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C&D-Revista Eletrônica da Fainor, Vitória da Conquista, v.3, n.1, p.95-107, jan./dez. 2010 95
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Deficit cognitivo como fator de risco para a limitação de atividades cotidianas em idosos institucionalizados
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Quanto ao tempo de
institucionalização, 85% moram no asilo
no intervalo de 1 a 10 anos. No que diz
respeito ao estado mental, 60%
demonstravam alguma alteração cognitiva
não sugestiva de déficit, sendo esta
alteração mais freqüente em idosos entre
60 e 80 anos (35%). Os distúrbios
osteomusculares estiveram presentes em
77,6%s dos idosos, sendo 40,8% na faixa
etária acima de 80 anos.
Dentre as doenças
osteomusculares as mais citadas (73,7%)
pelos idosos foram artrite, artrose,
artralgia, esporão de calcâneo,
Fonte: Dados da Pesquisa
osteoporose ou artrite reumatóide, sendo
A média de idade dos idosos foi de 39,5% destes idosos compreendidos na
75 (± 11,6) anos, com uma maior faixa etária de 60 a 80 anos.. Nesta
freqüência de idosos, na faixa etária entre distribuição das variáveis do estudo por
60 e 80 anos, correspondendo a 58,3% faixa etária não houve correlação
do total, sendo 33,3% do sexo masculino. estatística.
Quanto à escolaridade, observou-se que Ao se isolar a variável estado mental e
73,3% dos idosos são analfabetos, sendo cruzá-la com as demais variáveis do
41,6% compreendidos na faixa etária de estudo, verificou-se que a mesma
60 a 80 anos. Em relação ao recebimento apresentou diferença estatística
de renda, percebeu-se que ambos os significativa apenas com sexo (p < 0,001)
sexos tem renda de 1 salário mínimo e faixa etária (p < 0,001), conforme a
provenientes da aposentadoria, onde 50% Tabela 2 demonstra.
tanto do sexo masculino quanto do Tabela 2 - Distribuição dos idosos quanto a
caracterização sócio-demografica e de saúde
feminino são aposentados. segundo estado mental. Jequié/BA, 2010.
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vida diária, tais como: banhar-se, vestir- desempenho é observado (MAGNI et al.,
se, alimentar-se e higiene pessoal (RICCI 1993).
et al., 2005). As estatísticas de incidência/
O processo de envelhecimento prevalência dos quadros demências
pode ser acompanhado pelo declínio das apresentam grandes variações. Assim,
capacidades tanto físicas, como aos 65 anos a prevalência é de 0,5%,
cognitivas dos idosos, de acordo com sendo crescente e atingindo
suas características de vida. A minoria da aproximadamente 40% a partir dos 85
população estudada apresentou alteração anos. Os dados relativos à população
cognitiva não sugestiva de déficit após os 85 anos são precários, embora
cognitivo, dados estes corroborados por haja estudos que mostram que o numero
um estudo longitudinal da população geral de idosos com demência aumenta com a
acima de sessenta anos, no qual idade, inclusive nas idades mais
constatou-se que nenhum dos avançadas. Em diversos estudos os
participantes do estudo evidenciou um resultados são muito divergentes,
declínio generalizado em todas as variando a prevalência de demência entre
habilidades cognitivas examinadas. 6,8% e 47,2%, sem considerar os casos
Verificou-se que o declínio desencadeado de comprometimento cognitivo sem
pelo envelhecimento incidiu, demência (MAGNI et al., 1993; TAVARES;
especialmente, nas tarefas que exigiam FREIRE JÚNIOR, 2006).
rapidez, atenção, concentração e Segundo os dados deste estudo
raciocínio indutivo (REIS et al., 2008). não foi encontrada correlação entre
As pessoas idosas normais demência e capacidade funcional. O que
mantêm desempenho cognitivo estável contradiz os achados da literatura nos
quando medidos de forma longitudinal por quais cita-se que os déficits cognitivos
avaliação clinica cuidadosa e testagem devem comprometer o funcionamento
cognitiva repetida. Essa estabilidade ocupacional ou social e representar um
tende a ser mantida, a menos que declínio em relação a um nível
desenvolvam uma doença demencial, anteriormente superior de funcionamento,
quando, então, um declínio agudo do podendo assim comprometer a
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