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RESUMO DE DIREITO PREVIDENCIÁRIO – 2º BIM.

– 5º ANO - DIREITO UENP – ALUNA NATHÁLIA SANTOS ARAUJO

BENEFICIÁRIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL


*Continuação (professor deu uma parte dessa matéria bimestre passado).

1. Segurado Facultativo

É aquele que não possui um vínculo obrigatório/ necessário com a previdência social. Porém, se quiser, pode
pagar a previdência. Ex.: síndicos (que não recebem por isso), estudantes, donas de casa, desempregados, etc.
Figuram como o maior exemplo do princípio da “universalidade do atendimento”, pois são pessoas que não
trabalham (em termos jurídicos, ou seja, não tem relação laborativa formal), mas desempenham atividades ou
encontram-se em circunstâncias que tomam tempo da vida; assim, se desejarem, poderão contribuir.
Irá recolher, em regra, igual o contribuinte individual – 20% do valor que desejar (inclusive pode ser do teto da
previdência).
O facultativo poderá, também, recolher 11% do salário-mínimo, mas, neste caso, não poderá se aposentar por
tempo de contribuição e o valor do seu benefício não excederá ao valor do salário-mínimo.
Outra hipótese é recolher 5% do salário-mínimo, quando se enquadrar na seguinte hipótese: ser do lar (pode
trabalhar apenas nos afazeres domésticos) E a renda familiar tem que ser de no máximo dois salários-mínimos
(família baixa renda). Assim, as donas de casa de famílias de baixa renda podem se cadastrar na Previdência Social
recolhendo 5% do valor do salário-mínimo. Neste caso, também não pode se aposentar por tempo de contribuição
e o valor do benefício não será maior que um salário-mínimo.

2. Dependentes
Não possuem vínculo direto com a previdência, mas sim com algum segurado da previdência. Desta forma, são
beneficiários da previdência por força de uma com algum segurado dela.
A relação dependente-segurado é analisada a partir da perspectiva da dependência econômica (quem era ou é
“mantido” pelo segurado poderá ser considerado seu dependente). A figura do dependente surge para a
previdência nas situações em que a própria pessoa do segurado é impossibilitada de receber o devido benefício;
isso se limita aos riscos sociais morte ou aprisionamento.
Desta forma, podem receber dois tipos de benefícios:
a) Pensão por morte
b) Auxílio reclusão

Lei 8213/91, art. 16. São beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, na condição de dependentes do
segurado:
I - o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e
um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;
II - os pais;
III - o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha
deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave;
§ 1º A existência de dependente de qualquer das classes deste artigo exclui do direito às prestações os das classes
seguintes.
§ 2º O enteado e o menor tutelado equiparam-se a filho mediante declaração do segurado e desde que comprovada a
dependência econômica na forma estabelecida no Regulamento.
§ 3º Considera-se companheira ou companheiro a pessoa que, sem ser casada, mantém união estável com o segurado
ou com a segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da Constituição Federal.
§ 4º A dependência econômica das pessoas indicadas no inciso I é presumida e a das demais deve ser comprovada.
Conforme visto, no §1º, os dependentes do inciso I, excluem os do inciso II e assim por diante. No caso do
inciso I, se houver cônjuge e filho, apenas o cônjuge receberá o benefício.
É possível que um dependente abra mão do benefício em favor do outro.
Ex.: se o pai (inciso II) pode pedir o benefício antes do filho (inciso I), mas quando este pedir, cessará o direito
daquele, porque deve seguir a ordem de preferência.
Se houver mais de um beneficiário da mesma classe, o benefício deve ser repartido entre ambos.
O inciso I trata da situação dos “dependentes presumidos”, ou seja, aqueles cuja vinculação econômica
com o segurado não precisa ser comprovada por decorrer de previsão legal.
Nos casos dos demais incisos, deve comprovar a dependência econômica. Não precisa provar que o
segurado “sustentava” sozinho os pais/ irmãos; basta demonstrar que colaborava nas despesas da casa, de modo
que a falta da renda do filho piora a situação da família.

