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Olá cantores, eu sou o Fábio Vaz, o seu Vocal

Coach no Youtube, e vocês são muito bem vindos


a este E-book sobre HARMONIA VOCAL.

Sobre minha formação:


• Cantor Profissional
• Vocal Coach
• Produtor Musical
• Compositor
• Graduado em Voz Profissional - CEV
• Graduado em Pedagogia Vocal - UNED
• Músico Profissional - OMB
ANTES DE TUDO, O QUE É HARMONIA VOCAL?

Como o próprio nome sugere, é uma relação harmônica


entre as vozes, a partir de intervalos maiores, menores,
aumentados ou diminutos. Estes intervalos, seguem uma
tonalidade específica de cada música.
E você pode experimentar isso em seu teclado, ou
em um aplicativo de piano no seu telefone; Toque várias
teclas ao mesmo tempo, perceba qual a sensação que
as notas juntas causam em você, talvez o som não seja
agradável, devido as notas que você tocou, mas isso é
uma harmonia. Falando em harmonia tradicional,
geralmente esses resultados sonoros são separados em
sons consonantes ou dissonantes.
A harmonia vocal pode ser entendida como o
relacionamento harmônico instrumental atrelado ao
relacionamento harmônico vocal, sendo um, o
complemento do outro.
A harmonia gerada pelos instrumentos musicais
caminha lado a lado com a harmonia feita pelas vozes,
e ambas, juntamente com a melodia e o ritmo, formam a
música. A harmonia vocal é responsável pelo suporte ao
cantor(a). Nesta harmonia , podemos tanto encontrar
uma tríade simples, formada por primeiro, terceiro grau
maior ou menor, e quinto grau, como podemos
também encontrar dissonâncias, que são notas do
campo melódico que causam uma sensação de
desarmonia aos ouvidos não acostumados. Estas
dissonâncias são pouco exploradas pela música pop,
sendo mais comumente utilizadas no jazz, gospel, R&B
e Soul.
O QUE É UM INTERVALO MUSICAL?

Podemos definir um intervalo, como a distância


entre dois sons. Utilizamos este termo para nos
referirmos ao intervalo de um tom (distância entre duas
teclas no piano) ou intervalo de um semitom (distância
entre uma tecla no piano) ou seja, qualquer distância
entre duas notas é um intervalo. Geralmente, esse
termo é usado junto com a definição de graus.
Por exemplo, no campo melódico maior de Dó (C):

Neste caso temos,

▪ Dó, representado pela letra C, como primeiro grau.

▪ Ré, representado pela letra D, como segundo grau.

▪ Mi, representado pela letra E, como terceiro grau maior.

▪ Fá, representado pela letra F, como quarto grau.

▪ Sol, representado pela letra G, como quinto grau.

▪ Lá, representado pela letra A, como sexto grau maior.

▪ Si, representado pela letra B, como sétimo grau maior.

▪ E novamente, o Dó, representado pela letra C, mas agora


como oitavo grau.
Ou seja, a distância entre o primeiro Dó e o último,
é um intervalo de oitava, pois partindo do primeiro Dó e
indo rumo ao oitavo, passamos por oito notas contando
com o próprio Dó.

A distância do primeiro Dó para o Sol, é um


intervalo de quinta, pois partindo do primeiro Dó e indo
rumo ao Sol, passamos por cinco notas, contando com
o próprio Dó, e assim por diante.
As unidades utilizadas para medir os intervalos são
o tom e o semitom.
Na escala diatônica, os intervalos são classificados
em melódicos ou harmônicos; Desse modo, o intervalo
será melódico, quando os sons aparecerem um seguido
do outro, ascendentes ou descendentes. Ou serão
intervalos harmônicos, caso forem tocados ao mesmo
tempo, ascendentes ou descendentes.

Os intervalos também pode ser simples ou


compostos, dependendo da distância entre as notas.
Simples
Quando está contido dentro de uma oitava.
Composto
Quando ultrapassa uma oitava.

Assim sendo, podemos afirmar que a música se divide em 4


partes:

MELODIA
É a combinação dos SONS executados um após o outro,
em modo ascendente ou descendente.

