esse método é preciso alguns equipamentos,
utensílios e mobiliários para ser realizado o projeto, como:
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Prancheta Régua T Transferidor

Esquadros Escalímetro Gabarito Sanitário

Lapiseira

Bigode

Gabarito Vegetação

15. Método atual de desenho

Filosofia de trabalho inovadora em projeto e construção, o CAD representa, sem


dúvida, uma ferramenta essencial para o arquiteto e o engenheiro, bem como para todos
os profissionais dedicados à área de desenho técnico.

Para o arquiteto, é um instrumento que tem que ser aprendido de acordo com as
necessidades do profissional. É importante que tenha o profundo conhecimento dos
comandos e facilidades oferecidas pelo programa, com o aprendizado, passa a ter mais
desenvoltura de trabalho, ganhando em produtividade e passando até a conceber a
materializar sua ideia diretamente no computador.
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16. Obra

Em uma obra, além de ser utilizados tijolos, argamassas e cimento, há também uma
série de documentos, entidades e leis, que muitas vezes não sabemos que existem.

Ação de adjudicação compulsória :É utilizado para que se cumpra a transferência


de propriedade de um bem imóvel quando o antigo proprietário não pode ou não quer
fazê-la. Nessa ação, o novo dono deve comprovar que comprou e pagou por ele. Para
isso, pode-se usar o compromisso de compra e venda, recibos, promissórias
etestemunhas.

Alvará: Documento emitido pela prefeitura do município onde a construção está


localizada que licencia a execução da obra. Existe alvará de reforma, de construção, de
funcionamento.

Cartório de notas :O registro de todas as declarações ou documentos que precisam


tornar-se públicos, por exigência – ou não – da lei, é feito nesses cartórios. Contratos de
compra e venda, por exemplo, só viram escrituras quando lavrados ali. Assim, deixam
de ser um instrumento particular para confirmar, de modo formal, a venda de um
imóvel.

Certidão negativa: Qualquer documento que comprove a isenção de ônus ou as


dívidas de todos os tipos com a Justiça, os órgãos públicos, a prefeitura e até o comércio
e os credores leva esse nome. Tais papéis podem ser emitidos em nome de pessoas
físicas ou jurídicas e em favor de um imóvel. O termo “negativa” nas certidões mostra
que não houve nenhum registro de ocorrência nos órgãos consultados.

Código de obras: Conjunto de leis municipais que controla o uso do solo urbano. O
Código de Obras é um instrumento básico que permite à Administração Municipal
exercer adequadamente o controle e a fiscalização do espaço construído. Estabelece
normas técnicas para todo tipo de construção, definindo também, os procedimentos de
aprovação de projeto e licenças para execução de obras, bem como os parâmetros para
fiscalização do andamento da obra e aplicação de penalidades. O código orienta
observar além da legislação urbanística municipal, também as normas existentes em
distintos níveis de governo referentes a construção civil.

Habite-se: Documento emitido pela prefeitura do município com a aprovação final


de uma obra. É o ato administrativo emanado de autoridade competente que autoriza o
início da utilização efetiva de construções ou edificações destinadas à habitação. Trata-
se de um documento que comprova que um empreendimento ou imóvel foi construído
seguindo-se as exigências (legislação local, especialmente o Código de Obras do
município) estabelecidas pela prefeitura para a aprovação de projetos. O documento é
emitido pela prefeitura da cidade onde o empreendimento ou imóvel encontra-se
localizado. Enquanto o início da obra é autorizado por uma licença para construção, o
habite-se atesta sua conclusão de acordo com a licença inicialmente dada.

Lei de Zoneamento: Esse conjunto de leis e decretos municipais é responsável


por ordenar e direcionar o crescimento de uma cidade. Por essa legislação, o mapa
oficial de um município é dividido em zonas, que por sua vez são repartidas em usos.
Uma zona pode ter uso único (quando é somente residencial, por exemplo) ou misto
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(comércio e casas). Essa lei também estabelece padrões urbanísticos que variam
conforme a zona, como os recuos legais.

