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1. CONCEITO
Recurso é o instrumento processual voluntário de impugnação de decisões
judiciais, previsto em lei, utilizado antes da preclusão e na mesma relação
jurídica processual, objetivando a reforma, invalidação, integração ou
esclarecimento da decisão judicial anterior.
2. FUNDAMENTOS
2.1. FALIBILIDADE HUMANA
O juiz pode cometer um erro, assim o recurso tem importância de possibilitar
a reforma da decisão.
A revisão é um estímulo para que o juiz se esforce para ter sua decisão
mantida pelo Tribunal.
2.2. INCONFORMISMO DAS PESSOAS
Construção doutrinária, sem muito sentido.
2.3. DUPLO GRAU DE JURISDIÇÃO
Quando falamos em duplo grau de jurisdição estamos falando na possibilidade
de interposição de um recurso que seja capaz de devolver ao tribunal o
conhecimento de toda a matéria de fato, de direito e probatória apreciada na
primeira instância.
Por conta deste conceito, muitos doutrinadores dizem que os recursos
extraordinários não são expressões do duplo grau, pois só devolvem matéria de
direito e prestam-se a defesa da Constituição e Legislação Federal. A pessoa
tem direito ao recurso, mas não tem o duplo grau de jurisdição. Segundo
Daniel Assumpção, os institutos não se confundem. Não se pode afirmar que o
simples fato de ter instância superior caracteriza o duplo grau.
O duplo grau não é princípio expresso da CF, alguns doutrinadores dizem é
implícito, sendo extraído de duas regras: ampla defesa e do devido processo
legal.
CF Art. 5º
LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal;
LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;
CS – PROCESSO PENAL III 164
A convenção Americana assegura o duplo grau em seu artigo 8º, § 2º, “h”.
CADH Artigo 8º - Garantias judiciais
2. Toda pessoa acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência, enquanto
não for legalmente comprovada sua culpa. Durante o processo, toda pessoa tem direito, em
plena igualdade, às seguintes garantias mínimas:
h) direito de recorrer da sentença a juiz ou tribunal superior.
A doutrina ainda extrai o duplo grau da previsão de divisão dos órgãos
jurisdicionais em superiores e inferiores.
Quem não tem direito ao duplo grau de jurisdição: pessoas com foro por
prerrogativa de função.
RHC 79785: Promotor com prerrogativa de foro no TJ, não tem direito ao duplo
grau de jurisdição.
No caso do mensalão – 40 acusados respondendo perante o STF. Nem todos têm
foro por prerrogativa de função. Por que motivo está respondendo perante o
STF? R: Por força da conexão quanto da continência, normas modificativas da
competência previstas no CPP (ver competência).
Em relação aos que tem foro por prerrogativa, tendo em vista terem no STF o
seu juiz natural, não há controvérsia. A controvérsia diz respeito aos que
não tem foro por prerrogativa de função e são levados ao STF por força da
conexão ou continência.
SÚMULA 704 STF - Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido
processo legal a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por
prerrogativa de função de um dos denunciados.
ATENÇÃO! Lembrar que a regra é a separação dos processos. Apenas em casos
excepcionais serão reunidos.
3. PRESSUPOSTOS OU REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE RECURSAL.
3.1. CONSIDERAÇÕES
Na hora do julgamento de um recurso, o Tribunal não passa imediatamente à
análise do mérito.
Juízo a quo – é o juízo contra o qual se recorre.
Juízo ad quem – é o juízo para o qual se recorre.
Geralmente juízes distintos, mas não obrigatoriamente.
CS – PROCESSO PENAL III 165
Esses pressupostos recursais devem ser analisados pelos dois, juízo a quo e
juízo ad quem.
Quando os pressupostos estão presentes o recurso será conhecido.
“Conhecimento” não se confunde com “não conhecimento”. “Provimento” não
se confunde com “improvimento”.
Quando houve o conhecimento do recurso significa dizer que os pressupostos de
admissibilidade recursal estão presentes.
Recurso não conhecido – um dos pressupostos de admissibilidade não está
presente.
Recurso conhecido – a próxima coisa a ser analisada é o provimento ou
negativa de provimento. Questão relacionada ao mérito recursal. Isso
significa que, sendo conhecido, a decisão do tribunal irá substituir a
decisão do juízo a quo, pouco importando se o tribunal deu provimento ou não.
3.2. CONSIDERAÇÕES QUANTO A COMPETÊNCIA PARA O JULGAMENTO DA REVISÃO
CRIMINAL
Em regra, quem julga a revisão criminal são os Tribunais. Decisão
condenatória com trânsito em julgado.
Juiz/SP (decisão condenatória com trânsito em julgado) TJ/SP
Aos tribunais compete o julgamento das revisões criminais de seus próprios
julgados. TJ/SP (acórdão condenatório com trânsito em julgado). TJ/SP na
revisão criminal, não sobe.
Contra a decisão do TJ/SP a parte entra com RE para o STF.
Quem julga a revisão criminal? (Pergunta que se faz: Esse RE chegou a ser
conhecido pelo STF?)
Duas possibilidades:
1ª Possibilidade: Se o RE não foi sequer conhecido pelo STF (como se sabe, o
RE tem uma série de requisitos. Vamos supor que a matéria não foi pré-