Obs.: Ex-cônjuge: no caso de receber pensão alimentícia do beneficiário da previdência, poderá receber pensão por
morte, devendo comprovar o vínculo. Assim, se o falecido tiver uma ex-esposa que recebe pensão alimentícia e
uma esposa atual, o benefício terá que ser dividido entre ambas.
Obs. 2: concubinato: o STF reconheceu que o concubinato de longa duração pode ser passível de receber benefício
previdenciário (tema ainda controvertido).

Um caso comum é quando a pessoa falecida (segurado da previdência) era formalmente casada, mas já
tinha um (a) novo (a) companheiro (a). No caso de separação de fato, “no papel” a pessoa continua casada. Então,
tem-se decidido pela divisão do benefício entre o ex-cônjuge (separado só de fato) e o atual companheiro, exceto
se não houver nenhuma dúvida sobre a separação de fato.
Contudo, quando o falecido não tinha uma nova companheira, o INSS tem decidido pela não concessão do
benefício, pois afirma que não ficou comprovado que havia dependência.
O menor sob guarda não se encontra no rol de dependentes, embora, na prática, dependa do segurado.
Mas, diante da omissão legislativa, o INSS não está concedendo o benefício para os menores sob guarda.
O enteado e tutelado equiparam-se ao filho para receber o benefício, contudo, precisam comprovar a
dependência.

Manutenção na qualidade de segurado


A qualidade de segurado consiste na existência de vínculo jurídico entre o segurado e a previdência.
Adquire-se a qualidade de segurado desde o primeiro mês de contribuição e mantém esta qualidade ainda que
deixe de pagar por alguns meses.
-Período de graça: é o tempo em que a pessoa deixa de contribuir, mas ainda continua tendo a qualidade de
segurado. Com isto, verifica-se que o mero inadimplemento quanto às contribuições não implica pronto
desfazimento do vínculo com a previdência.

A situação jurídica daquele que é vinculado ao sistema previdenciário denomina-se “qualidade de


segurado”; quem ostenta tal qualidade está inserido no sistema protetivo da previdência. A ligação entre segurado
e previdência verifica-se mediante filiação. Trata-se do momento jurídico a partir do qual o trabalhador é
considerado segurado da previdência; a filiação, portanto, tem natureza de relação jurídica.
A regra geral (segurados obrigatórios), ocorre a filiação automaticamente com o exercício de atividade
laborativa remunerada (princípio da automaticidade das contribuições). No caso do contribuinte individual, por
ser ele o responsável pelo recolhimento de sua contribuição, considera-se filiado apenas depois do primeiro
pagamento.

- princípio da automaticidade das contribuições – a contribuição previdenciária do empregado é de incumbência


do empregador; para prova da qualidade de segurado, basta que o empregado comprove vínculo de emprego. O
“problema” das contribuições resolve-se entre patrão e INSS.
-Para segurados facultativos, a inscrição ocorre antes da filiação. É que, sendo ele responsável pessoal por verter a
contribuição, precisa antes formalizar sua situação junto ao INSS, obtendo o NIT.
Formação do vínculo para cada tipo de segurado
*Empregado: ostenta qualidade de segurado desde o primeiro dia de trabalho.
*Doméstico: ostenta qualidade de segurado desde o primeiro dia de trabalho.
*Avulso: ostenta qualidade de segurado desde o primeiro dia de trabalho.
*Contribuinte individual: não tem proteção antes do pagamento (ele próprio paga sua contribuição, depois de ter
trabalhado).
*Segurado Especial: é considerado segurado com a comprovação de efetivo exercício da atividade laborativa nas
condições especificadas em lei. Não é obrigado a inscrever-se; pode fazê-lo apenas no momento de pleitear
benefício junto ao INSS.
*Facultativo: como não há um “primeiro dia de trabalho”, para o facultativo não há proteção antes do pagamento.
Ele próprio efetiva sua inscrição, junto ao INSS.

Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições:


I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício;
II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada
abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem remuneração;
III - até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória;
IV - até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou recluso;
V - até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar;
VI - até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o segurado facultativo.
§ 1º O prazo do inciso II será prorrogado para até 24 (vinte e quatro) meses se o segurado já tiver pago mais de 120
(cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado.
§ 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 (doze) meses para o segurado desempregado, desde que
comprovada essa situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da Previdência Social.
§ 3º Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os seus direitos perante a Previdência Social.
§ 4º A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao do término do prazo fixado no Plano de Custeio da
Seguridade Social para recolhimento da contribuição referente ao mês imediatamente posterior ao do final dos prazos
fixados neste artigo e seus parágrafos.

Inciso I: durante todo o período em que está recebendo o benefício, a pessoa mantém a qualidade de segurado,
mesmo sem contribuir.

Em regra, para segurados obrigatórios fora de situação de incapacitação, o prazo de graça é de 12 meses.
Não se perde de imediato a qualidade de segurado, que é conservada por pelo menos mais 12 meses depois da
última contribuição. Esses 12 meses do período de graça vale até mesmo para quem só tinha contribuído uma
única vez.
Este prazo de 12 meses pode ser ampliado para 24 meses se a pessoa já contribuiu mais de 120 vezes (10
anos). Essas 120 contribuição não precisam ser seguidas, mas a pessoas não pode ter perdido a qualidade de
segurado durante este tempo.
Ainda, o período de graça pode chegar até 36 meses se a pessoa estiver em situação de desemprego
involuntário. Neste caso, precisa de certidão do Ministério Público do Trabalho para comprovar que a pessoa está
procurando emprego, mas não acha (desemprego involuntário).

Inciso VI: é a única diferença entre segurado facultativo e o obrigatório. Não se aplicam as prorrogações antes
vistas.

-Regra do §4º: Em regra, as contribuições são feitas até o dia 15 de todo mês. Assim, perde a qualidade de
segurado a partir do 16º dia do mês seguinte ao término do período de graça.
Ex: “S” contribuiu 12 meses seguidos, até dez/2015 e parou de pagar. Assim, o período de graça termina em
dez/2016. Com isto, conserva-se a qualidade de segurado ainda está coberto durante todo o mês subsequente ao
termo (jan/2017) e também durante o prazo concedido pela lei para pagar a contribuição referente a esse mês
“extra” (até o dia 15 do mês seguinte, ou seja, 15/2/2017); só a partir do dia seguinte ao vencimento do prazo
previsto para tal recolhimento é que “S” estará descoberto = sendo dez/2015 o último mês contribuído, mantém
qualidade de segurado até 16/2/2017.
*a lógica é a mesma para os demais prazos.

Perda das contribuições anteriores: a perda da qualidade de segurado (ou seja, do vínculo previdenciário) enseja,
por consequência, a perda das contribuições anteriormente vertidas para efeitos de carência de benefícios;
interrompe-se (ao invés de suspender-se) o vínculo. Assim, quando da nova filiação do segurado, contam-se “do
zero” as contribuições vertidas.
Porém, é possível recuperar as contribuições antigas se contribuir com metade da carência exigida para o benefício
pleiteado. Exemplo: paguei a previdência por vinte anos. Depois fiquei dois anos sem pagar (perdi a qualidade de
segurado. Contudo, se eu quiser receber um auxílio doença (carência de 12 meses), basta eu pagar 6 meses da
previdência.

CARÊNCIA

A carência é um requisito para a concessão dos principais benefícios. É o número mínimo de contribuições,
efetivas e sem atraso, necessário para conceder os principais benefícios previdenciários. Não precisa ser
contribuição contínua, desde que não perca a qualidade de segurado.
Art. 24. Período de carência é o número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus
ao benefício, consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências.

*Não se conta como carência a contribuição em atraso!!!


Neste ponto, é importante diferenciar a carência de tempo de contribuição.
O tempo de contribuição é mais amplo, pois abrange o pagamento em atraso, o tempo rural antes de 1991
e o 13º salário (coisas que não são englobadas pela carência).

O segurado especial não precisa pagar a previdência. Logo, a carência é contada pelo mês trabalhado nas
condições de segurado especial. Neste caso, não contra o número de contribuição (porque ele não contribuiu), e
sim os meses trabalhados.

