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CENTRO DE TREINAMENTO MINISTERIAL DIANTE DO TRONO

OFICINA DE PRÁTICA EM CONJUNTO


Organização de Conjuntos e Ensaios Musicais

2011
INTRODUÇÃO

Tem como objetivo auxiliar o grupo de louvor local, trabalhando a otimização do tempo
de ensaio, além de oferecer ferramentas para que haja um melhor entrosamento entre
instrumentistas e cantores estruturando melhor uma música.

O PAPEL DA MÚSICA NO CULTO

O momento do culto é o momento da grande celebração ao Senhor. É quando a


Igreja reúne-se para celebrar o milagre da ressurreição de Jesus, da nova vida em Cristo,
da comunhão no Espírito e das conquistas espirituais. Para ministrarmos diante do
Senhor e da congregação precisamos entender que Deus leva a sério o culto que
prestamos a Ele e por isso devemos dar a devida atenção e respeito.
O culto então é uma forma de relacionamento, um diálogo com Deus. Portanto
há momentos de expressar nossa alegria com palavras e cânticos e outros momentos
para ouvir somente. É como se coletivamente nós colocássemos em reprodução aquilo
quando buscamos ao Criador em nossas devocionais individuais.
Normalmente associamos Adoração com música, mas podemos adorar a Deus de
várias formas. Na maioria das vezes podemos manifestar essa Adoração com nossas
vozes, nossas mãos, nossas danças e nossas posturas. Em nossas Igrejas o Ministério de
Música ou Louvor tem o papel de conduzi-la nestes momentos e para isso é
fundamental que não só o Ministério compreenda a importância da música como forma
de externar essa Adoração, mas toda a Igreja.
A música enfim tem o papel de unir em uma única coletividade a expressão de
nossa gratidão ao Criador; de conduzir a congregação e ensiná-la também através das
letras de nossas músicas a buscar um relacionamento profundo com Deus; o de
derramar nossas vidas no altar e confiá-las como ofertas doces e suaves a Ele ou
simplesmente através da música como Adoração restaurar nossa ligação com o Pai.

O PAPEL DO MINISTÉRIO NO CULTO

O Ministério de Louvor tem o papel de ajudar a criar uma atmosfera de


relacionamento mais próximo com Deus. Trazer a consciência do que significa a
Adoração, mostrando e conduzindo a Igreja a continuar a adorar com suas vidas, não
somente no culto, mas também quando ele acaba. Deixar-se conduzir por Deus através
da música para então ajudar a influenciar as pessoas positivamente a um caminho
correto para suas vidas.

ANATOMIA DO MINISTÉRIO DE LOUVOR

Uma forma básica, mas fundamental para o Ministério de Louvor será aquela a
que melhor se adaptar a estrutura local das Igrejas, mas normalmente a maioria dos
ministérios é composto pelos integrantes abaixo:

01. Líder de Louvor


02. Vocalistas (Backing Vocal)
03. Instrumentistas
04. Sonoplasta
05. Responsável pela projeção das letras
Esta é uma equipe com funções diferentes, mas de muita importância. É
necessário o entendimento de corpo e de serviço, desde o líder do ministério até aquele
que é responsável pela projeção das letras. Todos são importantes e mesmo aqueles que
acham que apenas tocam ou cantam, não sabem que também são ministros do Senhor
com suas habilidades musicais e que participam ativamente da ministração.

CONSCIENTIZAÇÃO DE GRUPO

01. O instrumentista também é um ministro, participando ativamente da


ministração;
02. Todos são peças importantes na equipe;
03. O líder de louvor é o condutor da ministração;
04. Valorizar: Sonoplasta, o responsável pela projeção das letras no telão e pela
intercessão.

GRUPO INSTRUMENTAL

A equipe de instrumentistas tem papel fundamental dentro do ministério,


servindo como suporte, ligação, fluidez e confiança tanto aos demais membros do
ministério como os vocalistas e a toda a igreja também. É fundamental o compromisso
em se dedicar ao aprendizado de um instrumento assim como a busca pela excelência,
não somente musical, mas principalmente espiritual.
Os músicos devem ter a consciência e o compromisso de participar dos ensaios,
o de organizar seus horários; estudar as canções escolhidas; ser obediente as instruções
do seu líder; ter freqüência nos cultos onde não está escalado para tocar; a de comunicar
seus atrasos ao líder; ter uma vida de leitura da palavra e da oração; valorizar o
ministério para o qual foi direcionado.

O PAPEL DOS INSTRUMENTOS

Bateria: Tem a função de definir a parte rítmica de uma música, dando o


andamento necessário a mesma. É importante o uso do metrônomo.

Contra-Baixo: Fornece as notas graves, auxiliando na parte rítmica, tocando


junto com o bumbo da bateria (Kick and Bass). Instrumento melódico às vezes
harmônico.

