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1. Segurado Facultativo
É aquele que não possui um vínculo obrigatório/ necessário com a previdência social. Porém, se quiser, pode
pagar a previdência. Ex.: síndicos (que não recebem por isso), estudantes, donas de casa, desempregados, etc.
Figuram como o maior exemplo do princípio da “universalidade do atendimento”, pois são pessoas que não
trabalham (em termos jurídicos, ou seja, não tem relação laborativa formal), mas desempenham atividades ou
encontram-se em circunstâncias que tomam tempo da vida; assim, se desejarem, poderão contribuir.
Irá recolher, em regra, igual o contribuinte individual – 20% do valor que desejar (inclusive pode ser do teto da
previdência).
O facultativo poderá, também, recolher 11% do salário-mínimo, mas, neste caso, não poderá se aposentar por
tempo de contribuição e o valor do seu benefício não excederá ao valor do salário-mínimo.
Outra hipótese é recolher 5% do salário-mínimo, quando se enquadrar na seguinte hipótese: ser do lar (pode
trabalhar apenas nos afazeres domésticos) E a renda familiar tem que ser de no máximo dois salários-mínimos
(família baixa renda). Assim, as donas de casa de famílias de baixa renda podem se cadastrar na Previdência Social
recolhendo 5% do valor do salário-mínimo. Neste caso, também não pode se aposentar por tempo de contribuição
e o valor do benefício não será maior que um salário-mínimo.
2. Dependentes
Não possuem vínculo direto com a previdência, mas sim com algum segurado da previdência. Desta forma, são
beneficiários da previdência por força de uma com algum segurado dela.
A relação dependente-segurado é analisada a partir da perspectiva da dependência econômica (quem era ou é
“mantido” pelo segurado poderá ser considerado seu dependente). A figura do dependente surge para a
previdência nas situações em que a própria pessoa do segurado é impossibilitada de receber o devido benefício;
isso se limita aos riscos sociais morte ou aprisionamento.
Desta forma, podem receber dois tipos de benefícios:
a) Pensão por morte
b) Auxílio reclusão
Lei 8213/91, art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do
segurado:
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e
um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;
II - os pais;
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha
deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;
§ 1º A existência de dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do direito às prestações os das classes
seguintes.
§ 2º O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do segurado e desde que comprovada a
dependência econômica na forma estabelecida no Regulamento.
§ 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união estável com o segurado
ou com a segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da Constituição Federal.
§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve ser comprovada.
Conforme visto, no §1º, os dependentes do inciso I, excluem os do inciso II e assim por diante. No caso do
inciso I, se houver cônjuge e filho, apenas o cônjuge receberá o benefício.
É possível que um dependente abra mão do benefício em favor do outro.
Ex.: se o pai (inciso II) pode pedir o benefício antes do filho (inciso I), mas quando este pedir, cessará o direito
daquele, porque deve seguir a ordem de preferência.
Se houver mais de um beneficiário da mesma classe, o benefício deve ser repartido entre ambos.
O inciso I trata da situação dos “dependentes presumidos”, ou seja, aqueles cuja vinculação econômica
com o segurado não precisa ser comprovada por decorrer de previsão legal.
Nos casos dos demais incisos, deve comprovar a dependência econômica. Não precisa provar que o
segurado “sustentava” sozinho os pais/ irmãos; basta demonstrar que colaborava nas despesas da casa, de modo
que a falta da renda do filho piora a situação da família.
Obs.: Ex-cônjuge: no caso de receber pensão alimentícia do beneficiário da previdência, poderá receber pensão por
morte, devendo comprovar o vínculo. Assim, se o falecido tiver uma ex-esposa que recebe pensão alimentícia e
uma esposa atual, o benefício terá que ser dividido entre ambas.
Obs. 2: concubinato: o STF reconheceu que o concubinato de longa duração pode ser passível de receber benefício
previdenciário (tema ainda controvertido).
Um caso comum é quando a pessoa falecida (segurado da previdência) era formalmente casada, mas já
tinha um (a) novo (a) companheiro (a). No caso de separação de fato, “no papel” a pessoa continua casada. Então,
tem-se decidido pela divisão do benefício entre o ex-cônjuge (separado só de fato) e o atual companheiro, exceto
se não houver nenhuma dúvida sobre a separação de fato.
Contudo, quando o falecido não tinha uma nova companheira, o INSS tem decidido pela não concessão do
benefício, pois afirma que não ficou comprovado que havia dependência.
O menor sob guarda não se encontra no rol de dependentes, embora, na prática, dependa do segurado.
