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DFA em Engenharia de Estruturas

2009/2010
Disciplina de Opção – Execução de Estruturas
Júlio Appleton

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Disciplina – Execução de Estruturas

PROGRAMA

1. Estruturas de Betão. – Fabrico, colocação e cura do betão – Juntas de


betonagem. – Cofragens e cimbres. – Armaduras para betão armado e
armaduras de pré-esforço. – Aplicação e controlo do pré-esforço –
Aplicação de protecções superficiais (10,5h)

2. Estruturas Metálicas e Mistas. – Execução em fábrica de elementos


metálicos: corte, dobragem, soldadura; controlo da qualidade; tolerância.
– Transporte e montagem. – Ligações e conectores. – Aplicação de
protecções contra a corrosão e contra o fogo. (10,5h)

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Disciplina – Execução de Estruturas

HORÁRIO

3ª Feira 5 Janeiro 2010 Execução de Estruturas


11h30m – 13.00h Enquadramento geral – ENV13670
4ª Feira 6 Janeiro 2010
10h00m – 13.00h
5ª Feira 7 Janeiro 2010 Execução de Estruturas Metálicas
11h30m – 13.00h Enquadramento geral – ENV13670

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Disciplina – Execução de Estruturas

HORÁRIO

3ª Feira 12 Janeiro 2010 Aditivos adjuvantes para betão


11h30m – 13.00h Drª Nídia Dias – SIKA
4ª Feira 13 Janeiro 2010 Execução do Pré-Esforço
10.00h – 11h30m Engº Romão de Almeida – VSL
13 Janeiro 2010 Revestimento da Protecção de Estruturas
11h30m – 13.00h Metálicas
Drª Elsa Vaz Pereira e Drª Paula Rodrigues
- LNEC
5ª Feira 14 Janeiro 2010 Execução de Estruturas Pré-Fabricadas
11h30m – 13.00h Engº Filipe Saraiva – Pavicentro
6ª feira 15 Janeiro 2010 Cofragens e Cimbres
10.00h – 12h00m Engº Peter John – Doka

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Disciplina – Execução de Estruturas

HORÁRIO

3ª Feira 19 Janeiro 2010 Controlo da Qualidade de Execução de


11h30m – 13.00h Estruturas Metálicas
Engº João Braz Luis – ISQ
4ª Feira 20 Janeiro 2010 Visita à Martifer
10h00m – 13.00h
5ª Feira 21 Janeiro 2010 Montagem e Execução de Estruturas
11h30m – 13.00h Metálicas
Prof. Francisco Virtuoso – IST

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Disciplina – Execução de Estruturas

AVALIAÇÃO DE CONHECIMENTOS

1. Monografia (≅
≅ 25 páginas) sobre um tópico de execução de estruturas:

Estruturas de Betão Estruturas Metálicas


- Cimbres - Sistemas de Protecção
- Industrialização Armaduras - Ligações, …
- Durabilidade de Sistemas de Pré-esforço - Montagem
- Cura do Betão -…
- Betão Autocompactável
- Betão Colorido
- Pré-fabricação de Pontes
- Pré-fabricação de Edifícios
- Custos
- Planeamento de Execução
Ou um tema a propor pelos alunos

A monografia será apresentada oralmente (fim de Fevereiro) e nessa ocasião


serão colocadas 2 questões sobre outros temas de execução de estruturas.
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REFERÊNCIAS

1. Execução de Estruturas de Betão

1.1 Gerais
ENV 13670-1: 2005 – Execução de estruturas em betão. Parte 1: Regras gerais
REBAP – Regulamento de Estruturas de Betão Armado e Pré-Esforçado – Dec-Lei 348-C/83 de 30
Julho
FIP Guide to Good Practice – Practical Construction, 1975
J. Calvarela Ruiz, et al – Ejecución y control de estruturas de hormingón, INTEMAC, 2004