Prestações que exigem carência

Art. 25. A concessão das prestações pecuniárias do Regime Geral de Previdência Social depende dos seguintes períodos
de carência, ressalvado o disposto no art. 26: I - auxílio-doença e aposentadoria por invalidez: 12 (doze) contribuições
mensais; II - aposentadoria por idade, aposentadoria por tempo de serviço e aposentadoria especial: 180 contribuições
mensais; III - salário-maternidade para as seguradas de que tratam os incisos V e VII do art. 11 e o art. 13: dez
contribuições mensais, respeitado o disposto no parágrafo único do art. 39 desta Lei. Parágrafo único. Em caso de parto
antecipado, o período de carência a que se refere o inciso III será reduzido em número de contribuições equivalente ao
número de meses em que o parto foi antecipado.

a) Benefícios por incapacidade


-Auxílio doença e aposentadora por invalidez: carência de 12 meses (12 meses de contribuição efetiva e sem
atraso).
Destaca-se que doença é diferente de incapacidade. Há várias doenças que não são incapacitantes (ex.:
diabetes, hipertensão, etc). A incapacidade é mais grave, pois torna a pessoa inapta ao trabalho. Apenas a
incapacidade dá direito ao benefício.
OBS.: A carência é dispensada em caso de acidente ou doença grave. Aqui, enquadra-se qualquer tipo de acidente
(de trabalho ou não). Existe uma Portaria que estabelece o rol de doenças graves. Contudo, como a portaria foi
editada em 2001 e nunca foi atualizada, pode haver doenças graves não contidas na portaria, desde que seja
equiparada a alguma enfermidade contida no rol.

b) Aposentadoria voluntária
Carência de 180 contribuições (15 anos).
c) Salário maternidade
A carência, em regra, é de dez meses. Isto porque leva-se em conta sempre um mês a mais do que o tempo de
gestação. Assim, se a criança nascer de oito meses, o tempo de carência será de nove. Logo, tem que pagar a
previdência um mês antes de decidir engravidar.
Empregado, doméstica ou avulsa NÃO precisam de carência para receber salário maternidade, pois está só é
exigida para quem é o responsável por sua própria contribuição.

A carência tem que ser consecutiva?


Não! Porém, o intervalo entre uma contribuição e outra não pode gerar a perda de qualidade de segurado.

VALOR DOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS

Como calcular o valor do benefício:


1. Descobrir o valor do salário de contribuição;
2. Descobrir o valor do salário de benefício;
3. Descobrir o fator previdenciário; e
4. Descobrir a renda mensal do benefício.
Art. 28. O valor do benefício de prestação continuada, inclusive o regido por norma especial e o decorrente de acidente
do trabalho, exceto o salário-família e o salário-maternidade, será calculado com base no salário-de-benefício.

1. Salário de contribuição
Genericamente, salário de contribuição é o valor mensal que o trabalhador ganha e será a base DE cálculo da
contribuição previdenciária (tributo).
Porém, no salário há verbas remuneratórias e verbas indenizatórias, sendo que estas últimas não entram na
base de cálculo da contribuição previdenciária e, portanto, não são abrangidas pelo salário de contribuição.

*No caso do trabalhador autônomo, o salário de contribuição também será o tanto que ele ganha por mês, só que,
neste caso, será o valor que “ele diz que ganha”.
*Para o segurado especial, como ele não contribui, o salário de contribuição é equivalente ao salário-mínimo.

2. Salário de benefício
É a base DO cálculo do valor do benefício. Observe que não é o próprio valor do benefício, mas é partir dele
que teremos o valor exato do benefício. Também é importante ressaltar que é a base DO cálculo (e não DE cálculo),
porque aqui não envolve nenhum tributo.

*O salário de benefício multiplicado por uma porcentagem é igual ao valor do benefício.

