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CURSO DE PSICOLOGIA
AMANDA HERTEL
ANNA KAROLINE JUSTINIANO
CAMILA GOMES
GABRIELA DE PAULA
JULIANA CARNEIRO
LEANDRA GOMES
PAULA MOREIRA
Vila Velha
2017/1
AMANDA HERTEL
ANNA KAROLINE JUSTINIANO
CAMILA GOMES
GABRIELA DE PAULA
JULIANA CARNEIRO
LEANDRA GOMES
PAULA MOREIRA
Velha.
Vila Velha
2017/1
A fotografia pode ser utilizada em psicologia como um instrumento de finalidade
terapêutica, uma vez que esse recurso fotográfico propicia uma abertura na ampliação dos
significados que vai além de uma simples captura do momento real. Uma das principais
contribuições que a fotografia pode fornecer além da utilização de significados de uma imagem é
permitindo uma melhor compreensão destes conteúdos, e dessa forma, se expressar através da
imagem. Segundo William James (1890) citado por Dinklage & Ziller (1989) o significado das
Amerikaner, Schauble e Ziller (1980) citado por Neiva-Silva & Koller (2002)
sugerem a existência de dois grandes fatores que devem ser considerados, prioritariamente, no
uso da fotografia na pesquisa psicológica: o conteúdo e o processo, sendo que o conteúdo pode
se referir, por exemplo, a um aspecto afetivo que vai além da cena concreta que está sendo
visualizada. Conteúdos estes extremamente significativos para a pesquisa que podem surgir
exatamente do que foi omitido nas fotografias. O segundo fator considerado prioritário no uso da
fotografia na pesquisa psicológica é o processo. Os autores afirmam ser esta a dimensão que
caracteriza a forma como a pessoa interage, responde e compreende o mundo ao seu redor. Isto
foco de atenção entre o significado concreto e o abstrato, entre uma única fotografia e o conjunto
delas.
Uma das abordagens que dedica-se a investigar os estados afetivos positivos, como a
lúcida do mundo, ou seja, a felicidade autêntica requer uma maneira coerente de viver.
Silva, Domingos e Pereira (2017) afirmam que para compreender qual é o conceito de
felicidade no cenário contemporâneo, utiliza-se das noções teó-ricas dos autores Freire Filho
(2010); Birman (2010) e Foucault (2014), onde de acordo com estes autores, a felicidade tem
direito fundamental e torna-se uma imposição, um objetivo a ser atingido a qualquer custo, como
vivenciamos, cotidianamente, a partir das últimas décadas do século XX até os dias de hoje. E
que é a partir discursos da grande mídia como redes sociais, que condicionam o ser humano a
Considerando que a felicidade não é um conceito universal, ela se modifica através das
práticas discursivas historicamente delimitadas, assim vale salientar que, como nos alerta
Foucault (2014) citado em Silva, Domingos e Pereira (2017) ainda que um mesmo grupo de
sujeitos, inseridos em um mesmo tempo cronológico, não irão vivenciar da mesma maneira a
temporali-dade histórica que os cerca e os envolve. Sendo assim, os autores apontam que a
autogestão do eu, na qual o sujeito é responsável tanto pelo seu sucesso quan-to pelo seu
fracasso, na qual é preciso ser produtivo, competitivo, feliz e não demonstrar fracasso ou tristeza.
Há uma urgência em ser feliz, que muda “a condição de ter direito de ser feliz” para “todo ser
humano deve ser feliz”. E é esta imposição que torna a felicidade um empreendimento
individual e indispensável ao sujeito para uma aceitação em seu círculo social. Ainda que precise
encontrar uma válida representação do “ser feliz”, aquele que não consegue tal façanha sente-se
Assim, os autores focalizam que o cidadão “pós--moderno” não deve apenas “ser feliz”,
ele necessita “parecer” e “demonstrar” que é feliz, onde essa satisfação pessoal se torna um
espetáculo que precisa ser con-firmada, invejada e assistida por uma platéia social. E como a
busca pela vida ideal é assunto que interessa a mui-tos, é normal que seja representado pela arte.