1.2 Cofragens e Cimbres


fib Bul 48 (2009) – Guide to Good Practice – Formwork and falsework for heavy construction

1.3 Betão
EN 206 – Betão
MC 90 – Appendix D – Concrete Technology

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REFERÊNCIAS
1.4 Armaduras para Betão Armado
prEN10080:1999 – Steel for the Reinforcement of Concrete – Weldable Reinforcing Steel – General
Bul. 164-CEB – Industrialization of Reinforced in Reinforced Concrete Structures, 1985
LNEC E449:1998 – Varões de aço A400NR
E455:2002 – Varões de aço A400NR de ductilidade especial
E456:2000 – Varões de aço A500ER para armaduras de betão armado – Característica, ensaios
e marcação
E457:2002 – Varões de aço A500EL para armaduras de betão armado – Característica, ensaios
e marcação
E458:2000 – Redes electrossoldadas para armaduras de betão armado – Característica,
ensaios e marcação
E460:2002 – Varões de aço A500NR de ductilidade especial para armaduras de betão armado –
Característica, ensaios e marcação

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REFERÊNCIAS
1.5 Pré-Esforço
EN10138 – Aços de Pré-Esforço
FIP Guide to Good Practice – Prestressed Concrete: safety precautions in post-tensioning, 1989
FIP Guide to Good Practice – Preparation of Specification for Post-Tensioning, 1992
FIP Guide to Good Practice – Quality Assurance and Quality Control for Post-Tensioned Concrete
Stuctures, 1986
FIP Technical Report – Tendons, 1995
CEN SC2 – Nº 46 – Mechanical Tests and Requirements for Post-Tensioning Systems.
EN 523 – Bainhas
EN 446 – Injecção
EN 447 –
LNEC E459 –
E452:2004 – Fio de aço para pré-esforço
E 453:2002 – Cordões de aço para pré-esforço
fib Bul 7 (2000) Corrugated plastic ducts for internal bonded post-tensioning
fib Bul 11 (2001) Factory applied corrosion protection of prestressing steel
fib Bul 15 (2001) Durability of post-tensioning tendons
fib Bul 20 (2002) Grouting of tendons in prestressed concrete
fib Bul 33 (2005) Durability of post-tensioning tendons

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REFERÊNCIAS
1.6 Pré-Fabricação
FIP Manual
fib Bul 6 (2000) Special design considerations for precast prestressed hollow core floors
fib Bul 19 (2001) Precast concrete in mixed construction
fib Bul 29 (2004) Precast concrete bridges
fib Bul 43 (2008) Structural connections for precast concrete buildings

1.7 Sites para consulta na internet


fib – http://fib.epfl.ch/
ERMCO – www.ermco.eu

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REFERÊNCIAS

2. Execução de Estruturas de Metálicas

2.1 Gerais

pr EN1090-1 – Condições gerais de fornecimento de elementos de estruturas de aço e alumínio

pr EN1090-2 – Condições gerais de fornecimento de elementos de estruturas de aço e alumínio

Curso CMM – EN1090-2 – Execução de Estruturas de Aço e de Estruturas de Alumínio – Novembro


2008

2.2 Materiais

EN 10025 – Hot rolled products of structural steels

2.3 Ligações

2.4 Protecção

EN ISO 12944 – Tintas e Vernizes. Protecção Anticorrosiva de Estruturas de Aço por Esquemas de
Pintura

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ENV13670-1 – Execução de Estruturas em Betão (2005)

1 – Objectivo e Campo de Aplicação Anexo A – Guia sobre documentação


2 – Classificação das Acções Anexo B – Guia sobre cimbres e
cofragens
3 – Definições
Anexo C – Guia sobre armaduras
4 – Documentação
Anexo D – Guia sobre pré-esforço
5 – Cimbres e cofragens
Anexo E – Guia sobre betonagem
6 – Armaduras
Anexo F – Guia sobre tolerâncias
7 – Pré-Esforço geométricas
8 – Betonagem Anexo G – Guia sobre inspecção
9 – Execução com produtos pré-
fabricados e com componentes
pré-moldados no estaleiro
10 – Tolerâncias Geométricas
11 – Inspecção

