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Trovadorismo
O Trovadorismo tem início no final do século XII, época em que Portugal havia
acabado de consolidar sua independência política.
Nessa época, a poesia não se dissociava da música. Por isso, os poemas,
compostos não para serem lidos, mas sim para serem cantados (e, com isso,
dançados), eram chamados de cantigas.
Os trovadores ou poetas-músicos, influenciados por artistas provençais (da
provença, região do sul da França) e utilizando o idioma galego-português,
produziram dois gêneros de cantigas: as líricas e as satíricas.
As líricas comportam as cantigas de amor (que possuem eu lírico masculino)
e as cantigas de amigo (com eu lírico feminino).
As satíricas se subdividem em cantigas de escárnio (que promovem críticas
indiretas) e cantigas de maldizer (com críticas diretas, ou seja, com seu “alvo”
explicitado).
Humanismo
Classicismo
Motivado pelas Grandes Navegações e pela nova mentalidade trazida pelo
Renascimento cultural, o Classicismo representou uma retomada dos valores
da Antiguidade greco-romana.
Influenciados por grandes nomes da Literatura italiana, os poetas clássicos
valorizaram o soneto e a medida nova (versos decassílabos).
Entre as principais características do Classicismo, podem-se citar:
o racionalismo,
a busca da perfeição formal,
a arte mimética (imitação do real) e
a valorização do equilíbrio.
O grande nome do Classicismo português é Luís de Camões, cuja obra possui
basicamente duas vertentes: a lírica e a épica.
Vertente lírica - reunida num volume intitulado Rimas, destacam-se seus sonetos,
cuja temática é centrada no sentimento amoroso. Publicadas postumamente em 1595,
as Rimas são um conjunto de poemas líricos, entre odes, elegias,
éclogas e cantigas. A parte mais importante da obra reside em seus 204 sonetos.
O soneto é uma criação literária do poeta italiano Francesco Petrarca e é
constituído por quatro estrofes, totalizando quatorze versos: as duas primeiras de
quatro versos (quartetos) e as duas últimas de três (tercetos).
Os versos de um soneto costumam ser decassílabos e, normalmente, os
quartetos rimam entre si e os tercetos também rimam entre si. Em seus sonetos, que
tratam sobretudo da relação amorosa, o amor é definido como um sentimento
contraditório, complexo, capaz de provocar nos amantes as reações mais díspares
(uso de ANTÍTESES E PARADOXOS).
Os temas mais abordados em sua lírica são: o amor, a mudança e o
desconcerto do mundo.
Também há os sonetos reflexivos, de natureza filosófica, e versos bucólicos,
em que a natureza fica em primeiro plano.
A épica
A epopeia camoniana Os Lusíadas narra a história de Portugal entre os
séculos XII e XVI, mas concentrando-se na viagem do comandante Vasco da Gama
rumo à descoberta, ao desbravamento do caminho marítimo das Índias.
Os modelos de Camões foram basicamente as epopeias greco-latinas: a Ilíada
e a Odisseia, de Homero, e a Eneida, de Virgílio.
• Como é dessa tradição épica, Os Lusíadas recorrem diversas vezes aos deuses da
mitologia clássica para representar ideias, sentimentos, e para concatenar as ações, o
enredo.
Do ponto de vista formal, a epopeia camoniana é composta por 1.102
estrofes em oitava-rima (ou seja, de oito versos decassílabos, com esquema
fixo de rimas), totalizando 8.816 versos.
• Os episódios mais conhecidos de Os Lusíadas são o de Inês de Castro (canto III,
estrofes 118- 135), o do Velho do Restelo (canto IV, 84-104), o do gigante
Adamastor (canto V, 49-60) e o da Ilha dos Amores (canto IX, 37-89).
OS LUSÍADAS
Tramoias de Baco
Mesmo depois da determinação do Olimpo de que a viagem dos portugueses
deveria correr sem percalços, Baco resolve agir contra eles. Os portugueses
conseguem se livrar de suas armadilhas com a ajuda da deusa Vênus.
Sucesso da viagem
Depois de escapar de mais uma armadilha de Baco, que fez o exército hindu
voltar-se contra as naus lusas, Vasco e seus homens empreendem a viagem de volta,
carregados de especiarias comprovadoras do sucesso da viagem. Em um dos
momentos finais da narrativa, o episódio da Ilha dos Amores, os portugueses recebem
as recompensas determinadas por Vênus: o conhecimento da máquina do mundo
(organização do universo segundo o sistema ptolomaico) e o amor das ninfas (em
princípio, reservado apenas aos deuses do Olimpo).
Inês de Castro
O episódio tem origem histórica. O reinado português de D. Afonso IV, ocorrido
entre 1325 e 1357, foi marcado por lutas contra os mouros e por disputas internas pelo
poder. Estas últimas envolveram seu filho, D. Pedro I. O príncipe casou-se em 1340
com D. Constança, mas apaixonou-se por uma das damas de companhia que a
esposa trouxe de Castela, Inês de Castro, que se tornou sua amante. Com a morte de
Constança, D. Pedro hesitava em se submeter às pressões da Corte, que exigiam que
ele escolhesse uma nova esposa. A nobreza viu nessa resistência a intenção secreta
de casar-se com Inês, o que não atendia a seus interesses. Por isso, pressionou o Rei
para que determinasse a morte de Inês, o que ocorreu em 1355. Dois anos depois,
com a morte do pai, D. Pedro se tornou Rei, e passou a perseguir os assassinos da
amada, dois dos quais foram encontrados e mortos.
O episódio levanta a questão da culpa pela morte de Inês. Camões prefere
uma abordagem lírica do assunto, ao responsabilizar o amor (na famosa estrofe “Tu
só, tu, puro amor, com força crua”, que aparece na Tarefa Mínima). Sobre culpas mais
terrenas e humanas, lê-se, em uma das estrofes do trecho (Canto III, estrofe 130):
O Velho do Restelo
O Gigante Adamastor