Memorial descritivo: Descrição de todas as características de um projeto


arquitetônico, especificando os materiais que serão necessários à obra, da fundação ao
acabamento. Normalmente tem o objetivo de explicitar, na forma de um texto, as
informações mais importantes e que constam do projeto completo e que, porém, devido
ao volume de informações ser grande, não são facilmente observáveis, principalmente
para uma pessoa sem a formação técnica.

Plano Diretor:Instrumento básico de um processo de planejamento municipal para


a implantação da política de desenvolvimento urbano, norteando a ação dos agentes
públicos e privados. (ABNT, 1991). Plano diretor é um documento que sintetiza e torna
explícitos os objetivos consensuados para o Município e estabelece princípios, diretrizes
e normas a serem utilizadas como base para que as decisões dos atores envolvidos no
processo de desenvolvimento urbano convirjam, tanto quanto possível, na direção
desses objetivos. (SABOYA, 2007, p. 39)

Imposto de Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) :O Imposto Sobre Transmissão


de Bens Imóveis (ITBI) é cobrado pelos municípios brasileiros nos casos de
transferência – transmissão ou cessão – de propriedade de imóveis, como casas,
apartamentos, salas, lojas e/ou galpões. O imposto incide sobre a compra ou permuta de
imóveis e tem como base de cálculo o valor de mercado dos bens ou direitos
transmitidos na época em que a operação é efetuada. O responsável pelo recolhimento é
o comprador, nas negociações envolvendo venda. No caso de permuta do imóvel, os
dois lados envolvidos dividem o pagamento do tributo, de forma solidária. A alíquota
do ITBI é de 2% do preço do bem, sobre o valor efetuado à vista, ou de 1% sobre o
valor financiado pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH). (fonte:
http://www2.recife.pe.gov.br/pcrservicos/imposto-de-transmissao-de-bens-inter-vivos-
itbi/)

17. Residências

Segundo o Código de Obras da Cidade do Recife, Lei nº16.292,de29/01/97

Art. 50. As edificações de uso habitacional classificam-se em:

I - edificação habitacional unifamiliar;


II - edificação habitacional multifamiliar;
III - conjunto de edificações habitacionais.

§ 1º - Edificação habitacional unifamiliar - é aquela destinada a abrigar uma única


família.

§ 2º - Edificação habitacional multifamiliar - é aquela destinada a abrigar mais de uma


família.
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§ 3º - Conjunto de edificações habitacionais - é o agrupamento de habitações isoladas


ou acopladas, unifamiliares ou multi-familiares.

Classificação quanto à edificação

1. Residências isoladas são as que, como o nome indica, são separadas umas das
outras.

2. Residências geminadas são as ligadas por uma parede comum.

3. Residências em série são as construídas em seqüência.

Conjuntos residenciais: São agrupamentos de moradia que têm no mínimo 20


unidades residenciais. Os conjuntos residenciais podem ser compostos de unidades
isoladas e/ou prédios de apartamentos, dependendo do programa habitacional. Qualquer
núcleo habitacional deverá ser servido de todos os complementos necessários ao seu
pleno funcionamento, tais como comércio, escola, lazer, serviços públicos, etc.

Edifícios são edificações de dois ou mais pavimentos


destinados a residência, comércio ou às duas finalidades (mista).
Normas próprias devem ser seguidas para cada edifícios, de
acordo com o seu zoneamento, destinação, número de unidades,
altura, seguindos as leis especificas do município a ser
construído.Contudo, em todo e qualquer edifício deverá sempre
existir uma preocupação constante quanto aos acessos verticais
(escadas e elevadores), definidos por normas próprias, proteção
contra incêndio, estacionamentos, coleta de lixo, entre outros.
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18. Tipos de Pavimento

Os corretores, precisam saber quais os tipos de pavimentos que existem para


podermos estudar o projeto e saber explica-lo para o nosso cliente corretamente.

Em um edifício existe 6 tipos de pavimentos: Sub-solo / Semi-enterrado /


Térreo/ Vazado / Tipo / Cobertura.

Pavimento Subsolo: Fica abaixo do nível da rua. Totalmente enterresado,


geralmente utilizado para estacionamento.

Pavimento Semi-enterrado: quando o piso do pavimento imediatamente superior


a este não exceder à altura de 1,50m (um metro e cinqüenta centímetros) acima do
meio-fio.

