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Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas
Campus de Cascavel
Disciplina: Termodinâmica e Transferência de Calor e Massa
Curso: Engenharia Agrícola Série: 3º ano

REVISÃO CICLO OTTO

Alunos: Cleverson Souza, Guilherme Gabriel Ruffato, Lucas Sulzback

Professor: Samuel Nelson Melegari de Souza

CASCAVEL 2018
REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

O ciclo de Otto é um ciclo termodinâmico idealizado que descreve o


funcionamento de um típico motor de pistão de ignição com faísca. É o ciclo
termodinâmico mais comum em motores de automóveis.

O ciclo de Otto é uma descrição do que acontece com uma massa de gás
submetida a mudanças de pressão, temperatura, volume, adição de calor e
remoção de calor. A massa de gás sujeita a essas mudanças é chamada de
sistema, logo o sistema, neste caso, é definido como o fluido (gás) dentro do
cilindro. Ao descrever as mudanças que ocorrem dentro do sistema, também
descreverá em inverso, o efeito do sistema sobre o meio ambiente. No caso do
ciclo Otto, o efeito será produzir o trabalho líquido suficiente do sistema de modo
a impulsionar um automóvel e seus ocupantes no meio ambiente

O ciclo Otto no diagrama pressão x volume (figura 1) é construído a partir de:

Figura 1: Diagrama pressão x volume.


Parte superior e inferior do ciclo: um par de processos quase paralelos e
isentrópicos (sem atrito e adiabática reversível).

Lados esquerdo e direito do ciclo: um par de processos isocóricos


paralelos (volume constante).

O processo isentrópico de compressão ou expansão implica que não


haverá ineficiência (perda de energia mecânica) e não haverá transferência de
calor para dentro ou para fora do sistema durante esse processo. Portanto, o
cilindro e o pistão são assumidos adiabáticos durante esse tempo. O trabalho é
realizado no sistema durante o processo de compressão isentrópica inferior. O
calor flui no ciclo Otto através do processo de pressurização esquerdo e parte
dele flui para trás através do processo de despressurização direto. O somatório
do trabalho adicionado ao sistema mais o calor adicionado menos o calor
removido produz o trabalho mecânico líquido gerado pelo sistema.

Os processos são descritos por:

 Processo 0-1 uma massa de ar entra no conjunto pistão / cilindro a pressão


constante.
 O processo 1-2 é uma compressão adiabática (isentrópica) da carga à
medida que o pistão se move do ponto morto inferior (PMI) para o ponto
morto superior (PMS).
 Processo 2-3 é uma transferência de calor de volume constante para o gás
de trabalho de uma fonte externa enquanto o pistão está no ponto morto
superior. Este processo destina-se a representar a ignição da mistura
combustível-ar e a subsequente queima rápida.
 Processo 3-4 é uma expansão adiabática (isentrópica).
 O processo 4-1 completa o ciclo por um processo de volume constante em
que o calor é rejeitado do ar enquanto o pistão está no ponto morto inferior.
 Processo 1-0, a massa de ar é liberada para a atmosfera em um processo
de pressão constante.

O ciclo Otto consiste em compressão isentrópica, adição de calor em volume


constante, expansão isentrópica e rejeição de calor em volume constante. No
caso de um ciclo Otto de quatro tempos, tecnicamente, existem dois processos
adicionais: um para o escape de calor residual e produtos de combustão a
pressão constante (isobárica) e outro para a ingestão de ar fresco rico em
oxigênio também a pressão constante; no entanto, estes são muitas vezes
omitidos em uma análise simplificada. Mesmo que esses dois processos sejam
críticos para o funcionamento de um motor real, em que os detalhes da
transferência de calor e química de combustão são relevantes, para a análise
simplificada do ciclo termodinâmico, é mais conveniente assumir que todo o calor
residual é removido durante uma única mudança de volume.

O ciclo ideal de Otto pode ser representado pelas seguintes etapas:

1. Admissão isobárica 0-1.


2. Compressão adiabática 1-2.
3. Combustão isocórica 2-3, expansão adiabática 3-4.
4. Abertura de válvula 4-5, exaustão isobárica 5-0.
𝑽𝟐
A taxa de compressão volumétrica é definida por: α=𝑽𝟏

Onde:

0< α<1 pois V2 é sempre maior que V1

V2 é o volume final após a compressão na etapa 1-2

V1 é o volume inicial antes da compressão na etapa 1-2

O rendimento térmico teórico de um motor térmico pode ser pensado


como a quantidade de calor transmitida pela fonte quente que é necessário para
realizar um determinado trabalho sendo que a fonte fria é um subproduto não
aproveitado.

