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A Saga da Física

(v. 3.0)

Livro de Regras
do RPG

Renato P. dos Santos


Rossano André Dal-Farra

2012
A Saga da Física (v. 3.0) - Livro de Regras

Índice
VISÃO GERAL ..................................................................................................... 3

RPG ...................................................................................................................... 3

Os Personagens ................................................................................................... 3

Grupos .................................................................................................................. 4

O papel do Mestre ................................................................................................ 5

A ação................................................................................................................... 5

Decisões ............................................................................................................... 6

Pontuações ........................................................................................................... 6

BIBLIOGRAFIA .................................................................................................... 7

FICHA DO PERSONAGEM .................................................................................. 9

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Visão geral
personagem. Ao longo do tempo em
RPG que se desenrolam as sessões que
constituem a ‘campanha’, a Saga da
Como o próprio nome (Role Playing Física, os vários jogadores terão a
Game) diz, RPG é um jogo, não é oportunidade de representar vários
teatro. Os participantes são personagens diferentes,
‘jogadores’, não atores; eles ‘jogam’, pertencendo aos vários grupos (vide
não dramatizam. Portanto, não abaixo).
envolve talento teatral e a atuação
do jogador consiste em tomar parte Há muitos sistemas de RPG
numa narração interativa conduzida diferentes. Este sistema,
pelo Mestre (vide abaixo o papel do desenvolvido especificamente para o
Mestre) É uma espécie de jogo Ensino de História da Física, procura
social de improvisação. enfatizar que não há ‘bons’ e ‘maus’.
Desta forma, à sua maneira, cada
Apesar disso, há sempre, em cada personagem é um herói.
cena, um objetivo a ser alcançado,
um problema ideológico a ser Para o bom desenrolar do jogo,
resolvido pelos personagens, em cada jogador deve sempre “agir
torno do qual se articulam, em dentro do personagem”, isto é, as
oposições e conflitos. Em vez de ações do personagem devem
representar uma história, os sempre ser coerentes com seu
jogadores devem se concentrar na caráter e psicologia, bem como com
resolução do problema, com os a cultura da época vivida.
recursos adequados a seus
personagens e contextos. O personagem não pode ter
acesso a conhecimentos só
Os Personagens disponíveis em data futura à ação
nem agir de forma excessivamente
Como usual no RPG, em cada anacrônica, demais antiquada ou
sessão, cada jogador encarnará um demais ‘moderna’. Tais desvios

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serão motivo de advertência do Poder


Mestre e eventual penalização.
Neste grupo, estarão incluídos
Apesar disso, o personagem pode todos os personagens que
assumir idiossincrasias e se desfrutam de poder – nobreza,
caracterizar algo ‘fora da média’, políticos, empresários – e que
dentro dos limites razoáveis da podem, por isso, tanto fazer a
variabilidade humana. Por exemplo, mudança acontecer quanto tentar
o ‘cientista’ pode assumir o impedi-la, de acordo com os
estereótipo e ser ‘antiquado’ ou interesses de sua classe. Tanto
‘excêntrico’ em alguns maneirismos. podem patrocinar uma pesquisa
que possa aumentar seus lucros
Antes de cada sessão, os como combater uma ideia nova
participantes devem ler o fascículo que possa abalar seus privilégios
correspondente, especialmente as políticos.
seções Ambiente Geral,
Personagens, bem como as seções Academia
Resumo da Trama e Ambiente da Embora inclua cientistas e
cena de que vai participar. filósofos, este grupo representa o
saber instituído, estabelecido,
Grupos tradicional, por vezes retrógrado e
resistente à mudança, quando
Diferentemente de outros sistemas,
esta é vista como ameaça a seus
não há ‘raças’ de personagens, tais
interesses e poderes.
como duendes, monstros, guerreiros
e feiticeiros, típicas de Dungeons &
Dragons, mas ‘grupos’, que Cientista
correspondem aproximadamente a Este grupo refere-se ao pensador
segmentos sociais a que os progressista, que tanto pode ser
personagens pertencem: um cientista profissional quanto
um inventor sem qualificação
Crença acadêmica ou um pesquisador
hobbysta. Inclui, assim, tanto
Em muitas épocas, o saber
Einstein quanto Watt e Fermat.
esteve associado a sacerdotes
Está focado em sua pesquisa e
das diversas religiões. No entanto,
pode, por isso, ir contra ou a favor
este grupo corresponde também
da Academia, do Poder, do Povo
às crenças mantidas, de forma
ou da Crença.
mais geral, pelas populações.
Refere-se, assim, também, a
certa visão de mundo, de que o Povo
personagem será um Ao contrário dos gentlemen, as
representante. Tende a ser pessoas comuns eram iletradas,
tradicional e não-científico, o que praticamente analfabetas, mal
não quer dizer, necessariamente, conseguindo assinar o próprio
contra a Ciência. nome, e, geralmente, não sentiam

