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AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE CASTRO MARIM

ESCOLA E.B. 2,3 DE CASTRO MARIM


ANO LECTIVO 2007/2008

« Um tesouro partilhado »
Projecto Theka

Projecto Gulbenkian de
Formação de Professores para o
Desenvolvimento de Bibliotecas Escolares

Tutora: Fernanda Moreira

Formanda: Carla Sabino


Ref.: A.03.04

Castro Marim, 21 de Janeiro de 2008


Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos
Projecto «Um tesouro partilhado»

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE CASTRO MARIM


ESCOLA E. B. 2, 3 DE CASTRO MARIM
Projecto Theka

« Um tesouro partilhado »

Identificação do Agrupamento:
Agrupamento de escolas de Castro Marim
Escola E. B. 2, 3 de Castro Marim (escola sede)
Sítio do Sapal, apartado 62
8950 – 909 * Castro Marim
Telefone: 281.510.170
Fax: 281.531.713
N.º de contribuinte: 600.081.370
E-mail: ceagrupamentocm@hotmail.com

Identificação da formanda:
Carla de Fátima Leiria Sabino Viegas
Professora do Quadro de Nomeação Definitiva
da Escola E.B 2, 3 Dom Paio Peres Correia em Tavira
Professora em regime de destacamento na Escola E. B.2, 3 de Castro Marim
Docente do Grupo disciplinar n.º 290 – E.M.R.C.
Telefone: 96. 302.14. 33
E-mail: sabino.carla@hotmail.com

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Projecto «Um tesouro partilhado»

SUMÁRIO

Introdução

I - «Quem somos?»
- Caracterização do meio envolvente / População Escolar / Biblioteca Escolar /
Identificação de situações / Problema

1 - O Concelho de Castro Marim - «Uma Terra com história»


2 – O Agrupamento de Escolas de Castro Marim – As escolas e os alunos
3 – Biblioteca Escolar / Centro de Recursos Educativos - «O caminho que trilhámos…»
3.1 – A Biblioteca Escolar / Centro de Recursos Educativos
3.2 – Recursos materiais existentes na Biblioteca Escolar
3.3 – Recursos humanos existentes na Biblioteca Escolar
4 – Identificação de situações/problema – Dificuldades diagnosticadas

II - «O que pretendemos!»
- Finalidades / Objectivos / Actividades

1 – Finalidades do Projecto
2 – Objectivos do Projecto
3 – Actividades do Projecto
4 – Orçamento do Projecto

III - «Como avaliar?»


1 – A avaliação

Conclusão

Bibliografia

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«(…) Levou-me um livro com ele


pelo mundo a passear,
não me perdi nem me achei
- porque um livro é afinal…
um pouco da vida, bem sei...»
(João Pedro Mésseder, In O meu tesouro é um livro, Ed. Da Escola E. B. 2, 3 de Augusto Gil, Porto)

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Projecto «Um tesouro partilhado»

INTRODUÇÃO

O documento que se apresenta é o projecto da Biblioteca Escolar/Centro de Recursos


Educativos do Agrupamento de Escolas de Castro Marim para o Projecto da Fundação Calouste
Gulbenkian de formação de professores para o desenvolvimento de Bibliotecas Escolares.
Foi propósito da coordenadora da equipa da Biblioteca Escolar/Centro de Recursos
Educativos (Becre) abraçar esta iniciativa peculiar, pelo facto de considerar essencial o
desenvolvimento de competências ao nível da gestão e organização da biblioteca escolar, bem
como da promoção de aprendizagens, dada a nova missão das bibliotecas escolares. Com esta
formação foi possível organizar este projecto, que é a materialização de muitas ideias e planos de
trabalho anteriormente pensados e que agora se pretende concretizar, de forma a minimizar os
problemas educativos mais evidenciados.

O projecto que seguidamente se apresenta visa fundamentalmente reforçar o fundo


documental da Becre, assim como renovar os equipamentos informáticos que permitirão à
população escolar aceder à informação de forma eficaz. Consequentemente, pretende este
projecto dinamizar o espaço da Becre e impulsionar a magia da literacia a todas as escolas do
agrupamento. Entendemos que a Biblioteca deverá revelar-se como um importante centro de
formação, de informação e de dinamização do espaço escolar de todo o agrupamento e não
apenas de uma escola singular.
Assim, o projecto que se apresenta visa essencialmente contribuir para que a Biblioteca
Escolar constitua um recurso básico do processo educativo ao serviço do agrupamento. Pretende
que a Biblioteca Escolar seja um verdadeiro centro de iniciativas inseridas na vida pedagógica do
agrupamento. Visa promover o livro e a leitura como um saber e um querer partilhados, contribuir

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para a aprendizagem da leitura, da literacia, para a criação e o desenvolvimento do prazer de ler e


a aquisição de hábitos de leitura.
É nosso desejo que todos os alunos possam descobrir o prazer de ler e que com o apoio da
Biblioteca Escolar, entendida como um verdadeiro centro de recursos multimédia, possam
alimentar esse gosto e possam informar-se, recorrendo a fontes documentais disponíveis nos mais
variados tipos de suporte.
Este projecto nasce assim da necessidade de dar respostas válidas a carências manifestadas
ao nível do agrupamento. É fruto de reflexões, diálogos, troca de opiniões observações e
constatações e experiências pedagógicas.

Nesta sequência, e de modo a apresentar a estrutura deste projecto, procedeu-se


inicialmente a uma análise/caracterização do meio envolvente, bem como da população escolar.
Fez-se também uma análise do percurso feito até ao momento ao nível da Becre. Após diagnóstico
da situação, definiu-se finalidades, metas a atingir e traçou-se objectivos específicos, para os quais
se delineou actividades a concretizar. Definiu-se o acompanhamento da execução do projecto,
assim como os vários momentos de avaliação. Elaborou-se uma listagem com os materiais
existentes, assim como dos materiais a serem adquiridos ao abrigo deste projecto.
É este o nosso desafio: pôr todos os alunos do agrupamento de escolas a contactar com os
livros e assim desenvolver bons hábitos de leitura. No fundo, o que desejamos é partilhar uma
riqueza, partilhar com todas as escolas do agrupamento um tesouro, o tesouro que nos faz saber e
desejar mais e que nos faz viajar pela magia das palavras.
Pretendemos pois ajudar a descobrir um tesouro e partilhá-lo. Esse tesouro é o saber, é a
magia de ler, é o livro, são as novas tecnologias de informação. O tesouro é tudo o que a
Biblioteca Escolar poderá oferecer para o sucesso das aprendizagens dos nossos alunos.

«Não existe nave mais veloz que o livro


para nos levar a terras longínquas.»
(Emily Dickinson)

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« Quem somos? »
Caracterização do meio envolvente / População escolar / Biblioteca Escolar
Identificação de situações/problema

1 - O Concelho de Castro Marim - «Uma Terra com história»

O concelho de Castro Marim encontra-se situado no Sotavento Algarvio, na grande bacia


hidrográfica do rio Guadiana. É um dos concelhos mais antigos do Algarve. Tem como concelhos
vizinhos Alcoutim, Vila Real de Santo António e Tavira.
É composto pelas freguesias de Castro Marim, Altura, Odeleite e Azinhal. Estas freguesias
encontram-se inseridas em três zonas distintas: Litoral, Barrocal (área de transição) e a
«Serra», o que confere ao concelho uma diversidade geográfica significativa. Compreende por
isso uma zona de litoral e de praias, mas caracteriza-se essencialmente pelas suas zonas de
barrocal e serra. A «serra» ocupa cerca de noventa por cento da área do concelho. O concelho
ocupa uma área total de 300 Km2, correspondendo a freguesia de Odeleite aproximadamente a
51% do total da área concelhia.
Castro Marim é por isso um concelho que se apresenta bastante extenso e cujo povoamento
é disperso. Os transportes urbanos dentro do concelho são escassos e para a maioria dos lugares e
vilas o transporte faz-se obrigatoriamente de manhã e ao fim da tarde.
No que respeita à biodiversidade concelhia, é ponto de análise obrigatório a importância
faunística da Reserva Natural do Sapal de Castro Marim e Vila Real de Santo António, a qual
apresenta inúmeras espécies vegetais e animais autóctones e migratórios de extrema relevância.