Temos então:

W=Δ*Q - Equação (1) Primeira Lei da Termodinâmica


𝑾
𝝁 = 𝑸𝟏 - Equacão (2) Onde Q1 é a quantidade de calor da fonte quente e W o

trabalho realizado pelo motor


Realizando a substituição da eq.1 em 2, tem-se:
𝑸𝟐−𝑸𝟏 𝑸𝟐
𝝁= = 𝟏 − 𝑸𝟏- Equação (3) - Eficiência Teórica de um motor térmico
𝑸𝟏

Onde:

Q1 é o calor cedido ao sistema para a realização do trabalho

Q2 é o calor perdido pelo sistema na realização do trabalho

Para cada ciclo térmico, temos que o calor cedido e perdido pelo sistema
vai depender de qual é o processo térmico realizado. No ciclo de Otto, seguindo
o diagrama Temperatura-Entropia), o calor entra na etapa 2-3 (transformação
isocórica) e sai na etapa 4-1 também isocórica.

Por momento, a eficiência do Ciclo de Otto é dada por:

𝟏𝑾
𝝁 = 𝟏 − 𝛂^ϒ𝟏. Equação (4)

Onde ϒ é o Coeficiente de expansão adiabática.

CICLOS REAIS

Os ciclos termodinâmicos associados às máquinas reais se diferem


sensivelmente da idealização, já que os processos ocorrem apenas de forma
aproximada à maneira descrita e que os motores estão suscetíveis a fenômenos
não reversíveis como o atrito.

CICLO MECÂNICO

Se limitando para os motores a combustão interna de duas válvulas, nas


quais, são ligadas ao comando de válvula. Uma delas tem a função é classificada
como válvula de admissão (à direita na animação), que permite a introdução no
cilindro de uma mistura gasosa composta por ar e combustível e outra
classificada como válvula de escape (, que permite a expulsão para a atmosfera
dos gases queimados, o ciclo de funcionamento de um motor de combustão a 4
tempos é o seguinte:
1. Com o êmbolo (também designado por pistão) no PMS (ponto morto
superior) é aberta a válvula de admissão, enquanto se mantém fechada
a válvula de escape. A dosagem da mistura gasosa é regulada pelo
sistema de alimentação, que pode ser um carburador ou pela injeção
eletrônica, em que se substitui o comando mecânico destes sistemas por
um eletrônico e conseguindo-se assim melhores prestações,
principalmente quando solicitadas respostas rápidas do motor. O pistão
é interligado a biela e esta por sua vez é interligada ao eixo de manivelas
(virabrequim) impulsionado-o em um movimento de rotação. O pistão
move-se então até ao PMI (ponto morto inferior). A este passeio do
êmbolo é chamado o primeiro tempo do ciclo, ou tempo de admissão.
2. Fecha-se nesta altura a válvula de admissão, ficando o cilindro cheio com
a mistura gasosa, que é agora comprimida pelo pistão, impulsionado no
seu sentido ascendente em direção à cabeça do motor por meio de
manivelas até atingir de novo o PMS. Na animação observa-se que
durante este movimento as duas válvulas se encontram fechadas. A este
segundo passeio do êmbolo é chamado o segundo tempo do ciclo, ou
tempo de compressão.
3. Quando o êmbolo atingiu o PMS, a mistura gasosa que se encontra
comprimida no espaço existente entre a face superior do êmbolo e a
cabeça do motor, denominado câmara de combustão, é inflamada devido
a uma faísca produzida pela vela e "explode". O aumento de pressão
devido ao movimento de expansão destes gases empurra o êmbolo até
ao PMI, impulsionando desta maneira por meio de manivelas e
produzindo a força rotativa necessária ao movimento do eixo do motor
que será posteriormente transmitido às rodas motrizes. A este terceiro
passeio do êmbolo é chamado o terceiro tempo do ciclo, tempo
de explosão, tempo motor ou tempo útil, uma vez que é o único que
efetivamente produz trabalho, pois durante os outros tempos, apenas se
usa a energia de rotação acumulada no volante ("inércia do movimento"),
o que faz com que ele ao rodar permita a continuidade do movimento por
meio de manivelas durante os outros três tempos.
4. O cilindro encontra-se agora cheio de gases queimados. É nesta altura,
em que o êmbolo impulsionado por meio de manivelas retoma o seu
movimento ascendente, que a válvula de escape se abre, permitindo a
expulsão para a atmosfera dos gases impelidos pelo êmbolo no seu
movimento até ao PMS, altura em que se fecha a válvula de escape. A
este quarto passeio do êmbolo é chamado o quarto tempo do ciclo, ou
tempo de exaustão (escape).