Mas, diante da omissão legislativa, o INSS não está concedendo o benefício para os menores sob guarda.
O enteado e tutelado equiparam-se ao filho para receber o benefício, contudo, precisam comprovar a
dependência.
Inciso I: durante todo o período em que está recebendo o benefício, a pessoa mantém a qualidade de segurado,
mesmo sem contribuir.
Em regra, para segurados obrigatórios fora de situação de incapacitação, o prazo de graça é de 12 meses.
Não se perde de imediato a qualidade de segurado, que é conservada por pelo menos mais 12 meses depois da
última contribuição. Esses 12 meses do período de graça vale até mesmo para quem só tinha contribuído uma
única vez.
Este prazo de 12 meses pode ser ampliado para 24 meses se a pessoa já contribuiu mais de 120 vezes (10
anos). Essas 120 contribuição não precisam ser seguidas, mas a pessoas não pode ter perdido a qualidade de
segurado durante este tempo.
Ainda, o período de graça pode chegar até 36 meses se a pessoa estiver em situação de desemprego
involuntário. Neste caso, precisa de certidão do Ministério Público do Trabalho para comprovar que a pessoa está
procurando emprego, mas não acha (desemprego involuntário).
Inciso VI: é a única diferença entre segurado facultativo e o obrigatório. Não se aplicam as prorrogações antes
vistas.
-Regra do §4º: Em regra, as contribuições são feitas até o dia 15 de todo mês. Assim, perde a qualidade de
segurado a partir do 16º dia do mês seguinte ao término do período de graça.
Ex: “S” contribuiu 12 meses seguidos, até dez/2015 e parou de pagar. Assim, o período de graça termina em
dez/2016. Com isto, conserva-se a qualidade de segurado ainda está coberto durante todo o mês subsequente ao
termo (jan/2017) e também durante o prazo concedido pela lei para pagar a contribuição referente a esse mês
“extra” (até o dia 15 do mês seguinte, ou seja, 15/2/2017); só a partir do dia seguinte ao vencimento do prazo
previsto para tal recolhimento é que “S” estará descoberto = sendo dez/2015 o último mês contribuído, mantém
qualidade de segurado até 16/2/2017.
*a lógica é a mesma para os demais prazos.
Perda das contribuições anteriores: a perda da qualidade de segurado (ou seja, do vínculo previdenciário) enseja,
por consequência, a perda das contribuições anteriormente vertidas para efeitos de carência de benefícios;
interrompe-se (ao invés de suspender-se) o vínculo. Assim, quando da nova filiação do segurado, contam-se “do
zero” as contribuições vertidas.
Porém, é possível recuperar as contribuições antigas se contribuir com metade da carência exigida para o benefício
pleiteado. Exemplo: paguei a previdência por vinte anos. Depois fiquei dois anos sem pagar (perdi a qualidade de
segurado. Contudo, se eu quiser receber um auxílio doença (carência de 12 meses), basta eu pagar 6 meses da
previdência.
CARÊNCIA
A carência é um requisito para a concessão dos principais benefícios. É o número mínimo de contribuições,
efetivas e sem atraso, necessário para conceder os principais benefícios previdenciários. Não precisa ser
contribuição contínua, desde que não perca a qualidade de segurado.
Art. 24. Período de carência é o número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus
ao benefício, consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências.
O segurado especial não precisa pagar a previdência. Logo, a carência é contada pelo mês trabalhado nas
condições de segurado especial. Neste caso, não contra o número de contribuição (porque ele não contribuiu), e
sim os meses trabalhados.
Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social depende dos seguintes períodos
de carência, ressalvado o disposto no art. 26: I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze) contribuições
mensais; II - aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de serviço e aposentadoria especial: 180 contribuições
mensais; III - salário-maternidade para as seguradas de que tratam os incisos V e VII do art. 11 e o art. 13: dez
contribuições mensais, respeitado o disposto no parágrafo único do art. 39 desta Lei. Parágrafo único. Em caso de parto
antecipado, o período de carência a que se refere o inciso III será reduzido em número de contribuições equivalente ao
número de meses em que o parto foi antecipado.
b) Aposentadoria voluntária
Carência de 180 contribuições (15 anos).
c) Salário maternidade
A carência, em regra, é de dez meses. Isto porque leva-se em conta sempre um mês a mais do que o tempo de
gestação. Assim, se a criança nascer de oito meses, o tempo de carência será de nove. Logo, tem que pagar a
previdência um mês antes de decidir engravidar.