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Em termos de evolução demográfica, o concelho de Castro Marim apresenta


características de concelho interior, uma vez que, no respeitante à evolução da densidade
populacional, esta tem vindo a decrescer. A população do concelho de Castro Marim apresenta um
envelhecimento superior à média do que é verificado na região do Algarve em geral. 30% da
população total é pensionista, valor que também supera a média do Algarve. Grande parte da
população do concelho, aproximadamente trinta e dois por cento, reside em lugares com menos
de cem habitantes, e apenas vinte por cento reside na sede do concelho. A taxa de analfabetismo
(20% da população) e a percentagem da população com Ensino Superior completo (num total de
0.6%) apresentam valores bastante reduzidos e desfavoráveis ao desenvolvimento concelhio.
Relativamente à actividade económica da região, o sector terciário detém a maior
percentagem da população empregada (48%), seguido do sector secundário (29%) e do sector
primário (23%). A economia do concelho está basicamente centrada na pesca, na produção de sal
e na agricultura de subsistência.

A Vila de Castro Marim encontra-se em pleno desenvolvimento. Neste momento já


foram criadas e /ou estão previstas uma série de infra-estruturas que apetrecharão o concelho, o
qual se encontra manifestamente pobre a nível cultural. Deve ser salientada a «política de
potencialização», a qual valoriza as características inerentes ao turismo rural existente na serra,
que possibilita o perspectivar de um crescimento económico sustentado no sector do turismo nos
próximos anos, bem como o surgimento de outras infra-estruturas de apoio de suma importância
sectorial. Os «Dias Medievais» de Castro Marim têm sido uma iniciativa dinamizadora com grande
adesão por parte das gentes do concelho. O mesmo tem vindo a projectar o nome da terra para o
resto do país.
Culturalmente, o concelho de Castro Marim caracteriza-se por uma riqueza enorme,
sobretudo ao nível do seu património herdado ao longo de setecentos anos de história.
Castro Marim é hoje uma vila que, como a maioria das vilas da periferia, se caracteriza por
uma certa apatia por parte das suas gentes. O concelho possui em todas as suas freguesias várias
instituições desportivas, culturais e recreativas com uma dinâmica própria. Estas instituições
são uma importante base de apoio à população, pois tentam manter e incutir os valores da cultura

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local, criando assim pequenos pólos que, de certa forma, preservam e unem as populações em
torno de uma identidade própria.
Apesar de o concelho ser constituído por várias freguesias algo isoladas e de existirem
alguns centros de dinamização cultural e desportiva, estes são em número insuficiente e
subaproveitados. A oferta de actividades a desenvolver por estas instituições é ainda escassa e
repetitiva.
O concelho não possui Biblioteca Municipal activa. Apesar da construção de um novo
edifício estar quase concluída, não tem havido por parte da autarquia preocupação em manter
algum tipo de serviço bibliotecário concelhio. Neste momento a população escolar conta apenas
com os recursos oferecidos pela escola sede de agrupamento.
Ainda a acrescentar que, em Castro Marim existe um «espaço Internet» onde a
população pode aceder à rede sem qualquer custo. Esse espaço é essencialmente utilizado pela
população mais jovem.

«O país não lê nem quer ler.


Quando muito aguenta um romance.
Isto está, em todos os sentidos, cada vez mais baixo.»
(Eça de Queirós, de uma carta a sua Mulher, de 28.III.1890)

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2 – O Agrupamento de escolas de Castro Marim – As escolas e os alunos

O Agrupamento de Escolas de Castro Marim é constituído por um Jardim-de-infância


situado em Castro Marim, seis escolas do 1º ciclo do Ensino Básico (Altura, Azinhal, Castro Marim,
Junqueira, Odeleite e São Bartolomeu do Sul) e uma escola do Ensino Básico do 2º e 3º ciclos em
Castro Marim.
As escolas do 1º ciclo deste agrupamento são na sua maioria escolas unitárias. Situam-se
nas pequenas vilas e lugares do concelho que se apresenta, como já anteriormente referido,
bastante disperso. As turmas são compostas na sua grande maioria por meninos e meninas dos
quatro níveis de ensino, que realizam as aprendizagens na mesma sala de aula.
A Escola E.B. 2, 3 de Castro Marim é a escola sede do agrupamento. Construída em
1993 na freguesia de Castro Marim, foi homologada a sua constituição em Agrupamento por
Despacho de 11 de Maio de 1999 do Secretário de Estado da Administração Educativa. Nela se
encontra sedeado o Conselho Executivo, a Biblioteca Escolar e os demais serviços que assistem a
toda a população escolar.
Relativamente ao corpo docente do Agrupamento de escolas do concelho de Castro
Marim, pode ser caracterizado como flutuante, do ponto de vista da fixação, apesar deste novo
concurso de docentes permitir um maior sedentarismo. A grande maioria dos docentes é oriunda
de outras regiões do país, sendo relativamente poucos os que são da região algarvia. Dos sessenta
e oito docentes existentes em todo o agrupamento, quarenta e oito por cento pertencem ao
Quadro de Escola/Agrupamento.
Relativamente à população escolar, seguidamente apresenta-se de forma esquemática a
relação do número de alunos por escola, ano e turma.

Escolas do Agrupamento Anos de escolaridade/ N.º de alunos/Totais


Turmas existentes
Jardim-de-Infância
- Pré-escolar -
3 Salas 70 Alunos

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EB 1 de Castro Marim 6 Salas 109 Alunos distribuídos pelos quatro


níveis de ensino
EB 1 de Altura 5 Salas 105 Alunos distribuídos pelos quatro
níveis de ensino
EB 1 de Azinha 1 Sala 13 Alunos distribuídos pelos quatro
níveis de ensino
EB 1 de Junqueira 1 Sala 12 Alunos distribuídos pelos quatro
níveis de ensino
EB 1 de Odeleite 1 Sala 10 Alunos distribuídos pelos quatro
níveis de ensino
EB 1 de São Bartolomeu 1 Sala 11 Alunos distribuídos pelos quatro
níveis de ensino

5º Ano – 3 Turmas 54 Alunos


6º Ano – 4 Turmas 69 Alunos
EB 2, 3 de Castro Marim 7º Ano – 3 Turmas 64 Alunos
(Sede de Agrupamento) 8º Ano – 53 Alunos 3 Turmas
9º Ano – 25 Alunos 1 Turma
CEF – Manutenção Hoteleira 1 Turma
CEF – Acabamentos em madeira 1 Turma

No quadro seguinte apresentam-se os totais de alunos por ano de escolaridade e por ciclo.

Total por ano de Total por ciclo de


Ano de escolaridade
escolaridade ensino
Pré-Escolar 70 70
1º Ano 64
2º Ano 69
264
3º Ano 64
4º Ano 65
5º Ano 54
122
6º Ano 68
7º Ano 54 160
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8º Ano 53
9º Ano 25
Cursos de Educação e
28 28
Formação

Total de alunos do Agrupamento 614 Alunos

Grande parte dos alunos que frequentam as escolas do agrupamento estão inseridos em
núcleos familiares com pouca escolaridade, de um nível cultural baixo e com dificuldades
económicas, possuindo os encarregados de educação empregos instáveis e/ou sazonais.
De salientar também a quantidade significativa de famílias monoparentais fruto de divórcios,
outras já reconstituídas com elementos exteriores ao núcleo inicial, outras ainda em que os pais
são figuras ausentes e os alunos acabam por ser criados por tios e avós ou outros familiares mais
ou menos directos.
Dadas estas características do meio familiar em que se inserem os alunos, verifica-se que,
em grande parte dos casos, estes acabam por ser responsabilizados pelo seu processo de
aprendizagem, o que é verificável na falta de comparência dos encarregados de educação às
várias reuniões que se realizam ao longo do ano, na consulta da caderneta do aluno ou na simples
procura de informações sobre o educando junto do Director de Turma. Esta situação torna-se tão
mais frequente quanto os alunos vão evoluindo de ciclo, sentindo-se a progressiva
desresponsabilização dos pais e encarregados de educação perante o percurso escolar dos filhos e
a atribuição do papel de educador quase exclusivo à escola.

O desinteresse pelas aprendizagens escolares é o principal problema detectado nos


alunos, em especial no caso dos alunos que frequentam a Escola E. B. 2, 3 de Castro Marim.
Grande parte dos discentes não revela interesse pelas actividades lectivas. Verifica-se uma grande
dificuldade no domínio da Língua Portuguesa, na capacidade de raciocínio matemático e de
memorização, bem como na interpretação de enunciados, sobretudo escritos. No seu meio familiar,
a maioria dos alunos não é motivada para a leitura ou para a escrita, facto que também impede o

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desenvolvimento da sua capacidade de comunicar de forma adequada e em registos variados.


