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Índice

1. Introdução ...................................................................................................................... 2

1.1. Objectivos ................................................................................................................... 2

1.1.1. Objectivos específicos ......................................................................................... 2

1.1.2. Objectivos gerais ................................................................................................. 2

2. Extrusão ......................................................................................................................... 2

a) Materiais comumente extrudados .................................................................................. 3

2.1. Características da Extrusão ..................................................................................... 3

2.1.1. Quanto a Temperatura ......................................................................................... 3

2.1.2. Quanto a forma .................................................................................................... 4

2.2. Defeitos da Extrusão ....................................................................................................... 8

2.2.1. Como evitar alguns defeitos .................................................................................... 9

2.3. Processo de extrusão: parâmetros físicos ..................................................................... 10

2.4. Processo de extrusão: parâmetros geométricos ............................................................ 12

3. Conclusão .................................................................................................................... 13

4. Referência Bibliográfia................................................................................................ 13
Trabalho de investigação: Extrusão

1. Introdução
Tubos de metal, portas e janelas para as residências e edifícios, arames, cabos de aço e fios
eléctricos são produtos tão comuns no nosso dia-a-dia que a gente nem se dá trabalho de
prestar atenção neles. Mas nem por isso deixam de ser importantes. Muito pelo contrário!
Quanto mais usados mais necessários eles se tornam. Você já imaginou a vida em uma
cidade, grande ou pequena, sem cabos eléctricos ou telefónicos? E sem outra coisa bem
simples e muito barata que todo mundo precisa usar principalmente em um país tropical
como o nosso. Que coisa é essa? É o guarda-chuva! Impossível fabricá-lo sem tubos e
varetas de metal, produzidos pelos processos de conformação mecânica que desenvolverei
no seguinte trabalho sobre extrusão (Jackson Andrade, 2000).

1.1. Objectivos

1.1.1. Objectivos específicos


 Dar a conhecer parcialmente o conceito de extrusão

1.1.2. Objectivos gerais


 Neste ponto abordarei alguns conceitos para melhor compreensão do objectivo
específico, tais como: Extrusão, características da extrusão, defeitos e seus processos

2. Extrusão
É um dos processos de conformação mecânica em que um bloco é forçado a passar através
de um orifício de uma matriz sob alta pressão (com o auxílio de um êmbolo), de modo a ter
sua secção transversal reduzida, ou seja, é processo em que a peça é “empurrada” contra a
matriz conformadora, com redução da sua secção transversal.

Fig. 1: Ilustração de uma peça a ser empurrada

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Formas resultantes: Praticamente qualquer forma de secção transversal vazada ou cheia


pode ser produzida por extrusão. Como a geometria da matriz permanece inalterada, os
produtos extrudados tem secção transversal constante.

a) Materiais comumente extrudados


- Aluminio, Cobre, Aço, Magnésio, Chumbo

2.1. Características da Extrusão

2.1.1. Quanto a Temperatura


Dependo da ductilidade do material a extrudar o processo pode ser feito:

a) Extrusão a quente
É feita em temperatura elevada para ligas que não tenham suficiente ductilidade a
temperatura ambiente, de forma a reduzir as forças necessárias.

 Características
A extrusão a quente apresenta alguns problemas :

- O desgaste da matriz é excessivo;

- O esfriamento do tarugo na câmara pode gerar deformações não-uniformes.

- O tarugo aquecido é coberto por filme de óxido (exceto quando aquecido em atmosfera
inerte) que afecta o comportamento do fluxo do metal por suas características de fricção e
pode gerar um produto de pobre acabamento superficial.

Tabela 1: Faixa de temperaturas de extrusão

Faixa de temperaturas de extrusão para vários metais


Metal Temperatura ºC
Chumbo 200-250
Alumínio e suas Ligas 375-475
Cobre e suas ligas 650-950
Aços 875-1300
Ligas Refractárias 975-2200

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Fig. 2: Extrusão a quente

b) Extrusão a frio
Desenvolvida nos anos 40 é o processo que combina operações de extrusão directa,
indirecta e forjamento.

