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Notas de Aula
Fevereiro/2012
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ................................................................................... 1
2. A MECÂNICA DOS SOLOS ..................................................................... 1
3. A ÁREA DE FUNDAÇÕES ...................................................................... 2
4. NBR 6122 / 96 – PROJETO E EXECUÇÃO DE FUNDAÇÕES ............................. 4
4.1. Fundação Superficial (ou rasa ou direta) .................................................... 4
4.1.1. Sapata ................................................................................................ 4
4.1.2. Bloco .................................................................................................. 4
4.1.3. Radier ................................................................................................ 4
4.1.4. Sapata associada ................................................................................ 4
4.1.5. Sapata corrida .................................................................................... 4
4.2. Fundação Profunda ................................................................................... 5
4.2.1. Estaca ................................................................................................ 5
4.2.2. Tubulão.............................................................................................. 5
4.2.3. Caixão ................................................................................................ 5
4.3. Termos ..................................................................................................... 5
4.4. Investigações geotécnicas, geológicas e observações locais....................... 6
4.4.1. Reconhecimento geológico ................................................................. 6
4.4.2. Reconhecimento geotécnico ............................................................... 6
4.5. Cargas e segurança nas fundações ............................................................ 7
4.5.1. Estados Limites Últimos – Análise de Ruptura ...................................... 7
4.5.2. Estados Limites de Utilização – Análise de Deformação ....................... 8
4.6. Fundações Superficiais.............................................................................. 9
4.6.1. Pressão admissível.............................................................................. 9
4.7. Metodologia para determinação da pressão admissível .............................. 9
4.7.1. Pressão admissível em solos compressíveis....................................... 10
4.8. Solos expansivos .................................................................................... 10
4.9. Solos colapsíveis..................................................................................... 10
4.10. Dimensionamento de Fundações Superficiais ........................................ 10
4.10.1. Dimensionamento geométrico ........................................................ 10
4.10.2. Dimensionamento estrutural ........................................................... 11
4.10.2. Disposições construtivas ................................................................ 12
4.11. Fundações Profundas ............................................................................ 12
4.11.1. Carga admissível do ponto de vista geotécnico ............................... 13
4.11.2. Métodos para avaliação da capacidade de carga do solo .................. 13
4.11.2.1. Métodos estáticos .................................................................... 13
4.11.2.2. Provas de carga ........................................................................ 13
ii
4.11.2.3. Métodos dinâmicos .................................................................. 15
4.11.3. Carga admissível a partir do recalque ............................................. 15
4.12. Atrito lateral ......................................................................................... 15
4.13. Tração e Esforços Horizontais ............................................................... 16
4.14. Efeito de Grupo .................................................................................... 16
5. TIPOS DE FUNDAÇÕES ....................................................................... 16
5.1 Fundações Rasas ou Diretas (H 2B) ........................................................ 16
5.1.1. Blocos de Fundação .......................................................................... 17
5.1.2. Sapatas de Fundação ........................................................................ 18
5.1.3. Radier .............................................................................................. 19
5.2. Fundações Profundas .............................................................................. 19
5.2.1. Estacas ............................................................................................. 19
5.2.3. Tubulões .......................................................................................... 20
6. INTERAÇÃO SOLO – FUNDAÇÃO ........................................................... 22
6.1. Caso geral .............................................................................................. 23
6.2. Casos típicos .......................................................................................... 23
6.2.1. Fundação rasa ou direta ( H ≤ 2.B ) ................................................... 23
6.2.2. Fundações profundas (H > 2B) .......................................................... 24
7. INVESTIGAÇÃO DO SUBSOLO PARA FUNDAÇÕES ......................................... 25
7.1. Introdução .............................................................................................. 25
7.2. Subsídios mínimos a serem fornecidos pelo programa de investigação do
subsolo ............................................................................................................. 26
7.2.1. Informações que se buscam em um programa de prospecção ........... 27
7.2.2. Coeficientes de Segurança ................................................................ 27
7.2.3. Tipos de Prospecção Geotécnica ....................................................... 28
7.2.3.1. Processos Indiretos .................................................................... 28
7.2.3.2. Processos Semi-Diretos .............................................................. 28
7.2.3.3. Processos Diretos ....................................................................... 28
7.2.3.3.1. Poços ................................................................................... 28
7.2.3.3.2. Trincheiras ........................................................................... 28
7.2.3.3.3. Sondagens a Trado ............................................................... 28
7.2.3.3.4. Sondagens de Simples Reconhecimento (SPT) e (SPT-T)......... 29
7.2.3.3.5. Sondagens Rotativas............................................................. 35
7.2.3.3.6 Sondagens Mistas .................................................................. 36
7.2.4. Prospecção Geofísica ........................................................................ 36
7.2.4.1. Resistividade Elétrica .................................................................. 36
7.2.4.2. Sísmica de Refração .................................................................... 36
7.2.5. Métodos Semi-diretos ...................................................................... 37
iii
7.2.5.1. Vane Test ................................................................................... 37
7.2.5.2. Penetrômetros ............................................................................ 39
7.2.5.3. Ensaio Pressiométrico ................................................................. 41
7.3. Programação da Investigação do Subsolo ................................................ 42
7.3.1. Número mínimo de sondagens ......................................................... 42
7.3.2. Profundidade das sondagens ............................................................ 43
8. CAPACIDADE DE CARGA DE FUNDAÇÃO DIRETA ........................................ 43
8.1. Fórmulas de Capacidade de Carga .......................................................... 44
8.1.1. Fórmula Geral de Terzaghi (1943 ) .................................................... 44
8.1.1.1. Ruptura Geral (areias compactas e argilas duras) ........................ 45
8.1.1.2. Ruptura Local (areias fofas e argilas moles) ................................. 47
8.1.1.3. Ruptura Intermediária (areias medianamente compactas e argilas
médias)....................................................................................................... 48
8.1.2. Fórmula de Skempton (1951) - Argilas.............................................. 48
8.1.3. Coeficientes de redução dos fatores de capacidade de carga para
esforços inclinados ........................................................................................ 49
8.1.4. Influência do Nível d‟Água ................................................................ 50
8.2. Método da NBR 6122/96 ........................................................................ 51
8.2.1.– Correção para Solo Arenoso (Classe de 4 a 9) .................................. 51
8.2.2. Correção para solo argiloso (Classe de 10 a 15) ................................ 52
8.2.3. Para qualquer solo ............................................................................ 52
8.3. Prova de Carga em Fundação Direta ou Rasa ..................................... 53
9. RECALQUES DE FUNDAÇÕES DIRETAS ..................................................... 54
9.1. Introdução .............................................................................................. 54
9.2. Recalques de Estruturas .......................................................................... 55
9.3. Efeito de Recalques em Estruturas ........................................................... 57
9.3.1.Recalques Admissíveis das Estruturas ................................................ 57