Revela também dificuldades ao nível da pesquisa, tanto em suporte livro, como na utilização das
novas tecnologias de informação e comunicação: não lêem a informação e a que lêem não
compreendem; não sabem procurar informação em vários suportes; não sabem seleccionar
informação e transformá-la.
Apesar desta situação, os discentes não prescindem do espaço escolar, pois, para muitos,
este é o único local de convívio de que usufruem e onde podem também dedicar-se a actividades
diferentes, bem como manusear instrumentos diversos e que os atraem, tais como sejam os
computadores ou outro material informático.

Urge assim fazer um trabalho de raiz, estimulando desde a primeira infância o contacto com
os livros para inflamar o prazer de ler. É também urgente trabalhar as competências no domínio
das novas tecnologias de informação e comunicação.

«Se eu um dia quiser tornar-me escritor,


terei de ser, antes de mais nada, um grande leitor,
porque um escritor é sempre um leitor de muitos, muitos livros,
e se deixar de o ser, acabará também por deixar de escrever,
mais tarde ou mais cedo.»
(José Jorge Letria, «O canteiro dos livros», Texto Editores, 2007, págs. 28 e 29)

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3 - Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos –


«O caminho que trilhámos…»

3.1 – A Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos

A escola de hoje tem como papel essencial formar pessoas, pessoas capazes de
acompanhar as sucessivas mudanças, num mundo em que a informação e o conhecimento se
produz a um ritmo acelerado. Por isso, cabe às escolas, e especificamente às bibliotecas, o papel
essencial de criar e desenvolver nos alunos competências de informação, contribuindo assim para
que os nossos alunos se tornem cidadãos mais conscientes, mais informados e mais participantes.
Logo, dotar as Bibliotecas Escolares de um fundo documental adequado às necessidades da
população escolar e tornar possível a plena utilização dos recursos pedagógicos existentes é uma
tarefa indispensável para a escola de hoje.

Tendo em conta esta intenção, no ano lectivo 2004/2005 a escola apresentou um projecto
para integração da biblioteca da escola na rede de Bibliotecas Escolares, com o propósito
de responder a uma necessidade sucessivamente enunciada. É constatável que o
desenvolvimento cultural da população escolar do Concelho de Castro Marim manifesta
um nível muito baixo, sendo que os hábitos de leitura se encontram muito pouco
enraizados.
Era por isso urgente que a escola procedesse a mudanças efectivas nas estruturas
existentes, quer ao nível do espaço, quer ao nível da actualização e tratamento do fundo
documental, quer ao nível da organização pedagógica.
Era premente que a Biblioteca se reconhecesse como um importante e verdadeiro centro de
recursos educativos multimédia (com livros interessantes e apelativos, programas informáticos
actualizados, periódicos curiosos, registos vídeo e áudio atractivos, diapositivos, filmes e CD-ROMs
que fossem ao encontro dos interesses e desejos dos nossos alunos) ao dispor de todos os
intervenientes no processo educativo.
Era urgente que a Biblioteca se reconhecesse como um importante recurso pedagógico,
quer para as actividades quotidianas de ensino, quer para actividades curriculares não lectivas,
quer para a ocupação de tempos livres e de lazer. Era também fundamental integrar a Biblioteca
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no planeamento global da escola e no seu projecto educativo. Tudo isto para que as nossas
crianças se possam habituar a considerar o livro, a informação e a cultura como necessidades do
dia a dia e como fontes de prazer e de desenvolvimento pessoal.
Foi assim fundamental fazer um diagnóstico da situação. Verificou-se, por exemplo, que o
espaço da Biblioteca era usado apenas pelos alunos e com a finalidade sobretudo de sala de
convívio e espaço de lazer. Não existia o respeito pelo espaço, nem se vivia a cultura do «silêncio».
Não existia qualquer registo dos materiais existentes na Biblioteca, nem um controlo eficaz
dos materiais, nem um controlo válido de materiais de empréstimo.
Muitos dos dicionários existentes encontravam-se totalmente deteriorados: riscados,
sublinhados, sujos, partidos. Refira-se que estes materiais são os mais solicitados para utilização
em sala de aula. A grande maioria dos materiais existentes era arcaica, pouco apetecível e pouco
atraente.
Não existiam regras bem definidas quanto à utilização dos espaços e dos materiais. O
espaço da Biblioteca era cansativo, pequeno e muito pouco sugestivo.
Foi propósito primordial da equipa de coordenação, após realizar o diagnóstico da situação,
elaborar de raiz o Regulamento Interno do espaço da Biblioteca Escolar, por se considerar
essencial a existência e a aplicação de regras básicas para o seu correcto e bom funcionamento.
Adoptámos procedimentos simplificados mas que se pretendem normalizados, com o objectivo de
ajustar as exigências técnicas às necessidades dos utilizadores. Foi também nosso propósito
assegurar o cumprimento dos padrões técnicos estabelecidos para a organização das bibliotecas
escolares.

Após a elaboração do Regulamento da B.E./C.R.E., a equipa iniciou o trabalho técnico


documental e a gestão do serviço.
Tendo sido apontada como data para o início das obras de remodelação do espaço o dia 25
de Março de 2006, a biblioteca da escola encerrou nessa data os seus serviços. As obras no espaço
prolongaram-se pelo terceiro período lectivo.

No início de 2007, a biblioteca apresentou-se com um espaço totalmente remodelado,


amplo e moderno. A nova Biblioteca Escolar foi inaugurada no dia 12 de Janeiro, tendo iniciado o

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serviço no dia 15 do mesmo mês. A nova Biblioteca Escolar / Centro de Recursos Educativos
dispõe de várias zonas específicas de leitura e de trabalho, de lazer e de pesquisa multimédia.
O trabalho de catalogação do material existente foi agora iniciado, com a utilização do
programa «Porbase 5». Tem sido feito também um trabalho gratificante ao nível da animação e
dinamização da Biblioteca Escolar, assim como ao nível da formação de utilizadores.

Apesar de renovado o espaço e de se ter adquirido materiais novos, é notória a


carência de materiais de maior interesse para os nossos alunos, materiais que vão ao
encontro dos seus gostos e interesses e que lhes permitam crescer nas aprendizagens
e produzir documentos em vários suportes, facto este referido nas várias sugestões
dadas pelos utilizadores.
A biblioteca precisa de estar em permanente actualização, pelo que é de todo necessário
realizar alguns investimentos. Referimo-nos particularmente à aquisição de novos materiais
necessários para o espaço destinado aos alunos do pré-escolar e primeiro ciclo, zona onde se
encontram material-livro envelhecido e muito pouco atraente.

3.2 – Recursos materiais existentes na Biblioteca Escolar

Seguidamente apresenta-se um quadro de registo de todo o fundo documental existente na


Biblioteca Escolar, destacando-se os vários tipos de documentos, as áreas temáticas e as
respectivas quantidades.

Material-Livro

Classificação Decimal Totais Áreas/Quantidades


Universal
Computação – 19 Livros; Jornalismo – 4 Livros;
0 - Generalidades 184 Livros Ciência – 6 Livros; Biblioteconomia – 4 Livros;
Anuários – 2 Livros; Enciclopédias gerais – 149 Livros;
1 – Filosofia / Psicologia 59 Livros Filosofia – 23 Livros; Psicologia – 36 Livros;
2 - Religião 19 Livros * Religião – 19 Livros

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Política – 2 Livros; Estatística – 3 Livros; Economia –