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falta de qualquer instrução para o ser usado quando um jogador se


desempenho de suas atividades referir ou se dirigir ao seu portador.
diárias. Seu conhecimento era o
de senso-comum, tradicional, O Mestre do jogo tem papel
adquirido oralmente dos vizinhos, relevante, pois ele direciona as
amigos e familiares mais velhos. ações, propõe os problemas e
Apesar da forte religiosidade, impele o grupo de jogadores a
alguma magia natural se agirem e interpretarem tomando por
mantinha, tais como chás e ervas base suas propostas. “O Mestre diz
curativas, crenças relativas a o que a personagem vê e sente, o
influências astrais no plantio, etc. jogador descreve o que o seu
Eram, portanto, conservadores, personagem faz e o Mestre lhe
apoiados em tradições seculares, conta quais os resultados desta
validadas pela experiência prática ação.”
do dia-a-dia, desprezando o
conhecimento livresco. Tendiam a O Mestre também é responsável
submeter-se ao Poder e à Crença; pela atuação dos personagens não
em geral, desconheciam a jogáveis (NPC), personagens
Academia e tinham dificuldade em secundários necessários para certa
compreender os cientistas. ação.
Galileu, em seus Diálogos, incluiu
um personagem do povo, Iniciado o jogo, o Mestre atua como
Sagredo, como um juiz neutro um diretor-geral de teatro,
entre o filósofo conservador direcionando as ações que se
Simplício e o renovador Salviati. desenrolarão dentro da aventura
criada por ele. Cada jogador atua
como diretor de seu próprio
O papel do Mestre personagem, determinando a
Para manter os jogos mais personalidade e a história agregada
organizados, para que ele não se a seu personagem e como ele
torne uma livre interpretação que deverá reagir quando confrontado
pode ser prejudicial ao jogo, a com as situações criadas pelo
maioria dos jogos necessita de um Mestre. A junção dos jogadores,
juiz. atuando como diretores de seus
personagens, com o Mestre,
Essa pessoa pode ter diferentes atuando como mediador, contador
nomes “Dungeon Master” (ou “DM”), de histórias e diretor-geral, é que
“Keeper” (guardião), “Dice monitor” constitui o Role-playing.
(monitor dos dados), ou, mais
comumente, “Game Master” (mestre
do jogo) (ou “GM”), ou simplesmente,
A ação
“Mestre”. No começo da campanha, Toda ação do jogo decorre na
os jogadores devem decidir pelo imaginação dos jogadores e do
título a ser atribuído, mas, uma vez Mestre.
decidido, este título deverá sempre

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Os jogadores, para dar mais ênfase Durante o desenrolar do jogo,


a alguma cena, podem movimentar decisões terão que ser tomadas
um objeto ou até baterem na mesa. sobre o desenrolar da ação, por
Essa atuação, no entanto, deve ser exemplo, sobre a aceitação ou não
mantida dentro do razoável para o de uma descoberta pela comunidade
bom andamento do jogo. Os científica ou sobre seu timing.
jogadores, em princípio, jogam
sentados. RPG não é teatro! Nessas ocasiões, o Mestre pode
optar por deixar que o resultado do
No entanto, a experiência mostra lançamento dos dados decida a
que o entusiasmo durante um jogo questão ou pedir uma votação aos
pode levar a conflagrações reais. jogadores, com a possível exclusão
Desta forma, é terminantemente dos jogadores envolvidos na decisão.
proibido aos personagens/ Os jogadores podem, todavia, em
jogadores agirem física ou conjunto, preferir, para evitar algum
psicologicamente sobre os outros – constrangimento sobre o destino do
é proibido qualquer toque durante jogador, reverter a decisão ao jogo
o jogo, seja direto ou por meio de dos dados e, neste caso, o Mestre é
quaisquer objetos. Qualquer jogador obrigado a proceder dessa forma
que o faça, será imediatamente naquela ocasião.
expulso do jogo.