9.3.2. Causas de Recalques ........................................................................ 58
9.3.3. Recalques Limites (Bjerrum – 1963) .................................................. 58
9.4. Pressões de Contato e Recalques ............................................................ 59
9.4.1. Solos Arenosos ................................................................................. 59
9.4.2. Solos Argilosos ................................................................................. 60
9.5. Cálculo dos Recalques ............................................................................ 61
9.5.1. Recalques por Adensamento – Solos Argilosos .................................. 62
9.5.2. Recalque Elástico .............................................................................. 63
10. INFLUÊNCIA DAS DIMENSÕES DAS FUNDAÇÕES ......................................... 67
10.1. Nos resultados das fórmulas de cálculo de recalques ............................ 67
10.1.1.Recalques elásticos .......................................................................... 67
iv
10.1.2.Recalques por adensamento ............................................................ 68
10.2. Nos resultados das fórmulas de cálculo de capacidade de carga ............ 68
10.2.1. Fórmula geral de Terzaghi .............................................................. 68
10.2.2. Fórmula de Skempton ..................................................................... 69
10.3. Nos Resultados das Provas de Carga ..................................................... 69
10.3.1. Solos argilosos ............................................................................... 70
10.3.2. Solos arenosos ............................................................................... 71
10.3.3. Observações ................................................................................... 72
11. DIMENSIONAMENTO DE FUNDAÇÕES POR SAPATAS ................................... 73
11.1.Sapatas Isoladas .................................................................................... 74
11.2. Sapatas Associadas ............................................................................... 77
11.3. Sapatas de Divisa .................................................................................. 78
12. FUNDAÇÕES PROFUNDAS ................................................................. 85
12.1 Tubulões ............................................................................................... 85
12.1.1. Tubulões a céu aberto .................................................................... 86
12.1.1.1. Sem revestimento ..................................................................... 86
12.1.1.2. Com Revestimento ................................................................... 87
12.1.1.3. Tubulões a Ar Comprimido ou Pneumáticos .............................. 88
12.1.2. Capacidade de Carga dos Tubulões ................................................ 89
12.1.2.1. Solos Arenosos ......................................................................... 90
12.1.2.2. Solos Argilosos ( ≈ 0).............................................................. 90
12.1.2.3. Considerações finais ................................................................. 91
12.1.2.4. Ensaio de campo – SPT e CPT .................................................... 92
12.1.2.5. Solos Coesivos - Resistência de Base ........................................ 92
12.1.2.6. Solos não coesivos – Resistência de Base .................................. 92
12.1.3. Dimensionamento de Tubulões ....................................................... 93
12.1.3.1. Tubulão Isolado ........................................................................ 93
12.1.3.2. Superposição de Bases.............................................................. 95
12.1.3.2.1. Uma falsa Elipse ................................................................. 96
12.1.3.2.2. Duas Falsas Elipses ............................................................. 97
12.1.3.3. Pilares de Divisa ....................................................................... 98
12.1.4. Cálculo do Volume de Concreto ...................................................... 99
12.1.4.1. Tubulão com base circular ........................................................ 99
12.1.4.2. Tubulão com base em “falsa elipse” .......................................... 99
12.2. Estacas de Fundação ........................................................................... 100
12.2.1. Classificação das Estacas .............................................................. 100
12.2.1.1. Estacas de Sustentação ........................................................... 100
12.2.1.1.1. Forma de Trabalho de Sustentação ................................... 101
v
12.2.2. Implantação ................................................................................. 102
12.2.2.1. Moldadas “in-loco” ................................................................. 102
12.2.2.1.1. Estacas brocas – trado manual (acima do NA) ................... 102
12.2.2.1.2. Estaca escavada mecanicamente (s/lama bentonítica) ....... 103
12.2.2.1.3. Estaca escavada (c/lama bentonítica) ................................ 103
12.2.2.1.4. Estaca raiz ........................................................................ 105
12.2.2.1.5. Estaca Strauss .................................................................. 107
12.2.2.1.6. Estaca Apiloada ................................................................ 109
12.2.2.1.7. Estaca Hélice Contínua (monitorada) ................................. 110
12.2.2.1.8. Estaca Hélice Segmentada (monitorada) ............................ 111
12.2.2.1.9. Estaca Ômega (monitorada) .............................................. 112
12.2.2.1.10. Estacas Franki (abaixo do NA) ......................................... 113
12.2.2.1.11. Estacas Simplex (abaixo do NA) ...................................... 115
12.2.2.2. Cravadas ................................................................................ 115
12.2.2.2.1. Madeira ............................................................................ 116
12.2.2.2.2. Metálicas: ......................................................................... 117
12.2.2.2.3. Concreto: ......................................................................... 119
12.2.2.2.4. Estacas Prensadas (Mega) ................................................. 123
12.2.2.2.5. Estacas Mistas .................................................................. 124
12.2.3. Capacidade de Carga de Estacas Isoladas ...................................... 124
12.2.3.1. Fórmulas Estáticas .................................................................. 125
12.2.3.1.1. Fórmulas Teóricas ............................................................ 126
12.2.3.2. Fórmulas Dinâmicas ............................................................... 129
12.2.3.3. Provas de Carga ..................................................................... 131
12.2.3.4. Fórmulas Semi-Empíricas ....................................................... 131
12.2.3.4.1. Método de AOKI & VELLOSO (1975) .................................. 131
12.2.3.4.2. Método de DÉCOURT & QUARESMA (1978) ........................ 134
12.2.4. Dimensionamento ........................................................................ 136
12.2.5. Estacas Isoladas e Grupos de Estacas. ........................................... 144
12.2.5.1. Fórmula das Filas e Colunas.................................................... 145
12.2.5.2. Fórmula de Converse-Labarre ................................................. 146
12.2.5.3. Método de Feld....................................................................... 147
13. ESCOLHA DO TIPO DE FUNDAÇÃO ..................................................... 147
13.1. Deverão ser conhecidas no mínimo: .................................................... 147
13.2. Critérios de decisão: ........................................................................... 148
13.3. Etapas para estudo de uma fundação: ................................................. 148
13.4. Limitações de alguns tipos de fundações profundas. ........................... 150
REFERÊNCIAS BIBLOGRÁFICAS ....................................................... 151
vi
Fundações – 2012 P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
1. INTRODUÇÃO
A Engenharia Civil é uma área que apresenta problemas cujas soluções devem ser
frutos da teoria, pesquisa, prática, experiência e julgamento pessoal ao mesmo
tempo. Além disso, o engenheiro é freqüentemente obrigado pelas circunstâncias a
extrapolar além de sua experiência, e a partir daí o julgamento pessoal e o bom
senso são primordiais.
Independente do fato de que os métodos científicos, de maneira geral, não se
desenvolveram o suficiente para tratar (resolver) os problemas de engenharia,
existem dificuldades inerentes à sua própria aplicação aos problemas de engenharia
civil.
As mais comuns são o grande número de variáveis envolvidas, que somadas à
grande escala em que os problemas de engenharia civil se desenvolvem, tornam o
controle das operações e experimentos de campo extremamente difíceis.
relativos ao comportamento dos solos não tenham sido todos resolvidos, já existem
explicações racionais para grande parte deles. De maneira geral, o engenheiro está
interessado em determinar a resistência, a compressibilidade (ou deformabilidade) e
a permeabilidade dos solos. Ele necessita de uma solução que seja praticamente
viável, e às vezes as sofisticadas soluções matemáticas não são aplicáveis a seus
problemas; e os solos, por sua vez, nem sempre se comportam estritamente de
acordo com elas (White – 1.936: “Nature has no contract to agree with
Mathematics”).
3. A ÁREA DE FUNDAÇÕES
O que é uma fundação?
É um sistema formado pelo terreno (maciço de solo) e pelo elemento estrutural de
fundação que transmite a carga ao terreno pela base ou fuste, ou combinação das
duas.
Toda obra de engenharia necessita de uma base sólida e estável para ser apoiada.