3 – Ciências Sociais 421 Livros 18 Livros; Administração pública – 12 Livros;
Educação – 320 Livros; Providência social – 14 Livros;
Direito – 29 Livros; Etnologia/Etnografia – 10 Livros;
Vida social – 13 Livros;
* Matemática – 6 Livros; Astronomia – 24 Livros;
5 – Ciências Exactas 235 Livros Estudo e Conservação da Natureza – 34 Livros; Física
– 22 Livros; Química – 13 Livros; Geologia
/Meteorologia – 21 Livros; Paleontologia – 2 Livros;
Ciências biológicas em geral – 15 Livros; Ecologia – 6
Livros; Botânica – 16 Livros; Zoologia – 77 Livros;
Medicina/Alimentação/Nutrição – 39 Livros; Anatomia
6 – Ciências Aplicadas 196 Livros – 6 Livros; Higiene/Saúde – 38 Livros; Educação e
vida sexual – 25 Livros; Primeiros socorros – 13
Livros; Engenharia – 31 Livros; Agricultura – 21
Livros; Organização e administração da indústria, do
comércio e dos transportes – 23 Livros;
Desporto – 114 Livros;
7 – Desporto/Arte 210 Livros Artistas/Urbanismo/Pintura/Arquitectura – 44 Livros;
Artes/Cinema/Desenho/Fotografia/Teatro/
Música – 38 Livros; Escultura/Artesanato – 14 Livros;
* Língua/Linguística – 42 Livros;
8 - Literatura 1419 Livros Gramática – 35 Livros; Dicionários - 123 Livros:-
Português/Inglês – 16 Livros;- Inglês/Português – 30
Livros;- Português/Francês – 16 Livros;-
Francês/português – 35 Livros;- Outros dicionários – 6
Livros;- Português – 20 Livros; Poesia: 71 Livros;
Romance policial – 21 Livros; Romance – 10 Livros;
Drama – 11 Livros; Prosa narrativa – 61 Livros;
Tragédia – 17 Livros; Contos/Lendas – 369 Livros;
Literatura Infanto-juvenil – 482 Livros; Autores
específicos – 60 Livros; Teatro popular/Provérbios –
30 Livros; Diários/Biografias/Antologias – 66 Livros;
Narrativas de viagens/Ficção científica – 16 Livros;
Arqueologia/pré-história/vestígios culturais dos
9 – Arqueologia 631 Livros períodos históricos – 22 Livros; Monografias regionais

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/História/Geografia – 44 Livros; Biografias – 60 Livros; História da


civilização – 30 Livros; História
ocidental/Europa/Individual de países – 55 Livros;
História mundial – 30 Livros; História da 1ª e 2ª
guerras mundiais – 19 Livros; História do mundo
antigo – 22 Livros; História de Portugal – 346 Livros;

Total de Livros existentes 3374 Livros

Material Não-Livro
Relativamente ao material não-livro existente, apresentamos no quadro seguinte as
quantidades de material Vídeo, Áudio e Jogos didáctico-pedagógicos.

Material Quantidades
Videogramas VHSs 123 Videogramas
DVDs 33 DVDs
CDs Áudio 14 CDs
Jogos didácticos 14 Jogos

Relativamente ao material multimédia, apresenta-se também o registo das quantidades e


tipos de materiais existentes.

Material multimédia Quantidades Observações


* Poucos são os CD-ROms de interesse para os
CD-ROMs 52 CD-ROMs utilizadores;

* 6 Computadores são Pentium 3 (com 64 MB,


Computadores 8 Computadores com o Windows 98 instalado); * 1 computador
Pentium 4 (com 512 MB Ram, com Windows
Xp profissional) colocado na zona de
acolhimento, serve o trabalho de catalogação
em Porbase 5);

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* 1 Computador AMD (com 512 MB Ram, com


Windows Home Edition) colocado no gabinete
da coordenação da B.E./C.R.E..

Impressora 1 * HP Deskjet 670 C (jacto tinta);

Salienta-se também o facto de a escola ter possibilitado a assinatura de dois periódicos, a


saber, «Jornal do Algarve» e «Jornal de letras», assim como da revista «O amiguinho».

3.3 – Recursos humanos existentes na Biblioteca Escolar

A equipa da Biblioteca Escolar / Centro de Recursos Educativos é composta pela


coordenadora e por mais quatro docentes. A equipa tem-se mantido única, com a integração de
dois elementos novos, facto que permitiu dar continuidade ao trabalho realizado, assim como
melhorar a prestação dos serviços apresentados. Ainda usufrui de duas funcionárias que garantem
os serviços da Biblioteca Escolar, permitindo assim a sua abertura a tempo inteiro.

«As Bibliotecas não se fazem; crescem!»


(Augustine Birrel)

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4 – Identificação de SITUAÇÕES/PROBLEMA - Dificuldades diagnosticadas

Tendo em conta o que os indicadores já referidos nos apontam, Castro Marim é um


concelho manifestamente pobre a nível cultural.
No concelho não existe Biblioteca Municipal, nem serviços bibliotecários visíveis.
Relativamente à população do concelho, sublinha-se a elevada taxa de analfabetismo,
assim como o baixo nível de escolaridade, que, consequentemente, se manifesta pelo desinteresse
pela cultura e pela educação e formação.

Em relação à população escolar, é de referir que a maioria dos alunos do nosso


Agrupamento revela pouco interesse pelas actividades curriculares e pelas aprendizagens escolares.
Poucos apresentam hábitos de leitura e interesse pelo saber. Revelam dificuldades na produção de
documentos nos mais variados tipos de suporte. Não estão motivados para a escrita, nem para o
cálculo matemático.

Apesar das novas instalações da Biblioteca serem amplas e agradáveis, os documentos


existentes (livro e não-livro) continuam a não atrair a atenção da população escolar, magnetizada
pela sociedade de informação.
Os computadores que se encontram na zona multimédia são obsoletos e já nada dizem
aos alunos: não fazem correctamente a leitura de CD-ROMs e na maioria das vezes nem permitem
ler os novos materiais adquiridos (pois possuem unicamente 64 MB de memória Ram); nem
permitem a aplicação de um trabalho rápido e de interesse para os utilizadores. Apesar de ligados
à Internet, são muito lentos na aplicação da informação.
De facto, a Biblioteca Escolar carece de um sistema informático eficaz. Dispor de
computadores potentes, capazes de processar grande quantidade de informação em pouco tempo,
dotados de uma memória que permita armazenar muitos dados é muito importante e urgente para
os nossos alunos. Contudo uma máquina potente e moderna perde grande parte da sua utilidade
quando não dispõe de periféricos adequados que permitam uma fácil entrada e saída dos dados.
Referimo-nos a impressoras, a digitalizadores e a câmaras fotográficas.

20
Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos
Projecto «Um tesouro partilhado»

O melhoramento deste espaço multimédia ajudaria certamente a desenvolver nos alunos


competências e hábitos de trabalho apoiados na consulta, no tratamento e produção de
informação, tais como: seleccionar, analisar, criticar e utilizar documentos; desenvolver um
trabalho de pesquisa ou estudo, individualmente ou em grupo e produzir sínteses informativas em
diferentes suportes, entre outros.

Embora trabalhemos em agrupamento, cada escola opera de modo isolado. Poucas são as
actividades que aglutinam todos os alunos. Os recursos pedagógicos não são partilhados.
Deverá ser uma prioridade da Biblioteca Escolar proporcionar oportunidades de utilização
iguais a todos os alunos do Agrupamento, assim como facilitar a produção de informação que
possibilite a aquisição de novos conhecimentos, a compreensão, o desenvolvimento da imaginação
e da criatividade. Deverá ser uma prioridade da Biblioteca Escolar desenvolver uma política de
serviço que proporcione o acesso material e intelectual a fontes de informação diversificadas,
disponibilizando equipamento, enfim, partilhando aquilo que de mais precioso tem.

Face a estes problemas e na tentativa de dar respostas válidas a estas situações, fazem-se
já sentir alguns desafios que importa aqui registar:
- É fundamental traçar uma finalidade de trabalho cooperativa, que envolva todas as
escolas do agrupamento num espírito de partilha.
- É urgente estimular o prazer pela leitura e pelo livro e desenvolver nos alunos o
interesse pela arte e pela cultura.
- É essencial tornar possível a plena utilização dos recursos pedagógicos existentes.

Assim, consideramos urgente intervir de forma positiva e estratégica, de modo a alterarmos


os aspectos reais que consideramos menos bons, a minimizar os problemas sentidos e a melhorar
significativamente as aprendizagens dos alunos, conquistando-os.

«Ler é crescer»
Título de uma colecção de livros infantis para a aprendizagem da leitura.

21
Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos
Projecto «Um tesouro partilhado»

II

O que pretendemos?»
- Finalidades / Objectivos / Actividades -

1 – Finalidades do Projecto

Este projecto representa uma intervenção num sector estratégico do funcionamento da


escola, a saber, a Biblioteca Escolar, o «coração pedagógico da escola». É um projecto pensado à
escala do Agrupamento e tem uma finalidade cooperativa. Implica um trabalho de raiz que visa
estimular nos nossos alunos o prazer de ler e o interesse pela cultura. Eu acredito (…porque os
piratas nunca deixam de sonhar…) que a boa semente…dará frutos a seu tempo.
Pretendemos assim envolver todas as escolas do Agrupamento, desde o pré-escolar até às
turmas do terceiro ciclo, num espírito de partilha, e tornar possível a plena utilização dos recursos
pedagógicos existentes no nosso fundo bibliotecário por parte de todos.
É este o tesouro que queremos partilhar, o livro e a magia de ler. Para tal, teremos de
reforçar o fundo documental da actual Biblioteca Escolar, renovar o espólio com materiais novos e
atraentes que cativem o interesse dos alunos. É urgente apetrechar a Biblioteca Escolar com
material multimédia moderno e adaptado às novas necessidades.

