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Capítulo II: mostra que apesar de ter sido marcante na estrutura do período colonial, o trabalho
escravo, sobretudo no modelo de plantation abordado pela historiografia, não exprime toda a
complexidade da sociedade e relações de trabalho coloniais. O trabalho era predominantemente
compulsório, com diferenças no tempo e espaço. O modelo de trabalho escravo, monocultura e
latifúndio caracteriza uma fase específica dentro da economia do açúcar do Nordeste. As regiões que
apresentavam as diferenças mais marcantes eram a Norte e Sul. Para provar esse ponto, o autor traz
novas contribuições da historiografia que contextualizam e exemplificam essas argumentações.
Capítulo III: concentra-se em uma “segunda fase da colônia” com a inauguração de uma fase urbana mais
intensa, decorrente da economia aurífera. Com o marco temporal de 1750 ( Tratado de Madri) até a
chegada da família real ao Brasil, o autor explora as transformações e o impacto das ideias iluministas
para a colônia: a Era Pombalina, a influência da Independência dos EUA, da Revolução Francesa , da
Revolução Haitiana e das mudanças europeias após a Revolução Industrial. Além disso, trata da questão
de fronteiras com a América Espanhola e do apogeu e decadência da economia do ouro no Brasil.
Conceito Importante!
Escravidão foi apenas uma modalidade de uma categoria mais geral da colônia, o trabalho
compulsório. Isso não exclui a escravidão, que esteve presente inclusive na pecuária,
diferentemente do que se pensava antes, mas amplia a visão dicotômica e traz mais nuances para
o modelo simplificado da obsessão plantacionista
O trabalho de base afro-americana no Brasil foi consequência de alguns fatores que diferenciaram a
experiência brasileira de outras regiões colonizadas. Esse fatores podem ser divididos em 3 categorias.
1. Forças Produtivas
A) Demografia
população.
C) Técnicas de Produção
● Lógica colonial ( terras abundantes, forte tributação, condições comerciais favoráveis à
metrópole, necessidade de importar, alto custo de importação) leva à tendência de baixo
investimento em tecnologia e a uma estrutura baseada no trabalho compulsório
● Baixo ambiente intelectual na América Portuguesa com baixa circulação de ideias novas e
progresso
2. Sistema Mercantilista
● Ausência de moeda-> Pacto colonial drenava riquezas para fora da colônia: pouco
dinheiro em circulação, tardou em desenvolver sistema assalariado pois funcionavam
relações de dependência através de empréstimos.
● Ação da Igreja Católica
○ Missionários: esforço para impedir colonização dos índios, esforço para
gerar campesinato sedentário com base para a colonização através da
autorreprodução de uma mão de obra a princípio livre.
○ Clérigos: prestígio moral e justificativa ideológica das formas de trabalho
compulsório vigentes . Alertavam senhores contra abusos, mas convencia
escravos à manutenção da ordem.
A DIVERSIDADE NO TEMPO
Toda essa cronologia diz respeito ao Nordeste e parte do Sudeste, concentrando-se na região litorânea
brasileira.
Contexto
● Portugal já possuía experiência prévia com mão-de-obra escrava negra no sul do País e em
suas ilhas do Atlântico.
● O engenho de açúcar e a exploração de latifúndios não são consequência do tráfico de
escravos. Com a insuficiência de mão-de-obra indígena surge a demanda por mão-de-obra
e encontra-se alternativa na exportação. A procura que criou a oferta.
● O tráfico de pessoas funcionava, sobretudo, no eixo do Atlântico Sul. Comerciantes do Rio
de Janeiro e Salvador lucravam mais que em Lisboa. Inclusive, invasão de holandeses em
Luanda foi resolvido pelos brasileiros, porque ferias mais aos interesses dos portugueses
localizados no Brasil que viam o seu comércio prejudicado.
Aspectos econômicos
● Lucros médios eram de 5 a 10% e excepcionais de 10% a 15%.
● O dinheiro adquirido com o tráfico era investido na agricultura para a exportação, não
havia dependência financeira com a Europa.