Violão: Instrumento harmônico, também usado como instrumento melódico,


com objetivo de completar com acordes as seções tocadas.

Teclado: Também usado para harmonia e melodia em uma música, capaz de


criar novos sons e texturas. Importante em momentos mais leves.

Guitarra: O instrumento considerado mais livre enquanto tocado. Pode-se


utilizar para solos, harmonia, reefs e fraseados. Trás um elemento novo a música. É
importante para o guitarrista a busca de novos timbres, licks e o conhecimento da
técnica que o ajudará na execução de suas idéias durante a música.
FORMA MUSICAL

A compreensão da Forma Musical é de extrema importância, tanto para o arranjador,


quanto para o instrumentista, cantor ou musico responsável pelo ensaio. Com este
conhecimento poderão construir melhor e com mais consciência a música, conferindo à
mesma uma dinâmica que com certeza a tornara mais interessante.

O músico poderá dar uma dimensão maior à canção, reconhecendo assim, seu ponto
culminante, para o uso das texturas, lugares de tensão e relaxamento, uso de timbres.
Tornando o arranjo e a execução mais rica e coerente.

CONCETOS IMPORTANTES

Letra: mensagem explicita da canção. Expressão poética oral do tema.

Forma Linear: Estrutura, formato ou princípio organizador de uma música, ou


seja, ordem das seções a serem tocadas e suas possíveis repetições. (geralmente
combinado nos ensaios).
Tem a ver com a organização dos elementos em uma canção. A compreensão da
forma musical é de extrema importância para o arranjador, porque com esse
conhecimento ele ajuda a construir a música e pode conferir à mesma uma dinâmica
que, com certeza, a tornará mais interessante. Sem organização, a música seria uma
massa amorfa, tão ininteligível quanto um ensaio sem pontuação.
Quanto mais elaborada for a forma da canção, mais condições o arranjador terá
para trabalhar. No entanto, quando a forma for simples, o arranjador deve ter atenção
redobrada – isto não significa que o arranjo deva ser pobre; pelo contrário, deve ser
simples, mas muito criativo e requintado.
Conhecendo a forma musical, o arranjador poderá reconhecer o ponto que
chamamos de culminante, para o uso das texturas (quantidade de instrumentos ao
mesmo tempo), lugares de tensão e relaxamento, uso de timbres diferentes, pontos
ideais para polifonia (vozes caminhando independentemente) homofonias (vozes
caminhando com a mesma divisão rítmica, tornando o arranjo e a execução mais rica e
coerente.

Arranjo: Processo de criação que procura substituir a improvisação pela


anotação prévia. Ex.: Groove, textura, submelodia, etc. O arranjador vai fazer ligação
entre os elementos da musica. Letra, melodia, harmonia e ritmo. Organização e
planejamento das seções da musica, dos destaques de cada instrumento.

Melodia: Uma série de notas (sons) musicais dispostas em sucessão, num


determinado padrão rítmico que forma uma unidade identificável.
Harmonia: é a combinação de notas soando simultaneamente, para produzir
acordes, e sua utilização sucessiva para produzir progressões de acordes.

Homofonia: Literalmente, vozes ou instrumentos soando juntos. Significa


também escrita instrumental em que todos, vozes e acompanhamento seguem no mesmo
ritmo.

Polifonia: Termo que significa “vozes múltiplas”, usado para a música em que
duas ou mais linhas melódicas soam simultaneamente.

Groove: encaixe, entalhe, sulco, rotina, esquema, ou seja, a “levada”, ritmo do


acompanhamento. Reduzido para a função “Kick and Bass”.

Textura: Termo usado para se referir ao aspecto vertical de uma estrutura


musical. Essa estrutura pode incluir desde o número de instrumentos tocando ao mesmo
tempo, como também em relação a maneira como são distribuídos os arranjos vocais e
os timbres utilizados. Esta forma de tratar a música gera mais interesse ao ouvinte e
reduz a possibilidade de repetições e monotonias musicais (cansativa). Os instrumentos
trazem um ar de novidade. É bom perceber os lugares de tensão e relaxamento, uso de
timbres diferentes;
Dinâmica: intensidade em que a musica é executada. Cada seção deverá ter uma
dinâmica especifica, assim diferenciando uma da outra (ex. verso diferente do verso e
do coro). Não se trata de volume de som, mas a maneira a ser tocada.

Reef: é a parte do acompanhamento em que todo o grupo toca junto. Acordes


previamente combinado.

Frase: melodia executada por toda banda. Porem diferente do Reef, são notas e
não acordes.

SEÇÕES DE UMA MÚSICA

“Toda música deve ser tocada pensando-se em um início, meio e fim.” Então vejamos
suas seções:

Introdução: Início da música. Quase sempre é simplesmente tocado. A maioria


das vezes é executada levemente e com melodias que a música apresentará mais a
frente.