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Cofragens, Cimbres e Andaimes

Cofragem com painéis de contraplacado marítimo Moldes em betão vazado para aligeiramento da laje

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Tipos de Cofragem

− Tradicional (madeira) – Executado para cada caso específico

− Paineis Standard – Doka, Peri, …

− Moldes perdidos, pré-lajes não colaborantes

− Moldes trepantes (movimento com macacos hidráulicos ou gruas)

− Moldes deslizantes (torres, chaminés, silos, …) – 3 a 5m/dia

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Cofragens
Moldes Metálicos

Cofragens de Madeira

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Cofragens

Moldes Perdidos
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Cofragens, Cimbres e Andaimes
Requisitos dos moldes (cofragens)
− Garantir a geometria definida (dentro das tolerâncias admissíveis)
− Definir a textura e qualidade da superfície do betão
− Resistir às acções durante a construção (com reduzida deformação)
− Garantir a estanqueidade
− Permitir a fácil descofragem sem introduzir danos na estrutura

Projecto:
− A acção principal nas cofragens é a correspondente ao impulso do betão no estado fresco
− O projecto deve ser realizado de acordo com a Regulamentação em vigor (Estrutura
metálica, de madeira, ...);
− Deve ter em conta as acções actuantes
− Deve garantir a resistência e uma reduzida deformabilidade (prever eventualmente
contraflechas).

Cuidados na Montagem e Escoramento


− A executar em conformidade com o projecto
− Deve realizar-se uma limpeza antes da betonagem
− Devem adoptar-se espaçadores adequados para as armaduras, ou seja
em número suficiente,
com a resistência necessária e
com uma durabilidade semelhante à requerida à estrutura de betão
− Devem adoptar-se esticadores adequados, evitando-se varões correntes
− Devem adoptar-se janelas na face inferior para permitir a limpeza dos moldes.
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Cofragens, Cimbres e Andaimes
Inserções nas Cofragens

(3)

Desmoldagem
Para diminuir a aderência betão/cofragem é usual utilizarem-se óleos descofrantes (óleos de
origem mineral, ceras, ...), os quais não devem ser prejudiciais ao betão, às cofragens e às
armaduras. Não devem ainda ter efeitos nocivos na qualidade da superfície nem devem ser
nocivos ao ambiente.

Outros Aspectos
A utilização de cofragens deslizantes requer cuidados adicionais.
Para melhorar a qualidade da camada superficial do betão poderão adoptar-se cofragens de
permeabilidade controlada.
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Cimbres

Um cimbre é uma estrutura provisória que tem como objectivo suportar o peso da estrutura
enquanto o betão é colocado e compactado, até que a estrutura de betão tenha a
resistência necessária para se autosuportar

Apoio de cimbre ao solo Cimbre ao solo do tipo contínuo

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Cimbres

− Cimbres para pavimentos em edifícios apoiados nos pisos já realizados

− Apoiados no terreno (distribuído por muitos prumos ou com torres e asnas,…)

− Cimbres móveis – para lajes ou túneis


Cimbre móvel superior
para pontes a betonar tramo a tramo
Cimbre móvel inferior
para pontes a betonar por aduelas sucessivas em consola
(3 a 5m por aduela)

− Vigas de Lançamento (para Aduelas Pré-Fabricadas)

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Cimbres
Tipos
Actualmente parte significativa destas estruturas é realizada com elementos desmontáveis, do
seguinte tipo
− Perfis de aço ou elementos tubulares em geral pintados (e ou galvanizadas) que podem
ser unidos através de braçadeiras metálicas e ligadas a chapas de apoio podendo ser
providas de sistemas de rosca que permitem regular o comprimento total. No topo podem
ser providos de forquilhas com ou sem rosca de nivelamento. Estes sistemas facilitam o
nivelamento e o descimbramento

Projecto
O projecto do cimbre deve ter em conta
− O peso próprio do cimbre e cofragens
− O peso dos trabalhadores (sobrecargas de utilização)
− A força do vento
− O peso do betão
− Forças devidas a acções horizontais acidentais devidas a desvios de montagem
(imperfeições geométricas)
− As acções nos prumos devem ter em conta a deformação da estrutura do cimbre.