HARMONIA
É a combinação dos SONS tocados simultaneamente.
Duas, três, quatro ou mais notas, tocadas ao mesmo tempo,
em modo ascendente ou descendente.

RITMO
É a pulsação da música; a combinação dos valores tempo e
compasso. O ritmo pode ser descrito como um movimento
coordenado, uma repetição de pulsos regulares ou
irregulares, fortes ou fracos, longos ou breves, presentes na
música.

CONTRAPONTO
É o conjunto de melodias dispostas em ordem simultânea,
ou seja, a melodia principal tem uma resposta do
acompanhamento de outras vozes ou instrumentos de
tempos diferentes, esse conceito também se aplica à
segunda voz.
COMO EU APRENDI HARMONIA VOCAL?

Eu nasci em Curitiba, no dia 2 de janeiro de 1984,


e desde muito cedo eu sempre gostei de harmonia
vocal, pois cresci ouvindo grupos como Abba, Bee
Gees, Boney M, Carpenters, Roupa Nova, Take Six,
Chicago, New Kids on The Block, BackstreetBoys,
N’sync e muitos outros. Desde essa época, pairava na
minha mente uma curiosidade de saber como os
cantores faziam aquele “jogo de vozes”, onde eu sabia
que, eram vozes diferentes umas das outras, mas que
no fim de tudo, se encaixavam perfeitamente.
Mal sabia eu que, ouvindo aqueles grupos todos os
dias, eu já estava desenvolvendo o meu “ouvido
harmônico”, que nada mais é, que ouvir e perceber cada
voz separadamente, “armazenando” essas informações
musicais no cérebro. Naquela época, onde não havia
internet, muito menos Youtube, os meus LP’s eram os
meus melhores amigos. Eu mal chegava da escola, e já
colocava na vitrola, o disco dos Bee Gees, para tentar
perceber cada voz separadamente, e sem querer, meu
ouvido harmônico foi se desenvolvendo.
Aos 13 anos, comecei a aprender violão, e naquela
época, não existiam professores especializados, muito
menos informações tangíveis sobre teoria musical à
minha disposição. Eu comprava revistas que ensinavam
a tocar violão, e ali ficava por horas e horas. Do violão
eu fui para a guitarra, e percebi que os instrumentos não
eram iguais, apesar do braço ser parecido.
Ao longo dessa caminhada, eu focava cada vez
mais no teclado e no violão, através das revistas que
tinham disponíveis na época, comecei a montar os
acordes e perceber a diferença entre um acorde maior e
menor. Fui apresentado aos campos harmônicos e ali,
tudo começou a clarear.
Minha primeira tentativa de harmonizar algo, foi no
“Parabéns pra você”, e foi um fiasco, mas foi meu
começo.
Como eu venho de uma família muito humilde, oito
irmãos, onde eu sou o filho caçula, meus pais não
tinham condições financeiras para comprar
instrumentos, então, meu consolo era emprestar de
amigos ou conhecidos que quase sempre, me diziam
um NÃO em alto e bom som.
Ouvir aqueles NÃOs, nunca me desmotivou,
apesar de me entristecer. Em uma das poucas vezes
que me disseram sim na minha odisséia de emprestar
instrumentos, consegui um teclado. Lembro-me como se
fosse hoje, quando eu peguei nas mãos aquele
“instrumento” que estava mais para um brinquedo, do
que para um instrumento de verdade, e a partir daquele
momento, os segredos da harmonia começaram a ser
desvendados.
Eu ficava por horas e horas apertando as teclas
sem noção alguma do que estava fazendo, e fui
percebendo as combinações dos sons. Cada tecla tinha
um som diferente e algumas teclas tocadas juntas,
resultavam em um som delicioso de se ouvir, e aquilo
era um paraíso sonoro pra mim, eu tinha 12 anos de
idade.
Comecei então a cantar as notas e tentar achá-las
no teclado, não foi fácil, sofri demais nessa busca, pois
eu não tinha ninguém para me orientar, porém, eu
nunca desisti. Nesse processo eu desenvolvi minha
PERCEPÇĀO MUSICAL, ou seja, pelo “faro”, eu tentava
achar uma melodia inteira, “caçando” as notas no
teclado e aquilo foi muito bom. Com 18 anos eu montei
um trio vocal, chamado D’vox. Nessa época, nós
passávamos horas e horas ensaiando na casa da minha
mãe, ouvindo e reproduzindo aqueles mesmos grupos
vocais que ouvíamos na infância.
Mal sabia eu, que
aqueles ensaios com o meu
grupo, eram a PRÁTICA de
tudo aquilo que estava
aprendendo.
Nossos primeiros ensaios
foram terríveis! Desafinávamos
muito e não conseguíamos
encaixar as vozes na
harmonia. Eu sempre “entrava”
na voz dos meus parceiros.