Entende-se por obra de engenharia: edifício de apartamentos, galpão, barracão,
ponte, viaduto, rodovia, ferrovia, barragem de terra ou concreto, porto, aeroporto,
estação de tratamento de água, etc.
Base sólida e estável: apoio que proporcione condições de segurança quanto à
ruptura e deformações.
É importante lembrar que os solos situados sob as fundações se deformam, e
que, consequentemente, toda fundação sofre recalques, devido ao acréscimo de
tensões introduzido por uma obra de engenharia no solo de fundação, e que a todo
acréscimo de tensões corresponde uma deformação. O importante é que não sejam
ultrapassadas as deformações limites (admissíveis), que cada edificação pode
suportar sem prejuízo de sua utilização pelo tempo previsto para tal.
2
Fundações – 2012 P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
4.1.1. SAPATA
Elemento de fundação superficial de concreto armado, dimensionado de modo
que as tensões de tração não sejam resistidas pelo concreto, mas sim pelo emprego
da armadura. Pode possuir espessura constante ou variável, sendo sua base em
planta normalmente quadrada, retangular ou trapezoidal.
4.1.2. BLOCO
Elemento de fundação superficial de concreto, dimensionado de modo que as
tensões de tração nele produzidas possam ser resistidas pelo concreto, sem
necessidade de armadura. Pode ter suas faces verticais, inclinadas ou escalonadas e
apresentar normalmente em planta secção quadrada ou retangular.
4.1.3. RADIER
Elemento de fundação superficial que abrange todos os pilares da obra ou
carregamentos distribuídos (tanques, depósitos, silos etc).
4
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4.2.1. ESTACA
Elemento de fundação profunda executada inteiramente por equipamentos ou
ferramentas, sem que, em qualquer fase de sua execução descida de operário. Os
materiais podem ser: madeira, aço, concreto pré-moldado, concreto moldado “in
loco” ou mistos.
4.2.2. TUBULÃO
Elemento de fundação profunda, cilíndrico, em que pelo menos na sua etapa final,
há descida de operário. Pode ser feito a céu aberto ou sob ar comprimido
(pneumático) e ter ou não base alargada. Pode ser executado com ou sem
revestimento, podendo este ser de aço ou de concreto. No caso de revestimento de
aço (camisa metálica), este poderá ser perdido ou recuperado.
4.2.3. CAIXÃO
Elemento de fundação de forma prismática concretado na superfície e instalado
por escavação interna. Na sua instalação pode-se usar ou não ar comprimido e sua
base pode ser ou não alargada.
4.3. TERMOS
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7
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8
Fundações – 2012 P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
9
Fundações – 2012 P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
Solos expansivos são aqueles que, por sua composição mineralógica, aumentam
de volume quando há um aumento do teor de umidade. Nestes solos não se pode
deixar de levar em conta o fato de que, quando a pressão de expansão ultrapassa a
pressão atuante, podem ocorrer deslocamentos para cima. Por isto, em cada caso, é
indispensável determinar experimentalmente a pressão de expansão, considerando
que a expansão depende das condições de confinamento.
10
Fundações – 2012 P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
tan adm
1
ct
onde:
adm = tensão admissível do terreno (MPa)
ct = tensão de tração no concreto (ct=0,4.ftk 0,8MPa)
ftk = resistência característica à tração do concreto, cujo valor pode ser obtido a
partir da resistência característica à compressão (fck) pelas equações.
f
ftk ck para fck 18,0 MPa
10
ftk = 0,06. fck + 0,7 MPa para fck > 18,0 MPa
Nota:
Com respeito à distribuição das pressões sob a base do bloco, aplica-se o já
disposto para as sapatas.
11
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A fundação situada em cota mais baixa deve ser executada em primeiro lugar, a
não ser que se tomem cuidados especiais.
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Nota
Quando a carga de ruptura a capacidade de carga deve ser avaliada conforme o
disposto adiante.
A partir do valor determinado experimentalmente para a capacidade de carga na
ruptura, a carga admissível é obtida mediante a aplicação de FS=2.
No caso específico de estacas escavadas, face aos elevados recalques necessários
para a mobilização da carga de ponta e por existirem dúvidas sobre a limpeza do
fundo, a resistência do atrito prevista não pode ser inferior a 80% da carga de
trabalho a ser adotada
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Fundações – 2012 P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
Notas:
Considera-se ponto neutro a profundidade da secção da estaca onde ocorre a
mudança do atrito lateral de negativo para positivo.
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5. TIPOS DE FUNDAÇÕES
Fundações Rasas ou Diretas
Fundações Profundas
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CORTE P PLANTA
B
B
CORTE P
PLANTA
H
hB
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H
L
hS
18
Fundações – 2012 P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
5.1.3. RADIER
Quando todos pilares de uma estrutura transmitirem as cargas ao solo através de
uma única sapata. Este tipo de fundação envolve grande volume de concreto, é
relativamente onerosa e de difícil execução. Quando a área das sapatas ocuparem
cerca de 70 % da área coberta pela construção ou quando se deseja reduzir ao
máximo os recalques diferenciais.
P1 P2 P3 P4 P5
Mais
flexível Mais rígido
5.2.1. ESTACAS
Elementos bem mais esbeltos que os tubulões, caracterizados pelo grande
comprimento e pequena secção transversal. São implantados no terreno por
equipamento situado à superfície. São em geral utilizados em grupo, solidarizadas
por um bloco rígido de concreto armado (bloco de coroamento).
P RL + RP onde RL = Resistência Lateral e RP = Resistência de Ponta
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Fundações – 2012 P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
CORTE P Bloco de
Capeamento
PLANTA
5.2.3. TUBULÕES
São elementos de fundação profunda construídos concretando-se um poço
(revestido ou não) aberto no terreno, geralmente dotado de base alargada.
Diferenciam-se das estacas porque em sua etapa final é necessário a descida de um
operário para completar a geometria ou fazer a limpeza. De acordo com a NBR
6122/96 deve-se evitar alturas hb superiores a 2m. Deve-se evitar trabalho
simultâneo em bases alargadas de tubulões, cuja distância, seja inferior o diâmetro
da maior base. Quando é necessário executar abaixo do NA utiliza-se o recurso do
ar comprimido.
a) A céu aberto
- Revestido
- Não revestido
São em geral utilizados acima do nível d‟água.
b) Pneumáticos ou Ar Comprimido
- Revestimento de concreto armado
- Revestimento de aço (Benoto).
São utilizados abaixo do nível d‟água.
Observações:
Em uma fundação por tubulões, é necessária a descida de um técnico para
inspecionar o solo de apoio da base, medidas de fuste e base, verticalidade, etc.
Em geral, apenas um tubulão já absorve a carga total de um pilar.
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P
CORTE Bloco
(quando necessário)
Revestimento
(quando necessário) PLANTA
d
Fuste
H d
Base
hB
D
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22
Fundações – 2012 P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
P
P R Lat + R P
H R P = A Base . r P
r Lat r Lat
A Lat = área lateral
A Base = área da ponta ou base
r Lat = resistência lateral unitária
rP
r P = resistência de ponta unitária
B = menor dimensão da fundação
B
H . rL? 0
. rP > 0
rP
. P ? RP
B
. P ≤ RL + RP
. rL≈ 0
. rP > 0
. P ≤ RP
23
Fundações – 2012 P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
. P ? RL + RP
Camadas
de baixa . rL ? 0 (desprezada)
resistência
. rP > 0
. P ? RP
Camada
rP resistente
. P ≤ RL + RP
. rL ≈ 0 (desprezada)
. rP > 0
. P ≤ RP
2o caso.