► O travamento dos cimbres através de diagonais é fundamental. Os travamentos deverão


ser ligados em todos os prumos e perto dos nós
► Quando necessário os cimbres deverão ser atirantados

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Cimbres

Cimbre com Torres e Vigas Metálicas

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Cimbres

Cimbre Móvel Inferior

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Cimbres

Cimbre Móvel Superior

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Cimbres

Cimbre/Carro de Avanços para Aduelas em Consola


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Cimbres
Montagem
► A montagem dos cimbres deve seguir desenhos detalhados, deve ser realizada por pessoal
especializado e objecto de controlo independente do montador.
► As cargas devem ser transmitidas aos prumos evitando excentricidades, no topo e na base
► O apoio dos cimbres deve ser especialmente cuidado, sendo realizado através de solipas de
madeira e/ou lajes de betão, devendo assegurar-se a capacidade do solo existentes e sempre
que necessário deve proceder-se ao seu saneamento. Quando necessário podem utilizar-se
estacas de madeira ou de betão para reforçar a capacidade de carga do solo. Se o terreno for
inclinado é necessário realizar banquetas ou introduzir dispositivos especiais de contenção do
solo.

Descimbramento
► Garantir o necessário período de permanência das cofragens e do escoramento
O critério para definir a idade do betão que permite o descimbramento é o de verificar que a
estrutura com as acções actuantes apresenta o necessário coeficiente de segurança em
relação à rotura e não fica sujeita a deformações excessivas.

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Cimbres
Em estruturas pré-esforçadas o escoramento pode ser removido após o tensionamento dos
cabos, o qual ocorre usualmente entre os 3 e 7 dias.
Em estruturas de betão armado os períodos necessários para a manutenção dos moldes e
prumos são a título indicativo os seguintes:

Temperatura à face do betão

≥ 24° 16° 8° 2°

Cogragens verticais 9h 12 h 18 h 30 h

Lajes
cofragem da face inferior 3 dias 4 dias 6 dias 10 dias
prumos 7 dias 10 dias 15 dias 25 dias

Vigas
cofragem da face inferior 7 dias 10 dias 15 dias 25 dias
prumos 10 dias 14 dias 21 dias 36 dias

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Armaduras para Betão Armado

− As características das armaduras ordinárias estão definidas no EC2 EN1992-1-1- Anexo


C, devendo ser indicado no Projecto o tipo de armaduras adoptadas

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Armaduras para Betão Armado
Moldes para realização das nervuras

Malhas pré-fabricadas
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Armaduras para Betão Armado
Pré-fabricação de armaduras

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ARMADURAS PARA BETÃO ARMADO

Marcação dos varões


A geometria das nervuras permite identificar:
 Classe de resistência
 Classe de ductilidade
 País produtor
 Fabricante

A400NR A400NR SD
(classe B) (classe C)

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ARMADURAS PARA BETÃO ARMADO

Marcação dos varões

A500NR A500NR SD
(classe B) (classe C)

A500 ER
(classe A)

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ARMADURAS PARA BETÃO ARMADO

Marcação dos varões


Identificação do país e do fabricante

A400NR SD
(classe C)

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Armaduras para Betão Armado

Transporte e armazenamento

Exemplo de armazenamento do aço evitando o contacto com o solo

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Armaduras para Betão Armado

Corte e dobragem
Utilização de meios mecânicos apropriados
Não é permitida a dobragem com recurso ao aquecimento dos varões
O diâmetro de dobragem deve ser o requerido conforme especificado no EN1992-1-1
A desdobragem de varões só poderá se autorizado se for utilizado equipamento especial.