Mas nunca desistimos!

Ter feito parte desse grupo vocal, me fez entender


que somando o estudo de um instrumento harmônico
como o teclado, mais a prática em conjunto, mais,
fazer ensaios frequentes, eram os grandes
SEGREDOS da harmonia vocal, ou seja, a dedicação
somada ao desejo de querer aprender, me fizeram
crescer muito, e foi exatamente neste momento que eu
entendi que TUDO É POSSÍVEL AO QUE TREINA!
Quando eu estudei piano para valer, e me tornei
produtor musical, eu realmente percebi que uma harmonia
vocal bem executada, deve estar atrelada ao conhecimento
de intervalos musicais.
Então cantor(a) e professor(a) de canto, se eu puder te
dar uma sugestão, estude e muito, pois a sua fé e o seu
conhecimento, absolutamente ninguém, poderá roubar de
você!!
OS PILARES DA

Eu te contei toda essa história, justamente para


que você conheça um pouco mais sobre mim, e entenda
que eu não nasci sabendo. Talvez você me veja hoje no
Youtube, e pense, “eu jamais vou conseguir fazer o que
ele faz”, eu afirmo que SIM, você consegue! Basta
estudar e ter um Vocal Coach para te conduzir no
processo, afinal, tudo é possível ao que treina!

Ao longo destes 25 anos trabalhando com música,


eu cheguei a conclusão que, para dominar a harmonia
vocal, você precisa dominar alguns pilares:
PILAR 1
AFINAÇĀO

Na minha opinião, a afinação é um pilar


fundamental para que você cante bem sozinho(a), ou
em grupo, sendo o primeiro quesito que as pessoas vão
reparar quando te ouvirem cantando ao vivo. Existem
basicamente três possíveis causas para que um
cantor(a) esteja desafinado. A primeira causa, é
simplesmente por falta de prática vocal; A segunda
causa, pode ser uma falha na comunicação entre o
ouvido interno e o processamento auditivo central
(PAC). A terceira causa e mais rara, é a amusia, que é
uma incapacidade do cérebro de reconhecer sons
musicais.
Se uma voz estiver desafinada, toda a harmonia
será comprometida. Essa prática se faz através de
exercícios vocais em intervalos maiores, menores,
diminutos e aumentados, cantar Acapella, além de
cantar todos os dias e se gravar para se autocorrigir.
PILAR 2
PERCEPÇĀO

A percepção entra como o segundo pilar.


Percepção vem de perceber, perceber o que está
acontecendo na música.
Qual o campo harmônico em que está sendo
aplicado na canção?
Qual o andamento da música?
Em que momento da música entra harmonia vocal?
Sim, pois harmonia vocal não se faz o tempo todo, são
trechos específicos, a menos que você faça parte de um
grupo Acapella.
Quais graus do campo melódico eu uso para fazer
minha voz?
Posso estudar minha voz em casa mesmo sem
tocar nenhum instrumento? Claro que sim, mas eu
gostaria de te incentivar a estudar os campos melódicos
e harmônicos, para que crie suas próprias harmonias
com mais assertividade.
PILAR 3
SINCRONISMO