Assim, são finalidades deste projecto:

1 - Tornar possível a ampla utilização dos recursos pedagógicos existentes:


- Disponibilizando os serviços da Biblioteca Escolar a todas as escolas do Agrupamento.
- Favorecendo a criação de unidades móveis, com documentos diversificados, susceptíveis
de levar o fundo bibliotecário a todas as escolas do Agrupamento.

22
Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos
Projecto «Um tesouro partilhado»

2 - Dotar a Biblioteca Escolar de um fundo documental adequado às necessidades evidenciadas:


- Apetrechando a Biblioteca Escolar com novos materiais livro e não-livro.
- Favorecendo o desenvolvimento de competências no domínio das tecnologias de
informação e comunicação.
3 – Criar e manter nos alunos o hábito e o prazer da leitura, da aprendizagem e da cultura:
- Promovendo o manuseamento de livros e o gosto pela leitura.
- Desenvolvendo actividades de animação e dinamização da Becre para todo o Agrupamento.
4 – Desenvolver nos alunos competências de Informação e de Aprendizagem:
- Adquirindo novos equipamentos informáticos, de forma a possibilitar a plena utilização do
material multimédia.
- Apostando na Formação de Utilizadores.

De acordo com a reflexão feita e na tentativa de dar resposta à problemática


apresentada, pretende-se com este projecto atingir as seguintes grandes metas:

1 - PROMOÇÃO DAS APRENDIZAGENS (Domínio A)


1.1- Promoção de Competências de Leitura (Parâmetro A1);
1.2- Promoção da Leitura por prazer (Parâmetro A2);
1.3- Promoção de Competências de Literacia da Informação (Parâmetro A3);

2 - ORGANIZAÇÃO E GESTÃO (Domínio B)


2.1- Cooperação entre a equipa da Becre e os professores (Parâmetro B6);
2.2- Adequação dos recursos da Becre (Parâmetro B7);
2.3- Liderança e gestão da Becre (Parâmetro B12);

2 – Objectivos do Projecto

De acordo com as grandes finalidades e metas traçadas, apresenta-se a seguir os objectivos


definidos para cada uma delas.

23
Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos
Projecto «Um tesouro partilhado»

1 - PROMOÇÃO DAS APRENDIZAGENS (Domínio A)


Para se promover as competências de Leitura e leitura por prazer (Parâmetros A1 e A2),
bem como as Competências de Literacia da Informação (Parâmetro A3), definem-se os seguintes
objectivos:
- Realizar actividades diversas de promoção do livro e da leitura, em total articulação com o Plano
Nacional de Leitura.
- Envolver toda a comunidade escolar nas actividades de animação.
- Desenvolver hábitos saudáveis de utilização do espaço Becre – Formação de utilizadores.
- Acompanhar os alunos em situações de leitura, escrita e pesquisa.

2 - ORGANIZAÇÃO E GESTÃO (Domínio B)


Para se incrementar a cooperação entre a equipa da Becre e os professores (Parâmetro B6),
pretende este projecto atingir os seguintes objectivos:
- Programar e articular todo o trabalho da Becre com os docentes.
- Divulgar e disponibilizar todo o fundo documental.

Para se atingir a adequação efectiva dos recursos existentes na Becre (Parâmetro B4)
pretende-se:
- Reforçar o fundo documental existente.
- Recolher informações/sugestões através da «caixa de opiniões» existente na Becre.
- Catalogar todo o fundo documental.

Relativamente à liderança e gestão da Becre (Parâmetro B12), pretende este projecto


atingir os seguintes objectivos:
- Divulgar as actividades e os recursos da Becre.
- Estabelecer contactos e parcerias com os vários departamentos curriculares e outros grupos
existentes na escola, bem como com entidades externas – Autarquia.

24
Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos
Projecto «Um tesouro partilhado»

Para além do já referido, este projecto pretende concretamente:

* Reforçar e actualizar o fundo documental da Biblioteca Escolar, de forma a se


puder seleccionar materiais simpáticos, atraentes e interessantes para criação de

unidades bibliotecárias móveis que circulem por todas as escolas do Agrupamento,

desde o pré-escolar a todas as escolas de 1º ciclo do Ensino Básico. As unidades


bibliotecárias móveis seriam constituídas por pequenos baús, contendo materiais
diversificados, livro e não-livro.

* Munir o espaço da Biblioteca Escolar com material multimédia, moderno e


actualizado, ao contrário do material arcaico que possuímos. O apetrechamento do
espaço multimédia com novos materiais informáticos, nomeadamente novos
computadores, é essencial para a plena utilização de recursos pedagógicos, permitindo
aos utilizadores desenvolverem as competências e hábitos de trabalho e de estudo.

3 – Actividades do Projecto

Face às finalidades definidas e aos objectivos traçados, foram delineadas actividades


possíveis de serem aplicadas, de modo a minorar os problemas sentidos. Assim, apresentam-se no
quadro seguinte as actividades que consideramos fundamentais para a resolução das situações
descritas.

Objectivos Actividades
Finalidades

• Organização de «baús de leitura – um


tesouro partilhado» que circulem por
todas as escolas de pré-escolar e 1ºciclo
Realizar actividades diversas de do Agrupamento durante todo o ano
promoção do livro e da leitura, lectivo (16 grupos);
em total articulação com o
A01 Plano Nacional de Leitura. • Promoção da «Semana da Leitura» -
25
Promoção de
competências de
leitura
Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos
Projecto «Um tesouro partilhado»

concurso de leitura/escrita (1º, 2º e 3º


ciclos); feira do livro, ementa temática,
decoração da escola, painel de poesia,
recitais de poesia, exposições temáticas,
hora do conto (pré-escolar) …;
A02

A BECRE e a promoção • Produção colectiva de um livro temático


da leitura por prazer (1ºciclo – 14 turmas);
• Concursos de escrita criativa (2º e 3º
ciclos);
• Hora do conto – dinamizada por alunos
(8ºB – contadores de histórias) – com o
pré-escolar (3 salas);

• Estafeta de contos - «Contos em viagem»


Envolver toda a comunidade - Rede de Bibliotecas do Baixo Guadiana –
escolar nas actividades de partilha de contos entre alunos de vários
animação. agrupamentos;

• «Partilhar contos e lendas regionais» -


animação de rua com a colaboração da
Desenvolver hábitos saudáveis Oficina de Expressão Dramática; partilha
de utilização do espaço BECRE. de histórias em pontos estratégicos da
Vila de Castro Marim; exposição acerca da
partilha de lendas e contos regionais;

• Promoção da actividade «À conversa


A03 com…» (actividade de partilha do prazer
de ler);
Promoção de
competências de • Dinamização de um placar para «livro em
literacia da informação destaque» (dinamizado pelas várias
Acompanhar os alunos em turmas do 2º e 3º ciclo e com o apoio dos
situações de leitura, escrita e docentes de Língua Portuguesa);
pesquisa - Formação de
Utilizadores • Comemoração do «Dia do Livro» -
exposições, oficinas diversas;
apresentação dos trabalhos do concurso
de escrita criativa e do livro temático;

• Apoio às bibliotecas de turma;


• Divulgação do empréstimo
domiciliário;
• Destaque de obras de interesse;
• Divulgar as iniciativas da BECRE
através de um painel informativo;

• Realização de visitas à BECRE por


parte das turmas do 1º ano e 5º ano

26
Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos
Projecto «Um tesouro partilhado»

de escolaridade e de outras: conhecer


o espaço, as várias zonas e o modo
de utilização; promoção da leitura;
hora do conto;

• Aulas orientadas no espaço da BECRE:


apoio a docentes na planificação e
leccionação da aula;

• Livro temático «Era uma vez» para


expressão escrita e produção de
textos;

• Articulação com o Gabinete de Apoio


ao Aluno na divulgação de
documentos existentes na BECRE para
futuras consultas;

• Organização e dinamização do espaço


destinado à BECRE na página Web da
escola;

• Informação a todos os docentes sobre


total disponibilidade para trabalhar
com os mesmos no apoio e
acompanhamento do currículo
(verificação de material existente;
preparação de aulas; apoio aos
Programar e articular todo o
alunos; etc. …);
trabalho da BECRE com os
docentes.
• Disponibilização do Inventário de todo
B06
o material não-livro existente na
B.E./C.R.E;
Cooperação entre a
equipa da BECRE e os
• Manter contactos periódicos com os
docentes
coordenadores dos departamentos
curriculares e conselho de docentes,
de modo a detectar carências ao nível
de materiais necessários e de
Divulgar e disponibilizar todo o
interesse para futuras aquisições;
fundo documental.
• Promoção da BECRE nas reuniões de
Conselho Pedagógico e em todos os
conselhos de turma;

• Acompanhamento do currículo,
apoiando os docentes nas actividades
lectivas (grelha de recolha de
27
Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos
Projecto «Um tesouro partilhado»

informação…);

• Realizar novas aquisições de materiais


ajustados às necessidades
diagnosticadas.