Soldaduras
A soldadura é aplicável em aços com as necessárias características. As malhas
electrossoldadas tem a vantagem de a soldadura ser realizada em ambiente industrial com
rigoroso controlo de qualidade.
Não deve ser aplicada em dobras ou elementos sujeitos a fadiga

Fabrico, montagem e colocação


Adoptar os espaçadores/cadeiras necessários para assegurar o recobrimento especificado
(nominal)

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Armaduras para Betão Armado

Espaçador plástico em pilar o qual pode rodar Exemplo de espaçador pré-fabricado em betão
quando da colocação da cofragem de introdução
das armaduras no modelo

Montagem

Deixar o espaço para a passagem do vibrador


Garantir que as malhas de armaduras são rígidas e estáveis durante a betonagem. A ligação
entre armaduras deverá ser efectuada com arame de atar ou soldadura por pontos.
A utilização de acopladores é permitida desde que comprovada a sua eficácia.

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Armaduras de Pré-Esforço
Requisitos:
As características dos aços de pré-esforço estão definidas no EC2, EN1992-1-1 e na Norma
Europeia 10138.
No projecto deve ser claramente definido quais os aços de pré-esforço adoptados.
É necessário verificar que todas os componentes dos sistemas de pré-esforço (prétensão ou
póstensão aderente ou não aderente) estão conforme o sistema homologado ou aprovação
técnica europeia e devidamente Identificadas.
As bainhas de aço devem estar em conformidade com a EN523

Transporte e armazenamento
Os materiais sensíveis à corrosão devem ser protegidos durante o transporte e
armazenamento

Bobine de cordão de pré-esforço e dispositivo de desenrolamento


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Armaduras de Pré-Esforço

Fabrico de armaduras
O corte deve ser efectuado por disco.
Devem ser colocados os tubos de purga necessários.
Não é permitida a soldadura ou corte a maçarico de aço de pré-esforço ou de ancoragens.
As bainhas e suas juntas devem ser seladas para protecção contra a penetração de água.

Pormenor da fita de selagem na zona de emenda das baínhas

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Armaduras de Pré-Esforço
Colocação e Montagem

Pormenor da montagem e apoio das baínhas de Vista geral das armaduras ordinárias e dos
cabos de pré-esforço tubos de purga dos cabos de pré-esforço

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Armaduras de Pré-Esforço

Pormenor de fixação da ancoragem de um Pormenor da zona de ancoragem de cabos de


monocordão à cofragem pré-esforço

As armaduras de pré-esforço devem ser colocadas e fixadas de modo a conservarem a sua


posição dentro das tolerâncias admissíveis

Devem ser previstas purgas, devidamente fixadas, nas extremidades das bainhas e nos pontos
onde se podem acumular água ou ar.

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Armaduras de Pré-Esforço

Protecção temporária (Anexo D da ENV 13670) – recomendação


Deve procurar-se respeitar os seguintes períodos máximos:
- 12 semanas entre a data de fabrico dos cabos e a injecção
- 4 semanas entre a data de montagem dos cabos sobre as cofragens e a betonagem
- 2 semanas entre o pré-esforço e a injecção
Caso contrário devem ser adoptadas medidas de protecção provisórias.