Verso: É a seção cantada que faz parte do desenvolvimento da mensagem à ser


passada. A banda deve tocá-la de uma maneira mais simples e clara. É preferível que
não se toque muitas notas para que as pessoas possam entender melhor.

Rampa: Parte da música que antecede uma seção mais forte da música.
Momento em que a dinâmica da banda toda cresce, preparando a mesma para o coro que
será a próxima seção.

Refrão: Geralmente parte mais forte da música. A mensagem principal está


sempre incluída no Coro. Normalmente a seção mais repetida da música. Este é o
momento da banda crescer bastante tornando a canção interessante.

Reintro: é a introdução da musica que se repete. Logo após uma seção que foi
executada. Fazendo com que a musica fique mais rica e interessante e voltando ao
verso.

Ponte: Uma nova mensagem à ser passada, sempre de acordo com assunto que
já estava sendo ministrado. Geralmente não é repetida muitas vezes (na maioria das
vezes se repete uma só vez), pois a sessão mais repetida deverá ser o Coro
(Normalmente a harmonia dos instrumentos muda durante essa seção).

TAG: Uma frase ou palavra que geralmente acontece no final do Coro que se
repetem várias vezes para conclusão da música.

Fim: Simplesmente o final da música.


SINAIS UTILIZADOS DURANTE O PERÍODO DE LOUVOR

O uso de sinais facilita a comunicação do líder com a equipe, provocando o mover mais
intenso do Espírito Santo pela direção mais específica do líder de louvor.

Este sinal é utilizado para repetir a seção.

Sinal usado para indicar que a banda deve prosseguir para a próxima
seção.

Sinal de ponte, usado para indicar para toda a equipe que a música
caminhará para a ponte.

Sinal usado para indicar que a banda deve continuar repetindo uma
determinada frase ou palavra que geralmente acontece no final do Coro
que se repete varia vezes para a conclusão da musica.

Sinal usado para indicar o final da música.


Obs. A banda só para de tocar quando o líder de louvor faz o sinal de
encerramento.
DICAS PARA ENSAIOS

01. Reservar o mínimo de duas horas de ensaio por semana.

02. O Ministro de Louvor deve escolher e preparar as canções com antecedência,


providenciando a mesma com as cifras para os músicos.

03. Da mesma forma os músicos devem “tirar” a música antes do ensaio.

04. O ensaio deve ter um responsável por coordenar a passagem da música e os


arranjos. Se não for o líder de louvor pode ser outra pessoa com conhecimento
musical adequado.

05. O ensaio do vocal deve ser feito separadamente quando possível.

06. Manter a concentração durante o ensaio evitando brincadeiras desnecessárias.

07. Evitar de levar pessoas que não fazem parte do grupo como namoradas, melhor
amigo do primo do baterista, papagaio do vizinho...

08. Preparar-se para imprevistos como quebra de cabos e fontes tendo sempre uma
segunda opção.

09. Se possível passar mais de uma vez cada seção até deixar a música pronta em
seu completo.

10. Bateria e contrabaixo devem combinar o groove da cada música e seção.

11. Durante o ensaio se for preciso falar, faça-o de forma educada. Se o líder estiver
falando não o interrompa e se outro está com a palavra espere ele terminar sua
locução para então falar. Uma boa comunicação está por trás de todo bom
entrosamento.

12. Use de humildade se tem já bastantes habilidades musicais. Improvise no


momento certo e nunca se esqueça que em conjunto menos significa melhor
qualidade no final. Há tempo para tudo inclusive para melhorar um arranjo ou
torná-lo mais difícil.

13. Limite o número de músicas por ensaio (se possível). Se quer mais qualidade
diminua o número e aumente o tempo para cada música (se possível marque dois
ensaios por semana).

14. Passar as canções em um primeiro momento sem o vocal como forma de decorar
e aprender as seções. No momento adequado acrescenta-se o vocal. O ideal é ter
um ensaio só para o instrumental e um outro com a presença dos solistas e do
backing vocal.

“Filhos meus, não sejais negligentes, pois o Senhor vos escolheu para estardes diante
dele para o servirdes, para serdes seus ministros e queimardes incenso” – II Cr 29:11
BIBLIOGRAFIA

MARINONI, Renato, Mergulhando na Adoração, Distribuidora Êxodo, Minas Gerais,


2010.
NOLAND, Rory, O Coração do Artista, W4 Editora, São Paulo, 2002.
GOMES, Soraya, Adoração Bíblica, CTMDT, 2010.
SADIE, Stanley, Dicionário Grove de Música, Jorge Zahar Editor, Rio de Janeiro, 1994.
SHOENBERG, Arnold, Fundamentos da Composição Musical, Edusp, São Paulo, 1991.

Editado e formatado por:


Alan Pereira
Jonathas Nery
Marcos Carrah
Wilkerson Araújo

Líderes de Oficina de Prática em Conjunto


CTMDT - 2011

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