É calculado com base de uma média do salário de contribuição. Até 1998, o Salário de benefício era calculado
com base nos últimos 36 salários de contribuição (3 anos). Porém, hoje a média é feita com base em todo o
histórico de contribuições, excetuando-se 20% das piores contribuições.
Logo, o cálculo é feito com base em 80% dos melhores salários de contribuição do segurado. Contudo, esses
80%, em regra, são contados a partir de julho de1994. Pois, em 94, teve o plano real, que resolveu o problema da
inflação no Brasil. Por isso, presume-se que antes do plano real os salários de contribuição eram baixos, em razão
da inflação.
Ressalta-se que a desconsideração dos valores anteriores a julho de 1994 é para beneficiar o segurado. Desta
forma, comprovando que os salários de contribuição antes dessa data eram altos, poderão ser considerados para
fazer a média do salário de benefício.
Para fazer essa média, tem que ter pelo menos doze contribuições. Contudo, até pode fazer a média se tiver
contribuído menos, mas dará uma valor baixo, porque tem que dividir por 12.
PROVA: se a pessoa está trabalhando há sete meses e sofre um acidente de trabalho (que não precisa de carência)
e pleiteia auxílio doença. Ela pega esses 7 salários de contribuição e divide por 12 (pois a pessoa contribuiu pouco,
por isso tem que dividir por 12, mesmo que contribuiu menos que 12 meses). Desta forma, ainda que não precise
de carência, o benefício será com um valor baixo, pois pegará o salário de sete meses e dividirá por 12.

3. Fator Previdenciário
Deve ser obrigatoriamente calculado na aposentadoria por tempo de contribuição, ressalvada a regra 85/95 e
pode ser calculado (uma faculdade) na aposentadoria por idade.
Não será aplicado aos demais benefícios.

O fator previdenciário foi criado para desestimular a aposentadoria por tempo de contribuição, porque é um
benefício sem risco social (a pessoa não está velha, não está doente, não está nada, mas está recebendo benefício
da aposentadoria por tempo de contribuição).
Foi levado à votação para estipular uma idade mínima para a aposentadoria por tempo de contribuição (ATC)
Através de votação ficou decidido que a Aposentadoria por Tempo de Contribuição seria sem idade mínima. Sabe-
se que a ATC exige 35 anos de contribuição para o homem e 30 para mulher.
Como não foi aprovada a idade mínima, com a Lei n.º 9.876/99 criou-se o fator previdenciário, que é um
multiplicador do salário de benefício, cujo valor gira perto de um (pode ser mais ou menos de um). Com isto, o FP
pode aumentar ou diminuir o salário de benefício.

𝑇𝐶 𝑥 𝑎 (1 + 𝐼𝑑 + 𝑇𝐶 𝑥 𝑎)
𝐹={ 𝑥 [1 + }
𝐸𝑠 100

Es = expectativa de sobrevida (é inversamente proporcional ao resultado)


Tc = tempo de contribuição até o momento da aposentadoria (quanto maior, maior o resultado)
Id = idade (quanto maior a idade, maior é o resultado)
a = 0,31 (alíquota de contribuição)

*Expetativa de sobrevida= expectativa de vida (fixada pelo IGBE) – (menos) idade da pessoa.
Logo, quando mais nova a pessoa é, maior a expectativa de sobrevida.
Conclusão: muita idade, muito fator. Pouca idade, pequeno fator (pois tenho muita expectativa de sobrevida).

-Quanto maior o tempo de contribuição, maior será o fator previdenciário;


-Quanto menor for a expectativa de sobrevida, maior será o fator previdenciário;
-Quanto maior a idade, maior será o fator previdenciário;
E quanto maior o fator previdenciário, maior será o salário de benefício.
O FP tem por objetivo estimular a permanência do segurado em atividade formal, retardando a sua
aposentadoria para que não tenha um decréscimo no benefício; tenta compensar, de certa forma, o limite de idade
que foi rejeitado quando da aprovação da EC 20/98. Retardando o número de aposentadorias, as contas do
Sistema apresentarão uma “folga”.
São duas as principais consequências da aplicação do FP:
a) Diminuição do salário de benefício para quem resolve se aposentar de acordo com as regras anteriores;
b) Majoração do valor do benefício para quem retardar a aposentadoria, porque computará um tempo de
contribuição maior e receberá a cobertura previdenciária por um período menor.

Regra 85/95
Se a soma da idade com o tempo de contribuição der 85 (mulher) ou 95 (homem), não precisa aplicar o fator
previdenciário na aposentadoria por tempo de contribuição. Esta regra 85/95 irá progredir, até virar 90/100.

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