A Saga da Física não é um sistema Pontuações


de Live Action (ação ao vivo) e se Ao contrário de outros sistemas de
assemelha mais a um jogo de RPG, a Saga da Física não utiliza
tabuleiro. Com a exceção de pontuações por habilidade, energia,
atividades de pesquisa, realizadas sorte, magia, e outras habilidades
pelos jogadores, nenhuma ação especiais. Os resultados dos
está autorizada fora do local e do conflitos não são decididos pelas
tempo designado e da supervisão pontuações, mas pelo lançamento
do Mestre. O Mestre não assume dos dados ou pela votação dos
qualquer responsabilidade por ações demais jogadores, conforme
que ocorram dessa forma. explicado na seção Decisões.

Decisões
O RPG não é um jogo de azar,
apesar de, por vezes, fazer uso de
dados.

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Bibliografia
 BRECHT, Bertold. Vida de Galileu. In: Teatro completo em 12 volumes.
Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1991.

 BRONOWSKI, Jacob. Magia, Ciência e Civilização. Lisboa: Edições 70,


1986.

 BRYSON, Bill. Uma breve História de quase tudo. São Paulo:


Companhia das Letras, 2005.

 GOTTSCHALL, Carlos Antonio Mascia. Do mito ao pensamento


científico: A busca da realidade, de Tales a Einstein. São Paulo: Atheneu,
2004.

 HALL, A. Rupert. A Revolução na Ciência: 1500-1750. Lisboa: Edições


70, 1988.

 HELLMAN, Hal. Grandes debates da Ciência: Dez das maiores


Contendas de Todos os Tempos. São Paulo: Editora UNESP, 1999.

 MILLER Jr, Walter M. Um cântico para Leibowitz. São Paulo: Círculo do


Livro, 1983.

 PENNAC, Daniel. Como um romance. 9ª ed. Porto: ASA, 1997.

 PEREIRA, Mirna Feitoza. RPG torna a aula uma aventura. Revista


EducaRede. s.d.. Disponível em:
<http://www.educared.org/educa/img_conteudo/rpg1.html>. Acesso em:
31 jul. 2012.

 PIAGET, J.; GARCIA, R. Psicogênese e História das Ciências.


Petrópolis: Vozes, 2011.

 Portal do Professor – MEC. Criação de um texto cooperativo - RPG


(Role Playing Game. Disponível em:
<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=12381>.
Acesso em: 31 jul. 2012.

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 Portal do Professor – MEC. Iniciação ao RPG: os contos de fadas.


Disponível em:
<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=26995>.
Acesso em: 31 jul. 2012.

 Portal do Professor – MEC. RPG – Criação de um Personagem.


Disponível em:
<http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=12330>.
Acesso em: 31 jul. 2012.

 RPG. In: WIKIPÉDIA, a enciclopédia livre. Flórida: Wikimedia Foundation,


2012. Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Role-
playing_game>. Acesso em: 31 jul. 2012.

 SPOLIN, Viola. Improvisação para o teatro. São Paulo: Perspectiva,


2005.

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Ficha do Personagem
Identificação
Jogador: Idade: Gênero:  M -  F
Personagem: Episódio:
Século: Nacionalidade:
Grupo:  Poder -  Crença -  Academia -  Cientista -  Povo
Lembrete. Para o bom desenrolar do jogo, cada jogador deve sempre “agir dentro do
personagem”, isto é, as ações do personagem devem sempre ser coerentes com seu caráter
e psicologia, bem como com a cultura da época vivida. O personagem não pode ter acesso
a conhecimentos só disponíveis em data futura à ação nem agir de forma excessivamente
anacrônica, demais antiquada ou demais ‘moderna’.

Biografia

Personalidade

Frases preferidas

Notas

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