Aplicação do pré-esforço
É fundamental que o pessoal seja qualificado para este tipo de trabalho, que o equipamento
esteja calibrado e que tenham sido adoptadas as medidas de segurança do PSS.
O plano de puxe deve ser detalhado e aprovado previamente
A aplicação ou a transferência de pré-esforço a uma estrutura deve ser efectuada
progressivamente e só é permitida quando a resistência do betão cumprir os requisitos da
EN1992-1-1.
Não deve ser permitida a aplicação de pré-esforço por postensão com temperaturas inferiores a
10°C.
O pré-esforço só pode ser aplicado após verificar-se se a resistência do betão atingiu o valor
necessário para cada problema específico
Todas as operações devem ser registadas

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Armaduras de Pré-Esforço
Tolerância para alongamentos
As seguintes tolerâncias dos desvios entre os valores observados e os previstos no plano de puxe
são admissíveis:
< 10% para um cabo (postensão) e 5% para uma armadura de pretensão
< 5% para a totalidade dos cabos (postensão) de um elemento estrutural ou 3% para a
totalidade das armaduras da pretensão.
Se não forem verificadas estas tolerâncias devem ser tomadas medidas de acordo com
o especificado no projecto.

Injecção dos cabos


As injecções dos cabos deve ser feita com calda de cimento apropriada (EN 446 e EN447) ou
lubrificantes ou ceras apropriadas
Antes da injecção deverá verificar-se que os cabos e tubos de purga estão livres
A injecção pode ser efectuada por vácuo, devendo ser executada por empresa especializada
Após a injecção proceder-se-à à selagem de ancoragens e aberturas, ...

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Betão
O betão deve ser especificado e produzido de acordo com a EN 206 e Especificações do LNEC,
integradas nesta norma.

<
central de betão pronto
• Tipo de instalação para a produção do betão
Estas centrais incluem: central de betão em obra

− Depósito de inertes
− Silo para armazenamento de cimentos
− Estruturas de transporte dos materiais
− Balanças para pesagens
− Central de mistura
− Local de descarregamento
− Laboratório de autocontrolo
• Antes da Betonagem
− Realizar estudo de composição do betão
− Realizar plano de betonagem, o qual deve incluir a localização das juntas de
betonagem e a preparação de toda a logística para executar a betonagem.
As juntas de betonagem devem ser localizadas em zonas de esforços reduzidos,
sempre que possível
− Preparar os moldes e armaduras e verificar a sua limpeza

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Betão
• Transporte
− Por camião autobetoneira (o tempo de transporte deve ser limitado nas situações correntes a
30 – 45 minutos)
− Por bombagem (bombas com capacidade para transporte de 12 a 200 m3/hora, e betão com
composição adequada e adoptada a este tipo de transporte)
− Por tapete rolante
− Por “balde” (depósito aberto)

• Betonagem, Colocação e Compactação


− A realizar apenas após concluídas todas as tarefas de inspecção e desde que as condições
climatéricas o permitam (se necessário a zona a betonar deverá ser protegida contra a
radiação solar, vento forte, congelação, água, chuva e neve).
O betão deve ser colocado e compactado de modo a assegurar que todas as armaduras e
elementos a integrar no betão ficam adequadamente embebidas de acordo com as
tolerâncias do recobrimento e que se obtém a resistência e durabilidade pretendidas, os
seguintes aspectos deverão ser considerados:

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Betão

− Minimizar a segregação
− Descarregar o betão na vertical, a baixa altura
− Começar a betonagem pelas zonas mais baixas quando existe inclinação significativa da
cofragem
− Utilizar anteparas ou tubagens para colocar o betão
− Vibração/compactação
Manual
com vibrador (≥ 50m de diâmetro),
Pode ser:
 régua vibrante ou
 vibração da cofragem (para peças de pequena espessura)
ou com mesas vibrantes (pré-fabricação)
− Após a vibração não devem continuar a aparecer bolhas de ar à superfície.
− Por cada camada não superior a 50 cm de espessura aplicar a vibração.
− Em secções muito espessas a recompactação da camada superficial é recomendada

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Betão

Betonagem da laje de um edifício

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Betão

• Cura
− O betão nas idades jovens deve ser objecto de cura e protecção:

− para minimizar a retracção plástica


− para assegurar uma resistência superficial adequada
− para assegurar uma durabilidade adequada na zona superficial
− para assegurar resistência à congelação
− para o proteger contra vibrações prejudiciais, impacto ou danos.

