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Marduk e Kara andavam na floresta despreocupadamente, admiravam a beleza e a vida da

grande mãe, o perigo dos caçadores já havia passado, os últimos haviam sido expulsos ou estavam
enterrados servindo de adubo para a Kalussar. Foi Kara que primeiro sentiu o cheiro metálico, forte
e entorpecente do sangue, empertigou-se e sinalizou para Marduk o sinal de perigo. Dividiram-se
para fechar o cerco, ao se aproximarem, tensos e preparados para o combate, depararam-se com
uma cena que reviraria o estômago dos mais fracos. Havia cerca de cinco crianças e duas mulheres,
todas mortas, seus corpos estavam destroçados, pedaços haviam sido mastigados e cuspidos, outros
estavam sem uma gota de sangue sequer. Aterrorizados com tamanha crueldade, Marduk e Kara
tentavam entender o que havia ocorrido, não conseguiram identificar que animal ou ser havia feito
aquilo, marcas de garras e mordidas podiam ser vistas nos pedaços de carne jogados ao chão,
pedaços que outrora eram pessoas. O mais estranho era que não havia rastro de saída da criatura,
aparentemente ela surgiu do nada e para o nada voltou, revirando os poucos itens que as pessoas
carregavam, perceberam que em uma mochila deixada de lado, algo se movia, cautelosos se
aproximaram, espadas e arco preparados. Relaxaram e se surpreenderam, havia um bebê lá dentro e
estava vivo. Kara o pegou e o ninou, a criança possuía consigo um colar que tinha como pingente
um pequeno livro. Marduk se encarregou de enterrar os restos mortais e os dois, quer dizer os três
voltaram para o acampamento.
Deram-lhe o nome de Keric o tratavam como um filho, o amavam, ensinaram-lhe a respeitar
a vida e a grande floresta. Os anos passaram Keric mostrou grande aptidão no uso da espada e do
arco, sendo ainda um hábil rastreador. Fervoroso em sua paixão pela floresta regularmente entrava
em conflito com os caçadores e lenhadores que adentravam a Kalussar para maltratá-la, em uma
dessas ocasiões acabou por agredir o filho de um Duque local, que jurou vingança.
O filho do Duque, sedento por vingança, contratou um grupo de mercenários para darem
cabo de Keric e sua família, a luta foi difícil, muitos dos mercenários morreram, porém devido ao
grande número acabaram por derrotar os protetores da Kalussar. Keric viu seu pai ser torturado e
morto, sua mãe ser estuprada e morta. A raiva o consumia quando chegou a sua vez de sofrer nas
mãos dos captores algo surpreendente aconteceu, chamas surgiram em suas mãos e tomaram conta
do seu corpo, rajadas e mais rajadas de fogo foram lançadas no grupo de mercenários que corriam
desesperados, o filho do Duque correu, porém topou. Keric se aproximou ainda tomado pela raiva
ergueu as mãos e queimou o rosto do desgraçado.
Desnorteado, Keric se ajoelhou diante dos corpos de seus pais, e os viu queimar, não só eles,
mas também grande parte da Kalussar, após o fogo cessar, Keric juntou o que pode e partiu sem
olhar para trás, viajou por várias regiões por fim, após um sonho que persistia em se repetir quase
que toda a noite acabou por se estabelecer na Vila de XXXXXX.

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