• Criação de «baús de leitura – um


tesouro partilhado», ou até «baús
Reforçar o fundo documental
temáticos», consoante as solicitações
existente.
e necessidades;
B07
Recolher informações/sugestões
• Catalogar, de forma a disponibilizar o
Adequação dos através da «caixa de opiniões»
catálogo;
recursos da BECRE existente na BECRE.
• Aplicação de instrumentos de recolha
Catalogar o fundo documental.
de dados quanto a presenças na
BECRE e empréstimo mobiliário.

• Disponibilização, na página Web da


escola, dos inventários de material
não-livro existentes;
• Dinamização da página web da escola
e da plataforma moodle;

Divulgação de actividades e • Realização periódica de reuniões com


recursos da BECRE a equipa da Becre;

B12 • Manter contactos peródicos com a


Estabelecer contactos e Biblioteca Municipal e Câmara
Liderança e gestão da parcerias com os vários Municipal para trabalho conjunto;
BECRE departamentos curriculares e
outros grupos existentes na • Contactos periódicos com
escola, bem como com coordenadores de departamento,
entidades externas – Autarquia. professores;

• Organização do dossiê de
coordenação;

No quadro seguinte apresentamos o cronograma das actividades a realizar e das acções a


desenvolver, clarificando a execução do projecto.

28
Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos
Projecto «Um tesouro partilhado»

Objectivos a Actividades a desenvolver Calendarização Responsáveis e


atingir Destinatários

• Hora do conto – dinamizada por Uma sessão, para Carla Sabino,


Realizar actividades alunos (8ºB – contadores de cada uma das Directora de
diversas de promoção histórias, em parceria com salas do pré- turma da turma B
do livro e da leitura, em Formação Cívica e Oficina de escolar, por do 8º ano,
total articulação com o Escrita) – com o pré-escolar (3 período. docente de Oficina
Plano Nacional de salas); de Escrita e a
Leitura. turma 8º B / 3
Salas de pré-
escolar.

Envolver toda a • Promoção da actividade «À Última terça-feira Carla Sabino e


comunidade escolar nas conversa com…» (actividade de de cada mês. docente implicado
actividades de partilha do prazer de ler); na actividade /
animação. Comunidade
educativa.

• Dinamização de um placar para Quinzenalmente e Carla Sabino,


Desenvolver hábitos «livro em destaque» (dinamizado (ou) sempre que Antónia Mancha,
saudáveis de utilização pelas várias turmas do 2º e 3º possível. docentes e alunos
do espaço BECRE. ciclo e com o apoio dos docentes implicados /
de Língua Portuguesa); Comunidade
educativa.

• Apoio às bibliotecas de turma; Semanalmente. Carla Sabino e


Acompanhar os alunos • Divulgação do empréstimo Antónia Mancha /
em situações de leitura, domiciliário; Comunidade
escrita e pesquisa - • Destaque de obras de educativa.
Formação de interesse;
Utilizadores • Divulgar as iniciativas da
BECRE através de um painel
informativo;

• Realização de visitas à BECRE 1º Período e Carla Sabino


por parte das turmas do 1º repetindo-se a /Alunos das
ano e 5º ano de escolaridade actividade, turmas implicadas.
e de outras: conhecer o diversificando-se
espaço, as várias zonas e o as estratégias,
modo de utilização; promoção sempre que o
da leitura; hora do conto; docente o solicite.

• Aulas orientadas no espaço da Após acordo com Carla Sabino


BECRE: apoio a docentes na o docente da /Alunos implicados
29
Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos
Projecto «Um tesouro partilhado»

planificação e leccionação da disciplina por na actividade.


aula; professor titular
de turma.

• Livro temático «Era uma vez» 1º Período e Equipa da Becre /


para expressão escrita e semanalmente. Comunidade
produção de textos; educativa

• Articulação com o Gabinete de Todos os meses. Carla Sabino e


Apoio ao Aluno na divulgação restante equipa do
de documentos existentes na Gabinete de apoio
BECRE para futuras consultas; ao aluno /
Comunidade
educativa.

1º Período. Sandra de Jesus e


• Organização e dinamização do
Equipa da Becre /
espaço destinado à BECRE na
Comunidade
página Web da escola;
educativa.

Início do Ano Carla Sabino /


• Informação a todos os
lectivo (reunião docentes
docentes sobre total
geral de docentes, implicados e
disponibilidade para trabalhar
conselho alunos visados.
com os mesmos no apoio e
pedagógico,
acompanhamento do currículo
Programar e articular conselhos de
(verificação de material
todo o trabalho da turma e conselho
existente; preparação de
BECRE com os docentes. de docentes).
aulas; apoio aos alunos;
etc. …);

1º Período. Carla Sabino /


• Disponibilização do Inventário
Comunidade
de todo o material não-livro
educativa.
existente na B.E./C.R.E;
Ao longo do ano Carla Sabino /
• Manter contactos periódicos
Divulgar e disponibilizar lectivo. Docentes e
com os coordenadores dos
todo o fundo restante
departamentos curriculares e
documental. comunidade
conselho de docentes, de
educativa.
modo a detectar carências ao
nível de materiais necessários
e de interesse para futuras
aquisições;
Ao longo do Ano Carla Sabino /
• Promoção da BECRE nas
lectivo. Docentes.
reuniões de Conselho
Pedagógico e em todos os
conselhos de turma;
30
Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos
Projecto «Um tesouro partilhado»

Recolha de Carla Sabino /


• Acompanhamento do currículo, informação ao Docentes.
apoiando os docentes nas longo do Ano
actividades lectivas (grelha de lectivo.
recolha de informação…);

• Realizar novas aquisições de Ao longo do Ano Carla Sabino e


materiais ajustados às lectivo e sempre Conselho
necessidades diagnosticadas. que possível. Executivo /
Comunidade
educativa.

• Catalogar, de formaa Ao longo do Ano Equipa da Becre e


disponibilizar o catálogo; lectivo. funcionárias /
Reforçar o fundo Comunidade
documental existente. educativa.
• Aplicação de instrumentos de Ao longo do Ano Carla Sabino /
recolha de dados quanto a lectivo e sempre Comunidade
presenças na BECRE e que oportuno. educativa
Recolher empréstimo mobiliário.
informações/sugestões
através da «caixa de • Disponibilização, na página 1º Período. Cristina Rebelo /
opiniões» existente na Web da escola, dos inventários Comunidade
BECRE. de material não-livro educativa
existentes;
Catalogar o fundo
documental. • Dinamização da página web da Ao longo do Cristina Rebelo,
escola e da plataforma período. Antónia Mancha e
Divulgação de moodle; Sandra de Jesus.
actividades e recursos
da BECRE • Realização periódica de Uma vez por Carla Sabino /
reuniões com a equipa da período e sempre restantes
Becre; que necessário. elementos da
Estabelecer contactos e equipa da Becre.
parcerias com os vários
departamentos • Manter contactos periódicos Mensalmente e Carla Sabino /
curriculares e outros com a Biblioteca Municipal e sempre nas Comunidade
grupos existentes na Câmara Municipal para reuniões de rede educativa.
escola, bem como com trabalho conjunto; de bibliotecas do
entidades externas – Baixo Guadiana.
Autarquia.
• Contactos periódicos com Frequentemente. Carla Sabino
coordenadores de
departamento, professores;

• Organização do dossiê de Semanalmente. Carla Sabino


coordenação;

31
Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos
Projecto «Um tesouro partilhado»

• Organização de «baús de leitura – A partir do 1º Carla Sabino e


um tesouro partilhado» que período, apenas Conselho
circulem por todas as escolas de com os livros do Executivo
pré-escolar e 1ºciclo do PNL. (coordenadora do
Agrupamento durante todo o ano PNL).
lectivo (16 grupos);