P
. P ? RL + RP
Camadas . rL > 0
de média
rL rL . rP ? 0 (desprezado)
resistência
. P ? RL
P ≤ RL + RP
rL > 0
rP ≈ 0 (desprezado)
P ≤ RL
24
Fundações – 2012 P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
3o caso
P
. P ? RL + RP
Camadas
de média
. rL > 0
rL rL resistência
. rP > 0
Camada
rP resistente
P ≤ RL + RP
rL > 0
rP > 0
7.1. INTRODUÇÃO
26
Fundações – 2012 P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
27
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7.2.3.3.1. POÇOS
Os poços são perfurados manualmente, com auxílio de pás e picaretas. Para
que haja facilidade de escavação, o diâmetro mínimo deve ser da ordem de 60cm. A
profundidade atingida é limitada pela presença do NA ou desmoronamento, quando
então se faz necessário revestir o poço. Os poços permitem um exame visual das
camadas do subsolo e de suas características de consistência e compacidade, por
meio do perfil exposto em suas paredes. Permitem também a coleta de amostras
indeformadas, em forma de blocos.
7.2.3.3.2. TRINCHEIRAS
As trincheiras são valas profundas, feitas mecanicamente com o auxílio de
escavadeiras. Permitem um exame visual contínuo do subsolo, segundo uma direção
e, tal como nos poços, pode-se colher amostras indeformadas.
29
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NSPT : número de golpes necessários à cravação dos 30cm finais de uma cravação
total de 45cm do amostrador padrão, desprezados os 1os 15 cm de penetração.
Hastes : tubos de aço “schedulle” com 1” de diâmetro interno e massa de
3,2kg/m .
É muito importante ter em mente que mesmo as obras de engenharia de pequeno
porte, mais simples, menores ou menos importantes, necessitam de uma
programação adequada para a investigação do subsolo em que deverão ser
apoiadas, para que o projeto das suas fundações possa ser técnica e
economicamente o mais apropriado.
A execução das sondagens à percussão é o mínimo aceitável como investigação
geotécnica para qualquer obra de engenharia.
Na figura seguinte é apresentado esquematicamente o equipamento para a
execução de sondagens à percussão.
30
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Roldana
Tripé
Peso
Guia
Corda
Haste
Bica
Revestimento
SUBSOLO
Perfuração
Amostrador
31
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32
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33
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O SPT-T foi proposto por Ranzini em 1988. Esse ensaio consiste na execução do
ensaio SPT, normatizado pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (NBR 6484)
e, logo depois de terminada a cravação do amostrador, é aplicada uma rotação ao
conjunto haste-amostrador com o auxílio de um torquímetro, Figura 7.8. Durante a
rotação, toma-se à leitura do torque máximo necessário para romper a adesão entre
o solo e o amostrador, permitindo a obtenção do atrito lateral amostrador-solo
(Peixoto, 2001).
34
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T
fT em que: “ f T “ em kPa, “T“ em kN.m e “h“ em m
41,336h 0,032
35
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36
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37
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M
M M
Topo
Haste
Lâminas Profundidade
de
Perfuração ensaio H
H Área
hR lateral
H
D Base D
(a) (b) (c)
38
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7.2.5.2. PENETRÔMETROS
Os penetrômetros podem ser dos tipos estáticos e dinâmicos.
O penetrômetro estático é o mais usado atualmente.
Os ensaios executados com o penetrômetro são conhecidos internacionalmente
com várias denominações diferentes. Entre elas, as mais comuns são:
Ensaio de penetração contínua ( E P C )
Deep sounding
Diep sondering
Cone penetration test ( C P T ) etc.
Fi
Execução do ensaio:
Fe Fe
. Quando a força Fi é aplicada, o
cone é forçado a penetrar no
Prolongamento
Da Haste terreno pela haste interna, e é
Externa medida então a resistência de
ponta do terreno (rP) na
Haste
Interna profundidade de execução do
ensaio.
Haste
Externa . Quando a força Fe é aplicada, a
haste externa penetra no terreno
até encostar na base do cone, e
Cone pode ser determinada a resistência
lateral do terreno (rL) na
profundidade de ensaio.
. Quando as duas hastes são
forçadas
Os resultados são usualmente fornecidos a penetrar
em forma de gráfico,noque
terreno,
apresentam as
pode
resistências de ponta ( rP ) e lateral ( rL ) em ser medida
função a resistência total
da profundidade.
na profundidade desejada (r P + r
L).
39
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rP
rP
rL
Prof.
(m) rL
40
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41
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42
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43
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Existem várias fórmulas para o cálculo da capacidade de carga dos solos, todas
elas aproximadas, porém de grande utilidade para o engenheiro de fundações, e
conduzindo a resultados satisfatórios para o uso geral (Quadro 8.1). Para a
utilização dessas fórmulas, é necessário o conhecimento adequado da resistência ao
cisalhamento do solo em estudo, ou seja, S = c + tg
44
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B Fundação de
base rugosa
ζR
H
S P’ P S
45 – Φ/2 Φ Φ 45 – Φ/2
Reta ro r
tangente R R Reta
Q tangente
Espiral logarítmica : r = ro . eθ . tgΦ
Onde:
45
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46
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L B
Para sapatas retangulares
L 3B a 5B)
Pode-se admitir
Sc = 1,1 Sq = 1,0 S = 0,9
N‟c, N‟q, N‟ = fatores de carga para ruptura local (função do ângulo de atrito do
solo)
2
c' c
3
47
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c c' 5 N N'
c' ' c N' '
2 6 2
Os casos extremos, descritos por Terzaghi como de ruptura geral e ruptura local,
são indicados na Figura 7.7.
Tensões
Ruptura
Geral
Ruptura
Local
Recalques
48
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H
B
Figura 8.3 – Correção para carga inclinada.
nat
NA
H
Hf sat
H
nat
NA
sat
B
q = nat.H
50
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A fórmula geral de Terzaghi pode ser escrita com o fator de correção do N.A.
como:
1
R c.Nc .Sc q.(Nq 1).Sq . c .B.N .S
2
H
nat
B
Hf
NA
sat
q = nat.H
A NBR propõe correções das tensões básicas que variam em função do tipo de
solo, largura e profundidade da fundação. Valores válidos para largura de 2m.
- Quanto à profundidade
‟‟adm = ‟adm H 1,0m
‟‟adm = ‟adm [1 + 0,4 (H-1)] 1,0m H 3,5m
‟‟adm = 2 ‟adm H 3,5m
51
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adm 2,5 b
52
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Reação
H Macaco
Placa
Último estágio de carga pelo menos 12 horas, se não houver ruptura do terreno.
O descarregamento deverá ser feito em estágios sucessivos não superiores a 25% da
carga total, medindo-se as deformações de maneira idêntica a do carregamento. Os
resultados devem ser apresentados como mostra a Figura 8.5.
53
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Tensões (KPa)
0 100 200 300 400 500 600 700 800
0
58 : 31 Horas
10
11 : 47
Minutos
20
30
27 : 39
40 42 : 12
Recalques (mm)
Tensão admissível de um solo deve ser fixada pelo valor mais desfavorável entre
os critérios:
A tensão admissível de um solo é fixada pelo valor mais desfavorável entre os
critérios:
onde : n 2
9.1. INTRODUÇÃO
54
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Esta garantia de segurança pode ser conseguida pela aplicação de dois critérios:
critério de ruptura e critério das deformações.