Sincronismo - Começo e fim de frases


sincronizados mostra se o grupo, coral, trio, quarteto
realmente ensaiou, se possuem entrosamento vocal ou
não. Eu acho extremamente feio, um grupo cantando
fora de sinc, onde cada um termina a frase quando quer.
Dois cantores fazem vibrato e dois não fazem, isso
não vai soar agradável.
Neste caso, eu gosto muito de trabalhar com sinais
visuais para sincronizar as frases.
PILAR 4
DINÂMICA
VOCAL

Musicalmente falando, a dinâmica se refere à


intensidade sonora, ou seja, se o som é forte ou fraco, e
este mesmo conceito se aplica à voz.
Além da intensidade, o ataque vocal e o modo de
fonação, também terão influência na dinâmica vocal.

O que é um Modo de Fonação?

Modo de fonação ou modo fonatório é o nível de


contato entre as pregas vocais, se o contato for maior, a
riqueza harmônica também será, logo, o som terá maior
projeção. Esse nível de contato define se o modo será
Sussurrado (não usado no canto) - Soproso - Fluído -
Neutro - Firme ou Tenso.
Além do modo de fonação,
o ataque vocal também irá
influenciar na dinâmica,
mas afinal, o que é ataque
vocal?
O ataque vocal é o
modo como inicia a
fonação, e está relacionado
com a configuração glótica
durante a emissão.
Este ataque vocal
pode ser simultâneo, que
nada mais é do que uma
fonação normal, onde a
fase expiratória, coincide
com o início de vibração
das pregas vocais.
Pode ser um ataque
brusco, que é um
fechamento rápido e
completo das pregas vocais
antes do início da fonação.

Ou pode ser ainda um ataque soproso, onde o


fechamento glótico é insuficiente, ou seja, o ar passa antes
das pregas vocais se fecharem, e isso pode ser feito
conscientemente, para fins estéticos, ou pode ser por mal
fechamento das pregas vocais, onde precisará ser avaliado
por um otorrino.
Você já ouviu falar em Messa di Voce?

É uma técnica de sustentação de uma determinada nota,


modificando a sua intensidade. Acusticamente falando, um som
musical tem quatro características: duração, altura, intensidade
e timbre.
Eu gosto de aplicar estes mesmos conceitos à voz. A
duração está ligada ao controle de fluxo aéreo, sustentação
das notas.
Já a altura, está relacionada à qual nota eu canto, campo
melódico/harmônico em que a música está.
A intensidade está relacionada aos modos de fonação
(dinâmica vocal).
O timbre está relacionado aos ajustes e nuances que eu
quero para a música, além, dos focos de ressonância,
Laringofaríngeo - Rinofaríngeo ou Nasofaríngeo - Orofaríngeo.
Lembrando que um foco sempre participa do outro.
O que é Fade in? Fade out?

Fade in - É a forma suave de começar uma nota ou uma frase


Fade out - É a forma suave de terminar uma nota ou uma frase

Eu gosto de pensar na música em si, como uma onda,


que cresce e diminui ao longo da execução.
Ter essa consciência vocal fará toda a diferença no seu
canto solo ou em grupo.
No processo de desenvolvimento da dinâmica vocal, ter
o domínio sobre o controle do fluxo aéreo será fundamental!
PILAR 5
TIMBRAGEM