• Promoção da «Semana da Primeira semana Equipa da Becre /


Leitura» - concurso de de Março. Comunidade
leitura/escrita (1º, 2º e 3º ciclos); educativa.
feira do livro, ementa temática,
decoração da escola, painel de
poesia, recitais de poesia,
exposições temáticas, hora do
conto (pré-escolar) …;
Realizar actividades
diversas de promoção
• Jornadas TIC@ na escola – fórum Última semana do Equipa TIC e
do livro e da leitura, em
de dinamização e apresentação de 2º período. equipa da Becre /
total articulação com o
todo o tipo de materiais Comunidade
Plano Nacional de
produzidos pelos docentes em educativa.
Leitura.
suporte digital: exposições,
apresentações, jogos,
demonstrações, palestras,
debates, …;
Envolver toda a
comunidade escolar nas
• Concurso Nacional de Leitura: Janeiro. Equipa da Becre e
actividades de
apuramento da equipa de 3º ciclo alguns elementos
animação.
vencedora. do Departamento
de Línguas.
Desenvolver hábitos
saudáveis de utilização
• Produção colectiva de um livro Janeiro Equipa da Becre /
do espaço BECRE.
temático (1ºciclo – 14 turmas); Alunos do 1º ciclo
e respectivos
Acompanhar os alunos
docentes, bem
em situações de leitura,
como toda a
escrita e pesquisa -
comunidade
Formação de
educativa.
Utilizadores
• Concurso de escrita criativa (2º e 3º Período. Equipa da Becre /
3º ciclos); alunos do 2º e 3º
ciclos e
respectivos
directores de
turma, bem como
toda a
comunidade
educativa.

• Estafeta de contos - «Contos em 3º Período. Carla Sabino,


32
Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos
Projecto «Um tesouro partilhado»

viagem» - Rede de Bibliotecas do directora de turma


Baixo Guadiana – partilha de da turma B do 8º
contos entre alunos de vários ano, docentes de
agrupamentos – 8º B – Oficina de Escrita
contadores de histórias; e a turma 8º B.

• «Partilhar contos e lendas 3º Período. Carla Sabino,


regionais» - animação de rua com restantes
a colaboração da Oficina de docentes da
Expressão Dramática; partilha de equipa da
histórias em pontos estratégicos Teatroteca, alunos
da Vila de Castro Marim; do 5º B e
exposição acerca da partilha de outros/Comunidad
lendas e contos regionais; e educativa.

• Comemoração do «Dia do Livro» - 3º Período. Equipa da


exposições, oficinas diversas; Becre/alunos
apresentação dos trabalhos do directamente
concurso de escrita criativa e do implicados e
livro temático; restante
Comunidade
escolar.

De seguida, em jeito de quadro síntese, apresenta-se as actividades específicas a


serem desenvolvidas no âmbito deste projecto de partilha e que necessitam de
financiamento.

Actividades Calendarização Responsáveis Público-alvo


- Novas aquisições de materiais
Livro e Não-livo para reforço do 2º Período Carla Sabino e Comunidade
fundo documental Conselho educativa
Executivo
- Aquisição de novos
computadores para renovação da 2º Período Carla Sabino e Comunidade
zona multimédia, permitindo Conselho educativa
assim o visionamento e a Executivo
exploração de CD-ROMs de
interesse, a realização de

33
Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos
Projecto «Um tesouro partilhado»

pesquisas diversas e adopção de


estratégias diversificadas de
trabalho.
- Selecção de documentos de
interesse para criação de 2º Período Carla Sabino e Comunidade
unidades móveis Conselho educativa
Executivo
- Criação de unidades
bibliotecárias móveis e sua 2º Período Carla Sabino e Comunidade
distribuição Conselho educativa
Executivo
- Circulação das unidades móveis
pelos vários estabelecimentos de 2º Período Carla Sabino e Comunidade
ensino Conselho educativa
Executivo
- Produção de materiais de apoio,
com vista à formação de 2º Período Carla Sabino e Comunidade
utilizadores Conselho educativa
Executivo

«Imagine um canteiro no qual, para além de flores, nascem livros.


Imagine uma criança que estabelece com esses livros
uma relação de cumplicidade
e de mistério
que se transforma num segredo bem guardado.»
(José Jorge Letria, «O canteiro dos livros», Texto Editores, 2007, capa final)

34
Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos
Projecto «Um tesouro partilhado»

4 – Orçamento do Projecto

O orçamento que seguidamente se apresenta é uma estimativa das despesas para aquisição
de novos materiais e equipamentos necessários à implementação deste projecto. Este orçamento
revela uma previsão das despesas e receitas prováveis e totais da Becre.
Sublinha-se que, este orçamento se adequa aos objectivos traçados neste projecto de
intervenção. De seguida apresenta-se o orçamento para este projecto.
Entidades financiadoras
Totais
nto
Agrupame

Municipal
Câmara

PNL

Theka

Outras
Indicadores de despesa

Electricidade da Becre 976e -- -- -- -- 976e


Limpeza e asseio da Becre 100e -- -- -- -- 100e
Materiais de desgaste permanentes da
Becre 1500e -- -- -- -- 1500e
Manutenção de equipamentos da
Becre 210e -- -- -- 110e 320e
Aquisição de material livro para alunos
do Agrupamento 100e 3300e -- -- -- 3400e

Aquisição de mobiliário para Becre 150e -- -- -- 600e 750e


Aquisição de materiais não-livro para
Becre -- -- -- -- 200e 200e
Pagamento de periódicos e revistas
para a Becre 93e -- -- -- 20e 113e
Aparelhos de som nos eventos da
Becre -- 150e -- -- 75e 225e
Circulação de livros pelas escolas do
Agrupamento 250e -- 2000e -- -- 2250e
Aquisição de material livro para Becre 510e -- -- 1800e 150e 3660e
Aquisição de material Informático para
Becre -- -- -- 1200e 1000e 2200e
Outros apoios -- -- -- -- 150e 150e

35
Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos
Projecto «Um tesouro partilhado»

Total de despesas 13.890euros

Apresentada a listagem das despesas que a Becre apresenta ao longo do ano lectivo, desde
materiais relativos à limpeza e manutenção da mesma, até aos equipamentos utilizados
diariamente, bem como dos apoios recebidos por outros parceiros educativos, resta agora
apresentar alguns pormenores da gestão do montante que a Fundação Calouste Gulbenkian
disponibilizará ao Agrupamento, de modo a poder-se executar este projecto.

Dado que o projecto «Um tesouro partilhado» pretende o reforço e a actualização do fundo
documental da Biblioteca Escolar, de forma a se puder seleccionar obras interessantes para
criação de unidades bibliotecárias móveis que circulem por todas as escolas do Agrupamento,
prevê-se um gasto de cerca de 1800 euros para novas aquisições de material livro.
Como este projecto também prevê apetrechar o espaço da Becre com material
multimédia, nomeadamente novos computadores, é essencial a compra de pelo menos dois
computadores, a serem utilizados pelos utilizadores no espaço da Becre. Solicitado um orçamento
deste material empresa que presta manutenção ao material informático do Agrupamento, a
mesma apresentou os seguintes valores para a aquisição dos materiais informáticos seguintes:
- Dois computadores Apollo AMD X64 3000 1Gb/Hd160Gb/DVDRW (Monitor TFT 8ms 117”;
Teclado e rato com fios; Sistema operativo Linux);
- Sistema operativo Windows Vista Home;
O orçamento apresenta um total de 1.197, 90 euros de despesas na compra dos materiais
referidos, necessários para a utilização da zona multimédia da Becre, de modo a desenvolver-se os
hábitos de pesquisa e a aprendizagem dos mesmos.

- 1ª Fase: utilização da primeira tranche orçamental do Theka.


Visto que já se encontra em circulação pelas escolas do Agrupamento (pré-escolar, escolas
de 1º ciclo e turmas de 2º ciclo) as obras adquiridas com a verba disponibilizada pela Câmara
Municipal de Castro Marim do Plano Nacional de Leitura, seria fundamental, nesta fase, que eu
chamo de primeira, apostar na aquisição e compra de dois computadores para enriquecer a zona
multimédia da Becre. Como já referi anteriormente, os computadores que a mesma dispõe são

36
Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos
Projecto «Um tesouro partilhado»

equipamentos ultrapassados, sem velocidade para realizarem a leitura de cdrom’s, bem como sem
capacidade suficiente para proceder à leitura de textos produzidos pelos utilizadores de maneira a
conseguir-se a sua impressão em suporte papel. Estas duas aquisições irão minimizar estes
problemas sentidos pelos utilizadores, bem como pela Becre, que muitas vezes se vê impedida de
satisfazer as necessidades dos alunos. Ajudaria assim a facilitar a produção de textos, a pesquisa e
selecção de informação, o navegar na Internet, entre outros trabalhos.