O processo foi aceito na indústria particularmente para ferramentas e componentes de


automóveis , motocicletas, bicicletas, acessórios e equipamento agrícola.

O processo usa tarugos cortados de barras laminadas, fios ou chapas.

 Vantagens da extrusão a frio


- Melhores propriedades mecânicas resultantes do encruamento;

- Controle das tolerâncias, requerendo pouca ou nenhuma operação posterior de


acabamento;

- Melhor acabamento superficial, desde que a lubrificação seja eficiente eliminação do


pré-aquecimento.

- Custos competitivos. Algumas máquinas são capazes de produzir mais de 2000 peças/h

2.1.2. Quanto a forma


a) Extrusão directa
Nesta operação o bloco metálico a ser processado é colocado numa câmara e forçado
através do orifício da matriz pelo êmbolo ou pistão, que é acionado por meios mecânicos
ou hidráulicos. É muito comum utilizar um bloco de aço (falso pistão) entre o metálico e o
êmbolo para proteger o pistão das altas temperaturas e da abrasão provenientes deste tipo
de extrusão.

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Fig. 3: Extrusão directa, da esquerda processo mecânico e direita processo hidráulico

b) Extrusão Indireta (reversa, invertida)


Na operação o êmbolo é oco e a ele está ligado a matriz. A extremidade oposta da câmara é
fechada com uma placa. O êmbolo então empurra a matriz de encontro ao metal e este sai
da matriz em sentido contrário ao movimento da haste. Como não há movimento relativo
entre o bloco de metal e as paredes da câmara, as forças de atrito são muito menores e as
pressões necessárias são também menores do que na extrusão direta.

Em contrapartida, como o êmbolo é oco, existe a limitação da carga a ser aplicada, o que
dificulta a produção de perfis com geometrias mais complexas.

Isso explica porque a extrusão directa é mais empregada.

Fig. 4: Extrusão indirecta

c) Extrusão Lateral

O material do tarugo é forçado através de abertura lateral da câmara. Os eixos do punção e


da peça tem diferentes direções.

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Fig. 5: Extrusão lateral

d) Extrusão Hidrostática
A pressão para a operação de extrusão é proveniente de um meio fluido que envolve o
tarugo. Não existe fricção entre parede e tarugo.

As pressões usadas são da ordem de 1400 Mpa. O método foi desenvolvido nos anos 50 e
evoluiu para o uso de uma segunda câmara pressurizada mantida a uma pressão mais
baixa. É a chamada extrusão fluido a fluido, que reduz os defeitos do produto extrudado.

A extrusão por pressão aumenta a ductilidade do material , portanto materiais frágeis


podem se beneficiar desta forma de extrusão. Entretanto as vantagens essenciais do método
são:

- Baixa fricção;

- Pequenos ângulos de matriz e

- Altas relações de extrusão.

Podem ser extrudados por este método uma grande variedade de metais e polímeros,
formas sólidas, tubos e outras formas vazadas como favo de abelha e perfis.

A extrusão hidrostática é realizada usualmente a temperatura ambiente , em geral usando


óleo vegetal como meio fluido, combinando as qualidades de viscosidade e lubrificação.
Pode-se também trabalhar em alta temperatura. Neste caso ceras, polímeros ou vidro são
usados como fluido, que também tem a função de manter o isolamento térmico do tarugo
durante o procedimento de extrusão.

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Fig. 6: Extrusão Hidrostática

e) Extrusão por impacto


Extrusão por impacto: é similar a extrusão indireta e freqüentemente incluída na categoria
da extrusão a frio. O punção desce rapidamente sobre o tarugo que é extrudado para trás.

A espessura da secção extrudada é função da folga entre o punção e a cavidade da matriz.