Timbragem nada mais é do que mixar as vozes


(misturar as vozes)
Mas o que é timbre?
Timbre são características sonoras que nos permitem
distinguir sons da mesma frequência, que foram produzidos
por fontes sonoras diferentes, características acústicas que
definem e diferenciam um instrumento ( a voz também é
um instrumento)
O que diferencia um piano de cauda de um teclado?
O que diferencia um sax tenor de um sax alto?
No caso do sax, o que diferencia um do outro, é o
tamanho do tubo e as frequências que estão dentro desse
tubo. Lembra dos princípios da física?
Espaço maior favorece as frequências graves, e
espaço menor favorece as frequências agudas. Além disso,
as frequências do sopro do saxofonista também
influenciam na qualidade final do som emitido.
Cada voz possui características específicas e
únicas, e isso se deve à vários fatores, como anatomia
de cada pessoa, tamanho das pregas vocais, tamanho
do trato vocal, tamanho do crânio, língua, dentes,
mandíbula, além, da fisiologia das partes anatômicas,
somada a toda a bagagem biopsicossociocultural que o
indivíduo recebe desde os primeiros meses de vida.
Sendo assim, em um grupo, de 3, 4, 5, 6 vozes, ou
em um coral, composto por várias pessoas diferentes,
como misturar todos os timbres sem que isso vire uma
grande confusão?
Quando eu trabalho com corais, eu gosto de
separar a timbragem por naipes. Primeiramente timbro
os tenores, barítonos, depois as contraltos, e por último,
as mezzos e sopranos. Na sequência, timbro o grupo
todo.
Este trabalho, caso você seja professor(a) de
canto, é um processo que não acontece do dia para a
noite. Os cantores, em sua grande maioria, chegam até
nós professores, com vícios vocais, que para serem
eliminados, podem levar algum tempo, a depender de
cada aluno.
Eu gosto de trabalhar com vocal uníssono para
iniciar o processo de timbragem (mixagem) e deixo para
abrir vozes quando o grupo já estiver timbrado.
PILAR 6
CONHECER OS
CAMPOS
MELÓDICOS E
HARMÔNICOS
Como eu sempre falo nos meus vídeos, fazer
harmonia vocal intuitivamente pode ser legal, mas fazer
harmonia vocal CONSCIENTEMENTE, sabendo de fato
o que está fazendo, é infinitamente melhor, você não
acha? Tudo aquilo que fazemos com SEGURANÇA,
fazemos bem, já percebeu?
Sendo assim, você precisa saber exatamente o
que está fazendo.
Imagine você conseguir encontrar as vozes em
qualquer música e em qualquer tom, e ser o
arranjador(a) vocal da sua equipe? Já pensou nisso?
Mas saiba que isso só será possível, se você
dominar os campos melódicos e harmônicos.
“Professor Fábio, mas eu não sei tocar nada, como eu
faço”? Calma!!!
Muita calma nessa hora, ao contrário do que muita
gente pensa, campo melódico/harmônico não é um
“bicho de sete cabeças”! O assunto é muito mais fácil do
que você imagina. Tudo o que você precisa, é ter um
vocal coach pra te ajudar a entender cada campo
melódico/harmônico, e de que forma você aplica isso
em uma música!
PILAR 7
OUVIDO
HARMÔNICO

Como eu sou prova viva de que ter um ouvido


harmônico ajuda e muito, eu falo com propriedade sobre
isso. Se você quiser ter um ouvido harmônico preparado
e aguçado, você vai precisar ouvir canções que tenham
harmonia vocal, simples assim. Não adianta querer
aprender a dividir vozes, e só ouvir músicas que NÃO
trabalham a harmonia vocal.
Você vai precisar fazer uma imersão em harmonia
como um todo, ouvir grupos vocais e perceber o que
eles fazem, como eles fazem e por que eles fazem.

Imersão! Guarde esta palavra!


