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“Seja como for, mostramos que a ideologia geral não era um domínio de
idealidades irrecusáveis, mas sim um conjunto de proposições
subordinadas a ação da história, modificável na sua aplicabilidade, de
acordo com circunstâncias, e na sua orientação geral, de acordo com a
apreciação dos elementos históricos. Os Txicáo, mesmo sem o saber,
integram a lição da história na sua ideologia.” (p.166)
Das categorias de seres vivos o autor chama a atenção para a de wonkin “ser
dotado de uma particularidade ambígua, ou melhor situada em condições extraordinárias”.
Termo que se refere a espírito(seres polimorfos geralmente maléficos). Wonkin não é
distinto das demais categorias segundo dados da realidade sensível, desta maneira
qualquer ser pode ser wonkin. “ o que acaba por distinguir os wonkin dos outros homens e
animais é uma realidade mais profunda, de ordem inteligível e não sensível”(p.203). Ou
seja wonkin funciona como classe residual onde seus critérios de definição escapam a
coerência de conjunto do esquema. Por tanto é definido por uma condição suplementar,
exterior a sua definição classificatória.
Após a apresentação do que Menget chama das categorias gerais Txicáo, o autor
parte para uma análise de categorias específicas do léxico de referências do parentesco.
Em Txicáo a diferença entre termos de referencia e tratamento se constitui em praticas
sociolinguísticas diferentes. Para “explicitar uma relação ou uma obrigação com ela
relacionada,ou quando tem de explicitar a origem ou o fundamento de uma relação de
parentesco”(p.212) utiliza-se os termos de referencia. As formas vocativas são utilizadas
em relações diádicas, ou seja incluem apenas 2 indivíduos na fala, tendo a função de
chamada e tratamento, apenas em exceções pode ser substituída pela forma referencial.
“1) o marido da irmã está para o irmão da mulher como o pai está para o filho;
2) o tio materno está para o sobrinho uterino como o irmão mais velho está para o irmão mais
novo;
3) a assimetria pai/filho traduz-se pela oposição à simetria da relação irmão mais velho/irmão mais
novo.”(p.242).