- 2ª Fase: utilização da segunda tranche orçamental do Theka.


Na segunda fase do projecto que coincidirá com o início do próximo ano lectivo, 2008/2009,
proceder-se-á à aquisição de novo material livro, de acordo com as orientações e sugestões do
Plano Nacional de Leitura, de modo a reforçar-se o fundo documental da Becre. De seguida,
seleccionar-se-á obras de interesse para criação de unidades bibliotecárias móveis que
circulem por todas as escolas do Agrupamento, prevendo-se um gasto de cerca de 1800 euros.
Esta circulação de livros pelas escolas de 1ºciclo prevê a realização de empréstimos domiciliários a
serem controlados pelas docentes do 1º ciclo, de modo a atingir-se os objectivos delineados.
Prevê-se também o apoio da Autarquia e da Biblioteca Municipal (aquando do início da sua
reabertura) na circulação dos livros e no enriquecimento dos baús de leitura. O agrupamento
aposta também este ano lectivo na construção de estantes para a Becre, que servirão para a
colocação posterior de todo este material novo.

«Quando o homem não procura o livro,


ou porque não tem condições para o comprar,
ou porque habita longe dos centros populacionais
onde mais facilmente o poderia adquirir,
o livro tem de procurar e interessar o homem para o servir,
quer instruindo-o, quer recreando-o.»
(José de Azevedo Perdigão, 1958)

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Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos
Projecto «Um tesouro partilhado»

III
«Como avaliar?»

1 – A avaliação

A avaliação, mais do que um processo de mera medição, é um processo de recolha de


informação. Ela dá-nos indicadores de como o processo está a decorrer, de modo a podermos
conduzir da melhor forma as situações e se necessário alterar os procedimentos utilizados.
Assim, para qualquer actividade delineada é sempre necessário definir o modo como
decorrerá também o processo de avaliação da mesma. Podemos recolher informações contínuas e
oportunas durante o desenvolvimento da actividade, permitindo fazer as correcções e adaptações
que se considerem necessárias, visando o sucesso das actividades e a plena obtenção dos
objectivos traçados. Todavia, no final do processo, é sempre necessário realizar um juízo de valor
sobre os resultados obtidos.
Muitas das actividades apresentadas no capítulo anterior poderão ser avaliadas apenas pelo
número de participantes ou espectadores da iniciativa.
Todavia, o sucesso que esperamos que este projecto venha a ter, o de melhorar
significativamente os níveis de literacia e a aprendizagem da leitura, assim como o
desenvolvimento de competências de informação, só poderemos sentir futuramente. Por que as
aprendizagens se realizam lentamente e por que «o verbo ler não suporta o imperativo» (Daniel
Pennac), só poderemos a longo prazo realizar uma análise da situação. No entanto, a avaliação
dar-nos-á os indicadores de como o processo está a decorrer, de forma a melhorarmos os
procedimentos e as acções.

Será feito, dependendo da actividade a realizar:


- Estatísticas de utilização do espaço Becre (mensal – aleatoriamente);
- Estatísticas dos níveis de leitura domiciliária (mensal – aleatoriamente);
- Observação livre e feedback das actividades;

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Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos
Projecto «Um tesouro partilhado»

- Níveis de participação em concursos e eventos da Becre;


- Pequeno inquérito relativo à leitura e às actividades desenvolvidas;
- Grelha de registo de satisfação dos serviços da Becre;
- Diálogos permanentes com os utilizadores;
- Recolha de informações através da caixinha de sugestões;

Serão também indicadores de avaliação, os seguintes elementos:


- Grau de participação dos utilizadores;
- Níveis de envolvimentos dos intervenientes (alunos, docentes, encarregados de
educação);
- Níveis de concretização de actividades;
- Qualidade de trabalhos produzidos;

«Partilhemos este tesouro…o livro…o nosso livro…


e viajemos juntos…juntos até à outra margem».

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Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos
Projecto «Um tesouro partilhado»

Conclusão

O documento que se apresenta é o projecto da Biblioteca Escolar / Centro de Recursos


Educativos do Agrupamento de Escolas de Castro Marim. Visa essencialmente partilhar um tesouro.
Não guardá-lo só para um grupo restrito de pessoas, mas, porque é muito valioso, partilhá-lo com
todo o Agrupamento.
Como já referido anteriormente, está comprovado que quando as Bibliotecas Escolares e os
docentes trabalham em conjunto, os alunos atingem níveis mais elevados de literacia, de leitura,
de aprendizagem, de resolução de problemas e competências no domínio das tecnologias de
informação e comunicação. É este o desejo da Biblioteca Escolar: trabalhar em parceria com os
docentes para o bem e o sucesso de todos os alunos deste Agrupamento.
Esperamos então que este projecto seja concretizado e que a magia do livro seja partilhada.
Gostaríamos ainda de agradecer a todos aqueles que possibilitaram a elaboração deste
projecto e também a todos aqueles que farão possível partilhar um tesouro inesgotável.

«Fruto da cultura é o livro e, como o fruto da árvore,


também semente vem a ser.»
(Enrique Banchs)

A coordenadora da
Biblioteca Escolar/
Centro de Recursos Educativos
_______________________________
(Professora Carla Sabino)

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Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos
Projecto «Um tesouro partilhado»

Bibliografia

Documentos de Escola:

PROJECTO EDUCATIVO DO AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE CASTRO MARIM

REGULAMENTO INTERNO DA BECRE DO AGRUPAMENTO DE CASTRO MARIM

PROJECTO CURRICULAR DE ESCOLA

PLANO TIC@ PARA O AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE CASTRO MARIM

Obras de consulta:

GULBENKIAN, Fundação Calouste, «Serviço de Bibliotecas e Apoio à Leitura», Fundação


Calouste Gulbenkian, Lisboa, 1994.

CANÁRIO, Rui, «Desenvolvimento de Bibliotecas Escolares e Formação Contínua de


professores», Ministério da Educação, Lisboa, 1998.

UNESCO, «Manifesto da Biblioteca Escolar», “A Biblioteca Escolar no contexto do ensino-


aprendizagem para todos”, Ministério da Educação, 2000.

VEIGA, Isabel, et alii, «Lançar a Rede de Bibliotecas Escolares», “Relatório Síntese”,


Ministério da Educação, Lisboa, 1996.

GISPERT, Carlos, et alii, «Computadores», “Enciclopédia Audiovisual-educativa”, Oceano-


Liarte Multimédia Editores, S.A., Volume 1.

GISPERT, Carlos, et alii, «Computadores», “Enciclopédia Audiovisual-educativa”, Oceano-


Liarte Multimédia Editores, S.A., Volume 2.

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Biblioteca Escolar/Centro de Recursos Educativos
Projecto «Um tesouro partilhado»

Índice

Introdução ……………………………………………………………………………………………….Pág. 5

I - «Quem somos?» ……………………………………………………………………………………Pág 7


- Caracterização do meio envolvente / população escolar / Biblioteca Escolar /
Identificação de situações/problema

1 - O Concelho de Castro Marim - «Uma Terra com história»…………………….…………………………….Pág.7


2 – O Agrupamento de Escolas de Castro Marim – As escolas e os alunos…………………………………Pág.8
3 – Biblioteca Escolar / Centro de Recursos Educativos - «O caminho que trilhámos…»……………Pág.14
3.1 – A Biblioteca Escolar / Centro de Recursos Educativos
3.2 – Recursos materiais existentes na Biblioteca Escolar
3.3 – Recursos humanos existentes na Biblioteca Escolar
4 – Identificação de situações/problema – Dificuldades diagnosticadas ………………………..………..Pág.20

II - «O que pretendemos!» …………………………………………………………………..……Pág. 22


- Finalidades / Objectivos / Actividades

1 – Finalidades do Projecto……………………………………………………………………………….……………Pág.22
2 – Objectivos do Projecto………………………………………………………………………………..…………….Pág.23
3 – Actividades do Projecto………………………………………………………………………..…………………..Pág.25
4 – Orçamento do Projecto…………………………………………………………………..…………………………Pág.35

III - «Como avaliar?» ………………………….…………………………………………………….Pág.38


1 – A avaliação

Conclusão……………………………………………………………………………………………….Pág.40

Bibliografia

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Projecto «Um tesouro partilhado»

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