PILAR 8
USE A
TECNOLOGIA
AO SEU
FAVOR
Hoje, graças a Deus, ao contrário da época em que
eu comecei, somos abençoados pela tecnologia. Essa
era digital trouxe vários aplicativos que ajudam a
desenvolver nossa percepção musical como um todo,
então, explore isso, aproveite e baixe os aplicativos
certos para desenvolver sua afinação e percepção.
Aplicativos como, Perfect Ear e Perfect Piano,
estão disponíveis pra você usar e abusar do que eles
tem para oferecer.
Em um aplicativo de piano por exemplo, você pode
estudar os campos melódicos/harmônicos em casa, na
rua, no ônibus, no metrô, e o melhor, tudo isso, na
palma da sua mão!
No aplicativo Perfect Ear, você testa sua
percepção, reproduzindo com sua voz, as notas e
escalas que o aplicativo faz, e você tem a resposta no
app, se você acertou ou não o intervalo. Isso é
fantástico não é? Quem diria que um dia chegaríamos
nesse nível de tecnologia não é mesmo? Pois é, e ela
está aí à sua disposição, aproveite!!!
PILAR 9
PRÁTICA EM
CONJUNTO
Esta parte prática é fundamental em qualquer
processo de aprendizagem, independente da área. Mais
do que simplesmente teoria, ter a prática vai te fazer
dominar o assunto de verdade, seja no seu trio,
quarteto, quinteto, sexteto, ministério de louvor ou no
coral que você faz parte. E o melhor caminho para
estudar com a sua equipe, é sempre trabalhar
primeiramente o vocal uníssono antes de abrir as vozes.
Reúna a sua equipe, e em um ensaio separado do
instrumental, cantem as partes onde terá harmonia
vocal. Se o grupo ainda não está maduro para abrir
vozes, o uníssono sempre será a melhor opção.
Façam um círculo, onde vocês fiquem um de frente
para o outro, facilitando assim, a comunicação visual,
que será fundamental para o sincronismo das frases e
do vibrato, além de trabalhar a dinâmica vocal.
Levem todo material necessário para que o ensaio seja
produtivo, letra da música, cifras, áudios gravados no
telefone com a voz que você precisa fazer, fone de
ouvido, mapeamento harmônico da canção de trabalho,
etc..Outra poderosa estratégia, é gravar o ensaio em
áudio e vídeo, para observar onde estão os pontos
fortes e fracos do grupo.
PILAR 10
DISSONÂNCIA
VOCAL
Intervalo dissonante é aquele cujas notas não se
combinam, a qualidade dos sons parecerem "instáveis"
e induzem à uma necessidade natural de
serem resolvidos para uma consonância estável.
Este tópico é para ser aplicado em um grupo já maduro
vocalmente falando, um grupo que já dominou o
UNÍSSONO e o 1, 3 e 5 (tônica, terça maior ou menor e
quinto grau).
Aqui estamos falando do uso de outros graus do
campo melódico. Comece de leve, aplicando em um fim
de frase o segundo grau, ou sétimo grau maior por
exemplo. Podemos também aplicar quartas e quintas
aumentadas, ou ainda fazer acordes vocais diminutos.

Experimente brincar com os graus.


Agora que você já conhece os PILARES DA HARMONIA
VOCAL, quero falar um pouco sobre BACKING VOCAL.

O backing vocal, ou backup singer, é o apoio


fundamental pra qualquer cantor(a). A função principal do
backing, é sustentar harmonicamente a melodia para que o
cantor(a) possa improvisar em alguns momentos da
música. O comportamento vocal de um bom backing,
jamais pode ser o mesmo comportamento vocal de um
cantor solo, pois no backing, se canta em grupo (mínimo 3
vozes) e é preciso ter harmonia entre essas vozes, ou seja,
timbrar.
Existem várias formas de construir um backing vocal:

1.Backing uníssono;

2.Backing uníssono seguido de abertura vocal;

3.Whisper backing;

4.Whisper backing seguido de projeção vocal;

5.Backing em momentos diferentes do vocal principal;

6.Answer backing ou backing resposta.


BACKING UNÍSSONO

Nesse caso, a função do backing é de sustentar a


melodia, para que o vocal principal improvise durante a
música, ressaltando um determinado trecho da canção.
Esse recurso é muito usado quando queremos
ensinar uma música nova, ou quando o grupo ainda não
é maduro musicalmente para harmonizar. Na minha
opinião, é preferível cantar bem em uníssono do que se
arriscar em uma divisão errada.

BACKING UNÍSSONO + ABERTURA VOCAL

Esse formato é o mais comum, onde geralmente


se canta a primeira parte da música, ou seja, a melodia
da canção, e em seguida entra o backing em uníssono
cantando a melodia também. Na ponte ou no refrão, o
backing entra abrindo vozes.
WHISPER BACKING

Este é um exemplo muito utilizado por corais


americanos, que se utilizam do modo de fonação
soproso, uma vez que o backing soa como voz de
fundo. Neste tipo de backing, a emissão é suave, com
uma grande massa de ar, trazendo uma beleza singular
para a harmonia, principalmente em canções lentas, ou
em momentos que há uma quantidade menor de
instrumentos.