Bauman (2009) e Foucault (2014) citados por Silva, Domingos e Pereira (2017) explicam
que o discurso manifestado através da arte nem sempre implica em uma imitação da vida
cotidiana, ele pode ser também uma resistência e promover uma problemati-zação sobre a
incessante busca pelos prazeres; e assim, pensar para um campo am-plo, pois, se normal e
saudável é o homem que busca a felicidade, em que lugar estaria aquele que não a procura? Entre
os doentes, anormais e excluídos?. Portanto ao se utilizar de arte e outro recursos como música e
fotografia pode-se desestabilizar esse senso ligado à ideia de felicidade como uma urgência e
fase adulta intermediária que ocorre dos 40 até os 65 anos, os adultos passam por uma
reconstrução de seus papéis sociais, onde o esperado é que já tenham encaminhado seus filhos,
aposentadoria. Apesar de todos esses enfrentamentos, a maioria dos adultos acabam conseguindo
lidar com todos esses desafios. O que pode ocorrer nessa fase é um momento decisivo da vida,
adulta intermediária o que pode ocorrer são atribuídos à crise da meia idade, um período
estressante causado pela revisão e reavaliação da própria vida. A crise da meia idade ocorre
quando o adulto olha para sua própria vida e percebe que não realizou algum dos seus sonhos da
juventude e/ou os que realizaram, estão insatisfeitos com a sua própria escolha.
Watson (2000) citado por Ferraz, Tavares e Zilberman (2007) observa que embora haja a
crença popular de uma típica “crise da meia-idade” ou da “síndrome do ninho vazio” que
Inglehart (1990) citado por Ferraz, Tavares e Zilberman (2007) analisou faixas etárias
distintas dos 15 aos 24 anos, 25 a 34, 35 a 44, 45 a 54, 55 a 64, 65 ou mais anos, obtendo níveis
Isto posto, o objetivo deste trabalho é analisar as fotografias, para assim identificar quais
são as noções de felicidade para cada participante na faixa etária de 40 à 50 anos, a fim de se
obter uma percepção do que este conceito representa nesta faixa etária e se está congruente com
o corpo teórico, uma vez que, de acordo com Papalia e Feldman (2013) considera-se que nesta
idade já se tenha conduzido seus filhos a uma vida independente e estejam encaminhando-se para
a aposentadoria.
Método
tema felicidade a partir de análise de dados e discussão teórica de acordo com os resultados. A
pesquisa se inicia pela escolha da fotografia como instrumento para a coleta de dados, portanto, a
primeira etapa da pesquisa se realiza quando é solicitado aos participantes da pesquisa a
realizarem 5 fotografias que representam sua felicidade e após fazer um recorte de 3, além disso,
A segunda etapa da pesquisa se constrói a partir das fotografias dos participantes quando
já enviadas para os pesquisadores e, portanto, é realizado um questionário para cada sujeito com
refletir sobre o sentido de felicidade nas fotos e se tais questões sempre existiram, além disso, se
Participantes
gênero masculino. O primeiro participante (P1) tem 47 anos, corresponde ao gênero masculino e
atua como bombeiro. A segunda participante (P2) tem 45 anos, corresponde ao gênero feminino
e atua como professora. A terceira participante (P3), tem 50 anos, corresponde ao gênero
feminino e trabalha no lar (do lar). Os participantes tiveram como requisito a idade e
disponibilidade de cada um. Os nomes e rostos dos participantes não serão revelados no decorrer
deste artigo, seguindo a ética da pesquisa, uma vez que foi requerido um termo de
consentimento.
Os instrumentos utilizados para a pesquisa foi consentido aos participantes que eles
que cada sujeito faça uma análise e reflexão sobre as fotografias e o sentido de felicidade, além
de pensar em uma conexão entre as fotos e se tais ideias sempre foram existentes na vida do
sujeito ou se já houve sentido diferente do que é até o momento da entrevista. Por último, a
Primeiro momento:
1) Descreva a foto.
4) Se você pudesse mudar algo em sua vida, você mudaria? O quê? Por quê?