Empregado, doméstica ou avulsa NÃO precisam de carência para receber salário maternidade, pois está só é
exigida para quem é o responsável por sua própria contribuição.
1. Salário de contribuição
Genericamente, salário de contribuição é o valor mensal que o trabalhador ganha e será a base DE cálculo da
contribuição previdenciária (tributo).
Porém, no salário há verbas remuneratórias e verbas indenizatórias, sendo que estas últimas não entram na
base de cálculo da contribuição previdenciária e, portanto, não são abrangidas pelo salário de contribuição.
*No caso do trabalhador autônomo, o salário de contribuição também será o tanto que ele ganha por mês, só que,
neste caso, será o valor que “ele diz que ganha”.
*Para o segurado especial, como ele não contribui, o salário de contribuição é equivalente ao salário-mínimo.
2. Salário de benefício
É a base DO cálculo do valor do benefício. Observe que não é o próprio valor do benefício, mas é partir dele
que teremos o valor exato do benefício. Também é importante ressaltar que é a base DO cálculo (e não DE cálculo),
porque aqui não envolve nenhum tributo.
É calculado com base de uma média do salário de contribuição. Até 1998, o Salário de benefício era calculado
com base nos últimos 36 salários de contribuição (3 anos). Porém, hoje a média é feita com base em todo o
histórico de contribuições, excetuando-se 20% das piores contribuições.
Logo, o cálculo é feito com base em 80% dos melhores salários de contribuição do segurado. Contudo, esses
80%, em regra, são contados a partir de julho de1994. Pois, em 94, teve o plano real, que resolveu o problema da
inflação no Brasil. Por isso, presume-se que antes do plano real os salários de contribuição eram baixos, em razão
da inflação.
Ressalta-se que a desconsideração dos valores anteriores a julho de 1994 é para beneficiar o segurado. Desta
forma, comprovando que os salários de contribuição antes dessa data eram altos, poderão ser considerados para
fazer a média do salário de benefício.
Para fazer essa média, tem que ter pelo menos doze contribuições. Contudo, até pode fazer a média se tiver
contribuído menos, mas dará uma valor baixo, porque tem que dividir por 12.
PROVA: se a pessoa está trabalhando há sete meses e sofre um acidente de trabalho (que não precisa de carência)
e pleiteia auxílio doença. Ela pega esses 7 salários de contribuição e divide por 12 (pois a pessoa contribuiu pouco,
por isso tem que dividir por 12, mesmo que contribuiu menos que 12 meses). Desta forma, ainda que não precise
de carência, o benefício será com um valor baixo, pois pegará o salário de sete meses e dividirá por 12.
3. Fator Previdenciário
Deve ser obrigatoriamente calculado na aposentadoria por tempo de contribuição, ressalvada a regra 85/95 e
pode ser calculado (uma faculdade) na aposentadoria por idade.
Não será aplicado aos demais benefícios.
O fator previdenciário foi criado para desestimular a aposentadoria por tempo de contribuição, porque é um
benefício sem risco social (a pessoa não está velha, não está doente, não está nada, mas está recebendo benefício
da aposentadoria por tempo de contribuição).
Foi levado à votação para estipular uma idade mínima para a aposentadoria por tempo de contribuição (ATC)
Através de votação ficou decidido que a Aposentadoria por Tempo de Contribuição seria sem idade mínima. Sabe-
se que a ATC exige 35 anos de contribuição para o homem e 30 para mulher.
Como não foi aprovada a idade mínima, com a Lei n.º 9.876/99 criou-se o fator previdenciário, que é um
multiplicador do salário de benefício, cujo valor gira perto de um (pode ser mais ou menos de um). Com isto, o FP
pode aumentar ou diminuir o salário de benefício.
𝑇𝐶 𝑥 𝑎 (1 + 𝐼𝑑 + 𝑇𝐶 𝑥 𝑎)
𝐹={ 𝑥 [1 + }
𝐸𝑠 100
*Expetativa de sobrevida= expectativa de vida (fixada pelo IGBE) – (menos) idade da pessoa.
Logo, quando mais nova a pessoa é, maior a expectativa de sobrevida.
Conclusão: muita idade, muito fator. Pouca idade, pequeno fator (pois tenho muita expectativa de sobrevida).
Regra 85/95
Se a soma da idade com o tempo de contribuição der 85 (mulher) ou 95 (homem), não precisa aplicar o fator
previdenciário na aposentadoria por tempo de contribuição. Esta regra 85/95 irá progredir, até virar 90/100.