Após a expulsão dos gases o motor fica nas condições iniciais permitindo
que o ciclo se repita.

ANÁLISE DE CICLO

Nas etapas 1-2 e 3-4 é realizado trabalho mas como processo


é adiabático, não ocorre transferência de calor. Durante as etapas 2-3 e 4-1 os
processos térmicos são isocóricos, ou seja, a transferência de calor ocorre mas
nenhum trabalho é efetuado. O trabalho é realizado durante um processo térmico
isocórico é zero porque para ocorrer o trabalho necessita que se tenha uma
variação no volume. Partindo da equação do rendimento térmico conforme o
demostrado acima:

𝑸𝟐
𝝁 = 𝟏 − 𝑸𝟏- Equação 5

Temos que Q1 e Q2 são dados por:

Q1=ς(T3-T2)

Q2=ς(T4-T1)

ς é o calor específico molar a volume constante.

No ciclo de Otto, não há transferência de calor durante os processo


térmicos das etapas 1-2 e 3-4 porque são processos adiabáticos reversíveis.
Sendo assim, temos que o calor cedido e perdido pelo sistema ocorrem
respectivamente nas etapas 2-3 e 4-1.
Inserindo a equação específica de calor na equação de eficiência térmica,
temos:

𝛓(𝐓𝟒−𝐓𝟏)
ƞ = 𝟏 − 𝛓(𝐓𝟑−𝐓𝟐) Equação 6

Através de rearranjo:

𝑻𝟒
𝐓𝟐 −𝟏
ƞ = 𝟏 − 𝐓𝟏 = 𝑻𝟏
𝑻𝟑 Equação 7
−𝟏
𝑻𝟐

A seguir, analisando os diagramas T4/T1=T3/T2, assim ambos podem ser


omitidos. A equação se reduz para:

𝐓𝟐
ƞ = 𝟏 − 𝐓𝟏 Equação 8

Visto que o ciclo de Otto é um processo isentrópico as equações


isentrópicas de gases ideais e relações pressão/volume constantes podemos
usar a relação abaixo:

𝑻𝟐 𝑽𝟏
= 𝑽𝟐 = r^ϒ-1
𝑻𝟏

Onde:
ϒ = 𝛓/𝛓 - Coefiente de expansão adiabátiaca
r =V1/V2 - Taxa de compressão
Aplicando estas relações na Equação 8, temos que a eficiência térmica
final pode ser expressa como:

𝟏
ƞ = 𝟏 − 𝐫^(ϒ−𝟏) Equação 9

Da análise da equação 6 é evidente que a eficiência do ciclo de Otto


depende diretamente da taxa de compressão r.Desde que ϒ para o ar é 1.4, um
aumento em r irá produzir um aumento em ƞ. Entretanto, o ϒ para produtos da
combustão da mistura combustível/ar é normalmente assumida como 1.3
aproximadamente. A argumentação acima implica que é mais eficiente ter uma
taxa de compressão alta. O padrão de compressão é aproximadamente 10:1
para automóveis comuns. Normalmente, não se aumenta muito devido a
possibilidade de autoignição, ou por "bater bielas", a qual impõe valores de
compressão acima do limite superior da taxa de compressão.[6] Durante o
processo de compressão 1-2 a temperatura aumenta, assim um aumento da taxa
de compressão aumenta a temperatura. Autoignição ocorre quando a
temperatura da mistura combustível/ar se torna muito elevada antes de ser
inflamada pela ignição. O curso de compressão é destinado para comprimir os
produtos antes que a ignição inflame a mistura. Se a taxa de compressão é
aumentada, a mistura pode se autoinflamar antes do curso de compressão ser
finalizado, levando o motor a "bater biela". Isto pode danificar os componentes
do motor e vai diminuir a potência de freio do motor.

HISTÓRIA

O motor de quatro-tempos foi primeiramente patenteado por Alphonse


Beau de Rochas em 1861. [3] E antes, em aproximadamente 1854 – 57, foi
espalhado boatos de que dois italianos (Eugenio Barsanti e Felice Matteucci)
teriam inventado um motor muito semelhante, mas a patente foi perdida.

A primeira pessoa a construir um motor de quatro tempos foi o engenheiro


alemão Nikolaus Otto. Um motor estacionário que utiliza uma mistura gás de
carvão como combustível. Este princípio de quatro tempos hoje é comumente
conhecido como o ciclo de Otto e motores de quatro tempos usando velas de
ignição muitas vezes são chamadas motores Otto.

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