Neste capítulo, será estudado o critério das deformações ou recalques excessivos.
A equação geral para o cálculo dos recalques de uma fundação pode ser expressa
por
s = se + sa + scs
onde:
s = recalque total
se ou si = recalque elástico (se) ou recalque imediato (si)
sa = recalque por adensamento
scs = recalque por compressão secundária
55
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δ1-2 δ3-4
δ2-3
P
56
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57
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58
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KR 1
Ec t
2
3
Circular KR
11 2 Ec t
.
3
Corrida,quadrada,retangular
E R
6 1 c2 E B
t= espessura da placa
R= raio da placa
B= menor lado da placa
59
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Recalques
Recalques
Tensões de contato
Decorre então que, para uma placa flexível uniformemente carregada, apoiada
numa areia, os recalques serão maiores nas bordas e menores no centro, e as
tensões de contato serão uniformes em toda a área carregada.
Recalques Recalques
Tensões
60
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Tensões Recalques
Logo, como as tensões nos pontos do solo mais próximos ao eixo vertical são
maiores do que aquelas nos pontos mais afastados decorrem maiores recalques no
centro da placa e menores nas bordas da mesma, conforme figura.
Recalques
Tensões
61
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Ramo de
pré-adensamento
e 0
e a
Ramo virgem
Cc
(logarítimica)
y0 a (Tensão de
pré-adensamento)
1
h .Cc.H.log vo , onde
1 eo vo
eo = índice de vazios inicial
Cc = índice de compressão
H = espessura da camada de argila
vo= pressão inicial na camada
= pressão Aplicada
62
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ΔH
Recalque
Resumindo
U%
2
T , U% 60%
U f T 4 100
T 1,781 - 0,933 log 100 - U% , U% 60%
são as mais críticas. Portanto, daí, o particular interesse no estudo dos recalques
elásticos, preponderantes nos solos arenosos ou nos solos não saturados. Os
recalques elásticos podem ser estimados a partir da seguinte expressão,
fundamentada na teoria da elasticidade.
1 2
Si .B I
ES w
Si = recalque elástico
= intensidade da pressão de contato
B = menor dimensão da sapata
= coeficiente de Poisson
ES = módulo de elasticidade do solo
Iw = fator de influência, dependente da forma e dimensões da sapata.
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65
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.I
z E z
s
q
A) Embutimento na sapata correção C1: C1 1 0,5 0,5 - * = - q
*
t
B) Efeito Tempo correção C2. C 2 1 0,2 log t em anos
0,1
I n
i C1 C2 * z z
i 1 E s i
RECALQUE
66
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10.1.1.RECALQUES ELÁSTICOS
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Pode ser visto que o recalque elástico depende diretamente da menor dimensão
da fundação. Além disso, o coeficiente IW depende da relação L/B.
Então ζ R 5,7 . c . s C γ . H . sq
Portanto, a capacidade de carga das argilas não depende das dimensões das
fundações, porém depende da sua forma geométrica.
Aumenta com a profundidade de apoio da fundação, e este aumento equivale à
variação das tensões devidas à sobrecarga ( .H ).
b. Solos arenosos:
68
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Então: ζ R γ . H . N q . s q 12 . γ . B . N γ . s γ
ζ R c. N C γ . H
ζ ζ
H
N.D
69
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Placa - BPLACA
onde :
z médio - tensão média no bulbo de tensões.
70
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ζ Z médio PLACA
SPLACA ε .D .D
Z médio PLACA M
ou :
K.ζ
SPLACA .D
M
- Recalque na fundação: S FUND
ζ Z médio FUND
SFUND ε Z médio FUND
. ND . ND
M
Da equivalência dos bulbos de tensões da placa e das fundações :
K.ζ
z Z médio FUND = z médio PLACA =
M
Então :
K.ζ
s FUND . ND
M
- Relação entre o recalque da fundação e o recalque da placa
Esta relação entre recalques é válida somente para solos argilosos, para os quais
M é aproximadamente constante com a profundidade.
Portanto, no caso das argilas, em que o módulo de deformabilidade é constante
com a profundidade, o recalque elástico é diretamente proporcional à largura da
fundação, ou seja, é diretamente proporcional à sua menor dimensão.
71
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2
s FUND 2. B
FUND
s PLACA B FUND 0,30
Esta relação é válida somente para solos arenosos, no caso de provas de carga
executadas com placas de 0,30m X 0,30m. No Brasil, a Norma Brasileira recomenda
placas com área mínima de 0,5m2, e geralmente é utilizada uma placa circular com
diâmetro de 0,80cm.
Nesta equação :
S FUND - recalque da fundação de largura BFUND
S PLACA - recalque da placa utilizada na prova de carga, de dimensões 0,30 m x
0,30 m
10.3.3. OBSERVAÇÕES
Para o caso das sapatas apoiadas em argilas, é normalmente utilizada a relação:
s FUND BFUND
N B P LACA
s P LACA
ou seja, que o recalque elástico aumenta linearmente com a largura das
fundações (ou com sua menor dimensão).
. Para o caso das sapatas apoiadas em areias será adotada a expressão proposta
por Sowers (1962), que está mais de acordo com as placas de 0,8m de diâmetro,
normalmente utilizadas no Brasil.
2
S FUND
B FUND . (B P LACA 0,30)
S P LACA B P LACA. (B FUND 0,30)
72
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2
S FUND2 . B FUND
. A expressão S B 0,30 vale somente para placas de 0,30 m X
P LACA P LACA
0,30 m e conduz a resultados mais conservadores.
Sondagem
SPT B
13
N.A
AREIA FINA E 16
~ 1,5B
MÉDIA CINZA
11
13 16 11 ~
Nmédio 13
14 3
8
a= 0,02.N= 0,02.13= 0,26MPa
ARGILA SILTOSA
VARIEGADA
5
AREIA DE GRANUL. 20
VARIADA AMARELA
40
73
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11.1.SAPATAS ISOLADAS
P d d
b B
d
trab adm
L
Figura 11.2 – Distribuição de tensões na sapata.
74
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P
L
2,5 Mesa
2,5 d
2,5
B b
d
Figura 11.3 – Detalhe construtivo de sapata.
Dimensionamento:
P
A =B.L L-B= - b L=A / B
adm
Exemplo de cálculo:
My
Dados: P=3455kN Pilar=110 x 25cm adm=350kPa
1,1* 3455
A 10,86m 2 - b = 110-25=85cm
350
Solução: B=2,90m e L=3,75m
F
F
B
mín máx L
My
M = momento atuante
B
75
L
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Wy = momento resistente =
máx1,3adm mín>0
Recalques Diferenciais as dimensões das sapatas vizinhas devem ser tais que
eliminem, ou minimizem, o recalque diferencial entre elas. Sabe-se que os recalques
das sapatas dependem das dimensões das mesmas.
d) Sapatas apoiadas em Cotas Diferentes No caso de sapatas vizinhas, apoiadas
em cotas diferentes, elas devem estar dispostas segundo um ângulo não inferior a
com a vertical, para que não haja superposição dos bulbos de pressão. A sapata
situada na cota inferior deve ser construída em primeiro lugar. Podem ser adotados,
= 60º para solos e = 30º para rochas.
4,40
2,00
2,70
0,20
CG
1,50
0,20
Superposição de Sapatas
Em certas situações, pode ocorrer que duas ou mais sapatas venham ocupar uma
mesma posição no terreno, conforme esquematizado em seguida.