Aspectos Sociais e Divisão do Trabalho
● Definição de escravo (David Brin Davis):
1) Propriedade de outro homem
2) Vontade submetida à autoridade do dono
3) Trabalho mediante coação
Pontos acrescentados no texto: condição hereditária, propriedade trasnferível por venda,
doação, legado, aluguel (transformando em coisa); sem direito; sem família; sem nome; incapacidade
jurídica não é seguida de incapacidade penal.
● Distinção entre os grupos de escravos (heterogêneo)
○ Cativo recém-chegado (boçal) e landino (aculturados).
○ Crioulos: nascidos no Brasil.
○ Mulatos e crioulos preferidos para tarefas domésticas. Negros africanos
tarefas de lavoura.
● Tipos de trabalho
○ Agricultura: engenho de açúcar eram mais complexos do que se pensam->
complexa divisão do trabalho, parcelas de terra em usufruto e tempo livre
para cultivo. Ínfima possibilidade de comprar alforria, sendo mais comum
entre mulheres, escravos domésticos/confiança e mulatos bastardos dos
senhores
○ Pecuária: propriedade do escravo era mais comum do que se pensava, mas o
trabalho empregava menor densidade de escravos.
A DIVERSIDADE NO ESPAÇO
● 1750- Tratado de Madrid- fim da expansão de facto, mas não de jure do domínio
português para o oeste do tratado de tordesilas.
● 1761- Acordo que anulou Tratado de Madrid
● 1777- Tratado de Santo Ildefonso - muda questão do Sul
● Centralismo:
○ Conselho Ultramarino com poderes diminuídos
○ Fim das capitanias hereditárias
○ Ampliação da justiça colonial
○ Desmantelamento das missões religiosas: transformadas em vilas e lugares
○ Ampliação da justiça colonial
● Relação com Jesuítas
○ Contra os jesuítas: atribui-se à oposição religiosa ao Tratado de Madri.
○ Planos anteriores de confisco de suas propriedades e o fim das missões
permitiriam maior controle sobre a mão-de-obra indígena e fomento
econômico da região amazônica
○ Laicização era característica básica do despotismo esclarecido
Política econômica
● Aggiornamento reformista limitado
○ Fomento agrícola e criação de companhias de comércio
○ Descoberta do ouro cancela plano manufatureiro Dificuldades financeiras
de Portugal levaram à tentativa de criação de manufaturas, mas com o ouro,
Portugal abriu mão para se aliar à Inglaterra. Pombal muda isso ao criar um
mercantilismo de intenção fiscal e industrializante.
○ Companhia de comercio: controle sobre o comércio de exportação da
metrópole
Companhia Vinícola do Alto Douro
Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão
Companhia de Pernambuco e Paraíba
○ Programa frustrou-se devido à depressão econômica do Brasil de meados
do século XVIII até fim de 1770.
■ Diminuição da produção de ouro
■ Declínio dos preços de açúcar
● Liberdade dos índios causa indiganação entre colonos: ameaça de entregar Amazônia à França
● Companhia Geral do Comércio Grão-Pará e Amazônia(1756-1778): Dinamizou economia,
introduziu escravos, parêntese agrícola
Relação com Rio de Janeiro e Centro-Sul
● Rio de Janeiro confirma posição como grande porto e desenvolve a produção de açúcar e
introduz novas culturas
● Intensificação do comércio escravocrata com Angola
● Centralidade na extração de diamantes e decadência da região
Educação e Cultura
● Modernização de Coimbra
● Aulas régias para substituição do ensino jesuítico
● Surto intelectual em Minas
Situação Demográfica
● Incremento demográfico
○ Vinda de portugueses: ouro, agricultura e crise na metrópole
○ Intensificação do tráfico de escravos
○ Processos internos de crescimento-> População mestiça livre aumenta
○ 1754: 1,5 milhão-> 1908: 2,5 milhões
● Razões de Incremento:
○ Mudanças de política ( fim das missões na Amazônia com Pombal)
○ Dinâmica demográfica acelerada e povoamento do interior: chegando ao
contato com os espanhóis
● Mudanças:
○ Predomínio do Nordeste atenuado
○ Maioria branca no centro sul: importante para estratificação sócio-étnica.