Pavimento Vazado: é um pavimento que fica logo após ao térreo. Tem prédios
que tem 2 pavimentos vazados ou mais, que podem ser usados para garagem, salão de
festas, entre outros.

Pavimento Térreo: é aquele que esta no mesmo nível da rua, onde geralmente
fica aportaria, parte administrativa do prédio, hall social.

Pavimento Tipo: é a divisão interna desses andares se repete, dá-se o nome de


pavimento tipo à planta baixa desse projeto que se repete nos outros pavimentos.

Pavimento Cobertura: Pode ser a cobertura de um apartamento, ou pode ser


utilizado apenas para casa de maquinas, barrilete, e também pode ser utilizado para área
de lazer, com salão de festas, piscinas, sala de ginástica, entre outros.

19. Estrutura

A estrutura de uma obra é composta por três elementos – lajes, vigas e pilares –
sendo construídos de modo a se interligarem. Esses elementos se juntam e tem a função
de receber as cargas em uma edificação e transmitir as mesmas ao solo, além de manter
o equilíbrio do prédio.

Lajes: As lajes são áreas planas limitando os andares e suportando os


revestimentos de pisos. Suas duas principais funções são:

• Função de resistência, pois suportam seu peso próprio e as sobrecargas que


poderão ser aplicadas nela;
• Função isolação, pois as lajes isolam térmica e acusticamente os diferentes
andares.
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Laje maciça: Fabricadas totalmente em concreto armado. Podem conter paredes


apoiadas diretamente sobre elas. Por ser fabricada totalmente em concreto apresenta um
peso bastante elevado, sendo também um alto consumidor de fôrmas. Vão máximo: 3,5
a 6m.

Laje pré-moldada (tipo volterrana): Apresentam blocos (em geral cerâmicos) entre
nervuras pré-moldadas. Em geral, não devem conter paredes sobre elas. O bloco
cerâmico não tem função estrutural e pode ser substituído por blocos de isopor. Vão
Max.: 4m.

Laje treliçada: composta por nervura contendo uma armação em forma de treliça.
Entre as nervuras treliçadas é colocado um material sem função estrutural (EPS). Vão
máximo: 3,5 a 8m.

Laje colméia: São lajes nervuradas em que não existe material de enchimento entre as
nervuras. Podem dispor de paredes sobre elas. Utilização de fôrmas plásticas. Vão
máximo: 5,5 a 8m.

Laje Protendida:As lajes protendidas são exemplos da aplicação da protensão


naconstrução. São elementos pré-moldados, os alvéolos reduzem o peso da estrutura
e,em combinação com a protensão, são capazes de cobrir grande s vãos. São
especialmente projetados para resistir ao cisalhamento e a o momento fletor.

Protendida
Pré-moldada Colméia Treliçada
com EPS

Vigas: Essa dimensão maior, mais comprida estará sempre na posição


horizontal, pois caso esteja na posição vertical, seria um pilar ao invés de viga. As vigas
servem para sustentar as lajes e/ou a cobertura ou outras cargas como paredes, sendo
que está sustentação também está apoiada nos pilares. Assim, as vigas transferem os
esforços que chegam nela (peso da laje, das paredes, etc) para os pilares. Existem
diversos tipos e formatos de vigas, sendo que o formato mais econômico é o de seção
quadrada, pois teremos a melhor simetria para a distribuição das armaduras e usarmos
formas de mesmo tamanho.

Pilares: Sempre que possível, devem estar nas paredes, suas posições devem ser
comparadas com as que ocupam em outros pavimentos. Encontram-se na posição
vertical e recebem os esforços que chegam das vigas. Assim continuam com o processo
de transferência de esforços passando-os agora para a fundação da obra.
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Estrutura de madeira

A madeira é um dos materiais de utilização mais antiga nas construções, foi


utilizada pôr todo o mundo, quer nas civilizações primitivas, quer nas desenvolvidas, no
oriente ou ocidente.
Tem pequena capacidade de vencer vãos, mas suporta grandes esforços,
geralmente empregada em obras de pequeno porte.
Tem custo alto, devido a escassez. Nos dias atuais, é bastante utilizada em estrutura
de telhados.