Superposição P1 P2
P1 P2
Superposição
P2
L
L
As áreas das sapatas devem ser conservadas, para que as tensões de trabalho não
se modifiquem, isto é :
Área de S‟1 = Área de S1 e Área de S‟2 = Área de S2
vizinhas, procura-se associá-las por uma única sapata, sendo os pilares ligados por
uma viga.
Sendo P1 e P2 as cargas dos dois pilares (já majoradas em 10%), a área da sapata
associada será:
(P1 P2 ) R
A R =(P1 + P2)
adm adm
CG
P1 P2
P1 P2
CG
xa xa
P1 P2
P1+ P2
VIGA
PILAR
VIGA
Quando o pilar está situado junto à divisa do terreno, e não é possível avançar
com a sapata no terreno vizinho, a sapata fica excêntrica em relação ao pilar. A
distribuição das tensões na superfície de contato não é mais uniforme.
78
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PLANTA CORTE
Divisa
b0 bO
CG a0 a
e
e b
b Divisa
Para fazer com que a resultante R na base da sapata fique centrada, são
empregadas vigas de equilíbrio ou vigas alavancas, de maneira que fique
compensado o momento proveniente da excentricidade e.
Para fazer com que a resultante R na base da sapata fique centrada, são
empregadas vigas de equilíbrio ou vigas alavancas, de maneira que fique
compensado o momento proveniente da excentricidade e.
79
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P1
a P2
P1 P2
e R1 R2
b
L
DIVISA
a
x
Aparalelogramo = a.h
O sistema pode ser resolvido como uma viga sobre 2 apoios (R1 e R2), recebendo
as duas cargas P1 e P2 .
80
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P1 P2
L
B
A C
e
R1 R2
Observações:
R
Como a área da sapata As é função de R1 (As ζ 1 ), é necessário conhecer R1
adm
para o seu cálculo. Porém, pela equação (2), R1 é função da excentricidade e, que
por sua vez depende do lado b, que é uma das dimensões procuradas.
Este é um problema típico de solução por tentativas. Um dos métodos é
apresentado a seguir.
Em (2), é possível verificar que R1 > P1. Para a solução do problema, toma-se um
valor estimado de R1 (>P1), para uma primeira tentativa, e escolhem-se duas
dimensões a‟1 e b‟1 para os lados da sapata. Geralmente, procura-se tomar a‟1 / b‟1
= 2,0 a 3,0 (relação econômica para sapata de divisa) e a 1a tentativa para R‟1 de
1,10.P1 a 1,20.P1.
Uma vez escolhido b‟1, a excentricidade é dada por
b' b
e 21 20
- onde b0 é a dimensão do pilar na direção do lado b da sapata.
É possível então calcular a resultante real por:
R 1 P1 .
e
81
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Compara-se o valor de R1 com o valor adotado de R‟1 . Se R1 R‟1, então a‟1 e b‟1
serão de fato as dimensões a e b da sapata.
Se R1 R‟1, mantém-se a dimensão b = b‟1 , mantendo-se portanto a
excentricidade, e calcula-se a outra dimensão da sapata por
R1
a x b ζ
adm
A viga alavanca geralmente é ligada a um pilar central. Como R1 > P1 , vale a
relação
R1 = P1 + P
Logo, em (1), resulta que
R2 = P2 – P
R2 P 2 1 . ΔP
A ζ 2
adm
ζadm
Além disso, deve ser verificado o alívio do pilar central, através de:
P2 – P > 0
82
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84
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12.1 TUBULÕES
Geralmente, os tubulões têm a sua base alargada para assegurar uma adequada
distribuição de tensões no solo de apoio. A seguir, são apresentados
esquematicamente o corte vertical e a planta de um tubulão típico.
85
Fundações – 2012 P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
CORTE VERTICAL
PLANTA
d
d
Fuste
- T Revestimento
H
r (quando
i necessário) D
nBase
c
a
s
D
c
1,5
a
2,0m
anel
metálico
B) Método Gow
Quando o solo é muito coesivo e não permite si quer a escavação do fuste por
etapas sem revestimento, emprega-se o método Gow.
Crava-se por percussão, um tubo metálico de 2m de comprimento e ½” de
espessura, no terreno a ser escavado.
Escava-se no seu interior.
Crava-se outro tubo de diâmetro ligeiramente menor, no terreno ainda não
escavado, abaixo do primeiro tubo cravado.
Escava-se no interior deste 2º tubo.
Repetem-se estas operações sucessivamente, descendo-se telescopicamente os
tubos, até uma profundidade suficiente para o alargamento da base, no diâmetro
necessário ao fuste do tubulão.
87
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Tubo
Metálico
Compressor
Cachimbo
88
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Campânula
Ar
Porta
Comprimido
de
Entrada
Compres-
Compres-
sor
sor
Reserva
Saída de Entrada de
Terra Concreto
Revestimento TERRENO
N.A.
N.A.
h água
onde:
água – peso específico da água
h - altura, medida a partir do N.A., até o estágio em que se encontra a escavação.
89
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ζr c . N c P0 . Nq 1 . γ . B . N γ
2
ζ R c . Nc γ . H
ζ trab Pa
A fórmula geral de Terzaghi também pode ser utilizada para solos argilosos,
fazendo =0. Os valores calculados serão mais conservadores que os determinados
pela fórmula de Skempton.
P P
adm base
91
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PP Qs L
Qp
Figura 12.4 – Transferência de carga.
Com base no valor médio do SPT (na profundidade da ordem de grandeza igual a
duas vezes o diâmetro da base, a partir da cota de apoio da mesma).
92
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d
H
Base
hB
20cm
c. Diâmetro do fuste d .
O dimensionamento do fuste depende somente da tensão admissível do concreto
utilizado ( concr ).
93
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d ≥ 0,70 m
d. Diâmetro da base D .
Como as tensões admissíveis no solo são bem menores que no concreto, quase
sempre há a necessidade de se promover o alargamento da base, resultando num
elemento tronco-cônico.
O diâmetro da base D é dimensionado em função da tensão admissível do solo na
cota de apoio do tubulão, por :
2
P π. D
A base ζ adm solo
4
ou
D 4P
π . ζadm solo
Por problemas executivos, sempre que possível, o diâmetro da base não deve
ultrapassar os ≈4,5m (valor aproximado).
94
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h B D d . tg α
2
Na prática, para evitar problemas executivos, a altura da base não deve
ultrapassar os ≈ 2m (valor aproximado).
f. Ângulo .
Para que não haja necessidade de armação na base, isto é, para que as tensões de
tração ζ t sejam absorvidas pelo próprio concreto, a inclinação da parede deve ser
dada por :
tg α ζ
adm 1
α ζt
f
ck
onde ζ pode ser tomado como: ζ t , f ck ≤ 20MPa
t 10
Na prática, usa-se geralmente uma inclinação de 60º, que é suficiente para a
grande maioria dos casos.
SUPERPOSIÇÃO SOLUÇÃO
T2 T’2
T1 T’1
D2
P2
P2 P1
P1 L2
L1
D1 X2
Superposição X1
A forma dos tubulões T1 e T2 pode ser modificada, desde que as áreas continuem
as mesmas, pois a tensão de trabalho não deve sofrer modificação.