A análise de dados foi efetuada através de artigos em revistas científicas para base
bibliográfica da discussão entre as fotografias e as respostas dos participantes. As fotografias e as
respostas foram discutidas e analisadas a partir de uma comparação entre os três participantes
uma vez que se encontram na mesma faixa etária, entretanto, existe divergências entre as ideias
Resultados
P1
forma concreta e objetiva e alega que o motivo pelo qual o levou a fotografar foi para registrar
levou a fotografar foi a sensação benéfica que o local de trabalho o proporciona e é a partir dele
que consegue os meios para sustentar sua família. Indica que o trabalho lhe traz felicidade por
para o registro refere-se a sensação agradável que a natureza lhe traz ( paz, equilíbrio, serenidade
contato com as três representações de felicidade habitualmente e que sua percepção sobre
felicidade não se modificou com o tempo, portanto, não mudaria nada em sua vida. A
experiência em participar da pesquisa trouxe-lhe uma reflexão sobre sua vida. Deste modo, as
fotos se articulam pois ambas lhe trazem sensação de bem-estar consigo e sua vida.
P2
De acordo com a participante a primeira foto ocorreu durante o pôr-do-sol na praia de
Itaparica, Vila Velha-ES. Relata que o motivo que a levou a fotografar foi por remetê-la a
lembrar as cores da bandeira do Espírito Santo e esta relaciona-se com felicidade na medida em
tempo e lhe proporciona benefício financeiro. Relaciona-se com felicidade pois lhe traz sensação
bar. Relata que o motivo que levou-a a registrar foi seu amor pela música. Relaciona-se com
seu lar) e autorrealização (estabilidade financeira). Relata habitualmente entrar em contato com
as três representações de felicidade e que sua percepção sobre felicidade não se modificou ao
longo dos anos, portanto, não mudaria nada em sua vida. A experiência em participar da pesquisa
trouxe-lhe sensação de prazer e reflexão, uma vez que teve consciência dos seus momentos
vividos. Deste modo, as fotos se articulam na medida em que o seu trabalho ao voltar-se para
outra cultura traz satisfação quando ela volta-se para a dela. Ainda, é o no seu trabalho que
obtém a independência financeira que lhe permite levar a vida que leva, de forma que, sendo sua
própria chefe ainda lhe sobra tempo para o lazer (grupo de música).
P3
Segundo a participante, a primeira foto remete-se a “coisa mais importante na sua vida”,
sua família, sendo este o motivo que levou-a a fotografar. A foto relaciona-se com felicidade
qual se apegou muito. Revela que o motivo pelo qual o fotografou foi por ser especial em sua
vida. Ainda, aponta que a foto relaciona-se com felicidade por representar o sentimento de
sua mãe e sobrinha na igreja e a importância deste ambiente. Justifica sua fotografia por essas
pessoas serem especiais em sua vida. Isto posto, a foto articula-se com felicidade por representar
autorrealização (constituição de uma família). Ainda, relata que “o pouco que ganha já a faz
feliz”, a felicidade não relaciona-se a bens materiais. Declara habitualmente entrar em contato
com as representações da felicidade e não mudaria nada em sua vida. Participar da pesquisa
despertou-lhe prazer, uma vez que a fez refletir sobre sua felicidade e como pequenas coisas ou
atos a representam. Por fim, relata que as três fotografias se relacionam por representar pessoas
Com base nos dados obtidos, pôde-se observar que a noção de felicidade no que tange a
este grupo de participantes da mesma faixa etária (40-50 anos) apresentam semelhanças embora
serem de diferentes níveis ambientais. Tal noção envolve o sentimento de pertença (família,
religião, amigos, trabalho); o sentimento de liberdade (viajar, fazer suas próprias escolhas); e de
Isto posto, foi possível constatar que os participantes, se sentem auto realizados em suas
particularidades, uma vez que afirmam estarem satisfeitos com a vida que têm. Tal noção se
confirma quando perguntado se eles mudariam algo na vida em suas vidas e de maneira unânime
responderam que não, desta forma, os resultados obtidos se relacionam com o corpo teórico onde
de acordo com Papalia e Feldman (2013) na fase adulta ocorre uma reavaliação da vida,
podendo, por vezes, ocorrer uma crise de meia idade caso o adulto olhe para sua própria vida e
perceba que não realizou algum dos seus sonhos da juventude e/ou os que realizaram, estão
Embora o cidadão “pós moderno” tende a uma premência em expor sua felicidade sem
que ele seja de fato, foi possível constatar a partir dos relatos dos participantes, que a noção de
felicidade, de modo geral, é representada como sendo abstrata e não como algo que se faz
necessário ter bens materiais, uma vez que fica evidente em uma das falas da participante P3 “o
pouco que ganho já me faz feliz, a felicidade não relaciona-se a bens materiais”. Demonstra-se
que os mesmos não precisam de medidas superficiais para encontrar uma válida representação do
“ser feliz”, dado que aquele não “É”, acaba não se tornando aceito em seu círculo social.
