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NOTÍCIAS » AUTO-ESCOLA MAIS RIGOR A PARTIR DE AGOSTO

Mais rigor a partir de agosto


Para evitar fraude, candidato à carteira terá de registrar freqüência às aulas por meio de impressão digital. Detran quer também melhorar os índices de
aprovação

Bianca Melo

Fotos:
Cristina
Horta/EM/D.A
Press

Instrutores
só poderão
aceitar
alunos nos
carros
depois do
registro de
presença

Freqüência em aulas em auto-escola monitorada por impressões digitais


deixadas pelo aluno no início e no final para marcar presença está entre as
mudanças válidas a partir de 1º de agosto para interessados em tirar carteira de
habilitação em Belo Horizonte. Instrutores e diretores de ensino também
precisam deixar as digitais para começar e terminar todas as aulas teóricas e
práticas. A medida está na Portaria 1.330, do Departamento de Trânsito de
Minas Gerais (Detran-MG), que respalda o Decreto Estadual 44.714, de 31 de
janeiro. Lá aparece o termo “código biométrico”, uma referência à coleta da
digital. O objetivo, explica o delegado chefe do serviço de Habilitação do
Detran, Adilson Águido, é reduzir fraudes. “É um jeito de obrigar o aluno a
assistir aulas porque, apesar de ser difícil identificar, sabemos que há venda de
carteiras a quem nunca pisou em uma auto-escola”, afirma.

O Detran está preocupado também com o baixo desempenho dos alunos nos
exames para habilitação. Segundo o delegado Adilson Águido, no estado a
média de aprovação nos testes de direção não passa de 40%. Nos testes
teóricos, 65% das escolas alcançaram a média proposta de 71%. Já a avaliação
das 149 escolas que têm pista de motos mostrou que apenas 13 (8,7%)
superaram a média de 60%. “Sabemos que o sistema nervoso do candidato
interfere e que a tremedeira o faz deixar o carro morrer, mas em qualquer curso
a média exigida é 70 e temos de aumentar o índice de aprovação em Minas”,
afirma.

Em 2006, foram emitidas 222,7 mil carteiras de habilitação em BH, contra 244,6
mil em 2007, um aumento de 9,86%. No interior, foram 1,166 milhão em 2006,
contra 1,271 milhão no ano passado, aumento de 8,98%. Este ano, até ontem,
foram 101,1 mil na capital e 552,1 mil em outros municípios.

Quanto à coleta da digital, as novas regras valem para todas as categorias de


carteiras, mas a exigência é apenas para as primeiras 30 horas teóricas e as 15
aulas obrigatórias de direção. Inicialmente, a medida será obrigatória em BH,
mas, passada a fase de adaptação, a exigência chegará ao interior. A falsificação
da presença de alunos em cursos de legislação e de direção é a principal fraude
identificada pelo Detran, o que gera, anualmente, cerca de 10 processos
internos contra auto-escolas. O fechamento das infratoras é difícil. Em cinco
anos, apenas duas foram descredenciados.

Depois de agosto, o candidato à habilitação vai registrar no Detran ou nas


clínicas autorizadas a digital para abrir um protocolo. Ao chegar à aula, o aluno
põe o dedo no aparelho biométrico, que envia a informação de sua chegada ao
sistema central, no Detran, onde estão armazenados os dados sobre aulas
finalizadas e em andamento. “Não será mais possível o instrutor buscar aluno
em casa, porque ele precisa ir à auto-escola registrar presença”, diz o
presidente do Sindicato dos Proprietários dos Centros de Formação de
Condutores de Minas Gerais, Rodrigo Fabiano da Silva. Má notícia para a
contadora Sandra Regina Lima, de 32 anos, que só tem tempo de fazer aulas de
direção porque o instrutor a busca em casa e a leva ao trabalho, quatro
quilômetros distante. “Se tiver de pegar ônibus, esperar, não vai dar tempo.” Ela
já concluiu 35 aulas de direção e pretende fazer mais 10 antes da prova de rua.

ATRASO Rodrigo Fabiano da Silva acha positivo o novo sistema,


mas acredita que haverá transtornos, como o impedimento do
aluno atrasado de registrar presença, caso o lançamento de
dados sobre o início da aula já estiver encerrado. Para se "Parece
conectar ao sistema do Detran, a auto-escola precisará de mais fácil,
computador potente e do aparelho biométrico, que custa, em tranqüilo"
média, R$ 250, segundo o Detran. O estudante Wesley Carlos Wesley
Pereira, de 17 anos, testou o sistema e gostou. “Parece mais fácil, Carlos
tranqüilo.” Ele espera, ansioso, o dia 13, quando completa 18 Pereira,
anos, para iniciar as aulas. Quando chegar às lições de direção, de 17
será um dos primeiros a usar o boletim de presença eletrônico. anos,
estudante
A administradora da auto-escola Seame, em Belo Horizonte,
Fernanda Pereira Lima, alega dificuldade para acessar o sistema do Detran,
ainda em teste. “Demora a abrir e, às vezes, o aluno espera até três minutos
para leitura da digital.” A escola foi a primeira na capital a comprar o aparelho
biométrico. Em São Paulo, programa parecido foi fraudado neste ano com uma
espécie de dedo de plástico, mas o delegado Adilson Águido garante que o
sistema mineiro, desenvolvido pela Companhia de Tecnologia da Informação
em Minas (Prodemge), é mais seguro. O Conselho Nacional de Trânsito (Contran)
vai regulamentar o do uso da biometria em todo o país.

OUTRAS MUDANÇAS Mas essas não serão as únicas mudanças. As auto-escolas


terão ainda de instalar acessos para portadores de deficiência, nos moldes
exigidos pelo Detran; deverão ter salas de recepção e de espera, construir
banheiros separados para homens e mulheres e ambiente de simulador de
veículo estático. Outra medida é a proibição da presença de policiais,
funcionários públicos e de pessoas ligadas ao Detran na direção ou no quadro
de funcionários de auto-escolas. Adilson Águido informa que hoje são pelo
menos 500 policiais credenciados como instrutores em Minas e eles deverão
arrumar outra ocupação depois de 1º de agosto.

03 jul 2008 - Estado de Minas

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