95
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Assim :
Área da base de T1 = AT1 = Área da base de T‟1 = AT‟1, ou : AT1 = AT‟1
Da mesma forma: AT2 = AT‟ 2.
Para um caso geral, vale:
π.D 2 π.X 2
i i
L .X
4 4 i i
Etapas:
1 – Dimensionar o tubulão do pilar 1
2 - Adotar um valor para r2 r2 < S – r1 - 10cm
3 - Calcular o valor de x:
P2 A 2 r2 2
Ab2 e x
adm 2.r2
4 - Verificação: x<3.r2 (não há limite mínimo, pois não há excentricidade).
5 - Calcular: d e hB.
4. P
O diâmetro do fuste será dado por : d
π . ζ concr
OBS: - Caso a desigualdade não seja satisfeita, empregam-se duas falsas elipses.
- Distância mínima entre as bases deve ser de 10cm.
96
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Obs: Caso os pilares estiverem tão próximos que não seja possível a solução
anterior, deve-se afastar o CG dos tubulões e introduzir uma viga de interligação.
Se necessário, usar dois tubulões sob três pilares alinhados, com uma viga de
interligação.
97
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P1 V.A.
P2 Solução
P1
P2
P1 + P2 = R1 + R2
L
R P .
1 Le
DIVISA
P1 P2
R2 = P2 - ½ . ΔP
R2
R1 V.A.
Verificação do
levantamento de P2 :
P2 – ΔP > 0
R2
R1
Divisa
L
R 1 P1 . e R 2 = P 2 – ½ . P
Le
OBS: Verificação do levantamento de P 2 : P 2 – P > 0
Obs: Os CGs do fuste e da base do tubulão devem estar sobre o eixo da viga
alavanca.
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100
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101
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12.2.2. IMPLANTAÇÃO
102
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ser lançado com auxílio de funil para que não haja contaminação. Terrenos coesivos.
=15 a 30cm (dependendo do trado). L=3 a 8m. Ftrabalho = 60 a 250kN.
Acima do N.A.
Perfuratrizes rotativas
Profundidades até 30m
Diâmetros de 0,20 a 1,70m (comum até 0,50m)
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Método executivo
Proteção
Lama
Concreto
bentonítica
Cilindro
para
perfuração
Processo executivo:
Escavação e preenchimento simultâneo da estaca com lama bentonítica
previamente preparada;
Colocação da armadura dentro da escavação cheia de lama;
Lançamento do concreto, de baixo para cima, através de tubo de
concretagem (tremonha)
Fatores que afetam a escavação:
Condições do subsolo (matacões, solos muito permeáveis, camadas
duras etc);
Lençol freático (NA muito alto dificulta a escavação);
Lama bentonítica (qualidade);
Equipamentos e plataforma de trabalho (bom estado de conservação);
Armaduras (rígidas)
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a) b)
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Vantagens:
Ausência de trepidação;
Facilidade de locomoção dentro da obra;
Possibilidade de verificar corpos estranhos no solo;
Execução próximo à divisa.
Cuidados:
Quando não conseguir esgotar água do furo não deve executar;
Presença de argilas muitos moles e areias submersas;
Retirada do tubo.
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Similar a estaca tipo hélice contínua a estaca hélice segmentada é uma estaca
moldada “in-loco”, caracterizada pela escavação do solo através de segmentos de
trado acopláveis, dispostos na própria perfuratriz em um sistema mecânico,
denominado alimentador de hélices. Atingida a profundidade prevista as hélices são
extraídas do terreno uma a uma, desacopladas e acondicionadas no alimentador de
hélices. Para este processo o sistema de bombeamento do concreto é interrompido
pelo mesmo número de vezes da quantidade de segmentos de hélices utilizados na
perfuração. Os comprimentos dos trados variam entre 4,5 a 6,0m e diâmetros até
0,5m. A máquina por apresentar menor dimensão movimentar em terrenos de
menores larguras. As Figuras a seguir apresentam os>! detalhes da máquina.
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Tubo
de
aço
Bulbo
alargado
Bucha
de
concreto
Diâmetro Carga
40 cm 700kN
52 cm 1300kN
60 cm 1700kN
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12.2.2.2. CRAVADAS
Caracterizam-se por serem cravadas por percussão, prensagem ou vibração e por
fazerem parte do grupo denominado “estacas de deslocamento”. Podem ser
constituídas por: madeira, aço, concreto armado ou protendido, ou pela associação
de dois desses elementos (estaca mista).
Cravação dinâmica por bate-estaca de gravidade, prensadas, colocadas no terreno
após perfuração prévia, jateamento d‟água etc.
115
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12.2.2.2.1. MADEIRA
Empregadas desde os primórdios da história. Atualmente diante da dificuldade de
obter madeiras de boa qualidade e do incremento das cargas nas estruturas sua
utilização é bem mais reduzida. São troncos de árvores cravados por percussão.
Entre nós geralmente são compostas por troncos de eucaliptos, com diâmetros
variando aproximadamente de 15cm a 40cm, e comprimento de até 12m. Cargas
admissíveis de 150 a 500kN.Podem ser emendadas quando o comprimento
necessário é maior.
Anel Ponteira
Topo Base
116
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12.2.2.2.2. METÁLICAS:
As estacas metálicas apresentam inúmeras vantagens e desvantagens em relação
às estacas de concreto e de madeira. Constituídas por peças de aço laminado ou
soldado como perfis de secção I e H, chapas dobradas de secção circular (tubos),
quadrada e retangular bem como trilhos (reaproveitados após remoção de linhas
férreas). Hoje em dia não se discute mais o problema de corrosão de estacas
metálicas quando permanecem inteira ou totalmente enterradas em solo natural,
isto porque a quantidade de oxigênio nos solos naturais é tão pequena que, a
reação química tão logo começa já se esgota completamente este componente
responsável pela corrosão.
Suas características mais importantes são:
. São facilmente cravadas em quase todo o tipo de terreno, e podem atingir
elevadas capacidades de carga.
. Apresentam facilidade na execução de corte ou emenda.
. Podem ser submetidas a elevados empuxos laterais.
. Podem ser utilizadas para serviços provisórios, pois permitem o
reaproveitamento diversas vezes.
. Resistem bem ao transporte e manipulação em condições desfavoráveis.
. Reduzem consideravelmente a vibração e amolgamento do solo, durante a
cravação, devido a sua secção transversal reduzida
. Seu custo é elevado e o seu uso deve ser muito bem estudado.
. Apresentam o problema da corrosão em meio agressivo, problema ainda não
totalmente elucidado ou controlado. Este fator pode ser solucionado através do
emprego de aço patináveis, mesmo em situações de águas agressivas (meio salinos),
porém atentando-se a concretagem
. No Brasil, as estacas de aço são constituídas por perfis laminados da seção I ou
H, ou, freqüentemente, por dois ou três perfis soldados entre si, como mostrado
esquematicamente em seguida. Além destes tipos encontram-se no mercado perfis
tubulares cujos diâmetros podem variar de 2,7cm a 36cm; existem também estacas
tubulares soldadas a partir de helicóides, com dimensões variando de40,6cm a
142,2cm.
117
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12.2.2.2.3. CONCRETO:
O concreto presta-se muito bem à confecção de estacas, graças à sua grande
resistência à ação dos agentes agressivos em geral, e à ação da variação da umidade
ambiente (variação do N.A em particular). Aliado a isto, as estacas de concreto
apresentam a vantagem da viabilidade do controle de qualidade de um elemento
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S1
x1
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S2 S2
x2 x2
x2
2
L 2 . x 22 2
x2
p.
p.