Os produtos de extrusão por impacto incluem os tubos de creme dental, pomadas e
assemelhados que são peças descartáveis.

Fig. 7: Extrusão por impacto

A maioria dos metais não ferrosos podem ser extrudados por impacto , usando-se prensas
verticais e taxas de produção de até duas peças por segundo.

O processo permite produzir secções tubulares de paredes muito finas (relações de


diâmetro/ espessura da ordem de 0,005). Por esta razão, a simetria da peça e
concentricidade do punção são fatores importantes.

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2.2. Defeitos da Extrusão


- Linhas internas de óxido no interior do produto (Cachimbo ou rabo de peixe): elas
são causadas pela diferença entre a velocidade do núcleo e da periferia do lingote. O centro
do lingote ou tarugo move-se de forma mais rápida que a periferia, formando-se então uma
“zona morta” ao longo da superfície externa do lingote.

Quando a maior parte do bloco de metal já passou pela matriz, a superfície externa move-
se para o centro e começa a fluir pela matriz. Desta forma são observadas as linhas de
óxido resultantes da película de óxido formada na superfície externa, que têm um aspecto
de um anel quando o produto é cortado transversalmente.

- Cavidade: formação de uma cavidade no centro da superfície do material em contato


com o pistão, também resultante da diferença entre a velocidade do núcleo e da periferia do
lingote. Essa cavidade pode crescer em diâmetro e em profundidade de tal forma que pode
transformar o que seria uma barra em um tubo, defeito esse com o aspecto semelhante ao
de um rechupe interno.

- Arrancamento: é formado na superfície do produto e aparece na forma de perda de


material da superfície, quando o produto passa muito rapidamente pela matriz.

- Bolhas: estas bolhas são observadas na superfície do material extrudado devido a


presença de hidrogênio e materiais provenientes da fundição do lingote ou por ar contido
dentro do recipiente da prensa.

- Trinca superficial: Ocorre quando a temperatura ou a velocidade é muito alta. Estas


causam um aumento significativo da temperatura da superfície, causando trincas e rasgos.
Os defeitos são intergranulares. Ocorrem especialmente em ligas de alumínio, magnésio e
zinco, embora possam ocorrer em ligas de alta temperatura. Estes defeitos podem ser
evitados reduzindo-se a velocidade de extrusão e diminuindo a temperatura do tarugo.

- Trinca interna: O centro do tarugo pode desenvolver fissuras que são conhecidas como
trincas centrais, fratura tipo ponta de flecha ou chevron. O defeito é atribuído à tensão
hidrostática de tração na linha central, similar à situação da região de estricção em um
corpo em ensaio de tração. A tendência à formação de fissuras centrais aumenta com o
crescimento da fricção e da relação de extrusão. Este tipo de defeito também aparece na
extrusão de tubos.

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Fig. 8: Trinca interna de um tubo

2.2.1. Como evitar alguns defeitos


Cavidade no Produto:

- Descartar a porção final do produto.

Anel de óxido

- Não extrudar o tarugo até o fim;

- Aquecer o recipiente a uma temperatura de 50ºC menor que a temperatura do tarugo;

Não deixar o diâmetro ultrapassar um valor do qual o anel de óxido começa aparecer.

Arrancamento:

- Diminuir a velocidade de extrusão;

- Diminuir a temperatura de extrusão

Bolhas

- Eliminar gases dissolvidos no metal líquido durante a fundição do lingote

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2.3. Processo de extrusão: parâmetros físicos


Força de Atrito, que é aquela gerada entre o
tarugo e as paredes internas da container
(camisa);

Força de Cisalhamento, que é aquela


necessária para deformar o tarugo e fazê-lo
passar pela matriz.