Deste modo, Ferreira, Demutti e Gimenez (2010) postulam a teoria de Maslow que para
propor que os fatores de satisfação do ser humano dividem-se em cinco níveis dispostos em
forma de pirâmide, onde a base da pirâmide compreende as necessidades de nível baixo, que são
de nível alto, representantes da busca pela individualização do ser, são as necessidades sociais,
torna-se dominante.
De acordo com Robbins (2002) citado por Ferreira, Demutti e Gimenez (2010) a
necessidade fisiológica remete-se a - fome, sede, abrigo sexo e outras necessidades corporais; já
como respeito próprio, realização e autonomia; e fatores externos de estima, como status,
de tornar-se tudo aquilo que a pessoa é capaz de ser; inclui crescimento, autodesenvolvimento e
Sendo assim, podemos classificar a noção de felicidade trazida pelos participantes nas
necessidades sociais ao abordar o sentimento de pertença, seja este grupo familiar ou de amigos,
na cultura e na religião. Onde, segundo Papalia e Feldman (2013) o apoio social e a religiosidade
são contribuintes importantes para a satisfação com a vida. Ainda, a necessidade de estima
autonomia e realização, seja no trabalho ou em suas relações mais íntimas. Assim, Ryff (1999)
citado por Papalia e Feldman (2013) afirmam que pessoas psicologicamente saudáveis têm
atitudes positivas em relação a si mesmas e aos outros, tendem a tomar suas próprias decisões e
que ele significa, o crescimento e o alcance do próprio potencial, seja no trabalho ou em suas
relações mais íntimas. Ainda, a constituição de uma família que também representa uma
materialização do que um dia foi idealizado. De acordo com Maslow (1968) citado por Papalia e
Feldman (2013) a realização plena do potencial humano, que ele chamava de autorrealização,
Portanto, um aumento na satisfação com a vida pode ser o desfecho com a revisão da
anteriormente submersos (Josselson, 2003 citado por Papalia e Feldman, 2013, p. 552).
Conclusão
A partir da análise dos dados, conclui-se que há semelhanças entre os participante no que
tange a noção de felicidade, uma vez que esta está intrinsecamente relacionada com o sentimento
de pertença na qual se refere à família, religião, amigos, trabalho; com o sentimento de liberdade
representando a viagem e o fazer as próprias escolhas; também com o fazer o que gosta
particularidade de cada um, é perceptível que de maneira unânime se sentem auto realizados, de
modo que ao reavaliarem a sua vida, eles afirmam não terem vontade de mudar nada, visto que
nesta faixa etária (40 a 50 anos) é esperado que já tenha papéis sociais estáveis e almejado
sonhos da juventude.
Referências
Ferraz, R. B., Tavares, H., & Zilberman, M. L. (2007). Felicidade: uma revisão. Rev. Psíq. Clín,
34 (5), 234 – 242.
Papalia, D. E., Olds, S. W., & Feldman, R. D. (2006). Desenvolvimento humano. (8 edição). Rio
Grande do Sul: Artmed.
Silva, F. V., Domingos, J. J. & Pereira, T. M. A. (2017). Foucault e Mídia: Entre pirotecnias e
reflexões. Paraíba: Marca de Fantasia.