2 8 2
Chega-se a: x 2 / L = 0,207
Ou aproximadamente: x 2 / L 1 / 5
. Levantamento por 3 pontos
S3 S3 S3
x3 x3
L
- Cargas de trabalho
Geralmente, as estacas pré-moldadas de concreto são confeccionadas com secção
quadrangular ou circular, e, de acordo com suas dimensões, são indicadas as cargas
de trabalho.
A seguir, apenas para efeito de ordem de grandeza, são indicadas as cargas de
trabalho usuais de estacas comuns de concreto armado com secção quadrada.
122
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Base Topo
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RL RL
RP
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Solo arenoso
KS . γ . h . tg δ
s = c . tg Ф
h γ
γ. h
rP
KS . γ . h
Então:
1
Qp Ap . R . {η 3}
η
Para o cálculo da resistência de ponta das estacas, pode ser usada a equação
geral de Terzaghi, que fornece a capacidade de carga R :
1
σ R c .Nc . s c q. (Nq 1). s q . . B . Nγ . s γ
2
Assim :
1
Q A . f . {η 3}
η
Da figura anterior :
f 1 . KS . γ . h . tg δ
2
onde
f - resistência por atrito lateral unitária
0,5 - areias fofas
K S - coeficiente variando de a
1,0 - areias compactas
γ - peso específico da areia
h - profundidade da estaca abaixo do nível do terreno
- ângulo de atrito estaca-solo
/
ESTACA SUPERFÍCIE AREIA
AREIA SECA
SATURADA
Lisa 0,54 0,64
Aço
Áspera 0,76 0,84
Madeira Paralelamente às fibras 0,76 0,85
Lisa (forma metálica) 0,76 0,80
Concreto Áspera (forma de madeira) 0,88 0,88
Rugosa (moldada “in loco”) 0,98 0,90
127
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rL rL Camada de
h solo argiloso
sc
γ
c rP
128
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Concreto 0 - 37 0 - 34
e 37 - 75 34 - 50
Madeira 75 - 150 50 - 64
0 - 37 0 - 34
Aço
37 - 75 34 - 50
75 - 150 50 - 59
10, obtendo-se assim a penetração média por golpe, também chamada de „”NEGA”.
Estes métodos são restritos para as estacas cravadas. O FS já está embutido na
fórmula. Existem várias fórmulas dentre elas: Fórmula dos Holandeses, Fórmula de
Brix, Fórmula do Engineering News etc.
As fórmulas dinâmicas se baseiam no princípio da conservação de energia, ou
seja, igualam a energia potencial do martelo ao trabalho realizado na cravação da
estaca (produto de resistência vencida pela estaca pela penetração da mesma), a
menos de eventuais perdas de energia, ou seja:
Wh = Rs + X
Onde:
W = peso do martelo
H = altura de queda
R = resistência à cravação
S = penetração ou nega
X = perdas de energia
Deformação elástica
(estaca + solo)
Nega (s)
Para os autores, existe uma correlação entre o valor da tensão lateral de ruptura
(fu) e a resistência lateral local (fc), medida no ensaio de penetração contínua.
fu = f c / F 2
131
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(fc) pode ser estimada a partir da resistência de cone, utilizando a relação de atrito
(av), que é uma constante para cada tipo de solo.
fc = av . qc e fu =av . qc/F2
Ainda segundo os autores, é possível estabelecer a resistência de cone (q c),
utilizando correlações empíricas com o valor da resistência à penetração (N).
qc = Kav . N
e deste modo:
fu = av . Kav . N / F2
Portanto,
n
p i avi K avi Nli
Q z i
i1 F2
132
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133
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- Carga Admissível
Qrup
QADM
2,0
Q p(3,33N i 10).z.
134
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N p 1 N N p 1
Np
3
135
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- Carga Admissível
Q Qp
QADM
1,3 4,0
12.2.4. DIMENSIONAMENTO
Conhecidas às cargas Pi de projeto e o perfil geotécnico do terreno, e escolhidas
as estacas a serem utilizadas, o dimensionamento consiste em determinar o
comprimento das estacas, assim como o número delas necessário para transferir a
carga Pi para o subsolo. O dimensionamento de uma fundação por estacas
basicamente consiste em:
A carga de trabalho da estaca será definida pelo menor valor entre os dois
anteriores.
C - Comprimento da estaca
De posse de carga Pi do pilar e perfil geotécnico do subsolo, o cálculo do
comprimento necessário à estaca pode ser feito com a utilização dos métodos já
vistos.
D - Centros de gravidade
A carga Pi de um pilar é transferida para o grupo de estacas por um bloco rígido
de concreto, denominado bloco de capeamento, e a resultante das cargas P trab das
estacas deve ter a mesma linha de ação da carga Pi do pilar. Para tanto, os centros
de gravidade do pilar, do bloco de capeamento e do grupo de estacas devem ser
coincidentes, isto é :
C G Pilar = C G Bloco = C G Grupo de estacas
P 1
K i .
P ouQ e
(adm) (adm)
onde :
“ e ” é a eficiência do grupo de estacas e “ K ” é o número inteiro maior e mais
próximo do resultado da operação anterior.
s BLOCO
DE
D s
CAPEA
MENTO
C
137
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Bulbo de
tensões
da
resistênci
a
de ponta
Bulbo de
Bulbo de tensões
tensões Superposição dos bulbos de
resultant
tensões da resistência lateral
da e
resistência Figura 12.34– Bulbo de tensões.
lateral
Existem fórmulas empíricas que calculam a “eficiência” do grupo de estacas.
Fmédio / estacagrupo
eficiência
Frupturaestaca isolada
145
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p G = 2. ( L 1 + L 2 ) + 8. D/2
Mas :
r L Grupo = r L estaca isolada = f ( solo, tipo de estaca )
Com estes dados, chega-se à determinação da eficiência pela fórmula das filas e
colunas:
2. M N 2 . s 4 . D
e
M . N. p
estacaisolada
D L2
2
D
N L1
Filas s h
D
s
D
2
s
M
COLUNAS
Figura 12.35 – Método das filas e colunas.
146
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Sobrados= 40 kN/m
Casas térreas = 20
kN/m
Isso para construções habituais onde o piso do andar térreo não é laje armada,
descarregando diretamente sobre o terreno. Nesses casos existem tensões
admissíveis mínimas que o solo deve suportar, para que sejam exeqüíveis os
alicerces comuns, conforme Figura 14.1.
Parede
1 tijolo
Parede
2 tijolos
"cinta" de
concreto armado
Parede
3 tijolos
brita apiloada ou lastro
de concreto magro
Neste caso obtém-se no solo uma tensão aplicada de Para três tijolos:
P 40kN / m
s 70kN / m2
b 0,6m
149
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150
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REFERÊNCIAS BIBLOGRÁFICAS
FUNDAÇÕES ESPECIAIS – SEFE III, 3O, 1996, São Paulo. Anais... São Paulo, A.B.M.S.,
ALONSO, U.R. Exercícios de Fundações. São Paulo: Edgard Blucher, 1983. 202p.
HACHICH, W.; FALCONI, F.F.; SAES, J.L.; FROTA, R.G.Q.; CARVALHO, C.S.; NIYAMA,
151
Fundações – 2012 P. J. R. Albuquerque / L.R. Cavicchia / B. N. Melo
traduzido)
2002. 472p.
152