Os seguintes métodos de cura são admissíveis separadamente ou em sequência:


− Manter a cofragem
− Cobrir a superfície de betão com membrana impermeáveis
− Colocação de coberturas húmidas
− Manter a humidade da superfície visível do betão.

47
Betão

48
Betão

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Deficiências de Execução

50
Deficiências de Execução

Selecção dos Materiais

Reacções expansivas
⇒ fendilhação do betão
⇒ deterioração

51
Deficiências de Execução

Colocação – Compactação do Betão

Saída de finos  acumulação de agregados


 Deterioração por corrosão

52
Deficiências de Execução

Cofragens Deficientes

Deficiente colocação da cofragem

53
Deficiências de Execução

Posicionamento das Armaduras

Armaduras sem recobrimento

54
Deficiências de Execução
Posicionamento das Armaduras
Cabos de pré-esforços mal posicionados
 alteração dos esforços
 fendilhação

Deficiente posicionamento da armadura


 dificuldades de betonagem
 vazios
 corrosão

55
Deficiências de Execução
Posicionamento das Armaduras/Espaçadores

Espaçadores em material inadequado

Deficiente colocação dos espaçadores

56
Deficiências de Execução

Colocação – Compactação do Betão - Juntas

Segregação do betão

Concentração da deterioração
nas zonas segregadas

57
Deficiências de Execução

Colocação – Compactação do Betão - Cura

Vazios sob o varão

Assentamento do betão

Malha de armaduras marcada na superfície

58
Deficiências de Execução

Colocação – Compactação do Betão - Cura


Fendas horizontais provocadas
pela restrição da cofragem
ao assentamento do betão

Cura do betão

Falta de humedecimento da superfície


⇒ Retracção plástica
⇒ Fendilhação do betão

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Controlo de Qualidade

Colocação – Compactação do
Betão - Juntas

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Controlo de Qualidade
Classes de Inspecção

61
Controlo de Qualidade

Inspecção de Materiais e Produto

62
Controlo de Qualidade
Inspecção da Execução

63
Controlo de Qualidade

Na EN13670 listam-se nos capítulos 11.4 a 11.7 os aspectos principais que devem ser objecto
de inspecções nas seguintes tarefas:
− Inspecção dos cimbres e das cofragens
Antes da betonagem
Depois da betonagem
− Inspecção das armaduras
Antes da betonagem
Depois da betonagem
− Inspecção do pré-esforço
Conformidade com as especificações
Antes da betonagem
Antes do pré-esforço
Antes da injecção
− Inspecção das operações de betonagem

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Controlo de Qualidade

Tolerâncias (EC2) – define o máximo desvio aceitável entre uma variável geométrica medida em
obra e o correspondente valor nominal especificado no projecto
Generalidades

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Controlo de Qualidade

Tolerâncias na posição de fundações

66
Controlo de Qualidade
Tolerâncias de
verticalidade em pilares e
paredes

67
Controlo de Qualidade
Tolerâncias na posição de pilares e paredes em planta

68
Controlo de Qualidade

Tolerâncias de implantação em vigas e lajes

69
Controlo de Qualidade

Tolerâncias geométricas
em vigas e lajes

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Controlo de Qualidade
Tolerâncias dimensionais em secções

71
Controlo de Qualidade

Tolerâncias dimensionais
em secções

72
Controlo de Qualidade
Tolerância do desempeno de superfícies e arestas

73
Controlo de Qualidade

Tolerâncias na localização de aberturas e inserções

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Controlo de Qualidade

Elevada qualidade do acabamento em estrutura de


betão de geometria complexa

A garantia da qualidade de uma estrutura envolve todas as actividade e intervenientes do


processo construtivo, destacando-se:
− Controlo do Projecto
− Controlo da Produção e Execução, de acordo com as classes de inspecção especificado
no projecto.
− Controlo da Qualidade da Estrutura Concluída
A garantia da qualidade deve ser verificada por controlo interno e externo

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