WHISPER BACKING + PROJEÇĀO VOCAL

Iniciamos a canção com modo de fonação soproso,


uma emissão vocal mais suave, e depois, com o
“crescimento” da música, mudamos o modo de fonação,
neutro ou tenso, projetando mais a voz e aumentando
assim, o volume da emissão. Geralmente essa dinâmica
mais suave é aplicada na estrofe, enquanto no refrão, a
emissão tem mais projeção. Para diferenciar bem esses
dois momentos, usamos a suavidade vocal seguida de
projeção vocal.
ANSWER BACKING

Este exemplo de backing é bastante utilizado para


enriquecer o arranjo. São intervenções que o backing
faz durante a música, que trazem uma beleza singular.
Repetições de palavras, vogais e consoantes, uso
de dinâmicas vocais, tudo vai depender da criatividade
do grupo.
O backing vocal ocupa um papel fundamental,
sendo responsável pelo suporte ao cantor(a).
Não é um trabalho fácil, comece estudando e
ouvindo muitas músicas que usam backing. Procure
identificar essas diferenças de dinâmica e modos de
fonação citados acima. Depois tente reproduzi-las com
sua equipe. Lembre-se que, mapear a canção antes de
cantá-la, fará toda a diferença no resultado final. Sejam
criativos, proativos e façam ensaios semanais, pois o
resultado virá com a dedicação de todos.
Existe um documentário chamado “A um passo do
estrelato”, onde mostra a trajetória artística das backup
singers, que compõem as harmonias e contribuem em
algumas das canções mais famosas de todos os
tempos, mas quase nunca são conhecidas por seus
nomes. O filme retrata como as cantoras são vistas na
indústria musical, e porque não conseguiram ou não
quiseram brilhar como artistas solo.

Vale a pena conferir!


Sobre o autor:

Pedagogo especialista em voz cantada pela UNED, na


Espanha, músico profissional pela OMB - Ordem de
Músicos do Brasil, graduado em voz profissional pelo
CEV - Centro de Estudos da Voz, e coach profissional,
formado pelo IBC - Instituto Brasileiro de Coaching,
Fábio Vaz é o CEO da D v́ ox Company, escola on-line
especializada em voz cantada, e atua aliando o ensino
da técnica vocal ao estudo do comportamento humano e
sua influência na voz. Todo o seu trabalho se aplica à
ampliação da performance de cantores anônimos que
desejam conhecer a própria voz e torná-la capaz de
cantar qualquer estilo, desenvolvendo assim, a sua
própria identidade vocal.
Baseando os seus estudos nos princípios da
neurociência cognitiva, Fabio Vaz desenvolveu o
treinamento Excellent Singing, aplicado ao seu método
de canto: L.A.R.A. - Listen (ouvir), Assimilate (assimilar),
Repeat (Repetir) e Apply (Aplicar). O método segue o
mesmo processo cognitivo de aprendizagem da fala em
que todo o ser humano aprende a falar ouvindo,
assimilando, repetindo e aplicando. Com uma linguagem
de fácil entendimento e aplicabilidade prática, o método
L.A.R.A. já ajudou mais de 7 mil alunos de forma direta,
e mais de 500 mil que, indiretamente, acompanham os
vídeos de Fabio Vaz em seu canal no Youtube. L.A.R.A.
é a prova de que cantar é um treinamento assertivo e
constante, e que está intimamente ligado à expressão
e ao sentimento intrínseco em cada um de nós.
Nestes 12 anos de experiência profissional, unir os
conhecimentos em técnica vocal e neurociência no seu
ensino profissional, tem dado ao trabalho de Fabio Vaz
uma característica peculiar ao transformar pessoas
comuns em cantores únicos e conscientes.
Espero ter contribuído para o seu crescimento
vocal. Agradeço imensamente pela sua confiança e
tempo dedicado à leitura deste E-book.

Excelência Sempre

@fabiovazvocalcoach

@fabiovaz.vocalcoach

Fábio Vaz – Voacl Coach

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