- A temperatura do tarugo
Fig. 9: Parâmetro Físico

- O comprimento do tarugo

Quanto maior for o tarugo, maior será a força necessária para vencer o atrito entre a
superfície do mesmo e a superfície interna da camisa (container);

- Velocidade de extrusão

Quanto maior for a velocidade de extusão, maior será a produção, no entanto, mais
violenta será a deformação e o o atrito resultante, por consequência haverá um aumento da
temperatura e pressão do sistema;

- O tipo de lubrificante

O vidro é excelente lubrificante para aço, aço inox, metais e ligas para altas temperaturas A
lubrificação na extrusão a frio pode ser feita por óleos minerais ou sintéticos. Para metais
com tendência a aderir à parede da matriz, pode-se usar um revestimento fino de metal
macio e de baixa resistência, como cobre ou aço doce. O procedimento é denominado
“jaquetamento” ou “enlatamento”.

- A liga do metal

É outra variável determinante, pois quanto mais ligada ela for (mais dura), maior será a
força de cisalhamento que deverá ser vencida e por consequência menor deverá ser o
tarugo.

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A força requerida para o processo depende da resistência do material, da relação de


extrusão, do atrito na câmara e na matriz, e outras variáveis como a temperatura e a
velocidade de extrusão.

A força pode ser estimada pela fórmula:

𝐴
𝐹 = 𝐴0 𝑘𝑙𝑛 (𝐴0 ) (1)
𝑓

onde:

F = Força de Extrusão

Ao = área de secção transversal do tarugo antes da extrusão

Af = área de secção transversal do tarugo após a extrusão

K = constante de extrusão

A força máxima de atrito entre o tarugo e o container é obtida por:

𝐹𝑎 = 𝑈. 𝑙0 . . 𝐾 (2)

Onde:

U = perímetro interno do container

l0 = comprimento inicial do tarugo

 = coeficiente de atrito

K = Constante de extrusão

Sendo o atrito uma força a ser superada durante o processo, a força máxima de extrusão é
calculada por:

Fmax = F + Fa

- Os valores de k são dados na figura abaixo, para o campo usual de temperaturas:

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Tabela 2: Para o campo usual de temperaturas

2.4. Processo de extrusão: parâmetros geométricos


 O ângulo da matriz
 A relação de extrusão que é o quociente entre a áreas das secções transversais do
tarugo A0 e do produto extrudado Af;
 O diâmetro do círculo circunscrito DCC que é o diâmetro do menor círculo no
qual se inscreve a secção transversal.

Fig. 10: Parâmetros geométricos da extrusão directa no centro, a direita classe de extrusão oca

A complexidade da extrusão é medida pela relação entre o perímetro da secção do produto


extrudado e a área da secção transversal. Esta relação é denominada factor de forma.

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3. Conclusão
Como em qualquer outro processo de conformação mecânica, deve-se tomar alguns
cuidados para evitar a ocorrência de defeitos no material fabricado por extrusão. Esses
defeitos podem surgir durante a conformação ou oriundos de processos anteriores
(fundição, aquecimento) podem se agravar na extrusão.

Produtos extrudados podem ser cortados nos tamanhos desejados para gerarem peças
como: Maçanetas, Trancas, Engrenagens

Em operação combinada com forjamento pode gerar componentes para automóveis,


bicicletas, motocicletas, maquinaria pesada e equipamento de transporte.

4. Referência Bibliográfia
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAezuUAD/extrusao por Diego acessado no dia 14
de Março de 2018, 10:02:46

http://www.ebah.com.br/extrusao-doc-a2399.html por Pedro Antunes de Moraes acessado


no dia 14 de Março de 2018, 10:02:47

http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAV_IAD/processo-extrusao por Dirk Henning


acessado no dia 14 de Março de 2018, 10:02:51

ftp://ftp.ufv.br/dta/disciplinas/tal420/2002/MANUTEN%C7%C3O/PNQC/OutrosProcesso
s.pdf por Jackson Andrade acessado no dia 30 de Março de 2018, 17:59:17

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