Estrutura metálica

Estruturas metálicas, nada mais são, que vigas, pilares e treliças feitos a partir de
perfis metálicos ligados entre si. É ideal para grandes obras ou para um volume grande
de obraspadronizadas.
É uma estrutura limpa, rápida e que, em grande quantidade possui baixo custo.
Ela exige mão-de-obra mais especializada e, portanto, mais cara.
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Estrutura de Concreto

Material resultante da mistura íntima e proporcionada de um aglomerante


(cimento), agregados miúdos, agregados graúdos (areia+pedra) e água. Na construção
civil, é o material mais importante e possui várias aplicações, além da estrutural, tais
como: revestimento, paredes, pavimentos,
fundações, etc.

O Concreto simples, após endurecer apresenta:


• boa resistência à compressão;
• baixa resistência à tração;
• comportamento frágil , isto é, rompe com pequenas deformações.
Na maior parte das aplicações estruturais, para melhorar as características do
concreto, ele é usado junto com o ferro.
A junção do concreto simples, com uma armadura de barras de aço, se dá o
nome de concreto armado.
A proporcionalidade dos elementos que constituem o concreto, irá dá resistência,
consistência ou plasticidade.
O cimento é o elemento que dá resistência ao concreto. A água, além de ser o
elemento que fornece a plasticidade ao concreto, provoca a reação química do cimento.
A brita, cascalho e a areia são chamados de agregados e sua função principal,
além de ocupar espaço (diminuir o custo da obra, já que são mais baratos que o
cimento) é, também, de consorciando-se com o cimento, oferecer maior resistência ao
concreto.

Uma peça de concreto estará curada,isto é, estará com sua resistência plena
depois de 28 dias; contudo, o concreto tem a propriedade de, à medida que
envelhece, ficar mais resistente.
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20. Fundações

As fundações são e sempre foram essenciais no contexto de toda a edificação. A


obra deverá estar assentada de tal forma que não venha a tombar ou afundar no terreno.
É neste momento que se realizam as fundações ou, como dizem os leigos, o alicerce da
obra.

Define-se como fundação o processo pelo qual se cria no


terreno uma resistência igual e em sentido contrário ao do peso (ou
força) que deverá atuar sobre ele, para garantir asustentação da
obra.

Uma outra definição, um pouco mais simples, é: Fundação – é a parte inferior


da construção; é ela que transmite as cargas da construção ao terreno.O tipo de fundação
depende do estudo do subsolo. Sondagem geológica é a retirada de amostras das
camadas do solo e sua análise física.

Tipos de Fundação

Fundações Rasas Fundações Profundas

21. Instalações de Esgoto

Esse tipo de instalação requer cuidados especiais, pois toda a água utilizada é
expelida em forma de esgoto. Os resíduos são constituídos de fezes, urinas, limpezas
corporais, lavagens de utensílios, gorduras, detergentes e ácidos, cujo somatório
complica a rede coletora de esgoto.

Algumas regiões não existem rede de esgoto. E são utilizados o sistema de fossas
sépticas, caixas de gordura e sumidouros.

A fossa séptica tem a função de separar e transformar a matéria sólida contida na


água de esgoto, para em seguida descarregar esta água no solo. A transformação deste
composto sólido é feita por bactérias anaeróbicas.
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Já a caixa de gordura destina-se a receber a água utilizada na cozinha e para


separar a gordura. Caso não ocorra tal processo, a gordura, com o tempo,
impermeabiliza as paredes do sumidouro, dificultando a absorção natural.

O sumidouro é simplesmente um buraco no chão destinado a absorver a água


proveniente da fossa séptica, da caixa de gordura ou de outras origens.

22. Como é uma obra?

O Decreto nº 52.147, de 25 de junho de 1963, da Presidência da República,


aprova as normas de projeto e métodos de execução de serviços, a discriminação
orçamentária para obras de edifícios públicos e divide a obra em vinte itens: projeto;
serviços gerais; preparação do terreno; fundações; estrutura; instalações; elevadores;
paredes; cobertura; esquadrias; revestimentos; soleiras; rodapés; peitoris; ferragens;
vidros; tratamentos da obra, pavimentação; pintura;aparelhos; elementos decorativose
limpeza.
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Serviços gerais são todas as providências que precedem o início da obra: cercas,
tabuletas, materiais necessários, alojamentos, aparelhos e máquinasa serem usados,
ligações provisórias, etc.
Preparação do terreno é a etapa das capinas,demolições, remoção de entulhos,
locação da obra,movimentos de terra, etc.
Os elevadores são usados somente em obra decerto vulto; suas montagens são
efetuadas pelospróprios fabricantes.
As paredes podem ser feitas de: tijolo, barro,blocos de cimento e pedra.A
cobertura deve estarmuito bem ancorada na estrutura, Temos coberturacom telhas de
amianto, de alumínio, chapasde aço, de barro e outros materiais.
Esquadrias são todas as peças usadas na vedaçãodas aberturas das edificações.
Classificam-seem internas (portas) e externas (portas e janelas)Podem ser de madeira ou
metálicas.
Os revestimentos abrangem todo acabamentodas superfícies (paredes),
excluindo as pinturas.
Entre eles, encontramos: azulejos, ladrilhos, pastilhas,pedra, mármore e fórmica.
As soleiras são usadas sob os vãos das portas enas mudanças de tipo de
pavimentação. Os tiposmais comuns são de mármore, madeira, pedra, granitoe
cerâmica.
Rodapé é o arremate da pavimentação. O material,normalmente, acompanha o
do piso.
Peitoril é o acabamento na parte inferior das janelas. Pode ser em chapa
metálica, mármore, cerâmicae outros.
As ferragens são aquelas peças metálicas encontradasnas esquadrias metálicas
ou de madeira.São responsáveis pela fixação e articulação das esquadrias.
Os vidros são classificados quanto ao tipo (recozido, temperado, laminado e
aramado), quanto àforma (chapa plana, chapa curva, chapa perfilada echapa ondulada),
quanto à transparência (transparente,translúcido e opaco), quanto à superfície
(polido,liso, impresso ou fantasia, fosco e espelhado) equanto à coloração (incolor e
colorido).
O tratamento refere-se à proteção que se dá àobra e que pode ser quanto ao
vazamento d'água,ao calor ou tratamento térmico e aos ruídos.
A pavimentação trata do piso, que deve estarcoerente com a função do ambiente.
Os pisos podem ser de cerâmica, cimento, pedra,madeira, borracha e cortiça.
A pintura é um elemento de decoração e proteção,e requer cuidados especiais na
aplicação. As cores possuem a seguinte nomenclatura:cores primárias (amarelo, azul e
vermelho),secundárias (verde, laranja e violeta), complementares(2 secundárias ou 1
primária e 1 secundária),neutras (preto, branco, cinza e beje), quentes (vermelho,laranja
e amarelo) e frias (anil, roxo, lilás,verde e azul).
Os aparelhos da obra dizem respeito aos aparelhossanitários, de água potável e
de iluminação.
Os elementos decorativos relacionam-se a todotrabalho artístico executado em
uma obra.
A limpeza em questão é a chamada limpezafina, ou seja, a remoção de pequenos
resíduos oumanchas.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
DESENHO ARQUITETÔNICO E NOÇÕES DE CONSTRUÇÃO CIVIL

CHING, Francis D. K. Dicionário Visual de Arquitetura. São Paulo: Martins Fontes


2000. 2a Reimpressão.

SABOYA, Renato. Concepção de um sistema de suporte à elaboração de planos


diretores participativos. 2007. Tese de Doutorado apresentada ao Curso de Pós-
Graduação em Engenharia Civil – Universidade Federal de Santa Catarina.

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS-


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MONTENEGRO, Gildo A. Desenho Arquitetônico. 4 edição – São Paulo: Blucher,
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Concreto. Disponível em: http://www.arq.ufsc.br/arq5661/Estruturas3/concreto.html . Acesso


em 22 de julho 2013

Estruturas de concreto. Disponível em:


http://www.fec.unicamp.br/~almeida/cv714/introducao.pdf .Acesso em 22 de julho
2013

Desenho de Arquitetura. Disponível em:


http://designdeinterioresarquitetura.blogspot.com.br/2009/04/desenho-de-
arquitetura.html . Acesso em 22 de julho de 2013

Lajes. Disponivel em: http://www.arq.ufsc.br/arq5661/trabalhos_2008-1/lajes/lajes.pdf


. Acesso em 22 de julho 2013

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